OCTAmag #2

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Apresentação

Por que você escolheu estudar Moda?

F

oi assim que começou nossa primeira aula no curso de Design de Moda da UDESC. Muitos escolheram o curso porque adoravam desenhar, outros porque tinham o dom da costura e ainda havia aqueles que queriam aprender mais sobre esse tal fenômeno social que é a Moda. Dentro do CEART passamos alguns anos, estudamos sociologia e história, ficamos horas no ateliê, furamos alguns dedos durante as aulas de Moulage, desenhamos diversos esboços de coleções e claro, fizemos muitas amizades. Hoje, essa turma está pronta para concluir mais uma etapa. Na passarela você irá assistir ao desfile dos 41 alunos que estão se formando no curso este ano. Um trabalho iniciado há 18 meses quando, a partir do tema geral do desfile - Brasis cada aluno buscou um conceito individual para expressar através de sua coleção.

Além do evento Octa Fashion 2013, preparamos também a 2ª edição da OCTAmag, uma revista de moda feita por alunos e colaboradores. Matérias de jornalistas de moda, entrevistas de alunos que já passaram pelo nosso curso, além dos editorais produzidos com as peças das coleções desfiladas. Tudo isso poderá ser apreciado aqui. Foram meses de trabalhos, noites mal dormidas, choros, crises de ansiedade e muitos momentos de orgulho ao ver nossas coleções ficarem prontas. Deixamos aqui o nosso muito obrigado a todos que participaram desse projeto, aos professores do Departamento de Moda que nos acompanharam na vida acadêmica e aos profissionais, amigos e parceiros, que colaboraram na produção da revista. Aproveitem! Formandos Moda/UDESC 2013

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Sumário

6 7 10 24 40 57 60 62

Moda UDESC: um curso de excelência Processo Criativo Catálogo BLOCO 01 Catálogo BLOCO 02 Catálogo BLOCO 03 OCTAmag

64 72 88 86

Minha memória tem cheiro de flor

108 Cool [Hunter]

Desamparo

110 Consumidor,

A Tale of Two Sisters

112

Profissão: Stylist

116 Colaboradores

88 Por trás do Glamour

o todo poderoso

Make| Hair

118 Bastidores

90 Minimal

Sob o olhar de Patrícia Lima Moda para contar história

96 Texturas 97 Neon Heart

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Moda UDESC: um curso de excelência

A cada ano, uma nova turma de bacharéis em Moda confirma o alcance do objetivo geral do curso superior em Moda da UDESC “Formar designers em moda capacitados para atuar no planejamento, criação e desenvolvimento de produtos e intervir em processos industriais na cadeia produtiva têxtil e de confecção”. A turma deste ano não o fez diferentemente. Com sua criatividade e juventude, os quarenta e um formandos que desfilam dia 14 de novembro confirmam a nota máxima recebida pelo curso, recorrentemente, nas avaliações realizadas pelas comissões do MEC. A trajetória desses designers de moda começou há muito tempo, no mínimo há quatro anos, quando entre tantas profissões a escolher e Universidades a freqüentar optaram pela Moda e pela UDESC. Passando por diversas disciplinas de desenho, de laboratório experimental de confecção, de modelagem, de pesquisa e produto de moda, de design têxtil e muitas outras teóricas e práticas, eles, nas vésperas de mais uma comemoração da proclamação da República brasi-

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leira, proclamam, também, o talento, a capacidade de inovação e de experimentação que carregam consigo e que materializam em seus três looks desfilados. Sem dúvidas, esses jovens designers têm muito a agradecer aos seus professores. Homens e mulheres que se dedicam, incessantemente, para oferecer um curso de qualidade, onde os conteúdos abordados não se fecharam em concepções ultrapassadas, pois sempre em busca de capacitação os vinte e dois profissionais lotados no Departamento de Moda crescem no cenário nacional de pesquisa de moda e são referências no pensar e difundir o conhecimento acerca do universo da aparência, em seus múltiplos aspectos. Parabéns a todos! Mara Rúbia Sant’Anna Chefe do Departamento de Moda


Processo Criativo “Nunca me restringi à maneira convencional de cortar uma jaqueta. Desde cedo, percebi que o importante é ser curioso. Você não deve ficar assustado ou esconder-se atrás de ideias preconcebidas. É preciso experimentar. Você simplesmente faz e isso é bom porque você descobre uma energia que o alimenta. Não há regras”. John Galliano

Sala lotada, público ansioso, fotógrafos preparados. Os releases falam de “Brasis”. “Brasis” de clima político, de arte, de lembranças da terra. Temas repletos de mensagens, atitudes e conceitos, que ampliam os significados do que é a ação fundamental da roupa: cobrir-se. Assim, torna-se uma experiência extraordinária, assistir a um desfile ao vivo repleto de roupas lindas e ver coleções estrategicamente desenhadas, para nos fazer cobiçar coisas que nem estávamos imaginando. Esse é o poder da moda, criar desejos! Para chegar a este momento mágico, os estudantes da oitava fase do curso de Bacharelado em Design de Moda da UDESC desafiaram-se e trabalharam arduamente para criar suas coleções. Enxergaram além da roupa, combinaram novas texturas, estampas, bordados e modelagens. Mas de onde surgem tantas ideias? Nossos novos estilistas se superaram em um esforço pessoal para desenvolver sua criatividade, fazendo referências a uma série de fontes e influências relevantes, dentro do tema de coleção escolhido para o Octa Fashion 2013: “Brasis” no qual é discutido, não apenas um país com uma única memória e uma única cultura, mas sim uma pluralidade de identidades nacionais que representam o Brasil. Com inspirações na arte, história, política, sustentabilidade ou arquitetura, fizeram-se valer de diversas ferramentas de pesquisa entre livros, fotografias e até mesmo de histórias contadas ou histórias pessoais. Assim, a criatividade dos alunos foi colocada a toda prova, com incansáveis estudos de formas e volumes em centenas de esboços, potencializando o processo criativo e resultando em um vasto material, a fim de

Prof. José Alfredo Beirão

estabelecer um diálogo entre o tema, conceito, produto final e apresentação em desfile. Dessa maneira, cada coleção reflete uma perspicaz redefinição de tendências, mediante o uso de cores, tecidos, proporções e justaposições, fazendo-se valer de sua percepção visual de acordo com seu tema específico e demonstrando uma realidade que reflete sua identidade autoral. Queridos alunos, depois de lágrimas e sorrisos, afetos e desafetos e noites mal dormidas, chegamos ao fim de mais uma etapa. Seja de que maneira for, dêem sempre o melhor de vocês e o sucesso os alcançará antes mesmo do que possam perceber. Que seja este o início de uma longa caminhada repleta de sucessos. A vocês, desejo todo meu carinho!

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Bloco 2

fotografia

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Bloco 2

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Bloco


Bloco 1

Pele em Concreto

É da ambiguidade de uma construção tanto material quanto pessoal que surge a coleção Pele em Concreto. A reflexão permeia as obras do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer sob o ponto de vista externo, da imponência que a arquitetura moderna trouxe ao desenvolvimento urbano do país; e interno, discorrendo sobre até que ponto essas inovações atenderam às necessidades e afetaram a mentalidade popular.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Priscila Ferreira priscilaferreirads@gmail.com

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Bloco 1

Six Minute Speech

A coleção “Six Minute Speech”, inspirada no discurso da ativista Severn Suzuki, traz para o universo da moda a voz pelo futuro que queremos. Mostrará que nós podemos sim ser escutados, independentemente de quem somos e do que fazemos. Misturando uma estética contemporânea para as peças artesanais, diferentes materiais compõem um arranjo de texturas, trabalhadas em tecidos orgânicos e sustentáveis.

Fotografia: Guilherme Dimatos

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Fernanda Marques Rosa fefa_mrosa@hotmail.com

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Bloco 1

Paradoxo Pagu

Paradoxo Pagu mostra dois lados de toda mulher a partir de Patrícia Galvão: o parecer invencível e o ser sensível. Formas limpas, rascunho de 1940, escritas com cheios e vazios, dobras e recortes, esconder e mostrar. Tailleurs rígidos com partes vulneráveis, pele que se mostra e se esconde. O paradoxo constrói a identidade: “Pode-se ser dignamente revolucionário sem se ser dignamente humano?”.

Fotografia: Bruno Ropelato

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Fernanda Fracaro fercereser@gmail.com

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Bloco 1

Faces de Capitu

Capitu: traiu ou não? A coleção Faces de Capitu traz a personagem de Machado de Assis vista sob a mente distorcida de seu marido, Bentinho. Neste romance, delira um homem louco de ciúme, amor e ódio. Formas sinuosas se misturam a tecidos estruturados, ombros marcados, recortes e drapeados que contornam o corpo, aprisionando-o, conferindo a imponência e sensualidade desta mulher-enigma.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Karoline Vitto Gomes kvittogomes@gmail.com

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Bloco 1

Fotografia : Guilherme Dimatos

Pontos Contemporâneos

Talyta Duarte Bastos talytabastos@hotmail.com

Formas com recortes que correspondem a artefatos tramados e misturam-se com a fluidez e leveza das saias. A mistura de fios na concepção de rendas exclusivas, delicadamente modeladas ao corpo. São as pluriculturas de um Brasil expressas em um novo olhar do artesanato, a partir da materialização de produtos inovadores, os Pontos Contemporâneos da cultura açoriana.

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Bloco 1

Cidadãs de Duas Pátrias

A Transcendência é a essência da Coleção “Cidadãs de Duas Pátrias”. Inspirada na Fé das mulheres evangélicas brasileiras, ela é baseada nos critérios estabelecidos para o Segmento de Moda Evangélica. Os vestidos de festa longos, fluídos, e complementados por partes estruturadas, falam da Fé destas mulheres, que vivem em sua Pátria Terrestre, preparandose para uma vida eterna na Pátria Celestial.

Fotografia : Bruno Ropelato

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Rosiane Clemente rosianeclemente1@gmail.com

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Bloco 1

Encanto das Veredas

No imaginário do Sertão, Guimarães nos apresenta um universo que encanta qualquer alma que percorre este caminho. Foram estas veredas que me fizeram optar pelo encanto na passarela. A coleção “O Encanto das Veredas” consiste em vestidos de festa com releituras de artesanatos da região mineira. Materiais leves, fluídos e delicados; com uma cartela de cores em tons pastéis e cinturas bem marcadas.

Fotografia: Bruno Ropelato

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Gabriela Martini gabimartinii@hotmail.com

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Bloco 1

Miss Jane

O presidente negro, livro de Monteiro Lobato surge como fonte de inspiração para a coleção inverno 2015 de Maria Luiza Bughay. A coleção Miss Jane pretende mostrar a beleza da mulher através dos olhos de quem mais quer o seu bem, seu amado. A inspiração feminina para a coleção situa-se no glamour da década de 30 hollywoodiana. Vestidos de gala, definidos com bordados são o destaque da coleção.

Fotografia: Bruno Ropelato

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Malu Bughay Aceti mariabughayaceti@gmail.com

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Bloco 1

O Astronauta Kayapó

Segundo o astrofísico Carl Sagan “Se não existe vida fora da terra então o universo é um grande desperdício de espaço”. Esta frase nos aproxima do conceito da coleção “O Astronauta Kayapó” que traz a ufologia e a cultura indígena ao campo da moda. Extraída de Brasis, a lenda Kayapó do Bep Kororoti apresenta a beleza cultural da etnia e a idéia de extraterrestres ao vestuário contemporâneo.

Fotografia : Guilherme Dimatos

Carla Paier carllapaier@gmail.com

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Bloco 1

Teu Incômodo move o que se crê Estático A coleção Teu Incômodo move o que se crê Estático une referências de moda das décadas de 1950 à 1970 ao trabalho de artistas de Florianópolis. Ao buscar um lado da cidade à margem dos estereótipos, a coleção apresenta lingeries elaborados sobrepostas por peças amplas e transparentes que sugerem a riqueza de detalhes do trabalho. Bordados manuais e design têxtil são os grandes destaques da coleção.

Fotografia: Bruno Ropelato

Carina Santos ssantos.carina@gmail.com

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Bloco 1

Fotografia: Guilherme Dimatos

A Devoção Vestida

Scheila Lehmkuhl Silveira scheilal.silveira@hotmail.com

O Barroco foi dramático, exuberante. É dele que a coleção se desenha, procura consolidar a fé dos crentes, impressionando-os com sua Majestade. O movimento artístico se transforma em roupa e dá a quem o veste o seu poder. A leveza dos materiais, o romantismo da renda, e os recortes clássicos, transmitem ainda mais o conceito da coleção, que se baseia na devoção ao que se veste, como resposta à fé.

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Bloco 1

Mulheres Complexas: Tesouros a serem descobertos. Mulheres autônomas e transparentes são acima de tudo naturalmente belas. Possuem consciência plena de sua beleza exterior e interior, mesmo que estejam fora do padrão tirânico de beleza. A coleção tem como conceito o “destemor”, inspirada na guerreira Anita Garibaldi, apresentando Alta- Moda para mulheres complexas, modernas, plus size, e autênticas.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Bárbara Pavei Souza barbarapaveis@gmail.com

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Bloco 1

Fotografia: Guilherme Dimatos

2: abismo

Babinski vj.babinski@gmail.com

Em cada ponta da extremidade, uma luz e um objeto a ser iluminado: bem e mal, inércia e movimento. Ao meio, o abismo, a garganta dantesca de tudo o que existe entre os opostos. Neste abismo, cores metalizadas, volumes barrocos e recortes geométricos fundem-se com bordados carregados e tecidos nobres para materializar o simbolismo da Maçonaria em um pátrio feminal expressivo e brasileiro.

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02 Bloco


Bloco 2

Fotografia : Guilherme Dimatos

COLONNELLO

Ana Julia Bernardi Manfroi anajuliamanfroi@hotmail.com

Colonnello é uma coleção de slow fashion inspirada nos coronéis fazendeiros autointitulados. É uma tentativa de transmitir o comportamento militar herdado do coronelismo que foi extinto parcialmente em 1930. Utilizando gravações de armas antigas, linhas clássicas da alfaiataria e tricot, a coleção combina a sobriedade dos coronéis históricos com a lucidez dos coronéis contemporâneos.

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Bloco 2

Campesina

Reviver tradições é recriar o passado, valorizar os significados e manter viva a história. Inspirada no arcabouço da Indumentária Gaúcha a coleção Campesina traduz o conceito de contrapontos mesclando favos de mel com materiais rústicos, em matizes terrosos e formas assimétricas, propondo um novo um olhar para a Pilcha além das fronteiras tradicionalistas.

Fotografia: Bruno Ropelato

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Nai Salvi nai.salvi@gmail.com

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Bloco 2

VIVENDO DA IMAGINAÇÃO

A coleção Vivendo da Imaginação teve como inspiração as obras da artista plástica Nina Pandolfo, foi criada para meninas de 4 a 6 anos e traz como referências as cores, técnicas e formas utilizadas pela artista. Vem com materiais fofos como o moletom, soft e malha. Serão representadas fofurices no uso da técnica de matelassê e as orelhinhas nos capuzes remetendo os gatinhos tão presentes nas obras.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Fábia Furtado fabinha.furtado@hotmail.com

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Bloco 2

Tons

Jazz e samba, Bossa Nova. Vinícius e Tom. O Rio de Janeiro e suas curvas, sua bossa. Do pôr do sol na praia ao som do violão, sem perder tempo, absorvendo cada instante, vivendo cada momento. Tons, é a união do descompromisso e do prazer de estar em algum lugar. Algum lugar musical, algum lugar com os amigos, algum lugar com você... Encontrando. Se encontrando. Sempre igual, sempre diferente.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Gabriela Althoff gabriela_althoff@hotmail.com

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Bloco 2

Fotografia: Guilherme Dimatos

Samba no Escuro

Bruna Medeiros bruna.mdeiros@gmail.com

No samba há esperança. Era o que diziam as músicas de protesto contra a ditadura de 1960. Num tempo em que só se podia andar na linha e sambar miudinho, a música foi um caminho para se libertar da escuridão. A coleção faz um contraponto entre formas concretas e cores cinzentas simbolizando a ditadura,e formas leves e solares que escampam em saias fluídas, simbolizando o samba.

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Bloco 2

Memórias Partilhadas

Memórias Partilhadas foi inspirada em memórias de família, histórias que nunca se perdem passando por gerações. Uma coleção que parte de uma história local, e desenvolve através do lúdico da imaginação infantil o apego das crianças para histórias contadas por seus pais e avós. O conceito se traduz a uma modelagem com tecidos leves, para que a criança possa fazer uso da roupa na hora de brincar.

Fotografia: Guilherme Dimatos

fotografia: Guilherme Dimatos

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Raquel C. Andrade rak.andrade@gmail.com

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Bloco 2

Samba Session

A influência do Jazz na Bossa Nova é a inspiração para a coleção Samba Session que une dois universos e os coloca em compasso na passarela tendo como foco o conforto e a modernidade. Os casacos de alfaiataria são destaque da coleção que trabalhou com curvas e transpasses sobrepostos. Os zíperes, representando a improvisação do jazz, fogem de seu uso tradicional e são costurados aberto.

Fotografia: Bruno Ropelato

Bruna Baratieri brubaratieri@gmail.com

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Bloco 2

Destruição do corpo inorgânico Com intenção de crítica, a dicotomia do gênero no quanto a beleza importa e pode ser vendável é demonstrada numa coleção masculina para um tema normalmente associado ao universo feminino: padrões de beleza. As formas expõem o corpo como uma construção, enquanto o uso da estampa nos recortes coloca a Quebra em pauta, propondo um fim à plastificação do corpo: Destruição do corpo inorgânico.

Fotografia: Bruno Ropelato

C. Winkelmann carolwnk@gmail.com

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Bloco 2

City Colours

Inspirada em intervenções urbanas, expressões artísticas que dão vida e alteram os ritmos das cidades, a coleção City Colours dialoga com o público infantil, cujas fantasias e expressões individuais se mostram tão fortes quanto destemidas. Aqui, o meio repleto de estímulos torna-se um novo lugar para criação de mundos imaginários referenciando cores, formas e texturas descobertas na cidade.

Fotografia: Bruno Ropelato

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Joana Brown joanabrown3@gmail.com

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Bloco 2

Itinerância Destino Xingó

Entre conexões culturais e novas sensações vive o nômade contemporâneo. Numa passagem por Xingó, no sertão nordestino do Brasil, seu olhar global atenta aos detalhes da região, que inspira a coleção Itinerância - Destino Xingó. Cânions em meio ao Rio São Francisco, vegetação de caatinga e histórias de Lampião se transformam em cores, texturas e formas. Peças que são mais que tecidos, são viagens.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Laiza Gois laizamatoss@gmail.com

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Bloco 2

Fotografia: Guilherme Dimatos

A Menina Que Falava Bordado

Queila Sousa sousa.que@hotmail.com

A Coleção Infantil representa o universo da imaginação de uma criança que se comunica e vê o mundo entre pontos e bordados. Em cada bordado está sua brincadeira preferida e as peças coloridas se misturam nos looks que afloram memórias afetivas de sua infância. São utilizados tecidos finos para brincar e misturar com a diversidade de pontos que evidenciam os looks que toda a Dama de Honra Sonha.

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Bloco 2

Fotografia: Guilherme Dimatos

Voyeur Absoluto

A obra do fotógrafo cego Evgen Bavcar contribui para pensar o significado do “olhar” no contexto contemporâneo. Sua sensibilidade perpassa as barreiras dos clichês e excessos imagéticos para explorar peculiaridades da paisagem e revelar detalhes a serem captados apenas por observadores aguçados. Refletese sobre convenções atuais, dos estereótipos de brasilidade ao modo de pensar gênero e roupa.

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Juliane Biz julianebiz@gmail.com


Bloco 2

Caos e Ordem

‘Caos e Ordem’ coleção ambivalente para jovens casais justapõe as ideias de direito (ordem) e avesso (caos), refletidas na construção das subjetividades. O minimalismo estruturado em uma modelagem arquitetônica remete à ordem que abriga o lado direito. Já no lado avesso esconde-se o caos, representado por estampas com desenhos gráficos e geométricos ricos em formas, cores e elementos.

Fotografia: Bruno Ropelato

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Jessica Schneider jessica_schneider@outlook.com

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Bloco 2

Razorblade

Desconstruir, redefinir e inovar são os princípios da coleção Razorblade. Resgatando os ideais de futuro e modernidade de jovens que incitaram o movimento, a coleção apresenta visão inusitada sobre a estética punk. Imagem limpa, minimalista e futurista, cores sóbrias e modelagens assimétricas quebram o estereótipo punk, mantendo porém, sua intensidade e agressividade característica.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Marcos Fernandes marcoos.fernandesp@gmail.com

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Bloco 2

CLARK

CLARK carrega o nome e o conceito de uma artista que estava à frente do seu tempo. Da mesma maneira que as experiências sensoriais de Lygia Clark permitiam a seus espectadores a oportunidade de mudar a percepção sobre si mesmos para viver de uma forma melhor, a combinação de diferentes materiais e de elementos sinestésicos desta coleção convidam as mulheres a se descobrirem de uma nova maneira.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Emanuele Lazzari emanuele.lzr@gmail.com

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03 Bloco


Bloco 3

Fotografia: Guilherme Dimatos

Entre a Cruz e a Cantação

Patrícia Roemers Moacyr patricia.roemers@hotmail.com

Entre a Cruz e a Cantação inspira-se em pessoas de algum modo desterradas, tendo como referência as obras Tutaméia de Guimarães Rosa e Terra, LivroÁlbum parceria de Sebastião Salgado e Chico Buarque. Dos tons do sertão à cidade de São Paulo a coleção baseia-se na estética da contradição desde os tecidos às modelagens criando peças versáteis que encontram-se em constante construção.

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Bloco 3

Fotografia: Guilherme Dimatos

A Vitória é Nossa

A The Bureau Store apresenta a coleção “A Vitória é Nossa”, direcionada ao público feminino adulto. Inspirada na política externa e interna brasileira do governo atual e no genocídio de Darfur, no Sudão, faz uma comparação entre campos de refugiados e as favelas no Brasil, com o objetivo de causar reflexão sobre a posição do governo atual brasileiro em assuntos internos e referentes à diplomacia.

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Raquel Bittencourt Bloomfield bloomfield.raquel@gmail.com


Bloco 3

Wirapu ‘ru

A coleção Wirapu ‘ru, inspirada na obra O Uirapuru de VillaLobos, apropria-se da dualidade do poema sinfônico: o erudito da música e o rústico das lendas indígenas. Isso é representado pelo contraste dos recortes geométricos inspirados nas pinturas indígenas com as saias amplas de vestidos de gala. A coleção com suas cores e formas encanta assim como o canto do uirapuru.

Fotografia: Bruno Ropelato

Valentina Herbella Neves valentina_herbella@hotmail.com

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Bloco 3

A voz da roupa

Cores e formas costuram-se umas às outras formando um mosaico, feito de reais ilusões e desilusões, já que a matéria-prima é oriunda de peças de roupas usadas por diversas pessoas, que relatam experiências das mais variadas possíveis, sempre em associação com a peça doada. A coleção A Voz da Roupa ilustra e traz à passarela um território de rostos e memórias distintas.

Fotografia: Guilherme Dimatos

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Germana Lópes ls.germana@gmail.com

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Bloco 3

Fotografia: Bruno Ropelato

Mandú Sarará

Alexandra Porto alexandramsporto@gmail.com

Oriundo da essência do indivíduo brasileiro, Macunaíma sai do livro para adentrar a passarela, dando tom à coleção. Contemplando cores fortes, um design têxtil inspirado e modelagens simples de elementos reinventados, o Streetwear é o meio onde esse homem se expressa na busca de conforto, originalidade e o consumo consciente, celebrando a cultura nacional e evidenciando a identidade do nosso povo.

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Bloco 3

Viajar é Preciso

A coleção “Viajar é Preciso” elaborada a partir da obra Flora Brasiliensis, produzida no século XIX por cientistas naturalistas. O tema Floresta Atlântica inspirou a adaptação, as cores, formas e texturas. Valorizando o slow fashion, busca-se despertar em mulheres viajantes o consumo consciente, visando à sustentabilidade. O amor à vida transforma o mundo, porque ser livre é viajar.

Fotografia: Bruno Ropelato

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Magda Brandelero magki7@hotmail.com

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Bloco 3

Rio D’Ouro

Unindo tendências com o medieval e vampiros; a coleção fica entre o cotidiano e o figurino. Desenvolvida para vestir a jovem que quer se sentir dentro do universo fantástico medieval, conta com peças que podem ser usadas separadamente, compondo outros looks. Tons escuros enfatizam o lado sombrio vampiresco, assim como o dourado dos detalhes simboliza a riqueza das terras de onde vieram.

Fotografia: Bruno Ropelato

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Brenda Mattos brendasamattos@gmail.com

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Bloco 3

Fotografia: Guilherme Dimatos

Metamorfose - as bruxas de ontem na supremacia feminina da atualidade Coleção desenvolvida para o público feminino que possui reconhecimento social por pertencer a um seleto grupo de mulheres influenciadoras e de alto poder de decisões, papel que até pouco tempo atrás só cabia ao homem. O trabalho foi desenvolvido com base nas bruxas descritas nos contos de Franklin Cascaes, trazendo-as do passado para desvendar as bruxas (mulheres independentes) dos dias atuais.

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Letícia Rocha Lira leticia_rl@hotmail.com


Bloco 3

Vodevil

Vodevil traz a Inquisição delineada a partir do tema geral “Brasis”. Com referências católicas e arquitetura gótica se obteve os conceitos temor, encarceramento e flash. Na paleta, preto, escarlate, cinza, marfim e branco. Matizes que ganham forma em couro, jacquard, veludo alemão e renda. Volumes concentrados constroem por fim a representação máxima de Vodevil: o demônio interior ao sacerdote.

Fotografia: Bruno Ropelato

Georgia V ge.palmavieira@gmail.com

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Bloco 3

Zacimba Gaba

Princesa de Cabinda, escrava e guerreira. Zacimba Gaba, símbolo de força, foi além da luta pela liberdade. Derramou seu sangue por todos os seus irmãos e escreveu seu nome na história buscando a tão sonhada igualdade. Em troca das chibatadas, nos deixaram seus costumes, beleza e paixão. Hoje parte do Brasil e parte de todos nós. Hoje parte dessa coleção.

Fotografia: Guilherme Dimatos

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Jaqueline Scissar jaquescissar@me.com

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Bloco 3

Sinergia

Sinergia é mutalidade, compartilhamento de mudanças em benefício do todo. A multiplicação de sinergias forma uma imensa rede de conexões, que se expande até englobar o próprio Universo a sinergia das sinergias. Em uma viagem psicodélica pelas estrelas, a coleção se constrói em tingimentos artesanais e estruturas feitas em bambu, inspiração na geometria natural [Torus], o fluxo contínuo do todo

Fotografia: Bruno Ropelato

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Mariana Rodrigues Pierossi mrpierossi@gmail.com

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Bloco 3

Dualis Effectus

Em um mundo sistemático, nem tudo parece o que é, o cenário se faz entre a realidade e ilusão em um jogo perceptivo. A Dualidade joga com os olhares entre o dia e a noite urbana, nascendo um novo conceito entre máquina e o homem. A coleção Dualis Effectus propõe um novo conceito para estamparias têxteis, entre estampas que mudam conforme as dobras e estruturas de courino.

Fotografia: Bruno Ropelato

Felicia Gabler feliciagabler@gmail.com

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Bloco 3

YABACA

Céu azul e tempo bom. É isso que YABACA diz na língua dos índios Carijós. A coleção inverno’14 de Maurí Cherobin traz um céu de inverno que carrega nuances de êxtase e melancolia envoltos em cores solares e azuis intensos. Geometrismo e sobreposições irregulares em camadas de lã estruturada são os pontos marcantes criando volumes imponentes e exuberantes na passarela.

Fotografia: Guilherme Dimatos

Maurí Cherobin mauri.cherobin@gmail.com

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olhar

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apresentação

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olhar CRÉDITOS CRÉDITOS Reitor: Antonio Heronaldo de Sousa Vice – Reitor: Marcus Tomasi Diretora do Centro de Artes: Profª Gabriela Botelho Mager Chefe Departamento de Moda: Profª Mara Rúbia Sant’Anna Coordenação geral do evento: Balbinette Silveira e Matheus Azevedo Ferreira Fidelis Edição Gráfica: Wide Studio Fotos: Bruno Ropelato e Guilherme Dimatos CORPO DOCENTE Adriana Martinez Montanheiro Aparecida Maria Battisti de Abreu Balbinette Silveira Dulce Maria Holanda Maciel Fabiana Ludwig dos Santos Eliana Gonçalves Gabriela Kuhen Icléia Silveira José Alfredo Beirão Junior Liliane Edira Ferreira Carvalho Lourdes Maria Puls Lucas da Rosa Luciana Dornbusch Lopes Mara Rúbia Sant’Anna Maria Izabel Costa Mariana Battisti de Abreu Mary Neuza de Freitas Clasen Monique Vandresen Neide Kohler Schulte Sandra Regina Rech Silene Seibel

GRUPOS DE TRABALHO Coordenação Geral Alexandra Porto Fernanda Marques Rosa Cabelo e Maquiagem Bruna Medeiros Fábia Furtado Felicia Gabler Leticia Lira Magda Brandelero Scheila Lehmkuhl Silveira Valdecir Babinski Júnior Coreografia e Camarim Ana Laiza Góis de Mato Barbara Oliveira Barbara Pavei Souza Carla Paier Raquel Andrade Queila Aparecida de Souza Patrocínio e financeiro Carina Santos Joana Brown Maria Luiza Bughay Aceti Publicidade e Propaganda Emanuele Lazzari Jaqueline César Karoline Vitto Gomes Mauri Cherobin Assessoria de Imprensa Bruna Baratieri Caroline Winkelman Priscila Ferreira da Silva Raquel Bloomfield Bittencourt Relações Públicas Fernanda Cereser Fracaro Gabriela Martini Jessica Schneider Apoio Logístico Mariana Rodrigues Pierossi Rosiane Clemente Valentina Herbella Neves Cenário e Exposição Geórgia Vieira Germana Lopes Patrícia Roemers Som e Imagem Gabriela Althoff Mauri Cherobin

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Alimentos e Bebidas Brenda Schmitt de Araújo de Matos Gabriela Althoff Coordenação de Modelos/Casting Ana Júlia Manfroi Juliane Biz Marcos Fernandes Naiane Cristina Salvi Talyta Bastos STAFFS Aieza Cazzuni Ciampe Andréa Grivol Scomparin Andrey Vieira Batista Bruna Maria Hoffmann Rudolpho Carolina Kuhnen Ecco Clara Ometto Bessell Daniela Dias Benfati Débora Jönck Hoffmann Edilene Pimentel Gomes Eduarda Luiza Cecchet Fernanda Pinheiro Alface Gabriela Tombini Georgia Maria Lopes Giovana de Bona dos Santos Graziela Maria Nalin Isabella Jesus do Carmo Jeniffer Luccas Esteves Jessica Prado dos Santos Júlia Bóries Fachin Julia Gava Zilli Jürgen Albert Brecht Larissa Dutra Lopes Laura Pereira Laura Tosetto Longo Letícia Jardim Teixeira Luana Ferreira Graziano Luiza Debastiani e Silva Maria Cecília de Simas Bittencourt Maria Laura Botelho de SouzaMariana Falqueto Uliana Mariana Raupp Ferraz Marihama Turra Pedrosa Marina Cascaes Bornelli Martim Gregory Bernardo Loika Monik Aparecida Alessio Paula Silva Siqueira Priscila Thomas Pinheiro Raiana Quintiliano Rochadel Sabrina Alves Angleri Sabrina Rosset Talyta Andreza Ritti Teresa Fidelis Peixer Thaís da Silva Thamiris Jung Thiago Boing


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OCTA

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Ano 2 | edição 2013 Expediente

CONSELHO EDITORIAL

Emanuele Lazzari, Jaqueline Scissar, Karoline Vitto Gomes, Marcos Fernandes, Mauri Cherobin Coordenadora de produção Balbinette Silveira REDAÇÃO Editoras – Bruna Baratieri, Caroline Winkelmann e Priscila Ferreira Assistente de redação – Raquel Bittencourt Bloomfield Revisora – Juliane Biz MODA Produtores e stylists – Emanuele Lazzari, Jaqueline Scissar, Karoline Vitto Gomes, Marcos Fernandes, Mauri Cherobin Assistentes de styling – Juliane Biz, Priscila Ferreira, Carina Santos, Talyta Bastos e Maria Luiza Bughay Aceti Assistentes de produção – Brenda Mattos, Bruna Baratieri, Bruna Medeiros, Babinski, Juliane Biz, Priscila Ferreira Textos – Caroline Winkelmann Staff – Gabriela Martini, Queila Souza, Raquel Andrade, Rosiane Clemente Alexandra Porto, Bruna Medeiros, Scheila Lehmkuhl Silveira ARTE Diretor de criação – Mauri Cherobin Projeto gráfico – Wide Studio Designer – Israel Maurício

COLABORADORES Redação Jardel Edebran, José Alfredo Beirão, Ju Mathias, Mara Rúbia Sant`Anna, Maria Eduarda Zapelini Maristela Amorim, Monique Vandresen, Patrícia Lima, Teresa Cristina Rebello, Vanessa Neto Arte Caroline Winkelmann, Jaqueline Scissar, Karoline Vitto Gomes M. Steffens, Mauri Cherobin, Renato Kormives Fotografia Adriano Debortoli, Andréia Takeuchi, Bruno Ropelato (Studio 194), Eduardo Trauer Guilherme Dimatos, Mauri Cherobin, Nathalia Takeuchi Beleza

Andrey Batista, Fernanda Almeida, Rossi Cabeleireiros, Vanessa Neto AGRADECIMENTOS Aline Marquez (DN Models), Joana Coutinho (Diretora administrativa – Mini Model), Ellen Teodoro (DN Models), Gabriela Fernandes (DN Models), Joana Kretzer (FORD Models), Karine Padilha (Be Model), Lara Ruchel (FORD Models), Paulina Andrade (DN Models), Sofia Pisani (DN Models), Thiago Weber, Ana Luiza Schmitt e família, Jivago Lounge, NTN Arquitetura, Verde & Cia Garden

CONSELHO ADMINISTRATIVO Joana Brown, Carina Santos e Maria Luiza Bughay Aceti (Financeiro e Patrocínios) Alexandra Porto e Fernanda Marques Rosa (Coordenação Geral)

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olhar artigo

Sob o olhar de Patrícia Lima Por Patricia Lima

Diretora criativa da Catarina – Agência e Editora, editora-chefe da revista Catarina, diretora do Sul Fashion Week e editora do livro de tendências de consumo “More Than Trends”, Patrícia Lima iniciou sua carreira como publicitária e se especializou em jornalismo com MBA em moda. Há alguns anos decidiu seguir sua intuição e lançar uma revista de moda que desse voz à região Sul do Brasil. De revista, a Catarina virou editora e Patrícia ainda soma às suas funções a de consultora de moda para a indústria têxtil.

A criação no universo da moda requer um amplo olhar sobre a obra apresentada. Na competitiva indústria têxtil, um diretor criativo deve não se envolver apenas na criação da coleção como também, e principalmente, na construção da imagem de moda. Atualmente o mercado não aceita mais o criador sem a visão estratégica de marca, pois será através dela que uma coleção será bem sucedida ou não. É necessário que o estilista saiba imprimir o seu olhar na hora da construção dessa imagem, seja pela fotografia ou por qualquer outro meio escolhido para divulgar a campanha publicitária. Afinal, o estilista é uma das peças-chave em um set onde está sendo produzida a campanha de uma marca. Ao direcionar um clique junto ao fotógrafo, o criador deve ter percepção de luz, enquadramento, linguagem e conceituação. Daí a importância em olhar de maneira macro para o resultado final da imagem da coleção.

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A convite da equipe do OCTA, selecionei alguns trabalhos que tem força de imagem de moda. São, na minha opinião, completos dentro da tríade: criação (peça), imagem (fotografia) e defesa da inspiração (release). Boa parte das imagens apresentam maturidade criativa ao deixar claro para o mercado o caminho criativo que aquela marca poderia seguir. Há fotografias que poderiam perfeitamente estar presentes nos principais sites globais de jovens talentos como o Not Just a Label, que servem como grandes plataformas de comercialização e visibilidade. Material lindo, pronto para entrar no mercado.

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(1) C. Winkelmann, (2) Patricia Roemers Moacyr, (3) Marcos Fernandes, (4) Juliane Biz, (5)Gabriela Althoff, (6)Georgia V, (7) Germana L贸pes, (8) Priscila Ferreira, (9) Mauri Cherobin, (10) Joana Brown, (11) Ana Julia Bernardi Manfroi e (12) Emanuele Lazzari. 7.

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COMUNICAÇÃO

Moda para contar história Por Maristela Amorim

É jornalista profissional formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, com atuação em todas as mídias. Especializou-se em Moda antes mesmo de se pós-graduar no assunto pela Universidade Estácio de Sá. Em meados dos anos 1990 criou o primeiro caderno exclusivamente de Moda encartado em jornal no Brasil, aqui mesmo, em Santa Catarina, mas nunca se limitou ao assunto, atuando intensamente também nas áreas de Cultura e Variedades. Atuou como professora do curso de Moda da UDESC na disciplina de Visual Merchandising.

O jornalismo seduz. O jornalismo de moda, mais ainda. Pela possibilidade da exposição, de estar onde a notícia nasce, de se destacar e fazer sucesso reconhecido. Mas nem sempre é fácil conquistar este espaço tão cobiçado, mais ainda agora, com as várias alternativas para se expressar. Se nas redações dos jornais, revistas e emissoras de rádio e de televisão as portas para o jornalismo de moda são bem estreitas, num outro universo, o virtual, estão totalmente abertas a todos os talentos.

A Moda no Brasil está na moda. Falar de moda também. Enquanto alguns vão se perdendo nas superficialidades possíveis dentro deste segmento, outros vão solidificando seu espaço com conteúdo e embasamento. Migram de todas as áreas profissionais para se aventurar no jornalismo de moda através de um multicanal – a Internet. Mas só vai sobressair quem tiver informação. Para falar de moda é preciso entender de comportamento, economia, política, esporte, arte, cultura, história.

As várias plataformas são um convite à criatividade, às diferentes linguagens e abordagens. Uma nova comunicação se instalou e arrebatou milhares (ou milhões?) de interessados em percorrer um caminho até então restrito. Os blogs eclodiram de forma impressionante, atraindo – a princípio – adolescentes e jovens que se dispunham a se exibir apenas em looks do dia e se manifestar sem a menor base de informação.

Manter um olhar crítico e estar atento ao que está por vir. Porque moda é antecipação, que vai sendo escrita com pesquisa, texto autoral e capacidade para impor uma posição crítica. É o caminho para começar a se firmar e se destacar neste concorrido mercado. Caso contrário, só com muito marketing pessoal.

Ilustrações: M. Steffens 62 /// octafashion.com


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Body, Carina Santos. octafashion.com /// 65


Vestido, Fรกbia Furtado.

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Vestido, Raquel Andrade.

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Vestido, Queila Souza

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Hot pants, Gabriela Martini.

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Vestido, Carla Paier. octafashion.com /// 71


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Casaco, Karoline Vitto Gomes. Saia, Bruna Medeiros. Acess贸rios e sand谩lias, acervo.

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À esq.: camisa e calça, ambas Alexandra Porto. Botas, acervo. À dir.: vestido, Raquel Bittencourt Bloomfield. Acessórios e sandálias, acervo. 74 /// octafashion.com


Blusa e saia, ambas Magda Brandelero. Cal莽a sobreposta, Nai Salvi. Casaco e acess贸rios, acervo octafashion.com /// 75


Blusa, Bruna Medeiros. Saia, Magda Brandelero. Acess贸rios, acervo. 76 /// octafashion.com


Casaco, Laiza Gois. Cal莽a, camisa e acess贸rios, tudo acervo

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Macac茫o, Carina Santos. Capa, Babinski. Acess贸rios, acervo

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À esq.: vestido, Talyta Bastos. Acessórios, acervo. À dir.: vestido, Maria Luiza Bughay Aceti. Acessórios, acervo.

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Casaco, Juliane Biz. Hot pants, Scheila Lehmkuhl Silveira. Acess贸rios, acervo. octafashion.com /// 81


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Vestido, Rosiane Clemente. Corselet e acess贸rios, acervo.

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Top, Scheila Lehmkuhl Silveira. An谩gua usada como saia, Babinski. Acess贸rios, acervo.


Acima: vestido, Babinski. Acess贸rios, acervo. Abaixo: vestido, Priscila Ferreira. Saia, Scheila Lehmkuhl. Acess贸rios, acervo.

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entrevista

PROFISSÃO: STYLIST Após frequentar os corredores do Centro de Artes da UDESC, onde cursava Moda, Juliana Mathias arrumou as malas e partiu para São Paulo pra mergulhar no mercado fashion. Hoje, aos 28 anos, a stylist do GNT Fashion arrasa nas combinações usadas por Lilian Pacce e Caio Braz, além de produzir trabalhos super irreverentes para bandas brasileiras. A equipe do Octa Fashion entrevistou a Ju para saber um pouco mais sobre a profissão de stylist. OctaFashion: Como você começou a trabalhar como stylist? Ju Mathias: É difícil dizer qual foi o ponto exato. Antes de ser figurinista do GNT Fashion eu era assistente de produção do programa, quando tive contato com muitas profissões da moda. Acredito que foi durante esse tempo que realmente decidi que queria ser stylist. Meu primeiro trabalho oficial foi com a Banda Uó para fotos de divulgação. Logo depois veio o convite da Lilian Pacce para assumir o cargo no GNT Fashion que era da Manu Carvalho, que estava saindo do programa na época. Mas acho que todo stylist nasce stylist. Considero que um dos principais exercícios foi durante a faculdade, que eu vivia dentro de brechós garimpando tudo o que podia. OctaFashion: Quais as características mais marcantes que o profissional precisa ter para emplacar na carreira de stylist? Ju Mathias: Ainda tenho pouco tempo de profissão para dar todas as certezas do caminho. Mas vou dizer no que acredito: (1) Postura profissional, ter consciência de que todo trabalho é trabalho e saber que o glamour é apenas para o cliente; (2) discrição: saber ser discreto é fundamental; (3) informação: quanto mais souber sobre arte, cinema, literatura, teatro, TV, música e moda, claro, irá ajudar, tudo pode servir como referência um dia; (4) saber experimentar: vivenciar tudo, quase como um antropólogo, é um bom exercício para expandir nossa mente; (5) gostar de estudar; (6) criatividade; (7) senso estético. OctaFashion: Como é o dia a dia de trabalho de uma stylist do GNT Fashion? Ju Mathias: Muita gente deve pensar que eu fico na redação do programa conversando sobre moda e lendo revistas, mas não é bem assim. Raramente vou até à redação. Toda stylist também é produtora de moda, pelo menos no começo. Assim que a produção do programa me liga para passar a data e a pauta de uma gravação eu preciso ir para a rua produzir. Passo o dia em assessorias de imprensa e lojas escolhendo as peças de acordo com a pauta. Faço a edição das peças no dia da prova de roupa com a própria Lilian (Pacce) ou Caio (Braz). Preciso acompanhar todas as gravações para garantir que estará tudo no lugar. Depois disso tem a parte da devolução, tudo precisa voltar da mesma maneira que saiu. Uma coisa que pouca gente sabe é que a Lilian usa apenas marcas nacionais, acho isso ótimo, porém dificulta muito produzir quando ela vai gravar na Europa, por exemplo. OctaFashion: Recentemente você trabalhou na campanha de coleção da Melissa estrelada pela Mallu Magalhães, como foi? Ju Mathias: Eu fiz apenas o figurino da própria Mallu para o vídeo. Assim que 86 /// octafashion.com


me passaram o briefing montei um painel de referências para ser aprovado pelo diretor e pela própria Mallu. No dia da gravação levei opções de look de acordo com essa pesquisa. A escolha final é sempre um acordo entre o cliente e o stylist. É preciso manter o foco no objetivo, que é montar um bom look e fazer com que a pessoa que está sendo vestida se sinta bem e confiante. Não adianta querer impor seu gosto ao cliente, isso é errado. OctaFashion: O que você diria aos jovens que estão saindo da universidade e entrando no mercado da moda? Ju Mathias: Seja muito cara de pau. Mostre que tem vontade de trabalhar. Não deixe de trabalhar por conta dos pequenos cachês, eles demoram pra crescer assim como você demorou para se formar, mas montar um bom portfólio é fundamental. Tente fazer diferente da maioria. Esteja em todos os lugares ao mesmo tempo: todas as redes sociais, eventos, palestras, etc. Entre em contato com os profissionais que gostaria de trabalhar. Faça cursos, o máximo que puder. Se ofereça, porém com elegância.

Fotos: Divulgação

Ju Matias Contato: j.mathias446@gmail.com

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entrevista

POR TRÁS DO GLAMOUR Pegar roupa, levar roupa, ligar para assessoria de imprensa, carregar sacola daqui, acolá e ainda cuidar para que tudo saia perfeito na hora da foto. Cansou? Isso é só um pouco do dia-a-dia de um produtor de moda. Entrevistamos dois profissionais da área que passaram pelo curso de Moda da UDESC para saber um pouco mais sobre esse corre-corre fashion que é a profissão.

Florianópolis e no mundo todo, os profissionais de moda são desvalorizados e isso parte de nós mesmos, temos que abrir nossos olhos e colocar um preço no que fazemos, não somos apenas uma foto, uma linha na agulha, somos todo um conceito, estudamos muito para nos formar como qualquer outra profissão e devemos ser, sim, cada vez mais valorizados, afinal as marcas ganham mil e milhões e a maior parte disso parte de nós.

foto: Divulgação

Jardel Edebran coleciona grandes momentos na sua carreira, após uma temporada estudando Marketing de Moda no tão aclamado Fashion Institute of Technology (FIT), ele trabalhou com Farah Angsana e hoje comanda a Azur Bureau, uma empresa especializada em marketing de moda que possui como clientes marcas internacionais.

OctaFashion: Como funciona a Azur Concept Bureau? Jardel Edebran: Creio que unir tudo isso geram muitos lucros e um direcionamento, afinal me aprimorei para isso, estudei marketing de moda na FIT, me formei em design e fiz diversos cursos, tudo para poder proporcionar o melhor para quem contrata meus trabalhos. Ter estilo e visão é muito importante, mas se você não souber quem são os estilistas, não souber sobre modelagem, não souber quem são os fotógrafos de moda, modelos em voga, você não pode direcionar uma marca. Saber o que acontece ao seu redor a todo momento é definitivamente o mais importante na nossa profissão, desde estilista à produtor. OctaFashion: Quais seus planos para o futuro em relação à profissão? Jardel Edebran: Eu já tive muitas propostas de trabalhos fora, sempre quis ser um jetsetter, então prefiro minha vida assim, viajar a trabalho a morar em uma megalópole específica. Acredite, já passei por essa experiência em Nova Iorque e no fundo o que importa é estar perto de quem você gosta. Ter um nome internacional é muito difícil, é lidar com muita ralação, atualmente construir uma carreira não é nada fácil e na moda isso se eleva, pois lidamos com muitos egos e feiras de vaidades. Eu lutei muito pelo que eu queria, hoje sigo novos rumos e penso em novas idéias, irei trabalhar com moda e com produção mas muita coisa está mudando e ainda mudará, e como todos sabemos e aprendemos na faculdade: moda é mudança, e nos renovar sempre irá fazer parte de quem somos. Sucesso a todos os formandos!

OctaFashion: Muitos alunos de Moda se preocupam com o momento em que termina a graduação e começa a busca pelo emprego. Como aconteceu a sua entrada no mercado de trabalho? Jardel Edebran: Foi gradativo, eu possuía um amigo que era fotógrafo e morava em NYC, quando ele veio ao Brasil propus fazermos um editorial, então, daí pra frente comecei a me interessar. A primeira campanha foi para a PATJULLIE, uma marca de amigas aqui de Floripa, sou muito grato à elas pois a campanha foi super elogiada e daí pra frente foram fluindo os trabalhos.

OctaFashion: Que conselho você daria para quem quer trabalhar com produção de moda? Jardel Edebran: Um conselho que dou é sempre valorizar seu trabalho, no começo é difícil, você passará por muita provação e salários não tão recompensadores, mas a partir do momento em que você puder confiar no que você fala e souber da sua experiência, valorize-se, desde 88 /// octafashion.com

foto: Divulgação

OctaFashion: Durante sua temporada em Nova Iorque você trabalhou com a estilista Farah Angsana, como foi essa experiência? Jardel Edebran: Foi incrível, ela é uma pessoa que está há mais de 15 anos no mercado internacional, além de ter sua coleção aceita pela câmara de Alta Costura de Paris. Trabalhar com ela foi diferente de tudo, é um mercado muito acirrado e competitivo, com ótimos profissionais, mas quando se é humilde e se tem personalidade você possui um diferencial.


Já Maria Eduarda Zapelini se arriscou - até o momento em terras brasileiras. Também ex-aluna do curso de Moda, Duda se mudou para São Paulo, como ela mesmo diz: “sem eira nem beira” para encontrar uma vaga de produtora de moda. Hoje em seu portfólio já estão trabalhos para as revistas Elle e Vogue. OctaFashion: Como você começou a trabalhar com produção de moda? Duda Zapelini: Eu resolvi cursar Design de Moda já com a intenção de trabalhar em uma revista de moda. Muitas pessoas recomendaram que eu optasse por um curso de jornalismo para trabalhar na área, mas sempre acreditei que estudar e compreender o fenômeno Moda era mais importante do que aprender a redigir qualquer assunto sem ter conhecimento e profundidade para opinar, modificar e até mesmo criar conteúdo sobre tal. Só no meu terceiro ano de faculdade é que tive a primeira oportunidade de trabalhar com produção de moda, isso aconteceu quando me inscrevi para participar de um reality show de televisão paga [o extinto Temporada de Moda Capricho] que buscava um novo estagiário de moda para a revista Capricho. Depois de alguns testes, fui aprovada e viajei para São Paulo para gravar o programa.

de assistentes e é fato que é difícil encontrá-los. Muitos estudantes ainda têm a falsa ilusão de que a carreira é glamourosa, que suas funções se limitam a montar looks para serem fotografados. A desilusão começa por aí. A verdade é que um assistente é uma das últimas pessoas a opinar sobre um look, isso quando tem a liberdade de fazê-lo. O seu papel é pegar emprestadas peças de roupas para a montagem de um editorial, conforme a pauta. Ao contrário do que muitos pensam as marcas não deixam peças à disposição para serem fotografadas, o empréstimo é feito através de um contato prévio com as assessorias de imprensa, que dependem da liberação das marcas para emprestar uma quantidade de peças por um tempo limitado. Durante esse período o assistente escolhe, busca, acompanha a edição, participa da foto e depois ainda é responsável pela devolução das peças em perfeito estado. Quem quer trabalhar na área tem que estar preparado para não ter rotina, carregar sacolas, fazer romaneios, às vezes OctaFashion: Como foi sua mudança de Florianópolis trabalhar por 18 horas seguidas, cuidar do estado de peças (sua cidade natal) para São Paulo (cidade atual)? Foi fácil com valor de um carro popular, viver ao telefone e ainda entrar pro mercado de trabalho em SP? aguentar o humor dos grandes nomes do “mundinho” que, Duda Zapelini: Mudar para São Paulo foi uma decisão vamos combinar, não é dos melhores. minha. Depois que fui eliminada do programa, voltei para Florianópolis para terminar o semestre da faculdade OctaFashion: O que você planeja para o próximo ano? enquanto o programa ainda estava sendo exibido. Apesar Duda Zapelini: Como falei anteriormente, dei um tempo da de não ter sido a vencedora, acreditei que o programa era profissão. Decidi que estava na hora de voltar a estudar e uma ótima oportunidade de exibição e que, com a ajuda expandir meus conhecimentos, e a carreira de produção não de alguns contatos que fiz através dele, poderia ir atrás de me permitia investir nos estudos pelo tempo que consumia. alguma oportunidade no mercado paulistano. Fiz minhas Estou estudando para ingressar novamente numa faculdade malas e resolvi arriscar, vim sem ter “eira nem beira”, não e também estou fazendo cursos da área de pesquisa de tinha onde morar, emprego e nem dinheiro para ficar. Num tendências (Cool Hunting), pela qual comecei a ter muito golpe de sorte, as coisas começaram a dar certo e consegui interesse. Fora isso, agora estou trabalhando num projeto um trabalho com uma stylist. Com ela, trabalhei em revistas que tenho há três anos e, com uma sócia, finalmente com nomes de peso como a Elle, a Vogue e a Glamour. estou podendo colocar em execução: O The Nineties. Aprendi muito sobre a mídia brasileira, o mercado, conheci Ele começará como uma mídia online de comportamento todo o elenco que faz parte do “Mundo da Moda”, vi e em formato de blog, que em pouco tempo pretendo vivenciei muitas coisas. Fiz minha bagagem e decidi que era expandir com um e-commerce. Minha intenção, no futuro, hora de partir. é transformá-lo num coletivo criativo de inovação, com profissionais das mais diversas áreas do conhecimento. OctaFashion: Quais os desafios que você enfrenta na sua profissão atualmente? Duda Zapelini: O mercado de produção de moda é muito Fotos: Divulgação restrito, mas, acredite, faltam pessoas para trabalhar. A carreira de freelancer não exige diploma de formação na área, nem formação em área nenhuma. Arrisco dizer Contatos: que existem três pré-requisitos para trabalhar na área Jardel Edebran: azurbureau@gmail.com de produção: conhecimento, humildade e muita força Duda Zapelini: mariaeduarda.zapelini@gmail.com de vontade. Sempre há stylists e produtores precisando octafashion.com /// 89


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olhar

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Casaco e top, ambos Marcos Fernandes. Calรงa, Jessica Schneider. Acessรณrios e sandรกlias, acervo


entrevista

Colete, Fernanda Rosa. Camisa e calรงa, ambas Juliane Biz. Acessรณrios e sandรกlias, acervo. octafashion.com /// 93


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Vestido, Bruna Baratieri. Casaco, Ana Julia Bernardi Manfroi. Acess贸rios e botas, acervo.


Camisa, Jessica Schneider. Saia, Marcos Fernandes. Brincos, cinto e sandรกlias, tudo acervo. octafashion.com /// 95


#octafashion

TEXTURAS Fotógrafo Eduardo Trauer

Uma coleção é composta de detalhes. Miçangas e vidrilhos que transformam uma peça, estampas que colorem a passarela, drapeados e babados que criam formas; tudo isso para enriquecer as superfícies têxteis. Para atrair o seu olhar a estas particularidades, Eduardo Trauer as fotografou e editou de forma instantânea, dedicando-as aos observadores mais modernos.

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À esq.: top e hot pants, ambos Emanuele Lazzari. Acessórios, acervo. À dir.: maiô, Gabriela Althoff. Acessórios, acervo.

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Acima: casaco, Jessica Schneider. Legging e acess贸rios, acervo. Abaixo: colete, Jaqueline Scissar. Acess贸rios, acervo

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Mai么, Gabriela Althoff. Acess贸rios, acervo. octafashion.com /// 99


Top, Emanuele Lazzari. Saia, Fernanda Fracaro. Acess贸rios, acervo.

Camisa, Jessica Schneider. Hot pants e acess贸rios, tudo acervo. 100 /// octafashion.com


Colete, Jaqueline Scissar. Acess贸rios, acervo.

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Casaco, Jaqueline Scissar. Colar, acervo. 102 /// octafashion.com


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Vestido, Mauri Cherobin. Acess贸rios, acervo.

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Top, Brenda Mattos. Acess贸rios, acervo.

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Vestido, Valentina Herbella. Acess贸rios, acervo 106 /// octafashion.com


À esq.: saia, Brenda Mattos sobreposta à saia, Mauri Cherobin. Blusa e acessórios, acervo. À dir.: vestido usado como saia, Valentina Herbella. Blusa e acessórios, tudo acervo. octafashion.com /// 107


comportamento

COOL[HUNTER] Por Teresa Cristina Rebello Mestre em Design pela Universidade Anhembi Morumbi – SP. Graduada em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pós-graduada em Moda pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. MBA em Varejo de Moda pela Universidade Anhembi Morumbi. Atua como consultora e docente das áreas de marketing e gestão estratégica do mercado de moda há mais de quinze anos. Trabalhou em instituições de ensino como Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, SENAC – SC, SENAC – SP, dentre outras, em cursos técnicos, programas de graduação e pós-graduação. Atualmente é docente do IED São Paulo na pós de Fashion Marketing and Communication e participa do Programa SENAC Varejo na área de Marketing e Vendas. É pesquisadora do comportamento do consumidor na cultura digital, com ênfase em Design da Experiência, uma área que traz como proposta, a produção de experiências positivas nas pessoas (que agreguem diversão e prazer) através de mecanismos de interação.

Muito se fala sobre as mudanças ocorridas no comportamento do consumidor a partir do surgimento da internet e das tecnologias digitais que passaram a fazer parte de seu cotidiano. De fato o contexto mudou sua forma de pensar, agir e consumir, tornando-o mais crítico, participativo e hedonista (almejando mais o prazer das experiências, das sensações e das emoções no contato com as marcas). Nesse cenário, as empresas tiveram que rever suas formas de pesquisar e analisar o comportamento do consumidor, fazendo crescer o interesse pela etnografia (metodologia antropológica tradicional que consiste em observar, participar e entrevistar o indivíduo em seu próprio ambiente, tentando compreender e revelar sua existência como um todo). A proposta é acompanhar a rotina de um grupo de indivíduos com potencial para inovar, visando entender como usam os produtos que consomem, como os ressignificam, onde os inserem em sua vida, qual o peso e o valor que lhes atribuem. Na mesma proporção, o mercado de trabalho passa a valorizar a figura do coolhunter, um profissional que desenvolve sua criatividade, percepção e cognição, no sentido de captar, antecipadamente, os sinais ou indícios que serão materializados em produtos, serviços, ideias ou sistemas, que atendam, efetivamente, as necessidades e anseios desse consumidor que está em constante evolução. Fácil? Nem um pouco! Mas possível, com certeza já está provado que é!!!

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Ilustrações: M. Steffens


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mercado

CONSUMIDOR, O TODO PODEROSO Por Monique Vandresen

Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (2005), desenvolve pesquisa na área de Comunicação, com ênfase no papel da revista feminina na construção de conceitos de moda e elegância. Professora associada da Universidade do Estado de Santa Catarina, atualmente realiza estágio pós doutoral na University of California - Riverside. Possui experiência nas áreas de Artes e Design, atuando principalmente nos seguintes temas: moda, comportamento, história, comunicação e consumo. Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (1990), com mestrado em Desenvolvimento pelo Institute Of Social Studies (1993), onde foi bolsista do Governo Holandês.

Já se foi o tempo em que a moda era sinônimo de um mercado em que se procurava atender aos públicos masculino e feminino de maneira uniforme. Hoje, a dinâmica da moda pede por um profissional cada vez mais especializado em segmentos diferenciados: o fashionista, os hipsters, os fãs de esportes radicais - e isso para ficar apenas nos que estão mais em evidência. Além de atender a públicos tão diversos, o mercado precisa incluir em cada um dos segmentos as inovações criadas pelas culturas e pelo próprio setor. Esta assimilação das diferenças nasceu da necessidade capitalista de ampliação do mercado de consumo. Produtos diferenciados, que cheguem cada vez mais perto das preferências idiossincráticas de grupos cada vez menores de possíveis clientes, invadem as prateleiras, passarelas, vitrines. Se a produção em massa deu lugar à produção de nichos em grande escala, os consumidores passaram a ser cada vez menos obrigados a fazer as concessões a que estavam acostumados ao comprar os bens “tamanho único” de antigamente. A diferenciação era a ponte que faltava entre o produto e o desejo de cada consumidor.

Este investimento na personalização só se tornou economicamente atraente porque, a medida em que cresce a diferença, cresce também o valor que o consumidor está disposto a pagar por ela. Este novo consumidor, além de mais complexo que o de duas décadas atrás, é mais inteligente, emancipado, cético, antenado e exigente. Valoriza seu tempo e, por esses ingredientes, torna-se cada vez menos fiel às marcas. Hoje, mais do que em qualquer outro momento, o consumidor contesta e negocia os conteúdos midiáticos e protege seus anseios e seus pontos de vista. Neste mercado com muito poder de escolha, é ele quem dita as regras. Além disso, também é muitas vezes o produtor das mensagens e conteúdos tendo, em alguns casos, mais audiência que grandes veículos de comunicação e tanta credibilidade quanto marcas centenárias. Consequências da era mais democrática até hoje da comunicação.

Ilustrações: M. Steffens 110 /// octafashion.com


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beleza

Make|Hair “Quando pensamos em maquiagem logo imaginamos a beleza, mas o que é belo? O belo nada mais é do que uma forma de expressar loucamente o quanto gostamos de enxergar a estética como forma de protesto. Qualquer forma para o artista é belo pois lhe dá a liberdade de, com alguns traços, tornar tudo mais claro e gentil.” Vanessa Neto

Um editorial de moda nada seria sem uma maquiagem marcante ou um penteado interessante. O Make e Hair de uma produção de moda devem seguir o conceito pré-definido pelos produtores, fazendo do produto final algo harmonioso e impactante ao olhar do espectador. Vanessa Neto, responsável pelo cabelo e maquiagem de editoriais e fotos da Octa mag, nos fala um pouco sobre essa arte de expressão da beleza.

Octa Fashion: O que a maquiagem representa para você? Vanessa Neto: A maquiagem nada mais é do que uma máscara que criamos para personalizar nossos hábitos, para mim, ela representa uma forma de expressão em pinceladas.

Octa Fashion: O que se deve levar em conta na hora de fazer uma maquiagem para um editorial? Vanessa Neto: Em um editorial, seguimos o layout criado previamente em cima do conceito. Este conceito está ligado com a marca, com o produto, com o styling. Sempre seguindo o tema a maquiagem tem que possuir ligação com o figurino e com a cena que será retratada na fotografia.

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Octa Fashion: Quais produtos você recomenda para quem quer fazer um bom trabalho de make para fotos? Vanessa Neto: Os produtos são muitos, mas seguindo uma regra básica: uma boa base HD, um pó facial que deixe uma pele suave e não muito pesada, pois assim ela fica com um brilho natural e bonito, cílios postiços, iluminador, boca marcante e “voilá”.

Octa Fashion: Algum trabalho desafiador que você já tenha feito em termos de make e hair? Vanessa Neto: Foram vários trabalhos desafiadores, ficaria difícil classificá-los mas, teve um penteado que havia um disco que envolvia o cabelo dando uma forma na cabeça, esse me deu bastante orgulho. De qualquer maneira, todo trabalho é desafiador pois ele espera de mim concentração e respeito pelo que faço. Uma maneira de crescer na profissão com humildade é iniciar um trabalho pensando no desafio que ele será.


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colaboradores

ADRIANO DEBORTOLI

Andréia Takeuchi

ANDREY BATISTA

Formanda pelo curso de Design Gráfico na Universidade Federal de Santa Catarina, Andréia morou por um ano em Los Angeles, onde iniciou sua carreira como fotógrafa. Hoje trabalha na Editora e Agência Catarina com Nathalia Takeuchi, sua irmã gêmea.

Estudante do curso de Design de Moda na UDESC, formou-se como maquiador pelo SENAC em 2013. Fascinado por fotografia e ilustração, trabalha atualmente com beleza e produção de moda para editoriais e peças publicitárias, além de realizar atendimentos especializados em eventos e à domicílio.

andreiatakeuchi@gmail.com www.andreiatakeuchi.com

Referência como fotógrafo nos melhores eventos da cidade, também atua na área da moda em produção de books e editoriais. Participou da equipe de profissionais que fez cobertura do Octa Fashion 2012 e também compõe o pit desse ano. (48) 98056792 Studio A3(48) 32238838

andrey.vbatista@gmail.comil.com BRUNO ROPELATO Em 2009 foi premiado no Festival Internacional de Fotografia de Atibaia, em 2013 lançou sua primeira exposição individual no MIS/SC, intitulada “Ritos, Ditos e Ditados”. Recentemente, Bruno inaugurou juntamente com outros dois artistas o “Studio 194”, espaço onde possui seu atelier de fotografia. fotografo@brunoropelato.com www.studio194.com.br

FERNANDA ALMEIDA A Beauty Artist Fernanda Almeida, atuante na profissão há 3 anos, formou-se pela Catharine Hill, Schwarzkopf, Cotirô Hair Academy e Luciana Medeiros Makeup Artist Studio, onde trabalha atualmente. É especializada em maquiagem social, publicidade e de moda, escovas modeladas e penteados. fealmeidamakeup@gmail.com

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GUILHERME DIMATOS

VANESSA NETO

ROSSI CABELEIREIROS

Natural de Florianópolis, se formou em Geografia na UFSC, mas se descobriu na fotografia, há 17 anos. “É uma forma silenciosa de expressão”, diz Guilherme que dedica esse “vício” principalmente à moda e aos trabalhos autorais expostos inclusive fora do país.

Possui formação em Moda, mas sempre se identificou com beleza, atua na área há 17 anos e em seu portfolio contam trabalhos fora do país. Atualmente se dedica ao trabalho da fotografia, que envolve produções com cabelos e maquiagens conceituais na moda e comerciais na publicidade.

Com a missão de realçar a beleza, o estúdio Rossi Cabeleireiros porporciona bem estar com profissionais competentes, produtos de qualidade inquestionável, equipamentos modernos, intalações confortáveis, tudo aliado à um alto padrão de qualidade em atendimento.

guilhermedimatos@gmail.com Estúdio: (48) 3224-6262

vanessadimattos@gmail.com Estúdio: (48) 96090586

(48) 3024-3459 ou (48) 3334-3459 www.rossicabeleireiros.com.br

NATHALIA TAKEUCHI Estudante de Design Gráfico na Universidade Federal de Santa Catarina, Nathalia estudou fotografia por um ano na University of the Arts London. Atualmente trabalha na Editora e Agência Catarina como fotógrafa. nathaliatakeuchi@gmail.com www.nathaliatakeuchi.com octafashion.com /// 117


MAKING OFF

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bastidores

octafashion.com /// 119


patrocínios

patrocínio

apoio

realização alunos da 8ª fase de moda

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