Livro brincadeiras cantadas NFIVC- 01/2017

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UEMG - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

BELO HORIZONTE 2017

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INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo o resgate de brincadeiras que fizeram parte da nossa infância através de cantigas, vivências e relatos recolhidos na disciplina de Metodologia de ensino de Educação Física, do núcleo formativo IV C no 1º semestre de 2017 do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais do campus de Belo Horizonte. No primeiro momento descrevermos como era nossa infância e as brincadeiras que faziam parte do nosso cotidiano. Realizamos uma aula prática cujo tema trabalhado foi Brincadeiras Cantadas juntamente com nossa professora Liliana Borges no pátio da FaE. Além das nossas lembranças, foram utilizados alguns objetos que tornaram as brincadeiras ainda mais lúdicas. Em seguida pesquisamos mais sobre as brincadeiras que conhecemos e algumas que também não lembrávamos ou não faziam parte do nosso repertório. Dessa forma, relembramos uma história adormecida há tempos, que faz parte de nossa cultura e a cada dia se perde. Podemos até refletir o porquê dessas brincadeiras estarem sumindo da infância hoje, por um lado os avanços tecnológicos e por outro, a falta de segurança nas ruas ocasionando a perda dos espaços, além dos quintais, onde brincávamos quando criança. A partir da compilação desses materiais elaboramos um livro para podermos compartilhar essa história tão importante que valoriza a nossa cultura e o brincar na infância, quando inventávamos as brincadeiras e os brinquedos que podiam ser desde um cabo de vassoura, uma lata de óleo e a mais popular entre todas as crianças, a bola. Esperamos que essa viagem por cada página, cada cantiga e brincadeira seja o resgate da criança que ainda existe dentro de cada um de nós.

ÍNDICE 2


A barata diz que tem..................................................................................................06 A linda rosa juvenil.....................................................................................................06 A velha a fiar...............................................................................................................07 Adoleta ......................................................................................................................07 Apareceu a margarida................................................................................................08 Barra burra.................................................................................................................09 Barra manteiga...........................................................................................................09 Boca no forno.............................................................................................................09 Bom dia......................................................................................................................10 Boneca de lata............................................................................................................10 Cabeça, ombro, joelho e pé.......................................................................................10 Cadê o toucinho que estava aqui...............................................................................11 Cadeirinha de Fonfon.................................................................................................11 Caí no poço................................................................................................................11 Carneirinho / Caneirão...............................................................................................12 Ciranda ......................................................................................................................12 Conselho....................................................................................................................13 Corre cotia..................................................................................................................13 Corrente que mata a gente.........................................................................................14 Cuco...........................................................................................................................14 Elefantinho..................................................................................................................14 Elefantinho colorido....................................................................................................14 Era uma velha que tinha um gato...............................................................................15 Escravos de Jó...........................................................................................................15 Estátua.......................................................................................................................15 Eu sou pobre pobre pobre .........................................................................................16 Eu tenho uma linda laranja.........................................................................................16 Fonte do Tororó..........................................................................................................17 Fui ao mercado...........................................................................................................17 Gato comeu................................................................................................................18 João trabalha com um martelo...................................................................................18 Lá em cima do piano..................................................................................................19 Lá vem a margarida....................................................................................................19 3


Lá vem a sinhá marreca.............................................................................................19 Mia, gato.....................................................................................................................19 Na loja do mestre André.............................................................................................20 O Cravo brigou com a Rosa.......................................................................................20 O menininho estava tão cansado...............................................................................21 O meu chapéu tem três pontas.................................................................................21 O sapo não lava o pé.................................................................................................21 Pai Francisco..............................................................................................................21 Panderrolê..................................................................................................................21 Pão na casa do João..................................................................................................22 Passa, passa, avião...................................................................................................22 Pato, pato, ganso.......................................................................................................23 Periquito Maracanã....................................................................................................24 Pezinho.......................................................................................................................24 Piaba..........................................................................................................................24 Pirulito que bate..........................................................................................................25 Polegar.......................................................................................................................25 Primeiro seu lugar......................................................................................................25 Prontidão....................................................................................................................26 Pula, pula, palhacinho................................................................................................26 Pular corda.................................................................................................................26 Pular corda com provas..............................................................................................27 Pulga, pulga................................................................................................................27 Que coisa boa é navegar...........................................................................................27 Rock pop....................................................................................................................28 Salada de frutas.........................................................................................................28 Samba crioula.............................................................................................................28 Se essa rua fosse minha...........................................................................................29 Soldadinho mandou....................................................................................................29 Terezinha de Jesus ...................................................................................................30 Tip tip tip tip tip pó pó.................................................................................................30 Trenzinho................ ...................................................................................................30 Um homem bateu em minha porta.............................................................................31 4


Unidunitê....................................................................................................................31 Vaca amarela.............................................................................................................32 Conclusão............... ...................................................................................................33 Referências............ ...................................................................................................34

A barata diz que tem Em roda, a primeira pessoa canta um verso da música: 5


A barata diz que tem sete saias de filó, é mentira da barata, ela tem é uma só E o grupo repete o refrão: Ah, ah, ah, oh, oh, oh, ela tem é uma só, ah, ah, ah, oh, oh, oh, ela tem é uma só. Aí a segunda pessoa canta um novo verso, e assim por diante, inventando novas coisas e rimando. Quando alguém canta um verso usando o nome de um companheiro da roda: A barata diz que tem um caderno de ir, aula, é mentira da barata que o caderno é da Paula Muda a sequência do canto, e esse companheiro e o próximo a cantar, seguindo a partir dele até que alguém cante com um nome de um novo companheiro. Fica de molho ou paga prenda, quem não cantar o verso na sua vez. A linda rosa juvenil Dramatização da música “A linda Rosa Juvenil, Juvenil, Juvenil, a linda Rosa Juvenil, Juvenil/Vivia alegre num solar, num solar, num solar, vivia alegre num solar, num solar/Um dia veio a bruxa má, muito má, muito má, um dia veio a bruxa má, muito má/E adormeceu a Rosa assim, bem assim, bem assim, e adormeceu a Rosa assim, bem assim/Não há de despertar jamais, nunca mais, nunca mais, não há de despertar jamais, nunca mais/E o tempo passou a correr, a correr, a correr, e o tempo passou a correr, a correr/E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor, e o mato cresceu ao redor, ao redor/Um dia veio um lindo Rei, lindo Rei, lindo Rei, um dia veio um lindo Rei, lindo Rei/E despertou a Rosa assim, bem assim, bem assim, e despertou a Rosa assim, bem assim/E os dois puseram-se a dançar, a dançar, a dançar, e os dois puseram-se a dançar, a dançar/E batam palmas para o Rei, para o Rei, para o Rei, e batam palmas para o Rei, para o Rei/Lalalalalalalala...”.

A velha a fiar Estava a velha em seu lugar Veio a mosca lhe fazer mal

A mosca na velha, a velha a fiar Estava a mosca em seu lugar

Veio a aranha lhe fazer mal A aranha na mosca 6


A mosca na velha, a velha a fiar Estava a aranha em seu lugar Veio o rato lhe fazer mal O rato na aranha A aranha na mosca A mosca na velha, a velha a fiar Estava o rato em seu lugar Veio o gato lhe fazer mal O gato no rato O rato na aranha A aranha na mosca A mosca na velha, a velha a fiar Estava o gato em seu lugar Veio o cachorro lhe fazer mal O cachorro no gato O gato no rato O rato na aranha A aranha na mosca A mosca na velha, a velha a fiar Estava o cachorro em seu lugar Veio o pau lhe fazer mal O pau no cachorro O cachorro no gato O gato no rato O rato na aranha

A aranha na mosca A mosca na velha, a velha a fiar Estava o pau em seu lugar Veio o fogo lhe fazer mal O fogo no pau O pau no cachorro O cachorro no gato O gato no rato O rato na aranha A aranha na mosca A mosca na velha, a velha a fiar Estava o fogo em seu lugar Veio a água lhe fazer mal A água no fogo O fogo no pau O pau no cachorro O cachorro no gato O gato no rato O rato na aranha A aranha na mosca A mosca na velha, a velha a fiar Estava a água em seu lugar Veio o boi lhe fazer mal O boi na água A água no fogo O fogo no pau O pau no cachorro O cachorro no gato O gato no rato

O rato na aranha A aranha na mosca A mosca na velha, a velha a fiar

Estava o boi em seu lugar Veio o homem lhe fazer mal O homem no boi O boi na água A água no fogo O fogo no pau O pau no cachorro O cachorro no gato O gato no rato O rato na aranha A aranha na mosca A mosca na velha, a velha a fiar

Adoleta: Várias pessoas formam uma roda. Juntam-se as mãos e vão batendo na mão de cada membro conforme vai passando a música. Bate na mão de sílaba em sílaba, fala uma sílaba e bate na mão do companheiro do lado, fala outra sílaba e o companheiro bate na mão da outra pessoa. Assim por diante. A música vai terminar no “eu”. Quando terminar, a pessoa que recebeu o tapa na mão por último terá que pisar no pé de alguém (cada pessoa do jogo só poderá dar um passo na hora que 7


terminar a música). Se ela conseguir, a pessoa em quem ela pisou é eliminada. Se não conseguir, sai. A música é assim: Adoleta le peti petecolá, les café com chocolá. Adoleta Puxa o rabo do tatu, quem saiu foi tu, puxa o rabo da panela, quem saiu foi ela, puxa o rabo do pneu, quem saiu fui eu Apareceu a margarida Uma pessoa é a Margarida, outra é o príncipe, as outras se amontoam em cima da Margarida, escondendo-a. O príncipe canta dando voltas em redor do grupo “Onde está a Margarida, olê, olê, olá, onde está a Margarida, olê seus cavalheiros?, e o grupo responde: “Ela está em seu castelo, olê, olê, olá, ela está em seu castelo, olê seus cavalheiros”, o príncipe: “Pois em queria vê-la, olê, olê, olá, pois eu queria vê-la seus cavalheiros”, o grupo: “Mas o muro é muito alto, olê, olê, olá, mas o muro é muito alto, olê seus cavalheiros”, o príncipe tira uma pessoa do grupo e passa a rodar com ela em volta do grupo, e os dois cantam “Tirando 1 pedra, olê, olê olá, tirando 1 pedra, olê seus cavalheiros”, ao que o grupo responde “Uma pedra não faz falta, olê, olê olá, uma pedra não faz falta, olê seus cavalheiros”, e o príncipe vai tirando outras pessoas, de uma em uma e cantando “Tirando 2 pedras...” e o grupo respondendo “2 pedras não fazem falta...” Quando o príncipe já tirou muitas pedras, o grupo canta “X pedras já fazem falta...”, até que o príncipe tira a última pedra, a Margarida se levanta e abre os braços e o grupo todo canta, batendo palmas “Apareceu a Margarida, olê, olê, olá, apareceu a Margarida, olê seus cavalheiros”. Barra burra Em roda, todos com uma mão a frente, a palma pra cima. Uma pessoa começa batendo na mão à sua esquerda, que segue batendo à sua esquerda e prossegue 8


por toda a roda, enquanto todos declamam “Fui na casa da Maria, perguntei pra minha avó, se água quente ou água fria é que faz o leite em pó, minha vó me disse assim barra, berra, birra, borra, burra!” A pessoa que vai levar o tapa na hora do “burra” tem que retirar a mão da roda ante de apanhar, senão fica de molho. Barra manteiga O grupo se divide em duas filas, uma de frente pra outra, distantes. Uma pessoa de um grupo vai até o outro, que espera com os braços estendidos e as mãos viradas pra cima, e vai batendo em cada mão e dizendo “Barra manteiga/tirada da mão/de um(a) menino(a)/que se chama/que se chama/que se chama...”, bate com força na mão da pessoa escolhida, diz o nome da pessoa e foge correndo pro seu grupo, sendo imediatamente perseguida pela pessoa escolhida. Se for pega, passa pro outro grupo. O outro grupo faz a mesma coisa. Ganha o grupo que conseguir mais pessoas. Boca de Forno: Brincam um mestre e os demais participantes. O diálogo é assim: MESTRE: Boca de forno DEMAIS: Forno é MESTRE: Vão fazer tudo que o mestre mandar? DEMAIS: Vamos! MESTRE: E se não fizer? DEMAIS: Leva bolo Aí, o mestre manda os participantes buscarem algo. Quem trouxer primeiro, será o novo mestre, os demais, levarão palmadas. E assim por diante.

Bom dia As pessoas andando em roda, de mãos dadas, cantando uma música. No chão, onde se desloca a roda, tem um lugar marcado com giz. Uma pessoa fica no centro, com os olhos vendados. Quando a música acaba, a pessoa que parou sobre a marca de giz diz “Bom dia, ...! (o nome de que está no centro), e a pessoa responde “Bom dia,....! (o nome de quem a cumprimentou). Se a pessoa do centro acertar a pessoa que falou, troca de lugar com ela, senão, permanece no centro. A roda volta a cantar e a andar. 9


Boneca de lata "Minha boneca de lata Bateu a cabeça no chão Levou mais de uma hora Pra fazer arrumação Desamassa daqui, desamassa dali." Canta-se a música abaixo, mudando a parte do corpo que a boneca de lata "bateu" a cada vez que se canta. A criança tem que mostrar no seu corpo a parte do corpo da boneca que "bateu" sempre que estiver cantando a música. O número de horas para a arrumação também aumenta a cada vez.

Cabeça, ombro, joelho e pé "Cabeça, ombro, joelho e pé Joelho e pé Joelho e pé Cabeça, ombro, joelho e pé Olhos, orelha, boca e nariz" O grupo canta as partes do corpo como indicado abaixo. Enquanto canta, coloca a mão na parte citada. Os participantes da roda vão cantando cada vez mais rápido. Não vale errar a sequência. Cadê o toucinho que estava aqui? Cadê o toucinho que estava aqui? O gato comeu. Cadê o gato? Foi pro mato.Cadê o mato? O fogo queimou. Cadê o fogo? 10


A água apagou. Cadê a água? O boi bebeu. Cadê o boi? Foi pro trigal. Cadê o trigal? A galinha espalhou. Cadê a galinha? Foi botar ovo. Cadê o ovo? O frade comeu. Cadê o frade? Foi rezar missa. Cadê o povo da missa? Foi por aqui, por aqui, por aqui… Cadeirinha de Fonfon Duas pessoas formam uma cadeirinha, segurando seu próprio cotovelo com uma das mãos e o cotovelo do par com a outra mão, e combinam escondidas um número de vezes que vão cantar. Uma terceira pessoa senta-se na cadeirinha e é embalada pela dupla, que canta “Cadeirinha de Fonfon/pra jogar neném no chão”, e abre os braços soltando a pessoa no chão quando canta o número de vezes combinado. Caí no poço Primeiro, é preciso separar a turma: meninas para um lado, meninos para o outro. Um condutor venda os olhos de um participante, que diz: "Caí no poço". O condutor pergunta: "Quem te tira"? O participante responde: "Meu bem". O condutor então aponta para cada uma das crianças do grupo e pergunta: "É esse"? O participante responde sim ou não. Quando a resposta for positiva, o condutor pergunta: "pera, uva, maçã ou salada de frutas"? Se a resposta for pera, o participante deverá dar um aperto de mão na criança escolhida; se for uva, um abraço; se for maçã, um beijo no rosto; mas se salada de frutas for a pedida, o participante fará tudo: aperto de mão, abraço e beijo no rosto. Vale lembrar que se a criança que estiver com os olhos vendados for menina, o condutor apontará para o lado dos meninos. Se for menino, apontará para o lado das meninas.Agora é a vez de a criança escolhida ter os olhos vendados para que o condutor repita a brincadeira até que todos tenham participado. Carneirinho/Carneirão: Brincadeira de roda, onde as crianças cantam em ciranda Carneirinho, carneirão, neirão, neirão, Olhai pro chão, pro chão, pro chão. 11


(Toda a roda obedecendo olha para o céu e para o chão) Manda ao rei de Portugal Para nós nos sentarmos. (Todos se levantam, e, sempre de mãos dadas, girando cantam o estribilho) Para nós nos ajoelharmos (Todos ajoelham e ajoelhados cantam o estribilho) Ciranda: A famosa dança infantil, de roda, conhecida em todo o Brasil, teve origem em Portugal, onde era um bailado de adultos. O Semelhante a ela é o fandango, baile rural praticado até meados do século XX no interior do Rio de Janeiro (Parati) e São Paulo, em que homens e mulheres formavam rodas concêntricas, homens por dentro e mulheres por fora. Os versos que abrem a ciranda infantil são conhecidíssimos ainda hoje: Ciranda, cirandinha Vamos todos cirandar Vamos dar a meia volta Volta e meia vamos dar De resto, há variações regionais que os complementam como: O anel que tu me deste Era vidro e se quebrou. O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou. Conselho O grupo em roda pra decidir alguma coisa, reunindo o conselho. Em pé, abraçados, todos rodam, batendo com o pé no centro da roda, e cantam “Ô põe aqui, ô põe aqui o seu pezinho, o seu pezinho bem juntinho com o meu (bis), e depois não vai dizer que você já me esqueceu (bis)”. Acabada a música, alguém propõe alguma coisa e o grupo todo aceita com palmas e gritos, ou rejeita com vaias. Corre cotia: É uma brincadeira de pega-pega em forma de ciranda. As crianças adoram. Até mesmo as pequenas, de 3 ou 4 anos, conseguem brincar. Para começar, vamos precisar de um lenço ou um pedaço de pano. Brinca-se assim: 1. As

crianças

formam

uma

roda

e

sentam

no

chão,

menos

uma.

2. A criança que sobrou corre pelo lado de fora da roda com o lenço na mão, ao ritmo da ciranda: 12


Corre cotia Na casa da tia Corre cipó Na casa da avó Lencinho na mão Caiu no chão Moça(o) bonita(o) do meu coração Criança: Posso jogar? Roda: Pode! Criança: Ninguém vai olhar? Roda: Não! 3. Neste momento, as crianças da roda abaixam a cabeça e tapam os olhos com as mãos. A criança que está fora da roda deixa cair o lencinho atrás de alguma outra que esteja sentada. Quando esta perceber, começa o pega-pega entre as duas. Quem está com o lenço é o pegador. O lugar vazio da roda é o pique. 4. Quem perder, fica fora da roda (ou dentro) e a brincadeira recomeça. Corre cotia é uma brincadeira que praticamente todo mundo conhece ou já brincou um dia. Naturalmente, em cada lugar, as crianças cantam a ciranda de um modo diferente. Um jeito mais bonito que o outro:Corre cotia, de noite e de diaDebaixo da cama, da sua tia… Corrente que mata a gente Turma abraçada ombro a ombro vai andando e pegando todo mundo que encontra pela frente, enquanto repete “olha a corrente que mata a gente, quem tem medo sai da frente”. Quem é pego passa a fazer parte da corrente. Cuco Música: “Da Noruega distante eu vos trago a canção/cante cuco 1 vez/preste bem atenção/tiria (batendo nos joelhos) gonglia (batendo nos joelhos e palmas) tiria (estalando os dedos), gonglia (joelhos e palmas) cuco (estalando os dedos)” depois começa de novo a cantar e diz “cante cuco 2 vezes” e diz “cuco! cuco!” e depois “cante cuco 3 vezes...” e “cuco! cuco! cuco!” Quem cantar ou ficar gestos mais vezes do que as pedidas, vai ficando de molho. 13


Elefantinho Todos brincam. Os participantes dão as mãos e formam uma grande roda. Então, uma pessoa da roda começa cantando “1 elefante incomoda muita gente” E logo após, quem estiver do seu lado (sentido horário), deve cantar “2 elefantes incomoda, incomodam muito mais”. E assim por diante. Todos que cantarem a parte par, deverá falar “incomodam” o número de vezes que for necessário. Elefantinho colorido Uma pessoa grita “elefantinho colorido”, o grupo pergunta “que cor?”, a pessoa diz a cor e corre atrás do grupo. Todos tentam segurar alguma coisa da cor pedida, e o pegador tenta pegar quem ainda não chegou à cor. Quem é pego é o próximo pegador. Era uma velha que tinha um gato Em roda, todos batem palmas marcando o andamento enquanto uma pessoa canta “era uma velha que tinha um gato, era uma velha que tinha um gato, e debaixo da cama o tinha, e o gato miava e a velha dizia só só só só só só numa banda só” e o seguinte canta “era uma velha que tinha um cachorro, era uma velha que tinha um cachorro, e debaixo da cama o tinha, e o cachorro latia, e o gato miava e velha dizia...” e o seguinte incorpora mais um bicho à lista, sempre repetindo os anteriores. Sai de molho quem perde a entrada marcada pelas palmas ou erra a ordem dos bichos. Escravos de Jó Crianças sentadas no chão em círculo ou ao redor de uma mesa; um objeto (pedrinha, caixa de fósforos ou sementes). As crianças vão entoando a cantiga, marcando os tempos fortes; passam o objeto de uma para outra, no sentido dos ponteiros do relógio. Somente na parte onde dizem zique – zá o objeto é passado na direção contrária, retornando-se, logo a seguir, à primeira direção contrária, retornando-se, logo a seguir, à primeira direção. Quem erra cai fora. Os últimos dois serão os vencedores. Música: Escravos de Jó Jogavam Caximbó. 14


Tira, bota. Deixa o Zé Pereira Que se vá. Guerreiros com guerreiros Fazem zigue – zigue zá (repete-se a música até restarem só dois). Estátua "Pula, pula, pula Pula sem parar E numa bela estátua Eu vou me transformar Estátua!" "Pula, pula, pula Pula sem parar E numa bela estátua Eu vou me transformar Estátua!" Todos pulam enquanto cantam os versos abaixo. Quando alguém disser "estátua", todos devem ficar parados, "congelados". Quem se mexer sai da brincadeira. Eu sou pobre pobre pobre Dois grupos, um de frente pro outro, um é rico e o outro é pobre. Os pobres caminham até a frente dos ricos cantando “eu sou pobre, pobre, pobre de marré, marré, marré, eu sou rica, rica, rica de marré de si” e volta ao lugar. O outro grupo vem à frente cantando “eu sou rica rica rica de marré, marré, marré, eu sou rica, rica, rica de marré de si” e volta ao lugar. Sempre indo a frente e voltando ao lugar, um dos grupos pede: “Dai-me uma de vossas filhas de marré, marré, marré, dai-me uma de vossas filhas de marré de si”. O outro responde: “Escolhi a mais faceira de marré, marré, marré, escolhi a mais faceira de marré de si”. O primeiro: “Eu escolho a ... (nome da filha) de marré, marré, marré, eu escolho a... de marré de si”. O outro: “Que ofício dais a ela, de marré, marré, marré, que ofício dais a ela de marré de si?”, e o primeiro: “O ofício de... (lavadeira, bailarina, professora etc) de marré, marré, marré, o ofício de... de marré de si”. A escolhida responde “Este ofício me agrada (ou “não me agrada”) de marré, marré, marré, este ofício me agrada de marré de si”. 15


Cada vez que uma pessoa se agrada do ofício, passa pro outro grupo, se não se agrada fica no mesmo lugar. Aí o outro grupo é que canta pedindo uma filha. Ganha o grupo que conseguir mais filhas. Eu tenho uma linda laranja Brincadeira de roda, de mãos dadas, com a música “Eu tenho uma linda laranja, oh menina, ela é muito bela, oh menina, ela é verde e amarela, vira Fulano esquerda janela (a pessoa continua na roda mas virada para fora, invertendo as mãos dadas aos companheiros dos lados)”, que se repete até que todos estejam virados pra fora da roda. Então começam a canção “Se eu fosse um peixinho, soubesse nadar, tirava o Fulano do fundo do mar”, e ao ouvir seu nome a pessoa vai se desvirando. Fonte Tororó Fui no Tororó beber água não achei Achei linda Morena Que no Tororó deixei Aproveita minha gente Que uma noite não é nada Se não dormir agora Dormirá de madrugada Oh ! Dona Maria, Oh ! Mariazinha, entra nesta roda Ou ficarás sozinha ! Sozinha eu não fico Nem hei de ficar ! Por que eu tenho o Paulinho Para ser o meu par ! Forma-se uma roda em torno de uma pessoa, e fica-se andando e cantando, quando chegar á ultima estrofe, a roda para e a pessoa do centro canta sozinha, escolhendo o próximo a ficar no centro. Essa brincadeira surgiu na cidade de Santos pela fonte do Tororó. 16


Fui ao mercado Fui ao mercado comprar

Minha mão

Café

Eu sacudi, sacudi, sacudi

E a formiguinha subiu no

Mas a formiguinha não

meu pé

Parava de subir

Eu sacudi, sacudi, sacudi Mas a formiguinha não

Fui ao mercado comprar

Parava de subir

Jerimum E a formiguinha subiu no

Fui ao mercado comprar

Meu bumbum

Batata roxa

Eu sacudi, sacudi, sacudi

E a formiguinha subiu na

Mas a formiguinha não

minha coxa

Parava de subir

Eu sacudi, sacudi, sacudi Mas a formiguinha não Parava de subir Fui ao mercado comprar Limão E a formiguinha subiu na Gato comeu Pegar na mão da criança com a palma para cima e ir tocando cada dedinho, começando pelo dedo mínimo: Dedo Mindinho, Seu vizinho, Pai de todos, Fura-bolo, Cata-piolho (Apontando para a palma da mão da criança) João trabalha com um martelo João trabalha com 1 martelo 17


João trabalha com 1 martelo (fazer o movimento do martelo com um dos braços) João trabalha com 2 martelos João trabalha com 2 martelos Agora trabalha com 2 (mexer os dois braços) João trabalha com 3 martelos João trabalha com 3 martelos Agora trabalha com 3 (mexer os braços e uma perna) João trabalha com 4 martelos João trabalha com 4 martelos Agora trabalha com 4 (mexer os braços e as pernas) João trabalha com 5 martelos João trabalha com 5 martelos Agora trabalha com 5 (mexer os braços, as pernas e a cabeça) Agora vai descansar (relaxar o corpo) Lá em cima do piano Todas as pessoas com as mãos estendidas, uma vai batendo em cada não e cantando “lá em cima do piano tem um copo de veneno, que bateu morreu, foi de menos eu”, e excluindo a mão onde acaba a música. Quem sobrar é o campeão. Lá vem a margarina Um grupo abraçado ombro a ombro, vai andando com os passos sincronizados e cantando “lá vem a Margarida passeando na avenida, ei Margarida, ei Margarida” e no “ei Margarida” trocam de pé, ou fazem que trocam, ou fazem um passo combinado anteriormente. Lá vem a sinhá marreca Distribuem-se papeizinhos em branco, sendo um colorido. De olhos fechados, todos cantam “lá vem a Sinhá Marreca, com seu samburá na mão (bis), ela disse que vem 18


vendendo empadinha de camarão (bis), a velha saiu da igreja com o livro de oração (bis), brigando porque não tinha nem padre nem sacristão (bis)”. Durante a música, a pessoa que tirou o papelzinho colorido se esconde, e acabada a música todos abrem os olhos e têm que dizer o nome de quem está faltando. Mia, gato Todos andando pela sala, de olhos fechados, cantando “Senhor Caçador, não vá se enganar, preste bem atenção quando o gato miar”. O comandante toca uma pessoa e diz “mia, gato” e essa pessoa mia. O comandante toca uma segunda pessoa, que deve dizer quem está miando. A pessoa que miou é a próxima a responder, e a brincadeira continua com a turma cantando e o comandante tocando outra pessoa. Uma variação: A brincadeira é feita num quarto escuro. Outra variação: Apenas uma das pessoas (a que vai adivinhar) tem os olhos vendados. Na loja do mestre André Em roda, todos batem palma marcando um andamento, enquanto uma pessoa canta “Fui na loja do Mestre André e comprei uma cornetinha, a cornetinha tá tá tá tá”, aí a pessoa seguinte canta, sem perder o compasso, “Fui na loja do Mestre André e comprei um tamborzinho, o tamborzinho tum tum, a cornetinha tá tá tá tá”, e o terceiro “Fui na loja do Mestre André e comprei uma flautinha, a flautinha fi ri ri, o tamborzinho tum tum, a cornetinha tá tá tá tá”, e etc, cada um comprando um novo instrumento e cantando em ordem todos os anteriores. Quem perder a hora de entrada ou errar a ordem dos instrumentos, sai de molho. O andamento vai ficando mais ligeiro. Uma variação: Numa segunda rodada a loja do Mestre André vende animais ou outras coisas que façam sons.

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O Cravo brigou com a Rosa Dramatização da música “O cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada, o cravo saiu ferido, a rosa despedaçada, o cravo ficou doente, a rosa foi visitar, o cravo teve um desmaio, a rosa pôs-se a chorar”. O menininho estava tão cansado Uma pessoa vai cantando “O Fulaninho estava tão cansado, tão cansado, que resolveu: Deitou no chão e fechou os olhos, guardou a voz e adormeceu”, e a cada nome falado a pessoa chamada vai se aquietando. O meu chapéu tem três pontas Canto com gestos da música “O meu chapéu tem três pontas, tem três pontas o meu chapéu, se não tivesse três pontas, não seria o meu chapéu”. A cada vez vai-se tirando uma palavra e fazendo só o gesto (Ex.: chapéu, pontas, três). Quem cantar a palavra tirada fica de molho. O sapo não lava o pé Canto com a música “O sapo não lava o pé, não lava porque não quer, ele mora na lagoa, não lava o pé porque não quer”, em que as pessoas seguem alterando a letra, usando cada vogal “A sapa na lava a pa... E sepe ne leve e pé...”, etc. Uma variação: “O rei Felipe Sete não usava paletó... A ra Falapa Sata na asava palatá...” etc. Pai Francisco Roda com a música “Pai Francisco entrou na roda, tocando seu violão, bam-ba-rão-bão-bão, vem de lá Seu Delegado, e Pai Francisco foi pra prisão, como ele vem todo requebrado, parece um boneco desengonçado”. 20


Panderrolê Jogo de escolha, todas as pessoas em roda mostrando as duas mãos à frente, fechadas. Uma pessoa vai batendo em cada mão, inclusive na sua (usando o rosto pra substituir a mão que está batendo), em ordem, e cantando uma sílaba a cada batida

“Pan-de-ro-lê-te-pan-de-pi-ta-pe-ta-pe-ta-pe-ru-ge-pan-de-ro-lê-te-pan-de-pi-

ta-pe-ta-pe-gri”. No “gri”, a mão batida sai do jogo. Ganha quem ficar até o fim. Costuma ser usado pra escolher o pegador, a pessoa que vai dirigir a brincadeira, etc. Pão na casa do João Forma-se uma roda e todos sentam no chão. Em seguida, cantam a música abaixo, dizendo o nome de alguém da roda. O refrão é "Fulano comeu pão na casa do João", que é sempre cantado duas vezes e por todos os participantes da roda. A pessoa diz: "Quem, eu?" E o grupo responde: "Você sim!" E a pessoa diz: "Eu não!" O grupo pergunta: "Então quem foi?" E a pessoa diz: "Foi Fulana!", falando o nome de outra pessoa. E assim por diante. Para terminar a brincadeira, o diálogo muda: A pessoa diz: "Quem, eu?" E o grupo responde: "Você sim!" E a pessoa diz: "Comi mesmo!" O grupo grita: "Gulosa! Gulosa!" Para terminar a brincadeira, o diálogo muda: Quem, eu? Você sim! Comi mesmo! Gulosa! Gulosa!" 21


Passa, passa, gavião Uma fila de duplas com as mãos pra cima, fazendo um túnel e cantando “Passa, passa, gavião, todo mundo passa, passa, passa, gavião, todo mundo passa”. As duplas vão passando por baixo do túnel e se posicionando no túnel novamente, Quando a música acaba, a dupla que está passando pelo túnel é presa pelo túnel e começa um canto com gestos imitando alguma profissão, cantando “As lavadeiras (os soldadinhos, as bailarinas, as costureiras etc) fazem assim, as lavadeiras fazem assim, assim, assim, assim, assim”. O grupo canta junto e solta a dupla prisioneira. Recomeça o túnel. Pato Pato Ganso Pato, pato, ganso é uma brincadeira feita entre crianças pequenas na escola, em festas e em casa com suas famílias por gerações nos EUA. Porém, não é um jogo típico apenas desse país, e ao longo dos anos mais e mais adultos têm começado a jogar suas próprias variações também. Aqui você aprenderá a versão tradicional jogada na maioria dos estados norte-americanos, além de como é jogado em alguns outros lugares. Sentem-se formando um círculo. Junte no mínimo quatro pessoas e faça com que todos sentem-se no chão de pernas cruzadas, uns de frente para os outros. Duas das vantagens desse jogo incluem a possibilidade de poder jogá-lo em ambientes fechados ou ao ar livre, e o fato de você precisar apenas de jogadores, não de equipamentos. O tamanho do círculo formado depende de dois fatores: a) o número de jogadores e b) o quão distante os jogadores sentam um do outro. Quanto maior for o círculo, mais longe os jogadores terão de correr. Decida quem será o “pegador” primeiro. O pegador (às vezes chamado de “raposa” ou até de “ganso”) será a pessoa que diz “pato, pato, ganso” e escolhe quem será o ganso que correrá atrás dele. Como as crianças geralmente não querem ser o pegador primeiro, elas podem jogar pedra, papel e tesoura para decidir. Ou, se algum pai ou professor estiver supervisionando o jogo, ele ou ela pode escolher no lugar das crianças. Ande ao redor do círculo, tocando as cabeças. A pessoa que for o pegador deve começar a andar pelo círculo tocando a cabeça de cada um dos jogadores, dizendo “pato” ou “ganso”. Normalmente, o pegador toca e diz “pato” diversas vezes antes de 22


escolher alguém e dizer “ganso”. Isso cria um suspense e também traz o elemento surpresa a todos os que estão sentados, perguntando-se se eles serão o “ganso”. Por outro lado, já que é o que a maioria das pessoas faz, dizer “ganso” para a segunda ou terceira pessoa é inesperado – o que pode servir de vantagem para o pegador. Escolha um ganso e corra. No momento em que escolher, o pegador irá tocar a cabeça de um jogador e dizer “ganso”. Então, o pegador começa a correr ao redor do círculo, enquanto o ganso se levanta e corre atrás dele. O objetivo do ganso é alcançar o pegador antes que ele se sente em seu lugar. Se o pegador conseguir dar a volta no círculo e se sentar no lugar do ganso sem ser pego, o ganso se torna o novo pegador. Se o ganso alcançar o pegador antes, o pegador será novamente pegador e outra rodada se inicia. Periquito Maracanã Uma fila, com as pessoas seguindo um comandante e cantando “Periquito Maracanã (palmas), cadê a sua Iaiá? (palmas), Periquito Maracanã (palmas), cadê sua Iaiá? (palmas) Faz uma dia, faz uma ano que eu não vejo ela passar, faz um dia, faz um ano que eu não vejo ela passar, ora vai ................ (pulando, rolando, dançando, chorando etc) ora vai .................., ora vai .............. até chegar. Todos vão seguindo os gestos do comandante. Pezinho Girando em roda, todos cantam, enquanto batem com o pé dentro da roda “O põe aqui, o põe aqui o seu pezinho, o seu pezinho bem juntinho com o meu (bis), (girando para o outro lado) e depois não vá dizer que você se arrependeu (bis)”. Uma variação: Em vez de roda, as pessoas formam duplas, de mãos dadas. Piaba Roda, uma pessoa no centro, todos fazem os gestos da letra da música enquanto cantam “sai, sai, sai, oh piaba, saias da lagoa, sai, sai, sai, oh piaba, saia da lagoa, põe a mão na cintura e dá um remelexo no corpo, escolhe um parceiro querido e dá o seu lugar pra ele”, trocando de lugar com o escolhido, que o próximo dentro da roda. 23


Pirulito que bate Duas crianças em pé em frente e bem próximas uma da outra, cantam: (a)palavra Pirulito enquanto batem as Palmas das mãos nas próprias coxas; (b) as palavras que bate, enquanto bate, cada uma, as próprias palmas uma vez: (c) a palavra bate, última do primeiro verso, enquanto batem as palmas nas mãos uma da outra. O segundo verso é, da mesma maneira, cantando em três tempos. O terceiro idem. Cantando, porém o quarto verso da primeira quadra as duas cantoras batem três vezes palmas cruzadas nas mãos uma da outra, quer dizer, a palma da mão direita de uma na da direita da outra, a da esquerda de uma na da esquerda da outra. Música: Pirulito que bate, bate Pirulito que já bateu Quem gosta de mim é ela, Quem gosta dela sou eu. Polegar Enquanto vão mostrando o dedo chamado, as pessoas cantam “Polegar, polegar, onde estás? Onde estás? Eu estou aqui, eu estou aqui e vou pra trás, vou pra trás” (escondem o dedo atrás do corpo). Prosseguem chamando os outros dedos: Indicador, Dedo Médio, Anular e Mínimo ou, noutra notação, Dedo Mindinho, Seu Vizinho, Maior de Todos, Fura-Bolo, Cata-Piolho. Primeiro seu lugar Declamação em que as pessoas vão falando as palavras dentro de um ritmo e fazendo os gestos: “Primeiro seu lugar (cada um fica num lugar), sem rir (ficam sérias), sem falar (não pronunciam esse pedaço), um pé ao outro (se apoiam num pé só e depois só no outro), uma palma (batem), todas duas (batem duas palmas), pirueta (giram) ao X (correm pra um lugar previamente marcado)”. Quem chega primeiro ao lugar é o campeão. Quem erra um gesto ou pronuncia a parte “sem falar” sai da brincadeira. Prontidão Jogo de obedecer os comandos de uma música, por exemplo “Palminhas, palminhas, nós vamos bater, depois as mãozinhas pra trás esconder/ olhinhos, olhinhos, nós vamos piscar, depois os olhinhos fechados vão ficar/ bracinhos, bracinhos, pra cima esticar, depois os bracinhos pra baixo voltar/ com força, com 24


força, nós vamos bater, depois as mãozinhas pra trás esconder/ cabeça, cabeça, nós vamos virar, depois a cabeça pra frente abaixar/ pezinhos, pezinhos, nós vamos bater, depois os pezinhos vão logo correr/ linguinha, linguinha, pra fora botar, depois a linguinha pra dentro voltar/ de leve, de leve.... / pra cima, pra baixo... / direita, esquerda... / pra frente, pra trás... etc. Pula, pula, palhacinho Aquecimento, as pessoas pulam ou dançam (seguem os comandos da letra) enquanto cantam “pula, pula, palhacinho, pula, pula, sem parar, pula, pula, palhacinho, para o circo alegrar”. A música prossegue variando as ordens: “dança, dança, palhacinho... roda, roda, palhacinho...” etc. Pular corda: Existem várias modalidades para essa brincadeira, onde as crianças seguem o que é dito pela música. Uma das canções mais clássicas é “Um homem bateu em minha porta e eu abri. Senhoras e senhores ponham a mão no chão. Senhoras e senhores pulem num pé só. Senhoras e senhores deem uma rodadinha e vá pro olho da rua (quando a criança tem que sair da corda sem encostar-se a ela)!”

Corda com provas: Pular corda sempre foi um dos mais animados brinquedos infantis, permitindo inúmeras possibilidades de variação em sua prática. Há entretanto alguns modos de pular corda que merecem a preferência das crianças. - Chinelinho Desenvolvimento: Duas crianças trilham a corda, enquanto dizem a palavra: Chinelinho, destacando as sílabas. O 25


participante que pula deverá deixar o chinelo ou sapato no chão na sílaba final nho, sem parar de pular; na repetição da palavra, novamente na sílaba nho, deverá juntálo. Só para quando erra. – Chicote! Chicote Queimado! Pimenta! Desenvolvimento: consiste em tornear a corda cada vez mais rapidamente, de maneira que esta, ao obter no solo, estale como um chicote. – Chocolate. Desenvolvimento: duas crianças trilham a corda no ar, enquanto dizem, pausadamente, escondido as sílabas: chocolate. O elemento que pula deverá repousar o pé no solo durante as três primeiras sílabas (corda no ar) e saltar na última sílaba (te), momento que a corda baterá no chão. - Saladinha Desenvolvimento: a corda é balançada a poucos centímetros do solo ao ritmo da canção: Salada, saladinha, bem temperadinha, arroz, feijão, carne. O jogador deve dar pulos sobre as laterais da corda. Pulga, pulga Aquecimento, as pessoas pulam enquanto cantam “pula pulga, pulga pula, pula pulga, pulga pula...” etc. Que coisa boa é navegar Barquinho, duas pessoas sentadas frente a frente com pernas cruzadas (perninha de índio), mãos dadas, cada hora uma vai pra frente e a outra pra trás, fazendo um movimento ritmado. Cantam a música “Que coisa boa é navegar, coloca o Fulano (vai dizendo cada hora o nome de um participante) no barco do mar, olê olê olê olá, cuidado pra onda não te molhar”. Rock pop Todos em roda, vão cantando a música “Eu danço o Rock Pop (dançando rock), eu danço o Rock Pop, eu danço o Rock Pop, assim é bem melhor, hei! (dando um pulo pra cima), eu ponho a cabeça dentro, eu ponho a cabeça fora, eu ponho a cabeça dentro e a balanço bem agora (faz os gestos pedidos pela letra, pondo dentro e fora da roda a parte do corpo pedida), eu danço o Rock Pop... Eu ponho a mão direita 26


dentro... Eu ponho a mão esquerda dentro... Eu ponho o pé direito dentro... Eu ponho o pé esquerdo dentro... Eu ponho o tralalá (bumbum) pra dentro...” Salada de Fruta As crianças se sentam em cadeiras que formam um círculo. Cada criança recebe o nome de uma fruta (pera, maçã, banana, uva) e uma delas fica de pé, sem cadeira. A criança que está de pé diz que foi à feira comprar uma das frutas. Se ele disser "maçã", todas as crianças que receberam a palavra "maçã" levantam da cadeira. A criança que está sem cadeira deve tentar sentar em uma das cadeiras desocupadas e as outras devem tentar sentar em outra cadeira. Não pode ser a mesma em que estava antes. Uma das crianças vai sobrar de pé e ela deve recomeçar a brincadeira. Se, em vez de escolher uma fruta só, ela disser "salada de frutas", todos os participantes devem ficar de pé. A criança do meio senta em uma das cadeiras e todas as outras tentam mudar de cadeira novamente. Quem ficar sem cadeira três vezes tem que pagar um mico escolhido pelos outros. Perde quem pagar mais micos, ganha quem pagar menos micos. Samba crioula Roda, uma pessoa no centro, todos cantando a música “Samba Crioula que veio da Bahia, pega o Fulano (nome da pessoa dentro da roda) e lava na bacia, a bacia é de ouro, ariada com sabão, depois de tudo pronto é vestir o seu roupão, o roupão é de seda, camisinha de filó, quem não pegar seu par vai ficar para vovó”. Nesse ponto, cada pessoa (inclusive a do centro da roda) abraça um par. Quem ficar sozinho recebe a cantoria dos outros “A benção, Vovó! A benção, Vovó!” e vai pro meio da roda. Se essa rua fosse minha Se essa rua

Com pedrinhas de brilhante

Se essa rua fosse minha

Para o meu

Eu mandava

Para o meu amor passar

Eu mandava ladrilhar

Nessa rua

Com pedrinhas

Nessa rua tem um bosque 27


Que se chama

Se eu roubei teu coração

Que se chama solidão

Tu roubaste

Dentro dele

Tu roubaste o meu também

Dentro dele mora um anjo

Se eu roubei

Que roubou

Se eu roubei teu coração

Que roubou meu coração

É porque

Se eu roubei

É porque te quero bem

Soldadinho mandou A turma marchando e cantando “Marcha Soldado, cabeça de papel, se não marchar direito vai preso pro quartel, o quartel pegou fogo, Maria deu sinal, acode acode acode a bandeira nacional” enquanto o comandante canta ou toca um instrumento ou aparelho de som, fazendo a marcação rítmica da música. Em qualquer trecho da música, o comandante interrompe o toque e todo o grupo fica de estátua, e o comandante dá uma ordem “Soldadinho mandou... (puxar a orelha do companheiro, fazer uma careta, pular etc)”, aí todos executam a ordem e ele recomeça a música e todos seguem marchando. Se estiver tocando ou cantando, a cada vez, o comandante varia o andamento da música.

Terezinha de Jesus Terezinha de Jesus De uma queda foi ao chão Acudiram três cavalheiros Todos os três com chapéu na mão O primeiro, foi seu pai O segundo, seu irmão O terceiro foi aquele que a quem Tereza deu a mão Da laranja quero um gomo Do limão quero um pedaço da morena mais bonita quero um beijo e um abraço. Tip tip tip tip tip pó pó 28


As pessoas em roda, uma começa um movimento enquanto declama “tip tip tip tip tip pó pó” e em seguida a pessoa que está ao seu lado repete o mesmo movimento declamando a mesma parlenda. Enquanto isso o primeiro já está inventando outro movimento, sempre com a mesma declamação. A cada declamação, o primeiro da roda inventa um novo movimento, que é repetido pelo segundo, depois pelo terceiro e assim por diante, enquanto o primeiro já está inventando um novo movimento. Quem vai errando vai saindo da brincadeira. Ganha quem ficara até o fim.

Trenzinho As pessoas em fila, passeiam como se fossem um trenzinho cantando “Eu vou andar de trem, você vai também, só falta a passagem, passagem para esse trem, parou”. As pessoas param e atendem aos comandos do primeiro da fila “Bracinho pra frente, o outro também” e cantam novamente andando em fila com os braços pra frente. Após cantar e parar novamente, seguem ao próximo comando, repetindo o primeiro “Bracinho pra frente, o outro também, joelhinhos dobrados” e começam a andar nas posições indicadas e a cantar. Após cada parada do trem, é dado um novo comando, sempre repetindo desde o primeiro que foi dado “... pezinhos pra fora... cabeça pra trás... língua pra fora... etc”. Sugestão: o primeiro da fila, o comandante do trem, balança um pote com sementes dentro, para simular o barulho do trem.

Um Homem bateu em minha porta Canta-se o verso abaixo, pulando corda. A corda deve marcar o ritmo do verso. Veja nas sílabas em destaque: Um homem bateu em minha porta X E eu a-bri X Senhoras e senhores: põe a mão no chão Senhoras e senhores: pule de um pé só 29


Senhoras e senhores: dê uma rodadinha E vá pro olho da rua X Ra, re, ri, ro, ru, rua Perceba que as sílabas em destaque são também sílabas tônicas. Veja que fascinante oportunidade para desenvolver esse conceito com seus alunos. O X ao final dos versos denota uma batida da corda sem fala. Claro que com maior velocidade, maior é o número de batidas de corda e mais sílabas teriam que ser destacadas. Note também que as frases que parecem mais longas são faladas com as sílabas de forma mais espremida para caber no ritmo. Ao falar a palavra rua, o jogador deve sair da corda e dar lugar ao próximo. Unidunitê Contagem para exclusão ou escolha (de campeão, pegador ou comandante etc) em que uma pessoa vai batendo na mão da outra e cantando “Uni-du-ni-tê-sala-me-minguê-um sor-vete-colo-rê-o esco-lhido-foi vo-cê”. As pessoas que receberem a última batida vão saindo fora e recomeça a contagem até que reste só uma. Uma variação: A pessoa que recebeu a última batida é a escolhida. Vaca amarela Uma pessoa declama “Vaca amarela pulou a janela, fez cocô na panela, quem conversar primeiro como toda a bosta dela”. A partir daí, quem der qualquer palavrinha perde, tem que pagar uma prenda e é o próximo a comandar a brincadeira.

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Conclusão O ensino dessas brincadeiras cantadas para as crianças perpetua o patrimônio imaterial e histórico brasileiro para as gerações futuras. Com a globalização e violência, o ato de brincar na rua se tornou escasso e a escola geralmente é o único local seguro para a realização de brincadeiras em que a corporeidade infantil é valorizada nas grandes cidades brasileiras. Como futuros/as pedagogos/as, fomos motivados a relembrar o passado e resgatar brincadeiras que fizeram parte de nossa infância para o ensino nas escolas. Muitas dessas brincadeiras escolhidas, se não todas elas, fizeram parte de momentos felizes das nossas respectivas infâncias e gostaríamos de proporcionar esse sentimento para as crianças que vivem em apartamentos nessa geração de tecnologia. Nosso intuito com este livro de brincadeiras cantadas é estimular professores e alunos a brincar, além de divulgar brincadeiras clássicas pouco conhecidas e ajudar a desenvolver a linguagem oral e corporal das crianças com as músicas que acompanham as brincadeiras. Esperamos que o uso desse livro por professores seja marcado por memórias, enquanto para as crianças signifiquem diversão sendo passado para gerações posteriores. 31


Referências BARROS, Jussara de. "Resgatando Brincadeiras Antigas "; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/dia-das-criancas/resgatando-brincadeirasantigas.htm>. Acesso em 04 de abril de 2017. KISHIMOTO, Tizuko Morchila (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1999. KRUEGER, Caryl Waller. 1001 atividades para fazer com suas crianças. 5. ed. São Paulo: Maltese, 1995. LOPES, Maria da Glória. Jogos na Educação: criar, fazer, jogar. São Paulo. Cortez Editora, 1999. MIRANDA, Nicanor. 200 jogos infantis. Rio de Janeiro: Globo, 1980.

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