Revista Food Service News ed. 57

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service Ano 10 - n° 57 - Janeiro / Fevereiro 2012

news

AS APARÊNCIAS

ENGANAM livre seu estabelecimento da falta de controle do alimento que vem invaDINDO O FOOD SERVICE BRASILEIRO




EDITORIAL

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Expediente:

aro leitor,

Seja bem-vindo a 2012, um ano cheio de crenças e esperanças. Muitas profecias foram feitas e muitos acreditam que será uma época de grandes mudanças. No food service isso não será diferente, e a expectativa é grande. Nesta edição queremos dar opções e dicas, para que você veja o que lhe espera e tenha ideias para o ano que começa. A matéria de capa está aí para mostrar que se preocupar com a qualidade e origem dos alimentos é a principal tarefa de um empreendedor do ramo. Especialistas vão mostrar que existem leis a serem cumpridas, e os estabelecimentos têm que adequar a forma de armazenamento do alimento e ainda se comprometerem a não servir refeições com prazo de validade vencido. Mantendo esta linha, fizemos para você uma matéria listando as certificações necessárias ao empresário de food service, documentos estes que todos os restaurantes deveriam ter. Três produtos importantes farão parte desta edição: uniformes, móveis e artigos para banheiro. Os primeiros são responsáveis pela beleza dos profissionais, os seguintes trazem harmonia ao ambiente e os últimos compõem uma área pouco investida do food service. Todos formam bons setores e buscam por investidores criativos. As editorias Perfil e Entrevista trazem personalidades em suas páginas. Ambos contam um pouco de sua vida pessoal sem deixar de lado o empreendedor. As empresas Vilma e Ajinomoto são referência devido à boa gestão de cada um. E não é só dentro da empresa que os gestores têm que se dedicar. O universo online, atualmente, está crescendo e investir nele é sinônimo de progresso. A FSN 57 está trazendo exemplos de empresas que viram na internet uma forma de se aproximar de seus clientes, principalmente através das redes sociais. Quando um novo ano começa, deseja-se que as coisas boas se repitam e o que foi ruim seja deixado para trás, servindo apenas de aprendizado para as novas experiências. Cada um tem seus planos e sonhos. Mudanças são essenciais para o crescimento profissional e arrecadação de bons lucros. Que 2012 seja o ano do Food Service. Boa leitura. Jamile C. Hallack Editora

Food Service News Ano 10 – nº 57 – 2012 www.foodservicenews.com.br Editora Jamile C. Hallack jamile.hallack@foodservicenews.com.br Diretor Comercial Janes Fabrício Guimarães janes@foodservicenews.com.br comercial@foodservicenews.com.br Redação Juliana Siqueira Pio Nathália Rosa de Castro** Colaboradores Maria Luiza Gondim Mayko Silva Executiva de Contas Suely Rocha suely.rocha@foodservicenews.com.br Comercial atendimento@foodservicenews.com.br Administrativo administrativo@foodservicenews.com.br Arte e diagramação Selma Andrade Marlon Douglas Machado de Faria Humberto César Gomes Nathália Marques Rocha* criacao@foodservicenews.com.br Financeiro Jainne Cabral financeiro@foodservicenews.com.br Impressão Editora Rona Distribuição: nacional Periodicidade: bimestral Redação e correspondência Rua Gonçalves Dias, 607 Funcionários CEP: 30.140-091 – BH/MG Fone/Fax: (31) 3261-8548 Praça Amadeu Amaral, 27 7° Andar - Bela Vista - São Paulo CEP:01.327.010 Fone: (11) 3142 -8941

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ÍNDICE

14 MERCADO i para que iso? Um selo, um prêmio ou um certificado ajudam a garantir a excelência do produto, o sucesso da produção e o crescimento dos lucros

24 Tendência ao gosto do tio sam A culinária americana ganha adeptos no Brasil apresentando bastante diversidade. Além disso, se mostra como um bom negócio gastronômico

60 gestão

bom para se trabalhar Ranking mostra que empresas do segmento de food service possuem ótimo ambiente corporativo e são eleitos melhores lugares para se trabalhar no país

10 ENTREVISTA tempero japonês com gostinho brasileiro Empresa Ajinomoto se destaca no mercado de food service pelo mix de produtos, altos investimentos e uma boa administração que soube lidar com o rápido crescimento

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38 CAPA

SEGURANÇA A NÍVEL DOS OLHOS Diversos problemas relacionados à segurança do alimento acendem a discussão sobre responsabilidade de empresários e chefs, e a precaução necessária para que o consumidor tenha acesso a um produto de qualidade e seguro

52 PERFIL Uma pitadinha de fermento Com um jeito simples de gerir seus funcionários, Domingos Costa conquistou o sucesso e está há 35 anos à frente de uma das maiores companhias do food service do país



FS MONEY

da Redação

SINAL VERMELHO A Cereser recebeu uma recomendação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo para que retire do mercado uma bebida destinada ao público infantil, cuja garrafa imita a de espumante. A embalagem, que é enfeitada com desenhos da Disney e tapada por uma rolha, contém bebida com gás e sem álcool. Tal procedimento não está ainda na Justiça, mas caso haja descumprimento da recomendação, a defensoria pretende levar o caso aos tribunais.

Controle Inflacionário Com a inflação brasileira em alta, as empresas precisam encontrar meios para driblá-la. Servindo cerca de 2 milhões de refeições por dia, a Sodexo/Puras determina o cardápio com antecedência, evitando, assim, um impacto na receita. A exceção vai para as frutas, hortaliças e proteínas, pois a entrega costuma ser diária e sofre alterações nos preços devido às mudanças climáticas. A redução de custos é feita também por meio de negociações com um único fornecedor. Além disso, a organização visa sempre alternar o cardápio de forma criativa e inteligente.

Nova aquisição Em uma transação de R$ 180 milhões, a Bunge adquiriu o negócio de alimentos da Hypermarcas, detendo, assim, o direito sobre as marcas Cajamar, Puropure, Salsaretti e Etti, e mais uma série de produtos como temperos, caldos, extrato e molhos de tomate. Nesta operação, a empresa obteve ainda uma fábrica em Araçatuba, São Paulo, local em que funciona o Centro de Distribuição e conta com 250 funcionários. Recentemente, a instituição já havia anunciado a sua entrada no segmento de atomatados por intermédio da marca Primor.

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Bons resultados As vendas do Grupo belga Puratos cresceram 11% em 2011, conseguindo, assim, cumprir a meta da própria organização para o ano. O prosseguimento nas inovações, um grande portifólio e os investimentos em suporte ao cliente, P&D e áreas produtivas foram os principais fatores responsáveis pelo aumento, apontados pelo Grupo. Além disso, um plano feito em 2008 levou à redução de aproximadamente 2% do custo operacional do valor líquido proveniente das vendas.

Nas alturas Em dezembro do ano passado, a empresa Bom Sabor participou, através de seus produtos, do Dinner in the sky, um evento que consiste em uma refeição feita a 50 metros de altura. A plataforma comporta 22 lugares e a segurança ficou por conta da equipe de bombeiros. Recentemente o Dinner in the sky ganhou o prêmio Marketing Best, o mais importante prêmio de marketing do país, e é considerado um dos dez almoços mais inusitados do mundo.

Alta no preço das carnes O preço das carnes em Minas Gerais sofreu alterações significativas do começo ao fim do ano, alcançando um nível de aumento de 20% entre os meses de janeiro a novembro. O site Mercado Mineiro divulgou um levantamento que apontou as diferenças de valores praticados nos açougues. Em alguns casos, um estabelecimento chega a cobrar mais do que o dobro de outro. O pernil, por exemplo, foi encontrado a R$ 6 e R$ 13. No final de ano, foram necessárias pesquisa e criatividade.

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ENTREVISTA

por Maria Luiza Gondim

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Bonelli acredita que s贸 quem esta preparado se destaca no mercado

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Tempero japonês

com gostinho

brasileiro Empresa Ajinomoto se destaca no mercado de food service pelo mix de produtos, altos investimentos e uma boa administração que soube lidar com o rápido crescimento

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resente há 55 anos no Brasil, a Ajinomoto é um exemplo de empresa que junta tradição e inovação. A FSN conversou com Cosme Eduardo Bonelli, gerente de marcas sênior da companhia, para tentar descobrir os fatores que levaram a Ajinomoto a ser uma referência no mercado e qual o seu grande segredo desucesso. No segmento de food service ela se destaca pela gama de produtos, pelos altos investimentos e por buscar sempre representar seu nome que significa “essência do sabor”. A companhia tem em seu portifólio desde azeites de oliva a batatas. A marca se destaca por já ter conquistado o coração de chefs, empresários e consumidores. Fundada pelo japonês Kikunae Ikeda, em 1908, a empresa está presente em 23 países, com 107 fábricas e gerando 27 mil empregos.

Food Service News: Há quanto tempo a Ajinomoto trabalha no segmento do food service? Cosme Eduardo Bonelli: A Ajinomoto oferece produtos para restaurantes há mais de dez anos no Brasil,

porém com know how de mais de 30 anos de experiência no Japão. Anteriormente, nossa estrutura não era inteiramente voltada para o segmento e tampouco haviam distribuidores com foco no mercado. Nos últimos cinco anos, a empresa realizou investimentos e aumentou seu foco, conquistando resultados significativos e transformando-se em uma área das mais importantes em food service fora do Japão.

FSN: O que foi feito para entrar neste mercado? CEB: Nos últimos quatro anos, a Ajinomoto investiu fortemente em desenvolvimento, aumentando sua estrutura, linha de produtos e faturamento. Como resultado, saímos de uma linha de 11 produtos para cerca de 37. Entramos em novas categorias, antes não exploradas pela empresa como molhos de tomate, sopas, azeite e produtos culinários. O último lançamento da Ajinomoto para food service foi o Azeite de Oliva Extra Virgem Terrano, um produto distinto e desenvolvido para atender todas as expectativas do segmento, em termos de qualidade e custo para operação.

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ENTREVISTA

TEMPERO JAPONÊS COM GOSTINHO BRASILEIRO

FSN: Qual o objetivo da empresa? CEB: A Ajinomoto mais que dobrou seu faturamento no mercado de food service nos últimos três anos. Nossa expectativa é manter nossos patamares de crescimento continuamente, mantendo nossos investimentos em produtos e serviços que aumentam a rentabilidade dos operadores de food service.

FSN: Quais foram os principais desafios? CEB: O tema “distribuição” é sem dúvida um fator desafiador para desenvolvimento do mercado. A venda de produtos food service necessita de profissionais preparados e extremamente voltados para a necessidade do cliente. A criação desta cultura e formação deste profissional são elementos que demandam grande esforço e investimento.

FSN: Quais são os principais produtos? CEB: Atualmente, todos os produtos da nossa linha possuem uma contribuição significativa para os negócios. Desde produtos consagrados e líderes de mercado como Tempero SAZÓN e Aji-no-moto, até produtos recentes como Purê de Batatas, Aji-Sal e Azeite de Oliva Terrano.

FSN: Como foi a resposta dos clientes? CEB: A Ajinomoto hoje já é reconhecida pelos usuários como uma empresa diferenciada, oferecendo produtos e serviços que colaboram para uma melhor performance dos seus negócios.

FSN: Como é a administração e o dia a dia da empresa? CEB: O dia a dia sempre é muito corrido e prazeroso, trabalhar com alimentação apresenta novidades todos os dias. Não existe um dia igual ao outro. O fato da alimentação contribuir para a vida das pessoas faz também com que nosso trabalho tenha grande responsabilidade e principalmente comprometimento pela busca incessante da excelência.

FSN: No que consiste e como funciona o projeto “Oficina do Sabor?” CEB: A “Oficina do sabor” concentra todo know how culinário e gastronômico da Ajinomoto, transformando ideias em receitas e aplicações de muito sucesso. Trata-se de uma área extremamente estratégica para food service, onde podemos criar receitas personalizadas,

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ministrar cursos, palestras, além de receber clientes importantes para apresentações.

FSN: Pode nos revelar o investimento e faturamento desta divisão da empresa? CEB: As informações financeiras são sempre confidenciais, mas para crescer no food service é necessário muito esforço e investimento. Investimento na qualificação da equipe de vendas, expansão da cobertura de distribuição, geração de experiência e lançamento de novos produtos. Desta forma, os investimentos extrapolam a métrica financeira, pois demanda o desenvolvimento de valores intangíveis que fortaleçam o crescimento do mercado.

FSN: Quais os principais clientes da companhia neste segmento? CEB: Hoje a Ajinomoto Food Service é uma das poucas empresas que, através da sua rede de distribuição, está presente em todo território nacional. Estamos constantemente presentes no campo, seja do extremo sul do Rio Grande do Sul até Belém, Manaus e muitas outras cidades importantes. Este contato próximo com os usuários dos nossos produtos consolida a importância deles para nosso negócio.

FSN: Acredita que é um mercado cheio de oportunidades? CEB: O mercado da alimentação fora do lar apresenta muitas oportunidades, porém somente aqueles que estão preparados conseguem transformá-las em realidade. A valorização da qualidade pelo cliente final já ultrapassa para o outro lado do balcão e exige que os estabelecimentos ofereçam cada vez mais qualidade em proposta e serviços.

FSN: O que a Ajinomoto faz para se destacar em um cenário tão competitivo? CEB: Todos os produtos da Ajinomoto são fabricados sob um rigoroso processo e controle de qualidade, garantindo aos usuários o uso dos melhores ingredientes e processo de fabricação. Nossa proposta básica é facilitar a operação do restaurante, oferecendo soluções com uma relação custo / benefício vantajosa ao operador. Na alimentação fora do lar é fundamental entregar os atributos mais valorizados de uma receita tradicional, oferecendo facilidade de preparo e otimização de resultados.


FSN: Quais os planos da empresa para o futuro?

FSN: O que o consumidor pode esperar de um produto da Ajinomoto Food Service?

CEB: Continuar nossa estratégia de crescimento no Brasil, oferecendo cada vez mais produtos significativos e relevantes para nossos usuários.

CEB: Todos produtos da Ajinomoto são desenvolvidos e testados com usuários “reais” do mercado. Um produto só vai para o mercado após muitas avaliações, altos índices de aprovação e preferência significativa versus seus principais concorrentes. Isto garante ao usuário a certeza de ter feito a melhor escolha.

FSN: Pretendem expandir? CEB: A expansão da linha de produtos é um dos catalisadores de inovação, sendo também responsável pela garantia de satisfação dos nossos clientes. É importantíssimo oferecer novas soluções e abordagem que possam maximizar os resultados dos usuários.

FSN: Qual o segredo de sucesso da Ajinomoto? CEB: Oferecer o melhor para seus clientes, não medindo esforços para isto. O sucesso do negócio dos usuários é a base para nosso crescimento sustentável.

FSN: Dicas para quem deseja investir no segmento. CEB: Para desenvolver verdadeiramente um trabalho no mercado food service é preciso ir além do conceito já estabelecido de B2B, pois a alimentação carrega fatores emocionais que dificilmente são encontrados em outros mercados. •

Ajinomoto www.ajinomotofoodservice.com.br

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por Jamile Hallack

MERCADO I

Para que

ISO?

Um selo, um prêmio ou um certificado colaboram para garantir a excelência do produto, o sucesso da produção e o crescimento dos lucros

M

uito se tem ouvido sobre as certificações ISO. Dentro do ramo alimentício o mais específico é o ISO 22.000. Mas qual é a importância desse e de tantos outros certificados para as empresas de food service? É inegável que a certificação é uma ferramenta fundamental para as organizações que querem conseguir destaque no cenário nacional e, consequentemente, no cenário internacional. Pois, a empresa que procura se adequar a alguma norma e, por consequência desta adequação, obtiver a certificação, criará um grande diferencial competitivo, frente aos seus concorrentes. E ainda mostrará a excelência de seus produtos. Empresas que já passaram por processos de certificação, como a implantação de ISO, têm mais facilidade em identificar os pontos onde se pode reduzir desperdícios e aprimorar a utilização de recursos. Além do ISO existe também o sistema de gestão OHSAS, voltado para a parte de segurança. E foi isso que a empresa de embalagens Tetra Pak conquistou desde a sua primeira certificação alcançada. “A Tetra Pak Brasil é a primeira indústria de embalagens da América Latina que teve suas duas fábricas certificadas pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão

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regulador dos Estados Unidos, de importância mundial, que atesta as condições de exportação para países que reconhecem boas práticas de produção”, conta Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente da empresa. Depois da primeira, a empresa não parou mais. Em julho de 1997 a Tetra Pak tornou-se a primeira empresa de embalagens a receber a certificação ISO 14001 (define os requisitos para estabelecer e operar um bom Sistema de Gestão Ambiental) e em 2001, confirmou mais uma vez a sua preocupação ambiental certificando a nova fábrica de Ponta Grossa (PR). As áreas de segurança, saúde e meio ambiente foram recertificadas na ISO 14001:2004 e na OHSAS 18001:2007. Já a área de qualidade migrou para a versão 2008 da ISO 9001. Quando a alta administração da empresa resolve por si só adotar os padrões ISO 9000 como forma de gestão de seu Sistema da Qualidade, todo o processo de implementação se torna bem mais simples e sem muitos problemas administrativos e políticos a serem resolvidos. O envolvimento dos principais executivos da empresa para com a norma, o conhecimento de como ela pode alavancar os negócios e contribuir para a sobrevivência e a competitividade no mercado globalizado em que vivemos presen-


temente, garantem a realização do projeto e o sucesso da implementação e no resultado do mesmo. Outra importante certificação conquistada pela empresa foi a FSC (Forest Stewardship Council), organização que estabelece padrões para gerenciamento responsável das florestas e rastreabilidade do material produzido. A certificação brasileira significa que toda a cadeia de fornecimento no país vem de florestas bem manejadas e fontes controladas, certificadas pelo FSC. A Tetra Pak possui iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços no ciclo de vida da embalagem, desde a origem da matéria-prima até o seu transporte e o dos produtos acabados. Essas ações estão ligadas a programas de melhoria e à destinação final dos resíduos pós-consumo para reciclagem, com o desenvolvimento de novas tecnolo-

“A Tetra Pak se compromete a atender ou exceder diretrizes internas, padrões, requisitos legais e outros requisitos externos e ainda manter uma comunicação aberta e de credibilidade com as partes interessadas e relatar regularmente o seu desempenho” gias e atividades para ampliar a coleta seletiva. “A Tetra Pak se compromete a atender ou exceder diretrizes internas, padrões, requisitos legais e outros requisitos externos e ainda manter uma comunicação aberta e de credibilidade com as partes interessadas e relatar regularmente o seu desempenho”, explica Zuben. A Tetra Pak iniciou suas atividades em solo brasileiro em 8 de junho de 1957, apenas seis anos depois de sua fundação na Suécia. A empresa possui duas fábricas de embalagens e oito escritórios de vendas. Estas

certificações vieram para favorecer a liderança industrial responsável da empresa. Muitas vezes, o retorno imediato do investimento não é econômico. O retorno vem do cliente que reconhece a empresa como um bom fornecedor.

Divulgação

Fernando von Zuben mostra as embalagens que ganharam reconhecimento através das certificações

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MERCADO I

PARA QUE ISO?

Itambé e Embaré também têm! Outra empresa excelência, a Itambé vem se tornando referência no setor de laticínio dentro do ramo alimentício. A empresa se tornou a maior do país e conta com 31 cooperativas que congregam cerca de 8,5 mil famílias produtoras de leite. Todos os dias, esses cooperados enviam para as cinco fábricas da empresa cerca de 3,1 milhões de litros de leite, que são transformados em aproximadamente 152 produtos diferentes, agrupados em 13 linhas de produtos lácteos. Muitos prêmios e certificados são os comprovantes deste grande sucesso. “Ter um sistema de gestão implementado se reflete no reconhecimento de que todos os processos estão orientados para a melhoria contínua e com o foco no cliente. Em outras palavras, o mercado e o cliente reconhecem que todos os esforços são sempre no sentido de dar a ele o melhor do leite”, afirma Mauricio Petenusso, gerente de sustentabilidade da empresa. Desde sua inauguração, a empresa vem conquistando grandes certificados. Todas as unidades e centros de distribuição já possuem o ISO 9001. O ISO 14001 será o próximo a ser obtido e a OHSAS 18000 e o ISO 22000 acontecerão nos próximos anos.

“A certificação é também uma excelente estratégia de marketing, porque uma empresa certificada desfrutará de uma boa imagem” Para implementar o sistema de gestão integrado em Qualidade, Segurança e Meio Ambiente ao mesmo tempo em seis unidades industriais e três centros de distribuição, envolvendo cerca de 3000 colaboradores, foi desenvolvido o Programa QSMA. Ele consiste em um conjunto de regras relacionado aos assuntos implementados, que possui um fator de evolução que é avaliado a cada três meses através de auditorias. Para a realização das auditorias a Itambé formou cerca de 50 auditores espalhados em todas as unidades industriais. “Ter auditores em todas as unidades possibilitou a realização de auditorias cruzadas o que em muito acelerou o processo de assertividade para a auditoria de certificação. Além do processo de auditorias a Itambé investiu de forma maciça na formação de todos os colaboradores, pois, é fundamental que todos estivessem e que se mantenham plenamente alinhados com as diretrizes de qualidade”, ensina Petenusso. Outra empresa que viu nas certificações uma oportunidade de reconhecimento foi a Embaré. Criada em 1935, na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, a empresa possui as certificações ISO 9001:2008, ISO 14001:2004 e NBR ISO/IEC 17025:2005. Futuramente pretende-se implantar o sistema de Segurança Alimentar ISO 22.000. “Estas certificações são importantes pois há um aumento da credibilidade da empresa frente ao mercado, melhora do processo produtivo, aumento da qualidade e diminuição das perdas com produtos. A certificação é também uma excelente estratégia de marketing, porque uma empresa certificada desfrutará de uma boa imagem”, define Gilberto Alves Barbosa, gerente da garantia da qualidade da empresa. Os principais produtos são o leite em pó, creme de leite, leite condensado, bebida láctea, doce de leite e manteiga, comercializados sob a marca Camponesa, e os caramelos de leite Embaré, segmento em que é líder nacional. De acordo com Barbosa, os sistemas de certificação fazem com que a organização implante metodologias que são respeitadas e conhecidas mundialmente para obter objetivos e metas.

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Maurício Petenusso reconhece a excelência de um produto certificado

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PARA QUE ISO?

MERCADO I

Leites Camponesa: feitos sob medida

Divulgação

ABNT para alimentos Há quem pense que as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas só servem para textos e monografias. Mas este pensamento é equivocado. A Associação possui uma série de regras que se adequam a vários setores. E um deles é o de alimentação. Recentemente as pousadas Villa Alferes, Encanto da Serra, Ouro de Minas e Vivenda, em Tiradentes, os restaurantes Chafariz e Pelourinho, e o Buffet Cecília Resgalla, em São João Del Rei, foram as primeiras empresas de Minas Gerais a conseguir a certificação alimentar da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Para obter a certificação, os pequenos negócios passaram por consultorias e treinamentos do Sebrae-MG que estabeleceram procedimentos higiênicos sanitários no manuseio, cadastro, armazenamento e produção alimentar. Fornecedores das pequenas empresas também tiveram que se adequar para continuar fornecendo alimentos às empresas certificadas. A proprietária da pousada Vivendas, Elisa Rezende, disse que o fornecedor de embutidos, presunto e queijo, passou a entregar os alimentos na temperatura exigida pela pousada.

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A consultora em segurança de alimentos, Tatiana Miranda, afirma que as empresas obtiveram outros benefícios, além da conformidade. “Os pequenos negócios implantaram o sistema de coleta seletiva e criaram o ciclo de recolhimento do óleo. Outros empreendedores, que utilizam o óleo como matéria-prima para fabricar sabonetes vão até as empresas e recolhem o material. Todos saem ganhando, principalmente o meio ambiente, já o descarte inadequado do óleo nunca é realizado”, ressalta. Patrícia Resgalla, proprietária do Buffet Cecília Resgalla, lembra que a certificação também ensinou métodos para reduzir o desperdício de materiais de limpeza e ampliou mercados. “Devido à normatização, já conquistamos clientes em outras cidades mineiras e no Rio de Janeiro”, comemora. A certificação alimentar da Associação Brasileira de Normas Técnicas tem a duração de três anos. Auditorias de manutenção são realizadas ao término desse período. Em todo Brasil, existem apenas 42 empresas certificadas pela ABNT. • Tetra Pak www.tetrapak.com.br Itambé www.itambe.com.br Embaré www.embare.com.br


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MERCADO II

por Jamile Hallack e Juliana Siqueira Pio

Apresente-se

bem

Padrão, excelência e qualidade, dentro do food service, não podem existir apenas na produção de comida. O comércio e uso de uniformes abrangem uma área que é, cada vez mais, uma preocupação para as empresas deste setor

U

ma boa aparência é essencial para a imagem de uma empresa frente aos seus clientes. Quando se trata de alimentação, o assunto é ainda mais sério. As pessoas que frequentam lugares que servem comida fazem questão de ver os funcionários em trajes bem apresentados, limpos e elegantes. É justamente aí que entra em ação o comércio de uniformes, itens que fazem parte do dia a dia de milhares de estabelecimentos em todo o país. Para Cristiane Rodrigues, diretora comercial da Lagrotta Azzurra, este mercado “é carente de modelos modernos que acompanhem as tendências da moda e modelagem. Acreditamos que nosso desafio é conciliar sempre a facilidade de uso de nossos produtos, de uma forma que nosso cliente se sinta confortável e bem apresentável”, diz. O departamento de design de uniformes da Lagrotta Azzurra, composto por uma equipe de estilistas, cria estampas e cortes sem perder de vista a mobilidade oferecida pelo produto. Há ainda o auxílio de maquinários modernos que são utilizados em moldes, texturas e cores. São feitos vários tipos de uniformes, como, por exemplo, aventais dos mais diferentes modelos, jalecos, toucas, bibicos, chapéu

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de cozinheiro e também bandanas. Todo este trabalho, no fim, tem um preço: o metro do tecido é vendido a RS10.86. Os lucros com a venda de uniformes profissionais representam aproximadamente 15% de todo a faturamento da empresa. Sobre este número, Cristiane afirma: “nesta linha temos uma lucratividade consideravelmente razoável em vista dos descartáveis como luvas em látex que é um commoditie”. Se comparado ao terceiro trimestre de 2010, houve um crescimento de 17,6%, o que gerou uma boa expectativa para a empresa em relação ao mercado. Mas e para quem compra? Quais são os lucros? Quando o assunto são os benefícios deste tipo de comércio e os ganhos para aqueles que optam pela utilização de uniformes profissionais, Cristiane afirma que a principal razão que deve nortear a decisão para obtenção das peças é a própria apresentação da empresa junto aos seus consumidores. De acordo com ela, um bom uniforme transmite “organização, higiene, limpeza, segurança e credibilidade ao negócio, valorizando o bem estar dos funcionários e do estabelecimento de uma forma geral”. Saindo do presente e partindo para o futuro, a empresa tem vários planos e promete trazer novida-


Higiene e boa aparência Nem só da venda e produção de uniformes para o meio gastronômico vive este segmento. A Lagrotta Azzurra trabalha também com higienização e gestão das peças e possui uma lavanderia industrial. Para que tudo seja feito sem prejuízos aos clientes, as peças são divididas de acordo com seus respectivos donos e também por categorias. Este último item engloba a cor da peça e grau de sujidade, medida esta que anula qualquer risco de contaminação cruzada. Há, ainda, a identificação feita a partir do código de barras, tornando possível, caso necessário, o rastreamento dos uniformes. As empresas que oferecem este tipo de

Divulgação

Os uniformes da Lagrotta Azzurra são feitos por estilistas renomados

serviço devem estar atentas às leis regulamentadoras. A NR2, lei estadual de São Paulo, por exemplo, determina que os materiais e produtos utilizados para o trabalho devem estar conservados e devidamente higienizados. Várias empresas utilizam de serviços como este, como o Habib’s, Marfrig, Mundo Animal, Companhia Brasileira de Distribuição (CDB) representante do Grupo Pão de Açúcar.

Criatividade e Rendimentos A novidade é algo que deve estar sempre presente, conforme explica Maria Lúcia de Oliveira, da Uniformes Profissionais, que fabrica diversos moA Uniformes Profissionais delos para a área gastronômica. traz elegância a seus produtos “Temos que estar sempre inovando, apesar de trabalharmos com uniformes” diz. Os clientes fazem muitas exigências, e, dentre elas, querem criações diversas. Mas acompanhar estes desejos e necessidades nem sempre é fácil num mercado de uniformes. O tipo de tecido deve ser apropriado para cada área específica e isso acaba sendo uma dificuldade que deve ser superada dia após dia. No entanto, não são apenas estas exigências que vão contar no montante final. Para Maria Lúcia, há outros fatores essenciais: “A qualidade, pontualidade de entrega, o atendimento realizado pelos colaboradores da empresa e a diversidade de produtos são fatores muito importantes para o bom andamento dos negócios” afirma. O dia a dia desta instituição é de muito trabalho, investimentos e planejamento. Na Uniformes Profissionais há a presença de uma gama muito grande de uniformes. Sendo assim, há a confecDivulgação

des ao mercado. Para isso, já está investindo em uma linha nova de uniformes. As inovações devem trazer um diferencial atrativo para a sua posterior comercialização. Além disso, a Lagrotta Azzurra nunca deixa de investir também em estudos e pesquisas.

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MERCADO II

APRESENTE-SE BEM

ção própria, que representa grande parte da produção, e também a terceirização de uma parcela do serviço. Bares, restaurantes, hotéis, lanchonetes e também buffets estão entre os principais clientes deste segmento e, por isso, os preços das peças sofrem alterações, pois há características específicas para cada tipo de público. Na Uniformes Profissionais, o valor pode variar de R$ 4,00 até R$15,00 o metro de tecido. No final, estes números representam um lucro de R$ 14,000 a R$ 18,000. E a empresa ainda espera mais. Pretende atingir um crescimento, a médio prazo, de 15% a 20%.

A empresa Morganita aposta em detalhes feitos em cores fortes para vestir os funcionários do Food Service

Perspectivas online Karina Motokashi, sócia proprietária da empresa Morganita Uniformes, acredita que qualidade e durabilidade são essenciais para a afirmação da empresa junto ao mercado e isto, inclusive, é uma opinião que ela costuma ouvir constantemente dos próprios clientes. No site desta organização é possível encontrar os mais variados modelos de produtos, que vão desde as roupas até acessórios. E, além desta exposição, o comércio virtual também é uma realidade. É possível ao consumidor adquirir produtos expostos na rede, como, por exemplo, dolmãs de chefs, que, atualmente, são o carro chefe da Morganita Uniformes. Esta estratégia, além de fortalecer o nome da empresa junto aos internautas, contribui para o aumento da receita. Mas, inicialmente, a certeza de lucros é muito incerta, conforme explica Karina, que devido à crise econômica que atingiu o país e o mundo há três anos, passou a anunciar dolmãs no Mercado Livre, site destinado a compra e venda dos mais variados itens. “Honestamente, tinha dúvidas se as pessoas comprariam nossas dólmãs sem ver, sem tocar uma peça física, muito menos provar. No começo quase não vendia, pois não tínhamos qualificação, item importantíssimo para quem se aventura por lá, mas agora engrenou”, diz. Para acompanhar a demanda por material, a produção deve estar a todo vapor. Na Morganita Uniformes, metade das tarefas é feita dentro da própria empresa e a outra parte fica a cargo do serviço terceirizado. A empresa produz, aproximadamente, 50 mil peças anuais, distribuídas em mais de 20 tipos. Os valores, portanto, são variados. Um conjunto de uniforme para chef, por exemplo, que contém calça, dolmã e avental é vendido a R$ 110. Já o uniforme de ajudante de cozinha possui um preço menor e é comercializado a R$ 70 contendo jaleco, calça e avental. A Morganita Uniformes pretende, cada vez mais, focar no mercado de food service. Além disso, com os resultados positivos oriundos das vendas no site Mercado Livre, a instituição já está fazendo alguns ajustes para o lançamento da própria loja virtual. Para Karina, o mercado na internet ajuda a fidelizar clientes, uma vez que “na maioria das vezes, quem compra uma vez, volta a comprar, e na segunda vez já faz uma compra maior e depois indica para outros interessados”. •

Divulgação

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TENDÊNCIA

por Maria Luiza Gondim

Ao gosto do

Tio Sam A culinária americana ganha adeptos no Brasil apresentando diversidade. Além disso, se mostra como um bom negócio gastronômico

V

ocê pode estranhar esta afirmação, mas a gastronomia americana é constituída pela mistura de diversas culinárias originadas dos imigrantes e descendentes da colonização do país. A principal influência foi a culinária dos índios americanos que usavam ingredientes que são empregados até hoje, destacando-se o milho, feijão e abóbora, além das culinárias cajun, texana e dos negros escravos. Essa miscigenação de sabores deu origem a uma das gastronomias mais importantes e disseminadas do mundo, que vai muito além do hot dog e do hambúrguer com batata frita.

Além do tradicional Ao abrir o 210 Diner, a ideia de Renato Ades, sócio-proprietário, era apresentar a seus clientes um outro lado da culinária americana. “A culinária americana é uma comida mal explorada aqui no Brasil. Quando se fala neste segmento de alimentação, todos pensam em junk food, gordura, comida pesada. Esquecem que existem muito mais opções e coisas a serem exploradas”, diz. O conceito usado pelo restaurante foi a criação de um Diner (restaurante em inglês) como se fosse uma casa ame-

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ricana, com comida simples, ambiente e serviços descontraídos e uma trilha sonora que combinasse com o lugar. Mantendo as receitas americanas originais, o restaurante oferece diversos pratos que são bastante disseminados na cultura dos Estados Unidos. Entre eles estão o Matzde Ball Soup (consommé de frango com bola de matze), Tuna Melt(sanduíche de atum, catchup, maionese, molho inglês, cebola, tabasco e cheddar), Chiken Wings(pedaços de frangos coberto por molho blue cheese e salsão), Ovos Benedict (ovos cobertos com molho holandês e lombo canadense). Os acompanhamentos também são um destaque no cardápio do estabelecimento. Você pode optar pelos famosos Onion Rings(anéis de cebola fritos), Milho Doce(milho-verde coberto por um molho adocicado), entre outras peculiaridades. O prato mais pedido no restaurante é o Piggie Burguer que consiste em um sanduíche com classic american char burguer, coberto com costelinha de porco desfiada em molho barbecue e sai por R$ 33. Os preços no 210 Diner variam de R$ 30 A R$ 55 e não há perfil de consumidor definido. “Os frequentadores do restaurante variam. Tem muita mistura de família, gente jovem e descolada etc. A casa abrange todo o tipo de público”, afirma Ades.


Uma curiosidade do estabelecimento é que o seu chef não é especializado em culinária americana e sim francesa. “A formação de nosso chef é francesa, pelo Cordon Bleu em Londres, mas para conseguir lidar com a culinária americana, ele faz muita pesquisa e fez outros cursos secundários”, conta o proprietário. Sendo um grande apreciador desta culinária, Ades acredita que há muito espaço de crescimento deste tipo de culinária no país. Ele acredita que para conquistar mercado é necessário ter uma boa interpretação deste tipo de comida, “que tem tudo para ser aceita pelo paladar do brasileiro, que é muito exigente”.

Sweet Shop A Mr. Cheney, loja especializada em doces americanos, foi criada após seu proprietário Lindolfo Paiva se tornar amigo do cookieman Jay Cheney, da Califórnia. A amizade começou quando o brasileiro buscou aprender as receitas e segredos do cookie americano e trazê-lo para o Brasil. “Desde que tive contato com a culinária americana me apaixonei. Eles são fantásticos em muitos aspectos especialmente doces. Sempre pensei que o consumidor brasileiro aderiria muito bem à culinária americana”,

conta Paiva. Após o aprendizado, ele voltou ao Brasil e abriu sua doceria, com um investimento de R$ 2 milhões, cujo o nome foi uma homenagem ao amigo e professor. O negócio deu certo e a marca já conta com duas unidades próprias e três franquias. O cardápio das lojas conta com diversos sabores de cookies, a famosa Applepie (recheada de maças Gran Smith, canela, açúcar e noz), o Cheese Cake (com cream cheese, ovos e baunilha sobre base de biscoitos e cobertura de amora ou morango), Brownie (bolo de chocolate e pedaços de nozes crocantes), entre outras delícias. De acordo com o proprietário, o diferencial do Mr Cheney é manter as receitas originais com todos os seus detalhes e segredos. “Muitos dizem que superamos, que os nossos produtos ainda são melhores que os americanos e que deveríamos levar a Mr. Cheney para os EUA, mas isso se deve a qualidade dos ingredientes brasileiros e também ao talento em cuidar do produtos que desenvolvemos aqui”, conta Paiva. Questionado sobre se alguém já estranhou uma receita, o proprietário conta uma história inusitada, de quando um cliente telefonou e disse que seu produto era muito diferente do que esperava.

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Lindolfo Paiva mostra que comida americana também é composta de doces

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TENDÊNCIA

AO GOSTO DO TIO SAM

Cookies: a sobremesa que compôe a mesa americana

“Eu fiquei sem jeito, expliquei que aquilo nunca tinha acontecido antes, só recebia ligações ou mensagens de elogio e já estava até preocupado. Então o cliente disse: ‘na verdade o produto superou minhas expectativas. Ele é muito bom’. Comecei a rir e fiquei aliviado”. Ainda de acordo com Paiva, o público que frequenta as lojas são pessoas com um paladar mais refinado e que é possível sentir uma diferença quando está em uma unidade Mr Cheney e quando se vai a uma outra loja de outra marca. “Nossos clientes geralmente são muito educados, gentis e simpáticos. Trabalhamos para proporcionar uma experiência de consumo que potencialize esse perfil”, diz. Os preços dos doces nas lojas variam de R$ 3 a R$ 15, sendo que os cookies são os produtos mais pedidos. Um dos fatores apontados pelo sucesso deste doce é o fato da receita americana ser um pouco diferente da usada no Brasil. Paiva comenta que nos EUA os cookies são macios por dentro, principalmente porque levam pedaços de chocolates ao invés de gotas. A marca está em plena fase de expansão e o próximo passo será abrir novas unidades na grande São Paulo e em algumas cidades do interior, num raio de até 100 km da capital. “A princípio, queremos centralizar o crescimento próximo a nossa sede para acompanharmos mais de perto como serão as operações comerciais, o volume de vendas e movimento e, principalmente. Depois pretendemos expandir para Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro”, comenta Paiva. Para abrir uma unidade da Mr. Cheney é necessário pagar uma taxa de franquia de R$ 35 mil, ter um

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capital de giro de R$ 10 mil, R$ 40 mil para o estoque inicial e outras despesas. No total, uma nova unidade da marca gira em torno de R$ 100 mil. E para quem deseja investir em culinária americana, Paiva dá uma dica certeira: “Abra um Mr. Cheney”.

Pioneira no fast food Poucas pessoas no mundo dispensam uma combinação de sanduíches, batata-frita e milk shake, prontas em menos de 10 minutos. O fast food, como é conhecida as grandes redes de restaurantes que em sua maioria optam por este segmento de cardápio que teve origem nos EUA. Na década de 40, os proprietários de restaurantes, enxergaram uma nova oportunidade de negócio com o boom da venda de carros no país. Dessa forma, foi criado o restaurante drive-thru, que teve seu foco e início no sul da Califórnia e prometiam uma refeição boa sem a necessidades dos clientes descerem de seu carro. Este modelo de negócio fez bastante sucesso com a população americana. Para aprimorar, atender mais clientes e expandir os negócios, os donos deste tipo de restaurantes começaram a criar estabelecimentos mantendo o estilo nas refeições e prometendo agilizar o atendimento e entrega dos pedidos, dando início assim, as grandes cadeias de fast food. A rede Bob´s pode ser considerada como precursora do conceito de fast food no Brasil. Ela começou a venda de sanduíches e milk shakes em 1952, quando o tenista americano Robert Falkenburg viu a oportunidade de fazer sucesso no Brasil, trazendo receitas dos Estados Unidos.


O empreendimento deu certo e atualmente o Bob´s caminha para ser uma das maiores companhias alimentícias do Brasil. “Fomos os primeiros a chegar e ao longo dos anos vamos ser a primeira empresa de alimentação do Brasil. Isso deve acontecer daqui a 2 ou 3 anos”, afirma Mauro Bastos Pinhel, masterfranqueado do Bob’s em Minas Gerais. Em relação a sanduíches o mais vendido na rede é o Big Bob, que é composto de queijo, alface temperada com cebola picada em um pão duplo com gergelim, além de um molho especial. Mas o grande sucesso da marca é o milk shake de Ovomaltine, que ajudou a rede a se transformar na maior companhia de milk shakes do país. “Hoje o Bob´s é o maior fast food de gelados do Brasil”, comenta Pinhel. O masterfranqueado destaca ainda que a refeição servida na rede é muitas vezes vista como um lanche, porém é muito além disso. “Não somos considerados como uma lanchonete e sim como um restaurante. Quando você pede um sanduíche, um refrigerante, pensa que é um lanche. Porém, na combinação dos produtos você

tem muitas proteínas. Você tem legumes e a batata que ajudam nesta composição. É uma refeição completa”, diz Pinhel finaliza dando uma dica aos empresários que desejam investir neste segmento. “Antes de escolher uma franquia, você tem que buscar uma empresa que te ofereça uma retaguarda. Porque se o empreendedor entra no negócio só porque o país está vendendo muito é complicado. O seu franqueador tem que ter uma boa estrutura”, afirma. Para abrir uma franquia do Bob´s é necessário um investimento mínimo a partir de R$ 200 mil, não incluindo o ponto comercial, taxa de franquias e as despesas pré-operacionais. A taxa de franquias varia de R$ 30 mil a R$ 60 mil, o fundo de marketing gira em torno de 4% da venda bruta e os royalties são 5% da venda bruta. •

210 Diner www.210diner.com.br Mr. Cheney www.mrcheney.com.br Bob´s www.bobs.com.br

Mauro Bastos Pinhel afirma que o Bob’s não é lanchonete, e sim um restaurante

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ECONOMIA

por Maria Luiza Gondim

Grandes riscos, muitas oportunidades Empresas de food service optam por ter o capital aberto, atraindo investimentos e empresários. Além disso, um especialista dá dicas de como atuar neste mercado tão volátil

C

om certeza você já ouviu falar sobre a Bolsa de Valores. Porém, você sabe como é a negociação? Que tipo de empresa disponibiliza suas ações no mercado? O que é necessário para comprar ações na bolsa? A maioria das pessoas e dos empresários não conhecem as respostas para todos estes questionamentos. A FSN busca com essa matéria esclarecer essas dúvidas e ajudar o empreendedor de food service a escolher o melhor modo de investir o seu dinheiro, além de apresentar empresas que obtiveram sucesso ao decidirem entrar na bolsa.

A Bolsa de Valores A principal instituição atuante no mercado financeiro brasileiro é a BM&BOVESPA que é responsável por intermediar operações do mercado de capitais. Ou seja, a Bovespa, como é conhecida, é o local onde as empresas negociam suas ações.

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Para ter sua companhia atuando neste órgão, é necessário passar por um processo de abertura de capital, no qual a propriedade de uma empresa é oferecida a potenciais investidores que desejam participar, porém não possuem, necessariamente, relações entre si, ou o grupo em questão. Para uma empresa atuar na Bolsa de Valores é necessário que seja uma média ou grande empresa, tenha boas perspectivas de crescimento e possibilidades de ganhos de mercado com a capitalização vinda pelo IPO(Initial Public Offering/Oferta Pública Inicial). Silvio Hilgert, diretor acadêmico da XP Educação (maior corretora independente do país) alerta os empresários que desejam que sua empresa tenha ações na Bolsa de Valores, que fiquem atentos às questões legais e a viabilidade da abertura de capital e venda de ações. “O empresário quando abre o capital na Bolsa está buscando sócios para seu negócio e para estes não importa o passado da empresa e sim suas perspectivas de crescimento futuro”, afirma Hilgert.


Cada investidor tem a sua maneira, mas vale lembrar que é bom começar devagar para conhecer melhor o mercado e entender sua dinâmica O especialista comenta que qualquer empresa que tenha potencial forte de crescimento e busca dinheiro deve analisar a possibilidade de abrir o capital, pois há diversos empreendedores dispostos a investir em boas oportunidades. “Organize sua empresa, profissionalize a gestão, faça um bom controle de custos e bons investimentos e conte sempre com assessoria e auditoria externas para dar o rumo dos negócios”.

Dicas para o investidor A pessoa que deseja investir no mercado de ações deve entender bem o seu funcionamento, conhecer seu perfil e ter seus objetivos e estratégias de investimentos bem delimitados. “Cada investidor tem a sua maneira, mas vale lembrar que é bom começar devagar para conhecer melhor o mercado e entender sua dinâmica”, diz Hilgert. Além disso, ele destaca que a educação financeira é extremamente importan-

te, e que o investidor deve procurar obter conhecimento através de cursos e palestras e “saber o que está fazendo” e se lembrar que é um mercado de alto risco. “Conhecer bem todos os produtos disponíveis e saber seu potencial de ganhos bem como de risco é essencial”, frisa o diretor. Para ajudar no processo de investimento é necessário contratar uma corretora de valores, já que não é possível comprar ações diretamente da empresa ou da Bolsa de Valores. Estas organizações têm papel fundamental no mercado de capitais, disseminando a cultura de investimentos na Bolsa buscando pessoas no mercado que tenham recursos disponíveis para investir e se tornar sócios das empresas, financiando seu crescimento. Por isso, a escolha de uma corretora é um fator decisivo para que seu investimento obtenha o retorno esperado. É necessário que a empresa tenha um bom alinhamento de interesses e uma estrutura que consiga atender a diversidade de investidores da área. “Assessoria especializadas com profissionais capacitados para

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ECONOMIA

GRANDES RISCOS, MUITAS OPORTUNIDADES

pontos positivos e negativos de investir na bolsa

pontos positivos

noVA ALTERNATIVA PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS Através do lançamento de ações no mercado a empresa busca investidores interessados em tornar sócios do negócio

pontos negativos

Preço pago O impacto maior normalmente fica por conta dos custos pois o processo de abertura costuma ser caro pelo envolvimento de bancos , corretoras, advogados bem como realização de assembleias, reuniões, coquetéis, e viagens de negócios pelo mundo em busca de investidores

MAIOR EXPOSIÇÃO NA MÍDIA E GANHOS PELA MELHORA DA IMAGEM INSTITUCIONAL Uma empresa com capital aberto fica muito mais exposta ao mercado e passa a se beneficiar de uma “midia espontânea”

TAXAS Há taxas que devem ser pagas junto com a CVM e Bolsa de Valores bem como a contratação de auditorias independentes

gESTÃO pROFISSIONAL O processo de abertura de capital tende a levar a empresa a uma maior profissionalização

MELHOR ESTRUTURA DE CAPITAL

ESTRUTURA DE cUSTOS Cria-se na empresa uma nova e permanente estrutura de custos que é a área de relações com investidores que contará com um diretor de relações com investidores, gerente e assessores

dicas para investir na bolsa MELHOR RELACIONAMENTO COM FUNCIONÁRIOS E SOCIEDADE Normalmente os funcionários são convidados e incentivados a fazer parte da sociedade através da compra de ações

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Fonte: Silvio Hilgert

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Em vez de tomar empréstimos em uma instituição financeira ou emitir dívida via debêntures, por exemplo, a empresa capta recursos a “ juro zero” pois a emissão de ações não é uma emissão de dívida

entenda o mercado de ações e seu funcionamento Contratar uma corretora para que seu investimento tenha o retorno esperado assessoria especializada para atender e recomendar os melhores investimentos


atender e recomendar os melhores investimentos bem como os melhores analistas para buscar as melhores oportunidades para cada perfil de cliente. Estrutura de atendimento que permita ao investidor falar com seu especialista, além de contar com sistemas informatizados on line, é essencial”, finaliza Hilgert.

Empresa do food service A JBS, considerada a maior empresa em processamento de proteína animal do mundo, decidiu abrir seu capital como parte de sua estratégia de internacionalização e da necessidade de crescimento da companhia no mercado interno e externo. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, a “ opção por abrir o capital veio da estratégia da JBS e da necessidade. A abertura do capital ocorreu em 2007, mas em 2005, já pensando em lançar ações no mercado, a JBS fez sua primeira compra internacional, quando foi adquirida a Swift Armour na Argentina”. A partir desta primeira ação a JBS teve uma série de aquisições, tanto no Brasil quanto no exterior. Para a empresa, ter o capital aberto exige um controle muito maior de seus processos, o que acaba tornando a companhia mais eficiente e profissional. Além disso, a assessoria destaca que este modelo de negócio é uma for-

ma “ de captar uma grande quantidade de recursos, em um curto espaço de tempo e de uma forma mais barata do que as existentes no mercado em geral”. Outro benefícios apontado em operar na bolsa, é a fácil captação de recursos necessários para investir na companhia. Não há como saber quem são os investidores da JBS no dia a dia, porém atualmente a FB Participações é a acionista majoritária da empresa com uma participação de 45,73% do total. Além disso, o BNDESPar possui 30,41% e 20,87% do total das ações são negociadas livremente no mercado. Outros 2,99% das ações estão na tesouraria da JBS. A companhia está listada no segmento de Novo Mercado, de acordo com os segmentos introduzidos pela Bovespa em 2000. Sobre o mercado de ações, a JBS acredita que lida bem com sua oscilação pois é uma “uma companhia aberta comprometida com as boas práticas de governança corporativa do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo, e preocupa-se em assegurar elevados padrões de transparência e equidade de tratamento com os investidores e o mercado de capitais em geral”. • XP Investimentos www.xpi.com.br JBS www.jbs.com.br

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PRODUTO

por Maria Luiza Gondim

É outrA COISA Produtos com design diferenciado e praticidade atraem clientes e empresários do food service para um ambiente pouco pensado: os banheiros

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uando falamos em ambientes de hotéis e restaurantes, imaginamos o luxo do salão, a magnitude dos quartos e a beleza de suas áreas descobertas. Porém, existe um local que também gera expectativas nos clientes e deve ser agradável e aconchegante: os banheiros. Diversas empresas investem em design e qualidade dos produtos para atender o exigente mercado. A Santher sempre buscou inovar e apresentar produtos bons no mercado. Sua linha profissional é composta por papéis higiênicos, toalhas interfolhadas e bobina, guardanapos, lençóis hospitalares, sabonetes, higienizadores e uma linha completa de dispensers. “A Santher Professional possui uma linha de produtos extensa que atende diversos segmentos como hotéis, restaurantes, bares, indústrias, escritórios, hospitais e clínicas”, afirma Fernando Silveira, diretor comercial da empresa. Para desenvolver seus produtos, a companhia realiza inicialmente, uma pesquisa no mercado interno e externo para identificar as principais tendências e qual o seu potencial. Os produtos que são escolhidos e desenvolvidos passam por uma bateria de testes com os consumidores, principais clientes e distribuidores. Além disso, eles se destacam por possuírem

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análises de irritabilidade dérmica primária e microbiológica realizadas em laboratórios externos. “Estes fatores comprovam o comprometimento da Santher Professional com a qualidade e desempenho dos produtos”, comenta Silveira. A Santher possui quatro unidades fabris localizadas no estado de São Paulo, uma em Minas Gerais e outra no Rio Grande do Sul. Os itens mais vendidos da empresa são as tolhas de mãos e higiênicos. Destaque para a linha completa de toalhas nos formatos interfolhadas, bobina e multiuso que atende as diferentes necessidades e portes de clientes. “O mesmo ocorre com os higiênicos que podem ser encontrados em rolinhos, rolão ou interfolhado. A qualidade dos produtos Personal e Snob já conhecidos pelos consumidores são encontrados em formatos e tamanhos adequados para atender a todos os segmentos”, fala o diretor. Como produto inovador, a companhia lançou a sua própria linha de sabonetes, com o intuito de completar o portfólio oferecido ao mercado away from home. “Os sabonetes premium Inovatta possuem fragrâncias sofisticadas e únicas, com inspiração na perfumaria internacional e foram desenvolvidos com base em cosméticos de alta qualidade que


Divulgação

Os produtos Santher se destacam por sua inovação

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PRODUTO

É OUTRA COISA

além de deixar as mãos perfumadas, também tratam a pele”, explica Silveira. A empresa ainda possui um produto exclusivo: o sabonete Inovatta Glam, que produz uma mousse cremosa, densa e acetinada e foi especialmente desenvolvido para limpeza das mãos. “Em conjunto com a nossa linha de sabonete, foi desenvolvida a saboneteira da Linha Elegance que pode ser adaptada em três diferentes versões. O cliente pode escolher entre o sistema tradicional líquido, spray ou mousse, de acordo com as versões disponíveis de sabonetes”, conta Silveira. A vantagem deste produto é a intercambialidade entre as peças internas, que podem rapidamente ser trocadas.

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Questionado em relação ao diferencial dos produtos da companhia, o diretor afirma que eles se estabelecem na tecnologia, design, custo adequado para cada segmento, além de oferecer uma solução completa para os seus clientes. Não há como definir uma média de preço, pois a empresa elabora um orçamento dependendo de cada demanda. Como principais clientes a Santher tem Budhar -Daslu, Mercearia São Roque, restaurante Ecco, Josephine, rede Si Senõr e o Ballroon. Ele ainda dá dicas para os empresários que desejam adquirir este tipo de produto. “Deve escolher os produtos adequados de acordo com a quantidade de pessoas circulantes no ambiente, fazer cálculo de consumo de acordo com a quantidade de produto na caixa e lembrar que nem sempre escolher por preço é a melhor solução, pois pode ter gastos intrínsecos a qualidade de produto e serviços prestados”, finaliza.

Kimberly Clark

A Kimberly Clark transforma seus produtos em ações sustentáveis

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Atuante também no mercado de produtos para banheiros, a Kimberly Clark possui uma grande linha voltada para os estabelecimentos de food service, destacando-se os sistemas de toalhas de mão, papel higiênico, sabonetes em spray e espuma, protetor e higienizador de assento sanitário. Atualmente, o produto mais vendido da empresa é a tolha de mão, que atende diversos segmentos. Marli Ponce Spizzirri, gerente de marketing da divisão profissional da companhia comenta que a companhia sempre buscou por mudanças. “A Kimberly Clark procura trazer para o mercado produtos inova-


dores. Foi a primeira a introduzir o sistema de dispensers para toalhas e papel higiênico em material plástico no Brasil.” Além disso, a empresa foi a primeira a apresentar ao mercado o conceito de sistema de saquinhos para descarte de absorventes higiênicos femininos, o sistema “no touch” para toalhas de mão em rolo, e o sistema eletrônico para sabonete em espuma, contra contaminação cruzada. Para desenvolvimento dos produtos, a empresa conta com três setores importantes: Pesquisa e Desenvolvimento, Inovação e Categorias de Produtos. Assim, a companhia consegue trazer produtos diferenciados. “Os usuários confiam e reconhecem a qualidade dos produtos Kimberly Clark”, afirma Marli.

Novidade sustentável Com o objetivo de adotar práticas mais sustentáveis e reduzir o impacto na cadeia produtiva, a Kimberly Clark lançou no mercado o papel higiênico Neve Compacto produto elaborado com material de florestas certificadas e que possui uma embalagem na forma compacta, reduzindo em 18% o espaço ocupado na armazenagem/transporte e 13% de redução de filme plástico. “Neve tem uma longa trajetória de sustentabilidade empregada em toda a sua cadeia de custódia, desde processos como otimização de recursos (água e energia), que são considerados benchmarking pela corporação, o uso de matéria-prima certificada pelo FSC, até a compactação dos grandes formatos”, afirma Priya Patel, diretora da categoria de Cuidados com a Família. Para anunciar o lançamento do produto, a empresa lançou a campanha “Suave para a sua pele, suave para o planeta”, com investimento em mídias online e impressa. “Pensar no futuro do planeta não é um luxo, é essencial e, como líder de mercado, é missão de Neve elevar a categoria a um novo patamar”, afirma Cristiane Macedo, gerente de Categoria para Papel Higiênico.

Ideal Global A Ideal Global possui em seu portfólio mais de 3 mil itens para atender os banheiros de hotéis, restaurantes, lanchonetes, entre outros. Os produtos vão desde dispensers de papel a tratamento de pisos. “Possuímos uma linha de produtos completas para o banheiro, para as cozinhas industriais, área de administração e atendimento. Então a Ideal consegue

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PRODUTO

É OUTRA COISA

atender o seu cliente por completo”, afirma Rodrigo Zimnowlocki, diretor geral da companhia. Os principais produtos da empresa para banheiro são a linha de saboneteiras, destacando-se a saboneteira de espuma, o álcool em gel (sendo um dos mais vendidos para os segmentos de alimentação) e o odorizador de ambientes. Zimnowlocki destaca que a empresa se preocupa muito com a sustentabilidade. “Todos os nossos papéis são produzidos com celulose de replantio. Além disso, nossos produtos buscam ser sustentáveis e possuem a certificação do Ministério da Saúde e autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, diz. A companhia possui um produto novo e diferenciado: uma saboneteira eletrônica que pode ser fixada diretamente na pia, devido ao seu design que permite este tipo de encaixe. Além disso, é bastante econômica . Não é possível ter uma média de preço, pois dependo do projeto de cada cliente. Além disso, a empresa possui equipamentos e produtos para diversos públicos, desde um estabelecimento luxuoso até o mais simples. “Temos produtos dos chiques aos econômicos. A Ideal possui a solução que o cliente precisa. Sugerimos o modelo, dependendo da demanda particular de cada empresário”, comenta o gerente. O produto é desenvolvido através de pesquisas com os clientes para que possam ser criadas alternativas para suas demandas, o que impacta positivamente na resposta do público. “Temos uma resposta muito positiva, pois o consumidor gosta de saber que nos preocupamos com suas necessidades. Então quando pedimos para ele testar um produto novo é gratificante ver sua satisfação”, afirma Zimnowlocki.

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A Prolim oferece atendimento customizado e produtos com rigoroso controle de qualidade

Sobre dicas para os empresários que planejam adquirir este tipo de produto, o gerente é enfático: “Ligue para nós! Temos vendedores com habilidade de realizar consultorias para nossos clientes, sendo capaz de avaliar e alertar sobre regulamentações e normas”, fala. Ele ressalta que esta é uma etapa importante e que muitos empresários não se atentam. “Se o empresário está preocupado com estes fatores, tem que buscar consultoria”, finaliza.

Atendimento Customizado Uma outra empresa de destaque no mercado de soluções para banheiros é a Prolim. Com o Programa de Higienização Prolim possibilita um atendimento customizado através das ferramentas de avaliação, implantação e acompanhamento, adequando produtos, otimizando processos, reduzindo custos, melhorando a qualidade. “Quando tocamos em pontos cruciais para


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o cliente: a saúde e a economia sem deixar a qualidade de lado, a resposta é muito positiva. O cliente que adere ao Programa Prolim consegue mensurar melhor seus gastos com higiene e limpeza, além de contar com o acompanhamento e educação contínua que oferecemos, visando a otimização dos processos e consumo adequado”, comenta Bruna Silva, responsável pelo marketing da empresa. Além disso, os produtos são criados com um rigoroso controle

de qualidade e possuem a possibilidade de serem rastreados, sendo mais uma alternativa de segurança pra o cliente. Entre os produtos destaques da empresa estão dispensers Toilet Plus Prolim e o Hand Lotion Soft, um sabonete em espuma com base cosmética para o cuidado efetivo das mãos. “Outro ponto relevante é a cesta completa de produtos. O cliente pode, através de um único fornecedor, suprir todas as suas necessidades de produtos de higiene e limpeza”, diz Bruna.

Para o resto do ano, a empresa planeja manter o foco no atendimento personalizado, apresentar novidades e inovações aos clientes, além de manter o treinamento de funcionários constante. •

Santher www.santher.com.br Kimberly Clark www.kcprofessional.com/br Ideal Global www.idealglobal.com.br PROLIM www.prolim.com.br

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CAPA

por Maria Luiza Gondim

Segurança a nível

dos olhos Diversos problemas relacionados à segurança do alimento acendem a discussão sobre responsabilidade de empresários e chefs e a precaução necessária para que o consumidor tenha acesso a um produto de qualidade e seguro

E

m 2011, diversos segmentos do food service foram notícia em todo o país, por falta de um cuidado essencial no ramo de alimentação: a segurança dos alimentos. Por falta de informação, atenção e conhecimento, gestores e chefs tiveram que vir a público se explicar sobre como deixaram “escapar” detalhes que asseguram a qualidade do produto servido. E casos neste cenário não foram raros. Recentemente, no dia 15 de janeiro um empresário morreu após ingerir maionese estragada em um restaurante de Batatais, São Paulo. Este mesmo produto intoxicou mais 50 pessoas que o ingeriram. No dia 8 de novembro do ano passado, o chef responsável pela cozinha do hotel InterContinetal, localizado em São Paulo foi preso em flagrante após diversos alimentos serem encontrados sem sua origem identificada e com a validade vencida. No dia, foram apreendidas endívias, carne de siri, queijo gruyère, peças de salsichão, contra filé, presunto e frutos do mar, no freezer da cozinha e em um depósito do local. Todos continham problemas relacionados com a qualidade do produto. O caso citado não foi isolado. Um dia antes do ocorrido, o chef e a nutricionista responsáveis pela conservação dos alimentos presentes na cozinha do Ho-

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tel Grand Hyatt, um dos mais requintados da capital paulista, foram detidos após a 2.ª Delegacia da Saúde Pública, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) encontrar mais de 100 quilos de alimentos vencidos dentro da cozinha e das câmaras frias. Entre os produtos estavam carnes, peixes, palmito, biscoitos e chocolates, alguns vencidos desde 2008. E não é só em hotéis que o descaso com o controle de alimentos é encontrado. No dia 7 de dezembro de 2011, 630 quilos de alimentos vencidos e sem origem identificada foram apreendidos na região leste da capital paulista. Após uma denúncia, a 1ª Delegacia de Saúde Pública chegou ao local e encontrou carnes de frango, bovina, linguiça e massa sem a documentação necessária ou fora da validade. Os policias comentaram que houve má fé ao se comercializar os produtos, devido a grande quantidade de produtos que eram fabricados. Ainda em outubro do mesmo ano, funcionários e pacientes do Hospital Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti , no Pará, jogaram dezenas de refeições no lixo, pois estavam estragadas. Os alimentos são fornecidos por uma empresa licenciada da prefeitura. Em abril, mais de 100 pessoas entre funcionários e alunos do Colégio Estadual de Belo Jardim, em Pernambuco, passa-


ram mal após ingerirem alimentos estragados servidos durante o almoço. O motivo foi o macarrão do dia, que estava com o molho estragado e provocou um surto de intoxicação alimentar em quem o consumiu.

Por que tantos problemas? “Atualmente no Brasil, ocorre um gap (lacuna, em inglês) no que diz respeito à segurança de alimentos, principalmente nas pequenas e médias empresas. E isto ocorre por diversos fatores, como falta de pessoal na vigilância sanitária para fiscalizar, problemas na estrutura do estabelecimento na hora de elaborar a planta e principalmente a falta de informação”, afirma Márcia Meyer, especialista em Controle Higiênico-Sanitário nos Serviços de Alimentação e sócia da empresa Food Service Consultoria Gastronômica. O processo de implantação de controle de alimentos no país é pouco disseminado e feito de forma errônea ou básica. Normalmente, os proprietários de restaurantes, bares, lanchonetes ou indústrias do segmento procuram ajuda especializada somente na hora em que estão inau-

gurando ou tiveram algum problema relacionado aos alimentos. Neste ponto é necessário fazer uma nova estruturação para que os empreendimentos atendam as normas e regulamentações propostas pelas instituições governamentais. “Uma grande dica para quem pretende abrir e elaborar o seu negócio é que coloque em seu planejamento um profissional que seja especialista no controle de alimentos. Todos estes problemas envolvendo segurança dos alimentos acontecem devido ao fato desta prevenção não ter sido feita anteriormente”, propõe Márcia. Um outro ponto de destaque é a questão da vigilância sanitária. Márcia comenta que o baixo número de funcionários influencia na forma como as inspeções são feitas e prejudica os estabelecimentos, que muita vezes são verificados apenas se há uma denúncia anônima. “Em diversos pontos as empresas só vão conseguir se adequar após a vigilância sanitária fazer sua primeira visita e cobrar suas exigências”. Além dos fatores enunciados acima, uma grande questão precisa ser desenvolvida no Brasil: a qualidade do profissional envolvido no projeto. “O responsável técnico que está lá, seja nutricionista, engenheiro ou

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dicas Investir no seu profissional, fazer com que ele se qualifique. Além disso, tentar manter um bom diálogo com a vigilância sanitária para que possam, em conjunto, buscar melhorias no estabelecimento. E procure conhecer e tentar ficar dentro da regulamentação

Márcia afirma que todos os problemas envolvendo segurança dos alimentos acontecem devido à falta de prevenção

Falta de pessoal na vigilância sanitária para fiscalizar, problemas na estrutura do estabelecimento na hora de elaborar a planta e principalmente a falta de informação são pontos que devem ser observados O processo de implantação de controle de alimentos no país é pouco disseminado e feito de forma errônea ou básica

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Realmente, encontramos muitas empresas que não cumprem as normas, então nossa intenção é tornar isto cada vez mais presente, quase obrigatório, pois a alimentação é uma parte muito crítica biólogo, possui o que chamamos de responsabilidade técnica. Nossos profissionais jovens que estão assumindo cargos nas empresas precisam ter noção e colocar o carimbo com cuidado, pois eles estão se responsabilizando pelos eventos. Este é um fato fundamental para a segurança de alimentos existir”, afirma a especialista. Muitas questões poderiam ser sanadas se os proprietários contratassem empresas especializadas para realizar uma auditoria durante a construção de seu estabelecimento ou antes de abri-lo. Uma das opções é contratar uma empresa para elaborar o Diagnóstico Técnico Operacional ou seja, uma auditoria baseada na legislação vigente e que viabiliza o plano de ação para o controle dos alimentos. O preço do estudo gira em torno de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil contando com treinamento dos funcionários e a análise escrita, que contém os principais itens exigidos pelas legislação atual. “Posso garantir que o investimento para adoção desta prática terá retorno rápido, já que você deixa de perder em diversas etapas da cadeia de produção. Com esta linha de pensamento, a consultoria sai mais que gratuita, pois ela vai gerar dinheiro ao estabelecimento. Controle de alimento, hoje em dia, significa aumentar a lucratividade”, fala Márcia.

Normas e Resoluções A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a instituição do governo responsável por coordenar nacionalmente, um sistema que é composto pelas vigilâncias sanitárias dos estados e municípios do país. O órgão federal não é responsável pela fiscalização dos estabelecimentos, sendo esta uma responsabilidade das vigilâncias sanitárias das cidades. Assim, em 2004 a instituição publicou uma resolução relacionada as boas práticas para serviço de alimentação a ser adotada em todo território nacional. “Nesta regulamentação temos uma série de quebra de paradigmas. A Anvisa é conhecida por um olhar focado, muito estrutural e buscamos mostrar interesse em todas as etapas críticas de controle. Frisamos que a empresa não se pauta, apenas, pela questão econômica e que use critérios de preço e acompanhamento de qualidade”, afirma Ângela Castro, gerente de inspeção da gerência geral de alimentos da Anvisa. Um dos grandes pontos defendidos pela instituição para que haja uma segurança do alimento eficiente no

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país, é a capacitação das pessoas. A gerente comenta que este é um dos fatores mais importantes para mudar o cenário negativo no Brasil. “Um grande problema é a falta de conhecimento do controlador de alimentos. Tentamos promover essa educação na escola, para que o profissional chegue com esta bagagem de casa”, comenta Ângela. Ela ainda destaca dois pontos considerados críticos: a questão da sensibilização da gestão e o conhecimento prévio do manipulador. “Temos que perceber o controle de alimentos como um critério essencial. Sabemos que o investimento é alto, tem que investir em pessoas, estruturas e equipamentos”. Como dica, indica-se aos empresários que invistam em sua equipe. “Investir no seu profissional, fazer com que ele se qualifique. Além disso, tentar manter um bom diálogo com a vigilância sanitária para que possam, em conjunto, buscar melhorias no estabelecimento. E procure conhecer e tentar ficar dentro da regulamentação”, finaliza. Atualmente, uma das grandes preocupações do órgão diz respeito aos grandes eventos esportivos que serão realizados no país. Por isso, a Anvisa prepara diversas estratégias para manter a qualidade dos alimentos servidos, tanto no comércio formal quanto no informal que deve ter um crescimento significativo. Além disso, trabalha junto ao Ministério da Saúde que possui uma câmara temática que discute os assuntos centrais relacionados a Copa e as Olimpíadas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também possui uma norma referente a segurança alimentar. “Essa norma trata-se dos procedimentos que devem ser adotados por estabelecimentos de alimentação, que empregam algum tipo de cozinha e envole o manuseio, controle e higiene de alimentos”, explica Carlos Alberto Martelotte, coordenador do serviço de alimentação da ABNT. Além da norma, a associação também possui uma certificação, onde é dado um selo aos estabelecimentos que possuem uma boa segurança do alimento. Para conseguir, basta entrar em contato com a ABNT e solicitar a certificação. Após este procedimento, a instituição faz uma auditoria e se o local atender os requisitos, recebe o selo atestando sua qualidade.


Luís Gustavo afirma que possuir a ISO 22000 é um grande diferencial para a empresa

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O coordenador alerta que ainda há muito o que fazer no Brasil, em relação ao controle de alimentos. “Esta é uma questão que está crescendo. Realmente, encontramos muitas empresas que não cumprem as normas, então nossa intenção é tornar isto cada vez mais presente, quase obrigatório, pois a alimentação é uma parte muito crítica”.

A importância de ter um ISO A Liotécnica, empresa especializada em soluções para alimentos, é uma das poucas empresas do país que já possui o ISO 22000. Esta norma é internacional e define os requisitos de um sistema de gestão de segurança alimentar “Essa certificação nos permite oferecer aos nossos clientes o melhor entendimento do trabalho desenvolvido com foco em Segurança de Alimentos e todos os controles vinculados ao Sistema de Gestão implementado na Liotécnica”, afirma Luís Gustavo

Pinheiro, gerente da garantia e controle da qualidade da empresa. Para adquiri-lo foi necessário a implementação de requisitos da norma, criar mecanismos para garantir o cumprimento diário dos procedimentos definidos e promover a melhoria contínua do sistema. Os processos de segurança implantados na companhia, baseiam-se nos quatro elementos do ISO e em cada diretriz, há práticas que a empresa elaborou para alcançar a excelência. No Programas de Pré Requisitos foram adotados procedimentos rigorosos em todas as suas operações de produção. Em relação a Comunicação a companhia definiu os responsáveis e procedimentos para ações dentro da empresa, assim como fornecedores e clientes. No quesito Gestão de Sistema foram estruturadas e incorporadas as características dos processos locais de produção, controle de documentos e registros, rastreabilidade dos produtos, auditorias do sistema, treinamentos, entre outros. Por fim, na Análise de Perigos e Pontos Críticos

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Segurança a nível dos olhos

Geladeiras são essenciais para manter o alimento na temperatura adequada de conservação

de Controle (APPCC) a Liotécnica avaliou os perigos à segurança de alimentos de todas as etapas do processo e das matérias-primas e definiu os controles necessários. O gerente comenta que nenhuma prática pode ser considerada mais importante que a outra. “Em função disto, a execução correta de todos os procedimentos e controles determinados é essencial para disposição dos produtos no mercado, não existindo uma atividade mais importante que outra. A empresa tem que ‘respirar’ segurança de alimentos”, diz.

Segurança bem definida A Alibra, empresa referência em soluções para a indústria alimentícia, considera a segurança do alimento um fator essencial e adota diversas práticas para oferecer um produto seguro e de qualidade a seus consumidores. “Trabalhamos com sistemas de qualidade, além de estar implantando um sistema baseado na ISO 22000. Ou seja, nos preocupamos em implantar metodologias onde o fundamento é a segurança de alimentos”, afirma Gisele Alvarado, gerente de suporte técnico da empresa. Este sistema conta com itens de boas práticas de fabricação, controle de pragas e qualidade, avaliação de fornecedores, higiene e saúde dos manipuladores entre outros. Além disso, há

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diversas autoditorias internas e análises microbiológicas e fisico-químicas que são realizadas nos laboratórios da própria empresa. “Também implantamos a metodologia de HACCP (Análise de Riscos e Controle de Pontos Críticos), monitoramento de produção que consiste em um check list de controle”, comenta Marcelo Bruno de Araújo, coordenador de controle de qualidade da Alibra. Para lidar com a falta de informação, a companhia possui uma matriz de treinamento que possui o controle de cada funcionário, para que ele tenha acesso aos cursos determinados para o seu setor de trabalho. Uma outra grande preocupação da Alibra é relacionada aos seus fornecedores. “Este é um ponto delicado, pois no fornecedor você não manda. Você atende, informa. Por isso, há a necessidade de uma boa comunicação entre as partes. Trabalhamos muito esta parte de comunicação com fornecedor, pois nós queremos um produto seguro, é claro, mas também queremos um produto fabricado em condições legais, saber de onde partiu e que projeta o meio ambiente”, afirma Gisele. A empresa ainda não teve nenhum problema envolvendo segurança de alimentos, porém possui preparamento e um manual de procedimentos caso isso aconteça. Além disso, a companhia possui um corpo técnico capacitado contendo engenheiros químicos, biólogos de


alimentos e engenheiros de manutenção. Essa equipe multidisciplinar é responsável por controlar os riscos que podem comprometer um produto da Alibra. A Goiás Verde é outra empresa do segmento de food service, que possui um sistema eficiente relacionado ao controle de alimentos. No momento em que o colaborador entra na companhia, ele é treinado e recebe informações acerca de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos. Além disso, há diversos processos internos rígidos. “Temos avaliações internas, como auditorias realizadas pelo Controle de Qualidade, além de análises comprobatórias de que tudo está ocorrendo da forma correta”, diz Francislene Nunes, gestora de negócios do Food Service. Um destaque da empresa é que ela possui o controle desde a coleta da matéria-prima, até o momento que o produto sai da fábrica. “Há um sistema de controle de qualidade que vai desde o campo. No caso da Goiás Verde, tudo que é produzido na fábrica é colhido lá, então podemos observar todo o processo. Nosso cuidado é algo que vem desde a semente”, comenta a gestora. Para a instalação de todos os procedimentos relativos a segurança dos produtos, a empresa não precisou de consultoria, pois já possui profissionais qualificados que elaboram e monitoram os processos. Francislene destaca que a adoção do processo 5S (ferramenta de padronização e organização de métodos de trabalho) foi um diferencial e influência na segurança dos alimentos. “Quando começamos a utilizar o 5s, os procedimentos começaram a ter uma estrutura muito boa, já que ele colabora para que as coisas sejam mantidas nos devidos lugares através da prática dos colaboradores. Assim, conseguimos ter um bom controle de qualidade de todos os lotes de produtos liberados pela empresa”, finaliza.

Cuidado de ponta a ponta A Bayer, uma das líderes mundiais em inovação no segmento de ciências agrícolas, desenvolve soluções para que a segurança alimentar esteja presente desde a primeira etapa do processo: a matéria-prima. Carla Steling, gerente de Estudos em Segurança Alimentar da Bayer CropScience, comenta que os estudos da empresa podem influenciar na cadeia de produção dos seus clientes: “nossos esforços estão centrados em pesquisa, desenvolvimento e Boas Práticas de Laboratório (BPL), para análise e controle do nível de resíduos de produtos fitossanitários em alimentos. No estudo de resíduos verificamos a dosagem ideal do defensivo por hectare, o número de aplicações e o intervalo entre elas, além de avaliarmos o tratamento adequado para cada tipo de cultivo”. A gerente ainda destaca que a segurança alimentar é um conjunto de medidas que se iniciam na inovação

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Trabalhamos muito esta parte de comunicação com fornecedor, pois nós queremos um produto seguro, é claro, mas também queremos um produto fabricado em condições legais, saber de onde partiu e que projeta o meio ambiente tecnológica, quando há descoberta de ingredientes ativos e formulações que proporcionem o desenvolvimento sustentável da agricultura, o manejo adequado da produção e continuam com uma série de cuidados pela cadeia do abastecimento até que os alimentos cheguem à mesa do consumidor. “Por isso, as empresas de ciências agrícolas, como a Bayer CropScience, investem alto para oferecer produtos capazes de proporcionar segurança ao meio ambiente e ao consumidor final”, afirma Carla. Já para os estabelecimentos há uma necessidade de produtos químicos que asseguram a limpeza do ambiente e dos alimentos. “O uso adequado de produtos químicos em uma operação de higiene e limpeza em ambientes de manipulação ou industrialização de alimentos além das necessidades de sanidade é uma questão de saúde pública”, afirma Sérgio Moresco,

gerente nacional de vendas da NewDrop Sistema de Higienização. Há 14 anos no mercado, a empresa possui uma linha de produtos voltados para a sanitização e higienização de ambientes. Destacam-se os detergentes que podem ser alcalinos, ácidos e neutros e sanitizantes(desinfetantes) que podem ser catiônicos (Quaternários e Biguanidas) e oxidantes (Cloro e ácido perácético), além dos sanitizante de FVL que são os clorados. Em empresas que manipulam alimentos podem ser realizados dois tipos de higienização a operacional e a pré operacional que podem ser definidas de duas formas: PPhoO(Procedimento Padrão de Higiene Pré Operacional), que consiste em uma ação de fundo higiênico-sanitário realizada antes do início das operações de produção de alimentos e a PPHO(Procedimento Padrão de Higiene Operacional), que engloba um procedimento higiênico-sanitário, realizada durante as operações de produção de alimentos. Uma limpeza bem feita no estabelecimento pode reduzir o risco de uma possível contaminação, que

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Na Goiás Verde o treinamento do funcionário é fundamental para garantir a segurança do alimento

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acarretaria em perda, produzir um alimento de qualidade que é o esperado pelos clientes, ampliar a vida útil do produto, eliminar a possibilidade de ocorrência de infecções ou intoxicações alimentares, entre outros. Para lidar com os produtos, a empresa fornecedora tem a responsabilidade de treinar os usuários e explicar sobre as boas práticas de uso. “Na NewDrop, treinamento ao cliente é um ponto forte. Desta maneira há sim a consultoria, pois todos os treinamentos são revisados e aplicados a cada período, no qual definimos com o cliente a periodicidade que ele quer realizar os treinamentos”, comenta Moresco. Além disso, a companhia realiza visitas técnicas para acompanhamento do processo de implantação dos produtos no estabelecimento e assim, consegue direcionar as ações necessárias para a operação de cada cliente. O gerente comenta a importância de novas práticas, além do uso produtos de qualidade. “A segurança alimentar não se resume apenas em adquirir produtos de qualidade e registrados pelos órgãos competentes. Não conseguimos ambiente seguro para alimentos sem uma mudança de conceito, e atitude do fornecedor de produtos químicos, da equipe da higienização, da equipe de pro-

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Principais normas, regulamentações e ISOS ISO 22000 – Norma voltada pra os Sistemas de Gestão de Segurança de Alimentos com o objetivo de assegurar que as empresas se preocupem com os riscos de toda sua cadeia produtiva de alimentos, garantindo que o mesmo esteja seguro no momento do consumo humano. ISO 9001 -Norma direcionada ao Sistema de Gestão de Qualidade, que visa atestar que as empresas tem uma boa operação dos processos de entrega de seus produtos/serviços a seus clientes.

Resolução 216 da Anvisa – Cita práticas de higiene que devem ser obedecidas pelos manipuladores de alimentos, desde a escolha e compra dos produtos a serem utilizados no preparo do alimento, até a venda para o consumidor.

Selo ABNT – Certificação cedida as empresas e estabelecimentos que se apresentam dentro das normas de segurança de alimentos, prevista pela instituição. (Fonte:Márcia Meyer)

dução, dos supervisores, dos gerentes, diretores e até dos próprios proprietários dos estabelecimentos”, afirma. Questionado sobre o preço dos produtos, Moresco fala que é relativo e que é algo ligado mais aos benefícios. “Os preços dos produtos para higienização estão ligados às garantias e benefícios por eles produzidos. O importante em uma operação é o custo em uso dos produtos, pois atualmente os produtos são ultra concentrados, com objetivo de redução ampla dos custos diretos e indiretos à operação, como espaço de armazenagem, transporte, manuseio de soluções de uso etc”, diz. Entre os clientes da NewDrop destacam-se JBS, GranSapore, Risotolândia, Unifrango e Bigfrango. Para ele a solução para uma higienização eficiente, que irá interferir positivamente no controle dos alimentos, é a valorização dos colaboradores que realizam a operação. “A higienização é tão importante quanto a

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Dicas para um controle eficientes de alimentos 1 - Controle de matéria-prima 2 - Cadeia fria - o Binômio tempo x temperatura (lembrando que as bactérias começam a se multiplicar em temperaturas acima de 4°c graus positivos e sua multiplicação se dá a cada 20 minutos) 3 - Lavagem das mãos; atualmente muito preconizada pela OMS 4 - Higiene geral envolvendo higiene pessoal, equipamentos e utensílios, ambiente e alimentos (com produtos químicos institucionais registrados na ANVISA) 5 - Qualidade da água 6 - Controle de pragas e vetores 7 - Saúde do trabalhador (nós somos os maiores transmissores) 8 - Fluxograma das instalações 9- Responsabilidade Técnica (hoje os profissionais precisam carimbar, assinar e se responsabilizar por aquilo que estão assinando) produção, mas a higienização é sempre menos valorizada. A pergunta básica é: ‘Limpamos para produzir ou produzimos para limpar?’. A resposta é simples, primeiro limpa, depois produz. Assim a valorização da equipe de higienização é a mesma da equipe de produção”, explana. Ele finaliza afirmando que uma equipe bem treinada evita gastos excessivos de produtos, acidentes no manuseio dos mesmos e perda na produção, além de ser consciente da importância da mesma e de sua responsabilidade no processo de segurança alimentar. Um outro cuidado bastante importante dentro do controle de alimentos refere-se a conservação e envolve aquecimento, refrigeração e estocagem. Luiz Henrique Freire, presidente da Klimaquip, empresa especializada em soluções de refrigeração, comenta que todos os detalhes devem ser considerados. “Qualquer descuido na manipulação pode provocar danos irreversíveis à qualidade final


Uma limpeza bem feita no estabelecimento pode reduzir o risco de uma possível contaminação, que acarretaria em perda, produzir um alimento de qualidade que é o esperado pelos clientes, ampliar a vida útil do produto, eliminar a possibilidade de ocorrência de infecções ou intoxicações alimentares, entre outros do produto e a segurança do alimento. Da mesma forma que para cada alimento existem regras para o cozimento, a conservação deve seguir determinados parâmetros para que o mesmo não perca seus nutrientes naturais”, fala. O congelamento é um grande aliado da segurança dos alimentos, pois retarda a deterioração dos produtos alimentícios e estende sua seguração ao impedir o desenvolvimento de micro-organismos. Porém, muitos deles (com exceção dos parasitas) permanecem vivos durante o congelamento, motivo pelo qual os alimentos devem ser manipulados cuidadosamente tanto antes do congelamento, como depois na finalização. “Sabemos que o resfriamento rápido é a única solução para evitar a alteração de qualidade dos alimentos e garantir a conservação pós-cozimento, por isso trabalhamos com os melhores equipamentos do mercado, adequado para diversas situações”, finaliza o presidente.

A companhia é a única do segmento que dispõe de um sistema de qualidade certificada de acordo com a norma ISO 9001 pela Associação Portuguesa de Certificação (Apcer). • Food Service Consultoria GASTRONÔMICA www.foodserviceconsultoria.com.br Anvisa www.portal.anvisa.gov.br Abnt www.abnt.org.br Liotécnica www.liotecnica.com.br Alibra www.alibra.com.br GOiÁs Verde www.goiasverde.com.br Bayer www.bayer.com.br New Drop SISTEMAS www.newdrop.com.br Klimaquip www.klimaquip.com.br

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TUDO A VER

por Jamile Hallack e Juliana Siqueira Pio

Sente-se, pOR FAVOr Beleza não põe mesa. Mas um móvel bem feito, resistente e, ao mesmo tempo, delicado e harmônico, leva beleza para os estabelecimentos de food service.

A Franco e Bachot é reinventada a cada dia através de propostas inovadoras

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entar-se à mesa para almoçar ou puxar a cadeira para fazer um lanche são atividades que dão mais prazer ao consumidor na hora de fazer uma refeição. Muitas empresas, de olho no mercado de móveis, desenvolvem modelos diferentes e atraentes, e mostram que não é só a comida que abastece o food service. Conforto e boa aparência, definida pelo mobiliário, são itens importantes quando chega a hora de escolher o local em que irá comer. Observando a grande quantidade de churrascarias, a Franco e Bachot começou a trabalhar para este mercado, produzindo móveis a partir de madeira maciça. Foi aí que passou a desenvolver produtos que, apesar de sofisticados, mantinham um padrão econômico para os consumidores. Há aproximadamente onze anos, iniciou o fornecimento para hotelaria e depois, alcançou o fast food. Atualmente, apesar de bares e restaurantes serem os maiores clientes, a empresa ainda comercializa para cervejarias, lanchonetes, condomínios e clubes. Fernando Paschoal, gerente de marketing e coordenador de relacionamento com o mercado da empresa, acredita que uma das ferramentas essenciais para o bom andamento dos negócios é a atenção dada às características de cada local, assim como o domínio de todo o processo que envolve cada segmento. Por isso, a venda dos móveis é feita por consultores que conhecem e entendem muito bem a área. Para Paschoal, a opção por este tipo de abordagem gera segurança e facilidade na hora de entender a parte interessada na compra. Outra coisa muito importante é pensar no tipo de lucro que terá a empresa que adquirir os móveis. Como ele não é obtido com dinheiro, é necessário pensar na durabilidade do produto. Mais um fator que merece atenção na hora de oferecer uma mesa ou cadeira para uso em área comercial é o espaço destinado à sua ocupação. Cafeterias, por exemplo, por possuírem pouco espaço para circulação, costumam ter modelos mais compactos. Já outros locais, objetivados em mostrar imponência, preferem algo com dimensões maiores.

Diferenciais Para se dar bem em qualquer tipo de mercado é necessário buscar estratégias e produtos que se destaquem de tantos outros disponíveis. A Franco e Bachot possui dois grandes diferenciais. O primeiro deles diz respeito a reinvenção da empresa, dia após dia. Para que pudesse aparecer em meio aos concorrentes, a instituição remodelou toda a sua linha de produtos. E o segredo disso é não ter medo de ousar e nem de propor coisas novas. Para fazer esta diferença e produzir objetos inovadores, há toda uma equipe composta de desenvolvedores de produtos, gerente, pessoas de marketing e comercial. Outro fator positivo da empresa, de acordo com Paschoal, é o fato da instituição ser altamente tecnológica e ter equipamentos sofisticados. “Um exemplo dos benefícios é a possibilidade de

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TUDO A VER

SENTE-SE PARA COMER

Quer mudar a cara de seu restaurante? A Movelaria Paranista inovou e produz cadeiras com encostos encaixáveis que podem ser trocados

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fabricar detalhes nos materiais e componentes dos produtos. Toda a linha de madeira maciça é feita dentro da própria fábrica, e as linhas que usam componentes multilaminados são desenvolvidas com tecnologia própria, o que aumenta o padrão de qualidade. Há sempre investimentos tecnológicos na fábrica para garantir resistência, durabilidade e evolução contínua”, complementa. A atenção à sustentabilidade é algo presente nas empresas. E, em fábricas que trabalham com madeira, a cobrança e fiscalização dos consumidores é ainda maior. Paschoal afirma que a Franco e Bachot pensa nisso desde a época de sua criação. De acordo com ele, “quanto maior a preocupação com a cadeia produtiva, melhores serão as condições de comercialização”. A organização trabalha com madeira 100% legalizada e tem a certificação do Ibama e da Madeira Legal, que garante que o sistema produtivo é adequado ao mínimo de desperdício. Os vernizes próprios são sempre monitorados e têm suas funções químicas controladas. O descarte de resíduos é feito de maneira consciente. Além dos benefícios para o meio ambiente, esta prática traz credibilidade à empresa; os clientes costumam perguntar sempre sobre as certificações. O crescimento fabril na Franco e Bachot foi de 15% em 2011, o de mercado chegou a 30% e o aumento no alcance territorial alcançou mais de 40%. Mas, para chegar a estes números, houve toda uma história de muito trabalho. A Franco e Bachot, fundada pelo atual presidente da empresa, inicialmente era uma pequena marcenaria especializada em mesas e cadeiras. Com o tempo, transformou-se em uma fábrica que abrange todo o Brasil e também exporta cerca de 8% de sua produção, tendo uma participação considerável no mercado euro-

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peu, enviando remessas também para África e Canadá. Localizada em Mafra, Santa Catarina, mas com o polo comercial em São Paulo, atualmente a Franco e Bachot tem contrato com empresas de peso, como o Habib’s. Para o ano de 2012, a Franco e Bachot promete gerar produtos diferentes daqueles que a empresa tem atualmente. “O mercado pode esperar não só o mesmo cuidado e evolução natural dos nossos produtos, mas também lançamentos totalmente diferenciados do que trabalhávamos até então, e muito caprichosos em seus detalhes”, finaliza Paschoal.

Que tal um encosto novo? O ramo de móveis para o mercado de food service também é muito conhecido por Aurélio Santana, arquiteto e diretor da Movelaria Paranista. De acordo com ele, atuar nesta área é algo bastante promissor. Além disso, os vinte anos de experiência renderam a ele conhecimento tanto da feitura dos móveis quanto da tecnologia necessária para fazê-los. A produção, que no começo do negócio era sob medida, hoje é seriada. Encomendas são realizadas dentro das linhas já disponíveis de produtos. Mas cadeira e mesa não são todas iguais. Mesmo quando feitas em série, possuem especificidades próprias para cada tipo de cliente e estabelecimento. Um exemplo a ser dado é a cadeira camaleão, patenteada pela Movelaria Paranista. Com ela, é possível ter um ambiente renovado gastando cerca de 30% a menos do que se gastaria com móveis novos. Isso é possível através do que ela oferece como atrativo: o encosto da cadeira pode ser modificado. Assim, os locais que optam por este tipo podem ficar sempre de cara nova. Trocam-se as cores do encosto


e a aparência é praticamente toda alterada. Santana explica também que alguns tipos de móveis são mais procurados para fazerem parte de um ponto específico dos estabelecimento, recepção de restaurantes costumam, preferencialmente, contar com modelos especiais. “O nosso compromisso é entregar um produto para o cliente com maior valor de usabilidade sem que ele custe mais financeiramente do que custaria. Saber bem sobre tecnologia é também um diferencial”, explica Santana. Uma das peças chave para o bom desempenho da empresa é deter bastante conhecimento nesta área. “As condições de atender bem, além de pessoais, devem ser também técnicas”, diz. Na empresa, a preocupação com o meio ambiente também é constante. A madeira usada é a de reflorestamento, vindas de plantações do interior do Paraná e de Santa Catarina. Os produtos fabricados são ecológicos e o verniz é feito a base de água.

lhava com alguns tipos diferentes de material, como o compensado e aglomerado, que eram os mais utilizados nas demais produções da época. Mais recentemente, o MDF era que fazia parte do dia a dia das fábricas. Agora, com a produção em série, a madeira maciça é que compõe os móveis, e, de acordo com Santana, ela é, por excelência, o melhor material para mobiliário. A empresa chega a produzir 500 peças por mês. Durante aproximadamente quatro anos, a movelaria estudou, desenvolveu produtos e fez pesquisas de mercado para começar a trabalhar com mesas e cadeiras. Depois de um tempo, a fabricação de móveis sob medida passou a diminuir em detrimento do aumento da produção em série, que iniciou timidamente no ano de 2008 e se consolidou em meados de 2010. Os negócios estão em constante crescimento e, de 2010 a 2011, houve um aumento de 150% no número de produtos fabricados. •

Mudanças e Lucros A Movelaria Paranista, localizada em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, traba-

FRANCO E BACHOT www.moveisfranco.com.br MOVELARIA PARANISTA www.movelariaparanista.com.br

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PERFIL

por Maria Luiza Gondim

Uma pitadinha

de fermento Com um jeito simples de gerir seus funcionários, Domingos Costa conquistou o sucesso e está há 35 anos à frente de uma das maiores companhias do food service do país

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o entrarmos na unidade administrativa da Vilma Alimentos, em Contagem, Minas Gerais, um fator chama a atenção desde o primeiro momento: os funcionários parecem felizes e o ambiente é bastante tranquilo. Após chegarmos à sala de reunião e começar a conversar com Domingos Costa, presidente da empresa, descobrimos o motivo: uma gestão voltada para as pessoas, consideradas peças fundamentais dentro da companhia. Ele afirma que este é um de seus traços impresso na marca. “Uma das características que me ajudaram no comando da empresa não foi especificamente a minha posição, mas o fato de me sentir pertencendo a um grupo, além de não ser uma pessoa que dita normas e regras. Posso dar a última palavra, mas não é a minha. É uma palavra encontrada em um consenso”, afirma.

A empresa A história de Costa se confunde muito com a história da Vilma. Inaugurada por seus avós em 1925, a empresa começou pequena e bem familiar, com o foco no macarrão, um dos produtos de destaque da marca até os dias de hoje. No momento em que ele foi trabalhar na unidade, após se formar no curso de administração, a empresa já estava grande, assim como a expectativa

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de sua família para que ele tocasse o negócio. “Quando me formei, houve esperança, aquela tradição italiana de que os filhos dessem continuidade ao empreendimento construído pelos pais. Eu tive sorte porque eu gostava do que fazia, gosto da parte de administrar empresas”, conta. Porém, o presidente comenta que no começo houve algumas divergências de ideias, prejudicando o relacionamento profissional com seu pai, que também administrava a empresa. Mas com o tempo tudo foi se acertando. Durante sua história, a Vilma passou por diversas mudanças que se misturaram a história de Costa, como o período governado por Collor e a inserção de tecnologia em diversos setores da companhia, incluindo a gestão. Muitos destes diferencias partiram da iniciativa do atual presidente. “Eu sabia que tinha que mudar, mas não sabia para onde. Para isso é preciso abandonar algumas culturas e convicções, pois você não muda só por mudar. É um período de risco, onde você entra em um caminho sem volta”, fala. Em sua administração, a Vilma passou pela modernização do setor administrativo, alternou os turnos de trabalho, incorporou as horas extras ao salário dos colaboradores, o que influenciou na redução do índice de absenteísmo e na melhoria da produtividade do moinho. Com estas modificações surgiram muitos desafios que foram vencidos, viraram experiência e conhecimento. “O que me deu mais conforto foi não saber o que


fazer pra mudar, se soubesse talvez não faria. Às vezes pensaria melhor se soubesse que ia trabalhar muito!(risos). Os desafios foram muitos e eles continuam. Mas acho que tenho a experiência que conta como um fator a favor”, diz. Costa não se arrepende de sua escolha e afirma que sua dedicação ao trabalho não atrapalhou sua vida pessoal. Porém foi uma caminhada cheia de obstáculos e que o levou a sua atual posição. “Não me arrependo das minhas escolhas. Creio que tive sorte de certa forma. Além disso, aprendi muito com meu pai. Ele era uma pessoa fechada por um lado e aberto pelo outro. Sempre falava ‘eu não te proíbo de fazer nada, mas também não te concedo nada. Faça e eu critico’. Então eu ouvia e assim aprendi muito pela sua forma e modo como ele se comportava”. Questionado sobre sua marca na Vilma, o presidente brinca e frisa os colaboradores. “Olha, quem tem marca é a Vilma!(risos). Eu acho que se pudesse deixar uma marca legal, seria algo relacionado a integração das pessoas dentro dos objetivos da empresa, porque não fiz nada sozinho. Acredito que consegui tirar o melhor delas e isso faz com que elas trabalhem com prazer”.

A família e a fábrica

Domingos Costa acredita que experiência ajuda a vencer desafios

Divulgação

A vontade de trabalhar na companhia passou para outros membros da família e atualmente dois dos filhos de Costa trabalham na empresa. Ele destaca que o relacionamento entre ele e os outros familiares, no sentindo profissional é muito bom e tenta passar isto para todos, pois chega a significar o bem do negócio. ”Graças a Deus temos um bom relacionamento e ainda não tivemos atritos, mesmo porque, uma disputa entre eles, significa perdas de valores e de negócios”.

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PERFIL

UMA PITADINHA DE FERMENTO

“Uma das características que me ajudaram no comando da empresa não foi especificamente a minha posição, mas o fato de me sentir pertencendo a um grupo, além de não ser uma pessoa que dita normas e regras. Posso dar a última palavra, mas não é a minha. É uma palavra encontrada em um consenso” Ele destaca que o relacionamento com o pai , enquanto trabalhavam, é a melhor lembrança que ele guarda do dia a dia na Vilma. “Acho que o relacionamento dentro da empresa com o meu pai foi muito importante. Ele tinha aquele jeitão italiano de ser. Foi uma oportunidade de me aproximar dele. Algo que meus irmãos não tiveram, assim como minha mãe. E foi a Vilma que permitiu essa convivência que eu não teria, se não tivesse trabalhado aqui”, conta. Com a voz um pouco emocionada, Costa relata um episódio marcante que demonstra o estreitamento desta relação. Quando fez 40 anos recebeu de seu pai um relógio que tinha sido de seu avô. O ato o surpreendeu, pois seu pai não tinha o costume de comprar presentes. Então foi um momento bastante marcante que o presidente acredita que venha da relação construída dentro da Vilma.

Costa levou este interesse para a empresa. Visando homenagear seus funcionários, ele contratou um artista para desenvolver uma escultura que representasse a Vilma para dar de presente assim, a pessoa poderia guardar uma peça de arte. “Falei com o artista que queria uma escultura que poderia ser assinada por ele e que o material variaria de acordo com o tempo que a pessoa estivesse na empresa. Quando se dá uma caneta, o objetivo se perde, pois ela não é muito representativa. Uma escultura não desaparece”, explica. Ele se considera uma pessoa simples, que gosta de estar com as pessoas queridas e de sair para encontrar os amigos. Diferente da maioria dos empresários, ele não gosta muito de viagens e quando as faz, preza pela companhia da família.

Sobre o sucesso

A corrida e a arte Saindo do ambiente empresarial, descobrimos que um dos maiores hobbys do empresário é praticar corrida e que no começo as pessoas achavam este hábito algo estranho. “Gosto muito de correr, apesar de ser gordinho. Corro desde meus 18 anos e naquela época ninguém corria. Então todos ficavam tirando sarro: ‘ O que aconteceu?Para que tanta pressa’(risos)”. Costa acredita que o exercício físico ajuda a esvaziar a mente e assim, contribui para a tomada de decisões importantes. Um outro prazer que ele destaca, como um bom descendente de italiano, é a comida. Porém, comenta que tem uma desvantagem, pois a família tem a tendência em ganhar peso rápido e ele recusa-se a fazer qualquer tipo de regime. Uma paixão que o presidente possui é arte. Indagado sobre o que pensaria fazer se não estivesse à frente da Vilma, ele comenta que poderia ser algo envolvendo arte e que ele pensa em focar-se quando aposentar. “Gostaria de focar nisso, não no sentido de eu fazendo especificamente. Penso em escolher um artista, pegar pessoas que estão ou não no mercado e desenvolver uma marca. Mas dentro de um conceito. A ideia de passar uma emoção através de uma obra é fantástica”, exalta.

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“Na hora de tomar as decisões, eu sempre digo: você tem que ter um pouco de sorte. Quando me perguntam qual o segredo do sucesso, eu não acredito que ele é garantido no futuro pelo o que você fez hoje. O sucesso é algo que acontece, mas nada disso garante seu futuro. Te garante uma boa história para contar, mas não te mantém vivo”, afirma Costa. A sua percepção parece estar certa e a Vilma tem conseguido ter muito sorte nos últimos anos. A empresa registrou em 2010 um faturamento de R$ 429 milhões e em 2011 fechou em torno dos R$ 480 milhões. Para quem deseja alcançar um bom resultado no mundo dos negócios, o presidente afirma que é necessário estudar bem o cenário que você está entrando e tomar muito cuidado, pois às vezes a pessoa está muito empolgada e não vê os problemas. “O empresário tem que procurar estudar, buscar informações antes de abrir o negócio. Estudar a forma que fique mais barata e entrar com dinheiro sobrando, porque você vai ter que aprender a lidar. E tem que arriscar, empresário é gente que se arrisca”, finaliza. •

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por Mayko Silva

Em busca do

Equilibrium Nutricionista alcança o sucesso e ganha reconhecimento através da criação de negócios inovadores e pioneiros

R

esponsável pelo acompanhamento nutricional das celebridades, escritora do livro de sucesso “Boa forma em 8 semanas”, consultora de vários programas de TV e sócia das empresas Equilibrium Healthy Food e Equilibrium Consultoria em Saúde e Nutrição. Esta é a nutricionista Cynthia Antonaccio, 35 anos. Um exemplo de sucesso de quem tem o compromisso com a saúde da sociedade.

Food Service News: O que te levou a fazer Nutrição? Cynthia Antonaccio: Eu sempre tive curiosidade em saber a importância de uma alimentação saudável. Além disso, eu nutria uma paixão pelo assunto. Querendo atuar nesta área, mas de forma científica, pedi ajuda ao meu pai e após uma grande pesquisa vi que a nutrição era a melhor opção.

FSN: Como foi o período em que passou na faculdade? CA: Quando comecei a graduação, eu me mudei de Manaus para São Paulo e passei a morar sozinha. A maior parte do meu tempo eu dediquei aos estudos. A faculdade era em período integral e não me permitia buscar

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estágios fixos, mas fiz muitos trabalhos de curto prazo com nutricionistas que me inspiraram. E também, participei de vários projetos de monitoria e iniciação científica, o que me deu uma boa bagagem e eu construí uma boa rede de relacionamentos.

FSN: Quando você decidiu abrir a Equilibrium? CA: Hoje a Equilibrium é um grupo de empresas com dois segmentos de atuação. Um de restaurantes de comida saudável, a Equilibrium Healthy Food e o outro em Comunicação e Qualidade de Vida, a Equilibrium Consultoria em Saúde e Nutrição. Elas têm missões alinhadas, que buscam promover uma vida saudável. No entanto, elas são de naturezas diferentes. A Equilibrium Healthy Food foi criada da necessidade de abrir um restaurante dentro das academias para atender às demandas nutricionais dos frequentadores desses ambientes. Dois anos depois (2001), criei a Equilibrium Consultoria, uma empresa voltada tanto para conteúdo e projetos de comunicação em saúde quanto iniciativas de qualidade de vida para empresas em geral. Na época eu consegui destaque na mídia, e também já tinha bons clientes que ajudaram na divulgação desta nova empresa.


FSN: Quanto foi preciso para abri-las? E quanto era o faturamento? CA: Para a criação do restaurante, o investimento inicial foi pequeno, pois a academia proporcionou a estrutura necessária para começar. No início eram quatro mesas apenas e todo o faturamento era reinvestido na unidade. Posso dizer que o faturamento era equivalente ao de uma lanchonete de ponto comercial. No entanto, após seis meses de funcionamento, o faturamento progrediu e já representava algo equivalente ao de um restaurante comercial. E este negócio foi o investidor da consultoria.

FSN: Quais foram as dificuldades para se firmar no mercado de trabalho? CA: Ao abrir um negócio o empresário encontra duas grandes dificuldades: escolher a área de atuação para investir; e a hora de mudar o percurso quando este não dá certo. As atividades do dia a dia também não são fáceis. Mas essas dificuldades fazem crescer. Foi assim que eu consegui ter os meus quatro restaurantes, que hoje andam com as próprias pernas. E focar em um novo segmento que também cresce, e cada vez mais segue independentemente de mim.

FSN: E qual é sua função nas empresas atualmente? CA: Com o crescimento eu contratei e treinei uma equipe de nutricionistas que hoje estão à frente dos negócios Equilibrium. Assim, o meu trabalho é voltado para a gestão da equipe e para o relacionamento com parceiros e clientes corporativos. Em vez de atuar na operação do dia a dia como no início, eu trabalho junto às gestoras fazendo a reciclagem da equipe e avaliando processos.

Atualmente, Cynthia Antonaccio trabalha na gestão de sua própria equipe

FSN: Como funciona a parte de comunicação da Equilibrium Consultoria?

Divu

lga

ção

CA: A gente provê conteúdo e dá suporte para empresas de alimentos e farmacêuticas que tem o objetivo de inovar e lançar produtos com foco sem saúde e nutrição. Esse suporte técnico diz respeito à comunicação dessas empresas, seja na embalagem, ou nos pontos de venda, diretamente com o consumidor, ou para públicos estratégicos formadores de opinião.

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CARREIRA

EM BUSCA DO EQUILIBRIUM

FSN: Como você se tornou referência para entrevistas sobre nutrição? CA: Eu penso que foi devido à facilidade que tenho em me comunicar. Isso ajuda muito na hora de passar todo o meu conhecimento técnico de forma simples e de fácil compreensão. E no acesso, por estar disponível e gostar de transmitir o que sei para os jornalistas, e consequentemente para a população. Hoje em dia recebo muitos pedidos para entrevistas. Algumas vezes tenho que instruir outra pessoa para ir no meu lugar.

FSN: Como surgiu a ideia de escrever o livro “Boa Forma em 8 Semanas”? CA: A ideia surgiu da revista Boa Forma. Eles me convidaram para escrever o livro e eu aceitei. Eles me deram total liberdade para produzir todo o conteúdo embasado naquilo que eu acredito sobre nutrição. E fiz em parceria com a jornalista Eliane Contreras, que deu um brilho a mais com a linguagem jornalística.

FSN: Em 2009 você foi convidada para participar da TV UOL. Como foi isso? CA: Através do boca a boca. Um fala para o outro que resolve ler sobre o meu trabalho e recomenda. Assim que me acharam. Fui convidada para fazer vídeos que esclareciam as dúvidas mais frequentes das pessoas em relação à nutrição. Recentemente, em dezembro de 2011, gravei mais dois que trazem dicas para o final e início do ano.

FSN: Já foi procurada por famosos em busca de uma orientação nutricional? Quem?

Divulgação

CA: Muitas celebridades frequentam as academias onde meus restaurantes estão ins-

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talados. Eu posso citar trabalhos que me deram muito prazer, como a Bia Siedel, a Mel Lisboa, a Sabrina Sato e o Tom Cavalcante, por exemplo. Mas não foi atendendo famosos que me promovi no mercado. Foi com a paixão por inovar e empreender. E claro, por conta da minha equipe, e hoje minhas sócias, Adriana Kobayashi e Samantha Macedo Basso.. Eu sou uma empreendedora nata e corro riscos. Hoje, muito mais mensurados.

FSN: Como esse sucesso se expressa em números? CA: Os números variam demais de acordo com o porte da unidade. Por exemplo, mesmo dentro das minhas unidades de restaurantes nas academias, o faturamento pode variar de R$ 50 mil a R$ 150 mil. Hoje, mais de 50% do faturamento vêm do fornecimento de almoço. Conquistamos um público executivo, que não se restringe à academia, mas pessoas que trabalham na região.

FSN: Quais são os seus projetos para o futuro? CA: Garantir a sustentabilidade para os meus negócios. Ambas as empresas já se firmaram no mercado, mas eu quero que isso seja cada vez mais real. Para isso, eu preciso que minhas empresas sejam provedoras de soluções para a melhoria da saúde da população.

FSN: Quais dicas você daria para quem está começando na área e também quer alcançar o sucesso? CA: O nutricionista tem um compromisso com a saúde da sociedade. Então, quando se entra na área, olhar a nutrição com uma visão mais ampla, porque não é só dieta e controle de calorias. Somos formadas com uma visão muito técnica, e precisamos buscar conceitos de negócio e administração para gerir melhor nossa carreira. Além disso, para ter sucesso é muito importante trabalhar naquilo que gosta. Hoje eu priorizo qualidade de vida, amigos e família. Precisamos ser seres humanos completos. Para alcançar isso, temos que pensar sempre lá na frente. Temos que trabalhar para crescer de forma estruturada, com pessoas competentes a nossa volta. • GRUPO EQUILIBRIUM www.equilibriumonline.com.br



por Maria Luiza Gondim

GESTÃO

A empresa 3 Corações foi considerada uma das melhores empresas para se trabalhar

Bom para se

trabalhar Ranking mostra que empresas do segmento de food service possuem ótimo ambiente corporativo e são eleitas melhores lugares para se trabalhar no país

Divulgação

O

que é ser uma grande empresa? Esta é uma questão que norteia gestores de todo o mundo e segmentos. Normalmente, reconhecemos as grandes corporações por seus números relacionados a investimentos, lucros e outros valores. Porém, tem um fator que está cada vez mais em destaque nas companhias: o capital humano. Investir em pessoas, cada vez mais, se mostra algo necessário e que gera grande diferencial. Sendo assim, a Great Place to Work, consultoria americana especializada em ambientes empresariais, criou um ranking com as 100 melhores empresas para se trabalhar no país. Dentre elas, algumas do segmentos de food service que falam a FSN sobre como os colaboradores foram peças-chaves nas estratégias da empresa e como boas práticas empresariais podem fazer a diferença.

Com o coração O grupo 3 Corações foi fundado em 1951, quando João Alves de Lima começou de forma simples, a vender café verde, na cidade de São Miguel, no Rio Gran-

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de do Sul. Muita coisa mudou desta época, a empresa cresceu, ganhou diversas marcas e hoje destaca-se no mercado de food service, faturando R$ 1,6 bilhão em 2010. Assim, não era de se surpreender que a empresa conste na lista das melhores empresas para se trabalhar no país. “Para a 3 Corações receber este prêmio representa a sintonia entre desejo, o engajamento e a motivação dos nossos colaboradores e as estratégias, valores e práticas da empresa. Então podemos considerar que foi um conjunto, uma harmonização entre os colaboradores e a empresa”, afirma Milene Pereira, gestora de responsabilidade social da companhia. E os colaboradores da 3 Corações são pessoas engajadas, como mostrou a pesquisa de clima realizada pela empresa. Dentre os 4.250 colaboradores, 91% responderam o questionário do estudo e 85% dos colaboradores responderam ter orgulho em trabalhar na companhia. Além disso, 95% dos entrevistados responderam que entendem que o seu trabalho e papel contribuem para que a empresa alcance suas metas. Para a gestora o grande diferencial da empresa está na forma que mantém seu relacionamento com seus


diversos públicos. “A 3 Corações é uma empresa profissionalizada, que mantém o seu jeito de ser. Assim, o funcionário da empresa não é visto como um número, como uma matrícula. Aqui a pessoa tem um momento de exercer a sua criatividade, e isso que eu considero um grande diferencial”, diz. Ela ainda destaca que apesar do crescimento, a empresa conseguiu manter o trato com as pessoas. “Nós crescemos muito, iniciamos nossas operações no Nordeste, em um ritmo muito acelerado. Mas não perdemos o nosso jeito com as pessoas. Conseguimos desenvolver nossos gestores para que tivessem este cuidado e atenção, que é muito característico dos fundadores da companhia”, comenta Milene. Para manter o funcionário motivado, a empresa possui diversos benefícios como remuneração justa, apoio através de assistência médica, promoções, além de estimulare o exercício da cidadania, por meio de projetos sociais. Em relação ao aprimoramento da gestão, a empresa investe em novas tecnologias, em todas as áreas, podendo ser fabril, gerencial ou administrativa, que ajudem a alinhar o desenvolvimento das pessoas, além de investir de forma contínua nas

lideranças, através de ações que foquem na melhoria das mesmas. Além disso, a compartilhada conta com um plano de cargos, carreira e remuneração. “Sempre colocamos que a boa gestão empresarial é aquela que gera bons resultados para todos os públicos e relacionamentos que a empresa tiver. Então consideramos nossos acionistas, o governo, colaboradores, fornecedores e sociedade em geral. Pautamos nossas ideias, em uma forma de gerar valor para a sociedade como um todo”, responde a gestora, em relação ao que é uma boa gestão empresarial. Ela ainda conta algumas dicas de sucesso. “Vou utilizar uma frase de nosso presidente Pedro Lima, que sempre é colocada em todos os níveis de funções: temos que ter simplicidade, regularidade e velocidade. E isto são os fatores essenciais para se conseguir uma boa gestão empresarial”. Questionada a respeito do que podemos esperar da 3 Corações para este ano, a gestora é categórica. “Podemos esperar da 3 Corações em 2012, muito sucesso, consolidações, trabalho e bons resultados. Existe um slogan da empresa onde é falado que nós acreditamos no trabalho”, finaliza Milene.

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GESTÃO

BOM PARA SE TRABALHAR

Gestão em pessoas Especializada na administração de restaurantes empresariais, a Apetit foi uma outra empresa do segmento que conquistou o prêmio. “Para nós, este prêmio mostra ao nosso cliente a solidez da empresa. E mostra para nosso funcionário também, já que a premiação partiu de uma pesquisa que quantificou o que os colaboradores falavam da empresa. Então ficamos felizes, pois este é um reconhecimento de todas as pessoas que trabalham na Apetit”, afirma Alessandra Oldembergas, gerente de marketing da companhia. A boa gestão da empresa surtiu resultado, e seus números impressionam. Entre 2008 e 2010, a Apetit apresentou um crescimento de 46,3%. Se considerarmos 2010, ela alcançou um aumento de 20,9%, enquanto o mercado cresceu 13%. Para alcançar a excelência, a empresa

Alessandra Oldenbergas acredita que cuidar das pessoas, dentro e fora da empresa, é essencial

adota indicadores e balanço de gestão, através do sistema scorecard, que analisa os aspectos, os técnicos, parte gerencial da companhia e permite a possibilidade de decisão rápida. A empresa é a única do segmento que trabalha com este sistema de gestão, que está em todos os níveis da empresa, desde a base até as áreas gerenciais. Porém, o grande diferencial da empresa não está em sistemas e sim em seu investimento no capital humano. “Nosso segredo é que cuidamos das pessoas e cuidamos com muita transparência. Temos muita proximidade da presidência com os gestores e dos gestores com sua equipe. Além disso, temos o acompanhamento técnico e treinamento de capacitação das nossas equipes. E acredito que este foi o nosso diferencial para alcançar este reconhecimento do mercado”, diz a gerente. Entre os principais beneficios disponibilizados aos funcionários da empresa estão uma carga de treinamento, ajuda para conclusão de cursos superiores, plano de saúde, plano odontológico, coaching e diversos projetos sociais. Alessandra destaca dois projetos que são bastantes sólidos na empresa. O primeiro é o Mamãe Apetit, que acompanha a funcionária desde o momento em que ela comunica a gravidez até a hora do beber nascer. O outro se chama Chefe-Mirim e já foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas(ONU). “Esta inciativa junta crianças de risco social e financeiro para realizar o curso de auxilar técnico em nutrição, cedido pela empresa. Com esta capacitação, as crianças podem ir para o mercado de trabalho, 91% das pessoas que se formaram no curso estão empregadas. Já recebemos prêmios por este projeto, é um projeto muito bonito. Sempre digo que cuidamos das nossas pessoas e cuidamos das pessoas da comunidade”, comenta. Para o futuro, a companhia pretende fechar parcerias com empresas de peso, que proporcionem lideranças focadas no resultados e crescimento da empresa. “Eu tenho esse coaching de acompanhar as pessoas que tomam decisões estratégicas dentro da empresa. E outro objetivo nosso, para ser desenvolvido em 2012, é expandir os projetos sociais. Além de nossos negócios, temos que nos preocupar com a sociedade”, finaliza Alessandra.

Divulgação

Identificação com a cultura organizacional

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O zelo pela prática e manutenção dos valores da empresa contribui para termos colaboradores que realmente se identifiquem com a nossa cultura. Isto é fundamental para um bom clima organizacional”, afirma Isabela Cardoso, gerente de marketing da Emulzint. E assim, a empresa também conquistou o reconhecimento como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil.


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BOM PARA SE TRABALHAR

GESTÃO

Na Emulzint os colaboradores costuman se identificar com a empresa

Divulgação

Com 34 anos no mercado, a empresa ficou no 63º do ranking elaborado pela GPTW. A companhia participou da pesquisa em 2010 e atingiu a 107ª colocação. O objetivo na particpação na pesquisa era utilizar o resultado como uma ferramenta de gestão para estabelecer um processo de melhoria constante. Então, este ano foi uma boa surpresa para os colaboradores ao pereceberem que a empresa subiu tanto na lista.” Foi com grande satisfação e orgulho que recebemos em 2011 a premiação, pois contempla o resultado de um esforço consciente e direcionado para o respeito às pessoas, que são as grandes responsáveis pelos resultados da organização”, afirma Isabela. A empresa destaca-se pela baixa rotatividade do quadro funcional e o número expressivo de pessoas com mais de 10 e até 20 anos de casa que são resultado de um bom ambiente de trabalho. “A Emulzint tem investido cada vez mais em treinamentos para os funcionários. Os treinamentos técnicos são realizados de acordo com a função e os comportamentais atingem de uma forma mais abrangente os colaboradores da empresa”, fala a

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gerente. E para manter os funcionários motivados e satisfeitos a empresa oferece vale transporte, cesta básica, auxílio alimentação, seguro de vida em grupo e assistência médica. Além disso, há a realização anual de uma convenção geral que reúne toda a equipe da companhia que é composta por 350 funcionários, para debater temas de alinhamento e propósitos da empresa. Isabela finaliza comentando o que acredita ser uma boa gestão empresarial: “É aquela que consegue encaixar ferramentas e técnicas adequadas aos valores, cultura e objetivos da organização. Isto permite extrair o melhor dos recursos e de cada um dos colaboradores, melhorar continuamente e proporcionar um relacionamento duradouro entre os clientes, a empresa e as pessoas que a compõe”. • 3 Corações www.3coracoes.com.br Apetit www.apetit.com.br Emulzint www.emulzint.com.br


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por Jamile Hallack

EVENTO I

Crescer e

multiplicar O setor de franquias dentro do ramo alimentício cresce cada vez mais, levantando questões que precisam ser colocadas na mesa

U

m dos grandes benefícios da rápida expansão de uma rede de franquias no mercado é o seu crescimento por ‘osmose’”. A afirmação foi feita por Luiz Cury diretor de franquias da Patroni Pizza, durante o 1º Fórum Food Service Franchising. Realizado no dia 17 de novembro de 2011, no Luz Plaza Hotel em São Paulo, o evento foi idealizado pela revista Food Service News para atender ao mercado que busca por informações sobre franquias. O principal objetivo, além de agregar conhecimento aos participantes, foi de proporcionar a troca de experiências entre os principais executivos do setor, para que eles pudessem apresentar ideias e contar os principais

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problemas sofridos com os franqueados. Além disso, todos puderam trocar informações sobre fornecedores/ empresas que os atendem e pertencem ao mercado de food service. Foram propostas discussões sobre temas relevantes para o gerenciamento empresarial do setor.

Foi importante patrocinar o evento por dois motivos: primeiro porque nós somos fornecedores da cadeia de food service e segundo porque somos franqueadores também.


foodservicenews / 2012

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EVENTO I

CRESCER E MULTIPLICAR

Crescimento

Segmento de alimentação líder em faturamento

de 20,4%

39,9%

do setor de franquias em 2010

do total de 2010

2009

O fórum contou com mais de cem convidados, dentre eles proprietários, sócios, diretores, gerentes de expansão, de negócios, de marketing e comercial de grandes redes de franquias de alimentação e de grandes empresas ligadas ao mercado de food service, além de consultores, especialistas e estudantes ligados à área de franchising. De acordo com informações da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor de franquias tem apresentado elevado crescimento na última década. Em 2010 comparado ao ano anterior o percentual foi de 20,4%, sendo o segmento de alimentação líder em faturamento correspondendo a 39,9% do total. Os dados demonstram um cenário propício para o investimento em franquias no setor de food service. O fórum foi aberto por Melitha Prado, sócio-fundadora da Novoa Prado, consultoria em franchising, que apresentou os impactos da carga tributária em seu negócio; em seguida Leonardo Lamartine, presidente do Grupo Bonaparte, rede de franquias de alimentação, contou como é importante manter um padrão nas unidades da rede. Após um coffe-break, que permitiu aos participantes troca de cartões e experiências, Robson Fagundes, especialista em projetos de implantação de sistemas de gestão da Teknisa Software, apresentou sua palestra mostrando como o uso das tecnologias permite manter maior e melhor controle sobre as franquias. Em

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sequência Luiz Cury, diretor de franquias da Patroni Pizza, falou dos riscos e benefícios da rápida expansão das redes no mercado e, por fim, Arno Krug, gerente nacional de franquias e novos canais da Ambev apresentou uma ótima palestra contando como uma empresa de varejo pode atuar no mercado de franchising. Nomes como Ambev, Nestlé, Ultragaz e TE – Elo Touch, foram empresas que acreditaram no sucesso do fórum e o patrocinaram, além de marcar presença, seja como palestrante ou espectador. “Foi importante patrocinar o evento por dois motivos: primeiro porque nós somos fornecedores da cadeia de food service e segundo porque somos franqueadores também. Com isso nós conseguimos estar cada vez mais próximos dos nossos clientes entendendo as suas necessidades, além disso, foi possível ver o que outros franqueadores estão fazendo de uma certa forma. Esta foi a soma que nos levou a patrocinar o fórum”, relata Arno Krug. Em sua totalidade o evento foi um sucesso, possibilitando uma atualização dos participantes e resultando em novas perspectivas de gestão. E em 2012 já está prevista sua segunda edição. Cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo estão cotadas para sediar o evento que virá com novidades. • FOOD SERVICE NEWS www.foodservicenews.com.br/forum


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EVENTO II

por Jamile Hallack

Público visitou a feira interessado em ver novidades e fechar negócios

Uma feira arretada Primeira edição da Fispal Nordeste levou para a região novos conceitos, tendências tecnológicas e rendeu bons negócios aos 30 mil visitantes que passaram pelo local

Divulgação

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primeira versão regional da Fispal Food Service e Fispal Tecnologia teve sucesso de público. O evento atraiu 29.437 visitantes ao Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon) entre os dias 08 e 11 de novembro. Mais de 300 empresas apresentaram novidades para as indústrias de alimentos e bebidas, além de soluções para os mais diversos segmentos ligados ao food service. “Trazer a Fispal para o Recife mostra o potencial do setor de alimentos no nordeste, que deve ter um crescimento superior aos 10% nos próximos anos. Devido a esse potencial de mercado continuaremos realizando as feiras de modo focado e personalizado”, afirma Marco Basso, diretor geral da América Latina do Informa Group. A feira agradou aos expositores, que já planejam a participação na segunda edição do evento. Uma das empresas que já está pensando em garantir presença é a paranaense de refrigeração Gelopar. “A feira foi excelente. Uma ótima oportunidade para divulgar nossos produtos e entrar em contato com os clientes. Nossa ideia é voltar”, conta Gerci Volpato, diretor superintendente da Gelopar. A região atrai investidores atentos com os gastos da população com refeições fora de casa que já chegam a 23,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De olho nesse mercado, a BTS Informa investe em eventos regionais exclusivos voltados para os interesses locais. “A Fispal já acontece há anos no Nordeste, em Recife e Salvador, mas dentro de um formato que agregava tanto a indústria de ali-

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mentos quanto o food service. Em virtude do tamanho de cada um desses mercados nos estados nordestinos, entendemos que agora se justifica realizarmos as feiras de modo independente e focado, ainda que na mesma data e centro de eventos”, explica Basso. Além de novidades para o setor de alimentação fora do lar, a Fispal Food Service Nordeste sediou o Campeonato Regional de Barista, evento inédito no Nordeste que selecionou os três melhores baristas para o Campeonato Brasileiro, marcado para o início de 2012 em São Paulo. O Cecon também sediou a ABF Franchising Expo Nordeste simultaneamente à Fispal. A feira ofereceu informações aos interessados em abrir franquias na região, que desponta como oportunidade de negócio e geração de empregos. Segundo a ABF Recife é o maior polo de empresas franqueadoras na região Nordeste, com 28 redes, o que confere à capital pernambucana o sétimo lugar no ranking brasileiro de franquias. Estudos de mercado apontam que a região Nordeste aparece como nova rota de crescimento, com elevação de 7,8% nas vendas em 2009. “A expectativa para 2011 é chegar a 10,6%, e em 2012 a 11,6%, enquanto as demais regiões devem permanecer estáveis”, diz Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF. A próxima edição do evento já tem data marcada: acontecerá de 06 a 09 de novembro de 2012, também no Cecon. • FISPAL NORDESTE www.fispal.com.br



por Jean Louis Belo Gallego

ARTIGO

Preparem-se!

C

aro leitor, acabamos de passar pelo período de festas de final de ano, uma época fantástica para o Food Service, pois é um tempo de celebração e confraternização. Um dia destes, eu estava lendo um texto oriental que tentava explicar o porquê dos ciclos de 12 meses. Em nossas vidas, é claro, nada muda quando passamos do final de dezembro de um ano para janeiro do ano seguinte. Entretanto, em nossas mentes, algo fantástico ocorre, que é justamente a mística de mais um ano e, com ele, a esperança que se renova em nossas vidas. Imagine o quanto seria difícil para todos nós se tivéssemos uma jornada sem fim e sem ciclos! Não teríamos energia. É fundamental termos a oportunidade de sempre iniciarmos mais um ciclo de 12 meses, pois, assim, temos a possibilidade de corrigir desvios do ciclo anterior ou reforçarmos todas as coisas boas que fizemos. E o que podemos esperar para 2012? Com o aumento do salário mínimo de 14% e todos os dissídios que se apresentaram no final do ano passado, o emprego e a renda serão o nome do jogo para sustentar o crescimento do Food Service neste ano. O grande motor do consumo deverá ser novamente a base da pirâmide da renda. As classes mais baixas devem continuar a “empurrar” as classes superiores para cima. A taxa de desemprego deve se manter estável neste período, e o crescimento do Food Service, segundo a ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação),

devem ser de 15% a 16% em faturamento novamente. Porém, temos um risco que é justamente o comprometimento da nossa renda. O brasileiro se endividou nos últimos anos, o que pode ser comprovado no gráfico do Banco Central do Brasil, logo abaixo. Como o bolso do consumidor é um só, ter crédito ou renda disponível para o consumo é fundamental para o crescimento do Food Service. Alguns pontos que valem a pena ser destacados, pois poderão afetar o ano de 2012: - A crise das dívidas soberanas dos países da Zona do Euro e a insegurança financeira dos bancos com ativos dessas dívidas geram incertezas globais de desaceleração econômica e falta de perspectivas no emprego. - O crescimento mundial continuará dependendo do dinamismo dos países emergentes, que representam 30% do consumo global. - O Brasil, novamente, constrói “artilharia anti-cíclica”, compreendendo a ampliação dos limites de endividamento dos estados, redução da taxa real de juros, aumento já sancionado do salário mínimo em 14% e promessas oficiais de novas concessões de serviços públicos para rodovias e aeroportos. Podemos ter um ano difícil para o mundo, porém, para o Food Service, devemos ter mais um ano de muito trabalho e realizações. Jean Louis Belo Gallego

Endividamento das famílias junto ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) 07/09

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0 10% 20% 30% 40% 50% Fonte: Banco Central do Brasil

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