COLÉGIO OFELIA FONSECA
QUANTO OS TREINOS DE ALTA PERFORMANCE IMPACTAM NA SAÚDE DOS PROFISSIONAIS DO TÊNIS
André Xavier da Silveira Ravaglia
São Paulo 2013
André Xavier da Silveira Ravaglia
QUANTO OS TREINOS DE ALTA PERFORMANCE IMPACTAM NA SAÚDE DOS PROFISSIONAIS DO TÊNIS
Trabalho realizado e apresentado sob a orientação do Professor Henrique Kurosaki, da disciplina de Biologia 2
“Sempre treinei no mais alto nível, intensidade máxima, isso me faz sentir mais preparado nos momentos mais difíceis das partidas que disputo” Rafael Nadal
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DEDICATÓRIA
Agradeço a minha família, por todo o apoio para a execução deste trabalho, a Georgia que sempre esteve presente me ajudando a valorizar minhas idéias e a confiar em mim mesmo. Agradeço também aos meus pais que sempre me incentivaram a praticar um esporte e ao meu treinador Carlos Omaki que, com sua experiência e profissionalismo, me ensinou a competir. Um agradecimento especial ao Prof Henrique Kurosaki, que muito colaborou para que eu conseguisse organizar todas as informações.
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RESUMO
O tênis é um esporte individual que faz com que os atletas busquem um aperfeiçoamento cada vez maior, através de treinos de alta performance. Estes treinos exigem disciplina, regularidade e melhora do condicionamento físico. A participação em competições, embora seja o grande estímulo para os treinamentos, não deve ser exagerada para não sobrecarregar o atleta, que nem sempre está preparado. Os treinamentos e as competições são parte da vida do atleta, mas devem ocorrer de forma gradual. O equilíbrio, respeitando as condições individuais de cada atleta e procurando não desgastá-lo nos aspectos físico e psicológico, é a melhor maneira de evitar problemas de saúde, especialmente lesões musculares.
ABSTRACT
Tennis is an individual sport that makes athletes seek an improvement growing through high performance training. These drills require discipline, regularity, and improved physical conditioning. Participation in competitions, although it is the major stimulus for training, should not be exaggerated to not overload the athlete, which is not always prepared. Trainings and competitions are part of an athlete's life, but must occur gradually. The balance, respecting the individual conditions of each athlete and trying not to wear it in the physical and psychological aspects, is the best way to avoid health problems, especially muscle damage.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................7 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TÊNIS...................................................................8 1.2 O QUE SÃO TREINOS DE ALTA PERFORMANCE.........................................9 2. TÊNIS COMPETITIVO 2.1 - O OBJETIVO DA COMPETIÇÃO PARA OS JOVENS...................................10 2.2 – QUANDO COMEÇAR A COMPETIR.............................................................10 2.3 - PREPARAÇÃO PARA A COMPETIÇÃO.......................................................12 2.4 – O “EFEITO GUGA”...........................................................................................13 2.5 – INCLUSÃO SOCIAL.........................................................................................14 2.6 – POLÍTICAS ESPORTIVAS ..............................................................................15 2.7 – TRAJETÓRIA PESSOAL..................................................................................16 3. TÊNIS E SAÚDE.........................................................................................................17 3.1 – SOBRE TREINO................................................................................................19 3.2 – OS TREINOS E AS MICROLESÕES...............................................................20 3.3 – OS TREINOS E O DESENVOLVIMENTO FÍSICO........................................21 4. CONCLUSÃO.............................................................................................................22 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................24
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1. INTRODUÇÃO
Cada vez mais o esporte se coloca como objeto de pesquisa, por fazer parte do cotidiano das pessoas, principalmente no que se refere à saúde e à qualidade de vida. Na atual sociedade, é unânime a idéia de que o esporte acaba ajudando a desenvolver os seres humanos, pois, além dos benefícios físicos, já está comprovado que o esporte traz inúmeros benefícios psicológicos, estimulando a capacidade de concentração, o controle emocional, o autoconhecimento, o aprendizado com as vitórias e derrotas e principalmente o desenvolvimento do espírito de competitividade sadio. Especificamente no que diz respeito ao Brasil, sabe-se que é um país considerado, por muitos sociólogos, historiadores, geógrafos e filósofos como uma nação hegemonicamente do futebol. Apesar de este esporte ter origem britânica, acabou se desenvolvendo largamente no Brasil, transformando-o, na maior potência mundial. A consagração do Brasil quanto ao seu sucesso no futebol revela-se nítida. Basta lembrar que quando viajamos, recorrentes são as perguntas referentes ao futebol que nos são indagadas, questionando sobre os jogadores, times etc. Todavia, nos últimos anos, outras modalidades de esportes desenvolveram-se, ganhando visibilidade e investimento na mídia e em diversos projetos sociais. Nesse processo de diversificação dos desportos praticados no Brasil, evidente é a importância dos Jogos Olímpicos de 2016, da qual seremos o país sede, o que indubitavelmente culmina em investimentos públicos nas mais variadas modalidades esportivas.
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1.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO DO TÊNIS O tênis, assim como o futebol, foi criado pelos ingleses por volta de 1860, podendo ser jogado por duas ou quatro pessoas, sendo elas divididas em duas equipes igualmente. Um dos maiores diferenciais desse esporte é a questão da individualidade, pois em outras práticas é necessário o famoso “jogo coletivo”. Desde sua criação poucas mudanças foram feitas, dentre elas a criação do “tie-break”, mas o jogo rapidamente vem se aperfeiçoando, com cada vez bolas mais rápidas e precisas, bem como, manobras que vem sendo inventadas ao longo do tempo pelos praticantes.
Figura 1 – Jogo de tênis – duplas
Figura 2 – Jogo de tênis - simples
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1.2 – O QUE SÃO TREINOS DE ALTA PERFORMANCE Na matéria do jornal de Beltrão o personal trainer de Curitiba Loir Carlos da Costa, traz sua preocupação com os treinos de alta performance:
“Você já deve ter ouvido falar que tudo que é demais faz mal, não é?. Para atletas profissionais que buscam alta performance e quebra de recordes no seu esporte estudos científicos dão evidencias que treinamento físico quando em excesso pode ser prejudicial a saúde. No esporte de alto nível o atleta profissional está totalmente comprometido por “alta performance”, ou seja, busca de grandes resultados, porém, muitos tem um árduo preço a pagar – a sua saúde pode ficar tão frágil quanto a de uma pessoa normal com o passar dos anos.” (COSTA, L.C. 2013)
Treinos de alta performace são experiências competitivas dentro do esporte visando o aprendizado e desenvolvimento do atleta podendo levá-lo ao profissionalismo, a bolsas universitárias além de outros benefícios que o esporte pode vir a trazer, porém, como Loir Carlos nos coloca, é importante se prevenir e pensar na real possibilidade física e mental dos treinamentos para grandes resultados. A alta performace também pode ser uma forma que requer disciplina e regularidade para que o atleta possa vir a colher frutos futuramente.
No sentido da disciplina e regularidade, Loir Carlos em sua publicação ao jornal traz algumas regras para que o esportista possa viver os seus treinos da melhor forma possível. São elas: necessidade de treinos freqüentes durante todo o ano, pois o segredo do treinamento desportivo é a regularidade. É melhor fazer o treinamento de forma gradual para que possamos adaptar nossos músculos, ossos e tendões para a execução das atividades desportivas. A carga de treinamento aplicada é fundamental na montagem de um programa, pois durante a recuperação que se melhora o condicionamento. A falta de hidratação são as maiores responsáveis pela piora do rendimento esportivo em esportes de longa duração e métodos de recuperação podem ajudar 9
em uma maior performance do atleta, por exemplo, diminuir gradualmente o ritmo após os treinos, principalmente os de alta intensidade.
2. TÊNIS COMPETITIVO 2.1 – O OBJETIVO DA COMPETIÇÃO PARA OS JOVENS Muito se fala quanto ao aspecto de competições durante a formação de jovens em suas participações em torneios, pois as pessoas que não gostam de esporte não percebem que a competição faz parte do jogo. Um aspecto importante é a seriedade dos técnicos e treinadores no trabalho com crianças e jovens, porque sua ação terá impacto sobre a educação e o desenvolvimento deles, não só no campo esportivo, mas também social. Como técnico e treinador, é preciso que nos perguntemos sobre o que fazemos? Como fazemos? Pensando que não há esporte sem competição. O que está em jogo, aqui é o próprio “jogo”, o prazer que as crianças e jovens tem em jogar, em brincar. Na cultura da criança, o jogo é brincadeira, mas se torna treino para os jovens mais velhos e adultos. O sentido do treino para as crianças e jovens deveria ter mais um sentido de formação do que de competição, proporcionar oportunidades de aprendizagem, viver experiências de sucesso e fracasso, ter empenho, alegria, fazer as coisas bem feitas, fazer amigos e etc. Seria importante, uma dosagem entre competição e prazer.
2.2 – QUANDO COMEÇAR A COMPETIR As crianças começam a praticar esporte regularmente entre os 4 e 8 anos, fazem porque gostam da diversão. É necessário ser criterioso quanto a competições e só devem participar os
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que querem, e os que estão fisicamente maduros e preparados. É recomendado que as crianças participem de competições organizadas acima de 11 anos. Como nas outras modalidades, a sugestão da prática do esporte está apoiada no desenvolvimento cognitivo que possibilita o pensamento abstrato e hipotético que permite a criação de jogadas e prever as conseqüências desta, por exemplo, como e quando usar golpes de fundo de quadra ou passadas curtinhas, “voleios” altos, baixos, à direita, à esquerda, “smash” direto ou com pingo, enfim, ter minimamente o domínio das opções táticas.
Figura 3 – Passo a passo do “Smash”
Figura 4 – Passo a passo do “Voleio”
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Entre 12 e 14 anos os competidores começam a fazer parte da classificação dos rankings estaduais e nacionais. Em alguns casos, esse ranking pode iniciar aos 10 anos, porém, a classificação não deve ser a prioridade durante esta faixa etária o momento deve ser voltado para o aprendizado. O preparo das crianças envolve vários aspectos, como a técnica, habilidade, compreensão das relações, possibilidade de lidar com sucessos e insucessos. Esse último tema em especial enfatiza o aspecto emocional, ou seja, é necessário que elas estejam preparadas para o confronto. Apesar dessas sugestões, ainda é muito polêmico o tema relacionado ao início das competições organizadas, ou como modificá-las para que não prejudiquem as crianças e jovens.
2.3 – PREPARAÇÃO PARA A COMPETIÇÃO As metas pessoais são importantes para o treinamento, traçar objetivos ajudará o esportista a dimensionar o treinamento. Atualmente, a prática deste esporte possibilita tornarse um tenista profissional; obter bolsa de estudo e jogar tênis no exterior; ser um praticante amador; praticar tênis nas horas de lazer. O que muda é o objetivo que o tenista tem ao praticar o esporte, enquanto alguns buscam apenas lazer,outros se dedicam mais intensamente visando ser um atleta profissional. Os grandes atletas atingiram maior desempenho a custa de disciplina, determinação, um tanto de sacrifício e uma boa dose de oportunidade e investimento financeiro. Para isso, é importante que o treinamento envolva técnica, tática, preparação física e psicológica. Diversos autores utilizam o termo equilíbrio entre capacidade e habilidades, sugerindo que bons resultados dependem de bom desempenho do atleta na capacidade motora na habilidade técnica e no aspecto psicológico. A autoconfiança a ansiedade e a concentração são os aspectos que mais influenciam o psicológico do atleta, nos jovens o aspecto psicológico define mais o desempenho do que o técnico. É importante destacar ainda que o 12
apoio da família e o bom relacionamento com a equipe técnica são aspectos fundamentais para os treinos em longo prazo.
Figura 5 – Treinamento infantil SESC – SP - 2011
2.4 – O “EFEITO GUGA”
Para as poucas pessoas que não sabem, Gustavo Kuerten , o “Guga”(Figura 6), foi o único brasileiro a chegar ao posto de melhor tenista do mundo e, para muitos, foi um fenômeno do tênis internacional. Ele mobilizou a população aumentando de forma absurda o número de praticantes no país, entre 1996 e 2000, o número de praticantes teve aumento de 50%, segundo estatísticas da Confederação Brasileira de Tênis. Apesar de esse fenômeno ter mobilizado a população durante seu período de hegemonia no tênis internacional, ainda existem muitas barreiras que impedem o surgimento de novos
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“gugas”. Uma delas consiste na pequena quantidade de partidas transmitidas. A maior parte dos jogos de Gustavo Kuerten não foi exibida ao vivo pelas grandes emissoras abertas. O outro aspecto que dificulta a transformação do tênis em esporte de massa é o equipamento, ainda muito caro para a grande maioria da população. Por fim, como são raríssimas as quadras públicas disponíveis no país, a prática deste esporte fica restrita, geralmente, às classes mais abastadas.
Figura 6 – Gustavo Kuerten – Guga – no auge da carreira profissional
2.5 - INCLUSÃO SOCIAL A sociedade parece incentivar cada vez mais o esporte, dada sua capacidade transformar muitos jovens que vivem em situaçoes de risco, próximos a contextos onde a droga e a violência, estão se alastrando de forma desenfreada, dando oportunidade para que eles possam fazer outras escolhas, podendo mudar seus rumos na vida para que possam se tornar jovens atletas com caráter transformando-os em pessoas algumas com boas imagens no esporte brasileiro,como o 14
caso do tenista Fabiano de Paula (figura 7), atleta que se encontrou no esporte mesmo sendo morador de uma favela. Hoje em dia, ele é o atual 229 do mundo do ranking de entradas da Associação de Tenistas Profissionais (ATP).
Figura 7 - Fabiano de Paula no Tennis Cup – Rio de Janeiro - 2012
2.6 - POLÍTICAS ESPORTIVAS Com o aumento da importância social do esporte no mundo, têm sido criados sistemas nacionais de competição e aperfeiçoamento, assim como a ampliação das competições internacionais. A participação dos jovens nas competições nacionais e internacionais de alto rendimento repercute no equilíbrio e no desenvolvimento destes. Sendo importante hoje que especialistas e investigadores se esforcem na qualificação destas competições. É comum que os treinadores troquem resultados futuros por sucessos no presente, o rendimento dos jovens atletas deve ser importante para o estímulo do seu treinamento, mas não para o sucesso do treinador.
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2.7 - TRAJETÓRIA PESSOAL E JUSTIFICATIVA Pessoalmente, a minha trajetória no esporte iniciou-se com o tênis por causa de familiares que jogavam este esporte. Comecei a participar dos treinamentos aos 10 anos de idade. Passei a competir a partir dos 12 anos, jogando torneios pelo estado de São Paulo. Aos 15 anos, conquistei meu primeiro torneio, após alguns anos e diversas tentativas obtive sucesso somente em 2011 mudando de categoria, atualmente estou competindo bastante com a meta de conquistar mais troféus e uma bolsa universitária.
Figura 8 - André Ravaglia no Centro de Treinamento Kirmayr - Serra Negra – 2012 (Arquivo Pessoal)
“18MB ( 18 Anos Masculino B) Campeão – ESPORTE CLUBE PINHEIROS Sylvio Oliveira P. Scott Lucas Medeiros Muniz Mateus Gordilho Apud Vice-campeão – CLUB ATHLETICO PAULISTANO 16
André E. Rodrigues Siqueira André Xavier da Silveira Ravaglia Henrique Walder Leal” (Publicação da Federação Paulista de Tênis em 2013) Por causa de meu interesse pessoal e preocupação com os jogadores que tem suas carreiras perdidas com treinamentos de alta performance, por gerar grande esforço físico para manter-se com alto rendimento no esporte, percebi a importância de pesquisar mais a fundo este tema.
3 - TÊNIS E SAÚDE Existe uma preocupação entre os pesquisadores ligados às ciências do desporto quanto à saúde e o bem-estar das crianças e jovens envolvidos em processos de treino especializados e intensos. “As olimpíadas de Atlanta e de Nagano revelaram atletas medalhados que se encontravam ainda a meio da fase da adolescência. Posteriormente, sem que tal fosse um tema novo, tornaram-se mais intensos na comunidade científica os debates sobre riscos e benefícios do treino especializado com crianças e jovens”. Nesse sentido, é importante definir o que entendemos por saúde e bem estar desses jovens atletas. O atleta saudável será aquele que:
Demonstra um processo de crescimento continuo sem lesões graves, nem nos músculos nem nos ossos, que comprometam sua carreira e seu bem estar em outras atividades.
Mantém satisfação com a atividade e estabelece relações socias A produção científica sobre os benefícios e riscos dos treinos especializados com crianças
e jovens tem crescido nos últimos anos, no entanto, não apresenta consistência, pois revela alguns 17
resultados contraditórios. Outra dificuldade são as horas semanais de treino que variam de modalidade para modalidade, conforme mostra a tabela abaixo MÉDIA DE TREINO SEMANAL – HORAS POR SEMANA
Idades
Ginástica
Futebol
Natação
Tênis
(anos)
(horas/semana)
(horas/semana)
(horas/semana)
(horas/semana)
8 a 10
10.0
=========
=========
5.5
11 a 13
12.5
2.8
9.0
7.5
14 a 16
15.0
4.6
12.6
9.9
17 a 19
13.5
10.3
13.0
10.5
Fonte: BARBANTI,Valdir J. Esporte e Atividade Física
Os aspectos prioritários para os pesquisadores em relação aos treinos com crianças e jovens são:
As crianças são mais frágeis fisiologicamente e, portanto, podem ficar mais estressadas com o treino?
As crianças e jovens apresentam diferença na musculatura quanto à sua estrutura, funcionalidade e bioquímica após situaçoes de exercicíos exaustivos?
O excesso na carga de treino pode ter como consequencia a não continuidade da prática esportiva?
Podem contrair lesões crônicas afetam seu cotidiano? 18
O treino intenso pode afetar o crescimento e o desenvolvimento
Apesar de todas essas preocupações, muitos estudos dizem que devem desenvolver esforços no sentido de uma correta administração das cargas de treino e da educação do atleta no sentido de manter sem grandes alterações o estado de saúde, a formação do jovem tem que estar atrelada a um projeto de preparação futura para o esporte.
3.1 – SOBRE TREINO – Treinar demais pode ser prejudicial à saúde O sobre treino é uma expressão utilizada mostrando o desequilíbrio entre carga e recuperação, os sintomas descritos para esse estado são: diminuição de rendimento, perda de peso, perda de apetite, aumento de infecções, dificulda de dormir, alteração no humor e miopatia persistente. (BÖHME, M.T.S.). Os fatores que conduzem ao estado de sobretreino são exercicíos intensos e continuados e pouco tempo de recuperação. Esse fenômeno de fadiga crônica ocorre tanto em jovens como em adultos. Motivos para a ocorrencia de sobretreino:
Orientação mal feita, exagero de carga e intensidade e pouco tempo de recuperação
Nutrição
Problemas com o sistema endócrino imunológico
Alterações biomecânicas provocadas por fadiga muscular e ou deficiência dos níveis de força e flexibilidade Olhando para esta situação os treinadores e atletas devem se esforçar no sentido de uma
correta administração de cargas de treino, assim como na educação do atleta, previnindo situações de alteração severa na saúde.
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3.2 – OS TREINOS E AS MICROLESÕES – Silenciosamente, pequenas lesões impossibilitam o desenvolvimento do atleta. O tema relacionando treino à saúde dos atletas está vinculado às lesões, especialmente as microlesões. Este tipo de lesão tem origem em micro-traumatismos de repetição, resultantes de inflamações e alterações na estrutura do tecido. As causas desses traumas estão ligadas a muitos fatores idade, crescimento, alimentação, força, flexibilidade (questões ligadas ao próprio organismo do atleta), volume intensidade velocidade dos treinos, condições de realização dos exercícios, tipos de superfície e de equipamentos. Alguns exemplos de lesões musculares são: “ombro de nadador” resultante do número elevado de repetições de braçadas, maior solicitação de um lado em relação ao outro do corpo gerando alterações de alinhamento e movimentos compensatórios e o “tênis elbow”, que é uma dolorosa lesão que atinge o cotovelo dos tenistas, provocada por inflamação do tendão. É importante ficar atento a essas pequenas lesões e fazer esforços para investigar as causas diminuindo os exercícios de risco.
Figura 9: Lesão no cotovelo – “Tênis Elbow”
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3.3 – OS TREINOS E O DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Em relação ao crescimento, os estudos não têm demonstrado que o esporte aumenta as taxas de crescimento dos jovens envolvidos na prática esportiva com regularidade. Porém, quanto à maturidade biológica, é sabido que os jovens tendem a avançar mais rapidamente nesse sentido. O maior desses exemplos são as meninas que treinam com regularidade menstruam em idade menor do que o esperado. (Fonte: Revista Paulista de Pediatria).
BENEFÍCIOS E RISCOS FÍSICOS ASSOCIADOS A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS EM ESPORTES RISCOS
BENEFÍCIOS Promoção de crescimento físico Estímulo do desenvolvimento motor Benefício Cardiovascular Efeito positivo no perfil lipidico Redução do risco de diabetes melito tipo2 Icremento da massa óssea Aumento de força e massa muscular
Lesões Musculares Trauma Osteocondrose (doença que afeta o centro de crescimento de um osso) Fratura Disfunção menstrual Escoliose Tendinite
Fonte: Revista Paulista de Pediatria
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4- CONCLUSÃO: O tênis é um esporte cuja principal característica é a individualidade, por este motivo existe uma carga muito grande sobre o atleta para seu desenvolvimento pessoal através de treinamentos e participação em competições. Este esporte faz com que a busca por treinamentos intensivos com disciplina e regularidade seja cada vez maior e exige um grande condicionamento físico e psicológico. Desde o início da prática do esporte, as competições são o principal objetivo do atleta, são elas o grande estímulo para os treinamentos. É necessário haver bom senso tanto da equipe técnica quanto do atleta para que possa vencer cada etapa e atingir seus objetivos. Esse estudo mostra que o impacto dos treinos de alta performance na saúde dos profissionais do esporte, especificamente do tênis, ocorre quando os atletas e técnicos priorizam a competição, não tomando cuidado com a dosagem da quantidade de treinos, exagerando na intensidade deles, e não respeitando idade, sexo, temperatura e condição individual de cada atleta. Valorizam mais as competições vividas neste momento do que pensando no futuro do atleta, na sua carreira. O atleta por sua vez precisa fazer boas escolhas e priorizar o esporte e o cuidado consigo mesmo para poder estar em forma como diz Adriano Ferreira (Figura 10), ex-atleta profissional: “Os que adoram uma farra estão completamente fora do jogo porque não renunciam a nada, não fortalecem nem o físico e nem a cabeça”.
Figura 10 – Adriano Ferreira em entrevista coletiva – Julho 2013
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Muitas vezes os procedimentos descritos acima acarretam na fadiga e microolesões dos músculos, ossos e tendões, bem como o stress e baixa resistência dos praticantes do esporte. Podendo até causar lesões irreversíveis e questões de humor grave. É importante para todo atleta e treinador, de acordo com minha experiência pessoal, uma maior preocupação com a prevenção: graduar o ritmo dos treinos, ter momentos de recuperação e descanso, fortalecer a musculatura, cuidar da nutrição e hidratação do organismo, principalmente nas épocas de competição. O desenvolvimento dos treinos com maior qualidade depende também de bons equipamentos, variação das atividades e dosagem criteriosa de intensidade. É importante também que o treinador estimule o atleta a manter sua vida social, familiar e escolar como prioridade, para que possa desenvolver todo seu potencial nas diferentes áreas, não acarretando também questões psicológicas e de auto-estima. O que aconteceu com Adriano Ferreira (Figura 10), ilustra bem o que pode acontecer. Ele não quis parar de jogar, mas foi obrigado, pois teve uma lesão no ombro quando tentava uma investida nas duplas. Ele declarou que viajava muito ficando muito tempo fora do Brasil, além de sofrer de síndrome do pânico o que o limitava muito. Cada vez que subia em um avião ele achava que iria cair, mas ele não se tratou. Em uma destas viagens aos Estados Unidos, Adriano perdeu para Alex Obrien, um jogador de duplas, e resolveu parar. Para que não ocorra o mesmo que com Adriano Ferreira, vale levarmos em conta, tudo que foi discutido nesse trabalho ele é um bom exemplo do que não deveria ter sido feito, pouco cuidado com o corpo e com o emocional fez um bom atleta deixar de competir. Desta forma, se os atletas e treinadores levassem todas as questões de prevenção descritas acima como prioridade, diminuiriam muito os problemas causados pelos treinos de alta intesidade. Este trabalho é um convite ao aumento do cuidado com os treinamentos, sem desvalorizar a sua importância para a performance do atleta.
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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LIVROS:
BARBANTI,Valdir J.
Esporte e Atividade Física – Interação entre
Rendimento e Saúde. Barueri:Editora Manole, 2002. 368p.
BÖHME, Maria Tereza Silveira. Esporte infanto juvenil – Treinamento a longo prazo e talento esportivo. São Paulo: Phorte Editora, 2011. 488 p.
NADAL, Rafael. Rafa – Minha História. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.238p. REVISTAS:
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ROSSI, Claudio. O efeito Guga. RevistaVeja, São Paulo, Ed. 1691, p. 35, mar 2001. SITES:
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GIUNTINI,Daniela.Interclubes: mais 5 clubes campeões. Federação Paulista de Tenis Website.Disponível em: 24
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Acesso
em
10/mai/2013.
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