Um caminho para o futuro
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Um caminho para o futuro
Um Caminho Para O Futuro Marlon Vargas
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Um caminho para o futuro
Direitos autorais do texto original 2014 Š Marlon Vargas
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Um caminho para o futuro
Apresentação O ministério terreno de Jesus despertou a curiosidade de muitos em saber mais sobre Ele. Os discípulos de João queriam saber o seu endereço (João 1.38), Nicodemos, apesar de ser religioso, tinha muitas dúvidas (João 3.2, 4, 9), Zaqueu não ficou satisfeito em ouvir falar, queria ver quem era Jesus (Lucas 19.3) e assim muitos outros. Ainda hoje a busca continua: Quem é esse Homem? Que dizem as escrituras sobre Ele? O que ele fez, faz e fará? A Bíblia tem as respostas. Deus tem inspirado os seus vasos a nos ajudar nesta busca. O irmão Marlon é exemplo disto ao escrever UM CAMINHO PARA O FUTURO. Enquanto lia, tive uma visão panorâmica: o desenrolar do projeto de Deus para a humanidade. Creio que este estudo será mais um meio de evangelização, discipulado e edificação para o Corpo de Cristo. O irmão Marlon é um obreiro dedicado ao reino de Deus juntamente com sua família. Em nossa igreja, atua como professor da Escola Bíblica Dominical. Para mim, é um privilégio estar fazendo esta apresentação, pois sei que são poucos os que se dedicam a ler e a escrever. Por isso, louvo a Deus quando encontro pessoas que põem isso em prática. É meu desejo também que cada leitor deste livro tenha a sua vida impactada pelas revelações bíblicas e possa ver o cumprimento das mesmas na sua vida como foi na vida 5
Um caminho para o futuro do Messias. Que cada um tenha no CAMINHO PARA O FUTURO a presenรงa do amigo mais chegado que um irmรฃo, Cristo. Ele nos levarรก a presenciar a glรณria de Deus na eternidade. Campo Bom, RS, Brasil.
Ederson Nekel da Silva Pastor da Igreja Assembleia de Deus de Campo Bom
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Um caminho para o futuro
Agradecimentos - Ao nosso Deus que supre todas as nossas necessidades e nos dá abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos.
- Ao Pastor Ederson Nekel que teve a paciência de ler e reler as primeiras cópias deste livro. Além de inúmeras sugestões, ainda faz a apresentação da obra. A ele e sua esposa, Ledi, meus sinceros agradecimentos.
- Ao Pastor Pedro dos Santos Dutra, presidente da Igreja Assembléia de Deus de Campo Bom, que também leu este livro antes da impressão e nos deu incentivo para seguir em frente.
- Ao meu irmão Ederson Vargas, o “Edinho”, recémformado advogado, sempre torcendo por nós. Deus abençoe você e sua família.
- A todos que de forma direta ou indiretamente contribuíram para que este sonho se tornasse realidade. Deus recompensará vocês.
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Dedicatória “Dedico carinhosamente este livro a minha querida esposa Luciane, que tem sido por longos anos fiel companheira. Ela e nossos filhos Filipe, Tirza e Miriã foram os maiores incentivadores para que esta obra se tornasse realidade”.
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Introdução Existe um futuro? Segundo o relato bíblico da criação, o homem - diferentemente dos animais que possuem uma alma terrena - foi criado a “imagem e semelhança de Deus”, recebeu o “fôlego de vida” vindo da parte do Senhor e, dessa forma, passou a ter uma alma que não pode morrer. Por isso, entendo que existe, sim, um futuro para nós. A alma representa a força vital do ser humano, é a vida interior que abrange os desejos e as emoções. Na Bíblia, encontraremos que ela sente fome, sede, cansaço, pode amar, prosperar, regalar-se, buscar ao Senhor, ficar abatida, angustiada, ser salva, perder-se, etc. Por ser a parte espiritual do homem, a alma sabe que existe um futuro para ela e, por isso, dependendo da situação em que a pessoa se encontra, ela pode estar segura ou angustiada 9
Um caminho para o futuro quanto a este futuro. Não há quem não se preocupe pensando no que virá depois que enfrentar a morte. Luz ou escuridão? Alegria ou tristeza? Paz ou sofrimento? Céu ou inferno? Todas estas perguntas acompanham o ser humano desde o dia em que começa a ter maior compreensão das coisas que o cercam. Algumas pessoas conseguem a paz de espírito e descansam quanto ao futuro; em outras, a expectativa quanto a um futuro desconhecido faz o coração estremecer cada vez que pensam nisso. Esta questão relacionada ao futuro do ser humano é tão importante que recebeu a maior atenção de Deus a ponto dEle oferecer o melhor que tinha para garantir que o futuro dos homens seja de paz e felicidade no céu, em lugar de eterno sofrimento no inferno. As consequências do que aconteceu no Éden com a desobediência de Adão e Eva foram desastrosas para a humanidade. Com o pecado, eles conheceram a morte espiritual que é a perda da comunhão com Deus causada pela separação que o pecado faz entre o ser humano e Deus (Isaías 59.2), e o corpo físico ficou sujeito à degradação que acaba levando à morte. O que não sabiam também é que, perdida essa comunhão, teriam que, a partir daquele momento, tentar retomá-la enquanto vivessem para que não ficassem eternamente separados de Deus após a morte física. De outra parte, Deus - vendo que o homem não teria condições de sozinho voltar a ter comunhão com Ele, pois havia se tornado escravo do pecado - prometeu que um dia “o descendente” da mulher, que Satanás havia enganado, viria a este mundo e derrotaria o diabo na arena em que ele havia passado a dominar e derrubaria essa barreira que o pecado criou entre Deus e o homem. Este Redentor, identificado na Bíblia como o “Messias”, com a sua vitória, garantiria a 10
Um caminho para o futuro liberdade do homem da escravidão do pecado e abriria um novo caminho para que o ser humano voltasse a ter comunhão com o seu Criador ainda em vida na terra e futuramente fosse revestido de um novo corpo, imortal e santo, semelhante ao corpo de Cristo após a ressurreição. Logo em seguida à queda do homem, Deus preparou através dos sacrifícios (algo oferecido a Deus em expiação pelo pecado) um modo temporário do homem voltar a ter comunhão com Ele e, ao mesmo tempo, começou a abrir o caminho - caminho este que teve início no jardim do Éden e prosseguiu ao longo da história da humanidade - para que o futuro Redentor da humanidade viesse ao mundo e realizasse um sacrifício que lidasse de modo eficaz e permanente com o pecado [trataremos do sacrifício de Cristo no capítulo O Deus que se fez homem]. A pavimentação final deste caminho ocorreu com o nascimento de Jesus Cristo e a conclusão com a sua ressurreição após ter estado sepultado por três dias como previam as Escrituras. O caminho está pronto, basta apenas caminharmos nele. Mas como entrarmos neste caminho? O próprio Jesus ensina dizendo: “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo” (João 10.9). Portanto, Jesus Cristo é a “porta” e ao mesmo tempo, o “novo e vivo caminho” (Hebreus 10.20), o nosso caminho para um futuro melhor.
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Um Caminho Para o Futuro A Promessa do Messias A palavra Messias em hebreu significa “Ungido”, corresponde a palavra grega “Christos”, e a primeira profecia sobre Ele foi proferida pelo próprio Deus ainda no jardim do Éden. Entre os judeus, muito se falou a respeito do Messias antes dEle nascer. Pelo fato de Deus ter prometido ao povo de Israel que do meio dele levantaria um profeta como Moisés para ser o seu mensageiro, os judeus aguardavam com grande ansiedade este dia chegar. E, quando surgiu João Batista pregando no deserto após um silêncio de quase quatrocentos anos, tempo que Deus ficou sem falar ao povo de Israel, a
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Um caminho para o futuro expectativa com a vinda do Messias cresceu, o que levou o próprio João Batista tratar de dizer que ele não era o Messias prometido, mas que este viria após ele. A história registra que as autoridades religiosas e governamentais da época rejeitaram Jesus como o Messias e continuam até os dias de hoje aguardando a vinda do Filho de Deus pela primeira vez. O que chama a atenção na Pessoa de Jesus em comparação com outros personagens é que a sua história foi escrita e, portanto, revelada, centenas de anos antes dEle nascer e que suas ações, em pouco mais de três anos de ministério, foram determinantes para mudar a página da história. Sua afirmação de que os céus e a terra passariam, mas suas palavras não (Lucas 21.33), foram proferidas pela primeira vez há quase dois mil anos e continuam a causar impacto até hoje pela incrível atualidade delas mesmo diante das inúmeras transformações que o mundo já enfrentou. Quem em sã consciência ousaria fazer uma previsão como esta? Somente quem é conhecedor do futuro! Somente Deus. As profecias afirmam que Jesus não somente é o Filho de Deus, como também é Deus, o “Ungido”, que cumpriu todas as profecias registradas no decorrer dos séculos que apontavam as qualificações do Messias vindouro.
A História Que Foi Escrita Antes No Antigo Testamento existem mais de trezentas profecias sobre o “Cristo”. A partir de agora, citaremos algumas delas para ver como a história da vinda do Messias foi escrita centenas de anos antes de acontecer e 14
Um caminho para o futuro como ela se cumpriu na vida de Jesus (datas aceitas por muitos eruditos – BENVI).
No Éden, prenúncio do advento do Messias “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (Gênesis 3.15). Quando Satanás através da serpente conseguiu enganar Adão e Eva no jardim do Éden fazendo com que desobedecessem à ordem do Criador, Deus lança uma maldição sobre Satanás e revela que virá um tempo em que o futuro descendente de Eva destruirá a sua obra maligna da mesma maneira que um homem esmaga a cabeça de uma serpente. Esta profecia indica claramente a vitória de Cristo sobre o Diabo, mas que seria uma vitória com sofrimento. Outro ponto interessante desta profecia é Deus se referir ao Messias como “descendente da mulher” possivelmente pela forma como foi a concepção, pois no antigo oriente todos os descendentes eram considerados como filhos do pai, o que também podemos ver nas genealogias da Bíblia.
Um caminho começa a ser preparado Cerca de 2091 anos antes de Cristo nascer, Deus começa a preparar o caminho para a chegada do prometido Salvador. Ao chamar Abraão e mandá-lo sair do meio dos seus parentes, Deus faz a promessa de fazer dele uma grande nação e por meio de seus descendentes
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Um caminho para o futuro abençoar todos os povos da terra (Gênesis 12. 1-3). Com esse chamado, Deus estava preparando uma linhagem e uma nação para o Messias prometido. A genealogia de Jesus comprova que Ele é descendente de Abraão (Mateus 1.1) e o cumprimento das profecias no tocante às promessas feitas a Abraão conforme Atos 3.25,26. A tribo do descendente prometido Cerca de 1859 anos antes do Messias nascer, Jacó já velho chama seus doze filhos, patriarcas das doze tribos de Israel, e profetiza o futuro de cada uma delas. Entre suas profecias estava a que revelava a tribo do descendente prometido: “O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertence, e a ele as nações obedecerão” (Gênesis 49.10). Jacó estava profetizando que o Messias viria da tribo de Judá e nasceria antes que Israel perdesse a autoridade de julgar o seu próprio povo, o que ocorreu no ano 11 d.C.
Um Profeta semelhante a Moisés Pouco antes de Moisés morrer, cerca de 1406 anos antes do nascimento de Cristo, ele faz esta revelação: “O Senhor, o seu Deus, levantará do meio de seus próprios irmãos, um profeta como eu; ouçam-no” (Deuteronômio 18.15). Ainda que possa ser entendido como uma referência coletiva aos profetas que se seguirão, é certo que os judeus consideravam esta palavra como uma profecia referente ao Messias, como mostra o texto em que sacerdotes e levitas fazem a pergunta direta a João 16
Um caminho para o futuro Batista querendo saber se era ele “o Profeta” (João 1.21). Expectativa que se cumpriu de modo especial em Jesus (João 1.21, 25, 45; 5.46; 6.14; 7.40; Atos 3.22-26).
Um quebra-cabeça Mil anos antes da vinda do descendente prometido, Deus acrescenta mais pistas para que o Messias possa ser reconhecido quando chegar: O Salmo 41.9 registra que o Messias seria traído por um amigo: “Até o meu melhor amigo, em quem eu confiava e que partilhava do meu pão, voltou-se contra mim”. Profecia cumprida em Judas Iscariotes. Ele seria crucificado tendo suas mãos e pés perfurados por cravos: “Cães me rodearam! Um bando de homens maus me cercou! Perfuraram minhas mãos e meus pés” (Salmo 22.16). Profecia acerca do método cruel de crucificação que foi proferida centenas de anos antes dessa prática começar a ser usada em Israel. Os evangelhos registram a crucificação de Jesus. A multidão assistiria a crucificação e zombaria dEle: “Caçoam de mim todos os que me vêem; balançando a cabeça, lançam insultos contra mim...” (Salmo 22.7,8). Está registrado em Lucas 23.35,36. Os amigos estariam longe: “Meus amigos e companheiros me evitam por causa da doença que me aflige; ficam longe de mim os meus vizinhos” (Salmo 38.11). Todos os discípulos fugiram, somente João, Maria
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Um caminho para o futuro e as mulheres que serviam ao Mestre estavam próximas (João 19.25,26). Soldados repartiriam as suas roupas e lançariam sortes para ver quem ficaria com a sua túnica: “Dividiram as minhas roupas entre si e lançaram sortes pelas minhas vestes” (Salmo 22.18). Profecia que se cumpriu literalmente como registra João 19.23,24. Prenuncio dos sofrimentos do Messias na cruz quando o seu corpo ansiava por alimento e refrigério: “Puseram fel na minha comida e, para matar-me a sede, deram-me vinagre” (Salmo 69.21). É narrado em João 19.28, 29 e Mateus 27.34. Seus ossos não seriam quebrados: “Protege todos os meus ossos; nenhum deles será quebrado” (Salmo 34.20). Era rotina quebrarem as pernas do condenado para apressar a sua morte. Incrivelmente não agiram assim com Jesus, conforme predito (João 19.32-36). Ele ressuscitaria: “Porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu santo sofra decomposição” (Salmo 16.10). Logo após a ressurreição, Jesus foi visto por centenas de pessoas que viveram ainda muitos anos depois disso, e não tiveram seus testemunhos desmentidos, tanto que o testemunho deles hoje ainda ‘fala’. “Sacrifício e oferta não pediste, mas abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não exigiste. Então eu disse: Aqui estou! No livro está escrito a meu respeito. Tenho grande alegria em fazer a tua vontade, ó meu Deus; a tua lei está no fundo do meu coração” (Salmo 18
Um caminho para o futuro 40.6-8). Deus fala através do salmista que chegaria um tempo em que Ele não exigira mais sacrifícios, mas prepararia um corpo para o seu Ungido, o qual faria a sua vontade na terra. Jesus, com sua morte sacrificial, cumpriu e anulou o sistema mosaico de sacrifícios de animais (Hebreus 10.10-14).
Suas funções reveladas Entre as funções do Messias que são apresentadas estão as de: Juiz: “(...) Para que ele julgue com retidão e com justiça os teus que sofrem opressão. Que os montes tragam prosperidade ao povo, e as colinas, o fruto da justiça. Defenda ele os oprimidos entre o povo e liberte os filhos dos pobres; esmague ele o opressor” (Salmo 72.2-4). Justiça e retidão são virtudes da realeza. No futuro reinado de Cristo, o conceito ideal de rei e os efeitos gloriosos do seu governo serão plenamente realizados. Pedra angular: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular” (Salmo 118.22). Pedra angular era uma pedra grande usada para alinhar a esquina de uma parede. Jesus aplicou este versículo a si mesmo (Mateus 21.42), pois essa pedra, desprezada pelas autoridades mundiais, passou a ser a mais importante nos planos de Deus para o estabelecimento de uma nova ordem no mundo. Sacerdote: “O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
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Um caminho para o futuro Melquisedeque” (Salmo 110.4). O autor do livro de Hebreus explica que Cristo foi nomeado para uma ordem de sacerdócio superior à de Arão e seus filhos, porque estes eram impedidos pela morte “de continuar em seu ofício; mas, visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente. Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7.23-25). O tempo na sepultura A história ocorrida entre 800 a 750 anos antes da vinda do Messias serviu como ilustração do tempo em que o Messias permaneceria sepultado, ou seja, três dias e três noites: “O senhor fez com que um grande peixe engolisse Jonas, e ele ficou dentro do peixe três dias e três noites” (Jonas 1.17). O próprio Senhor Jesus confirmou que, assim como Jonas ficou três dias nas entranhas do peixe, Ele ficaria o mesmo tempo na sepultura (Mateus 12.40) [o modo judaico comum de calcular o tempo incluía pelo menos parte do primeiro e do terceiro dia].
Uma cidade para o Messias prometido Deus já havia preparado a linhagem, a nação e a tribo da qual viria o Messias, faltava agora à cidade. Entre 750 e 686 anos antes do nascimento de Cristo, o profeta Miquéias, contemporâneo de Isaías, predisse que o Messias nasceria na cidade de Davi e que seria o futuro rei de Israel: “Mas tu, Belém Efrata, embora pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim àquele que será o 20
Um caminho para o futuro governante sobre Israel” (Miquéias 5.2). Não há questionamentos sobre a cidade em que Jesus nasceu, todos sabem que foi em Belém e o evangelho de Lucas registra em detalhes esse fato.
O descendente da mulher Cerca de 740 a 701 anos a.C., Deus reafirma a promessa feita no jardim do Éden de que o Messias descenderia da mulher. Isaías, considerado o profeta messiânico, registra que o Prometido nasceria de uma virgem: “Por isso, o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel” (Isaías 7.14). Mateus 1 confirma esta profecia.
Uma família para o Messias Nesta mesma época, é revelado que o Messias seria da família de Davi: “Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e das suas raízes brotará um renovo” (Isaías 11.1). Jesus nasceu da linhagem de Davi como relatam as genealogias descritas em Mateus e Lucas.
Um ministério de milagres de cura Cerca de 700 a 681 anos a.C. o mesmo profeta Isaías prediz que a cura espiritual e física estariam vinculadas ao ministério do Messias: “Então se abrirão os olhos dos cegos e se destaparão os ouvidos dos surdos. Então os 21
Um caminho para o futuro coxos saltarão como cervo, e a língua do mudo cantará de alegria. Águas irromperão no ermo e riachos no deserto” (Isaías 35.5,6). Os evangelhos estão repletos de passagens, em que apareceram inúmeros milagres realizados por Jesus.
O Cordeiro mudo Ainda nessa época, foi predito que o Messias seria acusado e, diante de seus acusadores, ficaria mudo: “Ele foi oprimido e afligido e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca” (Isaías 53.7). Os evangelhos confirmam Jesus sendo acusado e mantendo-se calado diante das autoridades judaicas e romanas (Mateus 27.1214). Isaías ainda profetizou que o Messias morreria entre ladrões e seria sepultado na sepultura de um rico: “Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse cometido nenhuma violência nem houvesse nenhuma mentira em sua boca [...] e foi contado entre os transgressores” (Isaías 53.9, 12). A Escritura registra que Jesus foi crucificado entre dois ladrões, e seu corpo colocado numa sepultura nova pertencente a um homem rico chamado José de Arimatéia (Mateus 27.57-60).
Mais funções do Messias
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Um caminho para o futuro Ainda no tempo de Isaías, Deus revela mais funções que o Messias deveria exercer: Conselheiro e Príncipe da paz: “E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6). Como Conselheiro e Príncipe da Paz, o Messias exercerá no seu reino milenar um governo global de grandes transformações sociais, promoção da justiça e bondade, que deixarão todas as pessoas maravilhadas. Profecia esta que já se cumpre em nossa vida, pois, através do Espírito Santo que habita em nós, Ele é o nosso Conselheiro e também a nossa Paz. Legislador: “Pois o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso rei, é ele que vai nos salvar” (Isaías 33.22). Esse versículo mostra o triunfo seguro do reino do Messias, pois, como legislador, o Messias dará as leis ao povo, como rei, garantirá a sua execução, e, como juiz, executará a sentença aos que não cumprirem estas leis. Mediador: “Assim diz o Senhor: no tempo favorável eu lhe responderei, e no dia da salvação eu o ajudarei; eu o guardarei e farei que você seja uma aliança para o povo, para restaurar a terra e distribuir suas propriedades abandonadas” (Isaías 49.8). Mediador é aquele que intervém para estabelecer um acordo entre duas ou mais pessoas e, conforme está escrito em Jeremias 31.33,34, o Messias como mediador de uma aliança superior capacitará o povo a conhecer o Senhor que, por sua vez, terá comunhão íntima com eles. A lei estará no interior das pessoas e o perdão será uma realidade eterna.
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Um caminho para o futuro Redentor: “O Redentor virá a Sião, aos que em Jacó se arrependerem dos seus pecados, declara o Senhor” (Isaías 59.20). Segundo a pequena enciclopédia bíblica de Orlando Boyer, redentor é aquele que redime, ou seja, adquire de novo. Foi o que Cristo fez por nós. Jesus, como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, com o seu sangue derramado na cruz para purificação dos pecados, tornou-se redentor eterno daqueles que “ouviram e creram na palavra da verdade” (Efésios 1.7-14; Romanos 3.24). E aquele que é redimido recebe a libertação da pena do pecado. Servo: “Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer. Porei nele o meu Espírito e ele trará justiça às nações” (Isaías 42.1). A profecia indicava que o Messias como servo sempre estaria submisso à vontade do Pai. Jesus deixou bem claro que estava aqui não para “ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).
O dia exato O profeta Daniel, que finalizou seu livro aproximadamente 530 anos antes do Messias nascer, deixou registrada uma das mais notáveis profecias a respeito do Cristo. Deus revelou através do profeta o dia exato em que o Messias seria apresentado a Israel. Em Daniel 9.24-27, foi profetizado que, a partir da ordem para restaurar e edificar Jerusalém passar-se-iam 483 anos até o dia em que o Messias seria revelado ao povo judeu. Esta ordem foi dada, segundo o livro de Neemias 2.1, no mês de Nisã, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, ou seja, 24
Um caminho para o futuro março-abril de 444 a.C (BENVI). Empregando o ano bíblico de 360 dias, a partir desta data e transformando para o nosso calendário que é de 365 dias, as sessenta e nove semanas têm seu cumprimento no ano 33 d.C. Deus deu ao povo judeu uma profecia com dia exato para se cumprir e, se os estudiosos da época tivessem dado crédito à profecia, poderiam ter calculado o dia exato em que o Messias seria revelado, o que ocorreu no dia em que Jesus entrou em Jerusalém e foi aclamado como Rei pela multidão. Quatro dias após esta surpreendente profecia ter-se realizado, cumpriu-se, com a crucificação de Jesus, outra que afirmava que o Ungido seria morto (Daniel 9.26).
Cerca de 480 anos antes... Daniel havia profetizado o dia exato que o Messias seria revelado ao povo judeu e, alguns anos depois, através do profeta Zacarias, Deus revela que “nesse dia” o Messias entraria em Jerusalém montado num jumentinho: “Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta” (Zacarias 9.9). Profecia que se cumpriu quatro dias antes de Jesus ser crucificado (Mateus 21.1-11). O preço da traição seria trinta moedas de prata: “E o Senhor me disse: Lance isto ao oleiro, o ótimo preço pelo qual me avaliaram! Por isso tomei as trinta moedas de prata e as atirei no templo do Senhor, para o oleiro” (Zacarias 11.13). Preço tratado por Judas com os sacerdotes para entregar Jesus. Ao perceber o que havia 25
Um caminho para o futuro feito, Judas foi tomado de remorso e joga as trinta moedas de prata no templo e então saiu para cometer suicídio (Mateus 27.1-5). Seu lado seria furado: “Olharão para mim, aquele a quem traspassaram...” (Zacarias 12.10). O profeta Zacarias profetiza que Jesus voltará novamente, e os judeus irão olhar para o seu Messias a quem traspassaram. Jesus teve as mãos e os pés perfurados por pregos ao ser crucificado, e em João 19.34 está escrito que um centurião romano traspassou o lado de Jesus com uma lança. Ele será rei: “O Senhor será rei de toda a terra. Naquele dia haverá um só Senhor e o seu nome será o único nome” (Zacarias 14.9). Jesus mesmo afirmou que, para ser rei, Ele havia nascido e vindo ao mundo, mas ressalta não ser um tipo de reino com força militar a lutar por Ele (João 18.36,37). A inscrição em seu manto e em sua coxa “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 19.16) ressalta a soberania suprema de Jesus.
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Quem é Jesus? Há mais de dez anos, quando comecei a escrever meus primeiros estudos, vi crescer em mim a paixão pela literatura cristã e me direcionei a tudo o que na Bíblia se refere principalmente à área de escatologia, temas que chamaram muito a minha atenção inicialmente. Até este momento, entretanto, não havia ousado escrever comentários que se referissem especificamente sobre a vida e obra de Cristo e, muito menos, transformar esses comentários num livro. Como a própria Bíblia ensina que “há tempo para tudo” e, com o decorrer do tempo, nós vamos aprendendo a esperar, senti pelo Espírito Santo que a hora havia chegado. Após esses anos de ministério e experiências vividas no Evangelho, sabemos que existe ainda, apesar de todo o esforço que as igrejas comprometidas com a Verdade fazem, uma grande necessidade de aprendermos mais, para também podermos anunciar mais sobre a Pessoa e obra de Jesus Cristo principalmente nestes dias em que o Evangelho sofre 27
Um caminho para o futuro ataques de todos os lados. Com razão, o profeta Oséias exorta os leitores da Bíblia dizendo “Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo” (Oséias 6.3). Isso requer não somente vontade, mas vontade aliada ao esforço e a dedicação. Quem tem essa vontade deve se esforçar para conhecer o Senhor e dedicar-se a levar adiante esse conhecimento. Conhecendo o Senhor, nós podemos anunciar mais sobre Ele e sua obra de salvação fazendo com que o conhecimento adquirido chegue às pessoas que precisam conhecê-lo também. E, quando nos dispomos a anunciar a Cristo, é justamente nesses momentos que Ele se mostra poderosamente mais presente como nos ensina a passagem de Atos 8. A Bíblia registra que, por ocasião da grande perseguição contra os membros da igreja em Jerusalém, muitos irmãos foram dispersos por toda à parte, e Filipe, um deles, indo para “uma cidade de Samaria, ali lhes anunciava a Cristo” (Atos 8.4-25). Esta mensagem aparentemente simples foi acompanhada de grandes sinais miraculosos fazendo com que o povo desse “unânime atenção ao que Filipe dizia”, conseqüentemente “houve grande alegria naquela cidade” resultando que “foram batizados, tanto homens como mulheres” comprovando a aprovação divina ao trabalho do evangelista. Ele não precisou dos recursos que muitos pregadores se utilizam hoje em dia para chamar a atenção das pessoas. Ele simplesmente “anunciou a Cristo”. A mensagem principal de Filipe era o Cristo ressuscitado. Ele deve ser sempre o personagem principal das nossas mensagens, pois a salvação da nossa alma depende dEle. Sei, contudo, que não há condições de colocar no papel tudo em relação a este homem chamado Jesus. Bem 28
Um caminho para o futuro escreveu o apóstolo João dizendo que “Jesus fez também muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos” (João 21.25). Veja que grande obra este homem realizou. Deus, na sua sabedoria, deixou-nos, registrado na Bíblia Sagrada, o necessário para passarmos a ter um conhecimento da vida e da obra que Jesus realizou e continua a realizar em nossos dias e também por toda a eternidade. Conhecendo Jesus Mas quem é Jesus Cristo? Quem é este homem que há dois mil anos transformou a história da humanidade? O que há de especial nEle, que o passar do tempo em vez de apagar os registros da sua obra a tornou reconhecida e exaltada cada vez mais? O que o faz tão diferente a ponto de seu túmulo estar vazio, seu corpo nunca ter sido encontrado e, apesar de morto como um malfeitor, ainda assim é reverenciado como Deus por mais de um terço da humanidade? O que há de tão fascinante na história deste homem? O que Ele tinha de diferente dos grandes reis que viveram neste mundo e que governaram impérios grandiosos enquanto Ele não tinha sequer um lugar para nascer e, mesmo assim, se tornou o governante de um grande e poderoso reino? É o fato de este homem ser Deus! Isto o torna tão diferente. Ele fundamentou a sua obra na conquista dos corações colocando o seu reino dentro das pessoas (Lucas 17.21), e, por isso, transcorridos quase dois mil anos, Ele está tão vivo e tão poderoso como no passado e a sua mensagem continua a arregimentar soldados que formam um grande exército de seguidores que deram e dariam as suas vidas em defesa da fé na pessoa de Cristo. 29
Um caminho para o futuro Ele é Deus desde a eternidade Quem teve um encontro com Ele, e digo literalmente “um encontro”, pode muito bem afirmar que se trata do Filho de Deus. E somente esta afirmação já seria o suficiente para dizer tudo sobre Ele. Seria se todos já tivessem se encontrado verdadeiramente com Cristo, o que não é o caso. A porcentagem dos que hoje conhecem realmente o Senhor é muito pequena mesmo num País de tradição cristã como o nosso. Mas a boa notícia que temos para dar é que podemos conhecê-lo em sua plenitude. E o mais importante é que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo” (I Timóteo 2.4-6). Por sua vez, o desejo do Filho é que conheçamos o Pai e o amor que o Pai tem por cada um de nós. Agora vem a pergunta: como chegar a este conhecimento? Através Bíblia Sagrada e da revelação do Espírito Santo! A Bíblia nos revela quem é Jesus Cristo porque Cristo se revela através dela como está escrito: “(...) pela proclamação de Jesus Cristo, de acordo com a revelação do mistério oculto nos tempos passados, mas agora revelado e dado a conhecer pelas Escrituras proféticas por ordem do Deus eterno, para que todas as nações venham a crer nele e a obedecer-lhe” (Romanos 16.25b). Somente através da Bíblia e da revelação do Espírito Santo (I Coríntios 2.10-13), nós podemos chegar a esse conhecimento e aprendermos a ter um relacionamento pessoal com Ele. E, para que isso se realize completamente, é importante fazermos uso de uma 30
Um caminho para o futuro palavra pequena no tamanho, mas grande em termos de resultado que produz na nossa vida: a fé! A fé é a chave que abre as portas desse conhecimento. “É a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hebreus 11.1). Ela é tão importante que na Bíblia está escrito que sem fé ninguém verá a Deus. É preciso que a pessoa tenha fé que Deus existe para poder se aproximar dele. Posso afirmar com certeza que o primeiro passo para conhecermos quem é Jesus é a fé na sua Pessoa. O homem por mais sábio que seja, por causa da sua limitação, não tem condições de entender as coisas de Deus, pois elas lhe parecem loucura. Além disso, Deus em sua sabedoria “escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte” (I Coríntios 1.27). Deus não vai responder a um coração incrédulo, pela razão de ter deixado toda a criação como testemunho da sua existência. Se a pessoa não crer no que está vendo, como crerá em algo que não vê? Basta olharmos para a ordem sistemática do universo e entenderemos que somente um ser muito poderoso poderia ser responsável por isso. A teoria defendida pelos cientistas de que o universo veio a existir simplesmente como resultado de uma grande explosão - ainda que comprovadamente o universo esteja em expansão (teoria geral da relatividade por Albert Einstein) - é falha pela simples razão de que o resultado de uma explosão é o caos e não a ordem. A ordem que existe no universo é fruto do poder Criador do Senhor que colocou cada coisa no seu devido lugar e não efeito do Big Bang.
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Um caminho para o futuro Sua pré-existência A Bíblia ensina que Jesus Cristo “é Deus desde a eternidade” como está escrito em Miquéias 5.2. O profeta Isaías escreveu que Ele é o “Pai da Eternidade” (Isaías 9.6), ou seja, sem princípio e fim. Ele já existia antes da criação e envolveu-se diretamente na criação de todas as coisas (João 1.3) e continua com sua presença constante como o sustentador do universo (Colossenses 1.17). Em II Timóteo 1.9, está escrito que Jesus nos salvou e chamou com uma santa vocação “desde os tempos eternos”, ou seja, Jesus já existia não só antes do universo ser criado, mas antes do tempo e do espaço também (o corpo ressurreto de Jesus, que não é um corpo espiritual, mas físico, não estava limitado as nossas dimensões de espaço e tempo. Afinal Ele aparecia e desaparecia em lugares diferentes e entrava e saía de ambientes fechados). Quando Ele disse “Eu e o Pai somos um” (João 10.30), estava confirmando a sua deidade (divindade) e, na afirmação “antes de Abraão nascer Eu Sou” (João 8.58), estava declarando a sua pré-existência.
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Um caminho para o futuro
O Deus Que se Fez Homem O Propósito O apóstolo João escreveu que o Verbo se fez carne (João 1.14), ou seja, a segunda pessoa da Trindade assumiu a humanidade para todo o sempre com o seu nascimento. O propósito do Senhor em assumir a humanidade é uma questão com várias respostas, algumas já respondidas no capítulo Um caminho para o futuro; outras descreveremos agora:
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Um caminho para o futuro Fazer a vontade do Pai Jesus declarou que a sua comida era fazer a vontade do Pai que o enviou. Foi para isso que desceu do céu, e a vontade de Deus é que Ele não perdesse nenhum daqueles que o Pai lhe deu (João 6.38-40). Seu objetivo era claro: “Salvar o que se havia perdido”, pois essa era a vontade de Deus e, desse objetivo, ele não abriu mão por nada deste mundo.
A revelação plena de Deus a nós Ninguém viu a Deus, mas durante seu ministério terreno Jesus trouxe uma revelação plena do Pai de modo que os apóstolos tinham conhecimento verdadeiro dele (João 1.18; 14.7-11). O texto de Hebreus 1.3, onde está escrito que “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser”, e a explicação dessa afirmação que está na nota da BENVI, nos dá uma melhor compreensão desta revelação: “Assim como o brilho do sol é inseparável do próprio sol, assim também o resplendor do Filho é inseparável da deidade, pois ele mesmo é Deus, a segunda pessoa da trindade, também não é mera imagem ou reflexo de Deus. Como o próprio Filho é Deus, é a representação absolutamente autêntica da existência de Deus”.
Realizar um sacrifício mais excelente (Hebreus 10)
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Um caminho para o futuro Afinal o que significa pecado? Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento são utilizadas diversas palavras para descrevê-lo e cada termo tem vários significados, mas todos eles podem muito bem ser resumidos numa única frase: O pecado é a transgressão da lei divina (I João 3.4), ou ainda, o pecado é uma ofensa a Deus [a principal característica do pecado é que ele é direcionado contra Deus]. Como já vimos na Introdução, o pecado no Éden trouxe conseqüências desastrosas para a raça humana como a separação entre Deus e os homens (Isaías 59.2) provocando a morte espiritual (Gênesis 3.2) e condenando o corpo à morte física. Se o pecado não for perdoado, sujeitará o corpo a enfermidades e afetará a vontade e o futuro dos homens (João 5.14; 8.34 e 3.16). Já dissemos que o pecado é uma ofensa a Deus e, como o pecado requer a morte como pagamento (Romanos 6.23), alguém teria que morrer para saldar esse débito, porque sem sangue não há remissão dos pecados (Levítico 17.11). É importante compreendermos que o ser humano até poderia expiar (purificar) pessoalmente seus pecados, mas fazendo isso estaria eternamente perdido. A morte de um homem não pagaria pelo pecado eternamente. Por causa dessa incapacidade de se salvar a si mesmo e o conseqüente afastamento de Deus, coube ao Senhor, ainda no jardim do Éden, tomar a iniciativa de se aproximar de Adão e Eva e fazer a purificação do pecado deles através da morte de um animal inocente (Gênesis 3.21), já simbolizando o futuro sacrifício de Jesus, o Cordeiro que Deus providenciou como substituto nosso.
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Um caminho para o futuro Abel ofereceu em seu lugar as primeiras crias do seu rebanho (Gênesis 4.4) e o mesmo aconteceu em todos os sacrifícios seguintes em que a morte dos animais tomava o lugar daquele que oferecia o holocausto. Embora fosse instituído por Deus (Levítico 4), o sacrifício de animais não podia dar ao adorador uma consciência perfeitamente limpa (Hebreus 9.9). Uma vez que estes sacrifícios não lidavam de modo eficaz e permanente com o pecado, chegou o momento em que era preciso um sacrifício que provesse a satisfação eterna para de uma vez por todas, aniquilar o pecado e o império da morte. Como Deus não pode morrer, o Salvador teria que ser ao mesmo tempo humano (mortal) e Deus (santo, sem pecado) para pagar a dívida do pecado eternamente. Dessa forma, Jesus com sua encarnação tornou-se Deus-homem e ofereceu a si mesmo como perfeito e perpétuo sacrifício morrendo em nosso lugar para poder pagar a penalidade exigida pelo pecado e, assim, tornou-se o Salvador da humanidade. Sendo gerado no ventre de uma mulher pelo Espírito Santo, sem a participação do homem, portanto sem a natureza pecaminosa de Adão, o Deus eterno tornou-se um humano perfeito e qualificou-se para ser o nosso Salvador. Agora era preciso levar sobre si os pecados da humanidade e, para isso, Jesus Cristo, que nunca cometeu pecado algum, teve que suportar a cruz no Calvário. Ao ser pregado na cruz, Ele fez-se maldito por nós (Deuteronômio 21.23) para poder atrair sobre si o nosso pecado e com a sua morte (seu sangue derramado) fazer a purificação dos mesmos. A morte do Senhor Jesus significou o pagamento pelas nossas culpas provendo para nós a redenção (libertação) e a reconciliação de Deus com o homem e com o mundo. O que o homem perdeu no Éden, ou seja, a paz com Deus, a paz consigo mesmo e a 36
Um caminho para o futuro paz com os outros, Jesus resgatou novamente. A expiação de Jesus através do seu sangue (morte) removeu o pecado (culpa) e aplacou a ira de Deus (propiciação). Três dias após a crucificação, Cristo ressuscitou revestido de uma nova natureza, imortal, e santa que venceu o pecado e aniquilou o império da morte. “Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, tudo se fez novo”. Por isso, se diz que “(...) por meio da desobediência de um só homem (Adão) muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem (Jesus) muitos serão feitos justos” (Romanos 5.19). É importante lembrarmos que o mundo foi reconciliado com Deus, mas cada um deve se reconciliar com Deus por meio de Jesus Cristo.
Entender nossas fraquezas (Hebreus 4.14-16) Cristo experimentou todos os tipos de tentação que uma pessoa pode ter, sem nunca ter cometido pecado. Por ter vivido experiências semelhantes a que enfrentamos todos os dias, nosso sumo sacerdote é capaz de entender nossas fraquezas e ser o nosso intercessor diante de Deus.
Desfazer as obras do diabo Em I João 3.8 está escrito que “Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para
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Um caminho para o futuro destruir as obras do diabo”. Através deste versículo podemos entender que o diabo é o instigador do pecado desde o princípio, e quem o pratica pertence a ele (I João 3.10), seu espírito “está no mundo” (I João 4.3), ele opera “nos filhos da desobediência” (Efésios 2.2) e o “mundo todo está sob o seu poder” (I João 5.19). A encarnação de Cristo propiciou que Satanás fosse derrotado no sistema em que domina que é este mundo (cosmos).
Ser um exemplo para nós A vida terrena de Cristo é o exemplo de alguém que sofreu o mal por ter feito o bem, não cometeu pecado algum, não enganava, não revidava quando insultado, não fazia ameaças quando sofria, mas entregava tudo nas mãos daquele que julga com justiça (I Pedro 2.21-23; I João 2.6).
Dar salvação Todos os exemplos que vimos anteriormente relacionados à missão terrena de Cristo e outros mais que não mencionamos apontam para um único objetivo: a salvação de todo aquele que crê no Senhor. Podemos afirmar que o resultado da morte de Cristo se chama salvação e nela está incluída toda a obra de Deus em trazer as pessoas da condenação para a justificação, da morte para a vida eterna, da condição de estranhos para a de filhos.
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Um caminho para o futuro A nossa salvação nos dá a certeza de que somos novas criaturas justificadas dos pecados cometidos no passado (Romanos 6.6,7 e I João 2.12), livres do domínio do pecado no presente (Romanos 8.9) e herdeiros das promessas maravilhosas no céu futuramente. Passamos ainda a ter uma vida de comunhão com Cristo, claramente demonstrada através de uma conduta de acordo com a vontade de Deus e não com os padrões deste mundo, e se porventura pecarmos involuntariamente temos um advogado que intercede em nosso favor junto a Deus (I João 2.1). A salvação também nos dá o direito de pertencermos a “igreja de Cristo”, ou seja, à união de todos os salvos em Jesus, tanto judeus como gentios, formando um único corpo, a saber, o Corpo de Cristo.
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Um caminho para o futuro
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Um caminho para o futuro
O Homem Que é Deus Um Homem Incomparável Jesus nasceu e viveu sem cometer pecado Por ser alguém totalmente divino e humano, uma só Pessoa por toda a eternidade, Jesus nasceu sem conhecer o pecado - diferentemente dos homens que já nascem pecadores por terem a natureza de Adão - e viveu uma vida sem cometer qualquer pecado embora estivesse sujeito às mesmas tentações que nós (Hebreus 4.15). Ao afirmar “Quem me vê, vê o Pai” (João 14.9), Jesus deixa
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Um caminho para o futuro claro que Ele é Deus e tem atributos que são exclusivos de Deus e, portanto, Ele é o único que a Bíblia declara ser: 1. Eterno (João 8.58; 17.5); 2. Criador (João 1.3); 3. Igual a Deus (Filipenses 2.6); 4. Imortal (I Timóteo 6.16); 5. Imagem do Deus invisível (II Coríntios 4.4); 6. Fiador de aliança superior (Hebreus 7.22); 7. Fiel e Verdadeiro (Apocalipse 19.11); 8. Maior do que os anjos (Hebreus 1.4); 9. Senhor dos céus e da terra (Atos 17.24). 10. Onipotente (Mateus 28.18); 11. Onipresente (Mateus 18.20); 12. Onisciente (João 2.25). Sendo igual a Deus, Jesus Cristo a si mesmo se esvaziou, tomando a forma humana, fazendo-se servo para que eu e você pudéssemos ter a salvação que hoje está à disposição de todos que a desejarem.
Seu amor excede todo o entendimento.
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Um caminho para o futuro “Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você!” (Isaías 49.15). O grande amor de Deus não ficou restrito a teoria. Ele provou o seu amor para conosco ao enviar o seu Filho Jesus para nos salvar (João 3.17) estando nós ainda mortos em delitos e pecados. De outra parte, Jesus também deu provas do seu amor vindo a este mundo para pagar a dívida do pecado que pertencia a nós. A prova de amor tanto do Pai quanto do Filho contrapõe de uma maneira maravilhosa a limitação do homem à sabedoria divina. Por tudo isso, o amor de Cristo excede a todo o entendimento. Quem de nós se ofereceria para morrer por uma pessoa ainda que seja um justo? Jesus se ofereceu sem se importar se éramos maus ou bons, ricos ou pobres, escravos ou livres. Ele veio por todos, indistintamente. Por tudo isso, seu amor é único!
Sua ressurreição foi um fato O evangelho está baseado em dois fatos que são primordiais: a morte e a ressurreição de Cristo, e, em pelo menos três ocasiões, Jesus falou a respeito disso aos seus discípulos (Mateus 16.21; 20.17-19 e 26.32). Paulo escreveu aos Romanos 4.25 que “Ele foi entregue a morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação”. Assim como a morte vicária (em nosso lugar) de Cristo por nossos pecados era essencial, a sua ressurreição também. Afinal, se ela não ocorreu, Cristo não estaria qualificado para ser o Salvador, pois teria faltado com a verdade uma vez que afirmou que ressuscitaria. Também não teríamos um Sumo Sacerdote que intercedesse em 43
Um caminho para o futuro nosso favor junto ao Pai, o Espírito Santo não teria vindo para habitar em nós, a igreja como Corpo de Cristo não existiria, e nossa fé e esperança para o futuro seriam vãs porque não teríamos um Salvador. Sem a ressurreição de Cristo, não haveria Evangelho. O fato de Jesus ter sido sepultado prova que Ele realmente morreu. E a lembrança de que havia predito a sua ressurreição fez com que os líderes religiosos que instigaram o povo judeu contra Jesus a ponto de levá-lo a crucificação colocassem soldados para guardar o sepulcro de uma possível violação. Porém, nada disso impediu a ressurreição do Senhor. O autor da vida reivindicou-a, após tê-la entregado espontaneamente. Venceu a barreira da morte e ressuscitou como previam as Escrituras. Desesperados, os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos deram aos soldados grande soma de dinheiro para dizerem que os discípulos de Jesus haviam roubado o seu corpo enquanto eles dormiam. Embora esta versão se tenha divulgado entre os judeus até o dia de hoje como diz a Escritura, não dá para acreditar que um grupo de discípulos amedrontados que fugiram ao primeiro sinal de perigo conseguiria roubar um túmulo guarnecido por soldados treinados e conhecedores do castigo que lhes esperava se falhassem no cumprimento da sua missão (leia Atos 12.18,19). Realmente não dá! Primeiro, teriam que passar pelo destacamento de guardas que ali estavam por ordem de Pilatos. Depois, teriam que rolar a grande pedra que estava lacrada, entrar no sepulcro, pegar o corpo, tirar as faixas de linho que o envolviam e sair do sepulcro. Tudo isso em pouco tempo e sem chamarem atenção. Será que os discípulos conseguiriam fugir noite adentro carregando um defunto sem chamar a atenção e sem ser vistos? Como explicar também a transformação dos 44
Um caminho para o futuro discípulos que, depois da morte de Cristo, estavam trancados em casa com medo de serem presos pelos judeus e poucos dias depois pregavam ousadamente no templo e não se calaram mesmo com alguns deles sendo presos ou mortos? E que glória teria morrer por uma mentira se verdadeiramente Jesus não tivesse ressuscitado? Como explicar ainda as transformações de milhões de pessoas nestes quase dois mil anos? Só há uma explicação: Jesus, Rei dos reis e Senhor dos senhores VIVE! A ressurreição de Cristo, que possibilitou recebermos o poder do Espírito Santo, revestiu os discípulos (e a todos os que creram posteriormente) de coragem e ousadia para testemunhar este acontecimento glorioso para todos nós. Por tudo isso, Pedro o reconheceu como “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16), com toda a razão!
Sua palavra é única A maneira como Jesus pregava deixava admirados todos os que o ouviam. As notícias a seu respeito se espalhavam rapidamente por toda a região (Marcos 1.27,28). Sua palavra é “espírito e vida” (João 6.63) e também uma arma poderosa para derrotar o diabo como mostrou Jesus depois de jejuar e orar por 40 dias no deserto (Mateus 4.1-11). Ela ainda: convence o pecador como aconteceu com Zaqueu, o publicano (Lucas 19.110), julgará o incrédulo (João 12.48), derrotará o Anticristo (II Tessalonicenses 2.8), criou o mundo em que vivemos (Salmo 33.6 e João 1.3) e destruirá este mesmo mundo conforme escreveu o apóstolo Pedro: “Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão 45
Um caminho para o futuro reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios” (II Pedro 3.7), e por causa da obediência a ela, tornamo-nos moradia santa como o próprio Jesus afirmou: “Se alguém me ama, obedecerá a minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele” (João 14.23). Onde não há esta palavra, o povo se corrompe (Provérbios 29.18). As palavras de Jesus não podem ser comparadas às de nenhum homem que já viveu neste mundo, seja no passado ou na era presente. Por mais sábio que seja o homem, suas palavras não têm o poder transformador que tem a palavra de Cristo, nem a inspiração que ela produz seja na vida de escritores, pregadores, cantores, poetas ou na do mais simples seguidor. Em meio a um mundo que se transforma, teorias que não se confirmam e um universo em que estrelas explodem, a palavra do Senhor continua imutável (Marcos 13.31). Ela é a lâmpada que ilumina nossos pés e clareia o nosso caminho, o caminho para o futuro melhor, o caminho para a salvação. Pedro conhecia bem este caminho, pois ele respondeu a Jesus: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (João 6.68,69).
Sua divindade Reconhecida Pelo próprio Jesus Somente uma pessoa que não tivesse o que temer, justamente porque o seu testemunho não poderia ser contestado, estava em condições de fazer as afirmações que Jesus fazia a respeito de si mesmo: 46
Um caminho para o futuro “Eu sou a luz do mundo” (João 8.12); “Eu e o Pai somos um” (João 10.30); “Eu sou o pão da vida” (João 6.35); “Eu sou a porta” (João 10.9); “Eu sou o bom pastor” (João 10.11); “Antes de Abraão nascer, Eu Sou!” (João 8.58); “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11.25); “De fato, por esta razão nasci [ser rei] e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade” (João 18.37); “Eu sou a videira verdadeira” (João 15.1); “(...) e agora está aqui quem é maior do que Salomão (...) maior do que Jonas” (Lucas 11.31, 32); “Eu sou o Alfa e o Omega (...) o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso” (Apocalipse 1.8).
Por Deus O próprio Deus Pai testemunhou a respeito de seu Filho Jesus Cristo: - “Este é o meu Filho, o Escolhido, ouçam-no!” (Lucas 9.35);
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Um caminho para o futuro - “Este é meu Filho amado, em quem me agrado” (Mateus 3.17). Jamais Deus dirigiu a outro alguém palavras semelhantes a estas. Somente Jesus poderia ser alvo de declarações assim por ser o Filho de Deus e por causa da sua vida consagrada no meio de pessoas que estavam ávidas por encontrar algo para ser usado contra Ele e acusá-lo de impostor. Deus demonstra mais uma vez o seu amor para conosco, não só enviando o seu Filho, mas confirmando que Ele é o Messias salvador.
Pelos discípulos Simão Pedro, chamado por Jesus para ser apóstolo e líder entre os judeus, após negar este mesmo Jesus por três vezes (Lucas 22.61,62) e verdadeiramente converter-se (João 21.15-17), escreveu na sua segunda carta a respeito da divindade do Mestre: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; ao contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida a voz que disse: Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (II Pedro 1.16,17). Pedro contemplou a glória de Jesus e como testemunha afirma com segurança sobre o que viu e ouviu juntamente com mais dois discípulos no monte, o próprio Deus-Pai dirigindo a voz a Cristo. Leia outras afirmações de Pedro em Atos 2.22, 23, 24, 32, 36,38.
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Um caminho para o futuro João é um dos grandes exemplos da transformação que pode ocorrer na vida de uma pessoa que se entrega a Jesus. Antes de se transformar no profeta do amor, João queria entre outras coisas orar a Deus para que enviasse fogo sobre uma aldeia de samaritanos que não deixaram Jesus passar a noite com eles (Lucas 9.54). Que transformação ocorreu na vida de João! Ao escrever a respeito de Jesus, o então apóstolo do amor começa a sua primeira carta reconhecendo a divindade de Cristo: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam – isto proclamamos a respeito da Palavra da vida. A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada” (I João 1.1,2). Posteriormente, João complementa dizendo: “E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo” (I João 4.14). Quantos testemunhos não suportam uma investigação minuciosa e acabam caindo no ridículo, mas, até hoje, passados quase dois mil anos, o testemunho dos apóstolos continua a falar mais alto que as vozes daqueles que inutilmente tentam negar a divindade de Cristo e por em dúvida a autenticidade das Escrituras Sagradas. Paulo, um notório perseguidor da igreja, não suportava que aquelas pessoas testemunhassem a respeito de alguém que julgava estar morto. Ele tinha ordens para prender todos os que ousassem falar no nome de Jesus e chegou até a consentir na morte de Estevão, testemunha do Senhor e primeiro mártir da igreja. Mas o que levou um homem como Paulo a mudar drasticamente de pensamento? O que o fez reconhecer a divindade de Cristo e passar da situação de feroz perseguidor a ferrenho defensor da causa de 49
Um caminho para o futuro Cristo? A resposta a estas perguntas é que Paulo passou a conhecer Jesus depois que teve um encontro pessoal com Ele. Pelo fato de ter perseguido a igreja de Cristo, Paulo julgava que não era merecedor de ser chamado apóstolo (I Coríntios 15.9), mas a verdade é que ele era um escolhido de Deus, como muitos de nós somos hoje em dia, e dedicou-se no trabalho incansável de anunciar que Jesus era o Filho de Deus, e, portanto, o Messias prometido. Defendeu esta posição até mesmo diante do rei Agripa quando testemunhava a respeito da sua conversão: “Assim, rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial. Preguei em primeiro lugar aos que estavam em Damasco, depois aos que estavam em Jerusalém e em toda a Judéia, e também aos gentios, dizendo que se arrependessem e se voltassem para Deus, praticando obras que mostrassem o seu arrependimento. Por isso os judeus me prenderam no pátio do templo e tentaram matar-me. Mas tenho contado com a ajuda de Deus até o dia de hoje, e, por este motivo, estou aqui e dou testemunho tanto a gente simples como a gente importante. Não estou dizendo nada além do que os profetas e Moisés disseram que haveria de acontecer: que o Cristo haveria de sofrer e, sendo o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, proclamaria luz para o seu próprio povo e para os gentios” (Atos 26.19-23).
Por demônios A divindade de Jesus foi reconhecida até mesmo por demônios que exclamaram: “O que queres conosco, Jesus
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Um caminho para o futuro de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus!” (Marcos 1.24).
Por outras pessoas A Bíblia registra muitos outros testemunhos reconhecendo a divindade de Jesus Cristo. Citamos alguns: O centurião ao pé da cruz disse: “Certamente este homem era justo” (Lucas 23.47). A samaritana da cidade de Sicar falou aos moradores da cidade: “Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que ele não é o Cristo?” E os moradores da cidade confirmaram: “Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo” (João 4.29, 42). João Batista exclamou: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29). Ao povo que o entregou para ser crucificado, Pilatos disse: “Que crime este homem cometeu? Não encontrei nele nada digno de morte” (Lucas 23.22). O malfeitor crucificado com Ele afirmou: “Mas este homem não cometeu nenhum mal” (Lucas 23.41b). A mulher de Pilatos mandou lhe dizer: “Não se envolva com este inocente, porque hoje em sonho, sofri muito por causa dele” (Mateus 27.19). 51
Um caminho para o futuro Somente Jesus poderia fazer as afirmações que fez a respeito de si mesmo e ser alvo de declarações como as que relatamos acima e não ser ridicularizado ou esquecido como foram tantos outros. Pelo contrário, Jesus está presente nos lares, nas vidas e nos corações daqueles que o amam. Ele transformou a vida dos que o receberam no passado e continua a transformar e abençoar a vida dos que o aceitaram e aceitam como salvador em nossos dias. E pode começar a abençoá-lo agora mesmo se tomar à decisão de o aceitar como seu único e suficiente salvador se ainda não aceitaste a Cristo.
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Um caminho para o futuro
Porque Precisamos de Jesus? Porque todos nós somos pecadores Todos nós somos pecadores desde que nascemos. O rei Davi reconheceu no Salmo 51 que ele já nasceu em pecado, pois, através de Adão, o pecado passou por herança a todos os seus descendentes. O pecado de um tornou-se o pecado de todos como está escrito em Romanos 3.23: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Essa questão afligia o coração de Jó a ponto de ele perguntar “Como pode o mortal ser justo diante de Deus?” (Jó 9.2). Jó sabia muito bem que o homem não era justo e entendia que o pecado criou uma separação muito grande entre ele e seu Criador e que não 53
Um caminho para o futuro havia como o homem justificar os seus pecados diante de um Deus Santo. Por isso, a sua angústia. Mas o próprio Deus tratou de resolver esta questão: a resposta à pergunta de Jó é Jesus Cristo, em quem o homem é justificado diante de Deus (Romanos 1.17; 3.24; 5.9; 8.30; I Coríntios 6.11). O pecado veio pelo primeiro Adão. O renascer e a salvação vieram pelo segundo Adão, isto é, Jesus Cristo (Romanos 5.19).
Por causa do pecado precisamos ser resgatados O pecado é uma dívida. O homem se tornou escravo dele e estava impossibilitado de resgatar-se a si mesmo (Salmo 49.7,8). Era preciso alguém que não trouxesse em sua natureza o pecado para poder cumprir a lei e aniquilar o poder que o pecado exercia sobre o homem. Por ter nascido de uma virgem, sendo gerado pelo Espírito Santo, Jesus uniu a natureza divina e a humana num só corpo tornando-se assim um homem perfeito em todos os sentidos para cumprir todas as exigências da lei, e nos resgatar.
Porque sendo Deus, Jesus tem o poder de perdoar Somente quem conhece as nossas fraquezas e a nossa natureza pecaminosa, pode interceder por nós. O apóstolo João escreveu: “Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (I João 2.1). Ele é a propiciação (sacrifício) pelos nossos pecados. Quem se arrepende tem os seus pecados perdoados, e a
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Um caminho para o futuro missão de Jesus é perdoar pecados. Não há outro nome que possamos invocar e sermos salvos (Filipenses 2.9-11). Deus é Santo, e, quando pecamos, estamos profanando o nome de Deus. Neste caso, a justiça de Deus requer uma reparação. Quando a pessoa peca e não se arrepende, o seu pecado permanece diante de Deus (Salmo 51.3), mas, quando a pessoa se arrepende, o sangue de Jesus faz com que o pecado seja acobertado aos olhos de Deus como a dizer: a dívida está paga. Por isso, é essencial o arrependimento sincero. O próprio Deus convoca o povo e diz: “Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. Que o ímpio abandone o seu caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois ele dá de bom grado o seu perdão” (Isaías 55.6,7). Então, não há o que temer, mas apenas entregar a sua vida ao Senhor e confiar, afinal é Deus quem faz o convite para o pecador voltar-se a Ele e dá garantia de perdoar todos os que se arrependerem verdadeiramente. Por que continuar nessa situação se estamos vendo todos os dias que o pecado tem destruído muitos lares colocando em perigo o futuro de muita gente, seja criança, moço, adulto ou mesmo já velho? Por que colocar as coisas do mundo em primeiro lugar se a Bíblia afirma que o mundo inteiro está sob o poder do maligno? (I João 5.19). Por que ficar inerte diante desta situação se existe o perdão na Pessoa bendita de Jesus Cristo? Ele é Deus, tem autoridade para perdoar como mostra este versículo: “Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados – disse ao paralítico – eu lhe digo: Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa” (Lucas 5.24). Todos que vêm ao 55
Um caminho para o futuro encontro do Senhor, de maneira nenhuma, serão deixados de lado ou ignorados, pois foi o próprio Jesus que disse: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mateus 11.28). Por isso, não importa a situação em que você se encontra, o que importa é você ir ao encontro do Senhor e crer que Ele pode salvá-lo. Medite sobre exemplo do assaltante que estava crucificado à direita de Cristo e mesmo assim creu que Jesus podia salvá-lo. Enquanto o outro assaltante zombava, ele não perdeu a última oportunidade que lhe era oferecida e pediu para Jesus lembrar-se dele quando estivesse no seu reino. Jesus fez mais do que simplesmente lembrar: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso” (Lucas 23.40-43). Mesmo cheio de pecados, a pessoa tem que se aproximar de Jesus porque é o único que tem poder de dar o perdão. Quando há o arrependimento verdadeiro, acontece o perdão e conseqüentemente a pessoa deve procurar se afastar de tudo aquilo que pode fazê-la pecar novamente como nos ensina Provérbios 28.13 afirmando que “Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia”. A partir deste momento, o fardo pesado do pecado é substituído pelo fardo leve de Jesus, e a dívida que tínhamos e que nos separava de Deus é finalmente apagada como está escrito: “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz” (Colossenses 2.13, 14). A nossa relação com Deus já não é mais de pessoas separadas (Efésios 2. 14), mas passa a ser uma relação entre Pai e filho. Como é tão maravilhoso o 56
Um caminho para o futuro amor de um pai em relação ao seu filho; o pai procura fazer de tudo para que o filho tenha o melhor. Assim é o amor de Deus para conosco. Ele amou o mundo, e demonstrou este amor partindo para a ação. O amor de Deus por todos nós foi maior que a dor que Ele sentiu ao entregar o seu amado Filho para morrer em nosso lugar e garantir - através do seu sacrifício - a todos os que crerem a salvação eterna. Esse era o objetivo da ação de Deus.
Porque Ele restaura a nossa vida Jesus disse aos discípulos de João Batista quando estes vieram lhe interrogar para saber se Ele era o Messias ou não: “Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos vêem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres” (Mateus 11.4, 5). Profetas como Moisés, Elias, Eliseu ou Daniel - que viveram nas épocas que grandes milagres aconteceram – não podem ser comparados com Jesus, tanto na Pessoa, quanto na obra realizada, não só quando esteve aqui na terra, como continuou através dos discípulos pelos séculos seguintes até os dias de hoje, pois Jesus fez e faz coisas que somente Deus é capaz de fazer, como perdoar, ressuscitar os mortos, expulsar demônios e salvar. Como o próprio apóstolo João afirmou que não seria possível escrever tudo o que Jesus fez, do que foi registrado podemos dizer que Ele ressuscitou Lázaro, o filho da viúva de Naim, a filha de Jairo, expulsou demônios, andou sobre as águas, mostrou seu domínio 57
Um caminho para o futuro sobre a natureza, curou cegos e paralíticos, limpou leprosos, deu vida espiritual a pessoas marginalizadas pela sociedade, transformou um cobrador de impostos (profissão odiada pelo povo judeu) em apóstolo, converteu um defraudador, ensinou o amor às multidões, alimentou os famintos, censurou os religiosos que viviam uma devoção aparente, deu testemunho da verdade diante de autoridades, salvou um ladrão à beira da morte, transformou homens rudes pescadores em ousados apóstolos, e continua até hoje a transformar vidas, gerar debates e discussões a respeito da sua Pessoa, movimentar canetas, teclados e impressoras, alimentar pesquisas tanto científicas como arqueológicas, edificar a sua igreja na terra, ungir obreiros para cuidar do seu rebanho, chamar, preparar e enviar missionários a todas as partes do mundo, impulsionar ondas de rádio e tv que são retransmitidas por antenas, via satélite ou via web para anunciar o seu evangelho que é confirmado pelos sinais que operam em nosso meio (Marcos 16.19,20). Por tudo isso e muito mais, Ele é incomparável!
Porque Ele nos torna filhos de Deus No momento em que aceitamos Jesus Cristo como nosso salvador pessoal, nos arrependendo sinceramente, Deus não leva mais em consideração os pecados cometidos no passado (Atos 17.30) e experimentamos o novo nascimento como está escrito: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (II Coríntios 5.17). Nosso corpo passa a ser habitação do Espírito Santo (I Coríntios 6.19) que é o intercessor que ajuda nas nossas 58
Um caminho para o futuro fraquezas (Romanos 8.26). Deixamos de ser criaturas e nos tornamos filhos de Deus e herdeiros de Deus (Romanos 8.15-17), passando “das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus” (Atos 26.18), e a viver uma vida em comunhão com Cristo sabendo que o selo do Espírito Santo é a “garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória” (Efésios 1.13,14).
Porque Ele é a porta para entrarmos no céu Muitas pessoas se acomodam achando que por serem caridosas ou boazinhas vão ter um lugar assegurado no céu, mas a Bíblia é clara quando diz que só terão lugar no céu os que renascerem da água e do Espírito (João 3.5), ou seja, nascerem de novo. Não importa se a pessoa é honesta, um bom pai ou uma boa mãe, bom esposo ou boa esposa, caridoso, excelente profissional, religioso, etc. Quem não nascer de novo não pode entrar no céu. Foi por essa razão que Jesus falou para Nicodemos (que tinha todas as características de um cidadão correto) que se ele não nascesse de novo não poderia ver o reino de Deus (João 3.3). Mesmo sendo um “mestre em Israel”, Nicodemos não compreendeu a colocação de Jesus de que teria que nascer de novo, pois entendia que ninguém poderia entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer. A verdade é que Jesus estava se referindo ao nascimento espiritual que experimentam todos os que rejeitam a si mesmo e aceitam Ele como único salvador da sua alma e não ao nascimento físico. O que podemos aprender nesse diálogo é que para 59
Um caminho para o futuro Deus, apesar de Nicodemos ser uma pessoa importante (era um dos membros do Sinédrio judeu), ainda não havia nascido de novo, ainda não havia entendido que a natureza de Adão, querendo ele ou não, ainda reinava em seu corpo e que essa velha natureza, por estar espiritualmente morta, torna o homem incapaz de obedecer a Deus, porque “do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez” (Marcos 7.21,22), também incapacita o homem de agradar a Deus, pois “a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete a lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus” (Romanos 8.7,8) e por último impede o homem de entender a Deus pelo fato de que quem “não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucuras; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (I Coríntios 2.14). A velha natureza, que é inclinada para o mal (Gálatas 5.19-21), faz parte da vida do homem desde o seu nascimento; já a nova natureza, que é recebida através do novo nascimento (II Coríntios 5.17), a que Jesus estava se referindo, começa a fazer parte da vida do ser humano no momento em que ele crê em Jesus e o aceita como seu único Salvador entregando sua vida a Ele. Era isto que estava faltando para Nicodemos. O novo nascimento é um ato de fé. Paulo dá essa explicação aos romanos dizendo: “Se você confessar com a sua boca que Jesus é o Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo” (Romanos 10.9). “Com o coração” é fé no íntimo e “com a boca” é confissão exterior. No momento em que crê com o 60
Um caminho para o futuro coração, a posição do crente passa a ser de Filho de Deus, herdeiro de Deus, co-herdeiro com Cristo e participante da sua glória; no momento em que confessa com a sua boca que Jesus é o Senhor, a posição do crente passa a ser de justificado de todas as coisas. Ser justificado é ser declarado pela justiça que provém de Deus - justo pela fé em Jesus (Romanos 3.21-26). A justificação está entre os benefícios da salvação [é sempre bom lembrarmos que a salvação está à disposição de todos, mas para ser eficaz, o dom gratuito de Deus precisa ser aceito (Romanos 5.17)]. Ainda no que diz respeito ao “velho homem”, a Bíblia o declara morto em transgressões e pecados (Efésios 2.1) e é neste estado espiritual que a pessoa se encontra antes de aceitar a Cristo como salvador. Era assim que eu e tantos outros estávamos mortos espiritualmente e condenados a uma vida eterna separados de Deus (não importa o nome que as pessoas dão ao vazio que sentem dentro de si, hoje compreendo que esse vazio é a morte espiritual). “Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus” (Efésios 2.4-8).
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A Esperança Para o Futuro Ele Voltará Primeiro para arrebatar a igreja... A Bíblia registra inúmeras passagens sobre o retorno de Cristo à terra que se dividirá em duas fases. Na primeira, Ele virá para buscar a sua igreja e arrebatá-la deste mundo levando-a para o céu, à Casa do Pai: - “Eis que eu lhes digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão 63
Um caminho para o futuro incorruptíveis e nós seremos transformados” (I Coríntios 15.51,52); - “Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem. Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com essas palavras” (I Tessalonicenses 4.1-18). Nestes dois textos, Paulo explica à igreja de Coríntios e de Tessalônica que num determinado momento Cristo voltará a este mundo até a altura das nuvens sem ser visto pelos moradores da terra. E quando o arcanjo soar a trombeta de Deus, as pessoas que já morreram em Cristo, isto é, já haviam aceitado o Senhor Jesus como salvador antes de morrerem, irão ressuscitar, e os que estiverem vivos aqui na terra aguardando a volta do Senhor serão arrebatados desaparecendo instantaneamente e se reunirão com Cristo nos ares e dali partirão para o céu onde acontecerá o tribunal do galardão e as bodas do Cordeiro.
Depois, para por fim a tribulação Em torno de sete anos depois do arrebatamento, acontecerá a segunda fase da volta de Jesus a esta terra. Ele descerá do céu com a sua igreja e os santos anjos para por fim a tribulação que irá devastar a terra, derrotar a 64
Um caminho para o futuro besta e o anticristo, julgar Israel e as nações, punir os rebeldes e permitir que os sobreviventes da tribulação que foram dignos durante este período sejam os primeiros habitantes do seu reino de mil anos aqui na terra. - Ele descerá no monte das oliveiras (Atos 1.10-12 e Zacarias 14.4); - Todo o olho o verá (Zacarias 12.10 e Apocalipse 1.7); - Ele virá para fazer justiça (Judas 14,15); - Ele virá para julgar as nações da terra (Mateus 25.3146); - Ele virá para reinar por mil anos aqui na terra (Apocalipse 20.4b). As profecias sobre a primeira vinda de Jesus se cumpriram com exatidão, Ele fundou a igreja, preparou os discípulos e os enviou a todo o mundo para pregar o seu evangelho. Não há personagem na história mais estudado do que Jesus Cristo, que causa discórdia e admiração, que inspira o amor e muitas vezes recebe em troca o ódio e a indiferença. Os relatos bíblicos sobre a sua vinda apresentam fundo verossímil. Todos os lugares por onde Jesus andou existem e são objetos de pesquisas minuciosas que tem confirmado os registros das Escrituras Sagradas que também nos ensinam a esperar diligentemente o seu retorno à terra uma segunda vez para levar para si um povo “particularmente seu, dedicado à prática de boas obras” (Tito 2.14b). Assim, mais uma vez frisamos que para participar deste acontecimento glorioso e entrar nos céus tem que estar preparado. O apóstolo João
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Um caminho para o futuro escreveu: “Filhinhos, agora permaneçam nele para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados diante dele na sua vinda” (I João 2.28). Tendo esta confiança e esperança, vamos prosseguir com Cristo sabendo que próxima está a sua vinda.
As Recompensas no Céu Jesus disse: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar” (João 14:1). E este lugar Jesus já preparou com a sua obra redentora na cruz do Calvário. Vejamos a seguir as recompensas que Jesus tem para dar àqueles que se esforçarem para entrar nos céus:
Herdeiros de Deus Só têm direito a herança os filhos. Jesus nos tornou filhos de Deus por adoção (Gálatas 4.5, 6) e, portanto, herdeiros de Deus (Romanos 8.17). Nessa condição de herdeiros, desfrutaremos de tudo o que Deus criou para os seus filhos. Coroa Significa recompensa, símbolo de soberania. Tudo o que nós - que já aceitamos a salvação - fizermos aqui na
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Um caminho para o futuro terra em nome de Jesus em favor do reino de Deus será recompensado no céu. Recompensas como a coroa da vida, que é a vida eterna (Apocalipse 2.10), a coroa de Justiça, dada pelo justo juiz aos que amam a sua vinda (II Timóteo 4.8), a coroa de glória àqueles que cuidam do rebanho do Senhor (I Pedro 5.4) e a coroa Incorruptível, que dura para sempre aos que combatem em favor da obra do Senhor (I Coríntios 9.25).
Morada eterna Teremos da parte de Deus uma morada eterna no céu (João 14.1), uma casa de incomparável beleza edificada pelo poder de Deus (II Coríntios 5.1) na cidade “que tem alicerces, cujo arquiteto e fundador é Deus” (Hebreus 11.10). Por ser preparada por Deus é impossível a mente humana imaginar ou descrever as glórias que nos aguardam no céu (I Coríntios 2.9).
Tudo se fará novo “Aquele que estava assentado no trono disse: Estou fazendo novas todas as coisas” (Apocalipse 21.5). Um novo céu, uma nova terra, uma nova forma de relacionamento entre Deus e os homens. O céu será o lugar onde Deus habitará no meio do seu povo para sempre (Apocalipse 21.3) e por isso: - No céu, não haverá lágrimas (Apocalipse 21.4), nem morte, nem dor, nem tristeza;
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Um caminho para o futuro - No céu, não haverá mais mar, pois o mar transmite uma sensação de inquietude, angústia, separação (Lucas 21:25). O céu é lugar de paz, harmonia e segurança; - No céu, estará a Nova Jerusalém, a cidade celestial de Deus que não precisará de templo e nem do sol, da lua, das estrelas ou qualquer outra forma de energia, porque o templo é o próprio Deus, e o Cordeiro é a lâmpada que iluminará, e as nações andarão em sua luz (Apocalipse 21.23,24 e 22.5); - No céu, não haverá maldição porque lá não entrará o pecado, somente entrarão os inscritos no livro da vida do Cordeiro. O céu é o lugar do perfeito amor; - No céu, Jesus Cristo responderá todas as perguntas e não deixará nenhuma dúvida. Além disso, a própria glória que há no céu será suficiente para nós entendermos o porquê de tanto sofrimento e tanta luta para chegar lá. O apóstolo Paulo expressou de forma bem clara esse sentimento: “Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Romanos 8:18); - O céu será o lugar onde habitaremos com Deus e com Cristo, na cidade de ouro puro rodeada por muros de jaspe, embelezada por toda sorte de pedras preciosas e pelo rio da água da vida que sai do trono de Deus em cujas margens está a árvore da vida; - No céu, teremos um novo corpo que será imortal e, portanto, não estará mais sujeito às doenças e deteriorações que o corpo terreno enfrenta;
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Um caminho para o futuro - O céu será o lugar da felicidade eterna, onde brilharemos como o sol (Daniel 12.3, Mateus 13.43). Por isso, vale a pena perseverarmos aqui na terra em obedecer ao Senhor sabendo que em breve estaremos com Ele participando de todas as bênçãos que nos aguardam, as quais nos tem preparado.
O Inferno Já o inferno é o oposto do céu, lugar de trevas e ranger de dentes para onde vai a alma de todos os que não se prepararam para entrar no céu, não deram crédito à palavra de Deus, rejeitaram a Cristo nesta vida e ficarão definitivamente afastados de Deus. A Bíblia dá uma relação enorme daqueles que não entrarão no céu por escolha pessoal. Vejamos: - “Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo ou preso, e vocês não me visitaram (Mateus 25.41-43); - “Mas ele responderá: Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês, que praticam o mal” (Lucas 13.27); - “Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração de vocês de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, 69
Um caminho para o futuro e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra” (Lucas 21.34,35); - “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (I Coríntios 6.9,10); - “Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gálatas 5.1921); - “Porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral, ou impuro, ou ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5.5); - “Mas os covardes, os incrédulos, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos – o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte” [...] “fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira” (Apocalipse 21.8 e 22.15). Para esse lugar, a alma só vai depois que o corpo físico morrer. Por isso é importante a pessoa examinar a sua vida 70
Um caminho para o futuro e fazer uma análise de como ela está. Se você sente que precisa mudar, acredite, o momento é enquanto vivemos, não vai haver outra oportunidade depois que a pessoa morrer, ninguém voltará a nascer fisicamente de novo. O momento da mudança é agora e Jesus Cristo está pronto para ajudá-lo.
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O Futuro Depende de Nós Amado leitor, chegamos ao final deste estudo, e crer ou não está em você, está em mim, está em nós a decisão. Mas devemos estar cientes de que nossa opinião não muda o estado das coisas. Deus não vai deixar de existir se a pessoa simplesmente se negar a crer que Ele existe. Deus não vai deixar de um dia levar a julgamento as pessoas, pelo fato de elas terem decidido viver uma vida independente dEle. O sacrifício que Jesus fez por nós não perderá o seu efeito na vida dos que crerem pelo fato de existirem pessoas que o rejeitem. O dia de amanhã chegará mesmo que as pessoas insistam em viver pensando somente no dia de hoje. Nada disso vai mudar as determinações de Deus. Jesus declarou no último capítulo da Bíblia que virá em breve para retribuir a cada um de 73
Um caminho para o futuro acordo com o que fez (Apocalipse 22.12). Isso implica em obras. Em outro texto diz que “no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado” (Mateus 12.36). Isso implica palavras impensadas. Cada um vai ter que prestar contas ao Criador de tudo àquilo que fez, ou falou nesta vida. Esta é a dura realidade quer se aceite ou não. O meu desejo sincero é que você permaneça neste caminho que tem um futuro brilhante se já é um crente no Senhor, e que de coração aceite a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal. Se ainda não o aceitou. Basta você crer, orar e confessar a Deus os seus pecados para obter o perdão e, feito isto, procure andar de acordo com a vontade do Senhor para poder entrar no céu e desfrutar de todas as maravilhas criadas por Deus para os que lhe amam. Que este estudo sirva de benção na sua vida e na vida de todos os seus familiares. E nunca esqueça: Jesus Cristo é o caminho para o futuro. Um futuro melhor. Um futuro no céu.
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Um caminho para o futuro NOTA: Todos versículos são citações da Bíblia Nova Versão Internacional (NVI), e as notas explicativas, da Bíblia de Estudos Nova Versão Internacional (BENVI), Editora Vida.
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