Traduzido do original em Inglês
The Heart Of The Gospel — Sermon Nº 1910 The Metropolitan Tabernacle Pulpit — Volume 32 By C. H. Spurgeon
Via SpurgeonGems.org Adaptado a partir de The C. H. Spurgeon Collection, Version 1.0, Ages Software.
Tradução por Camila Almeida Revisão e Capa por William Teixeira
1ª Edição: Dezembro de 2014
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permissão de Emmett O’Donnell em nome de SpurgeonGems.org, sob a licença Creative Commons AttributionNonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
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O Coração do Evangelho (Sermão Nº 1910) Pregado na manhã do Dia do Senhor, dia 5 de julho de 1886. Por C. H. Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington.
“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:20-21) O coração do Evangelho é a redenção e a essência da redenção é o sacrifício substitutivo de Cristo. Aqueles que pregam esta verdade pregam o Evangelho, independente de qualquer outro erro por eles cometido, mas aqueles que não pregam a expiação, seja o que for que declarem, têm perdido a essência e a substância da mensagem Divina. Nestes dias, me vejo escravizado à sempre voltar e voltar e voltar às verdades elementares do Evangelho. Em tempos de paz podemos nos sentir livres para fazermos excursões a interessantes porções da verdade onde a mentira se acampa distante, mas agora devemos permanecer no lar e guardar os corações e as casas da Igreja, defendendo os princípios elementares da fé. Neste tempo, por si mesmos, se levantaram homens na Igreja que pregam coisas perversas. Existem muitos que nos incomodam com suas filosofias e interpretações novas, pelas quais eles negam as doutrinas que professam ensinar e enfraquecem a fé que se empenham para conservar. É necessário que alguns de nós, que sabem no que acreditam e que não usam nenhum tipo de significado secreto para as palavras, se levantem e firmem os pés mantendo a posição, retendo a Palavra da vida e claramente declarando as verdades fundamentais do Evangelho de Jesus Cristo. Permitam-me exemplificar-lhes por uma parábola: Nos dias de Nero havia grande escassez de comida na cidade de Roma, embora houvesse abundância de milho para venda em Alexandria. Certo homem que possuía um barco foi até a costa do oceano e lá percebeu que muitas pessoas famintas voltavam seus olhos para além do mar, olhando para os barcos que deveriam chegar do Egito com milho. Quando estes navios chegavam à margem, os pobres famintos, um por um, cruzavam seus braços em amargo desapontamento, pois a bordo, nos barris, só havia areia, que o tirano Imperador havia lhes forçado a trazerem para a arena! Isso foi uma abominável crueldade, onde homens estavam prestes a morrer de fome, ordenar que barcos de troca viessem e trouxessem nada mais que areia para eventos de gladiadores, quando o trigo era tão necessário! Após isso, o comerciante que estava com o navio ancorado disse ao seu comandante: “Esteja certo de que não traga nada menos
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do que milho na volta de Alexandria. Ainda que, antes, você tenha trazido no barco uma medida ou duas de areia, não traga tanto quanto você mentiria por um centavo desta vez. Não traga nada mais, eu repito, do que milho, por que essas pessoas estão morrendo. E agora nós devemos manter os nossos barcos neste negócio de trazer-lhes comida”. Eu tenho visto certos grandes barris carregados com nada além de areias de meras filosofias e especulações, e tenho dito a mim mesmo: “Eu carregarei o meu navio com nada além da verdade revelada de Deus, o pão da vida tão grandemente necessitado pelas pessoas”. Deus nos concedeu que neste dia o nosso navio não tivesse nada que meramente gratificasse a curiosidade, ou agradasse o paladar, mas que tivesse as verdades necessárias para a salvação das almas. Quem sabe alguns de vocês digam: “Bem, é apenas a antiga, velha história de Jesus e Seu amor e nada mais”. Eu não tenho desejo de ser conhecido, senão por pregar o antigo Evangelho. Há muitos que podem vos levar a nada com música nova; para mim, nunca deve haver música alguma, senão aquela que é ouvida no Céu: “Àquele que nos amou e nos lavou dos nossos pecados por Seu sangue, a Ele seja glória para sempre e eternamente!” Pretendo, queridos amigos, começar o meu discurso com a segunda parte do meu texto, em que a doutrina da substituição é exposta nestas palavras: “Aquele que não conheceu pecado, foi feito pecado por nós; para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus”. Esta é a base e o poder dos apelos que devemos fazer às consciências dos homens! Tenho notado, meus irmãos e irmãs, por longa experiência, que nada toca o coração como a cruz de Cristo. E quando o coração é tocado e ferido pela espada de dois gumes da Lei, nada cura esta ferida como o bálsamo que flui do coração perfurado de Jesus. A cruz é vida para os espiritualmente mortos [...]. Quando vemos homens vivificados, convertidos e santificados pela doutrina do sacrifício substitutivo, podemos justamente concluir que é a verdadeira doutrina da expiação! Eu não tenho conhecido homens levados a viver para Deus e para a santidade, a não ser pela doutrina da morte de Cristo em favor do homem. Corações de pedra que antes nunca bateram com a vida foram transformadas em corações de carne através do Espírito Santo levando-os a conhecer esta verdade de Deus! A ternura sagrada visitou os obstinados quando eles ouviram falar sobre Jesus crucificado por eles. Aqueles que têm ficado à porta sombria do Inferno, envolvidos por sete vezes na sombra da morte, mesmo sobre estes, uma grande luz brilhou! A história do grande Amante das almas dos homens que deu a Si mesmo pela a sua salvação ainda é, nas mãos do Espírito Santo, a maior de todas as forças no reino da mente! Então, nesta manhã, eu discorrerei em primeiro lugar, sobre a grande doutrina, e, em segundo lugar, conforme Deus me ajudar, chegaremos ao grande argumento
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que está contido no versículo 20: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”.
I. Primeiro, então, com a maior brevidade possível, falarei sobre a grande doutrina. A grande doutrina, a maior de todas, é esta: que Deus, vendo os homens se perderem por causa de seu pecado, assumiu o pecado deles, os colocou sobre o Seu Filho unigênito, fazendo-O pecado por nós, mesmo Aquele que não conheceu pecado, e em consequência desta transferência do pecado, aquele que crê em Cristo Jesus é feito justo e reto, sim, é feito justiça de Deus em Cristo! Cristo foi feito pecado para que os pecadores pudessem ser feitos justiça! Essa é a doutrina da substituição de nosso Senhor Jesus Cristo, em lugar dos homens culpados. Agora, considere, em primeiro lugar, quem se fez pecado por nós? A descrição do nosso grande Fiador é dada aqui sobre um único ponto, e pode ser mais do que suficiente para a nossa meditação presente. Nosso Substituto era impecável, inocente e puro. “Àquele que não conheceu pecado, [Deus] o fez pecado por nós”, Jesus Cristo, o Filho de Deus, Se fez carne e habitou aqui, entre os homens. Mas, embora Ele tenha sido feito à semelhança da carne do pecado, Ele não conheceu pecado. Embora o pecado tenha sido imputado a Ele, isso não ocorreu de forma a torná-lO culpado. Ele não era, Ele não poderia ser um pecador, Ele não tinha conhecimento pessoal do pecado. Ao longo de toda a Sua vida, Ele nunca cometeu uma ofensa contra as grandes leis da verdade e da razão. A Lei estava em Seu coração, era a Sua natureza ser santo. Ele podia dizer a todo o mundo, “quem dentre vós me convence de pecado?” [João 8:46]. Mesmo Seu juiz vacilante perguntou: “Mas que mal fez ele?” [Mateus 27:23]. Quando toda a Jerusalém foi desafiada a subornar testemunhas contra Ele, nenhuma testemunha poderia ser encontrada. Era necessário testemunhar falsamente e torcer Suas palavras antes que algo pudesse ser forjado contra Ele por Seus piores inimigos. Sua vida O colocou em contato com as duas tábuas da Lei, mas Ele não transgrediu nenhum único mandamento. Como quando os judeus examinaram o Cordeiro Pascal antes de sacrificá-lO, assim os escribas, fariseus e doutores da Lei, os governantes e príncipes examinaram o Senhor Jesus, sem encontrar ofensa nEle. Ele era o Cordeiro de Deus, sem defeito e sem mancha! Assim como não havia nenhum pecado de comissão, também não havia sobre o nosso Senhor nenhuma culpa de omissão. Provavelmente, queridos irmãos e irmãs, nós que somos crentes somos capacitados, pela graça Divina, a escapar da maioria dos pecados de comissão, mas eu, por exemplo, tenho que lamentar diariamente concernente aos pecados de omissão. Se tivermos graças espirituais, ainda assim elas não alcançam o ponto
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exigido de nós. Se fazemos o que é certo em si, ainda assim, geralmente estragamos o nosso trabalho em relação à ação ou ao motivo, ou na forma de fazê-lo, ou pela autossatisfação com que nós o vemos quando ele é feito. Chegamos somente há um pouco da glória de Deus em algum aspecto ou outro! Esquecemo-nos de fazer o que devemos fazer, ou se o fazemos, somos culpados de tibieza, autossuficiência, incredulidade ou algum outro erro grave. Não foi assim com o nosso Divino Redentor! Você não pode dizer que havia qualquer característica deficiente em Sua beleza perfeita. Ele era íntegro em coração, em propósito, em pensamento, em palavra, no ato, no espírito. Você não pode acrescentar nada à vida de Cristo sem que seja manifestamente uma excrescência. Ele era um Homem enfaticamente pleno, como se diz hoje em dia. Sua vida é um círculo perfeito, um epítome completo da virtude. Nenhuma pérola caiu do cordão de prata de Seu caráter. Nenhuma virtude ofuscou e diminuiu o restante; todas as perfeições combinam em perfeita harmonia para criar nEle uma superposição de perfeição! Nem nosso Senhor conheceu um pecado de pensamento. Sua mente nunca produziu um desejo mau ou concupiscências. Nunca houve, no coração de nosso bendito Senhor, o desejo de qualquer prazer no mal, nem o desejo de escapar de qualquer sofrimento ou vergonha que estivesse envolvido em Seu serviço. Quando Ele disse: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice”; Ele de maneira nenhuma estava querendo escapar da poção amarga à custa de Sua obra vitalícia e perfeita. Com o “se é possível”, quis dizer: “se for compatível com a plena obediência ao Pai, e à realização do propósito Divino”. Nós vemos a fraqueza de Sua natureza encolhendo e a santidade de Sua natureza sendo estabelecida e conquistando, quando Ele acrescenta: “todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” [Mateus 26:39]. Ele tomou sobre Si a semelhança da carne do pecado, mas, apesar de que a carne muitas vezes fez com que Ele provasse o cansaço do corpo, nunca produziu nEle a fraqueza do pecado. Ele tomou as nossas enfermidades, mas Ele nunca trouxe consigo uma enfermidade que tivesse o mínimo de culpabilidade ligada a Ele. Nunca saiu um olhar maligno daqueles benditos olhos! Nunca Seus lábios deixaram escapar uma palavra precipitada! Nunca aqueles pés andaram por um caminho mau, nem aquelas mãos se moveram para um ato pecaminoso! Porque Seu coração estava cheio de santidade e de amor, tanto por dentro quanto por fora, nosso Senhor era sem mácula. Seus desejos foram tão perfeitos como as Suas ações. Examinado pelos olhos da onisciência, nenhuma sombra de culpa poderia ser encontrada nEle. Sim, e mais ainda, não havia tendências sobre nosso Substituto para o mal em qualquer forma. Em nós há sempre essas tendências, por causa da mancha do pecado original que está sobre nós. Devemos dominar a nós mesmos e nos manter sob restrição severa ou então nos precipitaríamos para a destruição! Nossa natureza carnal cobiça o mal e precisa
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ser contida com freios e rédeas. Feliz é o homem que pode dominar a si mesmo. Mas no que diz respeito ao nosso Senhor, Sua natureza era ser puro, reto e amoroso. Todas as Suas ternas vontades foram em direção a Deus. Sua vida sem restrições era santa em si. Ele era “o Santo Menino Jesus”. O príncipe deste mundo não encontrou nEle nenhum combustível para a chama que ele desejava acender. Não somente não há fluxo de pecado dEle, mas não havia pecado nEle próprio, nem inclinação, nem tendência pecaminosa. ObserveO em secreto e você O encontrará em oração. Olhe para a Sua alma e vai encontrá-lO desejoso de fazer e sofrer a vontade do Pai. Oh! o caráter do bendito Cristo! Se eu tivesse as línguas dos homens e dos anjos eu não poderia dignamente definir Sua perfeição absoluta! Justamente o Pai pôde ser satisfeito com Ele! Bem pode o céu adorá-lO! Amados, era absolutamente necessário que uma pessoa que fosse capaz de sofrer em nosso lugar fosse impecável. Um pecador detestável seria punido com razão por causa de seus próprios crimes; o que ele poderia fazer, senão suportar a ira que é devida ao seu próprio pecado? Nosso Senhor Jesus Cristo, como Homem esteve debaixo da Lei, mas Ele não deveu nada para a Lei, pois Ele a cumpriu perfeitamente em todos os aspectos. Ele foi capaz de substituir os outros, porque Ele não estava sob nenhuma culpa própria. Ele estava apenas sob obrigações para com Deus, porque Ele tinha voluntariamente aceitado ser o Fiador e Sacrifício para aqueles que o Pai Lhe deu. Ele era puro em Si mesmo, ou de outra forma, Ele não poderia ter substituído os homens culpados. Ah, como eu O admiro, que sendo como Ele era, impecável e três vezes santo, de modo que até mesmo os céus não eram puros diante dEle, e que encontre loucura em Seus anjos, ainda assim Ele condescendeu em ser feito pecado por nós! Como Ele poderia suportar ser contado com o transgressor e levar o pecado de muitos? Pode não ser algo miserável para um homem pecador conviver com os homens pecadores, mas seria uma tristeza tremenda para os puros de espírito o habitar na companhia de miseráveis depravados e licenciosos! Oh! que esmagadora tristeza deve ter sido para o Cristo, puro e perfeito, tabernacular entre o hipócrita, o egoísta e o profano! Quanto pior deve ter sido o fato de que Ele mesmo tomou sobre Si os pecados dos homens culpados! Sua natureza sensível e delicada recearia mesmo com a sombra do pecado, e ainda assim, leia as palavras e maravilhe-se: “Àquele que não conheceu pecado, [Deus] o fez pecado por nós” [2 Coríntios 5:21]. Nosso perfeito Senhor e Mestre levou os nossos pecados em Seu próprio corpo sobre o madeiro. Aquele, diante de quem o sol, em si, é fraco e o puro azul do céu é impuro, foi feito pecado! Não preciso colocar isso em palavras bonitas. O fato, em si, é muito grande para que necessite de qualquer acréscimo de linguagem humana. Pois dourar ouro refinado ou pintar o lírio são coisas absurdas! Porém, muito mais absurdo seria tentar sobrepor com uma fala floreada as belezas incomparáveis da cruz. Basta, a rima simples para dizer:
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“Oh, ouça este penetrante grito! Qual poderia ser o seu significado? ‘Meu Deus! Meu Deus! Por que Tu em ira, me desamparaste?’ Oh! Foi por causa de nossos pecados Oh, estes, por Deus, foram colocados sobre Ele! Aquele que nunca conheceu o pecado, Pelos pecadores, foi feito pecado.” Isto leva-me ao segundo ponto do texto que é, o que foi feito com Aquele que não conheceu pecado? Ele foi “feito pecado”. Esta é uma expressão incrível, quanto mais você a considerar, mais você se maravilhará com a sua força singular. Somente o Espírito Santo pode originar esse tipo de linguagem! Era sábio para o Mestre Divino usar expressões muito fortes, pois de outra forma o pensamento não poderia ter entrado nas mentes humanas. Apesar da ênfase, clareza e distinção da linguagem usada aqui e em outras passagens na Escritura, são encontrados homens ousados o suficiente para negar que a substituição é ensinada nas Escrituras! Com tais inteligências sutis é inútil discutir. É claro que a linguagem não tem significado para eles. Pois, ler o capítulo 53 de Isaías e aceitá-lo como estando relacionado com o Messias e, em seguida, negar Seu sacrifício substitutivo é simplesmente maldade! Seria vão argumentar com esses seres, eles são tão cegos que, se eles fossem transportados para o sol, eles ainda não conseguiriam ver! Na igreja e fora da igreja há uma animosidade mortal para com esta verdade de Deus. Pensamentos modernos esforçam-se para afastarem-se de que isso é obviamente o que o Espírito Santo quis dizer, isto é, que o pecado foi tirado do culpado e posto sobre o Inocente. Está escrito: “o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” [Isaías 53:6]. Isto é tão simples quanto a linguagem pode ser utilizada. Mas se algo ainda mais claro for exigido, aqui está: “[Deus] o fez pecado por nós” [2 Coríntios 5:21]. O Senhor Deus colocou sobre Jesus, que voluntariamente aceitou, todo o fardo do pecado humano! Em vez deste ter sido posto sobre o pecador que o cometeu, o pecado repousou em Cristo, que não o cometeu. E a justiça que Jesus efetuou foi colocada na conta do culpado, que não havia feito nada para isso, para que os culpados fossem tratados como justos! Aqueles que, por natureza, são culpados, são, agora, considerados justos, enquanto Aquele que, por natureza, não conheceu absolutamente nenhum pecado, foi tratado como culpado! Acho que devo ter lido em dezenas de livros que tal transferência é impossível, mas a declaração não teve nenhum efeito sobre a minha mente. Eu não me importo se é possível ou não segundo os eruditos incrédulos, é evidentemente possível para Deus, pois Ele o fez! Mas, eles dizem que isso é contrário à razão. Eu não me importo com isso também. Pode
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ser contrário à razão desses incrédulos, mas não é contrário à minha! E se devo ser guiado pela razão, eu prefiro seguir a minha própria. A expiação é um milagre e os milagres devem ser aceitos por fé e não medidos pelo cálculo. Um fato é o melhor dos argumentos. É um fato que o Senhor fez cair sobre Jesus a iniquidade de todos nós! A revelação de Deus comprova este fato e a nossa fé desafia o questionamento humano! Deus diz isso e eu acredito! E ao acreditar, acho vida e conforto nisto. Não hei de pregar isto? Seguramente pregarei: “Desde que pela fé eu vi a corrente Seu fluxo a brotar das feridas, O amor redentor tem sido o meu tema E o será até eu morrer.” Cristo não era culpado e não poderia ser feito culpado, mas Ele foi tratado como se fosse culpado porque Ele quis ficar no lugar do culpado! Sim, Ele não somente foi tratado como um pecador, mas Ele foi tratado como se tivesse sido o pecado, em si, de forma abstrata. Esta é uma expressão incrível! O Inocente foi feito pecado! O pecado pressionou o nosso grande Substituto mui dolorosamente. Ele sentiu o peso dele no Jardim do Getsêmani, onde “seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” [Lucas 22:44]. A plena opressão veio sobre Ele quando foi pregado no madeiro maldito. Lá, nas horas de escuridão, Ele suportou infinitamente mais do que podemos contar. Sabemos que Ele levou a condenação da boca do homem, de modo que está escrito: “Ele foi contado com os transgressores”. Sabemos que Ele suportou a vergonha por nossa causa. Será que os vossos corações não tremeram no último domingo à noite, quando o nosso texto foi: “Então cuspiram-lhe no rosto” [Mateus 26:67]. Um desprezo cruel foi levado a efeito sobre a Sua Pessoa bendita! Isso, eu digo, nós sabemos. Sabemos que Ele suportou dores incontáveis do corpo e da mente, Ele teve sede, Ele clamou na agonia do abandono, Ele sangrou, Ele morreu. Sabemos que Ele derramou a Sua alma na morte, e entregou o espírito. Mas havia, por trás disso e além de tudo isso, um abismo incomensurável de sofrimento! A liturgia Grega apropriadamente fala: “Seus sofrimentos desconhecidos”. Provavelmente para nós eles são sofrimentos incognoscíveis. Ele era Deus, bem como Homem; e a Divindade emprestou um poder Onipotente para a Sua Humanidade, de modo que foi comprimida dentro de Sua alma, e sofreu por isto, uma quantidade de angústia de que não podemos conceber. Eu não direi mais nada. É sábio encobrir o que é impossível descrever. Este texto tanto desvela quanto revela a Sua tristeza, ao dizer: “[Deus] o fez pecado por nós”. Olhe para as palavras. Perceba o seu significado, se você puder. Os anjos desejam bem atentar para isto. Olhe para este terrível cristal. Deixe seus olhos perscrutarem profun-
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damente esse opala, em cuja profundidade das joias há chamas de fogo! O Senhor fez o único que era perfeitamente inocente, pecado por nós! Isso significa mais humilhação, escuridão, agonia e morte do que você pode imaginar. Ele operou uma espécie de desorientação e bem perto de uma destruição ao manso e humilde espírito de nosso Senhor. Eu não digo que o nosso Substituto suportou um inferno, o que seria injustificável. Não direi que Ele suportou tanto a punição exata pelo pecado, ou um equivalente por ele, mas eu digo que Ele suportou e prestou à justiça de Deus uma vindicação de Sua Lei mais clara e mais eficaz do que teria sido prestada pela condenação dos pecadores por quem Ele morreu. A cruz é, sob muitos aspectos, mais plena revelação da ira de Deus contra o pecado humano do que até mesmo Tofete e a fumaça do tormento que sobe para todo o sempre. Quem quiser conhecer o ódio de Deus pelo pecado deve ver o Unigênito sangrando no corpo e na alma, e sangrando até a morte! Ele deve, de fato, soletrar cada palavra do meu texto e ler o seu significado mais profundo. Não, meus irmãos e irmãs, tenho vergonha da pobreza de minha explicação e eu vou, portanto, apenas repetir a plena e sublime linguagem do Apóstolo: “Ele o fez pecado por nós”. É mais do que: “Ele colocou sobre Ele o sofrimento”. É mais do que “Deus o desamparou”. É mais do que: “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele”. É a mais sugestiva de todas as descrições: “Ele o fez pecado por nós”. Oh, profundidade do terror e ainda altura do amor! Então, eu prossigo para assinalar, em terceiro lugar, quem fez isso? O texto diz: “[Deus] o fez pecado por nós”. Isto é, o próprio Deus foi quem designou Seu Filho amado para ser feito pecado por homens culpados! Os sábios dizem-nos que esta substituição não pode ser justa. Quem os fez juízes do que é certo e justo? Pergunto-lhes se eles acreditam que Jesus sofreu e morreu de fato? Se eles acreditam que Ele morreu, como é que eles explicam este fato? Eles dizem que Ele morreu como um exemplo? Então eu pergunto, é justo para Deus permitir que um Ser sem pecado morra como um exemplo? O fato da morte de nosso Senhor é fidedigno e tem que ser relatado. A nossa é a explicação mais completa e mais verdadeira. Na nomeação do Senhor Jesus Cristo para ser feito pecado por nós, havia, antes de tudo, uma demonstração de soberania Divina. Deus aqui fez o que ninguém, senão Ele poderia ter feito. Não teria sido possível para todos nós juntos termos colocado o pecado em Cristo! Mas era possível que o grande Juiz de todos, que não dá conta de Suas ações, determinasse que assim fosse. Ele é a fonte da retidão e o exercício da Sua prerrogativa Divina é sempre e inquestionavelmente justo. Que o Senhor Jesus, que ofereceu a Si mesmo como um voluntário Fiador e Substituto, deve ser aceito como Fiador e Substituto do homem culpado, isto estava no poder do grande Supremo. Em Sua soberania Divina Ele O aceitou
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e, diante desta soberania nos inclinamos! Se houver qualquer dúvida sobre isto, a nossa única resposta é: “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas?” [Romanos 9:20]. A morte de nosso Senhor também demostra a justiça Divina. Aprouve a Deus como o juiz de todos, que o pecado não fosse perdoado, sem a exigência da punição que tem sido tão retamente ameaçada por isso, ou tal outra demonstração de justiça como a poder vindicar a Lei. Eles dizem que este não é o Deus do amor. Eu respondo, é o Deus do amor, e é proeminentemente assim! Se você tivesse sobre o banco, hoje, um juiz cuja natureza era a bondade, em si mesmo, caberia a ele, como um juiz, executar a justiça, e se não o fizesse, isto faria da Sua bondade algo ridículo! Na verdade, sua benignidade para com o criminoso seria indelicadeza à sociedade em geral! Seja o que o juiz for pessoalmente, ele é oficialmente obrigado a fazer justiça. E “não faria justiça o Juiz de toda a terra?” [Gênesis 18:25]. Você fala da paternidade de Deus, amplie o que quiser sobre esse tema, mesmo até que você crie uma heresia dele, mas ainda assim, Deus é o grande Governador moral do universo e cabe a Ele lidar com o pecado de tal forma que é visto como algo mau e amargo. Deus não pode tolerar a maldade! Eu bendigo o Seu santo nome e O adoro porque Ele não é injusto, para ser misericordioso e porque Ele não poupa os culpados, a fim de exercer Sua gentileza! Cada transgressão e desobediência tem somente a Sua recompensa. Mas, por meio do sacrifício de Cristo, Ele é capaz de perdoar com justiça! Eu bendigo o Seu santo nome que para vindicar Sua justiça Ele determinou que, enquanto um perdão gratuito deveria ser provido para os crentes, isto deveria estar fundamentado sobre uma expiação que cumpre todos os requisitos da Lei. Contemple, também, no sacrifício substitutivo, a grande graça de Deus. Nunca se esqueça de que Aquele a quem Deus fez pecado por nós foi o Seu próprio Filho. Sim, eu vou mais longe: era, de certa forma, Ele mesmo, pois o Filho é um com o Pai! Você não pode confundir as pessoas, mas você não pode dividir a Substância da Santíssima Trindade na Unidade. Você não pode dividir o Filho de Deus o Pai, nem esquecer que Deus estava nEle reconciliando o mundo consigo mesmo. [...] “Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus” [Trecho do Credo Niceno]. Esta Luz que foi eclipsada, esta Divindade comprou a Igreja com Seu próprio sangue! Nisto consiste o amor infinito! Você me diz que Deus poderia ter perdoado sem expiação? Eu respondo que o amor finito e falível poderia ter feito isso e, assim, ter prejudicado a si mesmo por aniquilar a justiça, mas o amor requer que ambos sejam necessários, e assim a expiação é, de fato, infinita! Deus, Ele mesmo, proveu a expiação por livre e plenamente dar a Si mesmo na Pessoa de Seu Filho para sofrer em consequência do pecado humano! O que eu quero que você observe aqui é isto: se é que sua mente se preocupa com a adequação ou retidão de um sacrifício substitutivo, você pode ao mesmo tempo resolver a questão, lembrando que Deus, Ele mesmo “por nós, fez pecado Àquele que não conheceu
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pecado”. Se Deus o fez, então, isso é bem feito. Eu não me preocupo em defender um ato de Deus, deixe o homem que ousa acusar seu Criador pense no que Ele está fazendo! Se o próprio Deus proveu o sacrifício, você pode ter certeza que Ele o aceitou. Jamais alguma questão poder ser levantada sobre o assunto, uma vez que Jeová fez cair sobre Ele as nossas iniquidades. Aquele que fez de Cristo pecado por nós, sabia o que Ele fazia, e não devemos começar a dizer: “Isso está certo, ou isso não está certo?”. O Deus três-vezes Santo o fez e Ele necessariamente está certo! Aquilo que satisfaz Deus pode muito bem nos satisfazer. Se Deus está satisfeito com o sacrifício de Cristo, não devemos estar muito mais do que satisfeitos? Não devemos estar maravilhados, extasiados, em êxtase ao sermos salvo por um tal sacrifício como o que próprio Deus nomeia, oferece e aceita? Ele “o fez pecado por nós”. O último ponto é o que acontece conosco em consequência? “Para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”. Ah, este texto maravilhoso! Nenhum homem vivo pode esgotá-lo! Nenhum teólogo já viveu, mesmo nos dias mais prósperos da teologia, quem poderia chegar a expor completamente tudo o que há nesta declaração! Todo homem que crê em Jesus é, por meio de Cristo ter carregado o seu pecado, feito justo diante de Deus! Nós somos justos pela fé em Cristo Jesus, “justificados pela fé” [Romanos 3:28, 5:1]. Mais do que isso, somos levados não somente a desenvolver o caráter de “justo”, mas a nos tornarmos substância chamada “justiça”. Eu não posso explicar isso, mas não é pouca coisa. Não significa algo desconsiderável, quando nós somos ditos ser “feitos justiça”. Além disso, somos não somente feitos justiça, mas somos feitos “justiça de Deus”. Aqui está um grande mistério! A justiça que Adão tinha no jardim era perfeita, mas era a justiça do homem, a nossa é a justiça de Deus. A justiça humana falhou, mas o crente tem uma justiça Divina, que nunca pode falhar! Ele não só tem isso, mas ele é “feito a justiça de Deus em Cristo”. Agora podemos cantar: “Vestido nas vestes do meu Salvador, Santo como Ele é Santo.” Quão aceitável para Deus devem ser aqueles que são feitos por Deus, Ele mesmo, “a justiça de Deus nEle!”. Eu não posso conceber algo mais completo. Assim como Cristo foi feito pecado e nunca pecou, assim somos feitos justiça, embora não possamos afirmar que temos sido justos em nós mesmos. Embora com pecadores sejamos forçados a confessar nossa dor, contudo o Senhor nos cobre tão completamente com a justiça de Cristo, que só a Sua justiça é vista e somos feitos justiça de Deus nEle. Isto é verdade para todos os santos, mesmo para tantos quantos creem no Seu nome! Oh, o esplendor desta doutrina! Você pode vê-la, meu amigo? Pecador como você é, em si mesmo, contaminado, deformado e arruinado, mas se você aceitar o grande Substituto que
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Deus oferece a você na Pessoa do Seu Filho amado, os seus pecados serão levados e a justiça de Deus lhe será imputada! Seus pecados foram colocados sobre Jesus, o Bode Expiatório; eles não são mais os seus pecados, Cristo os levou embora. Posso dizer que a Sua justiça é imputada a você, mas eu vou mais longe e digo com o texto: “Vocês são feitos a justiça de Deus em Cristo”. Nenhuma doutrina pode ser mais doce do que esta para aqueles que sentem o peso do pecado e do fardo de sua maldição!
II. Então, agora, reunido tudo, eu tenho que concluir com a segunda parte do texto, o que não é a exposição, mas a aplicação do ensino. Um grande argumento: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”. Oh! que esses lábios fossem capazes de produzir tal linguagem, ou que este coração pudesse falar sem eles! Então eu pleitearia com toda alma descrente e não-convertida dentro deste lugar e imploraria como por minha própria vida! Amigo, você está em inimizade com Deus, e Deus está irado com você! E de sua parte não há qualquer disposição para a reconciliação. Ele fez um Caminho pelo qual você pode se tornar Seu amigo, uma maneira muito cara para Ele mesmo, mas gratuita para você. Ele não podia desistir de Sua justiça e assim destruir a honra de Seu próprio caráter. Mas Ele deu Seu Filho, Seu Unigênito e Seu Bem-Amado! E esse Seu Filho foi feito pecado por nós, embora Ele não conheceu pecado! Veja como Deus lida com você! Veja quão desejoso, quão anelante Ele é pela reconciliação entre Ele e os homens culpados! Senhores, se vocês não estão salvos, não é porque Deus não quer ou não pode salvá-los: é porque vocês se recusam a aceitar a Sua misericórdia em Cristo! Se houver alguma diferença entre você e Deus, hoje, não é por falta de bondade de Sua parte, é por falta de vontade sua! O ônus da sua ruína deve estar sobre sua própria cabeça, seu sangue deve estar em suas próprias mãos! Agora, o que temos a dizer para você, hoje, é que estamos ansiosos para que você se reconcilie com Deus e, por isso, agimos como embaixadores de Cristo. Eu não colocarei qualquer ênfase sobre o cargo de embaixador como honroso ou de autoridade, porque eu não sinto que isso teria peso com você, eu coloco toda a ênfase sobre a paz que gostaríamos de lhe trazer. Deus me reconciliou conSigo mesmo e eu ficaria feliz em ver você reconciliado também. Houve um tempo em que eu não O conhecia, nem me preocupava com Ele. Eu vivia muito bem sem Ele e me gabava das futilidades cotidianas de modo a esquecê-lO. Ele me levou a buscar a Sua face e buscando Sua face eu O encontrei. Ele apagou meus pecados e tirou minha inimizade. Eu sei que eu sou seu servo e que Ele é meu amigo, meu Pai, meu tudo. E agora, eu não posso deixar de tentar, na minha pobre maneira, ser um embaixador dEle para você. Eu não tenho prazer que qualquer um de
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vocês vivam em inimizade com meu Pai, que vocês desenfreadamente O provoquem preferindo o mal ao invés do bem. Por que vocês não estão em paz com Aquele que tanto quer estar em paz com vocês? Por que vocês não amam o Deus de amor e se alegram nAquele que é tão bom para vocês? O que Ele tem feito por mim, Ele está bastante disposto a fazer por você! Ele é um Deus pronto para perdoar. Tenho pregado Seu Evangelho por muitos anos, mas eu nunca me encontrei com um pecador a quem Cristo Se recusou a limpar quando ele veio a Ele. Eu nunca soube de um único caso de um homem que confiou em Jesus e pediu para ser perdoado, confessando seu pecado e abandonando-o, foi lançado fora. Eu digo que nunca me encontrei com um homem a quem Jesus lançou fora, nem jamais me encontrarei! Falei com prostitutas, a quem Ele restaurou a pureza, com bêbados a quem Ele libertou de seu mau hábito e com homens culpados de pecados imundos que se tornaram puros e castos pela graça de nosso Senhor Jesus! Eles sempre me contaram a mesma história: “Busquei ao Senhor e Ele me ouviu. Ele me lavou no Seu sangue e estou mais branco do que a neve”. Por que você não deveria ser salvo, assim como estes? Caro amigo, talvez você nunca pensou sobre este assunto e esta manhã você não veio aqui com qualquer ideia de pensar nisso, mas por que você não deve começar a pensar? Você veio só para ouvir um pregador bem conhecido. Eu oro para que você se esqueça do pregador e pense apenas em si mesmo, em seu Deus e seu Salvador. Deve ser errado para você, que viva sem um pensamento sobre o seu Criador. Esquecê-lO é desprezá-lO! É errado que você recuse a si mesmo a grande Expiação, e você a recusa se você não a aceita de uma vez! É errado que você se levante contra o seu Deus, e você se levanta contra Ele, se você não se reconcilia com Ele! Portanto, eu humildemente faço o papel de um embaixador de Cristo e rogo-te que creias nEle e viva! Observe como o texto diz: “somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse”. Este pensamento me abala! Quando eu vinha para cá, nesta manhã, eu me senti como se eu pudesse enterrar minha cabeça em minhas mãos e chorar à medida que eu pensava em Deus rogando a alguém! Ele fala e isso é feito, miríades de anjos sentem-se felizes por voarem ao Seu comando, e ainda assim o homem tem se tornado inimigo de Deus a ponto de não querer se reconciliar com Ele! Deus faria dele Seu amigo e aspergiria o sangue do Seu Filho amado para firmar a amizade. Mas o homem não quer reconciliarse! Olhe, o grande Deus se voltando para rogar às Suas criaturas obstinadas! Suas criaturas tolas! Nisto sinto uma compaixão reverente por Deus. Ele deve suplicar para que um rebelde seja perdoado? Você ouve isso? Anjos, vocês ouviram isso? Aquele que é o Rei dos reis encobre Sua soberania e Se inclina para rogar às Suas criaturas que se reconciliem com Ele! Não é de admirar que alguns dos meus irmãos começam a voltar a descrer
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em tal ideia e não podem acreditar que Ele poderia ser assim! Parece tão depreciativo ao Deus glorioso! No entanto, o meu texto diz, e isso deve ser verdade: “Como se Deus por nós rogasse”. Isto torna mais terrível o trabalho de pregar, não é mesmo? Eu devia te suplicar como se Deus falasse com você através de mim, olhando para você através destes olhos e estendendo Suas mãos por estas mãos? Ele diz: “Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente” [Isaías 65:2, Romanos 10:21]. Ele fala baixinho, com ternura e com afeto paternal através destes pobres lábios meus, “como se Deus por nós rogasse”. Além disso observemos que a próxima linha, se é que é possível, tem ainda mais força: “Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo”. Uma vez que Jesus morreu em nosso lugar, nós, Seus remidos, devemos rogar a outros em Seu nome. E como Ele derramou o Seu coração pelos pecadores, em Seu nome devemos, de outra forma, derramar nossos cora-ções pelos pecadores em Seu nome. “Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo”. Agora, se o meu Senhor estivesse aqui, nesta manhã, Ele vos pediria para virem a Ele? Eu desejo, meu Mestre, que eu fosse mais apto a ficar em Seu lugar neste momento. Perdoe-me por eu ser tão incapaz. Ajuda-me a quebrantar meu coração, eu penso que ele não se quebranta como deveria por esses homens e mulheres que estão determinados a destruir a si mesmos e, portanto, Te ignoram, meu Senhor, como se Tu fosses um criminoso comum, pendurado em uma forca! Ó homem, como você pode pensar tão desprezivelmente a respeito da morte do Filho de Deus? É a maravilha do tempo, a admiração de toda a eternidade! Almas, porque vocês se recusariam a ter vida eterna? Por que vocês morreriam? Por que vocês desprezariam Aquele por Quem unicamente vocês podem viver? Há apenas uma Porta da Vida: esta porta é o lado aberto de Cristo; por que você não vai entrar e viver? “Vinde a Mim”, Ele diz: “vinde a Mim”. Eu acho que eu O ouvi dizer isso: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” [Mateus 11:28-29]. Eu acho que O vejo naquele último dia, o grande Dia da festa, em pé e clamando: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba” [João 7:37]. Eu O ouvi docemente declarar: “o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” [João 6:37]. Eu não sou digno te rogar, em nome de Cristo, mas eu imploro a você com todo o meu coração! Você que ouve a minha voz, de domingo a domingo, venha e aceite o grande Sacrifício e se reconcilie com Deus! Você que me ouve, pela primeira vez, eu gostaria que você fosse embora com este zumbido nos ouvidos: “reconcilie-se com Deus!”. Eu não tenho mais nada a dizer para você. Eu só tenho a declarar que Deus preparou uma Propiciação e que agora Ele suplica aos pecadores para virem a Jesus, para que por meio dEle eles possam ser reconciliados com Deus!
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Nós não vos exortamos a fazer algum esforço impossível. Nós não lhes ordenamos a fazer alguma coisa grande. Nós não lhe pedimos dinheiro ou preço. Nem exigimos de vocês que passem anos se sentido miseráveis. Mas apenas isso: que se reconciliem. Não é tanto reconciliar-se como “ser reconciliado!”. Entreguem a si mesmos a Ele, que está perto de vocês agora, as cordas do Homem podem alcançar-lhes, atraíndo-os com laços de amor, porque Ele foi dado a vocês! Seu Espírito se esforça com vocês, rendam-se ao Seu esforço. Como Jacó, vocês sabem que lutou um Homem até o romper do dia, deixe que o Homem, que o Deus-Homem, lhes subjugue! Sujeitem-se! Rendam-se ao abraço daquelas mãos que foram cravadas na cruz por vocês! Vocês não cederão ao seu melhor Amigo? Aquele que abraça você agora, o pressiona contra o Seu coração que foi perfurado com a lança em seu nome. Oh, renda-se! Renda-se, meu amigo! Você não sente alguma suavidade lhe tomar? Não endureça seu coração como o aço contra isto. Ele diz, com um tom ainda mais doce: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações” [Hebreus 3:15]. Creia e viva! Livre-se do arqui-inimigo que tem mantido você em suas garras! Fuja por sua vida! Não olhe para trás de você, não pare em toda a planície, mas fuja para onde você vê a porta aberta da grande casa do Pai! No portão, o Salvador sangrante está esperando para recebê-lo e dizer: “Eu fui feito pecado por você e você é feito justiça de Deus em Mim”. Pai, atraia-os! Pai, atraia-os! Espírito Eterno, atraia-os, por Jesus Cristo, pelo amor de Seu Filho! Amém.
ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.
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2 Coríntios 4 1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 3 na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4 encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5 de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6 Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se Issuu.com/oEstandarteDeCristo não veem são eternas. 2