Custo ecológico
18 de fevereiro de 2011. Uma data determinante para a nação brasileira. Teve início a construção da maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira, a Belo Monte. Instalada no rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no Pará, a potência da usina será de 11.233 megawatts (MW), ao longo do ano. Mas, por operar com reservatório muito reduzido, produzirá, efetivamente, cerca de 4.500 MW (10% do consumo nacional), diferente do que vem sendo anunciado. Ainda assim será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas e da brasileira e paraguaia Itaipu. Uma obra colossal que custará mais de R$ 30 bilhões, somando todos os gastos como o custo e a extensão da linha de transmissão, por exemplo. Como tudo na Amazônia, os números da obra são gigantescos. São cerca de 210 milhões de m³ de terra e pedra que interrompem a escavação. 1262 espécies de animais, entre aves, mamíferos, répteis e peixes. Além, claro, das mais de 28 tribos indígenas que vivem naquela região. E para tudo ser removido, transferido e readequado, custos exorbitantes serão gerados. Sem considerar que, com a geração média de apenas 40% de sua capacidade total, Belo Monte será a usina menos eficiente entre as grandes hidrelétricas brasileiras. Um empreendimento dispendioso demais para tão pequenos resultados, visto que 80% do custo sairá do bolso de cada brasileiro, contra ou a favor da obra. Um investimento de nada mais, nada menos que R$ 24 bilhões. Vale repensar se levar adiante esse projeto ainda é válido.