O TW ITT E R E O T EST EMU N HO
J UST I F ICAT IVA O advento da internet, o acesso à informação, e o compartilhamento de informações em tempo real.
102,3 MILHÕES DE PESSOAS COM ACESSO À INTERNET IBOPE
58% POPULAÇÃO BRASILEIRA USAM A INTERNET TIC DOMICÍLIOS
R E D ES SOC IA IS DISSEMINAÇÃO DA NOTÍCIA OU DE ACONTECIMENTOS DE FORMA IMEDIATA.
20.10.15 MASTERCHEF JUNIOR ESTREIA DO PROGRAMA NA REDE BANDEIRANTES
GAST RO NO M IA SE TRANSFORMA EM ASSEDIO SEXUAL
T H I N K O LGA COLETIVO FEMINISTA QUE LUTA PELO EMPODERAMENTO DAS MULHERES
Valentina Schulz, 13.
Coletivo Think Olga.
TWEETS DE CUNHOS SEXUAIS CONTRA VALENTINA
82.000 MIL TWEETS EM MENOS DE UMA SEMANA DE CAMPANHA THINK OLGA
T R EN D I NG TO P ICS A ALTA REPERCUSSÃO DO ASSUNTO NO TWITTER LEVOU A HASHTAG ENTRAR NOS TTs TWITTER
I M PACTO BBC TRENDING E BBC NEWS #FIRSTHARASSAMENT UNICEF, ONU, GOV. FEDERAL.
P RO B L EMA
O BJ ET IVO G E RA L COMO O TWITTER FOI UTILIZADO COMO FERRAMENTA DE TESTEMUNHO PESSOAL DURANTE A CAMPANHA #PRIMEIROASSEDIO NO BRASIL
O BJ ET IVOS ES P EC I F ICOS 1. IDENTIFICAR AS NUANCES E SIGNIFICAÇÃO DO TESTEMUNHO; 2. CONTEXTUALIZAR O TWITTER, IDENTIFICANDO-O COMO UMA REDE SOCIAL; 3. ANALISAR O SURGIMENTO DA CAMPANHA #PRIMEIROASSEDIO NO BRASIL E SEU IMPACTO; 4. CORRELACIONAR A HASHTAG #PRIMEIROASSEDIO COM O TESTEMUNHO; 5. CONSTATAR O USO DO TWITTER COMO FERRAMENTA DE TESTEMUNHO PESSOAL.
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F U N DA M ENTACAO T EO R ICA I
T EST EMU N HO SÃO DIVERSAS ÁREAS QUE BUSCAM ELUCIDAR A NOÇÃO DO TESTEMUNHO I
S ENT I DO E A P L ICACAO DOIS PRINCIPAIS SENTIDOS: 1. TERCEIRA PESSOA, QUEM PRESENCIA/VÊ 2. QUEM PARTICIPOU DE SITUAÇÕES TRAUMÁTICAS
SELIGMANN-SILVA
VA LO R NÃO ESTÁ NA SUA CAPACIDADE DE SER COMPROVADO AMBIVALÊNCIA: NARRAR VS LINGUAGEM REAL É ENTENDIDO COMO TRAUMÁTICO. DAR VOZ.
SELIGMANN-SILVA e GARCIA
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T RAU MA RUPTURA FÍSICA ABRUPTA. CONTROLE. PERTUBAÇÕES POR LESÃO FÍSICA OU EMOCIONAL. DISTORÇÃO. DIFEREM NA GRAVIDADE. CASSIMO, 2009. I
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POS .T RAU MAT ICO ERA DAS CATASTRÓFES. IR-OUGEN - DIANTE DOS OLHOS TESTEMUNHO - COMPREENSÃO DAS OPRESSÕES
OURIQUE e PEDROZO, 2016 I
EXC LU I DOS CABE A ELES DEFINIR O MODO DE FAZER
GINZBURG, 2008
R E D ES NÃO SE LIMITA AO ESTUDO DAS REDES SOCIAIS. ANOS 1990 - RENOVAVADA ATENÇÃO LEMOS E SANTAELLA, 2010. RECUERO, 2009.
WWW E W E B 1.0 CRESCIMENTO DA REDE. WWW - ESTÁGIOS ESTRUTURAIS. WEB 1.0 - COMO COMERCIALIZAR.
SABINO, 2007.
W E B 2.0 APLICATIVOS E SERVIÇOS DE REDE INFORMAÇÕES COLABORATIVAS GERAÇÃO DE CONTEÚDO
BRESSAN, 2007
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NOS I NT E RCO N ECTA DOS REDES DE INFORMAÇÕES ENERGIZADAS NA INTERNET REDES SOCIAS - PADRÕES DE CONEXÕES NO CIBERESPAÇO
CASTELLS, 2001.
ATO R ES SOC IA IS NOÇÃO DE PERFOMANCE. ATORES - REPRESENTAÇÃO PERFOMÁTICAS
RECUERO, 2009.
LACOS SOC IA IS I
CONEXÕES NA REDE SOCIAL. INTERAÇÃO. LAÇOS FORTES: AMIZADE E INTIMIDADE LAÇOS FRACOS: RELAÇÕES ESPARSAS, GRUPOS SOCIAIS
RECUERO, 2009.
TW ITT E R
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CRIADA EM 2006. JACK DORSEY, BIZ STONE E EVAN WILLIAMS. PROJETO DA EMPRESA ODEO.
11 M I L HO ES DE USUÁRIOS EM MENOS DE 3 ANOS.
SYSOMOS, 2009.
M IC RO B LO GG I NG MENSAGENS CURTAS E INSTANTÂNEAS. COMPARTILHADA COM UMA AUDIÊNCIA ONLINE. TWITTER É O MAIS POPULAR MICROBLOGGING.
JAVA et al, 2009.
TW ITT E R 280 CARACTERES. SEGUIDORES. TWEETS. RTs. REPLIES. HASHTAGS. TTs.
C R ESC I M ENTO B RAS I L 2016 - MAIOR CRESCIMENTO DE USUÁRIOS. 18% EM RELAÇÃO A 2015. 30% NO AUMENTO DA RECEITA. 319 MILHÕES DE USUÁRIOS GLOBAIS.
FIAMMA ZARIFE, 2017.
T EST EMU N HO E R E D ES SOC IA IS TESTEMUNHO NÃO PODE SER CONSIDERADO NA CATEGORIA DO REALISMO. ONDE OCORRE O TESTEMUNHO. QUEM FALA. COM QUEM. QUAL OBJETIVO. EXTERIOR AO REAL. ACONTECIMENTO PASSADO. IMITAÇÃO.
GARCÊZ, 2008. GINZBURG, 2008.
M ETO DOTO LO G IA Análise metodológica divida em três categorias principais:
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02
03
Seleção de tweets; Roteiro pré-estebelecido
Análise de tweets; Roteiro pré-estabelecido
Nuvem de palavras; Análise morfológica
01
Os tweets analisados foram escolhidos a partir de uma seleção pré-estabelecida nos seguintes critérios: • ter sido publicado durante as primeiras 24 horas da criação da hashtag no Brasil; • ser publicado em língua portuguesa; • ser publicado por um usuário brasileiro; e • estar inserida na dinâmica da hashtag #PrimeiroAssedio. A busca dos tweets foi feita a partir da ferramenta “Busca Avançada (ao lado).
02 Divisão de tweets em dois grupos básicos: • •
TWEETS CONVERSACIONAIS DIRETOS OU INDIRETO TWEETS NÃO-CONVERSACIONAIS Roteiro pré-determinado:
• • •
• • • •
Data e hora da publicação; Descrição do tweet e identificação da vítima; A caracterização do testemunho: citação de um caso pessoal de assédio e/ou identificação de traumas psicológicos após o assédio; A citação do nome ou referência ao assediador; A citação de um usuário e/ou uma terceira pessoa no tweet como testemunha da denúncia; A repercussão dos tweets via retweets, curtidas e replies; A percepção da utilização de palavras-chaves nos tweets analisados e análise morfológica destas palavras.
USUÁRIA NL 22 de outubro de 2015, às 10:23h MULHER, contudo não há mais nenhuma informação identificável sobre sua idade e/ou ocupação em seu perfil do Twitter. CASO PESSOAL DE ASSÉDIO SEXUAL: identificação do uso da 1ª pessoa do discurso (eu), a identificação de verbos no pretérito perfeito do indicativo (mostrou, masturbou) e o uso de um verbo no pretérito imperfeito (tinha), resgatando, então, a recordação do acontecido, uma vez que ocorreu antes do momento de fala. MENÇÃO DE OUTRA TESTEMUNHA, mas a usuária não fez menção ao assediador. TRAUMA CAUSADO PELO ASSÉDIO: medo de andar sozinha no ônibus. RETWEETADO 40 vezes, CURTIDO 143 vezes e obteve 06 REPLIES. CONVERSACIONAL DIRETO: por estabelecer uma conversação direta com um interagente específico mediante o uso de um outro usuário na conversa. O tweet
USUÁRIA TS 21 de outubro de 2015, às 23:25h MULHER, contudo não há mais nenhuma informação identificável sobre sua idade e/ou ocupação em seu perfil do Twitter. NÃO PODEMOS IDENTIFICAR COMO CASO PESSOAL DE ASSÉDIO SEXUAL: No entanto, a usuária deixa implícito que o assédio sexual aconteceu com ela mesmo, através do uso do pronome oblíquo átono (me) e pelo uso do pronome possessivo (meu) em seu discurso. NÃO HA MENÇÃO DE OUTRA TESTEMUNHA OU ASSEDIADOR,. TRAUMA CAUSADO PELO ASSÉDIO: psicológico abalado RETWEETADO 23 vezes, CURTIDO 11 vezes e obteve 00 REPLIES. NÃO-CONVERSACIONAL: por não estabelecer uma conversação direta ou indireta, visa apenas narrar o acontecido.
USUÁRIA PL 21 de outubro de 2015, às 19:38h MULHER, escritora e com 29 anos de idade, segundo seu perfil do Twitter. CASO PESSOAL DE ASSÉDIO SEXUAL: identificação do uso da 1ª pessoa do discurso, o uso do pronome oblíquo (me) e a identificação de verbos no pretérito perfeito do indicativo (assediou, morou, comentei), resgatando, então, a recordação de tragédia, uma vez que a história exposta ocorreu anteriormente ao momento de fala NÃO HOUVE MENÇÃO DE OUTRA TESTEMUNHA, mas a usuária fez menção ao assediador, UM TIO. TRAUMA CAUSADO PELO ASSÉDIO: silêncio. RETWEETADO 92 vezes, CURTIDO 269 vezes e obteve 04 REPLIES. CONVERSACIONAL INDIRETO: por não se dirigir a um interlocutor específico através da citação de um outro usuário, e sim ao conjunto de usuários que se comunicam através das replies e retweets.
19.05.2018 HORÁRIO DA SELEÇÃO DOS TWEETS. 13 TWEETS SELECIONADOS.
84% DOS TWEETS SELECIONADOS POSSUIAM CUNHO TESTEMUNHAL.
11 T EST EMU N HOS 2 NAO T EST EMU N HOS
03
Parâmetros centrais estipualdos para a confecção da nuvem de palavras: • • • •
redigitação da fala coloquial; remoção de artigos, conjunções e palavras comuns em português; utilização de layout horizontal; e a utilização de paleta de cores em tons de azul.
VERBOS NO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO (começou, mostrou, estava, passou) VERBO NO PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO (tinha)
SUBSTANTIVOS (bunda, cara, ônibus, homem, pênis, tio, primo, escola, praia, anos, mão)
VERBOS NO INFINITIVO (desabotoar, masturbar, reclamar, passar, correr, fugir, gritar) ADJETIVOS (medo, choque, mal)
PRONOMES POSSESSIVOS E OBLĂ?QUOS (minhas, minhas, mim, me)
“SILENCIAR-SE DIANTE DAS TRAGÉDIAS E DO DESCASO PARA COM O HUMANO É ABRIR MÃO DE EFETIVAR O PRÓPRIO PERTENCIMENTO NO MUNDO E, CONSEQUENTEMENTE, ASSUMIR OS RISCOS DE SER SUCUMBIDO POR PRODUÇÕES ACRÍTICAS OU DE SER DIRETAMENTE VÍTIMA DAS BARBÁRIES COTIDIANAS.” OURIQUE E PEDROZO, 2016. P. 208.
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CO NS I D E RACO ES F I NA IS I
O twitter como plataforma testemunhal.
T EST EMU N HOS CABE UNICAMENTE À VÍTIMA CRIAR SEUS MEIOS DE FAZÊ-LO
O TW ITT E R RESSIGNIFICAÇÃO DA PLATAFORMA = SOMA DA WEB 2.0 + TESTEMUNHO E O ATO DE TESTEMUNHAR + CARACTERÍSTICAS DE REDE SOCIAL
L I M ITACO ES A PARTIR DA METODOLOGIA APLICADA E A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DELIMITADA, O PRESENTE ESTUDO NÃO PERMITE EXTRAPOLAÇÃO
Nós estamos apenas procurando conexão Sim, todos nós queremos ser vistos Estou à procura de alguém que fale a minha língua Alguém para seguir essa viagem comigo Posso ter uma testemunha? Você seria minha testemunha? Estou apenas à procura de uma testemunha dentre tudo isso Procurando por uma testemunha para me ajudar a passar por isso Quando você me conta tudo, sem deixar nada de fora Você pode explorar qualquer coisa, você tem os códigos Nada a esconder, está tudo nos olhos deles E nós simplesmente sabemos, oh WITNESS . KATY PERRY
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REFERENCIAS CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. 1 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p. 07-12. CEBRIÁN, Juan Luis. A rede: como nossas vidas serão transformadas pelos novos meios de comunicação. 1. ed. São Paulo: Summus, 1999. GARCEZ, Regiane L. O.; MAIA, Rousiley C. M.. Lutas por reconhecimento dos surdos na Internet: efeitos políticos do testemunho. Rev. Sociol. Polit. v.17, n.34, p. 85-101. 2009. GINZBURG, Jaime. Linguagem e trauma na escrita do testemunho. Conexão Letras, v. 3, p. 61-61, 2008. JAVA, Akshay; SONG, Xiaodan; FININ, Tim. TSENG, Belle. Why We Twitter: Understanding the Microblogging Effect in User Intentions and Communities. WebKDD. San Jose, CA, USA. August. p. 12-15. 2007. Disponível em: <http://portal.acm.org/citation.cfm?id=1348556>. Acesso em: 31 out 2017. LEMOS, Renata; SANTAELLA, Lúcia. Redes sociais digitais: a cognição conectiva do Twitter. 1. ed. São Paulo: Paulus, 2010. OURIQUE, Maiane L. H.; PEDROZO, Eliana R. F. A docência e seus saberes: o valor do testemunho para o ensino. Revista Educação (Porto Alegre), v. 39, n. 2, p. 202-210, maio-ago. 2016. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. 2. ed. Porto Alegre: Sulina (Coleção Cibercultura), 2014. SELIGMANN-SILVA, M. Testemunho e a política da memória: o tempo depois das catástrofes. Projeto História, Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP, n. 30 (Guerra, Império e Revolução), p. 71-98, jun. 2005. TELLES, André. A revolução das mídias sociais. Cases, conceitos, dicas e ferramentas. 2. ed. São Paulo: M. Books do Brasil, 2010.
O B R IGA DX