Coliseu do Porto

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ESTETICAMENTE DESLUMBRANTE, E TECNICAMENTE BEM APETRECHADO, O COLISEU DO PORTO ESTÁ PREPARADO PARA A REALIZAÇÃO DE TODO O TIPO DE ESPECTÁCULOS. MÚSICA, BAILADO, TEATRO, ÓPERA, CIRCO, CINEMA, TODAS AS ARTES SÃO BEM ACOLHIDAS NESTA SALA

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“O COLISEU É NOSSO” COLISEU DO PORTO

COLISEU


// SALÃO JARDIM, Passos Manuel 1908 / 1938

/ O Salão Jardim Passos Manuel surgiu no início do século XX e começou logo a suscitar um enorme interesse e curiosidade, tornando-se o ponto de encontro da sociedade portuense da época. / Era um lugar elegante, sofisticado, moderno, baseado nos jardins parisienses da época, e proporcionava todo o tipo de entretenimentos: caféconcerto, music-hall, esplanada e cinematógrafo. // Nos anos que se seguiram, transformou-se na mais famosa Casa de Espectáculos do Porto. / Em 1911, este Salão é renovado e ampliado, passando também a incluir jardim-esplanada, salão de festas, pavilhão restaurante, hall e um pequeno teatro. / Com a descoberta de mais de 2.000 partituras com o carimbo do Arquivo Musical do Jardim Passos Manuel, veio comprovar-se que neste salão actuavam, permanentemente, uma orquestra e dois sextetos, o que revela a importância e a popularidade deste espaço.

Antigo coliseu, 1908

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/ No fim dos anos 20, acompanhando a evolução dos hábitos e dos tempos, o Salão renova-se. Abria as portas ao fim da tarde, como café-concerto. Às nove e meia começavam as sessões de cinema. No jardim, durante o Verão, havia exibições ao ar livre. Mas a grande boémia começava depois da meia-noite. O music-hall recebia uma clientela masculina de todas as idades e extractos sociais, atraída pela sedução das danças das coristas e pelo salero e sapateado das espanholas.

/ Era, assim, um espaço polivalente, que acolhia sucessos do cinematógrafo, saraus, reuniões culturais e conferências. As festas carnavalescas foram as mais atractivas e as que mais abrilhantaram o recinto, ficando na memória de todos aqueles que estiveram presentes. / Este Salão chegou mesmo a ganhar fama de casamenteiro, pois os rapazes e as raparigas de então não tinham muitas oportunidades de se conhecerem. Dizem que muitos dos namoros aqui iniciados acabaram em casamentos. / Mais do que um mero espaço de diversão, o Salão Jardim marcou uma época, sendo um pólo de animação cultural e recreativa, dinamizando a cidade com espectáculos e atracções de todo o tipo, trazendo ao Porto grandes nomes da música e do espectáculo. / No final dos anos 30, a sua actividade começou a decair, o que em parte se deveu à aparição de novas formas de entretenimento: rádio, indústria fonográfica e os salões de baile.

// Mas o Salão Jardim Passos Manuel permaneceu para sempre vivo na memória de muitos. Foi neste local mítico que o Porto viu nascer o Coliseu.


/ Os primeiros esboços encontrados, que sugeriam a construção de uma grande Casa de Espectáculos, datam do ano de 1911. Ao primeiro impulsionador do projecto, João José da Silva, juntaram-se outros notáveis da cidade: Raúl Marques, Adélio Vaz, Conde da Covilhã, Joaquim José de Carvalho. Inesperadamente, é numa época em que existe uma conjuntura mundial de extrema insegurança que o projecto avança. O Coliseu do Porto demorou apenas 22 meses a ser construído e custou 11 mil contos, um elevado custo para a época. Em 1937, surgem os primeiros esquissos do edifício pelo arquitecto José Porto, que rapidamente abandona o projecto. Seguem-se vários outros nomes. Yan Wills, arquitecto holandês, fez esboços que ficaram sem efeito. E Júlio de Brito viu os seus estudos

serem recusados pela Comissão de Estética da Câmara Municipal do Porto. Em 1939, Cassiano Branco assume o cargo de arquitecto dirigente e conta com a colaboração de Júlio de Brito, com quem mais tarde viria a entrar em conflito. O design de interiores não tem uma autoria muito clara. Charles Cicles, autor de diversos teatros de Paris, terá entrado no projecto e elaborou desenhos para o Coliseu mas, aparentemente, só os candeeiros e as portas foram aproveitados e o arquitecto nunca foi remunerado. Seguiu-se Mário Abreu que projectou o interior e fez alterações na sala principal, nas escadarias, na torre da fachada, que deveria ser envidraçada, e eliminou o néon verde, vermelho e branco que acompanharia todo o edifício.

DO PROJECTO À OBRA 1937 / 1941

APÓS UMA SÉRIE DE VICISSITUDES E DE PASSAR POR DIVERSOS ARQUITECTOS, ENGENHEIROS E EMPREITEIROS, O COLISEU DO PORTO ACABA POR SER FINALIZADO EM 1941, NUM ESTILO MODERNO QUE DE IMEDIATO SE TORNOU UMA REFERÊNCIA ARQUITECTÓNICA. UM EDIFÍCIO VANGUARDISTA QUE VEIO MARCAR DE FORMA INDELÉVEL A BAIXA DO PORTO E O CORAÇÃO DE TODOS OS PORTUENSES.


Em plena II Guerra Mundial, o Coliseu do Porto abriu as portas, com todas as honras e com todo o patriotismo inerente ao Estado Novo. O Sarau de Gala constituiu um grande acontecimento cultural e social da cidade, com a presença das personalidades da época, num ambiente sofisticado e de grande elegância. Seguiu-se um concerto pela Orquestra da Emissora Nacional, dirigida pelo Maestro Pedro de Freitas Branco. A jovem, e já consagrada pianista, Helena Moreira de Sá e Costa interpretava o 1º Concerto para Piano e Orquestra, de Felix Mendelsshon. Antes, porém, a actriz Aura Abranches viu o seu discurso ser interrompido por uma assistência de 3500 pessas que aplaudiam o nome de Salazar e lançavam vivas a Portugal. À uma da manhã acabou o concerto. Seguiu-se um baile de caridade e uma ceia, servida no hall. Finalmente, a cidade do Porto passou a ter à sua disposição um espaço imponente e dotado de todos os luxos modernos. Um espaço aberto à arte e à cultura que se tornou o orgulho dos portuenses e dos portugueses.

1941, 19 DEZEMBRO

INAUGURAÇÃO 6


/ ÓPERA

/ DANÇA

/ ZARZUELA

Maio,1945

Anos 60

Anos 40, 50

La Bohème, de Bizet, e Rigoletto,

1961 - Ballet do Marquis de

Estilo musical e teatral

de Verdi, pela Orquestra Sinfónica

Cuevas / 1962 - London´s Royal

tipicamente espanhol e que criou

Nacional e pela Escola do Corpo

Ballet, com Margot Fonteyn e

os seus fãs também em Portugal.

Coral do Teatro São Carlos;

Rudolf Nureyev, Ballet de Câmara

A primeira temporada começou

- Fevereiro de 1946 - Elixir do

de Paris / 1967 - Ballet Nacional

em Novembro de 1945, pela

Amor, de Donizettti e o Trovador,

da Holanda.

Grande Companhia Sagi-Vela.

de Verdi, pela Grande Companhia de Ópera Italiana;

Anos 70 Predomínio do Ballet Soviético.

Anos 50 Tosca, de Puccini e Rigoletto,

1947

de Verdi, pela Companhia Lírica

France Ellegard;

Italiana, dirigida por Ino Savini; 1950 Dezembro, 1959

dois meninos prodígio: Pierino

Rosas de Todo o Ano e O

Gamba, com a Orquestra

Cavaleiro das Mãos Irresistíveis,

Sinfónica Nacional, e Roberto

O palhaço Oleg Popov e o mimo

pela Companhia de Ópera

Benzi que, com 11 anos, dirigiu

Marcel Marceau

Portuguesa;

a Orquestra Sinfónica do Porto;

/ CIRCO E TEATRO

Novembro, 1954 1990

Ino Savini apresenta Maria João

Ópera de Pequim

Pires, uma menina especialmente dotada para o piano;

// DÉCADAS DE GLÓRIA Durante várias décadas, o Coliseu do Porto viveu sob as luzes da ribalta, proporcionando aos portuenses todo o tipo de espectáculos: ópera, dança, música clássica, música ligeira e popular, espectáculos de variedades, musicais, circo, festas de carnaval, reveillons, cinema, saraus e congressos. Todos aqueles que aqui acorriam ficavam espantados com a qualidade artística dos espectáculos que enchiam o nosso palco. Foram os momentos de glamour do Coliseu do Porto. Uma época irrepetível, de momentos inesquecíveis que lhe queremos relembrar.

1941 / 1991


1991

// CINQUENTENÁRIO A merecida comemoração! Meio século após ter sido inaugurado, o Coliseu do Porto celebrou esta data de forma grandiosa, com uma série de iniciativas. O ponto alto das comemorações do cinquentenário foi o Concerto Inaugural, que recriou o que tinha sido apresentado 50 anos antes, aquando da Gala de Abertura do Coliseu do Porto, desta vez interpretado pela Orquestra do PortoRégie Cooperativa Sinfonia, dirigida pelo maestro Jan Lathan-Koenig. Este concerto trouxe de novo à sala do Coliseu a pianista Helena Moreira

Sá e Costa, agora acompanhada pelo seu aluno, e também já pianista consagrado, Pedro Burmester. Para partilhar com o público a história e o património cultural e emocional do Coliseu do Porto, foi ainda exposta, no Salão Ático, uma mostra retrospectiva, composta por fotos, postais ilustrados, programas de espectáculos, moedas, objectos, incluindo a primeira máquina de cinema portuguesa, pertencente a Alves dos Reis, e o precioso espólio de partituras musicais do Arquivo do Salão Jardim Passos Manuel. A Orquestra do Salão Jardim Passos

Manuel, formada a partir da descoberta destas partituras, apresentou-se no Salão Ático, com um repertório invulgar, baseado nas músicas que outrora se tocavam e dançavam. Para completar e animar as comemorações estiveram ainda presentes o Quarteto João Calheiros e The Dixie Gang. Um cinquentenário comemorado de forma grandiosa, à medida desta sala, que a cada espectáculo se enche e nos enche de emoção.

1995

“O COLISEU É NOSSO!” O ano de 1995 foi aquele que marcou o momento mais decisivo de toda a história do Coliseu do Porto. Tudo começou quando a Empresa Artística SA, pertencente ao Grupo Aliança - UAP, então proprietária do Coliseu, apresentou na Câmara Municipal do Porto um requerimento a solicitar o alargamento das actividades desta sala a conferências, festas, palestras, sermões, culto religioso e actividades de acção social. Este alargamento das actividades visava viabilizar a alienação deste espaço à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Foi o início da polémica. A notícia da possibilidade do Coliseu passar para as mãos da IURD começou a espalhar-se. Os portuenses reagiram de imediato e, após uma manifestação às portas do Coliseu, no dia 4 de Agosto, promovida por intelectuais, 8

artistas, políticos, autarcas e outras personalidades, na qual foi distribuído o “Manifesto em defesa do Coliseu do Porto”, no dia imediato um mar de gente encheu a Rua Passos Manuel, numa manifestação espontânea com uma grandiosidade sem precedentes na cidade do Porto, que surpreendeu o país inteiro. Aos populares, que gritavam “O Coliseu é Nosso”, juntaramse novamente intelectuais, artistas, políticos e instituições. Todos juntos lutaram contra o fim anunciado do Coliseu do Porto, enquanto espaço e símbolo cultural da cidade. Para recolher fundos para a compra do Coliseu, foi feito o espectáculo “Todos pelo Coliseu”, a 7 de Setembro. A adesão foi maciça, tanto por parte do público, como por parte dos muitos artistas que actuaram gratuitamente.

Foi um espectáculo apoteótico, que demonstrou o carinho e orgulho que os portuenses nutrem pelo Coliseu. Neste espectáculo surgem os primeiros sócios-fundadores da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto (AACP), uma associação sem fins lucrativos, criada para assegurar o funcionamento e a gestão do Coliseu enquanto equipamento cultural de grande relevância para a cidade. E, em poucos meses, o seu número ultrapassaria os 5.000! Foram todos estes Amigos do Coliseu que garantiram que esta sala de espectáculos emblemática se mantivesse um espaço aberto à cultura. À cidade. Ao mundo. E não deixasse de ser a voz do Porto.


// INÍCIO DA POLÉMICA

// MANIFESTAÇÕES

// UM DIA FELIZ

Foi em 1995, que a batalha contra a venda do Coliseu do Porto à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), em nome da preservação da maior sala de espectáculos da cidade, fez nascer a Associação Amigos do Coliseu do Porto (AACP). A 14 de Fevereiro, a Empresa Artística SA, pertencente ao Grupo Aliança - UAP, ao tempo proprietária do Coliseu, apresentou na Câmara Municipal do Porto um requerimento a solicitar o alargamento das actividades desta sala a conferências, festas, palestras, sermões, culto religioso e actividades de acção social. O presidente da Câmara Municipal do Porto, Fernando Gomes, indeferiu o requerimento alegando que o Coliseu do Porto “reúne condições ímpares que o tornam o único espaço cultural e artístico de que dispomos para a realização de certo tipo de eventos que exigem grandes espaços e audiências significativas. Constitui também, enquanto edifício construído, uma obra marcante da sua época, que já se tornou património colectivo da cidade e da sua população…”

Os protestos surgiram de imediato, vindos de diversos quadrantes. Instituições, empresas privadas, nomes sonantes das letras, das artes e do espectáculo iniciaram um movimento de oposição que culminou com a distribuição de um “Manifesto em Defesa do Coliseu do Porto” e com a convocação de uma manifestação na Rua Passos Manuel, para o dia 4 de Agosto.“Nós, cidadãos do Porto, tornamos pública a maior indignação pela morte anunciada do Coliseu. O Coliseu é um dos símbolos culturais da cidade, é património efectivo de todos nós, faz parte da nossa memória colectiva (...) A cidade do Porto, que é símbolo da história de Portugal, da luta pela liberdade, respeita a liberdade religiosa de cada um. Mas cada actividade deve ter locais próprios e o Coliseu do Porto tem sido um local de cultura, de espectáculo, para todos os cidadãos. E queremos que continue assim. Vamos juntar a indignação de cada um de nós numa única voz.”

Quatro dias depois desta manifestação, a Aliança UAP disponibilizou-se para negociar uma nova solução para o Coliseu. A 16 de Agosto encetaram-se as negociações, das quais resultou a decisão de se lançar uma subscrição pública de acções ou a criação de uma associação ou fundação para comprar e gerir o Coliseu do Porto. Decidiu-se, também, fazer uma exposição sobre o Coliseu e organizar um espectáculo, no dia 7 de Setembro. A adesão a este espectáculo, “Todos pelo Coliseu”, foi enorme, tanto por parte do público como por parte dos artistas, que contribuíram para a angariação de fundos para a compra do Coliseu. Foi um enorme gesto de solidariedade que rendeu a surpreendente quantia de 8 mil contos.

O Sub-Secretário de Estado da Cultura, Manuel Frexes, veio a público garantir que o Coliseu do Porto nunca seria “desviado das actividades e fins culturais para que se encontra vocacionado.” Entretanto, contactados pela imprensa, os responsáveis pela Aliança - UAP afirmaram que “O Coliseu não está à venda”, mas, no dia seguinte, foi publicado nos jornais o montante de avaliação do Coliseu: 810 mil contos. A 2 de Agosto, a comunicação social anunciou a venda do Coliseu à IURD, instituição que apelava à sua congregação para assistir, no dia 5 de Agosto, à inauguração da sua nova Igreja Matriz: o Coliseu do Porto.

Foram estas as razões que motivaram a acção de protesto em frente ao Coliseu. E milhares de pessoas compareceram. Mas no dia seguinte, sem marcação prévia, uma manifestação popular espontânea surpreendeu tudo e todos. Aos populares, que gritavam “O Coliseu é Nosso”, juntaram-se intelectuais, artistas e políticos. Mais de uma centena de figuras estiveram presentes: os músicos Filipa Pais, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso, Sérgio Godinho, Vitorino; os maestros José Atalaya, Manuel Ivo Cruz e Miguel Graça Moura; os arquitectos Alcino Soutinho, Paulo Pulido Valente, Souto Moura e Álvaro Siza Vieira; os escritores Hélder Pacheco, Ilse Losa, Manuel António Pina; o escultor José Rodrigues; os actores António Reis, Júlio Cardoso, Óscar Branco e Acácio Carvalho; os desportistas José Pedrosa e Rosa Mota; Jorge Nuno Pinto da Costa, Paulo Barros Vale e o Presidente da Câmara, Fernando Gomes, além de muitas instituições. Pedro Abrunhosa foi uma das figuras da cultura do Porto que esteve presente. “Quando soube que o Coliseu estava vendido desloquei-me para lá, levei umas algemas no bolso...”

Nesta ocasião, os espectadores foram convidados a colocar numa tômbola uma ficha de identificação, tornando-se assim, de imediato, sócios-fundadores do que viria a ser a Associação Amigos do Coliseu do Porto. A 17 de Novembro, a Câmara Municipal do Porto, a Secretaria do Estado da Cultura, a Área Metropolitana do Porto e a Aliança UAP firmaram um protocolo para a constituição de uma associação sem fins lucrativos, destinada a gerir os destinos do Coliseu, denominada “Amigos do Coliseu do Porto”. Um ano depois do início da polémica, no dia 2 de Agosto de 1996, o Salão Jardim era o palco da assinatura da escritura de aquisição do Coliseu, graças à luta de todos os portuenses. Como então referiu José António de Barros, Presidente da Direcção da AACP, “A Associação Amigos do Coliseu representa todos aqueles cidadãos anónimos que, há um ano, saíram à rua. Foram estas pessoas que tornaram possível o acordo que hoje assinamos e é a elas que queremos manifestar o nosso mais sentido agradecimento.”


// INCÊNDIO 1996

Um sonho reduzido a cinzas

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Em 28 de Setembro de 1996 todas as atenções estavam viradas para a modelo Claudia Schiffer, principal atracção do desfile de moda Portugal Fashion 96, que teve lugar no Coliseu do Porto. Horas depois, um incêndio deflagra, destruindo completamente a caixa do palco e provocando graves estragos na sala principal e nos camarins. A sua origem continua indeterminada, mas as suas consequências foram dramáticas. Viveram-se horas de choque e consternação, que se fizeram sentir nas palavras de muitos amantes do Coliseu, como Eduardo Barros, que referiu que “…realmente quando foi o incêndio toda a gente ficou triste. O Coliseu é a nossa sala de espectáculos, a nossa porta em termos culturais, e isso marcou.” Novamente, gerou-se uma cadeia de solidariedade, quer por parte das

instituições – Presidente da República, Governo, Câmara Municipal do Porto, – quer por parte de empresas e particulares que contribuíram com apoio financeiro e materiais para a reconstrução. O Coliseu do Porto, numa recuperação surpreendente, voltou a abrir as portas no dia 12 de Dezembro, com o tradicional espectáculo do Circo de Natal. O Coliseu tornava assim a renascer das cinzas para agrado de todos. Entretanto, a recuperação completa da sala só estaria concluida dois anos mais tarde, em 1998, reabrindo triunfalmente ao público no dia 24 de Novembro, com a ópera CARMEN, de Bizet, numa coprodução entre a Associação Amigos do Coliseu do Porto, o Círculo Portuense de Ópera e a Orquestra Nacional do Porto.


// RECUPERAÇÃO E MODERNIZAÇÃO 1997 / 2001

As obras de recuperação, iniciadas logo após o incêndio que deflagrou em Setembro de 1996, vieram revelar algumas falhas e graves deficiências nas infra-estruturas. Como tal, procedeu-se a uma profunda remodelação do edifício, preservando ao máximo a sua traça e características originais. Simultaneamente, modernizaram-se os equipamentos e as tecnologias, passando o Coliseu do Porto a reunir todas as condições para receber todo o tipo de espectáculos, incluindo os de grande dimensão. Estas remodelações tornaram o Coliseu numa sala polivalente, bem apetrechada e grandiosa, o que lhe permitiu ganhar um novo fôlego, reforçar a programação artística, recuperar audiências e voltar aos seus momentos áureos.

O Coliseu reabriu oficialmente as suas portas no dia 24 de Novembro de 1998, com a apresentação da Ópera Carmen, de Bizet, numa co-produção com o Círculo Portuense de Ópera e a Orquestra Nacional do Porto.

Actualmente, o Coliseu do Porto é a maior sala de espectáculos do país e uma das melhores da Europa. Todos os grandes artistas nacionais e internacionais têm no Coliseu do Porto um palco obrigatório. Porque esta sala torna cada momento inesquecível, dando brilho a cada actuação e alma a cada espectáculo. Com um cartaz recheado de grandes

todos os anos centenas de milhares de espectadores, enriquecendo culturalmente os portuenses e dando uma nova vida ao Porto. Sempre que se abrem as cortinas do palco do Coliseu do Porto, sabemos que vamos ter diante de nós o mundo ao vivo. O mundo num aplauso. No lugar da música!

estrelas de todas as artes do espectáculo, o Coliseu do Porto atrai

Em 2001, ano em que o Porto foi Capital Europeia da Cultura, o Coliseu consagrou-se definitivamente como património cultural por excelência, ao receber os grandes espectáculos integrados nestas comemorações, designadamente as óperas Leonora e Inês de Castro, sendo ainda o palco da cerimónia oficial de abertura da Capital Europeia da Cultura, que contou com a presença do Presidente da República Portuguesa e da Rainha da Holanda. Um espaço que merece um aplauso não só de todos os portuenses, como de todos os portugueses.


// CARTAZ


O Lugar do Espectรกculo


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