composição de paisagem em conjunto habitacional de interesse social

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C O M P O S I ÇÃO D E PA I S AG E M EM CONJUNTO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL

MATEUS DE OLIVEIRA NASCIMENTO arquitetura e urbanismo - ufsj - 2016/1



SUMÁRIO


INTRODUÇÃO Demonstrar o status social através do “ter” e poder adquirir novos bens-materiais é uma realidade histórica que somos expostos e condicionados desde cedo na nossa construção social. Inconscientemente, aprendemos a valorizar e praticar o consumo. Os reflexos podem ser claramente percebidos na qualidade de vida das cidades em qualquer lugar do mundo, em especial no Brasil. A gana em construir e vender em larga escala, geralmente relacionada à facilidade de produção proporcionado pela Revolução Industrial, aliado aos preceitos do Modernismo, fez com que construíssemos cidades doentes. Não existem espaços para as pessoas. As cidades foram construídas na lógica do carro, as edificações crescem desordenadamente, as relações sociais foram deixadas de lado e as famílias de baixa renda são, cada vez mais, obrigadas a habitar locais precários a margem da sociedade. Ainda estamos repetindo e multiplicando essa lógica. Precisamos devolver o espaço para pessoas, pois só assim proporcionamos qualidade de vida adequada para as pessoas e não para o carro. As ruas para veículos recebem tratamento, as calçadas não. A arquitetura precisa, aos poucos, “reeducar” a sociedade através das suas intervenções. Pode parecer utópico, mas essa realidade não mudará se não houver a intenção e o incentivo. O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de intervenção arquitetônica e urbanística, que foi pensada visando incentivar a interação entre todas as partes envolvidas no projeto, que são: os futuros moradores, atuais e futuros usuários do espaço, o entorno imediato e suas funções e as relações do local com o terreno. O projeto procurou criar um espaço que seja inclusivo, um espaço para todos. E que assim, possa ser cuidado por todos também. As pesquisas e leituras do estudo autônomo ajudaram na forma de como compor uma paisagem pode proporcionar qualidade de vida favorável aos usuários de um conjunto habitacional, adequando a realidade do local e das famílias que serão atendidas com o projeto. Serão apresentados estudos que vêm desde a implantação dos edifícios até a construção dos espaços públicos e que abrangem os temas de composição espacial e formal do edifício, composição da paisagem urbana, paisagismo, vegetação e mobilidade urbana.



QUE CIDADE QUEREMOS PARA AS GERAÇÕES FUTURAS?

“Quem passeia por qualquer grande metrópole brasileira difícilmente deixa de notar

que há ali algo de errado: bairros ultrassofisticados, que não deixam nada a desejar em relação às grandes cidades desenvolvidas, cotejam favelas que amontoam gente em condições indignas de vida. Caminhando para as periferias, casas e barracos se estendem em um horizonte sem fim. Seus moradores, remetidos a um exílio forçado em sua própria cidade, perdem horas do dia em ônibus apertados. Os que têm carro, por sua vez, ficam também imobilizados, tal o colapso do trânsito. Contrastando com o abandono das áreas centrais, nos bairros de classe média emergem novos prédios a cada dia, com nomes bonitos, geralmente em inglês ou francês, a oferecer o conforto relativo de apartamentos cada vez mais apertados, porém sempre mais caros. Quem passeia nas nossas cidades sente a pesada poluição do ar, e estará sempre apreensivo pela possibilidade de vê-la sucumbir, em questão de minutos, a uma tromba d’água. Definitivamente, há algo de inquietante no cenário urbano brasileiro. Por que chegamos a isso? Qual a possibilidade de termos, no Brasil, cidades menos problemáticas? O planejamento urbano, essa ciência que se propõe a organizar as cidades, teria sido no Brasil inexistente ou terrivelmente inócuo? Tais questões não são de simples resposta. As cidades são a expressão espacial das relações econômicas, políticas e culturais de uma sociedade e sua história. Por isso, são naturalmente espaço de conflitos e tensões. É verdade que a civilização humana persegue a configuração harmoniosa de seus assentamentos provavelmente desde que nos tornamos seres sedentários, e supostamente caberia aos arquitetos e urbanistas a difícil tarefa. Querer desenhar as cidades seguindo um projeto de sociedade idealizado, conforme as vontades dos arquitetos e as crenças urbanísticas de cada momento, não significa, porém, que se esteja construindo a cidade ideal: a história do pensamento urbanístico é marcada pela polêmica entre a crença de que o desenho racional seja capaz de produzir os melhores espaços para se viver e, por outro lado, a de que as cidades devem crescer “naturalmente”, conforme as dinâmicas sociais próprias, e sem a intervenção tão decisiva dos urbanistas. Decorre desse dilema a sensação de que, talvez, não seja simplesmente possível desenhar a cidade “ideal”. Sua configuração, seu desenho, sua eficácia como abrigo e local de produção e reprodução social, sua capacidade de promover qualidade de


vida dependerão de cada contexto, das correlações de forças presentes, do momento histórico, das dinâmicas sociais e econômicas. E, sendo as cidades espaços de conflitos e arranjos entre os diversos atores sociais, o que é “ideal” para uns não o será, certamente, para outros. A civilização humana mostrou-se dramaticamente eficaz em gerar sociedades desiguais, e por isso sempre produziu espaços também desiguais. Da cidade antiga às metrópoles industriais, passando pelos burgos medievais ou paradisíacas cidades litorâneas, fosse por motivos religiosos, econômicos ou militares, os poderosos do momento sempre se beneficiaram, ao longo da história, dos melhores lugares para viver. E o desenho dos urbanistas pôde servir, paradoxalmente, tanto para garantir-lhes esses privilégios, em algumas épocas, como para tentar combatê-los ou remediá-los, em outras. Por isso, a primeira constatação que se pode fazer é a de que, face à trágica desigualdade que marca as cidades brasileiras, o principal objetivo do urbanismo deve ser, antes de tudo, o de garantir cidades mais justas. Em outras palavras, cidades que ofereçam, sem diferenciação, qualidade de vida para todos os habitantes, nos dias de hoje e para as gerações futuras. O equilíbrio urbano, entretanto, só será possível quando se conseguir erradicar a miséria, que se expressa nos assentamentos informais

desprovidos do atendimento às necessidades mínimas para se viver com dignidade.

PRODUZIR HABITAÇÕES OU CONSTRUIR CIDADES páginas 11 e 12

Definitivamente, há algo de inquietante no cenário urbano brasileiro.


MÁRGENS DO CÓRREGO ÁGUA LIMPA

CONTEXTO

AV. JOSUÉ DE QUEIROZ

A Avenida Santos Dumont e a Rua das Margaridas margeiam o córrego Água Limpa, no bairro Matosinhos em São João del Rei. Inicialmente esta margem era toda livre e, a partir da década de 90, começaram a ter invasões. Recentemente, algumas unidades tiveram a situação fundiária regularizada. O problema específico é a moradia de famílias ao longo das margens do córrego, uma área classificada como Área de Preservação Permante (APP) com alto risco de sofrer alagamento ou inundação. Famílias residentes dessa área, da avenida Santos Dumont (18 famílias) e a Rua das Margaridas (15 famílias), serão os beneficiários do projeto, segundo necessidade apontada pelo PLHIS de São João del Rei (páginas 136 e 138), totalizando 33 famílias atendidas (áreas vermelhas no mapa). O projeto pretende, através das sua implantação, edificação e SÃO JOÃO DEL REI ambiências, diminuir o valor em cerca de 6% no déficit habitacional de São João del Rei. Além disso, é objetivo também que o edifício seja inclusivo e que ajude na segurança pública, diminuindo assim o problema da vulnerabilidade social presente na área.

MATOSINHOS

Por meio de estudos anteriores sabemos que existe naquela região, uma relação de comunidade bastante consolidada. Percebemos com isso, a necessidade de mantê-los o mais perto possível do local de origem e, estudando a localidade, encontramos um “resto de rua” que parece ser resultado de uma alteração de última hora no projeto do loteamento Bom Pastor que hoje é usado como praça e também como um local de passagem conectando a avenida Josué de Queiroz com a Rua Manuel Fortes.


TERRENO Bem localizado, o terreno possui uma fachada para a avenida Josué de Queiroz, importante avenida comercial do Grande Matosinhos, fica a 17 minutos do centro comercial do bairro e é atendida por linhas do transporte público da cidade que a conectam ao centro e outros bairros. Importante citar também que o terreno é vizinho de uma escola, de um posto de saúde e de uma igreja. A área tem uma importante vocação como área de passagem, sendo que por ele dá-se acesso à entrada da escola e da igreja, além de ser o caminho entre a Avenida Josué de Queiróz e a Rua Manoel Fortes. O terreno é, entâo, inserido dentro da quadra e a atravessa. O local de implantação do conjunto habitacional encontra-se bem dotado de infraestrutura urbana, serviços e transporte público, além do fácil acesso para pedestres e ciclistas. Situado na principal avenida do bairro, o terreno conta com dois pontos de ônibus em suas proximidades, tendo fácil acesso ao centro da cidade e cidades vizinhas, como Tiradentes. A presença dos serviços essenciais nas proximidades faz, porém, com que os trajetos cotidianos sejam mais curtos, havendo a possibilidade de fazê-los a pé, inclusive. Num contexto físicoambiental, nota-se que a declividade na região varia entre 10º e 25º, e a declividade média do terreno de 15º.


TERRENO 17,6m

60,8m

AV. JOSUÉ DE QUEIROZ

43,4m

No geral, o terreno apresenta estas dimensões. Originalmente, ele é como representa a área em amarelo no diagrama. Essa área possui aproximadamente 1820m2. A área em laranja é uma área inutilizada pela escola que agregamos ao terreno do nosso projeto. Ela possui aproximadamente 273m2, o que totaliza quase 2094m2 gerais de terreno. Em azul são as curvas de nível e a malha quadriculada tem 1x1m.


DIRETRIZES Tomando como base as vocações já inerentes ao terreno, seu contexto urbano e as demandas encontradas, apresentam-se as diretrizes para a elaboração do projeto. Na tentativa de manter a função de travessia no lote e os acessos nele existentes, buscou-se a permeabilidade através do projeto, com um claro percurso que atravessa o projeto, levando da Avenida Josué de Queiroz à Rua Manoel Mendes. Pela presença da igreja e do acesso à escola, outra diretriz foi a criação de espaços de permanência nas proximidades destes locais, favorecendo a utilização dos mesmos. Em relação a paisagem urbana, procuramos não verticalizar muito o projeto, para que o impacto paisagístico não seja negativo. Abaixo, as diretrizes listadas: - Manter a função atual do terreno (de passagem e de permanência); - Manter a relação com o verde (grama); - Não obstruir janelas e acessos dos edifìcios vizinhos; - Criar um local propício para encontros/atividades culturais; - Criar habitações para 33 famílias com aproximadamente 3,5 hab/residência; - Dialogar com a paisagem do entorno, em questões de altimetria e forma; - Ser permeável ao meio urbano; - Trabalhar com jogos volumétricos e de cores, evitando um bloco único e massiço; - Criar projetos residenciais adaptáveis aos diferentes tipos familiares que as podem habitar; - Construir em sistemas construtivos e materiais compatíveis com a realidade local. Como diretrizes de composição espacial de edifício e paisagem, procuramos fazer com que o projeto seja inclusivo em todas suas partes e para isso, propomos ambiências adequadas com aquela realidade pra tratar de forma amigável, uma situação que é super delicada. O norte geral de toda a composição tira proveito de dois grandes problemas encontrados: a falta de espaço e a necessidade de baratear o máximo a obra.


CONCEPÇÃO DA PLANTA Uma das premissas do nosso projeto residencial foi a aplicação dos conceitos de adaptabilidade e ampliabilidade, através de um desenho modular das plantas. O objetivo é criar um edifício não estático, que pode ser modificado de acordo com os perfis familiares dos residentes. A primeira etapa foi o estudo de áreas. Percebemos que todos os cômodos e os móveis caberiam satisfatóriamente em 9m2. A partir disso, criamos o módulo de 3x3m.

3m

quarto casal

quarto solteiro

Organizamos as áreas de acordo com a orientação das fachadas em relação ao norte. Assim, cada cômodo fica com a fachada favorável para o seu tipo de uso.

Para conseguir a adaptabilidade e ampliabilidade desejados, movimentamos a sala e um dos quartos em meio módulo. Dessa forma, conseguimos gerar áreas potenciais para a ampliação e/ou modificação, além de criar uma movimentação interessante de cheios e vazios na fachada do edifício.

cozinha

sala de estar

banheiro

lavanderia

N

FACHADA NORTE FACHADA LESTE FACHADA OESTE FACHADA SUL


planta tipo 1

planta tipo 3 (tipo 1 ampliada)

planta tipo 2 (tipo 1 espelhada horizontalmente)

planta tipo 4 (tipo 3 espelhada horizontalmente)

CONCEPÇÃO DA PLANTA Para adequar a variedade de tipos de família, acrescentamos plantas com a ampliação do quarto já feita. Essa nova tipologia de planta têm 3 quartos e ajuda na estruturação do edifício, como explica o diagrama abaixo. Espelhamos essas duas tipologias para que a área de expansão possibilitasse uma melhor estruturação do edifício. As plantas foram distribuidas da seguinte forma: os primeiros pavimentos são todos com plantas de 3 quartos (tipo 3 e 4). Já no andar logo acima, vem as plantas com 2 quartos (tipo 1 e 2) e assim sucessivamente.

planta tipo 1 (tracejada abaixo planta tipo 4)

planta tipo 3 (tracejada abaixo planta tipo 2)

planta tipo 2 (tracejada abaixo planta tipo 3)

planta tipo 4 (tracejada abaixo planta tipo 1)

EIXO DE REFLEXÃO

Essa configuração e possibilidade de alteração de planta já é o primeiro chamado de interatividade do morador com o seu novo local de moradia. Assim como são os princípios da arquitetura por autogestão, quando há a possibilididade de alteração, há a possibilidade de futuras melhorias. O que, além de satisfazer o proprietário, também o incita a se esforçar para mais conquistas. O poder alterar a moradia abre o leque para outras interpretações: alterando a sua casa, o morador está participando da construção daquele apartamento, da composição daquele bloco, na composição visual daquele lugar. Com isso, geramos sentimento de pertencimento a aquele lugar e pertencendo, você participa mais. Participando você cuida mais e assim, ajuda na vida e segurança do lugar.


PLANTA

planta humanizada (2 quartos)

planta humanizada (3 quartos)

Como resultado final das plantas, podemos ver uma planta simples e de fácil entendimento até mesmo para um visitante de primeira viagem. Além da orientação pela fachada, os cômodos estão organizados numa lógica horária ao redor da área de circulação e podem ser lidos pelo ciclo de costumes básicos cotidianos: encontro com a família (sala), descanso/estudo (quartos), alimentação (cozinha) e higiene (banheiro). Os contatos são bem definidos: ao percorrer o apartamento você tem contato com todas as áreas. Das portas dos quartos, o morador também tem visão de todos as outras áreas e possui um contato maior com a sala, o que convida para a interação e convívio em família. Enxugamos meio metro de uma das laterais do corredor para reduzir gastos com a obra.


PLANTA

planta humanizada (transformação do quarto de casal em ampliação da cozinha)

planta humanizada (transformação do área de expansão em ampliação da sala)

Com o diagrama de iluminação vemos que todos os cômodos estão de fato com as aberturas nas fachadas favoráveis. Já no segundo diagrama, vemos o quanto a circulação é simplificada e de fácil entendimento. As plantas já foram criadas também pensando na acessibilidade de um cadeirante e estão todas com as angulações e dimensões necessárias. Se necessário, como já dissemos, existe a fácil possibilidade de alteração da planta para maximizar o ambiente para esse morador.

Na tentativa de ampliar as possibilidades de futuras alterações nas residências, o projeto tem sua estrutura baseada em vigas e pilares de concreto armado e vedações de blocos de cimento (mostrarei melhor detalhado adiante). Dessa forma, as paredes podem ser subtraídas sem comprometimento da estrutura do edifìcio. O módulos conseguem suportar as dimensões necessárias para as situações mais comuns de uma casa da realidade de baixa renda e, como sabemos que nenhuma família é igual, esse arranjo e a estrutura, possibilitam pequenas alterações. E elas são inúmeras.

diagrama de iluminação (3 quartos)

diagrama de acessos, setorização e circulação ÁREA SOCIAL

ÁREA ÍNTIMA


PLANTA


BLOCOS O cuidado com a verticalização e a inserção do conjunto na paisagem existente foram os norteadores da criação dos blocos. Aqui nesse diagrama, apresentamos os componentes básicos de cada bloco:

TELHADO

Telha trapezoidal termo-acústica. Cor branca. Inclinação 3%. PLATIBANDA

Onde ficarão as caixas d’água. Altura 2 metros.

LAJE

Tipo treliçada. ESTRUTURA

Concreto armado.

ESQUADRIAS

Metal com vidro/vidro jateado. Madeira (internas). VEDAÇÃO

Bloco de concreto PASSARELA

Concreto armado + laje treliçada. Largura: 1,2m

ESCADA

Concreto armado + laje treliçada.

PROTEÇÃO DA ESCADA

Estrutura de concreto armado + chapa perfurada.


BLOCOS Para minimizar custos e maximixar áreas públicas, optamos por criar blocos unindo duas plantas. A circulação vertical é externa para reforçar a ideia de interação entre o interno e o externo. A escada é protegida por uma estrutura permeável de concreto armado e chapa perfurada. A pintura acontece como no diagrama abaixo. Somente as paredes recuadas recebem tintas. As paredes cinzas não recebem pintura e são usadas para mostrar a beleza do material e incitar psicologicamente o sentimento de orgulho. Os pavimentos são limitados a no máximo 5 e, nos blocos, são alternados entre 4 e 5 pavimentos. Essa solução faz com que o conjunto seja inserido no paisagem cujo entorno possui gabaritos semelhantes.

bloco 1

bloco 1

bloco 1

bloco 1

(fachada frontal)

(fachada posterior)

(fachada esquerda)

(fachada direita)

bloco 2

bloco 2

bloco 2

bloco 2

(fachada frontal)

(fachada posterior)

(fachada esquerda)

(fachada direita)


BLOCOS

bloco 3 (fachada frontal)

bloco 3 (fachada posterior)

bloco 4 (fachada frontal)

bloco 4 (fachada posterior)

BLOCO 5

bloco 5 bloco 5 (fachada frontal) (fachada posterior)

BLOCO 3

CÔMODOS COMERCIAIS BLOCO 4

BLOCO 2

BLOCO 5

diagrama de tipologias PLANTA TIPO1 PLANTA TIPO2 PLANTA TIPO3 PLANTA TIPO4


BLOCOS A estrutura do bloco tem a seguinte organização: cada bloco singular como este abaixo, possui 8 pilares estruturadores que vão da fundação até a laje superior. 4 deles são externos e expostos, os outros 4 estruturam o miolo do edifício (área do corredor). Todos os pilares possuem 20x20cm de dimensão. As vigas externas possuem 15x60cm, as internas 15x30cm.

PILARES ESTRUTURADORES

PILARES COMUNS

VIGAS EXTERNAS

VIGAS INTERNAS


Com a disposição dos blocos procuramos criar um percuso para que o usuário transite e interaja com todo o complexo. O trajeto leva o usuário a conhecer a realidade do local. Ao percorrer, o usuário encontra com áreas de lazer, com a escola e com a igreja. P ara assentar os blocos era importante nos atentar ao desnível do terreno pois as portas da igreja e escola se encontram em níveis diferentes. Optamos por minimizar os processos de corte e aterro e assentamos os blocos de acordo com o desnível natural do terreno. Nos preocupamos também com o impacto na paisagem do lugar. Para isso, criamos blocos mistos com 5 e 4 pavimentos. Na parte superior e mais alta do terreno, implantamos blocos com 3 e 4 pavimentos. Na parte mais baixa implantamos blocos mistos de 5 e 4 pavimentos. Essa forma possibilitou uma inserção favorável na malha urbana, uma vez que os edifícios do entorno possuem gabaritos semelhantes. Giramos os blocos 1 e 5 para continuar com o alinhamento da rua mas em nada interfere no esquema da orientação, as fachadas continuam favoráveis, como por exemplo, o quarto com fachada nordeste.

IMPLANTAÇÃO

corte esquemático


ÁREAS EXTERNAS Para a criação das áreas e ambiências externas, foram estudadas as demandas, os usos e os usuários do lugar. O lugar hoje é muito utilizado para encontros e é usado por pessoas de todas as idades. As demandas apontam necessidades de áreas de lazer e áreas verdes. A ideia, então é criar mobiliários integrados com as áreas verdes e que contemple a todos os públicos. O degradê do cinza pro verde grama até chegar no marrom madeira propõe o tempo de permanência. Se o usuário está ali para passar mais tempo, cada vez mais “dentro do lugar” ele está e assim, com mais contato ele terá. ESCADARIA

Na escadaria, próximo da entrada pela avenida Josué de Queiroz, um point para lanchar, conversar e ver a paisagem. A escadaria serve como uma extensão da calçada e pelas suas ambiências, te convida para entrar no conjunto.

ÁRVORE GRAMA FLORES DECK DE MADEIRA BANCO DE CONCRETO


ÁREAS EXTERNAS

PRAÇA1

Quanto mais próximo da igreja, mais área com bancos para que os fiéis possam esperar a hora da missa ou encontrar e conversar com amigos em uma boa paisagem. Esse esquema de canteiro serve como barreira de privacidade para os apartamentos térreos dos blocos. Eles possuem 3 alturas: a primeira é a altura para os bancos de 0,50cm, a segunda altura sobe 0,25cm em relação ao banco e a última sobe 0,25cm em relação a segunda altura.

GRAMA GRAMA + ARBUSTO MÉDIO FLORES BANCO DE MADEIRA BANCO DE CONCRETO


ÁREAS EXTERNAS

ÁREA DO BLOCO 3

Uma área pra observar e descansar.

GRAMA GRAMA + ARBUSTO MÉDIO FLORES BANCO DE CONCRETO


ÁREAS EXTERNAS

PRAÇA2

Próximo da escola, temos uma área com deck, grama e mobiliários para explorar o lugar. Na segunda entrada do conjunto, uma área mais aberta e de uso mais livre para reuniões, eventos e outras atividades que possam acontecer.

ÁRVORE GRAMA GRAMA + ARBUSTO MÉDIO FLORES BANCO/DECK DE MADEIRA BANCO DE CONCRETO


ÁREAS EXTERNAS HORTA COMUNITÁRIA

Uma horta comuitária pode ajudar desenvolver o senso de pertencimento, além de ajudar financeiramente os donos.

PIA MESA

ESTAÇÕES PARA PLANTAS GRANDES

ESTAÇÕES PARA PLANTAS VERTICAIS

ESTAÇÕES PARA PLANTAS PEQUENAS

PLANTAS DA HORTA GRAMA GRAMA + ARBUSTO MÉDIO FLORES MESA DE MADEIRA BANCO DE CONCRETO


REFERÊNCIAS GEHL, Jan. Cidade para Pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. FERREIRA, João Sette Whitaker. Produzir Casas ou Construir Cidades? Desafios para um novo brasil urbano. Parâmetros de qualidade para a implementação de projetos habitacionais e urbanos. 1 ed. São Paulo: FUPAM, 2012. MASCARÓ, Lucia R. de. Ambiência urbana = urban enviroment. Porto alegre: Sagra: Luzzatto, 1996. Urbanização do Complexo Cantinho do Céu - Boldarini Arquitetura e Urbanismo Conjunto Heliópolis – Gleba G – Biselli + Katchborian Arquitetos


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