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SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Realização:

6

anos

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Patrocínio:

Apoio Institucional:

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento MundodeEmpresarial: Meio Ambiente a sustentabilidade - Ciesp-Campinas entra 2002 em-pauta 2008

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SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Presidente Paulo Skaf DMA - Departamento de Meio Ambiente Diretor titular Nelson Pereira dos Reis Diretores titulares adjuntos Arthur César Whitaker de Carvalho Marco Antonio Barbieri Nelson Vieira Barreira Raul Ardito Lerário Walter Toscano Diretores Antonio Joaquim de Oliveira Caio Pereira de Queiroz (Representante do CJE) Carlos Henrique da Silva Ferreira Carolina Aristakessian (Representante do CJE) Celso Cardoso Simões Alexandre César Figueiredo de Mello Barros Darlene de Pádua Melo Spila Eliane Maria Haddad

Eugênio Carlos Deliberato Francisco Laterza Neto Gilberto Frederico Barbero José Alcades Theodoro José Luiz Miranda Simonelli José Ricardo Sukadolnik José Rogélio Miguel Medela José Valverde Machado Filho (Representante do CJE) Lecy Ribas Camargo Filho Luciano Shigueru Sakurai Luiz Gonzaga Bertelli Márcio Esteves da Silva Márcio Nappo Marco Antonio de Almeida Mário Hirose Marlúcio de Souza Borges Moacir José Lordello Beltrame Paulo Roberto Dallari Soares Renato José Giusti Ricardo de Souza Esper Romildo de Oliveira Campelo Sérgio Daneluzzi Azeredo

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo Ciesp-Campinas Diretor titular Natal Martins

Sustentabilidade, uma bandeira da indústria

1º Vice-Diretor José Nunes Filho 2º Vice-Diretor José Henrique Toledo Corrêa

O trabalho do Departamento de Meio Ambiente (DMA) do Ciesp Campinas, expresso nesta publicação, é um exemplo importante do alcance da responsabilidade socioambiental. Para o Brasil, é decisiva a mobilização dos setores produtivos na direção da sustentabilidade, pois se torna inexorável adequar os padrões produtivos à realidade de um mundo em processo de mudança climática e cada vez menos rico em recursos naturais e fósseis.

DMA - Departamento de Meio Ambiente Diretor titular Marlúcio de Souza Borges Diretor adjunto Ricardo Rodrigues Ribeiro

Silvio Roberto Isola

O Ciesp Campinas, ao realizar projetos sustentáveis e viabilizar um espaço no qual representantes das empresas associadas possam somar esforços para vencer os desafios ambientais, alinha-se à filosofia que hoje norteia toda a indústria paulista. Entendemos que o definitivo resgate da dívida social brasileira não depende apenas da expansão do PIB, mas sim do crescimento sustentado da economia. Esta é a bandeira que empunhamos na Fiesp/Ciesp e procuramos estender em todo o País.

Tasso de Toledo Pinheiro Walter Françolin

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Sustentabilidade empresarial : memória de um compromisso : Departamento de Meio Ambiente CIESP Campinas 2002-2008. -- Campinas : CIESP, 2009. Vários autores. Bibliografia 1. Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Departamento de Meio Ambiente - História 2. Desenvolvimento sustentável 3. Empresas - Responsabilidade ambiental 4. Empresas - Responsabilidade social 5. Indústria - São Paulo (Estado) 6. Industrialização. 09-09604

Renata Castelo Branco

Federacão das Industrias do Estado de São Paulo

Paulo Skaf Presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp)

Vencer tal desafio, independentemente da responsabilidade do Estado, somente será possível com o amplo engajamento da sociedade. Nesse contexto, é decisivo disseminar a causa da sustentabilidade, que deve ser um dos parâmetros do desenvolvimento do Brasil.

CDD-338.098161

Índices para catálogo sistemático: 1. Sustentabilidade empresarial : Departamento de Meio Ambiente do CIESP Campinas - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo : História 338.098161

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Ciesp-Campinas e Meio Ambiente Registro de nossa história

Nosso compromisso com a sustentabilidade

Natal Martins Empresário e Diretor-Titular do Ciesp-Campinas Gestão 2007-2011

No ano do sexagenário do CIESP Campinas é uma imensa satisfação apresentar este material que resgata a memória dos seis primeiros anos de seu Departamento de Meio Ambiente (DMA). Apesar da pouca idade se comparada à longa e rica trajetória do CIESP Campinas, entendemos que seria importante registrar os primeiros passos, ações e conquistas do DMA como forma de reconhecer o envolvimento de pessoas, empresas e instituições que, ao longo deste tempo, cederam sua dedicação e competência para que ele se consolidasse e pudesse avançar firmemente em seu compromisso de promover e implementar a sustentabilidade no setor empresarial.

Ao desenvolver e aplicar o conceito de negócios sustentáveis valendo-se de parcerias institucionais e ações de notória excelência socioambiental tivemos, neste período, resultados inéditos e significativos, reconhecidos na região e no estado de São Paulo.

A partir de um ideal comum e de uma necessidade local, caminhamos à proposição de um plano de trabalho que traçou objetivos, viabilizou um espaço de integração de empresas e seus representantes, discutiu desafios e propôs alternativas, construiu parcerias, concretizou projetos premiados e idéias inovadoras e, acima de tudo, permitiu que o CIESP Campinas criasse uma identidade de compromisso da indústria com a sustentabilidade.

Parabéns ao Departamento de Meio Ambiente do CIESP Campinas por este registro que, certamente, será mais uma contribuição à comunidade empresarial.

Tomas May

Plínio Moraes

Esta publicação coroa um trabalho realizado com competência, compromisso e seriedade de um departamento que é motivo de orgulho à Regional Campinas do CIESP. Criado no ano de 2002, durante a gestão do companheiro Francisco de Oliveira Lima Filho , que apoiou e acreditou na proposta, o departamento se consolidou na gestão de Luiz Alberto Soares Souza e temos, na presente gestão, o privilégio de apresentar a memória destes primeiros anos de trabalho de nossa área ambiental.

Marlúcio Borges Diretor do Departamento de Meio Ambiente da FIESP e Diretor Titular do Departamento de Meio Ambiente do CIESP

Esta é uma época de grandes desafios e responsabilidades. O planeta responde às nossas próprias ações – convocando-nos a reinventar o nosso modo de produzir, consumir e agir. É assim, nossa esperança que esta Memória de Compromisso possa, ainda que restrita ao âmbito de sua infância de seis anos, contribuir como semente e estímulo: ao compromisso de vanguarda da Indústria Paulista de transformar recursos em valor, ao fundamental papel FIESP/CIESP de sistema indutor de desenvolvimento com sustentabilidade e, não menos importante, ao nosso compromisso individual de constantemente ousar, aprimorar e recriar um mundo melhor, mais justo e próspero. Se é na infância que experimentamos e aprendemos, é aí também que moldamos muitos de nossos valores essenciais. 8

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Agradecimentos

SUMÁRIO

Direitos editoriais da obra: XXXXX Ciesp-Campinas

SUMÁRIO

Projeto e coordenação editorial: Marlucio Borges Apoio editorial: Alessandra Píngaro, Graziele Píngaro, Jorge Galgaro, Juliana Moretto, Luis T. Furlan, Márcia E. C. Molinari, Ricardo R. Ribeiro e Stefan Rohr

Capítulo 1

Mundo empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

pág. 13

Capítulo 2

O CIESP Campinas: contexto e desafio

pág. 19

Capítulo 3

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

pág. 27 pág. 37

Textos: Graziella Cristina Demantova e Josiane Giacomini Alves Convidados: Cleusa Hércoli (Rigesa), Cristina Montenegro (Pnuma), Er de Oliveira (3M-EUA), Fabio Barbosa (Grupo Santander Brasil), Fernando Rei (Cetesb), Flávio R. Miranda (Cetesb), Francisco O. Lima Fo. (Mediterranea), Francisco R. de Cerqueira Neto (Petrobras), Jorge Galgaro (Rhodia), José L. Corte (Grupo Santander Brasil), José Maria F. Bueno (Ciesp), José Ricardo R. Coelho (Vitopel), Henrique Gianezzi (Tyco), Linda Murasawa (Grupo Santander Brasil), Luiz Alberto S. Souza (DDL), Luís Tadeu Furlan (Petrobras), Luiz Fernando Furlan (Sadia/Fundação Amazonia Sustentável), Márcio Barbado (Cenic), Marlúcio Borges (Fiesp/Ciesp Campinas), Meena Hassanali (Oceta-Canada), Natal Martins (Ciesp Campinas), Nelson P. Reis (Fiesp), Newton Scavone (International Paper), Nirvana França(SW), Orlando J. G. Bueno (Bueno Advocacia), Paula Carvalho (Ciesp-Campinas), Paulo Skaf (Fiesp/Ciesp), Rafael Cervone Neto (Ciesp), Renata F. Moreno (Emerenciano, Baggio, e Associados - advogados), Ricardo R. Ribeiro (3M - Brasil), Tania Del Matto (My Sustainable Canada), Tania M. Gasi (Cetesb) e Ulysses Luna (Icape).

3.1

Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

3.2

Produção mais Limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

pág. 47

3.3

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

pág. 59

Capítulo 4

Considerações finais: sustentar o compromisso

pág. 73

Arte, diagramação e tratamento de imagens: Fellows Marketing & Co. Revisão: Nonoonno mnoono Primeira edição: 1000 exemplares

Este livro foi produzido com Vitopaper: um papel sintético feito a partir de plásticos reciclados pós-consumo, conferindo-lhes um nobre destino. Leve, resistente e infinitamente reciclável , este é um novo papel da indústria.Um exemplo de sustentabilidade empresarial e inovação em uma tecnologia 100% nacional e inédita no mundo.

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Agradecimentos essenciais Ainda que esta obra tenha buscado contemplar ao máximo a história, o contexto e os partícipes dos primeiros seis anos do Departamento de Meio Ambiente do Ciesp Campinas - ela foi concebida e consolidada como uma memoria. Portanto, uma coletânea, um quadro representativo de fatos - incapaz, por concepção, de abarcar a integralidade de méritos a tudo e a todos. Desse modo, registramos aqui, nosso mais amplo e pleno agradecimento às pessoas, empresas e instituições - as citadas e as não citadas nesta Memoria - que, por intermédio de sua participação, competência, apoio, influencia ou estímulo, contribuíram e contribuem em nossa trajetória de trabalho para a sustentabilidade empresarial.

Agradecimentos especiais

Mundo empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

Divulgação

Para a consolidação e disponibilização desta obra foi necessário, todavia, um depósito de confiança e empenho sem o qual tal empreitada não teria sido possível. Assim, nossos especiais agradecimentos aos patrocinadores e incentivadores: Petrobras por intermédio da Replan, 3M do Brasil, Grupo Santander Brasil e Vitopel. Ao irrestrito apoio institucional do Ciesp Campinas e do sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai e à fundamental colaboração em sugestões e revisões de caráter voluntário para esta Memoria de profissionais do mais alto gabarito: Cleusa Hercoli, Er de Oliveira, Jorge Galgaro,Luis Tadeu Furlan, Newton Scavone, Ricardo R. Ribeiro e Stefan Rohr.

Rafael Cervone Neto Empresário, 1º Vice Presidente do CIESP

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

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MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

O empresariado assume o conceito de desenvolvimento sustentável, seguro de que esta é a resposta moderna aos desafios do mundo atual. Há muito ele se convenceu de que não há mais lugar para o falso dilema que durante muito tempo contrapôs o desenvolvimento econômico à conservação ambiental. Hoje, tem a plena consciência de que a geração de riquezas é perfeitamente compatível com a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade. Espera-se que alianças possam ser formadas, em torno da percepção comum sobre o valor ambiental dos recursos naturais, em termos de crescimento e competividade dos negócios. As atividades já desenvolvidas pelos empresários mostram claramente o compromisso do setor produtivo de se integrar às mudanças necessárias para a consecução de desenvolvimento sustentável racional buscando soluções que beneficiem toda a sociedade.


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CAPÍTULO 1

Mundo empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Se é consenso que durante os dois últimos séculos o processo de industrialização no mundo se desenvolveu de forma não-sustentável, as duas últimas décadas evidenciam, ao contrário, uma grande mudança na postura da indústria, de governos e da sociedade no que diz respeito à proteção do ambiente. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro em 1992, a ECO-92, consolida um marco fundamental na relação da indústria com o desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade - considerada integralmente em seus planos ambiental, social e econômico - passa a ser incorporada não somente como um diferencial de competitividade mas como critério mandatório de sobrevivência e manutenção das organizações. Neste contexto, a indústria assume um papel fundamental de responsabilidade e participação já que por um lado utiliza e transforma recursos e por outro gera emprego, renda, desenvolvimento e, em principal instância, qualidade de vida às pessoas.

T

ranscorridos mais de 40 anos desde o primeiro encontro internacional no qual cientistas, empresários e políticos se reu-

niram em Roma para discutir os limites do crescimento (Clube de Roma, 1968) preocupados com a pressão exercida sobre o uso dos recursos naturais, muito se evoluiu em conceitos, posturas e ações. Hoje, a sustentabilidade se insere definitivamente na pauta do planejamento estratégico não só do setor produtivo, mas dos principais setores da sociedade global. Os problemas enfrentados naquela época relacionavam-se principalmente ao processo de industrialização acelerada, impulsionado para promover o desenvolvimento desejado e neces-

“Pela primeira vez, o homem compreendeu realmente que é um habitante do planeta e, talvez, deva pensar ou agir sob novo aspecto, não somente sob o indivíduo, família ou gênero, Estado ou grupos de Estados, mas também sob o aspecto planetário.” (Vernadski)

sário para a produção de bens de consumo e atendimento de demandas sociais básicas. Além disso, a consciência sobre a finitude dos recursos naturais e o conhecimento sobre as implicações socioambientais de seu uso indiscriminado ainda não se constituíam em fatores primordiais ao pla-

Revista Hoje CIESP Campinas - Encarte Meio Ambiente 2ª edição Maio/2002

nejamento das atividades produtivas. MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

Entretanto, com a realização da Conferência

No início do mesmo ano, previamente à reali-

tria percebeu que poderia fazer a diferença para

jetiva e inequívoca no IV Relatório do IPCC (Inter-

das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Hu-

zação da Conferência da Organização das Nações

além de transformar recursos e gerar empregos.

governmental Panel on Climate Change), de feve-

mano na Suécia em 1972, algumas mudanças

Unidas (ONU), o então secretário-geral da ONU

Podia colocar a qualidade de vida neste mesmo

reiro de 2007, que estabeleceu um aval científico

começam a ser incorporadas nas agendas gover-

Maurice Strong, com a intenção de estimular o

patamar. Junto às resoluções da Cúpula Mundial

sobre a responsabilidade do homem frente ao

namentais com a aprovação da Declaração de

interesse e o envolvimento do setor empresarial

sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio + 10,

aquecimento global. Mas não apenas do homem

Estocolmo. A partir desse momento a dimensão

por este tema, formula uma perspectiva global

realizada em 2002, em Johannesburgo, na África

individualizado, de empresas ou de governos: a

ambiental foi introduzida na agenda política in-

sobre desenvolvimento sustentável. É fundado

do Sul, o setor anteviu o panorama delicado do

questão é planetária e requer uma conjunção de

ternacional como fator limitante do modelo tra-

então o Business Council for Sustainable De-

equilíbrio ambiental global em que teria que tra-

esforços científicos, políticos, sociais e econômi-

dicional de desenvolvimento, resultando na cria-

velopment (BCSD), responsável pela edição do

balhar. Dentre os inúmeros cenários listados pelo

cos na busca de soluções locais e globais que res-

ção de órgãos de proteção ambiental em diversos

livro-relatório: Mudando o Rumo: uma perspec-

relatório destacam-se as previsões de que, até

pondam à envergadura deste desafio.

países para regular e orientar ações auxiliando o

tiva empresarial global sobre desenvolvimento

2032, cerca de 70% da superfície do globo poderá

empreendedor a identificar os efeitos ambientais

e meio ambiente. A publicação acende uma dis-

estar afetada pelo impacto direto ou indireto das

do seu negócio e assim decidir a melhor maneira

cussão sobre a idéia de Justiça Econômica para as

atividades humanas.

de prevení-los e/ou gerenciá-los.

relações entre as empresas e todos aqueles que estão a seu redor: acionistas e empregados, con-

Aliar o desenvolvimento com a proteção do

Considerado este cenário e o término da vigência do Protocolo de Quioto em 2012, há agora uma grande tarefa a ser cumprida: a de garantir

Essa constatação é apresentada de forma ob-

que após este ano o mundo continue a se desen-

sumidores e vizinhos, cidades e países.

ambiente foi um dos temas centrais de outro encontro realizado na Noruega em 1986, presidido

pela natureza com o objetivo de atender às ne-

conscientização dos problemas ambientais e

O assunto extrapola a esfera das fronteiras

pela Ministra de Meio Ambiente, Gro Harlem

cessidades econômicas, sociais e ambientais dos

que, diferente de outros eventos, apresentou

territoriais e se amplia a percepção de que tudo

Bruntland, quando a Comissão Mundial sobre o

indivíduos da comunidade humana.

direcionamentos mais concretos e abrangentes

afeta a todos de maneira cada vez mais intensa e

consolidados em documentos como a Agenda

com menos tempo de absorção. Por isso, inclusi-

Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas, elaborou um documento deno-

Cabe aqui apresentar a sustentabilidade

21. Alguns resultados foram transformados em

ve, a necessidade de uma redefinição conceitual

minado Nosso Futuro Comum (1987), também

como um conceito mais amplo, intrínseco e es-

acordos e compromissos entre os países signatá-

e pragmática do clássico processo de desenvolvi-

conhecido como relatório Bruntland. Nele se

trutural ao novo desenvolvimento que se impõe:

rios para a solução ou minimização dos principais

mento consumidor de recursos naturais.

reafirmava a visão crítica do desenvolvimento

um processo contínuo e de longo prazo que, por

problemas e desafios a serem enfrentados, como

construído a partir do uso excessivo dos recursos

intermédio de acesso, conservação e reposição

é o caso da Convenção sobre Mudanças Climáti-

Abordagens mais racionais, objetivas e sis-

naturais sem considerar a capacidade de suporte

de bens, serviços e recursos é capaz de manter

cas que influenciou a elaboração do Protocolo de

têmicas dos problemas causados pela poluição e

dos ecossistemas assim como de sua incompa-

a permanência de um sistema. Sob este enfoque,

Kioto em 1997, de fundamental importância até

pelos impactos das atividades humanas sobre o

tibilidade aos padrões de produção e consumo

a sustentabilidade empresarial extrapola o papel

os dias atuais, para miminizar os efeitos e retar-

ambiente1 passam a denotar, de modo progres-

vigentes.

da indústria para além da eficiência econômica e

dar os impactos do aquecimento global.

sivo, ações mais efetivas da indústria na constru-

produtiva. Traz as dimensões ambiental e social Desse modo o relatório Bruntland acaba por lançar os pilares conceituais do desenvolvimento

para integrar uma nova forma de atuar e uma nova forma de fazer negócios.

sustentável: “aquele que satisfaz as necessidades

ção de um desenvolvimento sustentado. De um A ECO-92 sinalizaria não só as diretrizes para

modo geral, as iniciativas voluntárias de auto-

a indústria, mas serviria de bússola para governos

regulação (ISO 9000 e ISO 14000, por exemplo)

e sociedades refletirem sobre suas riquezas, não

firmam-se como o estágio mais avançado no pro-

presentes, sem comprometer a capacidade das

Em 1992, a Conferência das Nações Unidas

aquelas produzidas como um bem de consumo,

cesso de se sistematizar esforços rumo à susten-

gerações futuras de suprir suas próprias neces-

para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

mas as naturais, particulares e únicas, da biodi-

tabilidade no setor produtivo.

sidades”. Satisfaz, no sentido da aquisição quan-

(CNUMAD - ECO92), realizada no Rio de Janei-

versidade própria de cada país. Nunca, até então,

titativa e qualitativa de bens e serviços providos

ro, assinala um momento posterior de ampla

tantos haviam pensado na mesma direção.

Diante dessa evolução de posturas, a indús1

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

VALLE, C. E. Qualidade Ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

volver atendendo, pelo menos, a padrões míni-

industrial, torna evidente que as preocupações

Participar deste compromisso não é mais uma

mos de qualidade de vida.

acerca da sustentabilidade foram efetivamente

opção, mas um requisito na conquista e manu-

colocadas em pauta no planejamento das ativi-

tenção de mercados, seja em função das exigên-

Além dos resultados práticos de todos esses

dades industriais. Dentre as principais razões in-

cias legais, seja pela pressão exercida pela socie-

e outros encontros internacionais é importante

dutoras para tais iniciativas, destacam-se as se-

dade.

ressaltar um resultado indireto, mas nem por isso

guintes:

de menor importância que é o reconhecimento da necessidade de ação conjunta entre todos os

Vale aqui registrar o papel de iniciativas goAtender regulamento ambiental • Estar em conformidade com a política social da empresa • Atender as exigências do licenciamento • Melhorar a imagem perante a sociedade • Atender o consumidor com preocupações ambientais • Reduzir os custos dos processos industriais • Aumentar a qualidade dos produtos • Atender a reivindicação da comunidade • Aumentar a competitividade das exportações • Atender exigências de instituições financeiras ou de fomento • Atender pressão de organização não governamental ambientalista

vernamentais3 para estimular práticas sustentá-

diferencial de mercado tornando-se - mais que

Uma análise ainda que breve destas razões

Para uma região como a de Campinas, segun-

forte vantagem competitiva - uma premissa no

revela o setor empresarial comprometido em

do pólo industrial do país, esta constatação assu-

ambiente global de negócios.

atender as regulamentações legais para o desen-

me uma importância de grande relevância. Ações

volvimento de suas atividades e, ao mesmo tem-

e posicionamentos podem significar o rumo de

No que diz respeito ao setor industrial bra-

po, atento às exigências da sociedade e à ecoe-

sustentabilidade que a própria região vai tomar

sileiro é crescente o número de indústrias que

ficiência de seu processo. A adoção de práticas

(ou não).

adotam práticas de gestão ambiental e que já in-

sustentáveis tem se apresentado como um cami-

vestem em atividades ligadas à proteção do am-

nho fundamental para se conciliar ganhos socioe-

biente.

conômicos com a preservação do ambiente.

segmentos da sociedade que consigam dar respostas eficazes aos desafios impostos pela dinâmica histórica de desenvolvimento. Pelo setor industrial, a conjuntura imposta pelo aquecimento global impacta diretamente na governança das empresas desde o gerenciamento de riscos e zelo da imagem corporativa até a identificação de novos negócios. A cada dia se comprova com mais contundência o fato de que a atuação socioambiental responsável, além de benefícios econômicos e

veis com o objetivo de desonerar os investimentos de indústrias nacionais preocupadas com a sustentabilidade de seus produtos e processos como também para incentivar empresas que incorporem em suas ações o incentivo à adoção de práticas sustentáveis. A adoção de tais práticas traz ganhos em produtividade/lucratividade, em qualidade ambiental e de vida não somente à própria empresa, sua

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O Ciesp-Campinas: Contexto e desafio

planta e seus colaboradores, mas principalmente amplia a oferta de tais benefícios à região na qual está instalada.

Trabalhando nesta direção e colocando em pauta todas as preocupações expostas, atua o CIESP Campinas. A constante promoção de ini-

Uma pesquisa realizada pela Confederação

Estamos presenciando uma nova Revolução

ciativas para que a indústria seja um agente de

Nacional da Indústria (CNI, 2007) , assinala que

Industrial, cujas ações associam as preocupações

transformações positivas no contexto de susten-

ao identificar as principais razões para adoção de

com produtividade, eficiência econômica e qua-

tabilidade empresarial é um compromisso funda-

medidas associadas à gestão ambiental no setor

lidade com a busca do compromisso ambiental.

mental da Entidade.

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“O número de empresas que declararam ter investido na proteção do meio ambiente em 2006 subiu para 79,1%frente a um total de 76,5%, em 2005. A maior parte das empresas investiu até 3% do seu faturamento em medidas de proteção ao meio ambiente (...) Os setores de atividades que se destacaram com o maior número percentual de empresas que realizaram procedimentos gerenciais associados à gestão ambiental, em 2007, foram: Refino de Petróleo (100%), Química (84,1%), Indústria Extrativa (84,1%), Limpeza e Perfumaria (82,9%) e Alimentos (82,3%). O setor de Vestuário, ao contrário, foi o que apresentou o menor percentual (29,9%)”. (Confederação Nacional da Indústria - CNI - Sondagem Especial sobre Meio Ambiente, 2007. In: Sondagem Especial da CNI Ano 5, Nº 2 - junho de 2007). Disponível em: http://www.cni.org.br 3 Confederação Nacional da Indústria. “Crescimento. A visão da indústria” - Brasília: CNI, 2006 2

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Arquivo pessoal

socioambientais, também representa um fator

José Maria Ferraz Penteado Bueno Empresário, Diretor Titular DIR (Departamento de Integração Regional) 2001-2004, Diretor titular Ciesp-Campinas 1992-1995, Co-fundador do Gênese - Grupo de Estudos e Negócios dos Setores Empresariais.

A indústria paulista é privilegiada por contar com uma entidade que tem a força de representação do sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/ Senai. Claro que esta força se construiu e se constrói por pessoas. Tendo sido por um período diretor de Integração Regional do Ciesp percorri o estado e testemunhei a riqueza e a diversidade de nossa indústria. Somar e convergir este patrimônio é uma missão importantíssima da Entidade. Em Campinas, uma região onde a indústria tem uma participação tão preponderante, é ainda maior a responsabilidade do Ciesp . Penso que construir solidamente a confiança entre os associados e o empresariado local por intermédio da competência e dedicação de seus representantes é o único caminho que permitiu ao longo desses quase sessenta anos e permitirá ao Ciesp Campinas exercer com eficiência e reconhecimento seu papel de genuíno porta-voz da indústria da região.


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CAPÍTULO 2

Ciesp-Campinas: contexto e desafio

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

É fato que hoje a indústria não pode ser concebida simplesmente como um agente transformador de recursos mas como uma organização sociopolítica com grande influência nos destinos da sociedade. A indústria paulista responde por quase 40% do PIB brasileiro (IBGE, 2004). Para além da expressão percentual, isto significa uma grande responsabilidade do setor industrial nos rumos de desenvolvimento no estado e no país. Tal vocação delega ao sistema FIESP/CIESP/ SESI/SENAI, como genuíno representante da indústria paulista, um papel fundamental. O CIESP Campinas tem o privilégio de se situar em uma região que se consolidou como um importante pólo no processo de desenvolvimento econômico, tecnológico, científico e industrial do país. Frente a uma conjuntura tão favorável, os desafios que se apresentam têm semelhante envergadura. Prestes a completar seus 60 anos em 16 de dezembro de 2009, o CIESP Campinas tem se posicionado, por intermédio de crescente representatividade, participação política, inserção comunitária e prestação de serviços - como interlocutor e indutor de sustentabilidade empresarial em suas dimensões econômica, ambiental e social.

P

ara compreender o CIESP Campinas é fundamental conhecer melhor a região que o abriga: seu Estado, as cidades, as

indústrias e a sua história singular. Dados que apontam o Estado de São Paulo como responsável por cerca de 1/3 do PIB agroindustrial brasileiro ou como o lugar que concentra aproximadamente 30% de todos os investimentos privados realizados nacionalmente1 evidenciam a história de trabalho e de conquista da região. A consolidação destes números é movida por uma força motriz, que faz deste Estado do Brasil o maior centro de desenvolvimento da América Latina, com 645 municípios e cerca de 40 milhões de habitantes.

“A maior liberdade de mercado implica maiores responsabilidades.” (Gro Harlem Bruntland)

O processo de industrialização desta região do país foi construído a partir de muito trabalho e com adaptações às mudanças sociais e políticas ocorridas no Brasil e no mundo, construindo o ce-

Revista Hoje CIESP Campinas - nº 68/Encarte Meio Ambiente 14ª Edição - Janeiro/2005

nário econômico e social atual do Estado. O foco Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). Página visitada em 01 de setembro de 2009. 1

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Ciesp-Campinas: contexto e desafio

agroexportador de sua economia foi modificado no início do século XX pela dificuldade de se esta-

Ciesp-Campinas: contexto e desafio

Godoy & Valbert, a primeira fábrica de tecidos elásticos da América Latina: tempos de industrialização3

meira Guerra Mundial (1914-1918), fato que incentivou o desenvolvimento de indústrias locais.

Divulgação

Divulgação

belecer o comércio internacional em razão da Pri-

O empresariado passou então a voltar-se para território local e regional de atuação, muito em função das dificuldades inerentes em se realizar negócios com outras partes do mundo que estavam envolvidas na busca de soluções para os danos causados pelo conflito bélico na Euro-

Rogério Capela/AAN

pa, e que teve seus reflexos e conseqüências em todo o planeta. A saída então foi desenvolver as indústrias localmente, impulsionadas pela am-

Região Metropolitana de Campinas

pliação da malha rodoviária no País, que saltaria de 113.570 quilômetros em 1928, para 258.390

Figura 2.2 Sede Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai em São Paulo e sede do Ciesp-Campinas

(em 1939) e 400 mil (em 1955). Em proporção

Sede do Ciesp-Campinas

semelhante também cresceria o número de caA década de 20 foi, portanto, marcada por

minhões em circulação: de 54.842 em 1939 para

Paulo” (FIESP).

consolidação de gestão descentralizada, decide

acontecimentos importantes que impulsionaram

cerca de 210 mil em 19512.

No ano de 1949 o CIESP, em um processo de

e fortaleceram o processo de industrialização no

Após tentativas de seus líderes em voltar

expandir suas ações para impulsionar o desen-

Em 1920, enquanto a Ford recebia a conces-

Estado, como o “crack” da bolsa de Nova Iorque

as atividades originais em 1942 o CIESP passou

volvimento localmente. São criadas as Diretorias

são para montar automóveis em São Paulo, Cam-

em 1929 e a instituição da República Nova, niti-

a ter diretorias próprias e a cuidar de estudos

Regionais que têm a missão de falar pela indús-

pinas, por iniciativa do vereador Álvaro Ribeiro,

damente ancorada na industrialização.

econômicos e legislativos enquanto a FIESP cui-

tria local e influir sobre as decisões dos poderes

dava de assuntos institucionais e de mobilização

públicos, preservando os interesses da indústria

publicava a resolução 606, que dava incentivos para as indústrias se instalarem na cidade. Já

É assim que em 1928 é fundado o Centro das

industrial. Hoje, as atribuições da FIESP mudaram

e de seus associados. A descentralização das ati-

era um sinal de que as lideranças locais estavam

Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), uma

acompanhando as demandas do setor industrial

vidades teve como principal meta regionalizar os

atentas à emergência da industrialização e da

sociedade civil sem fins lucrativos, criada para

do país, ampliando o escopo de seus objetivos

serviços prestados às empresas associadas (as-

necessidade de mudanças. Neste mesmo ano é

articular ações entre empresas industriais e suas

enquanto principal interlocutora do setor produ-

sessoria nas áreas jurídico-consultiva e técnica,

inaugurada no município a primeira fábrica de

controladoras, associações ligadas à indústria e

tivo representando 132 sindicatos patronais, que

econômica, comércio exterior, infra-estrutura,

tecidos elásticos da América Latina, a Godoy &

demais empresas, congregando aos interesses

representam cerca de 150 mil indústrias de todos

tecnologia industrial, responsabilidade social,

Valbert, na Rua José Paulino. A fábrica permitiu a

mútuos relacionados à indústria. Em 1931 o de-

os portes e das mais diferentes cadeias produti-

meio ambiente, crédito, pesquisas, feiras, simpó-

substituição das importações de tecidos elásticos

creto que instituiu um modelo sindical baseado

vas. Além de representar as categorias de clas-

sios, rodadas de negócios) e desenvolver projetos

que era feita principalmente da Inglaterra, Suiça

em associações de classe, Federações Estaduais e

se defendendo seus interesses a FIESP também

com foco na melhoria da qualidade de vida na re-

e Itália. A era dos barões do café chegava ao seu

Confederações, fez com que o Centro das Indús-

atua como órgão técnico e consultivo, administra

gião. Atualmente são 42 núcleos espalhados pelo

trias do Estado de São Paulo passasse a se cha-

o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -

Estado, que congregam cerca de 10 mil empresas

mar “Federação das Indústrias do Estado de São

SENAI e o Serviço Social da Indústria - SESI.

associadas. O CIESP Campinas é um deles.

fim. Campinas iniciava sua marcha da industrialização e se preparava para os novos tempos. 2

Figura 2.1 Regionais Ciesp no Estado de São Paulo. (Ciesp, 2008)

Matéria Correio Popular (04/02/2000)

22

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

FIGURA 2.2 Sede FIESP/CIESP/SESI/SENAI em São Paulo e sede do CIESP Campinas.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Ciesp-Campinas: contexto e desafio

Ciesp-Campinas: contexto e desafio

Porém não é todo dia que se consegue fazer

período da cana-de-açúcar, da agro-indústria ca-

E é aqui que se encontram a Regional CIESP

gunda mais importante do Estado de São Paulo.

com que um lugar prospere e, além disso, que

feeira, da industrial e atualmente também vem

Campinas e a Região Metropolitana de Campinas

Vale dizer que apenas Campinas, considerada a

possa ser o responsável por estabelecer padrões

sendo considerada como pólo de alta tecnologia.

(RMC), ambas compostas por 19 municípios, em-

cidade-sede da RMC, responde por R$ 4,9 bilhões

bora não coincidentes, mas que consolidam uma

de reais do valor adicionado ao PIB nacional .

de produção industrial para os demais, como

5

e aprimoramento de suas atividades.

tabelecidas na região criam uma teia de relações e um fluxo de pessoas e mercadorias na região

A história nos mostra que a região de Cam-

que favorecem e diferenciam este pólo industrial

pinas adaptou-se às mudanças e consolidou sua

de outros. Ao mesmo tempo, delegam um papel

marcha rumo ao desenvolvimento, tornando-se

de representatividade e atuação mais decisivo ao CIESP Campinas como seu interlocutor.

uma espécie de viga-mestra. Inegavelmente há

Resultados desse processo apontam a região

leitura regional comum, expressa numa infra-es-

que haver uma série de “coincidências” bem-vin-

administrativa de Campinas – composta por 83

trutura invejável: desde uma excelente logística

Ainda hoje o interior paulista continua a cres-

então uma das cidades que melhor representou

das, a começar pela própria posição estratégica

municípios, 19 deles integrantes da região me-

aeroportuária, rodoviária e ferroviária, até uma

cer atraindo empresas de todos os portes, micro,

a ascensão da indústria no Brasil. Hoje a região

de “boca do sertão e ao mesmo tempo porta de

tropolitana de Campinas (RMC) – como uma das

grande base de pesquisa e desenvolvimento tec-

pequenas, médias e grandes indústrias que con-

possui um dos mais diversificados e complexos

O CIESP Campinas atua prestando serviços

acesso ao litoral” , como é o caso da região de

mais desenvolvidas do Estado, com grande con-

nológico, com instituições de ensino de renome

tam com o suporte do Centro das Indústrias do

parques industriais. Por outro lado, todas as re-

de assessorias jurídica, técnica e econômica em

Campinas.

centração industrial e agropecuária no país.

internacional. Este perfil faz desta região a se-

Estado de São Paulo - CIESP, para a consolidação

lações decorrentes das atividades comerciais es-

19 municípios, entre eles: Águas de Lindóia, Am-

4

Em razão de sua localização estratégica, próxima ao centro industrial e comercial de São Paulo e de sua excelente logística aeroportuária,

Região Metropolitana de Campinas

Participação por Segmento Industrial

rodoviária e ferroviária, Campinas consolidou-se ao longo dos anos como um importante pólo no processo de desenvolvimento econômico paulista. A região de Campinas possui uma malha rodo-ferroviário bem desenvolvida que garante a conexão com os mais importantes centros regionais do país como a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), Sorocaba, Vale do Paraíba, Rio de Janeiro, Paraná, Triângulo Mineiro, Sul de Mi-

Cidades que integram a Regional CIESP Campinas RMC (Região Metropolitana de Campinas)

nas e Mato Grosso. Porém é importante relembrar que esta vantagem logística foi construída em função da privilegiada localização de Campinas e região que permitiu o avanço dos paulistas à Goiás, e de Campinas para Sorocaba, norte do Paraná, Vale do Paraíba, litoral e Rio de Janeiro, e mais tarde para São Paulo e para o porto de Santos,favorecendo uma malha estratégica de acessos e caminhos essenciais ao escoamento da produção e formação do parque industrial. A participação das atividades econômicas da região foi marcante em diversos períodos: no 4

Figura 2.3 Região Metropolitana de Campinas e Regional Ciesp-Campinas

Gomes, Eustáquio; Região Metropolitana de Campinas – Caminhos de Futuro; Campinas 2008

24

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Figura 2.4 Distribuição por segmentos produtivos dos associados ao Ciesp-Campinas

5

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Fonte: Seade - PIB e Participação no Total Municípios Selecionados do Estado de São Paulo 2006

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Ciesp-Campinas: contexto e desafio

paro, Artur nogueira, Campinas, Conchal, Estiva

Mobiliário; Papel e Papelão; Químico e Petroquí-

Gerbi, Holambra, Hortolândia, Itapira, Jaguariú-

mico; Vestuário; Produção de Materiais Plásticos;

na, Lindóia, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Paulínia,

Produção de Minerais não Metálicos; Piscicultu-

E hoje, frente aos novos desafios impostos

Pedreira, Santo Antonio de Posse, Serra Negra,

ra; Comércio Atacadista e Varejista; Entidades

pelos impactos ambientais globais e pela crise

Sumaré e Valinhos.

de Classe; Prestadores de Serviços ligados à In-

econômica emergente, qualquer desenvolvimen-

dústria e Diversos. Esta formação rica e diversa

to só faz sentido se tiver a sustentabilidade por

Fazem parte de seu elenco 527 empresas

(FIGURA 2.4) compõe uma realidade industrial

princípio. Com esta preocupação, FIESP e CIESP

associadas, sendo 56 delas multinacionais (Fon-

muito singular, e confere ao CIESP Campinas uma

promovem ações com foco na construção de

te CIESP Campinas dez. 2008). E das associadas,

responsabilidade ainda mais relevante na missão

um desenvolvimento sustentável e para isso de-

159 são exportadoras, que além de contribuírem

de ser um agente indutor de desenvolvimento.

fendem e conciliam os interesses e negócios da

para o desenvolvimento econômico local e regio-

trimestre de 20096.

indústria, missão de todos os Departamentos de As ações do CIESP Campinas em seus 60 anos

Meio Ambiente do sistema FIESP-CIESP.

que também transmite valor à esta região. Jun-

de atuação atingiram resultados significativos no

tas, empregam 83.355 funcionários. No CIESP-

desenvolvimento da região, colocando-o na ter-

Convicto desta premissa e dos apelos globais

Campinas, estão representados os seguintes seg-

ceira posição do ranking das 39 unidades regio-

pela preservação ambiental, e consciente da in-

mentos: Metalúrgico; Farmacêutico; Alimento;

nais que juntas representam US$ 9,8 bilhões do

fluência socioeconômica dos negócios para além

Têxtil; Mecânico; Madeireiro; Bebida; Gráfico;

montante exportador estadual responsáveis por

dos limites municipais, o CIESP Campinas cria em

Construção; Calçado; Autopeça e Transporte;

8% do total vendido no estado e por 31,5% do

2002 o seu Departamento de Meio Ambiente

Elétrico, Eletrônico e de Comunicação; Borracha;

total vendido no Brasil no mercado global no 1°

(DMA).

3

Compromisso ambiental promovendo negócios

FOTO COM BAIXA QUALIDADE

Arquivo 3M St Paul MN USA

nal, também apresentam no exterior uma marca

3

Departamento de Meio Ambiente (DMA):

Er de Oliveira Vice President, 3M Engineering, Diretor adjunto do DMA CIESP Campinas 2002 - 2008

Dados levantados pelo Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depecon) do Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp e Fiesp) com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apresentados pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística, em notícia publicada em 15/5/2009 disponível em: http://www.ntcelogistica.org.br/noticias/materia_completa.asp?CodNoti=34409 FIGURA 2.1 Regionais CIESP no estado de São Paulo. (CIESP, 2008) 6

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

O DMA - Departamento do Meio Ambiente - foi criado em 2002, em um momento em que a sociedade sinalizava claramente a importância da inclusão do conceito da Sustentabilidade no planejamento de negócios das empresas. Nesse processo de evolução, o DMA desempenhou um importante papel de facilitador, buscando trazer para a prática os fundamentos básicos de sustentabilidade. Entre outras ações, viabilizou um espaço no qual as empresas associadas, em diferentes estágios de implantação de práticas sustentáveis, pudessem partilhar suas experiências, analisar os casos de sucesso e replicá-los de acordo com a realidade de suas organizações. Foi um processo de aprendizado sempre com foco na preservação ambiental mas com evidências concretas de que a sua prática é um componente de adição de agregação de valor para as empresas e a comunidade. Esses foram os primeiros passos, cadenciados mas efetivos na busca do desenvolvimento equilibrado e que contribuiu para a incluir a sustentabilidade na agenda das empresas da nossa região.


3

3

CAPÍTULO 3

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Construir um compromisso coletivo em que a excelência ambiental e a sustentabilidade norteassem as ações e inspirassem um novo jeito de fazer negócios no setor empresarial: com esta visão o Departamento de Meio Ambiente (DMA) do CIESP Campinas foi criado em 2002. Consideradas a riqueza e complexidade do estado de São Paulo e da região de Campinas, cujos desafios são potencializados por uma situação global que clama por soluções emergentes e inovadoras, propôs-se concretizar um centro de referência e estímulo a práticas, projetos e ações sustentáveis que pudessem adicionar valor aos negócios, às organizações e à comunidade locais. Em seus primeiros 6 anos de existência, buscando corresponder ao rico legado de 60 anos do CIESP Campinas, o DMA teve no fortalecimento do espírito cooperativo em suas relações um princípio fundamental para sua consolidação.

S

e as iniciativas empresariais no âmbito ambiental nas décadas de 80 e 90 ainda eram predominantemente motivadas por

pressões regulatórias, a conjuntura global no início dos anos 2000 sinaliza uma forte mudança referente à incorporação da questão ambiental no planejamento de negócios. Um indicativo é, por exemplo, a evolução no número de empresas com certificação ISO 14000. Este número saltaria de 100 empresas em 1999 para 1500 empresas em 2004 (RMAI, 2004). Todavia, ao se considerar como critério a adoção desta mesma certificação como etapa indicativa do estágio de incorporação da variável ambiental pelas empresas na área de atuação do CIESP Campinas tinha-se que, do total de empresas associadas, apenas 27% das grandes

“Só o entendimento do papel social da empresa, tanto como geradora de renda, como responsável pelo meio ambiente e preocupada com o desenvolvimento social, conduz ao sucesso nos negócios.” (Martin F. Altorfer - Holcim Brasil S.A.) Revista Hoje CIESP Campinas nº 64/Encarte Meio Ambiente 11ª Edição - Março/2004

empresas contavam com Certificação ISO 14.001 frente a somente 2% entre as pequenas empresas (CIESP, 2004). Tais números evidenciavam ao mesmo tempo a dimensão do desafio para a Entidade. Posicionar-se como um agente impulsionador de mudanças para a sustentabilidade empresarial na região, viabilizar um espaço no MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

qual representantes das empresas associadas pudessem se conhecer, discutir seus desafios ambientais, identificar interfaces comuns e propor encaminhamentos por meio da representatividade institucional da Entidade: esta era a missão que se impunha. A partir desta visão e vocação é que o Departamento de Meio Ambiente (DMA) do CIESP Campinas foi pensado e desenvolvido a partir de 2001. Em 22 de março de 2002, Dia Mundial da Água, o novo DMA é apresentado à comunidade local. A criação do DMA teve o apoio e estímulo

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

“Reconhecemos a relevância social e técnica da matéria meio ambiente para a Regional e seus associados, motivo maior pelo qual recomendamos a criação de uma estrutura própria e diretoria específica para a área. Coube a Marlúcio Borges o convite para criar e dirigir o DMA deste então. Houve um consenso, tanto da área Jurídica como da Diretoria Titular, sobre a importância de se estruturar a Entidade para incluir um tema tão essencial para a sociedade e para os negócios como é a questão ambiental. Fazia muito sentido, especialmente em uma região como a de Campinas e para o próprio CIESP, consolidar este segmento”

fundamentais do então diretor-titular do CIESP Campinas Francisco Oliveira Lima Filho (gestão 2001-2004) e de seu diretor-titular do Departa-

Dr. Orlando Bueno, diretor do Departamento Jurídico do CIESP nas gestões 2001/2004 e 2004/2007

“No ano de 2002, durante a Gestão da Diretoria do CIESP-Campinas (2001 - 2004) da qual eu fazia parte como Diretor-Titular junto com os meus companheiros diretores-adjuntos Antonio Carlos Reinholz e Wladimir Tadeu Mantovani (em memória), nós da Diretoria consideramos indispensável transformar a área de Meio Ambiente - que na época era uma das divisões do Departamento Jurídico da entidade - em um Departamento, pois o mundo já sinalizava a necessidade de mudanças na gestão empresarial em relação à questão ambiental.

mento Jurídico, Dr. Orlando Bueno. Ambos en-

Acreditamos no sucesso nessa iniciativa de criação do Departamento, pois tínhamos de um lado a necessidade do mercado e de outro, no próprio CIESP-Campinas, um diretor da área ambiental capacitado e interessado: Marlúcio Borges, que aceitou o desafio e foi nomeado Diretor do novo Departamento de Meio Ambiente.

paradigma instalado no qual a questão ambien-

O Ciesp-Campinas é hoje referência na área ambiental para o Sistema Fiesp/Ciesp, graças ao trabalho eficiente, dinâmico e responsável que o Departamento de Meio Ambiente tem realizado desde 2002. Concluo parabenizando todos os que contribuíram e contribuem para a construção dessa história de sucesso, que com certeza ainda está apenas no começo.”

Um longo e desafiador caminho se desdobrava à

Francisco de Oliveira Lima Empresário; Diretor Titular CIESP Campinas 2001 - 2004

ações interligadas, nortearam o plano de gestão

dossaram e incentivaram a proposta de se evoluir à criação de um departamento com foco na questão ambiental e em seu papel na governança corporativa de modo a atender uma demanda crescente dos associados do CIESP Campinas e da Região. Como primeira regional CIESP fora da capital a se estruturar organizacionalmente e criar um Departamento específico para atender a temática ambiental iniciaram-se as primeiras articulações em torno da necessidade de se mudar o tal é apreendida como um custo adicional a ser internalizado ao processo. Era o momento de reconhecer a necessidade de se olhar adiante e para além do âmbito interno das atividades e processos industriais. De se enxergar a prática da sustentabilidade como uma plataforma imprescindível ao desenvolvimento. E de fomentá-la. frente. A criação do Departamento de Meio Ambiente (DMA) em 2002 consolidava o compromisso assumido pelo CIESP Campinas de promover ações que inspirassem um novo jeito de fazer negócios no qual a excelência ambiental se firmava então, como um fator de competitividade. Três da nova área que surgia: conhecer, capacitar e fortalecer. Sem conhecer os associados - identificá-los

Divulgação

quanto ao seu grau de envolvimento com o tema

UM POUCO DE HISTÓRIA Em 2001, às primeiras quintas-feiras de cada mês, um pequeno grupo de cinco a dez representantes de empresas locais, se reunia para discutir as questões ambientais marjoritariamente vinculadas ao atendimento à legislação. Era a Divisão de Meio Ambiente, incentivada e coordenada pela Dra. Cleusa Hércoli, da Rigesa. Originalmente uma Divisão do Departamento Jurídico do CIESP Campinas, então dirigido pelo Dr. Orlando Bueno, as reuniões passaram a abordar um volume crescente de assuntos, de competências e de pessoas. Troca de informações, de experiências, de alternativas técnicas e procedimentais passaram a se intensificar e se sistematizar no Grupo. Num momento em que o conceito de meio ambiente estava automaticamente vinculado a custo adicional ao processo, novas abordagens, novos caminhos de internalização da questão ambiental no planejamento de negócios das empresas, começaram a tomar corpo. Um novo valor passou a ser gerado e com ele a semente para o futuro Departamento de Meio Ambiente.

ambiental e permitir que eles conheçam o DMA identificando-o como parceiro e apoiador de seu

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

negócio - qualquer outra ação de capacitação e

só a evolução das exigências legais mas as ten-

Ambiente, de informações relevantes à temáti-

fortalecimento não é capaz de atingir integral-

dências e mudanças globais e seus reflexos para

ca ambiental sob o ponto de vista da indústria,

mente seus objetivos.

a sustentabilidade empresarial, observando-se

como legislação, normas, projetos e tecnologias.

aqui a amplitude da definição já apresentada anDiante da diversidade e complexidade, tanto

teriormente a este conceito.

do parque industrial como dos aspectos adminis-

De maneira macro-conjuntural, as ações do DMA buscaram acompanhar também as mudan-

trativos e geográficos da região, é fundamental

Neste contexto, inserem-se também ações

ças políticas e econômicas de ordem mundial,

conhecer as especificidades locais e regionais e

pontuais como respostas a consultas de associa-

como no caso do tratamento dos Resíduos de

diagnosticar potencialidades e vulnerabilidades a

dos por intermédio de profissionais qualificados,

Equipamentos Elétricos e Eletrônicos – EEEs. Fo-

fim de promover iniciativas condizentes com a re-

difusão de conceitos e práticas, promoção de

ram publicadas e divulgadas informações sobre

alidade local. O conhecimento sistêmico das dife-

eventos como workshops e debates com a par-

normas da União Européia (EU) que tinham como

rentes realidades possibilita a mudança de ações

ticipação de convidados de renome, capacitação

objetivo encorajar os países a desenvolveram

não apenas para o atendimento de exigências le-

de representantes empresariais para os diversos

seus produtos passíveis de reciclagem. Assim,

gais, mas também para a integração do dia a dia

fóruns e colegiados nos quais a indústria parti-

de modo antecipatório o DMA buscou incentivar

das indústrias ao contexto sócioespacial e econô-

cipa além da publicação regular na Revista Hoje

ações que não limitassem as exportações e res-

mico no qual estão instaladas. Desse modo, exer-

do CIESP Campinas, em seu encarte de Meio

tringissem o desenvolvimento de determinados

cendo seu papel, o CIESP poderia consolidar os benefícios obtidos pela adoção de práticas sustentáveis levando-os às empresas, ao ambiente

Ao capacitar seus associados em diversos

Divulgação

e às pessoas.

temas relativos à sustentabilidade de suas ativi-

Abaixo, encontram-se elencados os principais assuntos que compuseram estas ações ao longo destes seis anos e que acabam também, por desenhar um perfil temático deste período:

• Diretrizes, procedimentos e compromissos com o desenvolvimento sustentável preconizados pela Agenda 21 • Modelos de Gestão Ambiental • Apresentação de informações de relatórios produzidos nos grupos de trabalho da “Mesa Redonda Paulista de Produção + Limpa” (lançada em julho de 2002) • Eliminação do Cloro Flúor Carbono (CFC) - Protocolo de Montreal - 1987 • Normas que classificam e regulamentam o gerenciamento de resíduos sólidos, industriais e eletrônicos. • Soluções inovadoras no tratamento de resíduos - plasma térmico) • Tecnologias não poluidoras • Orientações para a realização do licenciamento ambiental, a fim de assegurar a prevenção dos impactos de atividades potencialmente poluidoras • Necessidade de outorga de direito de uso dos recursos hídricos para garantira uso adequado e a disponibilidade hídrica da região • Redução da geração de biossólidos • Captura e armazenamento de gás carbônico para mitigar o efeito estufa - aquecimento global, áreas verdes e fixação de carbono, projetos de MDL, crédito de carbono • Experiências no controle de não-conformidade e ações corretivas e preventivas • Técnicas de tratamento de efluentes líquidos e gasosos • Desafios e orientações para o gerenciamento de lixo tecnológico • Atualização das resoluções CONAMA referentes a classificação dos corpos hídricos • Decretos e outras normas legais que regulamenta as emissões atmosféricas • Programas de Reduções de Emissões Atmosféricas (PREA-Cetesb) • Marcos regulatórios e diretrizes para monitorar emissões atmosféricas - evolução técnica e regulatória • Participação do Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do DMA na revisão do plano Diretor de Campinas (2006) - desenvolvimento com foco no desenvolvimento regional sustentado • Instrumentos de Gestão Ambiental como Análise do Ciclo de Vida (ACV) • Informações dos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.

dades, desde aspectos legais e conceituais aos técnicos e operacionais, as ações desenvolvidas pelo DMA buscaram subsidiar o suporte à decisão no enfrentamento de questões estratégicas nas organizações. Nesse intuito, abordagens atualizadas, consagradas e inovadoras constituíramse em vigas-mestras no processo de capacitar. O estímulo à cultura da prevenção, tendo como protagonista a produção mais limpa (p+l), constitui-se, sem dúvida, em um exemplo de iniciativa que tornou-se bandeira do DMA. Em seu exercício de capacitar, o DMA realizou ações para disseminar informações e qualificar seus desdobramentos, acompanhando não 32

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Evento sobre mudanças climáticas no CIESP Campinas em maio de 2007 com os convidados ao centro, a partir da esquerda: José Marengo (INPE), Edson Ferreira (I.V.A.) e Sergio D’Amore (Rhodia) ladeados por Marlúcio Borges e Jorge Galgaro

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

setores produtivos frente à nova ordem mundial

com pessoas, empresas, instituições tem sido a

ambientais estratégicas do município é essencial

Projetos e iniciativas específicos com outras

Não menos importante, tem sido a atuação

âmbito externo, no tipo de relação das empresas

instaurada.

ferramenta-chave do DMA ao longo de seus pri-

à Entidade para uma atuação sintonizada à reali-

entidades indutoras de sustentabilidade, compu-

cotidiana do DMA que busca sempre imprimir à

com as partes interessadas, notadamente no que

meiros seis anos de existência.

dade local.

seram também parte importante das ações do

cooperação, um elemento imprescindível para

se refere às pequenas empresas – para as quais

DMA e serão tratados dedicadamente no capítu-

fortalecer a atuação sustentável junto as em-

a dimensão da dificuldade de acessar e praticar

lo de projetos e parcerias.

presas associadas. Tal abordagem é preconizada

a sustentabilidade é diretamente proporcional

Com foco local, na questão de Recursos Hídricos, por exemplo, tema absolutamente crucial

O diálogo com órgãos públicos e privados

Com o Órgão Ambiental, o distanciamen-

à região dada a sua crítica disponibilidade e sua

e a busca de atuações convergentes que geras-

to do início foram gradativamente substituídos

tanto no âmbito interno das organizações - no

ao seu grau de importância para a sobrevivência

natural importância estratégica - a capacitação

sem incrementos positivos à sustentabilidade, foi

pela aproximação e construção de uma agenda

modo de assimilar e conduzir práticas sustentá-

destas empresas.

tem sido fundamental. Desde eventos nos quais

uma constante neste período. Em reuniões com

positiva. Inúmeros foram os motivos e ocasiões

se objetivou ampliar a conscientização do setor

a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente –

em que representantes da CETESB e DMA CIESP

industrial sobre a importância na otimização

SEPLAMA da Prefeitura Municipal de Campinas,

Campinas se reuniram. Desde eventos celebrati-

do uso deste recurso e a apresentação dos ins-

o Plano Diretor da cidade pôde ser amplamente

vos como o da Assinatura da Declaração Interna-

trumentos para seu uso racional, até cursos de

discutido. Em 2006, o próprio secretário munici-

cional de Produção mais Limpa em 2005 e even-

capacitação de representantes industriais nos

pal Sr. Márcio Barbado esteve no CIESP Campinas

tos sobre Recursos Hídricos e de Produção mais

Comitês de Bacia. Vale aqui ressaltar a relevante

para apresentá-lo assim como para discutir os di-

Limpa que tiveram a presença de seu então pre-

cooperação do Comitê das Bacias Hidrográficas

versos pontos levantados pela comunidade em-

sidente Fernando Rei em 2003 a reuniões de tra-

do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH – PCJ) cujos

presarial presente.

balho e palestras técnicas nas quais o DMA CIESP

estiveram presentes ao CIESP

Campinas, associados e a comunidade puderam

Campinas sempre que convidados a expondo e

contar com a presença e contribuição de técnicos

discutindo temas vinculados ao uso da água, seja em eventos específicos da Entidade ou em reuniões ordinárias de trabalho do DMA. Igualmente, é importante registrar o importante apoio operacional e técnico concedido pelo Departamento de Meio Ambiente da Fiesp por intermédio de seu gerente Nilton Fornasari e por todos os seus principais especialistas nos diversos eventos temáticos que conduzimos na entidade: Anicia Pio, Luciano Coelho, Maria Cristina Murgel, Maria Marta Vasconcelos e Ricardo Garcia. A cooperação, por sua vez, constituiu premissa essencial para o objetivo de fortalecer -

"Para que o poder público se consolidasse como agente ativo do Desenvolvimento Econômico Sustentável, no processo de construção do Plano Diretor da cidade de Campinas, foi preciso trabalhar de fora para dentro, e neste contexto o Ciesp-Campinas, através de seu Departamento de Meio Ambiente, participou e contribuiu com propostas de especial importância para o município." Marcio Barbado (Presidente do Centro de Negócios e Informação de Campinas, Secretário Municipal da SEPLAMA - Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campinas, 2005-2007)

terceira ação do plano de gestão do DMA. Se na

especialistas, gerentes e diretores da CETESB. Não foi diferente com o setor acadêmico. O intercâmbio de informações e iniciativas com representantes da Academia, amplamente reconhecido como propulsor de desenvolvimento, foi também cultivado pelo DMA como um canal importante para alavancar inovações e negócios. Em uma destas oportunidades, em 2007, um evento específico foi realizado de modo a permitir a interação de experiências de empresas e de universidades tendo como tema diretriz a produção mais limpa como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis. Empresas da

Ricardo Rodrigues Ribeiro, EHS - Latin America, E&S and Sustainability - 3M Brazil, Diretor Adjunto DMA Ciesp Campinas

região como 3M, Rigesa, Villares Metals, Rhodia

natureza toda competição está intricadamente

No Conselho Municipal de Meio Ambiente

e ICAPE e universidades como Unicamp e UNIP

ligada à cooperação, para o setor empresarial e

de Campinas – COMDEMA , o CIESP Campinas

apresentaram seus casos e discutiram juntamen-

para um tema com um grau de transversalidade

tem, desde 2002, seu representante por inter-

te com o público convidado novos caminhos e

como o ambiental – esta afirmativa não poderia

médio do DMA. O permanente intercâmbio de

avanços para a sustentabilidade na produção e

ser diferente. O espírito cooperativo nas relações

informações acerca das grandes questões socio-

no consumo.

João Batista

representantes

"Tenho acompanhado mais de perto o trabalho do DMA CIESP Campinas nos últimos três anos e durante este período pude perceber a importância que o departamento tem para a região. Através de diversas atividades realizadas em seus seis primeiros anos de história o departamento se firmou como um pólo de informação, ação e aglutinação de profissionais de meio ambiente das principais empresas da região metropolitana de Campinas, ajudandoas a trilhar por um caminho mais sustentável e adequado a realidade atual do mundo empresarial. O DMA tem sido também para todo o sistema CIESP/FIESP um bom exemplo de inovação e determinação no encaminhamento das questões ambientais. As empresas e toda a sociedade têm se envolvido cada vez mais no debate de como chegar a um mundo mais sustentável, e seguramente o DMA CIESP Campinas tem dado sua efetiva contribuição para este debate e para a implementação de ações concretas que ajudaram as empresas a alcançar este objetivo."

veis em todos os níveis hierárquicos – como no

Velhas Árvores (Olavo Bilac)

Olha estas árvores, mais belas Do que as árvores moças, mais amigas, Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas... O homem, a fera, o inseto, à sombra delas Vivem, livres da fome e de fadigas: E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas Não choremos, amigo, a mocidade! Envelheçamos rindo. Envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem, Na glória de alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!

“Seo Rosinha”: Jequitibárosa de aproximadamente 180 anos que reina no Paço Municipal de Campinas.

Luiz Granzotto/PMC

34

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

"Na era da sustentabilidade, combater o desperdício de matéria prima, água, ar e energia passa a ser um compromisso de todos. Ao usálos de maneira consciente, com equipamentos e hábitos de consumo adequados a indústria torna-se uma importante aliada a prática da sustentabilidade em um mundo que está em pleno desenvolvimento, porém, com seus recursos naturais cada vez mais escassos. Assim como uma das funções do Departamento de Meio Ambiente, a importância desta publicação é fomentar a adoção de atitudes empresariais sustentáveis, transformando desafios em oportunidades, promovendo não só ganhos financeiros para as empresas, mas também, fazer a diferença na preservação do planeta."

As mudanças relativas à percepção da questão ambiental passaram também a ser incorporadas no âmbito de operação interna da Regional Campinas.

"Entender a área ambiental e trabalhar da melhor forma com as questões que a envolvem são ações necessárias a qualquer empresa. Internamente, passamos pelo mesmo processo. O estímulo foi crescente ao percebermos que os associados foram notadamente beneficiados pelo empenho desse novo braço da Regional e pelos resultados - que nunca param. O departamento tornou-se modelo pela sua atuação e competência. Para mim, é um orgulho fazer parte dessa história."

e instituições que acreditaram na proposta de trabalho do DMA e aceitaram o convite de contribuir e compartilhar seu conhecimento e experiência. Graças a elas, trilhar um caminho que não foi e não será fácil mas permeado de conflitos e resistências, tem sido uma missão cada vez mais estimulante. Por outro lado, atingir gradativamente os objetivos de aumentar a competitividade industrial de modo integrado à proteção do ambiente e à promoção da qualidade de vida das pessoas só reforça e renova o compromisso do DMA de inovar e se inovar na busca de caminhos e soluções para a sustentabilidade empresarial e para o desenvolvimento regional.

que maneira sucinta, sem conseguir contemplar a integralidade de agentes e ações que participaram da construção do DMA em seus primeiros seis anos, a estrutura, as frentes temáticas e as iniciativas mais representativas. Roberto de Biase

Roncon & Graça Comunicação

Luiz Alberto Soares Souza - Empresário (Metalúrgica DDL), Diretor Titular CIESP Campinas 1998-2001 e 2004-2007)

Francisco Raymundo de Cerqueira Neto CEO - PRSI Pasadena Refining System, Inc., Gerente Geral da Refinaria de Paulínia Replan 2005-2008

Se na gestão de Francisco de Oliveira Lima Filho como diretor-titular (2001-2004) o DMA foi criado e iniciou sua trajetória de consolidar a questão ambiental como fundamental ao planejamento estratégico das empresas, na gestão de Luiz Alberto Soares Souza (2004-2007) e de Natal Martins (2007-2011) – o processo evolui e a sustentabilidade empresarial passa a orientar de forma pragmática a atuação do Departamento.

36

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

3

3.1

Os capítulos seguintes abordam, ainda de

Paula Carvalho, Gerente Regional Ciesp-Campinas

Plínio Moraes Jr.

Crescente é o número de pessoas, empresas

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade A parceria entre o CIESP-CAMPINAS e a PETROBRAS-REFINARIA DE PAULINIA, tendo como princípio básico a ética entre suas relações, sempre resultou nos melhores benefícios para sociedade. A importância do CIESP Campinas no papel de apoio às indústrias da região metropolitana tem sido demonstrada pela melhoria da qualidade dos bens e serviços fornecidos pelas indústrias da região metropolitana de CAMPINAS. O CIESP e seu Departamento de Meio Ambiente, vem proporcionando o apoio e a defesa dos interesses empresariais da região metropolitana de Campinas com responsabilidade e compromisso ambiental da região. No período em que você estive à frente da REFINARIA DE PAULINIA REPLAN, o CIESP desempenhou um papel importante no auxílio das questões ambientais da refinaria, apoiando com as soluções ambientais junto à CETESB, SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE e também junto à comunidade. O CIESP participou ativamente nos processos de audiência pública das fases de licenciamento ambiental de grandes projetos da PETROBRAS e, por conhecer o compromisso ambiental da PETROBRAS para a região, pode prestar depoimentos e tecer comentários sobre todos os avanços tecnológicos que a PETROBRAS-REFINARIA DE PAULINIA apresentou para a sociedade em prol do meio ambiente da região . A postura proativa em defesa da industria sempre colocou o CIESPCAMPINAS como uma entidade de extrema responsabilidade, credibilidade e de liderança dentro do cenário regional e nacional.


3

3.1

CAPÍTULO 3.1

Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

O Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do DMA Ciesp Campinas tem desempenhado um papel imprescindível de serviço e apoio aos associados e à comunidade local. Como espaço para pessoas, discussões e aprendizado é a célula executiva na qual acontecem, mês a mês, reuniões ordinárias pautadas pelas demandas vigentes da sustentabilidade empresarial. Sempre com a coordenação de profissionais renomados de empresas associadas e que, de modo voluntário e comprometido, contribuem com sua experiência e dedicação na condução dos trabalhos, o GEA se firmou ao longo dos anos como um canal sério e permanente de o DMA CIESP Campinas disponibilizar o compartilhamento do conhecimento, discussões de alto nível, expansão de relacionamentos, proposição de ações e novas oportunidades de negócios sustentáveis.

C

onsolidado o apoio, definida a estratégia era hora de colocá-los em prática e iniciar os trabalhos. Para implementar as ações

de conhecer, capacitar e fortalecer, definidas no plano de gestão do DMA era fundamental a construção de um processo que pudesse envolver, mobilizar as pessoas e gerar comprometimento. Ainda que com importância cada vez mais relevante a questão ambiental e a sustentabilidade não se constituíam em assuntos prioritários na pauta empresarial. Desse modo, valorizar toda a demanda já identificada no grupo embrionário de meio ambiente do CIESP Campinas, coor-

“Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” (Cora Coralina) Revista Hoje CIESP Campinas nº 70/ Encarte Meio Ambiente 16ª Edição - Maio/2005

denado pela Dra. Cleusa Hércoli (Rigesa) e cuja demanda central advinha da pressão pela conformidade advinda da legislação ambiental vigente, mostrava-se como o primeiro passo do caminho. Com o objetivo de viabilizar um espaço que pudesse ao mesmo tempo disponibilizar toda a

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

mitir a reunião e manifestação dos mais diversos representantes empresariais em um ambiente amistoso, profissional e fértil em informações, direcionamentos e trocas foi criado o Grupo de Estudos Ambientais (GEA). Idealizado inicialmente para ser conduzido por coordenadores voluntários oriundos das próprias empresas associadas, coube a Newton Scavone (International Paper) o convite para coordenar o GEA, sob o novo escopo de atuação, consolidando um trabalho consistente que já vinha realizando na Divisão de Meio Ambiente do Dep. Jurídico do CIESP Campinas.

"O movimento, é de suma importância para as empresas e para os profissionais que militam na área ambiental (técnicos, engenheiros, advogados, etc). Oferece a oportunidade, aos profissionais, para trocas de experiências, discussões técnicas e jurídicas e pleitos (em nome da entidade associativa) de vários assuntos do dia-a-dia da indústria e/ou do escritório, permitindo o aprimoramento do profissional e, em conseqüência, da própria empresa. As empresas têm a oportunidade de implementar um gerenciamento ambiental mais responsável e preventivo, evitando-se autuações e transtornos. Profissionais e empresas trabalham para garantir um meio ambiente saudável para esta e para futuras gerações" Dra. Cleusa Hércoli.- Gerente do Dpto. Jurídico RIGESA - Campinas ; coordenadora da Divisão de Meio Ambiente CIESP Campinas (2000-2001)

40

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

“Confesso que minha satisfação foi muito grande quando a International Paper foi convidada a participar das primeiras reuniões do CIESP de Campinas sobre o Meio Ambiente. Naquela época, recém egresso na área ambiental, meu sentimento era uma mescla de curiosidade e até mesmo de fascínio pelo tema, pois teria acesso a uma excelente oportunidade de adquirir conhecimentos com profissionais que buscavam formas de compreender e atuar nesse vasto campo, além de compartilhar as interpretações da legislação pertinente, dentre elas, as responsabilidades que temos como cidadãos e profissionais. Foi muito gratificante receber o convite de aumentar a responsabilidade, agora não mais como um participante ativo do comitê, mas sim de liderar um grupo de profissionais voluntários e altamente capacitados que buscavam ajudar empresas da região em desenvolver práticas que trariam sustentabilidade aos seus negócios frente aos aspectos ambientais. Para a International Paper minha participação no Departamento de Meio Ambiente da CIESP foi nitidamente percebida pela capacidade em compartilhar e prevenir práticas e casos de insucesso no trato do meio ambiente e, que eventualmente poderiam ocorrer em nossa empresa. Finalizo esse depoimento com um grande agradecimento ao CIESP Campinas, pelo convite e apoio no período em que liderei um grupo de elite técnica. Agradeço também a International Paper por dar respaldo a esse projeto, disponibilizando profissionais e suas melhores

práticas de sustentabilidade, para contribuir com o desenvolvimento do setor industrial em equilíbrio com a questão ambiental.”

Ao ter em sua estrutura um viés altamente vinculado ao voluntariado e ancorado pela representatividade institucional e política da Entidade, era fundamental que o GEA tivesse como

Newton Scavone Gerente de melhorias de processo International Paper; Coordenador do GEA em 2002.

elementos essenciais em seus coordenadores o comprometimento, a consistência em sua formação e atuação profissional e o apoio de suas empresas . O testemunho de Scavone sintetiza o

Divulgação

representatividade do Centro das Indústrias, per-

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

perfil que, ao longo de seus primeiros seis anos, constituiu-se exemplo de postura que se buscou nos futuros coordenadores que vieram a ocupar o cargo e que, igualmente, cederam sua contribuição. Tendo neste espírito sua mola propulsora, o GEA iniciou seus trabalhos construindo uma agenda anual de reuniões, levantando pautas e ampliando a rede de contatos. A disponibilização de informações relevantes e atuais que pudessem tornar-se referências no cotidiano e na tomada de decisões de todo o empresariado local, induziu de imediato a proposição da primeira divisão temática do Grupo. Visando a uma abordagem ampla que não se restringisse exclusivamente as questões de fim-de-tubo (resíduos, emissões e

O GEA reunido em março de 2003

efluentes, por exemplo) foi proposta a primeira estrutura de trabalho do GEA. Composta por cinco grupos temáticos: Sólidos, Líquidos, Gasosos, Legislação Ambiental e Energia, a estrutura está representada na figura 3.1.2. Além de poder im-

local. Desde 2002, as reuniões mensais do GEA

Furlan (Replan,2004-2006) e Jorge Galgaro (Rho-

primir uma análise mais integral da questão am-

acontecem na Entidade com novas empresas, no-

dia, 2007 - atual).

biental no processo produtivo, a divisão proposta

vos coordenadores, novos temas e novas respon-

na coordenação de Scavone pretendeu valorizar

sabilidades.

mações e experiências , o levantamento de de-

as diversas competências e conhecimentos dos participantes do GEA. Com o tempo, o GEA assumiu o papel de cé-

Grandes, médias e pequenas empresas, es-

mandas, a proposição de encaminhamentos por

critórios de advocacia e prestadores de serviço

intermédio do sistema FIESP/CIESP, o GEA tem

participam das reuniões.

se firmado como um espaço de relacionamentos presencial e virtual, uma referência permanente

lula executiva da área ambiental do CIESP Cam-

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

pinas e transformou-se em um serviço sistema-

A gestão de Newton Scavone foi seguida por

tizado prestado aos associados e à comunidade

Paulo Deuber (3M do Brasil, 2003), Luís Tadeu

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Neste período, mais que as trocas de infor-

aos associados.

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

41


Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

O acompanhamento das questões e preocu-

Outra questão que vale a pena registrar e que demandou um grande trabalho do GEA foi o sobrevôo de uma ONG realizando fotos aéreas de várias empresas da região culminando em matérias inverídicas sobre questões ambientais das mesmas. Nesse episódio o departamento de meio ambiente e o GEA reuniu provas concretas sobre a não veracidade dos fatos publicados e a defesa das empresas da região foi levada à FIESP e ao COSEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente.” Luis Tadeu Furlan Gerente de Eficiência Energética da Refinaria da Petrobrás, Coordenador do GEA de 2002 a 2004.

pações ambientais locais e globais sempre nortearam as atividades desenvolvidas pelo GEA. Por outro lado, os desafios ambientais enfrentados pelo setor produtivo não são poucos; existem pressões legais e normativas por conformidade assim como a cobrança crescente dos consumidores, investidores e organizações não-governamentais para atuação corporativa com responsabilidade socioambiental. O cenário político-econômico exige ainda continuamente do setor produtivo o atendimento a requisitos, regras e protocolos ambientais que se transformam muitas vezes em custos adiFigura 3.1.2 Estrutura de trabalho do Grupo de Estudos Ambientais (GEA, 2002)

cionais. Diante deste cenário o Grupo de Estudos Am-

Divulgação

“O CIESP Campinas desempenha um papel fundamental na defesa dos interesses das pequenas, médias e grandes empresas da região metropolitana de Campinas. No período de 2002 a 2004 tive a imensa satisfação e alegria de coordenar o Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do CIESP a convite do diretor de meio ambiente da casa Eng. Marlúcio Borges. Convite feito à Refinaria de Paulínia que o aceitou e me liberou para exercer as funções de coordenador do GEA uma manhã por semana. Nesse mesmo período eu exercia a função de gerente de Meio Ambiente da REPLAN onde inúmeros processos de licenciamento aconteciam na maior refinaria da Petrobras. Posso afirmar que aprendi muito com os colegas das outras empresas, onde juntos trouxemos inúmeros temas ambientais para serem debatidos, exemplos de casos de sucesso e novas tecnologias ambientais foram apresentados e aprendidos por todo o GEA. Podemos citar também as inúmeras questões jurídicas que foram trazidas pelas empresas e debatidas pelo GEA, entre elas a discussão do decreto estadual sobre saturação de bacias aéreas, decreto 48.523/04. Nessa questão específica o GEA teve um papel fundamental na elaboração de propostas, tecnicamente embasadas, visando alterações no decreto 48.523/04. Tais propostas foram encaminhadas à FIESP e diretamente à CETESB visando sua adequação. Muitas dessas propostas acabaram sendo incorporadas e o decreto foi reeditado com o número 50.753/06.

bientais assumiu o papel de informar, esclarecer

para, através do conhecimento difundido conso-

sil Ltda, HP, Kraton Polymers do Brasil, Lima Ju-

e capacitar o setor industrial sobre as exigências

lidar a cultura da sustentabilidade empresarial

nior Advogados, Lira & Associados, Medley S. A.,

e estratégias viáveis, econômica e tecnicamente

entre os associados da CIESP Campinas.

International Paper do Brasil, Miracema-Nuodex, Motorola, Petrobras, PPG, Rigesa, Replan, Rho-

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

dia, Robert Bosch, Singer do Brasil, Spartan do

postos e realizados um leque diverso de ações.

Brasil, Super Zinco, Tecnol Técnica Nacional de

Eventos como workshops, seminários (nacionais

Óculos Ltda, TRB Pharma, Tyco Eletronics, Villares

e internacionais) e palestras em temas mais re-

Metals estão entre as empresas que participaram

levantes e pertinentes na área ambiental para as

das reuniões do GEA e que trouxeram importan-

empresas da região ou sobre os temas de maior

tes contribuições para os trabalhos desenvolvi-

repercussão do momento, visitas técnicas, for-

dos junto às empresas da região.

mação de grupos força-tarefa, publicações e

Figura 3.1.1. Estrutura organizacional do DMA e do Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do CIESP Campinas (2003).

42

Para atender a esses objetivos foram pro-

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

projetos compuseram a agenda do GEA. Pales-

Além das reuniões foram criados grupos for-

tras e eventos com os associados tais como 3M

ça-tarefa para estudar algumas questões mais a

do Brasil, Ambicamp, Ambiental Solutions, Am-

fundo para o aprofundamento de temas, como

phenol TFC do Brasil Ltda, Bluepoint Ambiental

ocorreu com o Decreto 48.523 (capacidade de

Ltda, Borg Warner, Dow Corning do Brasil Ltda,

suporte das bacias aéreas) quando advogados,

EagleBurgmann do Brasil, Eaton, Emerenciano,

engenheiros, técnicos e acadêmicos formaram

Baggio & Associados, Estre, Evonik Degussa, FW

um grupo em 2005 para melhor analisar, discutir

Soluções Ambientais, Honda Automóveis do Bra-

e encaminhar os entendimentos do Gupo aos as-

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

sociados e à FIESP/CIESP.

“De fato o GEA é um espaço de suma importância, cuja proposta é abordar temas ambientais de grande relevância ao empresariado e ao setor industrial, fomentando a discussão de legislação, normas, novas tecnologias e diretivas nacionais e/ou internacionais voltadas ao meio ambiente, contribuindo para o fortalecimento da indústria e o compartilhamento do conhecimento e da experiência de profissionais de diversas áreas cujo interesse maior se traduz no desenvolvimento da qualidade ambiental.” Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno Advogada - Direito Ambiental da Emerenciano, Baggio e Associados - Advogados

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

Divulgação

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

enquanto um instrumento de gestão dos recur-

como as relativas ao licenciamento ambiental, à

ção de mercados. Os relatos de casos de sucesso

conhecer o processo de tratamento e disposição

sos hídricos, (v) tecnologias e processos existen-

classificação de resíduos sólidos e industriais, a

cumprem um papel importante de testemunhar a

final de resíduos sólidos (classes I e II). Para isso

tes para o gerenciamento de resíduos sólidos e

Política Nacional de Recursos Hídricos e ao trata-

viabilidade, técnica, legal e econômica do “como”

foi visitada a Central de Tratamento de Resíduos

para o controle de emissões, entre outros temas

mento das emissões atmosféricas.

fazer. Entre os casos relatados estão: • A implantação de uma Estação de Tratamento de Efluentes Gasosos (ETEG) e Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos (ETEL) na indústria química Miracema-Nuodex. • O Programa de Redução da Geração de Biossólidos pela NEOTEX Soluções Ambientais. • A parceria da Transpetro com a Soft Expert Quality Software para utilizar o Isosystem Action para controle de não-conformidades, ações corretivas e preventivas da empresa. • A eliminação total do uso de ácido na produção, com a substituição por tanques de lavagem por processo de ultra-som na empresa Riberball sediada em Ribeirão Preto que também investiu no reaproveitamento e tratamento da água usada na produção e na captação da água da chuva para redução do consumo de água. • A substituição da soda fresca, como injeção no sistema de águas ácidas, pela soda gasta efetuada pela REPLAN de campinas, conseguindo a transformação de um subproduto em matéria-prima, otimizando o uso de recursos naturais, obtendo outros ganhos como a redução da vazão de efluente com melhoria da tratabilidade; a melhoria da qualidade do efluente, com redução dos teores de fenóis e a redução de estoques imobilizados com soda gasta além de ganhos econômicos significativos. • A redução da geração de resíduos de óleo solúvel e integral e a otimização no consumo de água e de energia nos processos produtivos da empresa ICAPE de Campinas, que também obteve ganhos econômicos e ambientais como resultados das medidas adotadas.

(CTR), localizada no município de Caieiras, consi-

também relevantes. Além das bases legais de ação do setor, o enComo caminho para registrar e difundir os

carte também esclareceu conceitos importantes

temas e as respectivas informações produzidas,

(captura de gás carbônico e áreas verdes, crédito

o GEA adotou o procedimento de publicar sis-

de carbono, sustentabilidade empresarial, reci-

tematicamente, desde 2002, artigos técnicos no

clagem agrícola de lodo de esgoto, entre outros)

Encarte de Meio Ambiente que integra a revis-

e apresentou importantes ferramentas de gestão

ta Hoje, publicação trimestral do CIESP Campi-

ambiental como a Produção + Limpa e a Análise

nas. Além de se apresentar como oportunidade

do Ciclo de Vida, visando sempre:

para representantes de empresas associadas e convidados a exporem seus artigos e pareceres (independentes de quaisquer posicionamentos da Entidade), os encartes se consolidaram como um importante instrumento de disseminação de informações para estimular e subsidiar o desenvolvimento de ações sustentáveis nas empresas

O GEA em visita à iniciativa Barco Escola em Americana - SP

associadas. No encarte bimestral da revista CIESP foram elaborados artigos, textos, comentários, críticas e informações técnicas que acompanha-

• Fortalecer os negócios sustentáveis através da construção de novas abordagens e formas de pensamento; • Estimular a gradual inserção de práticas sustentáveis na produção e na governança corporativa (PMEs e cadeia produtiva); • Fomentar o avanço de tecnologias limpas com a criação de habitats de inovação e qualidade; • Incrementar a cultura da prevenção: da mudança de atitude aos ganhos finais; • Potencializar a cooperação entre os agentes indutores para a construção de um desenvolvimento sustentado e melhoria da qualidade de vida, através do despertar de um novo olhar participativo e responsável.

As palestras foram realizadas sempre por

participação dos presentes com perguntas e es-

ram as mudanças políticas e socioeconômicas

especialistas consagrados e sobre temas estra-

clarecimentos que pudessem auxiliar a assimila-

externas e internas à região de Campinas, a fim

tégicos para a promoção de negócios sustentá-

ção dos assuntos tratados. O GEA consolidou-se

de garantir a adequação das empresas associadas

veis, como estratégias ambientais (Sistemas de

também como espaço propositor de temas a se-

às exigências ambientais e econômicas impostas

Gestão Ambiental (SGAs), Produção mais Limpa,

rem desenvolvidos no âmbito do Departamento

pelo mundo globalizado. Nos encartes foram di-

Dar um sentido de concretude e estímulo aos

Eco-eficiência, Análise de Ciclo de Vida) Legis-

de Meio Ambiente. Entre os temas sugeridos,

vulgados assuntos relativos às questões contem-

conceitos e iniciativas apresentados tem sido um

lação Ambiental (Licenciamento e demais leis e

estudados, debatidos e esclarecidos pelo GEA

porâneas da sustentabilidade empresarial. Desde

princípio adotado pelo DMA no âmbito de atua-

decretos), Recursos Hídricos (Racionalização do

constam os relativos a: (i) legislação que regula-

temas de abrangência global como o Protocolo

ção do GEA. Assim é que a apresentação de casos

Uso, Tecnologias e Cobrança pelo Uso da Água),

menta as atividades e processos do setor produ-

de Kyoto e o contexto das mudanças climáticas, a

de sucesso foi sempre preconizada. O escopo de

Resíduos, Emissões e Efluentes (Gerenciamento e

tivo; (ii) estratégias de gerenciamento ambiental;

locais como a revisão do Plano Diretor de Campi-

casos inclui estratégias ou práticas ambientais,

Legislação Pertinente), Mudanças do Clima (Go-

(iii) procedimentos e tecnologias para promoção

nas, com o propósito de inserir as ações regionais

alternativas tecnológicas, procedimentos de ges-

No rol de atividades que se somaram ao GEA,

vernança Climática), Eco-economia entre outros

da produção mais limpa; (iv) normas técnicas que

no contexto global de mudanças.

tão. A comprovação dos ganhos econômicos e

foram também incorporadas visitas técnicas a

que também foram importantes para estimular

definem regras mínimas de segurança e qualida-

socioambientais obtidos têm um papel essencial

empresas com práticas sustentáveis consagradas.

mudanças no setor. Em todos e cada um dos

de para a produção e/ou prestação de serviços;

Também foram apresentadas as normas le-

ao estímulo de adoção de práticas sustentáveis

A visita realizada à Essencis Soluções Ambientais

eventos sempre se buscou incluir e estimular a

(iv) fundamentos da cobrança de uso das águas

gais que regulamentam os processos industriais,

como plataforma de competitividade e manuten-

em julho de 2006 teve como objetivo principal

44

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

derada a maior da América Latina, com uma área de 3,5 milhões de metros quadrados. Esta provou ser foi uma das atividades significativas para o aprendizado e estímulo aos envolvidos pois possibilitou que os participantes identificassem as etapas, as tecnologias empregadas e os procedimentos socioambientais que a CTR utiliza, ampliando seu conhecimento e sua experiência.

"A visita à CTR da Essencis nos possibilitou um conhecimento mais amplo no que diz respeito à disposição final de resíduos sólidos, ou seja, algo que vai além de um simples sistema de aterro. Foi possível verificar soluções ambientais diversificadas e integradas - todas direcionadas ao gerenciamento de resíduos, como os sistemas de aterros classes I e II, tratamento e coprocessamento." Henrique Gianezi (Coordenador de Meio Ambiente, Tyco Electronics Brasil Ltda.)

"Somente quem conhece um lixão sabe o quão valoroso foi comprovar que há empresas dispostas a gerenciarem adequadamente os resíduos e implantarem medidas de preservação ambiental e novas tecnologias." Nirvana França (Diretora FW Soluções Ambientais)

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

45


Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

Em 2006 a LWART Lubrificante foi visita-

tões pertinentes à sustentabilidade empresarial

importante instrumento sistemático de serviço

da pelo GEA. O propósito era então conhecer o

por intermédio da representatividade do sistema

da Entidade à comunidade empresarial e à socie-

processo de refino de óleo lubrificantes e a des-

FIESP/CIESP, o GEA tem se consolidado como um

dade como um todo.

tinação dos seus subprodutos para enfatizar a importância da gestão adequada dos Resíduos Industriais na minimização de impactos que pos-

Outras visitas promovidas, organizadas e re-

Divulgação

sam degradar o meio ambiente.

alizadas pelo GEA ocorreram no decorrer destes seis primeiros anos buscando demonstrar in loco como cada experiência em determinado tema foi concretizada, mostrando os processos, as etapas, as reais dificuldades e os ganhos finais.

Visita Essencis

Fernando Rei Diretor Presidente CETESBCompanhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

Jorge Marino Galgaro, Responsible Care Manager for Latin America – Rhodia e Coordenador do GEA

Assim, em um trabalho permanente de levantamento, divulgação, discussão, vivências, relacionamentos e encaminhamentos de ques46

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

Arquivo Cetesb: Pedro Calado

"O GEA vem desempenhando papel da maior importância no sentido de discutir os temas mais relevantes da sempre dinâmica área ambiental, trazendo debatedores da mais alta competência técnica e contribuindo de forma decisiva no enriquecimento do conhecimento dos profissionais da área ambiental das empresas da região. Além disso, a participação do GEA e do DMA do CIESP Campinas nos grandes fóruns da indústria e da Região Metropolitana de Campinas é notável gerando trabalhos e documentos de alto nível com as posições da indústria sobre temas focados na sustentabilidade empresarial."

3

3.2

Produção mais limpa (P+L):

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ao longo de sua história de 40 anos, a CETESB pauta suas ações pela adoção de estratégias e políticas ambientais modernas e aplicáveis à realidade local. Dentre estas destaca-se a Produção mais Limpa, instrumento eficiente, positivo e não regulatório, alternativo ao simples comando e controle na promoção da sustentabilidade. Neste contexto, a cooperação entre Estado e setores produtivos é de importância estratégica, e já é possível notar-se inúmeras parcerias, que rendem uma variedade de ricos frutos à sociedade. Saudamos, pois, o trabalho que o Departamento de Meio Ambiente do CIESP Campinas vêm realizando nos últimos anos, tendo se mostrado um importante interlocutor junto à indústria para trilharmos juntos o caminho rumo ao desenvolvimento sustentável do Estado de São Paulo.


3

3.2

CAPÍTULO 3.2

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Produção mais Limpa (p+l) tem a ver antes de tudo com mudança de atitude na maneira como bens e serviços são produzidos. Em um momento planetário pautado pela urgência na racionalização de uso dos recursos naturais, na redução de geração de resíduos e na eficiência do uso da energia – a p+l se apresenta como um instrumento vital ao desenvolvimento sustentável. A estratégia é consagrada mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde a década de 80 e oficialmente reconhecida na Agenda 21 (ECO-92) como área-programa essencial à sustentabilidade para indústria e comércio. Fomentar e implementar a cultura da prevenção no setor produtivo: com este objetivo o DMA CIESP Campinas tem auxiliado empresas e pessoas a ultrapassarem o modelo de “fim-de-tubo”, com foco na reação e tratamento, e priorizar os ganhos econômicos e socioambientais da abordagem preventiva. Como frente de ação, a p+l tem sido estimulada como plataforma para um novo modelo de negócios que alie à produtividade e à competitividade, o integral respeito ao ambiente e às pessoas.

A

Produção mais Limpa (P+L)1 foi reconhecida internacionalmente em 1992 durante a ECO-92 no Rio de Janeiro2, dentro

de um contexto de evolução do reconhecimento das práticas preventivas no setor industrial como fundamentais ao desenvolvimento sustentável. Isso porque P+L apresenta-se como uma abordagem preventiva ao gerenciamento ambiental, na medida em que ultrapassa o modelo fim-de-tubo que foca a ação após o processo (reagir e tratar), e se propõe como filosofia que aborda o processo desde seu início (antecipar e prevenir).

“Antecipar o futuro é construir o presente sobre bases sólidas que alicercem o desenvolvimento sustentado.” (Paul Johnson citada por Ruy Altenfelder na I Conferência sobre Produção mais Limpa na FIESP – Julho 2002) Revista Hoje CIESP Campinas nº 56/Encarte Meio Ambiente 3ª Edição - Agosto/2002

Priorizar a promoção da produção mais limpa nos negócios e para a indústria constituiu-se uma diretriz estabelecida pela Agenda 213 no âmbito de atuação das Nações Unidas. Em linha com a força de costume adotado, a abreviatura P+L será utilizada neste texto, sempre que possível e pertinente para identificar o termo e o conceito de produção mais limpa. ECO-92 é como também ficou conhecida a CNUMAD- Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro em 1992. Produzida durante a CNUMAD no Rio de Janeiro em 1992 e transformada em Programa 21 pela ONU (Organização das Nações Unidas), a Agenda 21 é um plano de ação consolidado em diversos relatórios, tratados, protocolos e outros documentos elaborados durante décadas na esfera de atuação da ONU. 1 2 3

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

O capítulo 30 da Agenda 21 dedicado à In-

Assim, em julho 2002, quatro meses após o

cretária-executiva de 2002 a 2007, o GT de Ações

conhecer e participar do novo Grupo. O formato

dústria e Comércio estabelece a promoção da

lançamento do DMA CIESP Campinas, numa feliz

P+L no Setor Produtivo iniciou sua trajetória que

de apresentação de conceitos, o tipo de lingua-

P+L como uma área-programa prioritária a estes

coincidência cronológica, é lançada na FIESP em

teve como claro objetivo difundir e implementar

gem, as demandas mais comuns e o padrão de

setores ao objetivar o aumento da eficiência na

São Paulo a Mesa Redonda Paulista de Produção

a p+l no setor produtivo em todo o estado de São

divulgação começavam a tomar corpo a partir da

utilização dos recursos e insumos preconizando a

mais Limpa. A proposta, idealizada e concretiza-

Paulo atendendo às vocações produtivas locais e

proposta do fórum e da manifestação dos pre-

redução de geração de resíduos por unidade pro-

da pela Companhia de Tecnologia de Saneamen-

buscando agregar as instituições mais represen-

sentes.

duzida. A Agenda 21 enfatiza ainda a necessidade

to Ambiental - Cetesb, tendo como fundadores

tativas e atuantes em torno do conceito.

de reduzir ou eliminar o uso ineficiente de recur-

FIESP/ CIESP, ABIT, ABIQUIM, ABICLOR, SABESP,

sos naturais, cujos resíduos provocam vários im-

SENAI/SP e CPC, SENAC, FISP, UNICAMP e USP,

pactos sociais e ambientais negativos.

cria o primeiro fórum permanente brasileiro de âmbito multi-setorial e sem fins lucrativos, com

Ações e iniciativas mais estruturadas baseadas na promoção da P+L começam a partir de

participação voluntária para promover e difundir iniciativas de produção mais limpa (P+L).

então, a serem construídas. Além de benefícios econômicos e ambientais, outra vantagem da

A convergência de objetivos institucionais

adoção da P+L é o fato de poder ser aplicada a

em torno da P+L resultou em benefícios mútuos

processos, produtos e serviços em qualquer tipo

às Entidades envolvidas e ao setor empresarial.

de indústria, ampliando a escala de ação e o al-

Ao assumir a coordenação do Grupo de Trabalho

cance dos benefícios no setor produtivo. Em par-

dedicado a Ações Regionais de P+L para o Setor

ques industriais complexos e diversificados como

Produtivo e Financiamento no Estado de São Pau-

o da região na qual atua o CIESP-Campinas este

lo, o DMA CIESP Campinas acabou por contribuir

é um grande diferencial deste modelo de gestão.

com importante parcela para a consolidação da Mesa Paulista de P+L. Do mesmo modo, este fó-

Em seu aspecto mensurável para os proces-

rum constituiu-se em permanente estímulo ao

sos produtivos, a p+l resulta da: conservação de

DMA como agente multiplicador de uma cultura

matérias-primas, água e energia e/ou; elimina-

preventiva no setor empresarial. Não só da re-

ção de materiais tóxicos e perigosos e/ou; redu-

gião de Campinas mas em todo o território pau-

ção na fonte da quantidade e toxicidade de todas

lista na medida em que a divulgação e o fomento

as emissões e resíduos. Para os produtos, a pro-

a práticas sustentáveis são missões comuns às Di-

dução mais limpa objetiva: reduzir os impactos

retorias Regionais do CIESP e às Regionais FIESP

ambientais, à saúde e à segurança dos produtos

no estado.

Ao final do mesmo ano, em 21.11.2002 a ini-

"Søren Aabye Kierkegaard, filósofo dinamarquês, dizia que a vida só pode ser compreendida quando olhamos para trás, mas que deve ser vivida olhando para a frente, ou seja, para o que não existe. Tomar decisões com base no futuro incerto exige coragem e determinação, o que leva a maioria a se agarrar a valores tradicionais e a caminhar sobre suas próprias pegadas. Por isso existem raros pioneiros, inúmeros espectadores e infindáveis críticos. A adoção de produção mais limpa no Estado de São Paulo iniciou-se na década de 1990, com a proposta de compreender, de forma inovadora, as relações entre meio ambiente, produção e sociedade. Desde então, houve um inegável avanço na implementação da P+L e a Mesa Redonda Paulista desempenhou um papel fundamental para a disseminação dos conceitos, metodologias, casos de sucesso e inovações." Tania Gasi, Cetesb, Secretária Executiva da Mesa Redonda Paulista P+L, 2002-2007

ao longo de seus ciclos de vida completos, desde a extração da matéria prima, passando pela manufatura e uso até a disposição final do produto. E finalmente, para os serviços a produção mais limpa implica em incorporar as preocupações ambientais no projeto e na entrega dos serviços . 4

4

Divulgação

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

ciativa chegou a São Carlos, mais especificamente no CIESP São Carlos. Sergio Pepino e Carlos Partel foram os anfitriões naquela Entidade. A coordenação do Grupo Local foi compartilhada entre o CIESP São Carlos (por Ruth Tabaczenski) e a USP São Carlos (pelos pesquisadores Aldo Roberto Ometto e Americo Guelere Filho) - uma configuração que refletia o espírito multi-setorial da Mesa e a abrangente aplicabilidade da P+L. Um trabalho relevante que abriu várias outras

Reunião em São Carlos (novembro de 2002) do GT Setor Produtivo. À esquerda, Americo Guelere (Usp) e Ruth Tabaczensk: (Ciesp), coordenadores do Grupo de São Carlos

frentes, aproximou indústria e universidade na região em torno da P+L, consolidou casos de sucesso principalmente no setor metal-mecânico e gerou workshops e outros eventos nos anos que

dado o crescente número de participantes e da

mento da hidro-agricultura constituía-se em prin-

se seguiram. Nesta pioneira reunião de São Car-

grande necessidade da troca de informações e

cipal vocação produtiva da região. O SINDIPAR

los iniciaram-se também as tratativas que resul-

experiências, foi sugerida a criação do grupo ele-

– Sindicato Rural de Paranapanema, por intermé-

tariam na parceria com o Banco Real: o primeiro

trônico para sistematizar esta prática. Com essa

dio do seu então diretor João Carlos Menck assu-

financiamento do Brasil em P+L dedicadamente

demanda, surgiu o producaomaislimpa_acaore-

me a coordenação local. O incentivo e divulgação

criado para pequenas e médias empresas. Este

gional@yahoogroups.com.br, o primeiro grupo

de casos de sucesso de plantio direto na palha as-

projeto é descrito em mais detalhes no capítulo

eletrônico cuja responsabilidade de moderação

sim como o fomento ao uso racional da água por

seguinte.

ficou com o DMA CIESP Campinas. O fluxo de in-

meio de projetos que contaram com a parceria

formações tão vital ao avanço e implementação

da UNESP de Botucatu e parte dos recursos do

de novos conceitos e práticas começava a se es-

FEHIDRO, firmaram-se como bandeiras de ação

tabelecer de modo sistemático.

do ativo Grupo Local coordenado por Menck.

No início de 2003 acontece na sede do CIESP de Ribeirão Preto o lançamento do Grupo Lo-

Um grande desafio mostrava-se à frente. O

Já em setembro de 2002 foi lançado o Gru-

cal de P+L. Fomentar a cultura da prevenção na

conceito era pouco conhecido, seus ganhos eco-

po Local de Campinas. Em reunião realizada no

agroindústria sucroalcooleira era uma das priori-

Em maio de 2003 o GT de Ações Regionais

Ainda em 2003 é realizada em São Paulo a

nômicos e socioambientais menos ainda. Com o

CIESP Campinas, representantes de empresas lo-

dades. Adriana M. Ferreira foi a primeira coorde-

no setor produtivo chega ao sudoeste do esta-

II Semana de P+L em evento que objetivou dar

constante suporte de Tania Gasi (Cetesb) que par-

cais, da Cetesb e da Mesa Redonda Paulista de

nadora local que posteriormente teria o Grupo de

do, mais precisamente em Paranapanema para

continuidade de modo sistemático ao lançamen-

ticipou da fundação da Mesa Paulista e foi sua se-

P+L e de universidades estiveram presentes para

Meio Ambiente do CIESP de Ribeirão Preto como

fomentar a p+l onde a produção agrícola de gê-

to e às ações da Mesa Redonda Paulista de P+L

interlocutores da região. Nesta reunião também,

neros alimentícios básicos através do empreendi-

em julho do ano anterior.

Texto original disponível em: www.uneptie.org/pc/cp/understanding_cp/home.htm : Cleaner Production – Key Elements (Tradução nossa).

50

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Com satisfação o CIESP Campinas recebeu

mseh do Brasil (dentre elas a substituição do sistema de pintura com tinta à base de solventes por um sistema de pintura com tinta à base de água) por Walter Barão França.

todos os GTs da Mesa para o evento de abertura da II Semana de P+L: um evento conjunto de trabalho e preparação com todos os GTs da Mesa. Além do GT do setor produtivo coordenado pelo DMA CIESP Campinas estiveram presentes coordenadores e representantes dos GTs: • Ciência e Tecnologia; • Comunicação; • Educação Ambiental, Ética e Cidadania; • Políticas Públicas; O objetivo era fazer um balanço das ações e

• Ribeirão Preto: substituição do uso de ácido clorídrico por tanques de lavagem com ultrasom na produção de bexigas (Riberball por Dorival Luiz Balbino de Souza). • Paranapanema: P+l na tecnologia de produção: plantio direto na palha, uso racional da água, conservação do solo e reflorestamento de matas ciliares. • Campinas: a reutilização da soda gasta na Refinaria de Paulínia (Replan) por Bentací Corrêa Junior.

se preparar operacional e estrategicamente para os próximos dois anos (a próxima Semana de P+L,

O trabalho do GT no setor produtivo seguiu

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

posição de parcerias, palestras em universidades,

José dos Campos (GPMAI e CIESP S. J. dos Cam-

instituições empresariais, órgãos públicos e em-

pos), São Bernardo do Campo (CIESP S. B. do

presas. A implementação dos objetivos do GT de

Campo) e Catanduva (Prefeitura Municipal) na

Ações P+L ao setor industrial avançava aliada à

realização dos eventos regionais de P+L para o

proposta da Mesa e da própria Agenda 21 que es-

setor produtivo nas respectivas cidades. Em tor-

tabeleceu prioridade à P+L para a indústria e para

no de 350 pessoas participaram dos eventos nos

o comércio como estratégia essencial à consecu-

quais foram apresentados mais de 25 casos de

ção do desenvolvimento sustentável.

sucesso. A cultura da prevenção solidificava seu alicerce no setor produtivo e preparava o terreno

Já em setembro de 2005, para a III Sema-

para os próximos avanços.

na de P+L, o crescimento e a disseminação das ações do GT no setor produtivo levou à realização

O ano de 2005 seria encerrado de forma ain-

de várias atividades pulverizados pelo estado. A

da mais expressiva para a P+L. Em dezembro, o

abrangência do movimento já não comportava a

CIESP Campinas sediou o evento de assinatura da

realização do evento em um único local.

Declaração Internacional de Produção mais Limpa promovida pelo PNUMA - Programa das Na-

que passou a ser bianual, aconteceria em 2005).

se consolidando tanto no permanente fomento à P+L localmente através de seminários, reuniões

Aos Grupos Locais de Campinas, São Carlos,

ções Unidas para o Meio Ambiente. O documen-

Grupos de vans com pessoas vindo do in-

locais com as entidades envolvidas como na pro-

Ribeirão Preto e Paranapanema somaram-se São

to, lançado em Seul, na Coréia do Sul, em 1998, apresenta e detalha uma série de compromissos

terior uniram-se às pessoas que vieram de São

a serem assumidos pelas organizações visando à

Paulo em um ônibus que partiu da Cetesb e se

adoção da produção mais limpa e da prática da

perdeu pelas ruas de Campinas antes de chegar chegou a afetar a rica reunião de trabalho que

produção e do consumo sustentáveis. A assinatu-

Divulgação

ao CIESP... O sempre lembrado “passeio” não

ra, por sua vez, representa uma iniciativa pública, voluntária e mundial. Desde então, organizações

durou o dia todo com 125 pessoas de todos os se-

adesão à referida Declaração, deixando suas assi-

trabalho esteve também a gestora de projetos do

naturas registradas em um livro que fica sediado

C2P2 (Canadian Centre for Pollution Prevention) Tania Del Matto. Além do intercambio de experiências em P+L, a participação de Tania abriria caminho para outras frentes de cooperação com o Canadá nos anos seguintes. Neste espírito, o O GT do setor produtivo apresentou 5 casos de su-

o DMA CIESP Campinas têm objetivos e papéis

e a repercussão, o evento representou um mar-

muito semelhantes qual sejam prover lideran-

Em 05 de dezembro de 2005, na sede da En-

co na trajetória do DMA, do CIESP Campinas, no

ças, encorajar parcerias com foco no desenvol-

tidade em Campinas, o evento de assinatura da

trabalho de divulgação e implementação da P+L e

vimento sustentável fomentando, informando e

Declaração contou com 64 adesões dentre em-

em sua missão de fazer da cultura ambiental pre-

capacitando os respectivos públicos com vistas a

presas, associações, universidades, diretorias re-

ventiva um pilar para a promoção de negócios.

garantir incrementos de desempenho ambiental e que, em última instância, resultem não só em

gionais do CIESP e outras entidades/instituições

cesso:

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Seul. Mais que o alcance quantitativo, a adesão

em Paris.

- o Centro Canadense para Prevenção à Poluição,

52

Figura 3.2.2 Evento Campinas da III Semana de P+L em 2005. A partir da esquerda, embaixo: Romildo Campelo (Fiesp), Luiz Alberto S. Souza (Diretor Titular Ciesp Campinas), Elza Bastian e Tania Gasi (Cetesb/ Mesa Redonda Paulista P+L), Linda Murasawa (Banco ABN AMRO REAL), Emilio R. Veloso (SuperZinco), Luis T. Furlan (Replan), Marlúcio Borges (DMA Ciesp Campinas), Celso Páfaro (Icape) , Victor Hugo Kamphorst (Banco ABN AMRO R EAL) e representantes da Mesa Redonda paulista de P+L.

de diversos países têm preparado cerimônias de

tores participando ativamente. Acompanhando o

• São Carlos: iniciativas em adequação ambiental em manufatura tendo a P+L como estratégia diretriz (NUMA-USP São Carlos por Americo Guelere) e as ações em P+L da Tecu-

Divulgação

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

Participantes e coordenadores da Mesa Redonda da II Semana P+L no Ciesp-Campinas em 2003

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

de todo o estado de São Paulo, além de repre-

Naturalmente que observados o âmbito de

aumento da eco-eficiência dos processos, pro-

sentantes da Bahia, Minas Gerais e Santa Catari-

atuação e sua abrangência, o Programa das Na-

dutos e serviços envolvidos mas essencialmente

na. O evento foi, à época, o maior do mundo em

ções Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e

em qualidade de vida das pessoas.

número de assinaturas após seu lançamento em

a área ambiental do sistema FIESP/CIESP e, nela,

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

53


Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

Divulgação

Em 2006, outro passo importante. Por intermédio da secretaria executiva da Mesa Redonda Paulista de P+L e com realização do DMA CIESP Campinas, aconteceu na sede da Entidade o “I Seminário Internacional de P+L: Fomento à adoção de boas práticas em pequenas e médias empresas (PMEs)”. Com foco na capacitação de pequenas e médias empresas, o seminário foi concebido e realizado de modo a fomentar as práticas preventivas e viabilizar o intercâmbio de conhecimento e experiências. Para isto contou com representantes de três das mais consagradas entidades ligadas à p+l no Canadá: o C2P2 – Canadian Centre for Pollution Prevention (Centro Canadense de Prevenção à Poluição) representado por Kady Cowan, OCETA - Ontario Centre for Environment Technology Advancement – (Centro de Ontario para o Avanço da Tecnologia Ambiental) representado

Evento de Assinatura da Declaração Internacional de P+L no Ciesp Campinas em 2005

por Meena Hassanali e o Eco-efficiency Centre/ Dalhousie University/Halifax - O Centro de Ecoe-

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Departamento de Meio Ambiente da CIESP amplie cada vez mais sua estratégia de sustentabilidade ambiental convocando e apoiando as empresas associadas a a melhorar sua gestão de desempenho, identificando riscos e oportunidades, aportando padrões cada vez mais sustentáveis de produção e consumo ao mercado.”

ficiência da Universidade de Dalhousie em Halifax por intermédio de sua gerente Peggy Crawford. Uma intensa e pragmática agenda composta por apresentações das experiências canadenses apontando as dificuldades e avanços das entidades convidadas, apresentação de casos e experiências brasileiras, discussões e planejamento de futuros planos de cooperação além de visitas técnicas a pequenas e grandes empresas da re-

Cristina Montenegro (Gerente do Escritório do Brasil do Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente)

gião - foi pensada e executada para os três dias do seminário.

Divulgação

“Os tempos de mudanças, as crises e os desafios impostos pela competitividade exigem abordagens continuamente renovadas. É neste contexto que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) vem apoiando e acompanhando as iniciativas da CIESP voltadas a sustentabilidade empresarial desde 2005, principalmente no âmbito da promoção da Declaração Internacional sobre Produção Mais Limpa. Neste período, CIESP e PNUMA engajaram 96 empresas no processo de desenvolver processos, produtos e serviços que reduzam os riscos para a saúde humana e para o meio ambiente ao mesmo tempo em que perseguem maiores benefícios econômicos e competitivade. A expectativa do PNUMA é que o

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade


Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

tor metal-mecânico, fornecedora para o setor automotivo foi uma das empresas visitadas. A equipe canadense pôde testemunhar como a filial da ICAPE em Valinhos implementou a p+l de um modo inovador, adotando a interatividade entre os colaboradores e conferindo-lhes poder de participação durante o processo. Dentre os resultados tangíveis obtidos, foram destacados a incorporação da Embraer ao portfolio de clientes e a certificação ISO 14001 da planta de Valinhos. O aprimoramento da gestão ambiental resultante da implementação da p+l foi apontado como elemento essencial a estas expressivas conquistas, conforme assinala o presidente da ICAPE, Sr. Ulysses Luna:

Meena Hassanali, Kady Cowan e Peggy Crawford, representantes canadenses no I Seminário Internacional de P+L no Ciesp-Campinas em 2006 Foi uma honra ter sido convidada pelo Centro Canadense de Prevenção à Poluição e pela Mesa Redonda Paulista de P+L (MRPP+L)nos dois dias em que participei do seminário “Engajando Pequenas e Média Empresas(PMEs) em P+L” que aconteceram em São Paulo e em Campinas em Março de 2006. O seminário apresentou ima grande oportunidade ao Centro de Ontario para o Avanço da Tecnologia Ambiental (OCETA) de dividir estudos de caso em PMEs e seu modelo de Programa de Sustentabilidade da região de Toronto. Representando o OCETA, eu fiquei muito feliz de discutir com as diversas partes interessadas incluindo os representantes da MRPP+L , compartilhar nossas experiências e ao mesmo tempo aprender sobre as melhores práticas e lições aprendidas além de iniciar parcerias. Meena Hassanali, gerente de Programas de Sustentabilidade, Oceta, Toronto, Canada. 5

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

“Adotamos no inicio de 2005 em nossa Unidade na cidade de Valinhos, o programa P+L visando sistematizar a redução da geração de resíduos e a otimização de recursos naturais em nossos processos industriais. Passados quatro anos deste programa, temos hoje uma consciência ambiental diferenciada, além de alcançarmos uma ecoeficiência em que conseguimos, num mercado competitivo, manter nossos preços adequados ao mesmo. Neste período reduzimos os impactos ambientais e de forma progressiva, com objetivo de reduzir ainda mais. Com um quadro de gestão a vista, todos os colaboradores tiveram acesso as informações sobre a evolução do programa, dos ganhos para a empresa e para o meio ambiente, o que ocasionou um efeito positivo, pois proporcionou a todos um

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

ambiente de trabalho diferenciado. Este programa também foi um facilitador para implantar o programa P+L na Unidade de Campinas e em seguida o inicio da implementação do Sistema de Gestão Ambiental (NBR ISO 14001:2004)”. Ulysses Luna - Presidente da ICAPE

No ano seguinte já se chegava à IV Semana de P+L com cada região exercitando a maturidade adquirida para o enfrentamento de seus desafios. Em 2007 também, foram apresentadas ao mundo as contundentes conclusões do IPCC – International Panel on Climate Change (Painel Internacional de Mudanças Climáticas), ratificando um peso crucial às atividades humanas como responsáveis pelo aquecimento global. O desafio de garantir as condições de vida no planeta deixa

Divulgação

I Seminário Internacional (Brasil e Canadá) de P+L no Ciesp-Campinas

Divulgação

Meena Hassanali

A ICAPE, empresa de médio porte do se-

Divulgação

"I was honoured to be invited by the members of Canadian Centre for Pollution Prevention and Sao Paulo Cleaner Production Roundtable to participate in a two-day seminar series on Engaging Small and Medium-sized Enterprises (SMEs) in Cleaner Production held in Sao Paulo and Campinas, Brazil (March 2006). The seminar presented a great opportunity for OCETA to share its Toronto Region Sustainability Program model and case studies on cleaner production technical assistance for the small and medium-sized business community in the Greater Toronto Area. Representing OCETA, I was pleased to engage in dialogue with various stakeholders including Sao Paulo Cleaner Production Roundtable Working Group Members to share the Canadian experience and in turn learn about best practices, lessons learned and form new partnerships in Brazil."5

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

de ser somente ambiental e passa a depender de fatores políticos, sociais, econômicos, culturais e éticos. Mais que isso, passa fundamentalmente a estar vinculado à capacidade de articulação e cooperação entre os líderes e agentes do mundo moderno na busca de soluções para a séria questão global. Sr Sr. Ulysses Luna(à direita), Kady Cowan (C2P2), Peggy Crawford (Eco-Efficiency Centre, Dalhousie University) e equipe P+L na Icape, palnata de Valinhos em Junho de 2006.

Sob esta ótica o GT de Ações P+L no setor produtivo que, no âmbito da IV Semana & Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

57


Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

Conferência Paulista de P+L e do 1st International Workshop Advances in Cleaner Production (UNIP), buscou resgatar, discutir e convergir as experiências do setor acadêmico e produtivo naquilo em que cada um havia feito e aprendido e naquilo que poderiam convergir para uma cultura de produção e consumo sustentáveis em âmbito local. Unicamp, UNIP USP se somaram a 3M, Petrobras e ICAPE na apresentação de seus conceitos, casos e experiências. Temas trabalhados a partir da p+l junto ao público presente e a representantes da Mesa Paulista e da Cetesb (os gerentes Flávio de Miranda Ribeiro – Gerente da Divisão de Produção mais Limpa e Secretario Executivo da Mesa a partir de março/2007 e Meron Petro Zajac – então gerente no Dep. de Desenvolvimento,Tecnologia e Riscos Ambien-

no CIESP Campinas um importante parceiro, que desde a criação de seu Departamento de Meio Ambiente vem atuando muito além da difusão do conceito, tanto em ações específicas, como o Projeto Prevenir, como principalmente na criação e operação da Mesa Redonda Paulista de P+L, na qual exerce ativo e destacado papel. Ao longo destes anos não apenas se fortaleceram as iniciativas, mas construiu-se uma efetiva parceria, com a qual contamos para a construção conjunta de um futuro sustentável para o Estado de São Paulo.”

As atividades do DMA CIESP Campinas relacionadas à P+L e à Mesa Redonda Paulista certamente contribuíram de sobremaneira para que ele se consolidasse tanto em seu estilo de atuação pautado no diálogo aberto e em ações que tiveram na cultura da prevenção um pilar crucial para o fomento à sustentabilidade empresarial.

Flávio de Miranda Ribeiro (Gerente da Divisão de Produção mais Limpa e Qualidade Laboratorial da CETESB - Cia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Secretário Executivo da Mesa Redonda Paulista de Produção mais Limpa desde março de 2007)

tais) como Eficiência Energética, 6δ, Ecodesign,

3

3.3

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

Inovação Social e outras práticas sustentáveis compuseram a linha de condução do evento denominado “Produção mais Limpa (P + L): ações e adições para uma cultura de produção e consu-

“Assim como a percepção da sociedade, a postura das empresas em relação à questão ambiental tem evoluído de modo bastante promissor nos últimos anos. Ao invés de apenas responder às exigências regulatórias, muitas empresas já perceberam as oportunidades na aplicação de novas estratégias- como por exemplo a Produção mais Limpa (P+L), abordagem preventiva que busca eliminar ou reduzir impactos na fonte, além de promover ações como reuso e reciclagem- obtendo além de ganhos ambientais maior competitividade, redução de custos e outras vantagens. Neste caminho, a CETESB tem 58

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Pisco Del Gaiso

mo sustentáveis”.

Fábio Barbosa Presidente do Santander Brasil, Presidente da Febraban

Figura 3.2.4 Evento do setor produtivo no CIESP Campinas durante a IV Semana Paulista de P+L

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Sempre dizemos que nosso objetivo é fazer negócios que sejam bons para todos. Quando conseguimos equilibrar as questões sociais, ambientais e econômicas nos negócios, isto gera um resultado sustentável. É isso o que aconteceu quando nos aproximamos do Ciesp em 2005. Quando se unem instituições mobilizadas em construir um novo jeito de fazer negócios, que ao mesmo tempo cuidem das pessoas e do meio ambiente, o resultado rende ótimos frutos. Foi assim, que Banco Real e Ciesp criaram uma linha de financiamento para produção mais limpa. Trata-se do primeiro financiamento brasileiro em tecnologias limpas para pequenas e médias empresas, batizado de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) P+L. Reforçamos a crença de que quando compartilhamos valores e unimos esforços, conseguimos muito mais do que planejamos. Nessa parceria com o Ciesp, desenvolvemos esse produto inovador que promove a prática da sustentabilidade entre as pequenas e médias empresas. Quando conseguimos colocar projetos como este, ficamos bastante orgulhosos. Principalmente porque temos percebido por meio de nossos clientes que as questões socioambientais são um grande diferencial para essas empresas. Dessa maneira, podem se tornar mais competitivas e aumentar a capacidade de geração de renda para o país como um todo. Enfim, gerando bons negócios para todos.


3

3.3

CAPÍTULO 3.3

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Fortalecer o posicionamento da indústria local em seus ambientes de atuação, negócios e responsabilidades a partir da adoção dos princípios da sustentabilidade empresarial, consolidou-se como objetivo primordial do plano de gestão do DMA CIESP Campinas. Colocar em prática o espírito cooperativo em suas relações mostrou-se como um caminho decisivo nesta empreitada. Esta filosofia foi aplicada na identificação e efetivação de vínculos representativos do CIESP Campinas junto às diversas instâncias e instituições. Desde aquelas interlocutoras da proteção, controle e regulação até as de incentivo da qualidade ambiental na região. O mesmo espírito cooperativo alicerçou a proposição e concretização de parcerias entre as próprias empresas e destas com organizações como universidades, bancos, órgão ambiental e outras instituições públicas e privadas do Brasil e do exterior. Em todas estas circunstâncias, a sinergia de competências e propósitos sustentáveis foi a base sobre a qual se construíram as iniciativas, projetos e parcerias que serão descritos a seguir.

F

ortalecer: a terceira frente de ações do plano de gestão do DMA CIESP Campinas objetivou o fortalecimento das empresas

associadas por intermédio da implementação da sustentabilidade em sua atuação. Conhecer e capacitar mostraram-se então, como ações anteriores e imprescindíveis para a viabilização deste fortalecimento. Para avançar na implementação das dimen-

“... só ações solidárias cooperativas de todos os setores e no âmbito de cada país, poderão livrar o mundo de um colapso no saneamento e no abastecimento de água até meados do século XXI.” (III Fórum Mundial das Águas, Quioto, Março de 2003) Revista Hoje CIESP Campinas nº 61/Encarte Meio Ambiente 8ª Edição - Julho/2003

sões econômica, ambiental e social nos negócios, conforme assumido no conceito de sustentabilidade já descrito, o espírito cooperativo em suas relações constituiu-se em pilar essencial para o DMA. Na natureza, toda competição está ligada à cooperação. No ambiente empresarial, que tem na competitividade um quesito indicador de efiMEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

61


Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

ciência e sobrevivência não poderia ser diferente.

que dispõem sobre as questões ambientais de

As relações coope rativas e simbióticas são carac-

seus respectivos municípios) passando pelo com

terísticas essenciais ao crescimento, à perpetua-

o Conselho Consultivo de Campinas (contribuin-

ção.

do com as discussões sobre o Plano Municipal

O espírito cooperativo na consolidação de iniciativas sustentáveis

COMITÊS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ (COMITÊ PCJ)

de Desenvolvimento de Campinas), pela Mesa

Foi assim que em 2004, em uma das reuni-

O primeiro passo nessa direção foi a efetiva-

Redonda Paulista de Produção mais Limpa (na

ões ordinárias do GEA coordenado por Luís Tadeu

ção de vínculos representativos com as diversas

divulgação e implementação da p+l no setor pro-

Furlan surgiu a oportunidade de se consolidar de

Mauro José Lauro (Replan) - Plenário do Comitê - titular

instituições e organizações atuantes na prote-

dutivo do Estado de São Paulo, cap. 3.2) e pelo

forma ampla e estrutural o projeto que envolveu

Mauro José Lauro (Replan) - Plenário do Comitê - titular CT- Uso e conservação da água na indústria - titular

ção e controle da qualidade ambiental da região

Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari

empresas, a Cetesb (que tinha um de seus téc-

como também no desenvolvimento e aplicação

e Jundiaí CBH – PCJ ( na participação técnica e

nicos participando da reunião) e a Unicamp. A

Kelerson Modenesi (Rigesa) - Plenário do Comitê - titular CT- Uso e conservação da água na indústria - suplente

de tecnologias e processos sustentáveis que for-

institucional pela indústria no gerenciamento dos

idéia de se destinar lodo da Estação de Tratamen-

Renata Franco (Emerenciano & Baggio e Associados Advogados) - CT Outorgas e Licenças

neceram subsídios técnicos e legais para trans-

recursos hídricos no ESP). , Neste último, dados

to de Água (ETA) da Refinaria de Paulínia (Replan)

formar positivamente a gestão dos processos no

não só ao reconhecimento e consolidação insti-

à Olaria Schiavollin para que fosse utilizado como

setor produtivo.

tucional do CBH-PCJ, mas também à importân-

matéria-prima na produção de tijolos já estava

Jorge Antônio Mercanti (Replan) - CT Monitoramento Hidrológico - titular

cia estratégica da água para todos os segmentos

em andamento. Em virtude da abrangência do projeto e da multiplicidade de agentes integran-

Renato Gonçalves (Replan) - CT Monitoramento Hidrológico - suplente

da sociedade e, naturalmente, para a indústria, atenção especial foi dada para a capacitação dos

tes foi identificada a pertinência de o DMA articu-

Henrique Gianezi (Tyco Electronics) - CT Plano de Bacias - titular

representantes industriais junto ao Comitê. Já em

lar as ações e esforços necessários à sua concre-

Erica Cristiane Canevassi (Rigesa) - CT Águas Subterrâneas

O DMA estimulou ao longo dos anos a parti-

2003, a partir de uma iniciativa do DMA FIESP, um

tude. Por outro lado, os ganhos em ecoeficiência

cipação de representantes de empresas associa-

curso de capacitação para representantes da In-

e p+l que o projeto delineava para o ambiente,

Dirson Antônio Garcia Júnior (Ecosofia) - Titular CT Educação Ambiental

das em colegiados para defender os interesses da

dústria nos CBHs foi promovido no CIESP Campi-

para a sociedade e para as empresas estavam

Sheila Medeiros Suplente (Ecosofia) - CT Educação Ambiental

indústria e manter as empresas informadas sobre

nas. Anícia Pio (Especialista FIESP) esteve à frente

absolutamente em linha com os desdobramen-

as questões e exigências da atualidade.

do processo que se mostraria fundamental e se

tos conceituais da sustentabilidade empresarial.

ampliaria ao logo dos próximos anos para melhor

O estabelecimento de reuniões, pautas, visitas

A participação no GEA foi sempre uma refe-

estruturar e fortalecer o posicionamento da in-

técnicas a campo e ao órgão ambiental, estru-

rência a partir da qual se poderia identificar os

dústria paulista na questão dos recursos hídricos.

turação e apresentação do caso compuseram as

representantes industriais e associados que aten-

O quadro abaixo apresenta o cenário de repre-

responsabilidades do DMA.

dessem aos critérios de interesse, disponibilida-

sentantes CIESP Campinas por Câmaras Técnicas

de e demais requisitos específicos para pleitear

no CBH-PCJ ao final de 2008.

O valor daparticipação representativa

Sob o título de “Do lodo ao tijolo: solidificando ações e cooperações” o projeto foi convidado

e assumir a representação em nome do CIESP É importante registrar que os valores gera-

a concorrer na XI Mostra CIESP de Meio Ambien-

dos pelas diversas representações e participa-

te em 2004 e na qual recebeu o 1º premio como

ções não se concretizaram em um único sentido.

melhor caso ambiental do Estado pela relevância

Representantes de empresas associadas ao

O contato e a aproximação construídos com re-

do tema, pela estratégia de trabalho adotada e

CIESP Campinas passaram a compor desde Con-

presentantes de todas estas instituições se re-

pela ampla gama de benefícios, econômicos e

selhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente

verteram também em sua crescente presença e

socioambientais alcançados e dentre os quais se

do município de Campinas (COMDEMA) e o de

participação nas reuniões de trabalho, eventos e

Paulínia (CONDEMA) – (Conselhos deliberativos

projetos do DMA.

destacam: • Minimização de resíduos: o lodo de ETA que

Campinas nos mais variados fóruns e colegiados do Estado.

62

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Geraldo Rossi (Ambicamp) - CT Saúde Ambiental

Marcio José Pereira Suplente (Ecosofia) - CT Educação Ambiental Tabela 3.3.1 Representantes pelo Ciesp-Campinas no CBH-PCJ

anteriormente era classificado como resíduo de classe I, passou a ser matéria prima na confecção de tijolos; • Ganhos econômicos: eliminação de gastos com a disposição em aterro do outrora resíduo classe I; • Economia no consumo de recursos naturais: com a diminuição do uso de áreas de jazida e diminuição no consumo de água; • Qualidade e eficiência: com a confecção de tijolo de melhor qualidade e resistência a menor custo. • Sustentabilidade: atingida com a otimização de atuação dos agentes e seus processos com ganhos diretos na cadeia produtiva MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Da condução e execução deste projeto ficaram algumas lições e conclusões conjunturais para o DMA CIESP Campinas. Todas apontaram

A importância de ações integradas na execução de projetos ambientais em busca da ecoeficiência

porém para a importância do espírito cooperativo nas relações inter-organizacionais para a concre-

Essas lições foram de grande valia para uma

tização da sustentabilidade empresarial: desde a

outra parceria que se desenvolveria a partir da

constatação do papel imprescindível do sistema

atuação do DMA CIESP Campinas como coorde-

FIESP/CIESP como representante genuíno do se-

nador do GT de Ações Regionais em p+l para o se-

tor produtivo para alavancar e implementar esse

tor produtivo da Mesa Redonda Paulista de P+L,

espírito ao estabelecimento de um modelo local

mais precisamente de uma reunião no CIESP São

de sucesso, jurisprudência para a multiplicação

Carlos em 2004.

da proposta em outras localidades.

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

63


Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

Tendo a p+l como conceito diretriz e discu-

tas, chegou-se ao consenso de que FIESP/CIESP e

bases de atuação dos parceiros para criar o CDC

nar assim um dos empecilhos detectados (o alto

tindo a versatilidade desta estratégia como ge-

o Banco Real tinham um alicerce de atuação co-

P+L, o primeiro financiamento brasileiro em p+l

valor da garantia para uma pequena empresa

radora de ganhos econômicos e socioambientais

mum e fundamental ao avanço da parceria que

dedicadamente concebido para pequenas e mé-

normalmente exigido em

em processos, produtos e serviços, iniciaram-se

se concretizava: a promoção de negócios susten-

dias empresas.

melhantes), tinha na verdade, em seus demais

as tratativas entre a área de Produtos Socioam-

táveis.

bientais do ABN AMRO REAL e o DMA CIESP Campinas. Victor Hugo Kamphorst e Linda Murasawa

A partir daí o trabalho passou a ganhar es-

foram os interlocutores pioneiros da parceria que

trutura e objetividade. Definida a p+l como fio de

dava seus primeiros passos. Convergir os respec-

condução para a sustentabilidade, as pequenas

tivos papéis de uma Associação Industrial e de

e médias empresas (pmes) que representavam,

um Banco Privado com foco na sustentabilidade

previamente ao início do projeto, mais de 90%

empresarial exigiu mais que uma condução séria

dos associados ao CIESP Campinas. Por outro

e transparente respaldada pelo reconhecimento

lado, se considerada a ISO 14001 como critério

de atuação destas entidades ao longo de déca-

indicativo da incorporação da variável ambiental

das. Definida a p+l como estratégia-mestre da

nos negócios, o percentual de sua adoção era

parceria e o norte conceitual estabelecido pela

de 2% entre as pequenas e 7% entre as médias

Mesa Redonda Paulista era preciso avançar da te-

frente a 27% entre as grandes empresas (CIESP,

oria à prática. Como capitalizar o papel de induto-

2004). Se os números refletiam uma grande dis-

res de desenvolvimento dos parceiros em torno

crepância entre grandes e pequenas e empresas

da p+l? Qual o recorte de empresas, de região, de

não pode deixar de se observar a importância das

segmentos produtivos a serem definidos?

pmes nas relações inter-setorias, na base da cadeia produtiva e na geração de emprego e renda.

Qual a metodologia capaz de contemplar as

Além disso, as PMEs avançavam no acesso direto

especificidades de cada parceiro sem deixar de

ao mercado externo tornando a excelência am-

atender integralmente ao escopo de sustentabi-

biental um fator cada vez mais decisivo à manu-

lidade empresarial da p+l? Como chegar a um

tenção e expansão de seus negócios.

produto para o mercado capaz de consolidar em si todas as respostas às perguntas acima.

As dificuldades destas empresas no acesso a financiamento de equipamentos e máquinas, por

Estes questionamentos pautaram diversas e produtivas reuniões em São Paulo e em Campi-

exemplo, tinham no valor da garantia um empecilho clássico.

nas que contaram com a participação de repre-

64

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

financiamentos se-

critérios técnicos e operacionais, ao financiar tec-

“A sociedade está vivendo um momento de transição e percebeu que é necessário rever alguns modelos de negócios para caminhar em direção a um mundo sustentável. Precisamos agir com um olhar que leve a um equilíbrio social, ambiental e econômico. Rever a forma de fazer o negócio. Por isso, fazer esta parceria em torno de um tema como a Produção Mais Limpa significa demonstrar que esta forma de agir é possível. Assim, a FIESP/CIESP e o Grupo Santander Brasil acreditam ser possível fazer negócios sustentáveis, e o primeiro passo foi dado. A atuação em pequenas e médias empresas é importante, pois justamente neste nicho de mercado é onde está a maior necessidade de apoio e informação, para que assim possamos incentivar a transformação. É preciso que todas as partes envolvidas se engajem e colaborem. Somente por meio da construção coletiva conseguiremos ter o desenvolvimento sustentável.”

nologias, equipamentos, práticas, metodologias

Linda Murasawa – Superintendente de Desenvolvimento Sustentável – Grupo Santander Brasil

implementação do projeto.

e tecnologias limpas suas vantagens mais substanciais. Os equipamentos listados no quadro (3.3.1) compunham a listagem zero de produtos préaprovados uma vez que se garantiu, de modo inicial, atender a características operacionais alinhadas à cultura da prevenção: • Aumento da produtividade ao assegurar o uso mais eficiente de matérias primas, água e energia; • Promoção de melhor desempenho ambiental e maior lucratividade através da redução na fonte de resíduos e emissões; • Redução de danos ao homem e ao meio ambiente. A fase inicial foi efetivada como fase-piloto cuja abrangência ficou circunscrita à área de jurisdição do CIESP Campinas. Nesta fase foram detectadas as deficiências e aprimorados os procedimentos operacionais envolvendo os parceiros. A atuação em rede tanto do Banco como do sistema FIESP/CIESP facilitou de sobremaneira a

Inúmeras apresentações foram realizadas

sentantes do DMA CIESP Campinas e a área de

De posse destas informações e depois de

no CIESP Campinas para apresentar o projeto, o

Produtos Socioambientais do ABN AMRO REAL.

meses de trabalho, análises e discussões aqui re-

produto e os agentes. Conduzidas sempre com

Se o caminho dos questionamentos se mostrava

sumidos em poucas linhas, chegou-se ao lança-

aparentemente mais tortuoso e menos objetivo

mento do Protocolo de Cooperação Banco Real/

ele, sem dúvida, garantiu maior legitimidade ao

CIESP Campinas na sede da Entidade em Campi-

processo que se construía. Discutindo as pergun-

nas, em junho de 2006. O Protocolo registrava as

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

O produto que nasceu com o diferencial de ter na alienação da próprio equipamento adquirido o objeto de sua garantia – buscando solucio-

representantes das duas entidades, as apresentações visavam a apresentar em linguagem simples (não simplista) o conceito de p+l que embasava o produto, as vantagens e as especificidades fiDepartamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

65


Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

ÁGUA

• EQUIPAMENTOS PARA REUSO DE ÁGUA; • EQUIPAMENTOS PARA AUTOMAÇÃO DO SISTEMA DE LAVAGENS; • EQUIPAMENTOS PARA SEPARADORES DE ÁGUA E ÓLEO (FILTROS COALESCENTES).

AR

• EQUIPAMENTOS DE PREVENÇÃO/CONTROLE DE EMISSÕES DE POLUENTES; • EQUIPAMENTOS/FILTROS PARA TRATAMENTO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS (INTERNA E EXTERNA).

RESÍDUOS

• EQUIPAMENTOS PARA RECICLAGEM/REPROCESSAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS; • EQUIPAMENTOS PARA DIMINUIR/ELIMINAR A QUANTIDADE DE RESÍDUO GERADO (EX.: CERÂMICA, ÁGUA, ENERGIA, REJUNTE, ZINCAGEM, ABRASIVOS, ETC.);

SAÚDE

• EQUIPAMENTOS PARA DIMINUIÇÃO DE RUÍDOS; • EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO ATMOSFÉRICO DENTRO DAS INSTALAÇÕES.

• EQUIPAMENTOS PARA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA MEDIANTE ISOLAMENTO TÉRMICO; • EQUIPAMENTOS PARA PROJETOS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (EX. SENSORES DE PRESENÇA); • EQUIPAMENTOS PARA USO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS (EX.: SOLAR, EÓLICA); • EQUIPAMENTOS DE TROCA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS PARA COMBUSTÍVEIS MENOS POLUENTES (EX.: DIESEL PARA GÁS NATURAL, BOILERS ELÉTRICOS PARA GÁS NATURAL).

• EQUIPAMENTOS DE ALTO RENDIMENTO OU ECOLÓGICOS;

• EQUIPAMENTOS QUE UTILIZEM MENOS QUANTIDADE DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS (EX.: FABRICAÇÃO DE TINTAS); • EQUIPAMENTOS DE TECNOLOGIA DE PREVENÇÃO À POLUIÇÃO DO AR, ÁGUA E SOLO; • EQUIPAMENTOS PARA SUBSTITUIÇÃO DE PRODUTOS NÃO DEGRADÁVEIS PARA BIODEGRADÁVEIS; • EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DE VAZAMENTOS (ÁGUA, VAPOR, ETC); • EQUIPAMENTOS LIGADOS A SISTEMAS DE TORRES DE RESFRIAMENTO VISANDO ELIMINAR PERDAS DE ÁGUAS E ENERGIA.

Figura 3.3.4 Bottons de identificação a participantes do projeto de tecnologias limpas para pequenas e médias empresas

então diretor da área de Produtos Socioambien-

CIESP e do Banco Real com o objetivo de alinhar

tais do Banco Real Sr. Fábio João Conciglio, a su-

conceitos, procedimentos e linguagem, apre-

perintendente da mesma área Sra. Linda Mura-

sentações na plenária da FIESP, nas regionais do

sawa juntamente com o Sr. Antonio Lombardi e

CIESP e do Banco Real são exemplos ainda que

o diretor de rede para o interior de São Paulo do

pontuais do projeto que se preparava para se

Com o constante empenho de José Luiz Cor-

Banco Real Sr. José Luiz Corte.

sedimentar. Em todas estas ações foram enfati-

te, na condição de diretor de rede para o interior

zados e enraizados os objetivos primordiais do

do Banco Real, reuniões de aculturamento da

projeto:

nova filosofia de trabalho passaram também a

Pelo sistema FIESP/CIESP estiveram o diretor Quadro 3.3.1. Lista de equipamentos elegíveis ao CDC P+L

de Meio Ambiente do CIESP Sr. Sílvio Ísola, o Sr. Mario Hirose representante do CIESP na Mesa Redonda Paulista de P+L, o Sr. Marlúcio Borges

nanceiras. O propósito de superar o objetivo de,

contemplado no âmbito do CDC P+L. A entrega

no mínimo, apresentar ao mercado mais um pro-

de bottons de afixação coloridos (figura 3.3.4) aos

duto com seus diferenciais de sustentabilidade,

representes industriais em momentos diferentes

Depois do piloto Campinas, uma nova etapa

levou à proposição de ações que incentivassem

do processo foi implementada como maneira de

de expansão do projeto teve lugar. O Protocolo

de modo permanente a cultura da prevenção

explicitar este reconhecimento. Bottons verdes

de Cooperação com o Banco Real foi estendido

entre pequenas e médias empresas. Como o re-

para identificar o apoio (quando da presença

no início de 2007 ao sistema FIESP/CIESP em

Novos desafios, novas ações e estratégias se

conhecimento é fundamental ao ser humano em

em eventos que apresentavam o projeto) e azuis

evento ocorrido na sede da FIESP em São Paulo

descortinaram a partir de então. Sessões de trei-

quaisquer áreas de sua atuação ele também foi

para identificar a adesão (quando da aquisição de

e no qual estiveram presentes pelo Banco Real o

namento que envolveram gerentes regionais do

66

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

ETAPA 2 Nós adotamos P+L! Botton azul

ETAPA 1 Nós apoiamos P+L! Botton verde

TECNOLOGIA

ENERGIA

MOTORES

Bottons verdes para identificar o apoio (quando da presença em eventos que apresentavam o projeto) e azuis para identificar a adesão (quando da aquisição de um equipamento ou tecnologia).

um equipamento ou tecnologia).

diretor de Meio Ambiente do CIESP Campinas e, representando a Cetesb e a Mesa Redonda

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

• incrementar a qualidade de vida das pessoas e do planeta.

• financiar iniciativas para que as organizações ultrapassem o modelo de FIM – de – TUBO;

ocorrer no interior do estado. O modelo passou

• reduzir os custos de produção e aumentar a ecoeficiência e competitividade das empresas;

de outros estados. Ainda que longe da perfeição,

Paulista de P+L, as Sras. Tania Gasi e Elza Yuriko

• reduzir as infrações aos padrões ambientais previstos na legislação;

Onishi Bastian.

• diminuir os riscos de acidentes ambientais;

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

so produtivo;

• estimular o programa de P+L observando os critérios da Mesa Redonda Paulista de P+L; • efetivar, para os agentes parceiros, o papel de indutores de sustentabilidade no proces-

a chamar a atenção de Federações de Indústrias um caminho orientativo havia sido pavimentado apontando para a possibilidade e concretização de projetos e parcerias entre instituições diferentes em sua estrutura mas convergentes nos princípios de sustentabilidade sobre os quais os negócios devem a partir deste início de século se fundamentar.

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

68

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

influencia. Assim foi construído esse trabalho ora publicado . A iniciativa e a liderança do CIESP Campinas , contribuições e empenho de pessoas , empresas publicas e privadas, alem do interesse de órgãos reguladores, possibilitaram chegar até esse momento. Alem de agradecer a oportunidade e sentirme honrado em contribuir, desejo que pessoas, empresários e lideranças que dele tomarem conhecimento ,multipliquem a pratica de P + L, possibilitando um mundo melhor para todos a partir de agora. Jose Luiz Corte Diretor de rede do Grupo Santander Brasil).

Se o espírito cooperativo nas relações foi fundamental para que estes dois projetos - descritos em mais detalhes - se concretizassem, essa filoso-

Encartes

fia de gestão tem sido empregada nas inúmeras iniciativas do DMA CIESP Campinas ao longo de seus seis primeiros anos aqui considerados. Das reuniões mensais ordinárias do GEA mantidas como um serviço permanente aos associados, soluções e respostas extraordinárias têm auxiliado empresas e pessoas em seus caminhos próprios para a atuação responsável e sustentável. Dos inúmeros casos e oportunidades não citados aqui por uma questão de limites físicos da obra, a cooperação seja entre empresas, com o órgão ambiental nas diversas vezes em que freqüentou a Casa e contribuiu com esclarecimentos técnicos, com a academia, com especialistas, com instituições públicas e privadas – só fazem aumentar a responsabilidade e o compromisso do DMA com a promoção de negócios sustentáveis nos anos

Divulgação

“Se perguntarem hoje sobre qual o maior desafio que a espécie humana e a sociedade de maneira geral enfrentam , sem duvida responderia que é a correta utilização e a preservação dos nossos recursos naturais. Todos nós de alguma forma, experimentamos hoje os efeitos desastrosos do abuso e da falta de cuidados com o meio ambiente e das enormes diferenças sociais, fruto do crescimento sem a preocupação com o desenvolvimento sustentável, baseado na interdependência entre pessoas , planeta e lucro. Ou seja, não basta ter crescimento, é preciso gerar desenvolvimento sem comprometer a sobrevivência das gerações futuras. Os projetos e ações para preservação de energia , reciclagem , etc, são de extrema importancia, mas, acima de tudo é necessaria uma mudança de atitude e um exercício permanente de conscientização de cada indivíduo e da sua capacidade de multiplicar esse comportamento para toda sociedade que

que virão.

2005 2005

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Encartes

Encartes

2003

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2006

2003

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2004

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2006

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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4

4

Encartes

2007 2007

2008

Considerações finais: sustentar o compromisso

Divulgação

2008

Luiz Fernando Furlan Empresário, Presidente do Conselho de Administração da Sadia e da Fundação Amazônia Sustentável. Ministro da Indústria Desenvolvimento e Comércio Exterior do Brasil (2003-2007)

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Estudos apontam para cenários cada vez mais preocupantes quanto à escassez de recursos naturais, degradação ambiental e efeitos negativos das mudanças climáticas para o planeta. Diante disso, é urgente a criação de processos sustentáveis de produção de forma coerente com os conceitos de uma economia de baixo carbono. O cuidado com a sustentabilidade dos processos produtivos será, cada vez mais, um diferencial de mercado e, atualmente, já está se tornando um fator relevante na decisão de compra pelos consumidores. É necessária uma mudança global quanto à consciência ambiental e a mudança dos sistemas de produção, visando novos padrões de consumo e comportamento. As empresas que não se adaptarem as novas tendencias dos consumidores estarão sujeitas ao fracasso.


4

4

CAPÍTULO 4

Considerações finais: sustentar o compromisso

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Mais que valorizar o processo de construção do compromisso coletivo com a sustentabilidade empresarial aqui descrito, há uma missão maior a ser empreendida: a de sustentar o compromisso. O próprio conceito de sustentabilidade adotado nesta obra prevê a manutenção e reposição ao longo do tempo das variáveis que dão suporte a um processo ou a um sistema. Pela expressiva importância da indústria no Brasil e ainda mais no estado de São Paulo, existe uma responsabilidade inerente às conquistas já realizadas: o compromisso com o que se pode e ainda se deve realizar. Fazer uso da capacidade de articular sinergias não só como incentivadores da produção mas como agente capaz de influenciar e alavancar transformações em temas estruturantes como são a educação, a inovação tecnológica, o empreendedorismo e a competitividade – é, sem dúvida, um caminho que se impõe em nossa missão de assumir o compromisso na promoção da sustentabilidade empresarial.

P

or que decidimos registrar esta Memória dos seis primeiros anos do DMA CIESP Campinas?

A ideia de produzir este relato não nasceu com a pretensão de apresentá-lo como um modelo estanque de gestão ou mesmo de se produzir um puro relatório técnico de balanço operacional. À maneira de um álbum ou arquivo de viagem revisitado em suas melhores imagens, acontecimentos e lembranças que além de contentamento geram também entusiasmo para novos destinos e sentimento de pertença à situação vi-

“Necessitamos civilizar nossas teorias, ou seja,desenvolver nova geração de teorias abertas, racionais, criticas, reflexivas, autocríticas - aptas a se auto-reformar.” (Edgar Morin) Revista Hoje CIESP Campinas nº62/Encarte Meio Ambiente 9ª Edição - Setembro/2003

vida, celebrada: muito disso se pretendeu refletir nesta Memória. Mas também não é só isso. Inerente ao reconhecimento do processo de realização coletiva aqui descrito, aos avanços

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Considerações finais: sustentar o compromisso

Considerações finais: sustentar o compromisso

obtidos na construção de valores para a cultura

emissão dos gases de efeito estufa firma-se como

empresarial– vem a responsabilidade com o que

consenso e pressão mundiais, se o consumo de

ainda se pode e se deve realizar: a necessidade

recursos e a destinação de seus produtos exigem

de se sustentar o compromisso. A memória de

princípios e processos que garantam o acervo da

um passado, mesmo que breve, a estimular o

humanidade - estão aí alguns macro-contornos

compromisso com o presente e com o futuro da

a desenhar um novo e promissor ambiente de

sustentabilidade empresarial.

negócios. Não como contornos exclusivamente

"A sustentabilidade, ou o equilíbrio entre a proteção ambiental, desenvolvimento econômico e social, só pode ser alcançada se houver livre iniciativa associada ao diálogo permanente e parceria efetiva na relação entre o poder público, o privado, a sociedade e suas entidades representativas. Na Fiesp, realizamos um trabalho estratégico de base junto às entidades representativas da indústria, com a ação de seu Departamento de Meio Ambiente e da Câmara Ambiental da Indústria Paulista, organismos técnicos e tomadores de decisão, e por meio do Conselho Superior de Meio Ambiente, de caráter consultivo e ligado à presidência, constituído de membros da sociedade civil. Nossa expectativa é a de continuar e aprimorar este trabalho estratégico de base, capacitando os setores, chamando a atenção para as questões mais urgentes, no campo ambiental e da sustentabilidade, atentando para os fatores que intervêm diretamente na produtividade e competitividade dos setores industriais, assim como na sustentabilidade de toda a sociedade. Em grande parte, isso é replicado nos Ciesp por todo o Estado, como ocorre, de forma exemplar, no Ciesp de Campinas que, por meio de seu Departamento de Meio Ambiente, continuará a realizar este trabalho não só diretamente junto a seus associados, as empresas industriais, mas também junto ao poder público e às entidades representativas regionais."

restritivos mas como elementos a conduzirem a Sendo este início de século um dos momentos mais decisivos e críticos de nossa história,

mais um patamar evolutivo do papel da indústria como agente de transformações positivas.

esta responsabilidade adquire proporções ainda mais determinantes. Ao apontar a atividade hu-

E neste contexto, o Brasil é um candidato

mana como principal responsável pelas mudan-

natural a assumir o protagonismo de uma nova

ças do clima advindas do aquecimento global,

civilização industrial, considerado, de princípio,

o aval científico do IPCC por intermédio de seus

seu extraordinário potencial de recursos subuti-

relatórios, notadamente o IV de 2007, ratifica um

lizados de produção.

desafio que extrapola a esfera ambiental e a de segmentos ou regiões. O mundo se vê à frente de

São Paulo, como estado expoente da indus-

um desafio que é também econômico, político,

trialização no Brasil respondendo por mais de

social e cultural.

40% do PIB nacional ... desempenha naturalmente um papel decisivo nos caminhos do de-

A humanidade é convocada a exercitar sua capacidade de articular sinergias a partir de suas

senvolvimento e da sustentabilidade empresarial no país.

diferenças e especificidades com vista a um novo desenvolvimento e, acima de tudo, a sua própria

Sendo o grande interlocutor da indústria

sobrevivência. Isto válido no âmbito de nações,

paulista, o sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai/ IRS

estados, municípios, comunidades e indivíduos.

assume uma singular legitimidade de representação do setor produtivo não só como grandes

A indústria, como expressivo partícipe, tem

incentivadores da produção mas como entidade

neste cenário de mudanças a ímpar oportuni-

capaz de influenciar e alavancar transformações

dade de adicionar valor de maneira inovadora

em temas estruturantes como são a educação, a

concretizando o universo econômico, social e

inovação tecnológica, o empreendedorismo, a

ambiental em seus negócios. A sustentabilidade

competitividade, a sustentabilidade empresarial.

exercida na prática. Sociedades sustentáveis são

Neste último (e nos demais por analogia), cabe

formadas por organizações sustentáveis que se

prioritariamente a função de levar à comunida-

perpetuam pelo crescimento.

76

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Paulo, a Região Metropolitana de Campinas tem

tuem hoje mais de 90% das mais de 500 empre-

criar uma cultura que encoraje o questionamento

sas associadas ao CIESP Campinas.

constante e recompense a inovação. As organiza-

na indústria o setor de atividade que representa

ções dotadas de tal cultura valorizam a diversi-

quase 60% de seu de seu valor adicionado, ala-

Como incentivar as práticas sustentáveis, fa-

dade (...) e os experimentos que dilatem a sua

vancando, por sua vez, um forte setor de serviços

cilitar sua implementação, fomentar a cultura de

margem de conhecimento. Em outras palavras,

que atende por quase 40 %, con-

o questionamento é fundamental

forme dados de 2004 da Fundação

para se enxergar o novo. Contu-

Seade, IBGE. Some-se a isso, o fato

do, consideradas principalmente

de a região ser reconhecidamente

as pequenas empresas absorvidas

um centro criador e difusor de tec-

em sua sobrevivência diária e nas

nologia e conhecimento ancorado

quais muitas das atividades cru-

em suas renomadas universidades

ciais são executadas pelo dono e

e centros de pesquisa que atendem

gerente do negócio, é utópico pen-

por 15% da produção científica na-

sar que tal reflexão questionadora

cional. Assistida por uma sólida in-

vai encontrar espaço e condições

fra-estrutura de rodovias, ferrovias

para se concretizar. Onde esta-

e aeroportos a região abriga uma

mos? Onde queremos chegar? E,

rica e complexa rede de empresas

principalmente, como chegar lá?

dos mais diversos segmentos.

considerando-se o complexo cenário de sustentabilidade atual – são

É neste pequeno universo cos-

questões a impulsionar trajetó-

mopolita que o Departamento de

rias de inovação, de crescimento.

Meio Ambiente do Ciesp Campinas

Assim é também que estas ques-

tem buscado, desde sua criação em

tões compuseram naturalmente a

2002, imprimir sua visão baseada

construção da visão de objetivos

na importância do compromisso

do DMA Ciesp Campinas posto o

na promoção de negócios susten-

fundamental papel de representa-

táveis.

tividade e interlocução do sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai

junto à

Entendíamos que criar uma visão era impor-

inovação e de valor em uma organização, inde-

tante no sentido de responder de maneira inova-

pendente de seu porte e complexidade? Ques-

dora e assertiva a questionamentos específicos,

tões de cunho relativamente incomum para o

Foi como parte do processo de implemen-

de dar um norte consistente a nossas empresas

cotidiano das empresas mas absolutamente per-

tação desta visão que o Grupo de Estudos Am-

associadas frente a situações complexas, a con-

tinentes à responsabilidade que nos cabia. Sa-

bientais (GEA) foi criado. Um espaço de serviço

ceitos de sustentabilidade ainda pouco assimila-

bíamos que respostas inovadoras deveriam estar

sistemático a preconizar a troca pessoal de ex-

de empresarial a compreensão sobre as oportu-

dos (e pouco claros) para uma grande parte da

na pauta dos possíveis encaminhamentos. Em

periências entre os associados, a valorizar os

nidades e implicações decorrentes das estraté-

indústria local. Na verdade, para a maior parte

sua “Conexões Ocultas” de 2002, Capra assina-

diálogos significativos, as conversas. Conversa

delas: pequenas e médias empresas que consti-

la que para o surgimento da novidade é preciso

como ação, como fonte de onde brotam decisões

gias de sustentabilidade.

Nélson Pereira dos Reis. Vice-presidente da Fiesp e Diretor Titular do Departamento de Meio Ambiente.

Divulgação

Se a imediata necessidade de redução de

Segundo pólo industrial do estado de São

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

indústria paulista.

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Considerações finais: sustentar o compromisso

Considerações finais: sustentar o compromisso

baseadas em informação e a partir da qual re-

excepcionais, que dificilmente serão adequada-

lacionamentos e confiança são gerados. Em um

mente mensurados. Afortunadamente, existem

momento de ampla crise como o que vivemos,

instituições e pessoas que, como eles, possuem

a confiança torna-se imprescindível como outro-

brilho próprio e combinam visão inteligente com

ra assinalado pelo patrono da indústria, Roberto

determinação, competência e habilidade. O de-

Simonsen em sua citação intemporal: “Otimismo

safio que propomos - a eles e a todos nós - é não

é esperar pelo melhor. Confiança é saber lidar

esmorecer e encarar o futuro nos olhos.”

com o pior”. É fato, assim, que a confiança na postura de compromisso com a sustentabilidade

"Sustainable economies must be built around sustainable products, services and consumption patterns. Sustainable industrial processes can effectively reduce the environmental impacts associated with the design and manufacture of products. These strategies however do not account for the significant environmental impacts associated with the selection, use, and disposal of products by consumers. We need to educate product designers, producers, government leaders and consumers about the environmental and social impacts of available goods and services; to help them make informed decisions about purchase, use and ‘end-of-life’; and to increase the market share of sustainable products and services."

daqueles que coordenaram este Grupo no período coberto por esta Memória: Newton Scavone (International Paper), Paulo Deuber (3M), Luís Tadeu Furlan (Petrobras) e Jorge Galgaro (Rhodia) precedeu, enquanto critério, à sua reconhecida reputação profissional. Igualmente, adotar a produção mais limpa (p+l) como prática sustentável a orientar iniciativas e parcerias no setor empresarial consolidouse em ação estruturante. Não simplesmente para comprovar resultados práticos de superação do paradigma baseado na inconciliação de eficiência produtiva/econômica com ganhos socioambientais. Cabe-nos também, como responsabilidade institucional com o desenvolvimento, o exercício de constantemente desmantelar o enorme arsenal de mecanismos que promovem a reprodução deste velho paradigma. Sobre o trabalho de divulgação e implementação da P+L, Tânia M. T. Gasi, Engenheira da Divulgação

CETESB e Secretária Executiva da Mesa Redonda Paulista de Produção +Limpa de 2002 a março de 2007 assinala e propõe: “O DMA/CIESP Campinas foi uma das principais lideranças deste processo, que repercutiu

Tania Del Matto é cofundadora e diretora executiva da organização nacional canadense “My Sustainable Canada”. Mestre em Estudos Ambientais pela Universidade de Waterloo, Tania esteve no Ciesp Campinas em 2005 em evento de parceira p+l para pequenas empresas com o Centro Canadense de Prevenção à Poluição por intermédio da Mesa Redonda Paulista de Produção mais Limpa.

em outros estados e países e gerou resultados 78

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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Considerações finais: sustentar o compromisso

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

de tecnologia e aproveitar as oportunidades econômicas já verificadas na geração de energia por fontes renováveis. É com o entrosamento entre o governo, o setor privado e a sociedade civil que a importância estratégica da inovação será reconhecida."

Por outro lado, é preciso reconhecer que a sociedade contemporânea construiu instrumentos e é potencialmente detentora de meios que a credenciam ao êxito no enfrentamento deste momento de crise. (crise em chinês). No segmento empresarial as oportunidades

José Ricardo Roriz Coelho Empresário, Diretor Titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP

na era da economia do carbono apontam para diversos caminhos e o Brasil não pode se esquivar de se pronunciar proativamente no debate sobre

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

tecnológica sustentada por fontes e energias limpas ao espaço a ser exercido por entidades como

O espírito cooperativo e o

Divulgação

Divulgação

as saídas para esta nova era. Desde a inovação

o sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai no estímulo e

compromisso ambiental como formas

proposição de ações e processos amplos e contí-

de fortalecimento empresarial estão

nuos de mudança para a sustentabilidade. É fato que o setor industrial é um dos agentes no pro-

É neste contexto de história ao mesmo tem-

cesso e que sem semelhante exercício do setor

po crucial e decisivo, desolador e promissor, de

público na garantia a subsídios que garantam o

caos e de possibilidades - que somente o com-

retorno a investimentos e estimulem ganhos de

promisso de cada indivíduo, de cada liderança e

produtividade, dificilmente a nação avançará em

de cada organização poderá fazer a diferença, a

uníssono a um novo patamar de desenvolvimento limpo.

presentes no logo do DMA CIESP Campinas. Três árvores (simbolizando processos produtivos perfeitos), em

transformação positiva. Então, esta breve Memória é nossa maneira

tamanhos diferentes retratam as

de valorizar um passado de pessoas e organiza-

Estudante do Sesi, Dandara Beatriz Belizario da Silva, 4, em evento aberto de sustentabilidade do DMA Ciesp-Campinas na Semana de Meio Ambiente em junho de 2008

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

"O País do futuro deve ser competitivo e ambientalmente sustentável e, para que isso ocorra, é preciso investir em inovação. A empresa só gera inovação quando há políticas de Estado de longo prazo para educação e desenvolvimento, além de uma estratégia de fortalecimento da capacidade produtiva. Às entidades representativas cabe a interface entre a área pública e a privada e para que haja uma governança capaz de estimular e cobrar resultados de ambas as partes. Ademais, o Brasil deve evitar a dependência de transferências

ções e, também, nossa esperança de inspirar

pequenas, médias e grandes empresas

para que se renove perpetuamente, o compromisso de cada um com a sustentabilidade no pre-

coexistindo de maneira interativa e

sente e no futuro.

harmônica. Ao fundo, as cores que representam o ar, a água e o solo. Abaixo, escolhido de forma democrática em 2002, o slogan do DMA.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Contato e informações: Departamento de Meio Ambiente do Ciesp-Campinas meioambiente@ciespcampinas.org.br 19 3743 2206/3743 2200 www.ciespcampinas.org.br

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO


Em março de 2002 foi criado o Departamento de Meio Ambiente (DMA) do CIESP Campinas. No momento em que o mercado e o ambiente sinalizavam a importância de se considerar a questão ambiental no planejamento de negócios sustentáveis, a criação do DMA objetivou viabilizar um espaço no qual representantes de empresas, instituições e sociedade pudessem se conhecer, discutir seus desafios, identificar interfaces comuns e propor encaminhamentos. Mais do que isso, o DMA tem elaborado e implementado encontros, projetos e parcerias reconhecidos e premiados no Estado de São Paulo. O objetivo tem sido sempre o fomento a negócios sustentáveis assim como o fortalecimento das ações de excelência socioambiental de empresas paulistas e de instituições parceiras. Tendo completado seis anos de existência em 2008, a intenção desta obra é deixar registrada à toda sociedade a Memória de um Compromisso: os esforços, as iniciativas, as ações e resultados das pessoas, empresas e instituições que protagonizaram esta história. Ao apresentar as razões e os meios que fizeram da promoção de negócios sustentáveis um pilar essencial na história do DMA, mais que prestar contas às empresas associadas, este trabalho tem o propósito de estimular iniciativas e fomentar ações à comunidade empresarial e a todos os agentes indutores de sustentabilidade.


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