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São Paulo, segunda-feira 09 de junho de 2015

Ano 26 - Edição 8050

R$ 2,00

“OCDE defende salário mínimo mais baixo para jovens” A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico defende um salário mínimo mais baixo para os jovens e um aumento salarial faseado conforme a idade, para facilitar a entrada dos mais novos no mercado de trabalho.

Estado perde 20 milhões em fraude com IVA nos têxteis

Uma rede com tentáculos espalhados pelo Porto, Lisboa, Braga e Coimbra, em Portugal, e ainda por Espanha, Itália e Inglaterra é suspeita de ter defraudado o Fisco português em dezenas de milhões de euros em IVA e IRC.

Senado aprova regulamentação da PEC das domésticas

Proposta determina contribuição de 8% do empregador ao INSS.

Deputado diz que ‘mulher que bate como homem, tem que saber apanhar como homem’ Fala foi dirigida a Jandira Feghali (PCdoB-RJ) durante sessão na Câmara e provocou indignação entre parlamentares.


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Segunda-feira, 09 de junho de 2015

EDITORIAL

“OCDE defende salário mínimo mais baixo para jovens”

“Um nível mais baixo mas obrigatório do salário mínimo para os jovens pode ajudar a manter os níveis mínimos salariais ao mesmo tempo que serve de compensação a barreiras específicas que os mais novos enfrentam quando tentam entrar no mercado de trabalho”, defende a OCDE num relatório divulgado hoje A organização afirma que “aumentar o salário mínimo de acordo com a idade e em várias fases evita grandes saltos nos custos de trabalho de um ano para o outro e ajuda a reduzir os riscos de os empregadores contratarem e despedirem com base na idade e na antiguidade”. A OCDE lembra que alterações no salário mínimo são mais sentidas “entre as mulheres e os jovens”, sendo que um salário mínimo “demasiado baixo” pode levar a um “indesejável rendimento baixo para um grande número de trabalhadores” e um salário “demasiado alto” pode reduzir o espaço para “premiar os trabalhadores de acordo com a produtividade, levar à redução de postos de trabalho ou de horas de trabalho” para outros trabalhadores. No entanto, a organização sedeada em Paris defende que “um aumento moderado [no salário mínimo] não causou perdas de trabalho significativas e que pode aumentar a produtividade dos trabalhadores”. Ainda assim, o emprego para os grupos em desvantagem, como os mais jovens e mulheres, “pode ser afetado” e alerta que “a redução dos postos de trabalho é mais provável quando os salários são altos no início e quando o mercado de trabalho está enfraquecido, ou seja, depois de períodos de crise”. No relatório divulgado esta quarta-feira, a instituição liderada por Angel Gurría sublinha que “o salário mínimo só por si não é suficiente para reduzir a pobreza” e que “vários fatores”, como a

São-Paulo carga fiscal, podem reduzir a eficácia do salário mínimo nacional” nesta matéria. Por um lado, a OCDE aponta que “um salário mínimo demasiado baixo pode ser simplesmente demasiado baixo para que as famílias saiam da pobreza” e por outro, recorda estudos que demonstram que a pobreza “é muitas vezes resultado de poucas horas de trabalho” e “menos devido a níveis baixos de salários”. Em Portugal, afirma a OCDE, um trabalhador a receber o salário mínimo e com dois filhos a cargo teria de trabalhar mais de 60 horas por semana para não cair abaixo do limiar de pobreza. A organização usa ainda dados de 2013, ou seja, tendo em consideração o salário mínimo nacional de 485 euros (que foi entretanto atualizado para 505 euros por mês).


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Segunda-feira, 09 de junho de 2015

NOTÍCIA

“Domésticas terão FGTS, e patrões pagarão INSS menor” Senado regulamenta multa de 40% nas demissões. Texto vai à sanção presidencial no DF BRASÍLIA - Dois anos após a promulgação da PEC que assegurou aos empregados domésticos os mesmos direitos dos demais trabalhadores, o Senado concluiu ontem a votação do projeto que regulamenta os novos benefícios para a categoria. De acordo com a proposta — aprovada por unanimidade e que segue agora à sanção presidencial — a contribuição patronal para a Previdência cairá de 12% para 8%, o que representa uma derrota para o governo, que tentou manter a alíquota atual, alegando perda na arrecadação de R$ 700 milhões por ano. Por outro lado, os empregadores terão que recolher 8% para o FGTS, além de uma alíquota mensal de 3,2%, como antecipação da multa dos 40% devida nas demissões sem justa causa. Segundo o senador Romero Jucá (PMDB-RR), autor dessa proposta, a antecipação será destinada à formação de um fundo para evitar que o empregador tenha que desembolsar de uma vez a multa de 40% do saldo acumulado no FGTS, em caso de demissão sem justa causa. Na demissão por justa causa, o dinheiro retorna para o empregador, mas não está claro o que acontece com esses recursos se o empregado pedir demissão. Os empregadores terão que pagar mais 0,8% ao INSS para cobrir o seguro acidente de trabalho dos domésticos. Junto com o FGTS, os empregados também garantem direito ao seguro-desemprego, benefício que hoje ainda não têm.O substitutivo da senadora Ana Amélia (PP-RS) ao projeto aprovado na Câmara resultará para os patrões em carga tributária total de 20% sobre o salário, contra 12% atuais. Para os

São-Paulo

senadores, a regulamentação deverá tirar da informalidade cerca de 7 milhões de empregados domésticos, o que reforçará o caixa do governo em cerca de R$ 5 bilhões por ano. As novas regras entram em vigor em 120 dias, a partir da publicação da nova lei, após a sanção.

O QUE FOI APROVADO FGTS: Passa a ser obrigatório. O patrão terá que recolher mensalmente uma alíquota de 11,2%: 8% para o saldo do empregado e 3,2% como antecipação para cobrir uma eventual multa de 40% nas demissões sem justa causa. INSS: A alíquota de contribuição patronal para a Previdência cai dos atuais 12% para 8% e mais 0,8% para cobrir seguro por acidente de trabalho. Os empregados domésticos continuam pagando 8%. Banco de horas: Foram criadas regras para compensar a jornada extra trabalhada pelos domésticos. O prazo de compensação será de um ano, mas as primeiras 40 horas extras terão de ser pagas em dinheiro no mês. Só o que passar disso vai para o banco de horas Imposto de Renda: O gasto do patrão com o INSS do empregado poderá ser abatido na declaração de ajuste anual de Imposto de Renda, como já ocorre hoje.


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ESPORTE

Messi supera Ronaldo e Barça goleia Bayern O atacante argentino marcou dois gols e Neymar acrescentou mais um, o terceiro, na goleada do Barcelona ao Bayern, por 3-0, na primeira mão da semifinal, jogada nesta noite quarta-feira, no Camp Nou. Lionel Messi passa a ser o maior marcador da história da Liga dos Campeões, com mais um gols que Cristiano Ronaldo (77-76).

Estrela da noite, Lionel Messi tomou a dianteira em mais um duelo particular com Cristiano Ronaldo, que tinha marcado o golo do Real Madrid no jogo perdido pelos merengues, por 2-1, em Turim, na terça-feira. Os finalistas da Liga dos Campeões serão conhecidos na próxima semana, após os desafios da segunda mão: Bayern-Barcelona, na terça-feira; Real Madrid-Juventus, na quarta-feira. O Bayern de Munique resistiu até ao minuto 77, quando “La Pulga”, de fora da área, fez o primeiro golo do desafio. O argentino logo fez o 2-0 (80 m), numa jogada sumptuosa, que sentou o gigante Boateng, antes do remate pingado que tornou inútil a saída desesperada do guarda-redes Manuel Neuer. Já nos descontos (90+4), o brasileiro Neymar fechou o marcador em 3-0.

CONHEÇA OS NÚMEROS DA DÍVIDA DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS COM A UNIÃO

Segunda-feira, 09 de junho de 2015 Os 12 maiores clubes de futebol do Brasil acumulam uma dívida de R$ 1,59 bilhão com a União. O valor não inclui dívidas bancárias, com fornecedores e nem impostos estaduais e municipais. Segundo estimativa do próprio governo, as dívidas dos clubes brasileiros com o governo federal estão na casa de R$ 3,7 bilhões. Ou seja, os 12 maiores times do país são responsáveis por mais de 40% total dos débitos. Veja o infográfico abaixo que ilustra a situação:

Guardiola diz que Messi é o maior de todos os tempos: “O comparo a Pelé” Técnico do Bayern elogia o craque: “Ele definitivamente está de volta ao seu melhor” Lionel Messi virou o melhor jogador do mundo sob o comando de Pep Guardiola. O tempo passou, o argentino levou quatro Bolas de Ouro para casa, encarou – e venceu – o antigo treinador e recebeu elogios

São-Paulo consideráveis do ex-chefe. Para o técnico do Bayern de Munique, o argentino é o maior de todos e deve ser comparado ao Rei do Futebol. - Ele é o melhor jogador de todos os tempos. Eu o comparo a Pelé. Fico muito feliz de ver este futebol – disse Guardiola, em entrevista publicada pela “Agência Reuters”, após a vitória do Bayern por 3 a 2 que custou a eliminação da Champions em razão dos gols sofridos fora de casa. Se passou relativamente apagado nesta terça-feira, Messi só não fez chover na partida de ida, vencida pelo Barça por 3 a 0 no Camp Nou. Ele fez dois gols, um deles uma pintura, e ainda serviu Neymar para fechar a conta que deu uma baita vantagem aos catalães. - Ele está de volta, ele está onde eu tive o privilégio de treiná-lo. Ele definitivamente está de volta ao seu melhor - disse Guardiola, que ganhou duas vezes a Liga dos Campeões com o argentino de 27 anos em seus quatro anos no Barça, entre 2008 e 2012. O Barcelona só vai saber seu adversário nesta quarta-feira, após Real Madrid e Juventus irem a campo no Santiago Bernabéu – o time italiano venceu a ida por 2 a 1. Após a derrota, Guardiola não tem dúvida sobre qual será sua torcida. - Quando o Barça tem a bola, eles são extremamente fortes. Espero que em Berlim eles possam conquistar sua quinta taça da Europa. Em sua segunda temporada à frente da equipe bávara, o treinador ficou novamente sem o título mais importante da Europa. E lamentou os problemas de lesão que tiraram jogadores como Robben, Ribéry, Alaba e Badstuber dos jogos decisivos. - Tentamos de tudo. Mas nós tivemos vários problemas (com lesões) e quando você joga com tantos problemas durante dois meses e os jogadores continuam lutando, então a equipe merece um grande elogio.


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Segunda-feira, 09 de junho de 2015

POLÍTICA

Bate-boca entre parlamentares suspende sessão para votação do ajuste BRASÍLIA — Uma chuva de imitações de notas de dólares jogada por sindicalistas que estavam nas galerias do plenário sobre a bancada do PT foi o estopim de um bate-boca entre deputados no fim da tarde desta quarta-feira, durante votação da MP 665, que altera as regras de concessão do seguro-desemprego, do abono salarial e do seguro-defeso para o pescador profissional. A confusão começou após o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), integrante da bancada da bala, dizer à deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) que “mulher que bate como homem, tem que apanhar como homem também”. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a suspender a sessão de votação por cinco minutos. A briga ocorreu porque Jandira acusou o deputado Roberto Freire (PPS-SP) de ter batido nas costas do comunista Orlando Silva (SP) e de ter empurrado seu braço. Quando a parlamentar disse que iria acionar a Comissão de Ética, Fraga gritou ao microfone: — Ah, que que é isso? Jandira respondeu: — O que que é isso, o que? — Mulher que participa da política e bate como homem, tem que apanhar como homem também. É isso mesmo, presidente — rebateu Fraga para, em seguida, chamar os colegas para a briga: — Aqueles que são mais valentes, me procurem logo após aqui (sessão) — discursou Fraga. Em apoio a Jandira, o deputado Glauber Braga (PSB-RJ) disse que não se pode esperar nada de uma pessoa conhecida no Distrito Federal como “matador”. — A fama desse deputado no DF, de matador, não vai me intimidar — disse Glauber. A parlamentar acionará o deputado na Comissão de Ética da Câmara por quebra de decoro e estuda uma ação na Justiça comum.

A deputada Jandira Feghali (de costas) acusou o deputado Roberto Freire (PPS-SP) de ter batido nas costas do comunista Orlando Silva (SP) e de ter empurrado seu braço - Givaldo Barbosa / Agência O Globo

CCJ do Senado aprova por 20 votos a 7 indicação de Luiz Fachin para o STF Indicado por Dilma para ministro, jurista enfrentou sabatina de 12 horas. Agora, indicação terá será votada no plenário em regime de urgência. Após mais de 12 horas de sabatina, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta terça-feira (12), por 20 votos favoráveis e sete contrários, a indicação de Luiz Edson Fachin, 57 anos, para ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Após a aprovação na CCJ, a indicação de Fachin, da presidente Dilma Rousseff, será votada no plenário do Senado, último passo para que o jurista se torne apto a tomar posse como novo ministro no STF. Depois da votação, secreta, os senadores da CCJ aprovaram regime de urgência para deliberação do plenário. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que a votação será na próxima terça (19), mas o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que fará uma reinvindicação para que a indicação seja votada já na sessão desta quarta. A aprovação do requerimento de urgência dá preferência ao texto sobre outras pautas do Senado. “O requerimento de urgência [aprovado na sessão da CCJ] impõe votação preferencial. Portanto, no dia de amanhã, se

São-Paulo o presidente desejar, poderá submeter à votação. E haverá essa reinvindicação para que na sessão de amanhã se vote a indicação do Fachin”, disse Álvaro Dias. “Não vejo nenhuma necessidade, não há razão para adiar para a próxima semana. Normalmente, vota-se rapidamente no plenário”, concluiu. Após a aprovação pela CCJ, Luiz Fachin se emocionou ao ser cumprimentado por familiares. O primeiro telefonema que recebeu foi o do presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski. Situação e oposição O líder do PT, senador Humberto Costa, disse que a quantidade de votos contrários à indicação de Fachin (sete), poderia poderia ter sido maior não fosse o desempenho do jurista na sabatina. Advogado e professor titular de direito civil da Faculdade de Direito do Paraná, Fachin, é professor visitante do King’s College, na Inglaterra, e pesquisador convidado do Instituto Max Planck, na Alemanha. Também atuou como procurador de estado do Paraná. Costa acusou a oposição de ter tentado transformar a sabatina em uma “disputa política” e que a oposição “apequenou-se” durante a sessão. “Acho, inclusive, que o desempenho que teve o doutor Fachin fez com que esse número [de votos contrários], que podeira ser maior, ficasse restrito a integrantes da oposição. Acho que [os oposicionistas] incorreram em uma estratégia equivocada, de tentar transformar uma questão que nada tinha a ver com as contradições entre governo e oposição em mais uma disputa política. Eu acho que a oposição apequenou-se no momento, e o resultado foi o melhor para o país”, criticou Costa. “Em relação ao fato específico com relação à reputação ilibada, foi uma pergunta que não foi respondida. Tem um parecer jurídico de um consultor jurídico que diz que ele não podia exercer a função de procurador de estado e advogado privado”, afirmou. “Acredito que quando você trabalha em um universo muito pequeno, são 27 senadores, cria-se um certo constrangimento a vários senadores”, disse Caiado, lembrando o fato de que os ministros do Supremo são responsáveis por julgar deputados e senadores. Afirmação do Senador Ricardo Ferraço.


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EDUCAÇÃO

178 mil alunos tentaram contrato do Fies, mas não conseguiram, diz MEC Reabertura do Fies a novos contratos custaria R$ 1,8 bilhão em 2015. TRF decidiu suspendeu limitar que obrigava o governo a reabrir o sistema. O Ministério da Educação afirmou à Justiça, para justificar a não reabertura do sistema do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que 178 mil estudantes iniciaram o cadastro de financiamento no sistema no primeiro semestre, mas não concluíram a inscrição até o prazo, e que, para atender a todos esses estudantes, teria que gastar R$ 1,8 bilhão só no ano letivo de 2015. No total, esses novos contratos custariam R$ 7,2 bilhões ao governo federal, segundo nota enviada à Justiça, e divulgada junto da decisão judicial favorável ao MEC. O orçamento do Fies para novos contratos durante todo o ano de 2015 era de R$ 2,5 bilhões e, segundo o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, essa verba foi gasta inteiramente para atender aos 252.442 novos contratos fechados até o dia 30. Por isso, uma nova edição do Fies no segundo semestre deste ano ainda não está garantida. Justiça derrubou liminar O desembargador Cândido Ribeiro, presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), decidiu nesta terça-feira (12) derrubar decisão liminar (provisória) da Justiça Federal do Mato Grosso que obrigava o Ministério da Educação (MEC) a prorrogar, por tempo indeterminado, as inscrições para novos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A ação judicial que exigia a reabertura do prazo de inscrições havia sido apresentada pela Defensoria Pública da União em Mato Grosso. O órgão alegou que os estudantes tiveram os direitos violados, já que não conseguiam ingressar no programa devido

Segunda-feira, 09 de junho de 2015 a problemas na ferramenta de inscrições. Embora houvesse uma decisão judicial determinando a reabertura do prazo, o governo federal não estava cumprindo a liminar, à espera do resultado do recurso protocolado pela Advocacia-Geral da União. O MEC argumentou à Justiça que, em razão de já ter sido atingida a meta estipulada de 250 mil novos contratos financiados, não tinha condições de aceitar todos os pedidos de financiamento, isto é, o sistema não está conseguindo se estabilizar diante da quantidade de estudantes que utilizam e necessitam do FIES para estudar. Desde 30 de abril, data em que se encerrou o prazo para novos alunos se habilitarem ao programa, os estudantes que acessavam o site do MEC se deparavam com a mensagem “o prazo para inscrição no Fies encerrou dia 30.4.2015.” Na análise do recurso, o desembargador do TRF-1 avaliou que, como não há dinheiro disponível no Orçamento de 2015 para bancar mais contratos do Fies, manter a liminar poderia ferir a “ordem pública”. “Na hipótese, a meu ver, estão presentes os pressupostos para o deferimento da medida ora pleiteada, especialmente quanto à lesão grave à ordem pública, consubstanciada na situação e no estado de legalidade normal, em que as autoridades exercem suas precípuas atribuições e os cidadãos as respeitam e acatam, sem constrangimento ou protesto, bem como quanto à economia pública, pelo montante financeiro necessário para atender a demanda por financiamento estudantil, sem previsão orçamentária”, escreveu Cândido Ribeiro. O presidente do TRF-1 destacou ainda em seu despacho que a decisão da Justiça Federal do Mato Grosso “invadiu” competência do Executivo federal, que é quem tem o poder de decidir sobre o destino de verbas públicas. “Na hipótese, as decisões impugnadas, proferidas após exame superficial da questão, invadem a esfera de competência da Administração Pública, em seu juízo discricionário de conveniência e oportunidade, de gerir as verbas destinas no orçamento público, interferindo nas políticas voltadas, na espécie, ao financiamento estudantil, de modo a acarretar grave lesão à ordem e à economia pública”, destacou o magistrado.

São-Paulo

Estudante de medicina fica sem Fies e acumula dívida de quase R$ 20 mil Nathalia Campos, do ES, tem duas mensalidades atrasadas. Em MG, funcionário público pagará as mensalidades para não perder curso.

Nathalia Campos, de 20 anos, pegou um empréstimo no banco para pagar as duas primeiras mensalidades do curso de medicina na Faculdade Brasileira (MultiVix), em Vitória. “Eu acreditei que conseguiria o contrato do Fies e me endividei. Pensei que a situação se resolveria rapidamente”, afirma a estudante, que paga R$ 4.800 mensalmente para fazer o curso. Com as duas mensalidades atrasadas e o empréstimo do banco, a jovem afirma ter uma dívida de quase R$ 20 mil. “Vou tentar negociar com a faculdade. Não quero sair agora, ou eu terei me endividado à toa. Vou me apertar mais um pouco e tentar, pelo menos, terminar o primeiro semestre.” Nathalia procurou a faculdade na tentativa de conseguir um desconto, mas só conseguiu que tirassem os juros das mensalidades atrasadas. “Eu tenho até 30 de junho para pagar os quatro meses que faltam para a faculdade. Dois meses estão atrasados e tem os outros dois meses pela frente”, explica a jovem, que trancará a faculdade assim que concluir este período. “Eu não tenho condições de ficar pedindo empréstimo até o ano que vem. É isso ou largar. E eu vou ter que largar.”


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MUNDO

Coreia do Norte executa ministro da Defesa Acusado de deslealdade, Hyon Yong-chol foi executado com fogo antiaéreo. Centenas de oficiais assistiram à execução.

Segunda-feira, 09 de junho de 2015 sede em Seul, disse à AFP que a execução surpreendente porque “Hyon era considerado um dos três militares mais próximos a Kim Jong-un”. Hyon viajou à Rússia em abril, em parte para preparar a visita de Kim, que iria assistir ao desfile militar de 9 de maio, ponto alto das comemorações da vitória sobre os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O líder norte-coreano finalmente cancelou a viagem justificando “alguns assuntos internos”. Desde que Kim assumiu a chefia do Estado, em dezembro de 2011, já realizou vários expurgos, sendo o principal a execução de seu tio e mentor político Jang Song-thaek, executado em 2013.

São-Paulo prédio que desmoronou no terremoto desta terça-feira (12) em Catmandu, no Nepal Segundo a rede CNN, 39 pessoas morreram no tremor - que teve epicentro 68 km a oeste da cidade de Namche Bazaar, perto do Monte Everest e da fronteira com o Tibet, segundo o Serviço Geológico dos EUA. O terremoto pôde ser sentido no norte da Índia e em Bangladesh. O acampamento base para o Everest também foi sacudido.

Novo terremoto no Nepal provoca pânico e deixa mortos O ministro da Defesa da Coreia do Norte, Hyon Yong-chol, foi executado por deslealdade e por manifestar sua falta de respeito pelo líder supremo Kim Jong-un, informou nesta quarta-feira (13) a agência de Inteligência de Seul. Centenas de oficiais assistiram à execução ocorrida em 30 de abril, disse o subdiretor do Serviço Nacional de Inteligência (NIS) a uma comissão parlamentar, relatou a agência de notícias "Yonhap". Hyon, nomeado para o cargo há menos de um ano, teria sido surpreendido dormindo durante um desfile militar e respondido de maneira inadequada a Kim Jong-un em várias oportunidades, revelou a Yonhap, com base em declarações de um legislador do partido comunista. Hyon foi executado com fogo antiaéreo em uma academia militar na região de Pyongyang, um método já citado em vários relatórios sobre execuções de altos funcionários norte-coreanos. Na Coreia do Norte, o ministro da Defesa é encarregado da logística e dos intercâmbios com o estrangeiro, mas a política militar é determinada pela poderosa Comissão Nacional de Defesa e pela Comissão Militar Central do partido. Yang Moo-jin, acadêmico da Universidade de Estudos sobre a Coreia do Norte, com

Ao menos 41 pessoas morreram e 1.066 ficaram feridas. Tremor ocorre poucas semanas após forte sismo que matou mais de 8 mil

Um forte terremoto de magnitude 7,3 atingiu o Nepal nesta terça-feira (12), matando ao menos 41 pessoas e ferindo 1.066, segundo a agência de notícias Reuters. Vários prédios e estruturas que estavam danificadas pelo terremoto de 25 de abril - que matou 8 mil pessoas no país - colapsaram. Políticos correram para o lado de fora do Parlamento do Nepal e prédios de escritórios balançaram até mesmo no centro de Nova Déli, na Índia. Os tremores foram sentidos também em Bangladesh e foram seguidos por uma série de tremores secundários intensos. Moradores aterrorizados de Katmandu buscaram espaços públicos, temorosos de locais fechados. Trabalhadores humanitários relataram danos graves em alguns vilarejos nepaleses vistos do ar, e testemunhas disseram ter visto rochas e lama atingindo encostas remotas repletas de estradas e pequenas vilas. Escavadeiras removem os detroços de um prédio que desmoronou no terremoto desta terça-feira (12) em Catmandu, no Nepal Escavadeiras removem os detroços de um

Escavadeiras removem os detroços de um prédio que desmoronou no terremoto desta terça-feira (12) em Catmandu, no Nepal. (Foto: Niranjan Shrestha/AP)

Nas cidades indianas fronteiriças com o Nepal morreram cinco pessoas -uma em Uttar Pradesh e quatro em Bihar, de acordo com autoridades, e a mídia chinesa relatou uma pessoa morta no Tibet após deslizamento de rochas sobre um carro. Prédios tremeram em Nova Délhi, fazendo com que funcionários de escritórios corressem para as ruas. Moradores da cidade indiana de Siliguri, perto da fronteira como Nepal, disseram que pedaços de concreto caíram de um ou dois prédios. O Nepal ainda não se recuperou do potente sismo de abril. O forte tremor matou mais de 8 mil pessoas, deixou mais de 17.800 feridos e destruiu milhares de imóveis e monumentos. A destruição foi tamanha que o Nepal ainda continua contando mortos e buscando por desaparecidos. “Estou muito assustado e meus dois filhos estão comigo. O prédio da escola está rachado e vi que partes desabaram”, disse Rhita Doma Sherpa, enfermeira do Centro Médico Mountain, em Namche Bazaar, ponto de partida de alpinistas que seguem rumo ao Everest. “Estava na hora do almoço e todas as crianças estavam do lado de fora, graças a Deus”.



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