REVISTA
PSIKONECT
MARKETING DIGITAL PARA PSICÓLOGOS
POR BRUNO RODRIGUES, PSICÓLOGO RENOMADO QUE VEM REVOLUCIONANDO A PSICOLOGIA
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DE QUE FORMA A PSICOLOGIA VEM ACOMPANHANDO AS MUDANÇAS TRAZIDAS PELA TECNOLOGIA? POR MARINA LEMOS, FUNDADORA DA TOP
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TERAPIA POR BIOFEEDBACK
REALIDADE VIRTUAL: O QUE É POSSÍVEL NESTA ÁREA?
ENTREVISTA EXCLUISIVA COM DANIEL MELLO, PSICÓLOGO E DOUTORANDO PELA USP
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VOLUME 1, NÚMERO 1
ENTREVISTA EXCLUSIVA COM DANILO VIANA, PSICÓLOGO E MESTRE EM TECNOLOGIAS DA SAÚDE
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REALIZAÇÃO:
E MUITO MAIS...
Revista Psikonect - Lançada em abril de 2016 pelo Grupo de Estudo em Psicologia e Tecnologia (GEPT) da empresa TOP, www.topterapiaonline.com.br,
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REVISTA BIMESTRAL
VOL. 1, No 1, ABRIL 2016
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Sobre a Revista Psikonect
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A Revista Digital Psikonect nasceu da inquietude e do desejo de acompanhar as inovações tecnológicas em psicologia. A idéia da Revista é oferecer a você, psicólogo, algo essencial para se tornar um psicólogo do futuro: informações sobre o que há de mais atual e inovador na área da psicologia e tecnologia.
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PSIKONECT Índice 05 De que forma a psicologia vem acompanhando as mudanças trazidas pela tecnologia?
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08 Realidade Virtual: o que é possível hoje nessa área? 11 Terapia por Biofeedback 14 Marketing para psicólogos
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KATTY ZUNIGA:
A ÁREA DA PSICOLOGIA E TECNOLOGIA É DE INEVITÁVEL EXPANSÃO, OFERECE UM CAMPO IMENSO, MAS OS PROFISSIONAIS INTERESSADOS DEVEM TER CAUTELA, RESPEITANDO FRONTEIRAS E LIMITAÇÕES
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DE QUE FORMA A PSICOLOGIA VEM ACOMPANHANDO AS MUDANÇAS TRAZIDAS PELA TECNOLOGIA? POR MARINA LEMOS
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om o crescente acesso da população a diferentes tipos de serviços virtuais, incluindo serviços de saúde, a internet passou a fazer parte da rotina de milhares de brasileiros. Tomando como referência o ano de 2011, vale ressaltar que o total de pessoas que utilizou a Internet aumentou 143,8% em relação a 2005 (em seis anos o crescimento foi de 45,8 milhões de pessoas) e 77,7 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade acessaram a Internet (10 milhões a mais considerando o ano de 2009) (IBGE, 2011). Entre 2012 e 2013, o Brasil ganhou 2,5 milhões de internautas (2,9%), totalizando, aproximadamente, 86,7 milhões de usuários de internet com 10 anos ou mais (IBGE, 2013). Considerando este panorama, fica evidente que o efeito da tecnologia no comportamento humano e no mundo do trabalho já é uma realidade da qual a psicologia, enquanto profissão, vem se aproximando ao oferecer serviços psicológicos online, ou seja, ao usar a tecnologia como instrumento de trabalho, ampliando as suas possibilidades neste novo mercado. Este acesso do psicólogo ao trabalho online ou teletrabalho vem sendo possível porque o Conselho Federal de Psicologia (CFP) tem estabelecido diretrizes para nortear o trabalho dos psicólogos que
utilizam o ambiente virtual como espaço de atuação. Por exemplo, em 2000, este Conselho baixou a Resolução CFP 006/2000, que institui a Comissão Nacional de Credenciamento e Fiscalização dos Serviços de Psicologia pela Internet, órgão do CFP responsável por: “[…] desenvolver critérios para avaliar a qualidade dos serviços psicológicos oferecidos pela Internet; acompanhar o credenciamento e fiscalizar os sites de atendimento psicoterapêutico mediado pelo computador; acompanhar a certificação dos sites de pesquisa sobre atendimento mediado pelo computador que tenham sido aprovados por Comitê de Ética em Pesquisa reconhecido pelo CFP.” Em 2012, a Resolução CFP 011/2012 ampliou as possibilidades de serviços mediados pelo computador, ao regulamentar os serviços psicológicos realizados por meios tecnológicos de comunicação à distância, o atendimento psicoterapêutico em caráter experimental e revogar a Resolução CFP N.º 12/2005.
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Com estes avanços já existem 465 sites cadastrados no Conselho Federal de Psicologia com permissão de funcionamento para oferecerem serviços psicológicos online.
Souza (2013), chama atenção para o fato de que muito dessa visão vem da crença de que relações virtuais são dissimuladas e, inevitavelmente, superficiais e descartáveis.
Estes dados/fatos revelam que a psicologia brasileira online vem avançando, embora, no momento, só é permitida a orientação psicológica online com, no máximo, 20 sessões .
Esta situação pode interferir no processo de aproximação da psicologia com as mudanças trazidas pela tecnologia das seguintes formas: 1) dificultando a visualização de possibilidades de aplicação da tecnologia pela psicologia; 2) impedindo que a evolução da tecnologia no âmbito da psicologia ocorra de maneira rápida, efetiva e menos burocrática; 3) limitando a inserção dos psicólogos em pesquisas sobre psicologia e tecnologia, e, portanto, o avanço desta área já que as pesquisas podem contribuir, inclusive, para a criação e/ou reformulação de leis do CFP que regulamentem os serviços mediados pelos meios de comunicação tecnológicos.
Para o uso da tecnologia de forma mais abrangente, há indicações de testes informatizados. Limonge (2006), relata que “[…] sem pretender fazer previsões, pode-se dizer que apesar de todas as dificuldades práticas relacionadas, o futuro da informatização dos testes deverá ser mais promissora do que o atual quadro, não muito otimista”. O desenvolvimento de aplicativos de auto ajuda ou de psicoeducação para celulares e tablets ainda é uma area pouco explorada pelos psicólogos. É compreensível a cautela em relação à aplicação de tecnologias que já são validadas no trabalho do psicólogo presencial para o trabalho online mas, se considerar a velocidade do desenvolvimento tecnológico e o fato de que em países como Canadá, Reino Unido e EUA já é permitida a psicoterapia online, pode-se inferior que, o Brasil precisa investir urgentemente nessa área sendo necessária a construção de uma cultura de uso da tecnologia por parte dos psicólogos brasileiros para que possam atender às demandas atuais e futuras da sociedade brasileira. Este atraso pode ser explicado pelo fato de que ainda existem barreiras no uso da tecnologia pela psicologia, alimentadas por mitos e preconceitos de que o relacionamento virtual é algo irreal ou falso, que não existe interação humana através da internet, que não é possível criar um vínculo terapêutico de qualidade no ambiente virtual, entre outros, fazem parte do imaginário de muitas pessoas inclusive dos próprios psicólogos.
Esta breve explanação suscita alguns questionamentos: quais as dificuldades que precisam ser superadas para que a psicologia brasileira avance “de mãos dadas” com a tecnologia? Até que ponto mitos, preconceitos, escassez ou reduzido conhecimento das inúmeras possibilidades que a tecnologia traz ao mundo psi estão interferindo neste avanço? Uma coisa é certa: a desmitificação do trabalho online, pelo psicólogo, deve ser algo a ser pensado para que a psicologia possa avançar no atendimento às demandas da sociedade brasileira. Uma contribuição importante poderá vir através de psicólogos que fazem apenas atendimento presencial mas que recebem clientes que apresentam “queixas” relacionadas com situações que aconteceram no ambiente virtual e que precisam ser discutidas e resolvidas. Por exemplo, um cliente relata que está sendo traído online ou que está viciado na internet.
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Como o psicológo vai atendê-lo, se não lida com o atendimento online e/ou desconhece os temas que nele perpassam? Souza (2013), assinala que existe possibilidade de usar a tecnologia em atendimentos presenciais, através de softwares com fins terapêuticos, testes informatizados, além da criação de formulários eletrônicos que facilitem a organização de dados e a pesquisa epidemiológica. Como se pode observar, a psicologia online (psictech) é uma area que traz para a psicologia um novo posicionamento no mercado de trabalho e contribui para uma mudança de cultura no modo de pensar sobre a psicologia. É louvável o cuidado que o Conselho Federal de Psicologia vem tendo em relação ao uso da tecnologia no âmbito da psicologia, mas é importante frisar que o número de pessoas dispostas a participar deste mundo online, para receber assistência psicológica, é um fenômeno que tende a crescer na sociedade atual (brasileira e mundial). Portanto, a web apresenta um caminho repleto de possibilidades e benefícios para a psicologia e seus clientes. Este momento é mais do que apropriado para investimentos neste universo.
Sobre a autora
Marina Lemos é psicóloga, morou em Londres por 5 anos onde conclui o Mestrado pela Kingston University e realizou o treinamento sobre o atendimento psicológico online pela Online Counselling Services & Trainning (OCST). Deixou a cidade Londrina em agosto de 2015 para seguir outro sonho: tornar-se uma psicóloga nômade digital e morar em vários países da Ásia por um longo período de tempo. Atualmente, está na Tailândia e é fundadora da TOP, empresa especializada na prestação de atendimento psicológico online para brasileiros que moram em qualquer parte do mundo. Sua missão é inspirar e ajudar psicólogos que desejam utilizar a tecnologia para trabalhar e viajar ao mesmo tempo.
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Referências IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 10 ago. 2015. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 10 ago. 2015. Limonge, N. 2006. Testes informatizados – uma nova visão. In: Prado, O. Fortim, I. Consentino, L. 2006. Psicologia & informática: produções do III. psicoinfo II. jornada do NPPI / Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. 1ª edição CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP nº 012/2005: regulamenta o atendimento psicoterapêutico por meios tecnológicos de comunicação à distância, o atendimento psicoterapêutico em caráter experimental e revogar a Resolução CFP N.º 12/2005. Disponível em: <http://www.pol.br/legislacao/pdf/resolucao /2005-12.pdf>. Acesso em: 3 ago. 2015. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP 011/2012: regulamenta os serviços psicológicos mediados pelo computador e revoga a Resolução CFP nº 003/2000. Disponível em: <http://www.pol.br /legislacao/pdf/resolucao/2012-11.pdf>. Acesso em: 3 ago. 2015. Souza, G. Os Psicólogos e a Informática. 2013. Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática (NPPI). PUC, Sao Paulo.
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ENTREVISTA EXCLUSIVA
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REALIDADE VIRTUAL: O QUE É POSSÍVEL NESTA ÁREA?
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realidade virtual pode ser aplicada com resultado no tratamento de algumas questões emocionais? Sim. O psicólogo Danilo Viana, que desde 2012 vem utilizando a realidade virtual no contexto terapêutico e realizando pesquisas acerca do tema, relata sobre a sua trajetória profissional e traz um panorama da realidade virtual no Brasil. Danilo, apaixonado por essa temática, foi em busca de novas formas de aplicar e trabalhar técnicas já consolidadas no universo psicológico e em 2014 concluiu o Mestrado em Tecnologias em Saúde pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
TOP – O que é realidade virtual? Danilo Viana – A realidade virtual é uma
tecnologia que permite ao usuário interagir com um ambiente recriado através de um programa de computador. Neste ambiente, busca-se criar sensações de realidade em tempo real. Na psicologia, um dos focos da realidade virtual é a de servir como ferramenta auxiliar na aplicação de técnicas tradicionais da psicologia, e não de substitui-las.
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ENTREVISTA EXCLUSIVA
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TOP - Como você se aproximou da área da realidade virtual? Danilo Viana - Eu sempre fui um grande adorador de
games. Quando menino pensava em trabalhar com a produção de jogos eletrônicos, contudo, o deficiente mercado brasileiro existente na época para este tipo de prática e minha falta de habilidade com disciplinas como física e matemática me fizeram desistir deste sonho inicial. Minha aptidão com as áreas de ciências humanas me guiou pelo ramo da psicologia, mas não desisti completamente dos jogos eletrônicos e da realidade virtual, pois entre minha formação e minha consolidação enquanto profissional psicólogo trabalhei com a venda de jogos eletrônicos, o que acarretou para mim numa maior bagagem de conhecimento sobre a área. Comecei a trabalhar com a Realidade Virtual em 2012, quando fui convidado pela Escola Bahiana de Medicina para fazer parte da primeira turma do Mestrado de Tecnologias em Saúde. Durante os dois anos que permaneci no curso, desenvolvi um estudo sobre a aplicação de uma realidade virtual não imersiva para o tratamento de pessoas com medo de dirigir. No estudo eu utilizei o console Xbox 360, o periférico de sensor de movimentos do sistema conhecido como Kinect e um jogo de corrida do sistema. Através do Kinect, o participante interagia com carros virtuais, tanto abrindo portas do carro quanto o dirigindo, apenas com gestos das mãos. Foi um estudo piloto que trouxe resultados significativos, apesar de não conclusivos. Em 2012, fundei o grupo Virtual Vita, grupo de terapias e pesquisas em realidade virtual.
TOP - Como tem sido a evolução da realidade virtual no Brasil? Danilo Viana - Infelizmente, o trabalho com a
realidade virtual ainda é algo muito desconhecido, marginalizado e desvalorizado dentro do universo prático da psicologia no Brasil. Aqui é muito mais comum vermos a aplicabilidade de jogos eletrônicos e realidade virtual em áreas como medicina, fisioterapia e engenharia/arquitetura, pois é mais elevado o reconhecimento e aceitação científica, acadêmica e social da utilização dessa prática nessas áreas, que é o que falta dentro do universo psicológico. Na área da medicina, por exemplo, temos o MIST e o ICU SIMULATOR que são sistemas de RV utilizados para facilitar o aprendizado da anatomia humana e para contribuir com a formação de profissionais com melhor habilidade e eficiência em procedimentos cirúrgicos (Santos, 2005). Na fisioterapia já existe uma prática reconhecida como Wiireabilitação, onde os profissionais utilizam jogos do console Wii e sua tecnologia de sensor de movimentos para reabilitar pacientes com problemas físicos e neurológicos. Além disso, existem outros projetos, como o da Interface para Reabilitação Motora utilizando a Realidade virtual (IRMRV) (Santos, 2009).
TOP - Como tem sido os estudos feitos no Brasil sobre a utilização da realidade virtual no tratamento de fobias? Danilo Viana - No Brasil existem estudos feitos sobre a
utilização da realidade virtual no tratamento de fobias urbanas e específicas (Medeiros, 2004; Medeiros; 2005 e Kristensen, 2010), contudo boa parte destes estudos não são feitos por psicólogos, mas sim por profissionais da área de engenharia da computação. Além disso, raramente presenciamos essas práticas saírem da teoria e serem aplicadas dentro do consultório, ficando sempre na falácia de um possível futuro que nunca chega. A impressão que se dá é a de que, em pleno século 21, a psicologia e seus representantes resistem em aceitar a aderência da RV como uma ferramenta auxiliar no tratamento de enfermidades psíquicas. Preferem ficar numa zona de conforto, estacionados em práticas ortodoxas e onde seus maiores representantes (Freud, Skinner, Lacan) nem coexistem mais com as mesmas. Não estou aqui subjugando os valores dessas abordagens oriundas destes grandes mestres, estou apenas sugerindo que elas precisam se adaptar a um novo mundo, que não é mais analógico, mas sim digital. Por isso, acho de suma importância, a relevância que profissionais como você e eu damos para este tema, pois seremos responsáveis por atualizar uma ciência, que apesar de recente, já requer um novo gás de transformação e um repensar no fazer do saber e da prática psicológica. –
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ENTREVISTA EXCLUSIVA
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TOP - Como tem sido a sua experiência com a aplicabilidade da realidade virtual no contexto terapêutico? Danilo Viana – Na mesma época que iniciei o Mestrado,
TOP – Quais os equipamentos você utiliza para disponibilizar a realidade virtual como ferramenta de trabalho? Danilo Viana – Para manejar e disponibilizar a RV
como ferramenta de trabalho o, Virtual Vita dispõem de diversos equipamentos como: Notebooks, uma televisão hd, o console Wii da Nintendo, o periférico Wiifit (Balança), o console Xbox 360, o periférico Kinect e diversos jogos de ambas plataformas. Porém, os equipamentos descritos acima conseguem apenas produzir aquilo que chamamos de realidade virtual não imersiva (a imagem é visualizada pelo usuário numa tela plana, e não ao redor do mesmo). Devido a isto, eu adquiri atualmente para o Virtual Vita o equipamento conhecido como OculusRift Dk2, que é um capacete de Realidade Virtual (HMD) onde, através do mesmo, o usuário consegue imergir num mundo virtual para vivenciar experiências diversas sem sair do consultório. Tenho utilizado esse equipamento para ajudar no tratamento de pacientes com medos e fobias diversos como medo de altura, medo de viajar de avião, medo de elevador, medo de dirigir, de falar em público, e até para desenvolver repertórios sociais de comunicação assertiva para aquelas pessoas que tem dificuldade de se expressar em encontros amorosos.
fundei com o Fisioterapeuta Victor Arnaut, o grupo de pesquisas e práticas psicológicas em Realidade Virtual nomeado de Virtual Vita, que possui como objetivo proporcionar, a longo prazo, benefícios físicos e psicológicos para a sociedade. As atividades do grupo são realizadas dentro da Clínica Amar, situada na cidade de Salvador – BA. Durante seus 2 anos de existência, o Virtual Vita já recebeu pacientes com enfermidades psicológicas e neurológicas, como o mal de Alzheimer. Pessoas com transtornos como a acrofobia (medo de altura), claustrofobia (medo de lugar fechado), amaxofobia (medo de dirigir), medo de voar e até mesmo pacientes com embotamento afetivo (raiva, ódio, tristeza)já foram expostas a tratamentos com realidade virtual. –
Sobre o entrevistado
Psicólogo pela UNIFACS (2009) e Mestre em Tecnologias em Saúde pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (2014). Atua como Psicólogo na empresa Dirigindo Bem, que trabalha com habilitados que possuem medo de dirigir, e na Clínica AMAR: mente e corpo. Além disso, é Professor de Psicologia na Universidade Regional da Bahia (UNIRB). É um dos membros fundadores do grupo Virtual Vita, grupo de terapias e pesquisas em realidade virtual. Faz palestras e ministra cursos sobre a utilização de novas tecnologias (Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Virtualidade Aumentada, Redes Sociais Virtuais, etc.) dentro do contexto psicológico. daniloav_psy@outlook.com
Terapia por Biofeedback Entrevista com o psicólogo e Dotourando da USP, Daniel Mello
TOP - O que é biofeedback? DANIEL DE MELLO - É uma técnica em que o próprio indivíduo treina seu controle sobre diversos processos fisiológicos, como diminuição dos batimentos cardíacos, resultando na diminuição de stress e ansiedade. Esse treino é feito através dos aparelhos de biofeedback, que mensuram esses processos orgânicos em tempo real e oferece os dados necessários para o individuo se conscientizar das suas reações fisiológicas e controlá-las.
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ENTREVISTA EXCLUSIVA
TOP - Como surgiu o seu interesse pelo biofeedback? DANIEL DE MELLO - No consultório, sempre me deparei com muitos casos de pessoas que sofriam de transtorno de ansiedade, TDH, stress e como psicólogo, estamos sempre buscando novas técnicas e ferramentas que nos auxiliam no tratamento dos nossos casos. Em uma das minhas buscas por uma alternativa de tratamento mais objetivo, me deparei com alguns vídeos americanos sobre o biofeedback que me surpreenderam. A partir daí, comecei a estudar biofeedback nos Estados Unidos, técnicas de aplicação, tipos de aparelhos eo que cada um oferece. Quando comecei a tratar meus pacientes com o biofeedback, obtive uma melhora visível em todos os casos em que ele foi utilizado, o que me fez estudar cada vez mais sobre as possíveis aplicações desta técnica. TOP - O que são aparelhos de Biofeedback? DANIEL DE MELLO - Existem vários tipos de aparelhos de Biofeedback, alguns são utilizados na psicologia, outros na medicina, mas o que todos tem em comum, é que eles mensuram com muita precisão sinais fisiológicos. No caso dos aparelhos utilizados na psicologia, é possível mensurar níveis de ansiedade, estresse, atenção, entre outros, e com esses dados, conseguir um feedback em tempo real de como o paciente está se sentindo. Através deste conhecimento, o psicólogo utiliza algumas técnicas para orientar o paciente a se autorregular.
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TOP - Como eles funcionam? DANIEL DE MELLO - De maneira geral, esses equipamentos capturam um sinal fisiológico como EEG, EKG, condutância galvânica, temperatura da pele, entre outros, e os utiliza como marcadores ou indicadores de condições fisiológicas. Esses aparelhos tratam e amplificam esses sinais, e os enviam para softwares especializados, que fornecerão o feedback visual, sonoro ou até cinético. TOP - Como funciona a terapia com o biofeedback? DANIEL DE MELLO - O biofeedback pode ser associado a outras técnicas trabalhadas dentro da terapia, ele é mais uma ferramenta que temos para nos ajudar nos tratamentos de ansiedade, stress e alto rendimento no esporte. O tratamento com o biofeedback pode ser apresentado ao paciente com um jogo. Ao longo desse jogo, o paciente vairecebendo feedbacks positivos enquanto mantiver o nível de estresse baixo, reforçando assim o seu estado de relaxamento. Um dos jogos mais conhecidos é o de corrida, nele o paciente controla a velocidade do seu carro, que corre mais rápido quando ele diminui seus batimentos cardíacos e perde velocidade se eles aumentarem. Durante o jogo, o paciente vai se autorregulando através de técnicas de respiração e controle ensinadas pelo psicólogo. A ideia é que após estabelecer este controle dentro do jogo o paciente utilize essa mesma técnica em momentos de ansiedade no seu cotidiano.O biofeedback auxilia tanto no controle direto da psicofisiologia, a partir de jogos, como também, fornecendo informações sobre o estado psicofisiológico para o psicólogo, que consegue extrair do software, gráficos com informações detalhadas sobre como o corpo do paciente está se comportando naquele momento. Isso é muito útil, por exemplo, em dessensibilizações, em que o paciente está sendo exposto de maneira imaginária, real ou virtual a algo que é ansiogênico para ele, e o biofeedback fornece informações em tempo real sobre o estado de sua ansiedade.
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ENTREVISTA EXCLUSIVA
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TOP - Quais os resultados esperados? DANIEL DE MELLO - Com o biofeedback buscamos a redução do estresse e da ansiedade. Tanto a ansiedade geral, quanto a condicionada a certas situações. No caso do neurofeedback é possível utilizá-lo para diversas psicopatologias como TDAH, depressão, transtornos de ansiedade, e muitas outras TOP - Quem mais pode se beneficiar de um trabalho com biofeedback? DANIEL DE MELLO - O Biofeedback pode ajudar muito no tratamento de pacientes ansiosos, e neste grupo podemos incluir, desde pacientes com um transtorno de ansiedade, até pacientes que buscam a redução da ansiedade para um evento especifico, como uma defesa de mestrado, ou dar uma palestra.Outro tipo de paciente que pode se beneficiar deste tratamento são os atletas de alta performance, que precisam controlar a ansiedade em competições e situações de stress, como bater um pênalti ou cobrar uma falta. TOP - Existem muitos profissionais especializados em biofeedback? DANIEL DE MELLO - O número certamente está crescendo rápido. Ainda não é uma técnica plenamente conhecida, pois raramente é mencionada durante a graduação. Geralmente os profissionais conhecem em cursos de pós graduação em áreas relacionadas a TCC, neuropsicologia ou psiquiatria. Apesar de não ser uma técnica nova, o aprimoramento da tecnologia está barateando o custo dos aparelhos, deixando bem mais acessível para o psicólogo. TOP - Quanto tempo dura o tratamento? DANIEL DE MELLO - Depende da psicopatologia (ou não) do paciente e seu engajamento no tratamento. O que temos que ter em mente é que o biofeedback é mais uma ferramenta que entra no escopo de técnicas do psicólogo. O objetivo não é que,
em momento algum, ele deixe sua abordagem para apenas aplicar biofeedback, mas que ele integre essa técnica como uma maneira de facilitar e acelerar o tratamento.
TOP - É possível encontrar cursos de Biofeedback aqui no Brasil? DANIEL DE MELLO - Sim, hoje em dia um psicólogo poderá ter uma introdução ao biofeedback em alguns cursos dentro da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) ou realizar um curso especifico de Biofeedback. Eu leciono um curso de Biofeedback pelo Instituto de Tecnologia na Saúde (ITS), ensinando técnicas e aplicações do Biofeedback, explicando diferença entre aparelhos, o que cada um oferece, vantagens e desvantagens, protocolos e dividindo um pouco da minha experiência com meus alunos, após o curso, organizo turmas de supervisão para dar suporte a eles que podem trazer seus casos e suas dúvidas.
Sobre o entrevistado Daniel Donadio de Mello � Psicólogo Clínico e Esportivo; Doutorando pela EEFE - USP � Pesquisador do Laboratório de Psicossociologia do Esporte da USP; Membro da International Association of CyberPsychology, Training, and Rehabilitation; � Formacao em TCC, Neurofeedback pelo AddCentre - Toronto, em Biofeedback pela Fundação de Medicina Comportamental dos EUA; � Certificado em Neurofeedback pelo Sina-Psi, em Neuro-engenharia pela UFMG, em Neurofisiologia do Controle Motor pela UFMG; � Professor de Biofeedback no Instituto de Tecnologia na Saúde, Centro de Estudos em TCC e Associação Paulista da Psicologia do Esporte; Coordenador de Tecnologia da APPEESP www.itecsaude.com.br/ www.neuroway.com.br daniel@neuroway.com.br
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MARKETING E PSICOLOGIA
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MARKETING PARA PSICÓLOGOS POR BRUNO RODRIGUES Quantas vezes ouvi de pacientes a seguinte frase: "- Ah se eu soubesse que me faria tão bem teria procurado antes". E normalmente afirmam não terem procurado antes devido ao fato de acharem que poderiam resolver sozinhos, ou que o psicclogo não poderia ajudar...
Marketing e Psicologia combinam? Lembre neste instante de suas aulas de ética, serão importantes para uma boa análise deste texto. Muitos psicólogos afirmam que existe um preconceito muito grande com relação aos serviços oferecidos pelo psicólogo e que um dos motivos é a falta de informação, dizem eles que as pessoas não sabem o que faz o psicólogo e por isso a procura é tão baixa, se comparado a outros profissionais. Concordo que realmente a falta de informação é um dos motivos entre vários. Realmente muitos não sabem o que é um psicólogo, o que ele faz e tão pouco sabem que muitas das suas dificuldades pessoais, são amplamente estudadas pela profissão que possui recursos para trabalhar os mesmos. Por exemplo, quantas pessoas que possuem problemas de auto estima e nem imaginam que um psicólogo poderia auxiliá-la.
Bem, o assunto deste texto não são os motivos que impedem as pessoas de procurar o psicólogo, só quero começar com a seguinte comparação. Realmente muitas pessoas não procuram o psicólogo por não saberem o que realmente ele faz, e neste tempo todo lidando com psicólogos percebo que eles, que reclamam tanto disso, do que chamam de senso comum das pessoas, fazem a mesma coisa com relação a outros assuntos e entre eles o marketing. Falam de marketing sem nem saberem o que é. Assim como muitos falam da psicologia sem nem entenderem com clareza o que é a psicologia. Então, antes de falar sobre marketing, é necessário entender um mínimo possível. Marketing e psicologia tem muito mais ligações do que alguns pensam e podem sim trabalharem de mãos dadas. O marketing é uma ciência, e tal qual a psicologia, possui linhas diferentes e vem se desenvolvendo com o passar do tempo.
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MARKETING E PSICOLOGIA
Esqueça aquela antiga ideia de que marketing serve para induzir as pessoas a comprarem ou desejarem algo que não queiram. Pode ser usado para isso? Sim, com certeza. Mas existem várias formas de fazer marketing, algumas delas se encaixam inclusive perfeitamente com a proposta de nossa profissão. Temos um código de ética moderno, que não é um vilão, muitos temem o código de ética, quando ele deveria ser simplesmente seguido, respeitado, como um bom aliado. Se você chegou até aqui pensando que marketing para psicólogos significa sair por aí dizendo: "Agende uma consulta", espalhar cartões, folhetos, ou criar um outdoor no centro da cidade falando do seu trabalho, esqueça, você está no lugar errado. Aliás, uma das coisas que não devemos fazer é induzir ninguém a procurar nossos serviços. Tudo o que irei ensinar daqui para a frente NÃO tem como objetivo induzir ninguém a procurar pelos nossos serviços. Vejo por aí 3 situações diferentes:
ABRIL 2016
Entre aqueles psicólogos que não fazem marketing adequadamente, vejo muitos fazendo SPAM, saem na internet postando cartões de visita em todas as páginas que conseguem, invadem grupos no Facebook, não leem as regras do grupo e ficam divulgando seu trabalho de uma forma agressiva. Outros que postam quase todo dia: -
Agende uma consulta! - Você precisa fazer terapia!
Será que de fato isso é eficiente? Não fazer nada é pior ainda. Estes últimos erram, mas acredito que por ingenuidade, acham que dará certo e se arriscam. Philip Kotler, um dos grandes nomes do Marketing Mundial, afirma que: "Não fazer marketing do seu trabalho é o mesmo que, um rapaz, interessado em uma moça, picar para ela no escuro. O rapaz sabe o que está fazendo (piscando) mas a moça nem imagina". Acho incrível esta frase. A primeira vez que ouvi, lembrei do meu começo na clínica, ao final de cada sessão, recheada de emoção, ao me despedir dos pacientes eu pensava: " - Uauuu que processo incrível, como é que pode ter tantas pessoas que não fazem terapia?
psicólogos que não fazem marketing, por não saberem como fazer ou por medo; -
psicólogos que fazem um marketing horrível, péssimo e que não trás resultados eficientes; -
e profissionais que agradam, ensinam, instruem e fazem um marketing agradável, ético e eficiente; -
Mas, voltando ao Marketing, ele tem passado por muitas alterações ao longo da história, cada vez mais focado no bem estar do consumidor. Falarei mais sobre isso em outro texto. Por enquanto, faço aqui algumas sugestões.
Bruno Rodrigues Psicólogo clínico, especialista em relacionamentos e criador do primeiro e único curso sobre marketing para psicólogos do Brasil. Depois de optar por seguir uma carreira na clínica e largar o emprego, passou por dificuldades, teve que aprender técnicas de empreendedorismo e marketing digital, e se tornou tão bom nisso que agora ensina outros profissionais a fazerem o mesmo. bruno@parapsicologos.com.br/ www.brunorodrigues.psc.br
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