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emitir a opinião do veículo, o texto pode vir sem a assinatura do autor ou então ser assinado pelo editor, em nome da publicação.
*MÓDULO 1* Organização textual – Gêneros argumentativos Recursos para convencer
Esses são apenas alguns gêneros. É importante saber que a argumentação e a persuasão estão presentes no texto publicitário, nas cartas argumentativas e, principalmente, em textos de caráter teoricamente informativo.
Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em fatos e opiniões. É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais e na internet temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores. Num jornal, por exemplo, podemos identificar vários gêneros argumentativos – o artigo de opinião, o editorial, a coluna. Por vezes, alguns textos de caráter informativo, como reportagens, podem trazer juízos de valor ou adotar um posicionamento crítico (veja a reportagem reproduzida em Atividades 1). O importante, para se preparar para a prova do ENEM, é saber reconhecer estratégias argumentativas e procedimentos de argumentação. Os procedimentos implicam estruturar o texto de acordo com o receptor (uso de linguagem adequada e construção coerente da argumentação), e as estratégias são recursos que podem ser usados para reforçar a argumentação. Agora, analisemos alguns gêneros que, de imediato, podem ser identificados como argumentativos:
Artigo opinativo: comum nos jornais e revistas, ele é, em geral, escrito por colaboradores ou personalidades convidadas e não reflete necessariamente a opinião do veículo de comunicação. Analisa um fato ou uma série de fatos em relação ao contexto político, social, econômico ou comportamental. Segue a estrutura de um texto dissertativo: introdução/desenvolvimento/conclusão. Pode ser escrito na primeira ou na terceira pessoa.
REPRODUÇÃO
Campanha da Prefeitura de São Paulo mostra bons motivos para adotar um animal de estimação com responsabilidade
Coluna: é um espaço dos jornais e revistas prioritariamente destinado à informação exclusiva, ao bastidor da notícia – comporta a manifestação do colunista sobre aquele fato que está informando ou analisando, muitas vezes com postura crítica em relação aos acontecimentos. Dois exemplos: Gustavo Ioschpe, da revista Veja, e Clóvis Rossi, do jornal Folha de S. Paulo. Editorial/Carta ao leitor: espaço reservado nos jornais e revistas para manifestar a opinião do veículo, da instituição – opinião que, na verdade, é definida pelos dirigentes (muitas vezes, o próprio dono) da empresa. Diferentemente dos outros formatos, o editorial não tem nenhuma preocupação em informar o leitor, mas em formar opinião. Em vez de fatos, traz argumentos, que se tornam convincentes graças a recursos de retórica. Por 154
Os gêneros argumentativos têm a finalidade de persuadir e convencer o leitor a respeito de determinado assunto.
As estratégias argumentativas podem ser construídas a partir de exemplos e comparação, citações, menções a dados numéricos, uso de ironia ou, ainda, na apresentação de uma ideia para, em seguida, contradizê-la ou diminuir sua importância.
A falácia é construída quando se dá segmento a um raciocínio errado, fazendo-o aparentar verdadeiro. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conter falácias, mas não deixam de ser falsos.
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distinguir frases ou períodos que evidenciem (ou representem argumentos que reforcem) a opinião do autor.
Articulação de ideias – Coesão e coerência
Articular ideias é estabelecer a relação entre palavras e frases. Devidamente conectadas, elas formam um todo que tem sentido para determinado grupo de pessoas em determinada situação.
Há dois fatores importantes para tornar um texto inteligível: coesão e coerência.
A coesão consiste nas articulações gramaticais existentes entre as palavras, orações, frases, e parágrafos que garantem sua conexão textual. Um dos recursos mais comuns é o uso de conectivos, como as conjunções, por exemplo. Para cada tipo de relação que se pretende estabelecer entre duas orações, existe uma conjunção que se adapta a ela. Algumas conjunções:
aditivas: e, nem, não só... como também
adversativas: entretanto
concessivas: embora, apesar de
explicativas: pois (antes de verbo), porque
conclusivas: portanto, logo, por isso, pois (depois de verbo)
Coerência é o resultado da articulação das ideias de um texto. É a estrutura lógico-semântica que faz com que, numa situação discursiva, palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutores. Ela está, portanto, ligada à possibilidade de compreensão daquilo que se ouve ou lê.
mas,
porém,
contudo,
Em questões que exigem a análise de textos opinativos, é fundamental responder de acordo com a opinião expressa no texto, e não a partir de sua própria. Não há posicionamento certo ou errado, mas maneiras de expor um ponto de vista.
Existem duas principais estratégias de persuasão. A explícita expõe claramente seu ponto de vista e recorre a argumentos lógicos e racionais, às vezes propositalmente incorretos. A implícita, mais sutil, apela para o emocional.
Organização textual – Gêneros narrativos
Tipos de texto – Basicamente, há seis tipos de texto: descrição, narração, injunção, argumentação, exposição e agrupamento tipológico “relatar”. De modo geral, podemos dizer que a descrição se caracteriza por ser um “retrato verbal” de pessoas, objetos, animais, sentimentos, cenas ou ambientes; a narração é um entrelaçamento de fatos contados por um narrador, envolvendo personagens, localizadas no tempo e no espaço; e a argumentação é a expressão de opinião a respeito de um assunto.
Elementos do texto narrativo:
Enredo: sequência de acontecimentos narrados na história.
Foco narrativo (1.ª e 3.ª pessoa): presença de narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
Personagens coadjuvante).
Tempo (cronológico e psicológico).
Espaço.
Os gêneros narrativos são inúmeros; os mais conhecidos são: romance, crônica, conto, novela, fábula. Há ainda: piada, mito, novela etc.
Romance: narrativa longa, de enredo normalmente imaginário, mas verossímil. Os personagens são mais elaborados psicologicamente.
Crônica: narrativa curta, inspirada em algum fato cotidiano. Pode fazer uma crítica indireta ou ter toques de humor.
A diferença entre antítese e paradoxo é que a antítese se baseia na comparação por contraste ou justaposição de contrários, enquanto o paradoxo se reconhece como uma relação interna de contrários:
Antítese: Eu sou tímido, você é extrovertido.
Paradoxo: Eu sou um tímido extrovertido.
todavia,
Recursos expressivos: as figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais rica e expressiva. Usamse, para isso, as palavras em seu sentido conotativo, e não com seu significado literal. As principais são: comparação metáfora metonímia ironia
Pontos de vista – Recursos persuasivos
Para se preparar para a prova do ENEM, é importante desenvolver a capacidade de ler, compreender e interpretar textos de diferentes gêneros e linguagens, como fotos, charges e poesia. Identificar diferentes pontos de vista – Não são apenas os artigos opinativos das revistas e dos jornais que apresentam uma postura sobre determinado assunto. Ao resolver questões que mostram pontos de vista diversos, é importante 155
(protagonista,
antagonista
e
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grandes parques lineares em volta dos rios, onde hoje há avenidas, com instalações esportivas e ciclovias. Levará trabalhadores para as regiões centrais, diminuindo a pressão no transporte público e no trânsito. Embelezará as cidades, criará oportunidades econômicas, moverá a economia e fará o Brasil rodar. Mas como fazer os especuladores colaborar? O remédio tem três doses: educação, fiscalização e punição. Primeiro ensina-se os proprietários a adaptarem sua situação para que os terrenos vazios parem de prejudicar a cidade e sejam ocupados. Dá-se a eles um prazo para se adaptar – e prazos curtos funcionam muito melhor do que prazos longos. Quem não se adapta paga impostos cada vez mais altos ou é desapropriado. Precisamos começar a fazer isso rápido, assim que as chuvas pararem. Mas o planejamento precisa ser de longuíssimo prazo, coisa de 30 anos, para que as obras de 2011 não sejam apenas a maquiagem de sempre (piscinões, muros, dragas e aumentos de calha), mas o primeiro passo de uma reforma profunda no sistema de ocupação do Brasil.
********** ATIVIDADES 1 ********** Texto para a questão 1.
Por que tantas tragédias? Há um imenso equívoco no modo de ocupação do solo brasileiro. Construímos casas nas várzeas e nas encostas íngremes
O Brasil foi premiado pela natureza por rios de imenso volume d’água e, como consequência, algumas das maiores várzeas (áreas originalmente florestadas) do mundo. Isso é a razão de nossa proverbial fertilidade e explica nossa aptidão para produzir comida, a base da nossa atual prosperidade. No entanto, há um imenso equívoco no modo de ocupação do solo brasileiro. Construímos nossas casas nas várzeas – que, num ecossistema equilibrado, absorviam a água que transbordava dos rios – e nas encostas íngremes. Esse erro é cometido mais ou menos do mesmo jeito no país todo, o que explica por que regiões tão diversas como Santa Catarina, Alagoas e Pará tenham problemas semelhantes. Várzea ocupada é aquilo que os noticiários chamam de enchente. Encosta ocupada é mais conhecida como deslizamento. A questão central agora é desocupar essas regiões para que, no ano que vem, quando chover de novo, não haja ninguém mais morando lá. E onde botamos as pessoas que vivem em várzeas e encostas? Para responder a essa pergunta, é importante antes entender por que essas regiões foram ocupadas. A resposta é complexa, mas pode ser simplificada em duas palavras: especulação imobiliária. No Brasil, país de economia historicamente instável, sempre foi ótimo negócio ser dono de terra e ficar lá sentado nela sem fazer nada. O modelo de urbanização do país, que concentrava a economia no centro da cidade e ia se expandindo para fora, garantia a certeza de que um terreno distante ontem viraria centro amanhã e seu valor se multiplicaria. Por conta disso, há na região central das maiores cidades brasileiras uma quantidade imensa de terrenos vazios ou subutilizados, só esperando valorização. Isso faz os preços de imóveis disparar, e os trabalhadores demandados pelas cidades acabam indo se espremer em várzeas e encostas, únicas terras baratas. Isso é um problema para as cidades, porque força os trabalhadores a atravessar dezenas de quilômetros de asfalto para chegar ao trabalho, no centro. E é aí que mora nossa grande oportunidade. O que o Brasil precisa fazer agora é tirar as pessoas das encostas e várzeas e colocá-las nesses pedaços vazios do centro da cidade (a última coisa que queremos é colocar as pessoas ainda mais longe, aumentando ainda mais o trânsito e os custos do transporte público). Isso trará várias vantagens. Permitirá às cidades fazerem
Blog Sustentável é Pouco. Adaptado. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/ >.
1. (AED-SP) O texto tem uma estrutura dissertativo-argumentativa – há um posicionamento do autor e ele encadeia ideias para sustentar seu ponto de vista. Quais foram os argumentos utilizados? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________
2. (ENEM-MEC) O então presidente Lula assinou, em 29 de setembro de 2008, decreto sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. As novas regras afetam principalmente o uso dos acentos agudo e circunflexo, do trema e do hífen. Longe de um consenso, muita polêmica tem-se levantado em Macau e nos oito países de língua portuguesa: Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Comparando as diferentes opiniões sobre a validade de se estabelecer o acordo para fins de unificação, o argumento que, em grande parte, foge a essa discussão é 156
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(A) “A Academia (Brasileira de Letras) encara essa aprovação como um marco histórico. Inscreve-se, finalmente, a Língua Portuguesa no rol daquelas que conseguiram beneficiar-se há mais tempo da unificação de seu sistema de grafar, numa demonstração de consciência da política do idioma e de maturidade na defesa, difusão e ilustração da língua da Lusofonia.”
3. (ENEM-MEC) A Herança Cultural da Inquisição A Inquisição gerou uma série de comportamentos humanos defensivos na população da época, especialmente por ter perdurado na Espanha e em Portugal durante quase 300 anos, ou no mínimo quinze gerações. Embora a Inquisição tenha terminado há mais de um século, a pergunta que fiz a vários sociólogos, historiadores e psicólogos era se alguns desses comportamentos culturais não poderiam ter-se perpetuado entre nós. Na maioria, as respostas foram negativas, ou seja, embora alterasse sem dúvida o comportamento da época, nenhum comportamento permanece tanto tempo depois, sem reforço ou estímulo continuado. Não sou psicólogo nem sociólogo para discordar, mas tenho a impressão de que existem alguns comportamentos estranhos na sociedade brasileira, e que fazem sentido se você os considerar resquícios da era da Inquisição. […]
SANDRONI, C. Presidente da ABL. Disponível em: < http://www.academia.org.br >.
(B) “Acordo ortográfico? Não, obrigado. Sou contra. Visceralmente contra. Filosoficamente contra. Linguisticamente contra. Eu gosto do ‘c’ do ‘actor’ e o ‘p’ de ‘cepticismo’. Representam um património, uma pegada etimológica que faz parte de uma identidade cultural. A pluralidade é um valor que deve ser estudado e respeitado. Aceitar essa aberração significa apenas que a irmandade entre Portugal e o Brasil continua a ser a irmandade do atraso.” COUTINHO, J. P. Folha de S. Paulo. Ilustrada. 28 set. 2008, E1 (adaptado).
KANITZ, S. A Herança Cultural da Inquisição. In: Revista Veja. Ano 38, n.º 5, 2 fev. 2005 (fragmento).
(C) “Há um conjunto de necessidades políticas e econômicas com vista à internacionalização do português como identidade e marca econômica. É possível que o [Fernando] Pessoa, como produto de exportação, valha mais do que a PT [Portugal Telecom]. Tem um valor econômico único.”
Considerando-se o posicionamento do autor do fragmento a respeito de comportamentos humanos, o texto (A) enfatiza a herança da Inquisição em comportamentos culturais observados em Portugal e na Espanha. (B) contesta sociólogos, psicólogos e historiadores sobre a manutenção de comportamentos gerados pela Inquisição. (C) contrapõe argumentos de historiadores e sociólogos a respeito de comportamentos culturais inquisidores. (D) relativiza comportamentos originados na Inquisição e observados na sociedade brasileira. (E) questiona a existência de comportamentos culturais brasileiros marcados pela herança da Inquisição.
RIBEIRO, J. A. P. Ministro da Cultura de Portugal. Disponível em: < http://ultimahora.publico.clix.pt >.
(D) “É um acto cívico batermo-nos contra o Acordo Ortográfico. O acordo não leva a unidade nenhuma. Não se pode aplicar na ordem interna um instrumento que não está aceito internacionalmente e nem assegura a defesa da língua como património, como prevê a Constituição nos artigos 9.º e 68.º.” MOURA, V. G. Escritor e eurodeputado. Disponível em: < www.mundoportugues.org >.
Textos para as questões 4 e 5.
(E) “Se é para ter uma lusofonia, o conceito [unificação da língua] deve ser mais abrangente e temos de estar em paridade. Unidade não significa que temos que andar todos ao mesmo passo. Não é necessário que nos tornemos homogéneos. Até porque o que enriquece a língua portuguesa são as diversas literaturas e formas de utilização.”
Texto I É praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem o plástico. Ele está presente em embalagens de alimentos, bebidas e remédios, além de eletrodomésticos, automóveis etc. Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é: quando em contato com outras substâncias, o plástico não as contamina; ao contrário, protege o produto embalado. Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos plásticos em larga escala: são leves, quase não alteram o peso do material embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente, não é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem de plástico reciclado, quando comparado ao total produzido, ainda é irrelevante.
RODRIGUES, M. H. Presidente do Instituto Português do Oriente, sediado em Macau. Disponível em: < http://taichungpou.blogspot.com > (adaptado).
________________________________________________ *Anotações*
Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n.º 6 (adaptado).
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Texto II
6. (ENEM-MEC)
Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos por sufocamento. Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas têm um custo incalculável para o meio ambiente.
Cientistas da Grã-Bretanha anunciaram ter identificado o primeiro gene humano relacionado com o desenvolvimento da linguagem, o FOXP2. A descoberta pode ajudar os pesquisadores a compreender os misteriosos mecanismos do discurso – que é uma característica exclusiva dos seres humanos. O gene pode indicar por que e como as pessoas aprendem a se comunicar e a se expressar e por que algumas crianças têm disfunções nessa área. Segundo o professor Anthony Monaco, do Centro Wellcome Trust de Genética Humana, de Oxford, além de ajudar a diagnosticar desordens de discurso, o estudo do gene vai possibilitar a descoberta de outros genes com imperfeições. Dessa forma, o prosseguimento das investigações pode levar a descobrir também esses genes associados e, assim, abrir uma possibilidade de curar todos os males relacionados à linguagem.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
4. (ENEM-MEC) Na comparação dos textos, observa-se que (A) o texto I apresenta um alerta a respeito do efeito da reciclagem de materiais plásticos; o texto II justifica o uso desse material reciclado. (B) o texto I tem como objetivo precípuo apresentar a versatilidade e as vantagens do uso do plástico na contemporaneidade; o texto II objetiva alertar os consumidores sobre os problemas ambientais decorrentes de embalagens plásticas não recicladas. (C) o texto I expõe vantagens, sem qualquer ressalva, do uso do plástico; o texto II busca convencer o leitor a evitar o uso de embalagens plásticas. (D) o texto I ilustra o posicionamento de fabricantes de embalagens plásticas, mostrando por que elas devem ser usadas; o texto II ilustra o posicionamento de consumidores comuns, que buscam praticidade e conforto. (E) o texto I apresenta um alerta a respeito da possibilidade de contaminação de produtos orgânicos e industrializados decorrente do uso de plástico em suas embalagens; o texto II apresenta vantagens do consumo de sacolas plásticas: leves, descartáveis e gratuitas.
Disponível em: < http://www.bbc.co.uk > (adaptado).
Para convencer o leitor da veracidade das informações contidas no texto, o autor recorre à estratégia de (A) citar autoridade especialista no assunto em questão. (B) destacar os cientistas da Grã-Bretanha. (C) apresentar citações de diferentes fontes de divulgação científica. (D) detalhar os procedimentos efetuados durante o processo da pesquisa. (E) elencar as possíveis consequências positivas que a descoberta vai trazer. Texto para as questões 7 e 8. Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês.
5. (ENEM-MEC) Em contraste com o texto I, no texto II são empregadas, predominantemente, estratégias argumentativas que (A) atraem o leitor por meio de previsões para o futuro. (B) apelam à emoção do leitor, mencionando a morte de animais. (C) orientam o leitor a respeito dos modos de usar conscientemente as sacolas plásticas. (D) intimidam o leitor com as nocivas consequências do uso indiscriminado de sacolas plásticas. (E) recorrem à informação, por meio de constatações, para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plásticas.
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TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (adaptado).
*Anotações*
7. (ENEM-MEC) Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma-padrão da língua portuguesa é empregada com a finalidade de 158
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(A) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna. (B) situar os dois lados da interlocução em posições simétricas. (C) comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos cotidianos. (D) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa. (E) ressaltar a importância do código linguístico que adotamos como língua nacional.
O texto publicitário apresenta a oposição entre “impossível”, “impraticável”, “não” e “sim”, “sim”, “sim”. Essa oposição, usada como um recurso argumentativo, tem a função de (A) minimizar a importância da invenção do avião por Santos Dumont. (B) mencionar os feitos de grandes empreendedores da história do Brasil. (C) ressaltar a importância do pessimismo para promover transformações. (D) associar os empreendimentos da empresa petrolífera a feitos históricos. (E) ironizar os empreendimentos rodoviários de Visconde de Mauá no Brasil.
8. (ENEM-MEC) Os procedimentos argumentativos utilizados no texto permitem inferir que o ouvinte/leitor, no qual o emissor foca o seu discurso, pertence (A) ao mesmo grupo social do falante/autor. (B) a um grupo de brasileiros considerados como não índios. (C) a um grupo étnico que representa a maioria europeia que vive no país. (D) a um grupo formado por estrangeiros que falam português. (E) a um grupo sociocultural formado por brasileiros naturalizados e imigrantes.
10. (ENEM-MEC) Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse
9. (ENEM-MEC)
podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte.
DIGA NÃO AO NÃO
Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha
Quem disse que alguma coisa é impossível?
na mão, não outras, mas essas apenas.
Olhe ao redor. O mundo está cheio de coisas que, segundo os pessimistas, nunca teriam acontecido.
LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
“Impossível.” “Impraticável.”
A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas
“Não.” E ainda assim, sim. Sim, Santos Dumont foi o primeiro homem a decolar a bordo de um avião, impulsionado por um motor aeronáutico.
(A) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. (B) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. (C) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. (D) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. (E) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.
Sim, Visconde de Mauá, um dos maiores empreendedores do Brasil, inaugurou a primeira rodovia pavimentada do país. Sim, uma empresa brasileira também inovou no país. Abasteceu o primeiro voo comercial brasileiro. Foi a primeira empresa privada a produzir petróleo na Bacia de Campos. Desenvolveu um óleo combustível mais limpo, o OC Plus.
________________________________________________ *Anotações*
O que é necessário para transformar o não em sim? Curiosidade. Mente aberta. Vontade de arriscar. E quando o problema parece insolúvel, quando o desafio é muito duro, dizer: vamos lá. Soluções de energia para um mundo real. Jornal da ABI. n.º 336, dez. 2008 (adaptado).
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11. (ENEM-MEC)
13. (ENEM-MEC)
O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio-campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo
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O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e das queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial, mas também pode afetar diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que, embora o dióxido de carbono seja essencial para o crescimento dos vegetais, quantidades excessivas desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos incalculáveis na agricultura de vários países. O Estado de S. Paulo, 20 set. 1992, p.32.
Disponível em: < http://momentodofutebol.blogspot.com > (adaptado).
O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir dessa perspectiva, conclui-se que
O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que
(A) a palavra “mas”, na linha 4, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas de 1 a 4. (B) a palavra “embora”, na linha 7, introduz uma explicação que não encontra complemento no restante do texto. (C) as expressões “consequências calamitosas”, na linha 3, e “efeitos incalculáveis”, na linha 10, reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa. (D) o uso da palavra “cientistas”, na linha 5, é desnecessário para dar credibilidade ao texto, uma vez que se fala em “estudo” no título do texto. (E) a palavra “gás”, na linha 9, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 2 e 3, reforçando a ideia de catástrofe.
(A) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça. (B) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo. (C) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência. (D) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado. (E) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.
14. (ENEM-MEC)
12. (ENEM-MEC)
O mundo é grande
No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:
O mundo é grande e cabe Nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe Na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe No breve espaço de beijar.
CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.
Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de
(A) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase. (B) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha. (C) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência. (D) A violência da Campanha do governo do Estado entra em nova fase. (E) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.
(A) (B) (C) (D) (E) 160
oposição. comparação. conclusão. alternância. finalidade.
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Texto para as questões 17 e 18.
15. (FUVEST-SP) Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.
Cidade grande
Meu caro Mário,
Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas por enquanto, e mais promete.
Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você tudo o que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear. Fernando Sabino. No texto, o conectivo “se bem que” estabelece relação de: (A) (B) (C) (D) (E)
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.
conformidade. condição. concessão. alternância. consequência.
17. (ENEM-MEC) Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a (A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem. (B) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos. (C) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica. (D) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo. (E) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
16. (ENEM-MEC) Texto I Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível. CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005, p. 91.
18. (ENEM-MEC) No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que contribui para estabelecer uma relação de consequência. Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:
Texto II Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É saber que todos os amigos já morreram e os que teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não por necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior que a arcada.
(A) “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era fraco.” (B) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu / chamava para o café.” (C) “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.” (D) “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, / que rio e danço e invento exclamações alegres.” (E) “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”
FERNANDES, Millôr. Ser gagá. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005, p. 225.
Os textos utilizam os mesmos recursos expressivos para definir as fases da vida, entre eles, (A) expressões coloquiais com significados semelhantes. (B) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres humanos. (C) recursos específicos de textos escritos em linguagem formal. (D) termos denotativos que se realizam com sentido objetivo. (E) metalinguagem que explica com humor o sentido de palavras.
________________________________________________ *Anotações*
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Tais rendimentos mostram que as políticas sociais compensatórias, como o Bolsa-Escola (que paga R$ 15,00 mensais por aluno matriculado), são por si sós incapazes de impedir que o narcotráfico continue aliciando crianças provenientes de estratos de baixa renda: tais políticas aliviam um pouco o orçamento familiar e incentivam os pais a manterem os filhos estudando, o que de modo algum impossibilita a opção pela delinquência. No mesmo sentido, os programas voltados aos jovens vulneráveis ao crime organizado (circo-escolas, oficinas de cultura, escolinhas de futebol) são importantes, mas não resolvem o problema. A única maneira de reduzir a atração exercida pelo tráfico é a repressão, que aumenta os riscos para os que escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos adolescentes provam isso: eles são elevados precisamente porque a possibilidade de ser preso não é desprezível. É preciso que o Executivo federal e os estaduais desmontem as organizações paralelas erguidas pelas quadrilhas, para que a certeza de punição elimine o fascínio dos salários do crime.
19. (ENEM-MEC) Metáfora (Gilberto Gil)
Uma lata existe para conter algo, Mas quando o poeta diz: “Lata” Pode estar querendo dizer o incontível Uma meta existe para ser um alvo, Mas quando o poeta diz: “Meta” Pode estar querendo dizer o inatingível Por isso não se meta a exigir do poeta Que determine o conteúdo em sua lata Na lata do poeta tudonada cabe, Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber O incabível Deixe a meta do poeta não discuta, Deixe a sua meta fora da disputa Meta dentro e fora, lata absoluta Deixe-a simplesmente metáfora.
Editorial. Folha de S. Paulo, 15 jan. 2003.
Disponível em: < http://www.letras.terra.com.br >.
20. (ENEM-MEC) No Editorial, o autor defende a tese de que “as políticas sociais que procuram evitar a entrada dos jovens no tráfico não terão chance de sucesso enquanto a remuneração oferecida pelos traficantes for tão mais compensatória que aquela oferecida pelos programas do governo”. Para comprovar sua tese, o autor apresenta
A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva, pela semelhança ou analogia entre elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura. O trecho em que se identifica a metáfora é: (A) (B) (C) (D) (E)
“Uma lata existe para conter algo”. “Mas quando o poeta diz: ‘Lata’”. “Uma meta existe para ser um alvo”. “Por isso não se meta a exigir do poeta”. “Que determine o conteúdo em sua lata”.
(A) instituições que divulgam o crescimento de jovens no crime organizado. (B) sugestões que ajudam a reduzir a atração exercida pelo crime organizado. (C) políticas sociais que impedem o aliciamento de crianças no crime organizado. (D) pesquisadores que se preocupam com os jovens envolvidos no crime organizado. (E) números que comparam os valores pagos entre os programas de governo e o crime organizado.
Texto para as questões 20 e 21.
A carreira do crime Estudo feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz sobre adolescentes recrutados pelo tráfico de drogas nas favelas cariocas expõe as bases sociais dessas quadrilhas, contribuindo para explicar as dificuldades que o Estado enfrenta no combate ao crime organizado. O tráfico oferece aos jovens de escolaridade precária (nenhum dos entrevistados havia completado o ensino fundamental) um plano de carreira bem-estruturado, com salários que variam de R$ 400,00 a R$ 12.000,00 mensais. Para uma base de comparação, convém notar que, segundo dados do IBGE de 2001, 59% da população brasileira com mais de dez anos que declara ter uma atividade remunerada ganha no máximo o “piso salarial” oferecido pelo crime. Dos traficantes ouvidos pela pesquisa, 25% recebiam mais de R$ 2.000,00 mensais; já na população brasileira essa taxa não ultrapassa 6%.
21. (ENEM-MEC) Com base nos argumentos do autor, o texto aponta para (A) uma denúncia de quadrilhas que se organizam em torno do narcotráfico. (B) a constatação de que o narcotráfico restringe-se aos centros urbanos. (C) a informação de que as políticas sociais compensatórias eliminarão a atividade criminosa a longo prazo. (D) o convencimento do leitor de que para haver a superação do problema do narcotráfico é preciso aumentar a ação policial. (E) uma exposição numérica realizada com o fim de mostrar que o negócio do narcotráfico é vantajoso e sem riscos. 162
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22. (ENEM-MEC)
23. (ENEM-MEC)
Texto I
Apesar da ciência, ainda é possível acreditar no sopro divino – o momento em que o Criador deu vida até ao mais insignificante dos microrganismos?
O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua língua; se outra for a orientação, vamos cair na “língua brasileira”, refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância do idioma pátrio, recurso vergonhoso de homens de cultura falsa e de falso patriotismo. Como havemos de querer que respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a descuidar daquilo que exprime e representa o idioma pátrio?
Resposta de Dom Odilo Scherer, cardeal-arcebispo de São Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007: “Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em algum momento, começou a existir algo, para poder evoluir em seguida. O ato do Criador precede a possibilidade de evolução: só evolui algo que existe. Do nada, nada surge e evolui.”
ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa. Prefácio. São Paulo: Saraiva, 1999 (adaptado).
LIMA, Eduardo. Testemunha de Deus. Superinteressante, São Paulo, n.º 263-A, p. 9, mar. 2009 (com adaptações).
Texto II Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta Gramática se afasta do padrão estrito usual neste tipo de livro. Assim, o autor escreve “tenho que reformular”, e não “tenho de reformular”; “pode-se colocar dois constituintes”, e não “podem-se colocar dois constituintes”; e assim por diante. Isso foi feito de caso pensado, com a preocupação de aproximar a linguagem da gramática do padrão atual brasileiro presente nos textos técnicos e jornalísticos de nossa época.
Resposta de Daniel Dennett, filósofo americano ateu e evolucionista radical, formado em Harvard e Doutor por Oxford: “É claro que é possível, assim como se pode acreditar que um super-homem veio para a Terra há 530 milhões de anos e ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a explosão da vida daquele período. Mas não há razão para crer em fantasias desse tipo.”
REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São Paulo: Ática, 1996.
LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. Superinteressante, São Paulo, n.º 263-A, p. 11, mar. 2009 (com adaptações).
Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos, conclui-se que
Os dois entrevistados responderam a questões idênticas, e as respostas a uma delas foram reproduzidas aqui. Tais respostas revelam opiniões opostas: um defende a existência de Deus e o outro não concorda com isso. Para defender seu ponto de vista,
(A) ambos os textos tratam da questão do uso da língua com o objetivo de criticar a linguagem do brasileiro. (B) os dois textos defendem a ideia de que o estudo da gramática deve ter o objetivo de ensinar as regras prescritivas da língua. (C) a questão do português falado no Brasil é abordada nos dois textos, que procuram justificar como é correto e aceitável o uso coloquial do idioma. (D) o primeiro texto enaltece o padrão estrito da língua, ao passo que o segundo defende que a linguagem jornalística deve criar suas próprias regras gramaticais. (E) o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da língua, enquanto o segundo defende uma adequação da língua escrita ao padrão atual brasileiro.
(A) o religioso ataca a ciência, desqualificando a Teoria da Evolução, e o ateu apresenta comprovações científicas dessa teoria para derrubar a ideia de que Deus existe. (B) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro que sim”, por se considerar autoridade competente para definir o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com expressões como “é possível”, assumindo não ter opinião formada. (C) o arcebispo critica a teoria do Design Inteligente, pondo em dúvida a existência de Deus, e o ateu argumenta com base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir. (D) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defender a existência de Deus, enquanto o filósofo faz uma ironia, sugerindo que qualquer coisa inventada poderia preencher essa lacuna. (E) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumentação, ao afirmar que a crença em Deus é algo primitivo, criado na época cambriana, enquanto o religioso baseia sua argumentação no fato de que algumas coisas podem “surgir do nada”.
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24. (ENEM-MEC)
25. (ENEM-MEC)
Texto I
MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12 X SEM JUROS.
O chamado “fumante passivo” é aquele indivíduo que não fuma, mas acaba respirando a fumaça dos cigarros fumados ao seu redor. Até hoje, discutem-se muito os efeitos do fumo passivo, mas uma coisa é certa: quem não fuma não é obrigado a respirar a fumaça dos outros. O fumo passivo é um problema de saúde pública em todos os países do mundo. Na Europa, estima-se que 79% das pessoas estão expostas à fumaça “de segunda mão”, enquanto, nos Estados Unidos, 88% dos não fumantes acabam fumando passivamente. A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia informa que o fumo passivo é a terceira entre as principais causas de morte no país, depois do fumo ativo e do uso de álcool.
Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos. Revista Época, n.º 424, 3/7/2006.
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo configurações específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é (A) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo. (B) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.
Disponível em: < www.terra.com.br > (fragmento).
(C) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo. (D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas. (E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente
Texto II
que a máquina, mesmo a mais moderna.
26. (ENEM-MEC) Se os tubarões fossem homens Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos? Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem Disponível em: < www.rickjaimecomics.blogspot.com >.
sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias.
Ao abordar a questão do tabagismo, os textos I e II procuram demonstrar que
Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a
(A) a quantidade de cigarros consumidos por pessoa, diariamente, excede o máximo de nicotina recomendado para os indivíduos, inclusive para os não fumantes. (B) para garantir o prazer que o indivíduo tem ao fumar, será necessário aumentar as estatísticas de fumo passivo. (C) a conscientização dos fumantes passivos é uma maneira de manter a privacidade de cada indivíduo e garantir a saúde de todos. (D) os não fumantes precisam ser respeitados e poupados, pois estes também estão sujeitos às doenças causadas pelo tabagismo. (E) o fumante passivo não é obrigado a inalar as mesmas toxinas que um fumante, portanto depende dele evitar ou não a contaminação proveniente da exposição ao fumo.
goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos deveriam acreditar
nos
tubarões,
sobretudo
quando
estes
dissessem que cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói. BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Editora 34, 2006 (adaptado).
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Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão representados diretamente no texto, mas são transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em contradição com as convenções sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os valores humanos que ela própria criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor
27. (ENEM-MEC) A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela (A) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas. (B) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas. (C) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças. (D) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto. (E) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.
(A) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo positivo, as relações de opressão existentes na sociedade. (B) revela a ação predatória do homem no mar, questionando a utilização dos recursos naturais pelo homem ocidental. (C) defende que a força colonizadora e civilizatória do homem ocidental valorizou a organização das sociedades africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização cultural e social da sociedade moderna. (D) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram fundamentadas nas relações de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos. (E) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes colaboram com os mais fracos, de modo a guiá-los na realização de tarefas.
28. (AED-SP) O fragmento apresenta característica marcante do gênero narrativo conto ao: (A) relatar um enredo imaginário, mas de caráter verossímil, e apresentar personagens vivendo uma sequência de conflitos, em vários capítulos. (B) estruturar-se em uma narrativa curta, que gira em torno de um só conflito, com poucos personagens. (C) inspirar-se em temas do cotidiano, constituindo um relato pessoal do autor sobre determinado fato do dia a dia. (D) estruturar-se exclusivamente em 1.ª pessoa: o narrador, autor da história, relata os fatos. (E) desenvolver uma narrativa eminentemente factual sobre a realidade, sobrepondo o conteúdo real ao imaginário.
Texto para as questões 27 e 28.
Negrinha Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma – “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia. Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. [...] A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual.
29. (ENEM-MEC) Depois de um bom jantar: feijão com carne-seca, orelha de porco e couve com angu, arroz-mole engordurado, carne de vento assada no espeto, torresmo enxuto de toicinho da barriga, viradinho de milho verde e um prato de caldo de couve, jantar encerrado por um prato fundo de canjica com torrões de açúcar, Nhô Tomé saboreou o café forte e se estendeu na rede. A mão direita sob a cabeça, à guisa de travesseiro, o indefectível cigarro de palha entre as pontas do indicador e do polegar, envernizados pela fumaça, de unhas encanoadas e longas, ficou-se de pança para o ar, modorrento, a olhar para as ripas do telhado. Quem come e não deita, a comida não aproveita, pensava Nhô Tomé... E pôs-se a cochilar. A sua modorra durou pouco; Tia Policena, ao passar pela sala, bradou assombrada: — Êêh! Sinhô! Vai drumi agora? Não! Num presta... Dá pisadêra e póde morrê de ataque de cabeça! Despois do armoço num far-má... mais despois da janta?!
LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).
Cornélio Pires. Conversas ao pé do fogo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1987.
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Nesse trecho, extraído de texto publicado originalmente em 1921, o narrador
32. (ENEM-MEC) Miguilim
(A) apresenta, sem explicitar juízos de valor, costumes da época, descrevendo os pratos servidos no jantar e a atitude de Nhô Tomé e de Tia Policena. (B) desvaloriza a norma culta da língua porque incorpora à narrativa usos próprios da linguagem regional das personagens. (C) condena os hábitos descritos, dando voz a Tia Policena, que tenta impedir Nhô Tomé de deitar-se após as refeições. (D) utiliza a diversidade sociocultural e linguística para demonstrar seu desrespeito às populações das zonas rurais do início do século XX. (E) manifesta preconceito em relação a Tia Policena ao transcrever a fala dela com os erros próprios da região.
De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um chapéu diferente, mesmo. — Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome? — Miguilim. Eu sou irmão do Dito. — E o seu irmão Dito é o dono daqui? — Não, meu senhor. O Ditinho está em glória. O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso como nenhum outro. Redizia: — Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda... Mas que é que há, Miguilim? Miguilim queria ver se o homem estava mesmo
Texto para as questões 30 e 31.
sorrindo para ele, por isso é que o encarava.
Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer.
— Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos até lá. Quem é que está em tua casa? — É Mãe, e os meninos... Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O
É um não querer mais que bem-querer; é solitário andar por entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é cuidar que se ganha em se perder.
senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada. O senhor perguntava à Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: — Miguilim,
É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade.
espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora? João Guimarães Rosa. Manuelzão e Miguilim. 9.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Essa história, com narrador-observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como referência, inclusive espacial, fica explicitado em
(Luís de Camões)
30. (ENEM-MEC) O poema tem como característica a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou ideias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente. (A) (B) (C) (D) (E)
(A) (B) (C) (D)
“O homem trouxe o cavalo cá bem junto.” “Ele era de óculos, corado, alto (...)” “O homem esbarrava o avanço do cavalo, (...)” “Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (...)” (E) “Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos.”
“Amor é fogo que arde sem se ver”. “é um contentamento descontente”. “é servir a quem vence, o vencedor”. “Mas como causar pode seu favor”. “se tão contrário a si é o mesmo Amor?”.
________________________________________________ *Anotações*
31. (ENEM-MEC) O poema pode ser considerado como um texto (A) (B) (C) (D) (E)
argumentativo. narrativo. épico. de propaganda. teatral. 166
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33. (ENEM-MEC)
34. (ENEM-MEC)
Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de “Bicho urbano”, poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades.
O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Bicho urbano Se disser que prefiro morar em Pirapemas ou em outra qualquer pequena cidade do país
Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim.
estou mentindo ainda que lá se possa de manhã lavar o rosto no orvalho e o pão preserve aquele branco sabor de alvorada. .....................................................................
Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, [ dono da mercearia.
A natureza me assusta. Com seus matos sombrios suas águas suas aves que são como aparições me assusta quase tanto quanto
Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina.
esse abismo de gases e de estrelas aberto sob minha cabeça. Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1991.
Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale.
Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a opção em que se observa esse recurso.
(...) Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
(A) “e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada.” (B) “ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho” (C) “A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios suas águas” (D) “suas aves que são como aparições / me assusta quase tanto quanto” (E) “me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas”
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.
A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e
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(A) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar. (B) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca. (C) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar. (D) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale. (E) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.
*Anotações*
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35. (ENEM-MEC)
********** ATIVIDADES 2 ********** O jivaro
Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à
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América do Sul, conta a um jornal sua conversa com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de um
H1
morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas operações, e o índio lhe disse que exatamente
Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida. Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
36. (ENEM-MEC)
ele tinha contas a acertar com um inimigo.
Observe a imagem:
O Sr. Matter: — Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco. E o índio: — Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal! (Rubem Braga)
O assunto de uma crônica pode ser uma experiência pessoal do cronista, uma informação obtida por ele ou um caso imaginário. O modo de apresentar o assunto também varia: pode ser uma descrição objetiva, uma exposição argumentativa ou uma narrativa sugestiva. Quanto à finalidade pretendida, pode-se promover uma reflexão, definir um sentimento ou tão somente provocar o riso.
< http://www.sunhill-phuket.com >.
O logotipo acima é da rede hoteleira Sun Hill, na Tailândia. Ele trabalha formas que sugerem elementos da paisagem ____________. Os traços dessas formas e os das letras são ____________, evocando a imagem do(a) ____________.
Na crônica “O jivaro”, escrita a partir da reportagem de um jornal, Rubem Braga se vale dos seguintes elementos: ASSUNTO
MODO DE APRESENTAR
FINALIDADE
(A)
caso imaginário
descrição objetiva
provocar o riso
(B)
informação colhida informação colhida experiência pessoal experiência pessoal
narrativa sugestiva descrição objetiva narrativa sugestiva exposição argumentativa
promover reflexão definir um sentimento provocar o riso promover reflexão
(C) (D) (E)
Qual a alternativa que completa as lacunas? (A) (B) (C) (D) (E)
campestre, arredondados, lua. marítima, irregulares, mar. campestre, irregulares, vegetação. marítima, arredondados, sol. urbana, irregulares, vegetação.
H2
Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
37. (ENEM-MEC) José Dias precisa sair de sua casa e chegar até o trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai de ônibus e pega três linhas: 1) de sua casa até o terminal de integração entre a zona norte e a zona central; 2) deste terminal até outro entre as zonas central e sul; 3) deste último terminal até onde trabalha. Sabe-se que há uma correspondência numérica, nominal e cromática das linhas que José toma, conforme o Quadro 2.
________________________________________________ *Anotações*
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José Dias deverá, então, tomar a seguinte sequência de linhas de ônibus, para ir de casa ao trabalho: (A) (B) (C) (D) (E)
H4
L. 102 – Circular zona central – L. Vermelha. L. Azul – L. 101 – Circular zona norte. Circular zona norte – L. Vermelha – L. 100. L. 100 – Circular zona central – L. Azul. L. Amarela – L. 102 – Circular zona sul.
H3
Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
39. (ENEM-MEC) Em alguns supermercados, é comum observar que produtos como arroz, feijão, leite, carnes etc. ficam nos últimos corredores. Na entrada e nas laterais, ficam bolachas, biscoitos, produtos de beleza, artigos importados, bebidas etc. Essa maneira de organizar o espaço faz parte de uma estratégia comercial que tem por finalidade
Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.
(A) atrair o consumidor para os gêneros de primeira necessidade. (B) estimular o consumo de produtos que não são de primeira necessidade. (C) organizar melhor o espaço para que o consumidor se sinta satisfeito. (D) facilitar as compras do consumidor. (E) levar o consumidor a comprar mais arroz, feijão e leite.
38. (ENEM-MEC) Para verificarmos essa ideia de linguagem como forma de representação da realidade, vamos ler os dois trechos seguintes. Neles, dois jornais diferentes apresentam um mesmo assunto: a presença de comerciais inseridos em programas de televisão (o chamado merchandising), de forma mais ou menos implícita. Texto A – JORNAL A
40. (ENEM-MEC)
MERCHANDISING
Quanto mais discreto melhor
Comunicação contra o preconceito
Impulsionado pelos reality shows e novelas, o comercial subliminar ganha novo fôlego e se adapta ao temperamento de apresentadores e roteiristas.
Imagine assistir, na TV, a uma história infantil em que o príncipe se apaixona por uma dama do “Palácio dos Macacos”. Ela é representada por uma atriz branca com o rosto inteiramente pintado de preto. Ao ser beijada pelo príncipe, selando a união sob as benções do rei, ela se transforma: some a tinta preta e ela agora é uma princesa toda branca. O estarrecedor preconceito manifesto na história não foi veiculado em programa humorístico (o que não o tornaria menos condenável), nem em uma produção estrangeira pobre e inconsequente, nem em produção independente brasileira. Foi levado ao ar na maior rede de televisão da América Latina, umas das maiores do mundo, em um dos programas infantis de maior audiência do Brasil.
O Estado de S. Paulo, São Paulo, 7 jul. 2002. Caderno Telejornal, p. 4.
Texto B – JORNAL B
Quanto vale o show? A publicidade invadiu programas e novelas, para alegria das emissoras e apreensão dos que acham que a prática extrapolou. Folha de S. Paulo, São Paulo, 7 jul. 2002. Caderno TVFolha, p. 6-7. Fornecido pela Agência Folha.
Tendo em vista que as duas reportagens tratam de um mesmo assunto e foram publicadas na mesma data, pode-se afirmar que:
LORENZO, Aldé. Opinião. Jornal Educação Pública, 19/11/2003.
Os termos de concessão de emissoras no Brasil preveem compromissos com a educação, a informação e o entretenimento. A leitura do texto anterior permite afirmar que a emissora
(A) apenas o texto A levanta os aspectos negativos do merchandising, a partir da opinião de roteiristas e apresentadores. (B) os dois textos transmitem diferentes visões sobre o assunto: em A foram levantados os aspectos positivos (marcados pelos termos “melhor”, “ganha” e “se adapta”); em B, os negativos (marcados pelos termos “invadiu”, “apreensão” e “extrapolou”). (C) apenas o texto B levanta os aspectos positivos do merchandising, a partir da opinião de jornalistas. (D) os dois textos transmitem a mesma visão sobre o assunto: em ambos, verifica-se 20% de aumento no merchandising em programas de TV. (E) os dois textos usam a mesma estratégia para noticiar o merchandising e ambas as notícias são favoráveis a ela.
(A) (B) (C) (D) (E)
educou para a igualdade entre as etnias. informou sobre a cultura afro-brasileira. incorreu em manifestação de preconceito. esclareceu sobre a diversidade étnica. contou uma história isenta de preconceito.
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*MÓDULO 2* Gêneros digitais – Comunicação e tecnologia
A internet reúne duas características importantes: interatividade e massividade. Nesse meio de comunicação, diferentemente da televisão, do rádio ou dos jornais, todos podem ser, ao mesmo tempo, emissores e receptores da mensagem. Conectados com o mundo por meio dos nossos computadores e celulares, vivenciamos um processo que o sociólogo canadense Marshall McLuhan havia previsto e chamado de “aldeia global”.
As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs), que incluem equipamentos como câmeras de vídeo em microcomputadores (webcam), celulares, TV por assinatura e internet, estão entre as principais ferramentas de troca de informação. Pouco a pouco, elas fazem parte do cotidiano de um número cada vez maior de pessoas e afirmam-se como instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, de trabalho e de lazer.
WIKIMEDIA COMMONS
O frevo, típico de Pernambuco, caracteriza-se pelos movimentos rápidos
Exclusão digital: grande parte da população brasileira e mundial ainda não tem acesso às NTICs, permanecendo à margem do processo de informatização da sociedade. Esse fenômeno é chamado de exclusão digital – um descompasso entre o ritmo de desenvolvimento tecnológico e a distribuição de seus benefícios entre todos os setores da sociedade. Hipertexto é todo texto que possibilita uma leitura não linear e uma maior interatividade e atuação explorativa do leitor. O hipertexto permite que o leitor desvie o fluxo da leitura para assuntos relacionados, aprofundando sua compreensão do texto inicial. Não raro, porém, o leitor opta por outros caminhos na leitura e não retorna ao texto inicial.
Brincadeiras e jogos são instrumentos de interação social, pois desenvolvem tanto habilidades perceptivo-motoras quanto habilidades sociais. A criança, por exemplo, vivencia, na brincadeira, situações de competição e de exclusão, preparando-se de forma saudável para vivências futuras. Exemplos de brincadeiras tradicionais: jogar peteca, pular amarelinha, empinar pipa e dançar ciranda acompanhada de cantigas de roda,
Grande parte da população economicamente ativa trabalha por um longo período de tempo em frente aos computadores (muitas vezes, sem postura nem iluminação adequadas) ou passa longos períodos sentada ou em pé. Alguns problemas comuns decorrentes do estilo de vida moderno: sedentarismo, doenças decorrentes do esforço repetitivo, alimentação desbalanceada e estresse.
Corpolatria é o culto exagerado do corpo, no sentido do aperfeiçoamento estético, e não da preservação da saúde. A mídia e a sociedade tendem a valorizar determinados padrões de beleza, que excluem grande parte da população.
Expressões corporais – Identidade e integração
A dança pode ser definida como uma sequência de movimentos com o próprio corpo que segue uma coreografia ou é realizada de forma livre, em harmonia com um ritmo ou mesmo sem música. No decorrer dos séculos, a dança firmou-se como uma das três principais artes cênicas, ao lado da música e do teatro – elementos que muitas vezes andam juntos.
Artes – Recursos expressivos
As manifestações artísticas são documentos importantes para conhecer as grandes civilizações do passado. As pirâmides do Egito, por exemplo, foram construídas para servir de túmulo aos faraós. Já a arte da Antiguidade Clássica (séculos VIII a.C. a V a.C.) se refere às civilizações grega e romana.
Folclore é o conjunto das tradições, lendas ou crenças populares de um país. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e as culturas regionais. Em geral, elas estão ligadas à religiosidade, às festas, às lendas, aos acontecimentos históricos e às brincadeiras.
O Renascimento (século XIII ao XVII) retomou princípios da Antiguidade Clássica. Já o Barroco (século XVII ao XVIII) foi marcado pela maior dramaticidade em relação ao Renascimento e pela demanda do espiritual, com grandes expressões na arquitetura.
As principais danças folclóricas brasileiras são: samba, samba de roda, maracatu, frevo, forró, baião, cateretê (catira), quadrilha, congo, tambor de crioula, bumba meu boi, bugio e fandango.
Arte Moderna é a denominação genérica que recebem os movimentos artísticos que se desenvolveram do fim do século XIX e no decorrer do XX. Essa denominação abarca:
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Impressionismo: a pintura visa a captar as mudanças da natureza. Representado por Claude Monet e Auguste Renoir.
Indícios: têm origem em formas ou situações naturais ou casuais. Exemplo: marcas dos pneus de um carro indicam uma freada brusca.
Fauvismo: simplificação das formas, cores brutais e pinceladas violentas, como se vê na obra de Paul Gauguin.
Cubismo: geometrização das formas e a sensação de uma pintura escultórica, caso de Pablo Picasso.
Símbolos: representam o objeto de maneira totalmente livre. Sua compreensão exige certo conhecimento de mundo. Exemplo: suástica, bandeira.
Expressionismo: com suas cores violentas e a sua temática de solidão e de miséria, reflete a amargura que invadia os círculos artísticos e intelectuais. Entre seus nomes está o norueguês Edvard Munch.
Os sistemas simbólicos surgiram diante da demanda de situações específicas de interlocução. Alguns sistemas universalmente usados são: a linguagem de sinais ou libras, o braile, a sinalização por bandeiras e as partituras.
Surrealismo: representado pelo pintor espanhol Salvador Dalí, enfatiza a importância do papel do inconsciente na atividade criativa.
********** ATIVIDADES 1 **********
Dadaísmo: baseado no nonsense e no absurdo, como forma de contradizer a cultura estabelecida.
Texto para a questão 1.
Arte cinética: explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos ou ilusão de ótica.
A rede mudou a amizade?
Pop Art: consiste no uso de ícones da cultura de massa como tema. Seu maior expoente foi Andy Warhol.
A Semana de Arte Moderna de 1922 propunha uma arte brasileira independente, livre das amarras e dos complexos de inferioridade que a vinculavam aos padrões estrangeiros. Entre seus organizadores estavam os escritores Mário e Oswald de Andrade e a pintora Anita Malfatti.
Graças às redes sociais, nunca foi tão fácil conhecer gente nova; algo que está transformando a própria definição de amizade
Qual é a primeira coisa que você faz quando entra na internet? Checa seu e-mail, dá uma olhadinha no Twitter, confere as atualizações dos seus contatos no Orkut ou no Facebook? Há diversos estudos comprovando que interagir com outras pessoas, principalmente com amigos, é o que mais fazemos na internet. Só o Facebook já tem mais de 500 milhões de usuários, que juntos passam 700 bilhões de minutos por mês conectados ao site – que chegou a superar o Google em número de acessos diários. A internet é a ferramenta mais poderosa já inventada no que diz respeito à amizade. E está transformando nossas relações: tornou muito mais fácil manter contato com os amigos e conhecer gente nova. Mas será que as amizades on-line não fazem com que as pessoas acabem se isolando e tenham menos amigos off-line, “de verdade”? Essa tese, geralmente citada nos debates sobre o assunto, foi criada em 1995 pelo sociólogo norte-americano Robert Putnam. E provavelmente está errada. Uma pesquisa feita pela Universidade de Toronto constatou que a internet faz você ter mais amigos – dentro e fora da rede. Durante a década passada, período de surgimento e ascensão dos sites de rede social, o número médio de amizades das pessoas cresceu. E os chamados heavy users, que passam mais tempo na internet, foram os que ganharam mais amigos no mundo real – 38% mais. Já quem não usava a internet ampliou suas amizades em apenas 4,6%. Então, as pessoas começam a se adicionar no Facebook e no final todo mundo vira amigo? Não é bem assim. A internet raramente cria amizades do zero – na maior parte dos casos, ela funciona como potencializadora de relações que já haviam se insinuado na vida real. Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou que o segundo maior uso do Facebook, depois de interagir com amigos, é olhar os
Culturas brasileiras – Diversidade
Os movimentos culturais são diferentes dos gêneros musicais porque abrangem outras propostas, de ideologia e de comportamento. Entre os principais movimentos culturais da história recente do Brasil estão a Bossa Nova e o Tropicalismo.
Entre os mais conhecidos gêneros musicais praticados no Brasil estão choro (ou chorinho), baião, marchinha, samba, rock, jazz, rap e MPB – a sigla para Música Popular Brasileira abrange grande diversidade de estilos musicais, derivados de várias matrizes.
Heranças culturais: nossa cultura possui tradições herdadas dos portugueses, africanos, indígenas e imigrantes do período de guerras na Europa. Por isso, é mais adequado falar em “culturas brasileiras”, no plural.
Textos codificados – Sistemas simbólicos
Signos visuais são meios de comunicação visual, que se subdividem em três categorias, de acordo com a relação com o objeto representado:
Ícones: representam um modelo imitativo de um objeto, de uma forma, de um espaço ou de uma situação. Exemplos: ícones de programas na tela do computador, fotografias, mapas, objetos de arte. 171
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perfis de pessoas que acabamos de conhecer. Se você gostar do perfil, adiciona aquela pessoa, e está formado um vínculo. As redes sociais têm o poder de transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam o mesmo ambiente social que você, mas não são suas amigas) em elos fracos – uma forma superficial de amizade. Pois é. Por mais que existam exceções a qualquer regra, todos os estudos apontam que amizades geradas com a ajuda da internet são mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e crescem fora dela. Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos não. Eles transitam por grupos diferentes do seu, e por isso podem lhe apresentar coisas e pessoas novas e ampliar seus horizontes – gerando uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos, inclusive às amizades antigas. Os sites sociais como Orkut e Facebook tornam mais fácil fazer, manter e gerenciar amigos. Mas também influem no desenvolvimento das relações – pois as possibilidades de interagir com outras pessoas são limitadas pelas ferramentas que os sites oferecem. “Você entra nas redes sociais e faz o que elas querem que você faça: escrever uma mensagem, mandar um link, cutucar”, diz o físico e especialista em redes Augusto de Franco, que já escreveu mais de 20 livros sobre o tema. O problema, por assim dizer, é que a maioria das redes na internet é simétrica: se você quiser ter acesso às informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com ela, é obrigado a pedir a amizade dela, que tem de aceitar. Como é meio grosseiro dizer “não” a alguém que você conhece, mesmo que só de vista, todo mundo acabava adicionando todo mundo. E isso vai levando à banalização do conceito de amizade. “As pessoas a quem você está conectado não são necessariamente suas amigas de verdade”, diz o sociólogo Nicholas Christakis, da Universidade Harvard.
2. (ENEM-MEC) Cada vez mais, as pessoas trabalham e administram serviços de suas casas, como mostra a pesquisa realizada em 1993 pela Fundação Europeia para a Melhoria da Qualidade de Vida e Ambiente de Trabalho. Por conseguinte, a “centralidade da casa” é uma tendência importante da nova sociedade. Porém, não significa o fim da cidade, pois locais de trabalho, escolas, complexos médicos, postos de atendimento ao consumidor, áreas recreativas, ruas comerciais, shopping centers, estádios de esportes e parques ainda existem e continuarão existindo. E as pessoas deslocar-se-ão entre todos esses lugares com mobilidade crescente, exatamente devido à flexibilidade recém-conquistada pelos sistemas de trabalho e integração social em redes: como o tempo fica mais flexível, os lugares tornam-se mais singulares à medida que as pessoas circulam entre elas em um padrão cada vez mais móvel. CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. V. 1. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
As tecnologias de informação e comunicação têm a capacidade de modificar, inclusive, a forma de as pessoas trabalharem. De acordo com o proposto pelo autor, (A) a “centralidade da casa” tende a concentrar as pessoas em suas casas e, consequentemente, reduzir a circulação das pessoas nas áreas comuns da cidade, como ruas comerciais e shopping centers. (B) as pessoas irão se deslocar por diversos lugares, com mobilidade crescente, propiciada pela flexibilidade recém-conquistada pelos sistemas de trabalho e pela integração social em redes. (C) cada vez mais as pessoas trabalham e administram serviços de suas casas, tendência que deve diminuir com o passar dos anos. (D) o deslocamento das pessoas entre diversos lugares é um dos fatores causadores do estresse nos grandes centros urbanos. (E) o fim da cidade será uma das consequências inevitáveis da mobilidade crescente.
Superinteressante, São Paulo, fev. 2011.
1. (AED-SP) De acordo com o texto, a afirmação de que “a internet aumenta o número de amizades” é válida? Explique.
3. (ENEM-MEC) O “Portal Domínio Público”, lançado em novembro de 2004, propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime e gratuita, colocando à disposição de todos os usuários da internet, uma biblioteca virtual que deverá constituir referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral. Esse portal constitui um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada.
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BRASIL. Ministério da Educação. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br > (adaptado).
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Considerando a função social das informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, o ambiente virtual descrito no texto exemplifica
(D) reconhecer que as pessoas temem que o avanço dos meios de comunicação, inclusive on-line, substitua o homem e leve alguns profissionais ao esquecimento. (E) revelar o receio das pessoas em experimentar novos meios de comunicação, com medo de se sentirem retrógradas.
(A) a dependência das escolas públicas quanto ao uso de sistemas de informação. (B) a ampliação do grau de interação entre as pessoas, a partir de tecnologia convencional. (C) a democratização da informação, por meio da disponibilização de conteúdo cultural e científico à sociedade. (D) a comercialização do acesso a diversas produções culturais nacionais e estrangeiras via tecnologia da informação e da comunicação. (E) a produção de repertório cultural direcionado a acadêmicos e educadores.
5. (ENEM-MEC) Texto I
4. (ENEM-MEC) É muito raro que um novo modo de comunicação ou de expressão suplante completamente os anteriores. Fala-se menos desde que a escrita foi inventada? Claro que não. Contudo, a função da palavra viva mudou, uma parte de suas missões nas culturas puramente orais tendo sido preenchida pela escrita: transmissão dos conhecimentos e das narrativas, estabelecimento de contratos, realização dos principais atos rituais ou sociais etc. Novos estilos de conhecimento (o conhecimento “teórico”, por exemplo) e novos gêneros (o código de leis, o romance etc.) surgiram. A escrita não fez com que a palavra desaparecesse, ela complexificou e reorganizou o sistema da comunicação e da memória social. A fotografia substituiu a pintura? Não, ainda há pintores ativos. As pessoas continuam, mais do que nunca, a visitar museus, exposições e galerias, compram as obras dos artistas para pendurá-las em casa. Em contrapartida, é verdade que os pintores, os desenhistas, os gravadores, os escultores não são mais – como foram até o século XIX – os únicos produtores de imagens.
Época, 12 out. 2009 (adaptado).
Texto II
CONEXÃO SEM FIO NO BRASIL Onde haverá cobertura de telefonia celular para baixar publicações para o Kindle
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999 (fragmento).
A substituição pura e simples do antigo pelo novo ou do natural pelo técnico tem sido motivo de preocupação de muita gente. O texto encaminha uma discussão em torno desse temor ao (A) considerar as relações entre o conhecimento teórico e o conhecimento empírico e acrescenta que novos gêneros textuais surgiram com o progresso. (B) observar que a língua escrita não é uma transcrição fiel da língua oral e explica que as palavras antigas devem ser utilizadas para preservar a tradição. (C) perguntar sobre a razão de as pessoas visitarem museus, exposições etc., e reafirma que os fotógrafos são os únicos responsáveis pela produção de obras de arte.
Época, 12 out. 2009.
A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil. Já o texto II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se que o advento do livro digital no Brasil 173
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(A) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às informações antes restritas, uma vez que eliminará as distâncias, por meio da distribuição virtual. (B) criará a expectativa de viabilizar a democratização da leitura, porém, esbarra na insuficiência do acesso à internet por meio da telefonia celular, ainda deficiente no país. (C) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, em razão da diminuição dos gastos com os produtos digitais gratuitamente distribuídos pela internet. (D) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no país, levando em consideração as características de cada região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação. (E) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que as características do produto permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas.
7. (ENEM-MEC) Teatro do Oprimido é um método teatral que sistematiza
exercícios,
jogos
e
técnicas
teatrais
elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, recentemente falecido, que visa à desmecanização física e intelectual de seus praticantes. Partindo do princípio de que a linguagem teatral não deve ser diferenciada da que é usada cotidianamente pelo cidadão comum (oprimido), ele propõe condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios do fazer teatral e, assim, amplie suas possibilidades de expressão. Nesse sentido, todos podem
desenvolver
essa
linguagem
e,
consequentemente, fazer teatro. Trata-se de um teatro em que o espectador é convidado a substituir o protagonista e mudar a condução ou mesmo o fim da história, conforme o olhar interpretativo e contextualizado do receptor. Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: < www.ctorio.org.br > (adaptado).
6. (ENEM-MEC) No programa do balé Parade, apresentado em 18 de maio de 1917, foi empregada publicamente, pela primeira vez, a palavra sur-realisme. Pablo Picasso desenhou o cenário e a indumentária, cujo efeito foi tão surpreendente que se sobrepôs à coreografia. A música de Erik Satie era uma mistura de jazz, música popular e sons reais tais como tiros de pistola, combinados com as imagens do balé de Charlie Chaplin, caubóis e vilões, mágica chinesa e Ragtime. Os tempos não eram propícios para receber a nova mensagem cênica demasiado provocativa devido ao repicar da máquina de escrever, aos zumbidos de sirene e dínamo e aos rumores de aeroplano previstos por Cocteau para a partitura de Satie. Já a ação coreográfica confirmava a tendência marcadamente teatral da gestualidade cênica, dada pela justaposição, colagem de ações isoladas seguindo um estímulo musical.
Considerando-se as características do Oprimido apresentadas, conclui-se que
Teatro
do
(A) esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas, a linguagem rebuscada e hermética falada normalmente pelo cidadão comum. (B) a forma de recepção desse modelo teatral se destaca pela separação entre atores e público, na qual os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo. (C) sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão comum, no sentido de proporcionar-lhe autonomia crítica para compreensão e interpretação do mundo em que vive. (D) o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história evidencia que a proposta de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparação de atores. (E) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro clássico aristotélico, que visa à desautomação física e intelectual de seus praticantes.
SILVA, S. M. O surrealismo e a dança. GUINSBURG, J.; LEIRNER (Org.). O surrealismo. São Paulo: Perspectiva, 2008 (adaptado).
As manifestações corporais na história das artes da cena muitas vezes demonstram as condições cotidianas de um determinado grupo social, como se pode observar na descrição acima do balé Parade, o qual reflete (A) a falta de diversidade cultural na sua proposta estética. (B) a alienação dos artistas em relação às tensões da Segunda Guerra Mundial. (C) uma disputa cênica entre as linguagens das artes visuais, do figurino e da música. (D) as inovações tecnológicas nas partes cênicas, musicais, coreográficas e de figurino. (E) uma narrativa com encadeamentos claramente lógicos e lineares.
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Na obra Entrudo, de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), apresentada acima,
8. (ENEM-MEC)
(A) registram-se cenas da vida íntima dos senhores de engenho e suas relações com os escravos. (B) identifica-se a presença de traços marcantes do movimento artístico denominado Cubismo. (C) identificam-se, nas fisionomias, sentimentos de angústia e inquietações que revelam as relações conflituosas entre senhores e escravos. (D) observa-se a composição harmoniosa e destacam-se as imagens que representam figuras humanas. (E) constata-se que o artista utilizava a técnica do óleo sobre tela, com pinceladas breves e manchas, sem delinear as figuras ou as fisionomias.
10. (ENEM-MEC)
Disponível em: < http://algarveturistico.com >.
O desenvolvimento das capacidades físicas (qualidades motoras passíveis de treinamento) ajuda na tomada de decisões em relação à melhor execução do movimento. A capacidade física predominante no movimento representado na imagem é (A) a velocidade, que permite ao músculo executar uma sucessão rápida de gestos em movimentação de intensidade máxima. (B) a resistência, que admite a realização de movimentos durante considerável período de tempo, sem perda da qualidade da execução. (C) a flexibilidade, que permite a amplitude máxima de um movimento, em uma ou mais articulações, sem causar lesões. (D) a agilidade, que possibilita a execução de movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direção. (E) o equilíbrio, que permite a realização dos mais variados movimentos, com o objetivo de sustentar o corpo sobre uma base.
MONET, C. Mulher com sombrinha. 1875, 100 × 81 cm. In: BECKETT, W. História da Pintura. São Paulo: Ática, 1997.
Em busca de maior naturalismo em suas obras e fundamentando-se em novo conceito estético, Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar novas formas de composição artística, que resultaram no estilo denominado Impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses artistas passaram a
9. (ENEM-MEC)
(A) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos. (B) usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos, que melhor definiam as imagens e as cores do objeto representado. (C) retratar paisagens em diferentes horas do dia, recriando, em suas telas, as imagens por eles idealizadas. (D) usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem misturá-las antes na paleta. (E) usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no Renascimento.
Jean-Baptiste Debret. Entrudo, 1834.
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O monumento não tem porta A entrada é uma rua antiga Estreita e torta E no joelho uma criança Sorridente, feia e morta Estende a mão
11. (ENEM-MEC) “Todas as manhãs quando acordo, experimento um prazer supremo: o de ser Salvador Dalí.” NÉRET, G. Salvador Dalí. Taschen, 1996.
Assim escreveu o pintor dos “relógios moles” e das “girafas em chamas” em 1931. Esse artista excêntrico deu apoio ao general Franco durante a Guerra Civil Espanhola e, por esse motivo, foi afastado do movimento surrealista por seu líder, André Breton. Dessa forma, Dalí criou seu próprio estilo, baseado na interpretação dos sonhos e estudos de Sigmund Freud, denominado “método de interpretação paranoico”. Esse método era constituído por textos visuais que demonstram imagens
(...) (Caetano Veloso)
No final da década de 1960, surgiu um movimento musical no Brasil do qual participaram ativamente, dentre outros, Gilberto Gil e Caetano Veloso – autor da letra de música acima, que expressa muitas das propostas do movimento. Essa tendência recebeu o nome de:
(A) do fantástico, impregnado de civismo pelo governo espanhol, em que a busca pela emoção e pela dramaticidade desenvolveram um estilo incomparável. (B) do onírico, que misturava sonho com realidade e interagia refletindo a unidade entre o consciente e o inconsciente como um universo único ou pessoal. (C) da linha inflexível da razão, dando vazão a uma forma de produção despojada no traço, na temática e nas formas vinculadas ao real. (D) do reflexo que, apesar do termo “paranoico”, possui sobriedade e elegância advindas de uma técnica de cores discretas e desenhos precisos. (E) da expressão e intensidade entre o consciente e a liberdade, declarando o amor pela forma de conduzir o enredo histórico dos personagens retratados.
(A) (B) (C) (D) (E)
Bossa Nova. Concretismo. Jovem Guarda. Tropicalismo. Semana de Arte Moderna.
13. (ENEM-MEC)
12. (UFSCar-SP, adaptada) Tropicália Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés os caminhões Aponta contra os chapadões Meu nariz
Antonio Rocco. Os imigrantes, 1910, Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do país
Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens dos animais onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Viva a Bossa, sa, sa Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça Viva a Bossa, sa, sa Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça O monumento É de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulata A cabeleira esconde Atrás da verde mata O luar do sertão
Oswald de Andrade. Marco Zero II – Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991.
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Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração europeia para o Brasil, é correto afirmar que
15. (ENEM-MEC) Figura 1
(A) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista. (B) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil. (C) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil. (D) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante. (E) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.
Disponível em: < http://www.numaboa.com >.
Figura 2
14. (ENEM-MEC) Cuitelinho Cheguei na bera do porto Onde as onda se espaia. As garça dá meia volta, Senta na bera da praia. E o cuitelinho não gosta Que o botão da rosa caia.
Disponível em: < http://www.poracaso.com >.
Figura 3
Quando eu vim da minha terra, Despedi da parentaia. Eu entrei em Mato Grosso, Dei em terras paraguaia. Lá tinha revolução, Enfrentei fortes bataia. A tua saudade corta Como o aço de navaia. O coração fica aflito, Bate uma e outra faia. E os oio se enche d’água Que até a vista se atrapaia.
Disponível em: < http://www.decodificandocodigos.pbwiki.com >.
Figura 4
Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó. BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004.
Transmitida por gerações, a canção Cuitelinho manifesta aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua forma de falar, além de registrar um momento histórico. Depreende-se disso que a importância em preservar a produção cultural de uma nação consiste no fato de que produções como a canção Cuitelinho evidenciam a
Disponível em: < http://www.numaboa.com >.
(A) recriação da realidade brasileira de forma ficcional. (B) criação neológica na língua portuguesa. (C) formação da identidade nacional por meio da tradição oral. (D) incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do Brasil. (E) padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo significado.
O homem desenvolveu seus sistemas simbólicos para utilizá-los em situações específicas de interlocução. A necessidade de criar dispositivos que permitissem o diálogo em momentos e/ou lugares distintos levou à adoção universal de alguns desses sistemas. Considerando que a interpretação de textos codificados depende da sintonia e da sincronia entre o emissor e o receptor, pode-se afirmar que a 177
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(D)
(A) recepção das mensagens que utilizam o sistema simbólico da figura 1 pode ser feita horas depois de sua emissão. (B) recepção de uma mensagem codificada com o auxílio do sistema simbólico mostrado na figura 2 independe do momento de sua emissão. (C) mensagem que é mostrada na figura 4 será decodificada sem o auxílio da língua falada. (D) figura 3 mostra um sistema simbólico cuja criação é
(E)
anterior à criação do sistema mostrado na figura 2. (E) figura 4 representa um sistema simbólico que recorre à utilização do som para a transmissão das mensagens.
16. (ENEM-MEC) Os signos visuais, como meios de comunicação, são classificados em categorias de acordo com seus
17. (ENEM-MEC)
significados. A categoria denominada indício corresponde
A linguagem utilizada pelos chineses há milhares de anos é repleta de símbolos, os ideogramas, que revelam parte da história desse povo. Os ideogramas primitivos são quase um desenho dos objetos representados. Naturalmente, esses desenhos alteraram-se com o tempo, como ilustra a seguinte evolução do ideograma
aos signos visuais que têm origem em formas ou situações naturais ou casuais, as quais, devido à ocorrência em circunstâncias idênticas, muitas vezes repetidas, indicam algo e adquirem significado. Por exemplo, nuvens negras indicam tempestade. Com base nesse conceito, escolha a opção que
,
representa um signo da categoria dos indícios.
que significa cavalo e em que estão representados cabeça, cascos e cauda do animal.
(A)
Considerando o processo mencionado acima, escolha a sequência que poderia representar a evolução do ideograma chinês para a palavra luta. (A)
(B)
(B)
(C) (C) (D)
(E)
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********** ATIVIDADES 2 ********** C3
H9
H10
Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade. Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.
Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
20. (ENEM-MEC) Observe a charge e responda à questão.
18. (ENEM-MEC) Os vínculos entre o esporte e as guerras foram muito estreitos. Há cem anos, na França, sociedades de ginástica, de tiro e de esgrima se desenvolveram sob o controle rígido do Exército. Cabia ao esporte preparar os futuros quadros políticos do país. Atualmente o esporte praticado pelas pessoas está mais relacionado ao lazer. RAGACHE, G. Esportes e jogos. São Paulo: Ática, 2001 (adaptado). < http://portaldearaguari.bIogspot.com >.
A partir da leitura do texto, pode-se inferir que, na atualidade, a prática esportiva pessoal está mais relacionada (A) (B) (C) (D) (E)
Assinale a alternativa correta. (A) A charge satiriza o comportamento do jogador, que não se preocupa com o próprio condicionamento físico. (B) A falta de uma bola de futebol, na charge, indica que esta se refere, na verdade, a problemas políticos, e não a problemas do futebol. (C) A crítica maior da charge é feita à qualidade dos times de futebol, representados pelos uniformes do jogador. (D) O fato de o autor não ter tirado das camisas de uniforme as marcas patrocinadoras dos times mostra crítica ao excesso de propaganda no futebol. (E) A referência ao estilista do jogador mostra uma crítica do autor da charge à invasão do mundo fashion nos gramados, por meio de uniformes estilizados.
ao treinamento militar. à preparação de quadros políticos. ao interesse pela diversão. à participação nas Olimpíadas. às sociedades de ginástica e de esgrima.
19. (ENEM-MEC) É bastante conhecida, no caso brasileiro, a história do povo africano que, vivendo nas senzalas, inventou a capoeira. Enquanto fingia estar dançando, treinava golpes para defender-se dos seus opressores. RAGACHE, G. Esportes e jogos. São Paulo: Ática, 2001 (adaptado).
A partir da leitura do texto, é possível afirmar que os povos (A) copiam movimentos de outros lugares. (B) criam movimentos relacionados às necessidades. (C) são incapazes de elaborar movimentos. (D) se limitam aos movimentos que já conhecem. (E) só se movimentam para se defender.
H11
suas
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.
21. (ENEM-MEC) As pinturas corporais foram sempre muito utilizadas pelos povos indígenas em rituais de festas, magias e lutos. Atualmente vemos pessoas pintarem os rostos por protesto político, como foi o caso dos estudantes chamados de “caras-pintadas”. Também os torcedores de futebol pintam no rosto a bandeira de seus times.
________________________________________________ *Anotações*
Com base nesses exemplos, pode-se concluir que tais gestos representam diferentes formas de (A) (B) (C) (D) (E) 179
preconceitos. expressões culturais. manifestações esportivas. sentimentos religiosos. protestos políticos.
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incluindo subjetividade, idealização, sentimentalismo, nacionalismo e temática social. Nos romances, os finais felizes ganharam espaço, atendendo à expectativa do crescente público.
*MÓDULO 3* Literatura brasileira Romantismo
O romance brasileiro da época dividiu-se em três gêneros principais:
O indianista valorizou o indígena como “bom selvagem” e parte do mito fundador da identidade nacional, em sua união com o colonizador europeu.
O urbano retratou o dia a dia e os eventos especiais, como as festas, nas cidades. Alguns retrataram os conflitos vividos pela sociedade burguesa, como o dilema entre o interesse financeiro e o sentimento amoroso.
O regionalista descreveu as diferentes áreas e culturas do vasto território brasileiro, também em busca de um mapeamento que ajudasse a criar uma identidade nacional.
Uma obra se destaca do conjunto de romances do período por descrever a sociedade de modo mais realista, distanciando-se da idealização de personagens e situações da sociedade burguesa: Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. A obra é construída em torno da figura do malandro, que ressurgiria mais tarde em vários romances brasileiros, como Macunaíma, de Mário de Andrade, e Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade.
RÉUNION DES MUSÉES NATIONAUX
Representação da Queda da Bastilha, evento que marcou a Revolução Francesa, auge do Iluminismo, movimento inspirador do Romantismo brasileiro
O indivíduo, com seus sentimentos e expectativas, foi valorizado com o avanço da burguesia, a decadência da monarquia e o triunfo dos valores como a liberdade e a igualdade de direitos difundidos pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa.
O Romantismo foi a expressão desse individualismo. A literatura romântica caracterizou-se pelo egocentrismo, pela idealização e pela melancolia. No Brasil, foi consolidado o sentimento de amor à pátria.
A poesia romântica brasileira divide-se em três gerações:
A primeira geração é marcada pelo nacionalismo e pelo indianismo.
Realismo e Naturalismo
A segunda geração, dos ultrarromânticos, caracteriza-se pelo pessimismo e pelo desencanto com a vida, sentimentos a que se refere a expressão “mal do século”. É uma expressão também vinculada às doenças pulmonares fatais, destacadamente a tuberculose, que vitimavam os boêmios, entre eles importantes nomes das artes nacionais e internacionais.
A terceira geração somou à temática romântica as questões sociais, entre elas a condenação das desigualdades, como aquela determinada pela escravidão.
A prosa romântica abordou essencialmente a mesma temática explorada pela poesia do período no Brasil, 180
O avanço do conhecimento científico sobre a natureza e as relações sociais a partir da segunda metade do século XIX alimentou teorias cientificistas e deterministas, ambiente que fomentou o surgimento da literatura realista, atenta à condição objetiva do ser humano em oposição à idealização cultivada no Romantismo.
A crítica social foi outro aspecto essencial do Realismo, com o uso da observação fria e distanciada dos acontecimentos. O extremo da postura cientificista na literatura foi o Naturalismo, que procurou explicar o ser humano e sua situação como resultado da raça, do ambiente e das circunstâncias históricas.
Machado de Assis renovou a literatura brasileira com a refinada ironia do texto e a originalidade da narrativa, destacando-se o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, no qual o narrador, depois de morto, conta a história de sua vida. Em Portugal, o grande nome da prosa realista foi Eça de Queirós, que, assim como Machado de Assis, criticou os costumes da elite burguesa da época.
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Parnasianismo e Simbolismo
O culto à forma foi o atributo fundamental do período literário parnasiano, que surgiu e se consolidou no cenário nacional nas últimas décadas do século XIX (e continuaria influenciando o conceito de “bom gosto” literário até a explosão do Modernismo, já na segunda década do século XX). Os parnasianos defendiam o retorno aos ideais clássicos da arte, baseados na beleza greco-romana, equilíbrio e objetividade. Reagiam contra o que chamavam de excessos de fantasia e emoção do Romantismo. No Brasil, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira foram os principais autores do período e formaram a “tríade parnasiana”. Uma das pretensões fundamentais do Simbolismo era a reintegração à natureza. O marco inaugural do movimento foi a publicação, em 1857, de As Flores do Mal, de Charles Baudelaire. Em Correspondências, poema que integra o livro e que influenciaria toda uma geração de autores, inclusive no Brasil, o decifrar dos símbolos revelaria ao homem a correspondência entre tudo no mundo, matéria e espírito, homem e natureza. A sinestesia, que estabelece vínculos entre sentidos diferentes, é uma das figuras de linguagem mais utilizadas no período. O discurso científico e materialista da época foi posto em xeque pelos simbolistas. A música, por seu caráter imaterial, fortemente sugestivo, era uma das principais inspirações dos simbolistas. Os autores do período buscavam a aproximação entre literatura e música, pelo uso recorrente de figuras de linguagem, como a aliteração (repetições de sons consonantais) e a assonância (repetição de sons vocálicos). Para os simbolistas, só a sugestão era capaz de levar o homem a intuir os mistérios do universo, como a existência e a morte. Cruz e Sousa foi o grande poeta simbolista brasileiro. Os livros Missal (prosa) e Broquéis (poesia), de sua autoria, inauguram o Simbolismo no Brasil, em 1893. A poesia de Cruz e Sousa foi marcada pelos temas da morte, da existência e da religiosidade e pela predominância de imagens imprecisas e forte musicalidade. Outro autor brasileiro de destaque foi Alphonsus de Guimaraens, que tratou frequentemente do tema da morte da mulher amada.
Com a campanha de Canudos, Euclides da Cunha chegou à conclusão: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Revendo as teorias de superioridade de raça e degenerescência social em vigor no começo do século XX, o autor de Os Sertões reconheceu a força genuína desse homem, vítima da pobreza, da desnutrição, do analfabetismo, da doença.
Policarpo Quaresma, protagonista do romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é considerado o Dom Quixote brasileiro. Caracteriza-se, a exemplo da personagem do espanhol Miguel de Cervantes, por seu idealismo e pela não correspondência entre aquilo em que acredita e aquilo que de fato é. Policarpo é defensor apaixonado das coisas e da gente do Brasil, sonhador de um país integrado e generoso. Terminará a vida perseguido e desiludido, vítima daqueles que sempre usaram o nome da pátria em nome de vantagens pessoais.
Lima Barreto foi um dos defensores da nova atitude preconizada pelos escritores pré-modernistas: a adoção de uma linguagem mais coloquial, próxima do cotidiano da população, contrária ao academicismo vigente no Brasil. Por esse motivo, Lima Barreto foi acusado, injustamente, de escrever em mau português.
Monteiro Lobato foi também uma das principais figuras do Pré-Modernismo. Ele revelou, por meio de Jeca Tatu, personagem de conto do livro Urupês, a situação de abandono do trabalhador rural e da agricultura brasileira. Jeca Tatu era o símbolo do caipira pobre, doente e desamparado. Lobato foi também precursor de campanhas nacionalistas, como a do petróleo brasileiro.
Augusto dos Anjos foi o maior destaque na poesia do período. Publicou uma única obra: Eu.
Modernismo
Mário de Andrade e Oswald de Andrade foram os principais teóricos e articuladores do movimento modernista no Brasil, influenciados pelas vanguardas artísticas europeias das duas primeiras décadas do século XX, com destaque para o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo.
Manuel Bandeira é o terceiro grande nome da primeira geração do Modernismo brasileiro. O poema Poética é uma síntese da nova sensibilidade modernista, em oposição ao formalismo e academicismo que vigoravam na arte.
A Semana de Arte Moderna foi o marco inaugural do Modernismo no Brasil. Reuniu, no Teatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, os novos artistas brasileiros. A arte moderna provocou a reação irada de muitos na plateia, que vaiaram.
Pré-Modernismo
O nacionalismo foi uma das principais características do Pré-Modernismo. Os autores desse período literário defendiam a integração nacional ampla e generosa e valorizavam os usos e costumes brasileiros. Os pré-modernistas também fizeram da literatura um instrumento de transformação social, elegendo novas personagens (os pobres, de modo geral) e denunciando e ironizando a ordem vigente. 181
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O nacionalismo também foi uma das características do Modernismo brasileiro, mas com particularidades: os modernistas defendiam a cultura brasileira, suas tradições mais antigas e originais, sem idealização. Era um nacionalismo crítico, capaz de valorizar as qualidades brasileiras, como a cultura popular, e também de apontar os vícios crônicos do país.
acompanham conquistas das gerações anteriores, mas inovam nas formas artísticas de expressão.
O romance de 30 foi uma das grandes realizações da segunda geração do Modernismo, que vai de 1930 a 1945. Autores das mais diversas localidades do país, como Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Érico Veríssimo, transformaram a literatura em ferramenta de denúncia social, retratando problemas da vida brasileira sem idealização, como retirantes da seca. Empregaram linguagem que incorpora o vocabulário e a sintaxe de suas personagens. Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos, é a obra mais popular da segunda geração do Modernismo (e também a inspiração para um clássico do cinema brasileiro, dirigido por Nelson Pereira dos Santos e lançado em 1963). Revela a miséria de uma família nordestina que foge da seca. Graciliano utilizou linguagem concisa e direta, sem floreios, para mimetizar a secura da vida sertaneja. Um dos destaques da obra é o uso do discurso indireto livre, que cria o efeito de monólogo interior e aproxima o leitor dos dramas das personagens. Além disso, o emprego das linguagens antropomórfica e zoomórfica coloca homens e animais no mesmo plano; ainda mais: animaliza os homens e humaniza os animais, em especial a cadela Baleia.
Foi o alcance dado ao sertão de Minas Gerais o grande destaque da obra do escritor João Guimarães Rosa, principalmente em Grande Sertão: Veredas. As questões em jogo no livro, como amor, amizade e traição, dizem respeito a todos, independentemente de serem vividas por jagunços.
Metalinguagem e fluxo de consciência são duas características que distinguem a obra de Clarice Lispector. O fluxo de consciência permite o aprofundamento do exame psicológico da personagem, levando o leitor para a “mente” delas.
João Cabral de Melo Neto foi o principal representante da poesia do Modernismo da Geração de 45. É reconhecido pelo estilo conciso e pelo apuro formal de seus versos.
********** ATIVIDADES 1 ********** 1. (ENEM-MEC) Soneto Já da morte o palor me cobre o rosto, Nos lábios meus o alento desfalece, Surda agonia o coração fenece, E devora meu ser mortal desgosto! Do leito embalde no macio encosto Tento o sono reter!… já esmorece O corpo exausto que o repouso esquece… Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O ciclo da cana-de-açúcar foi o grande tema de José Lins do Rego. Seus romances retrataram a vida nos engenhos do Nordeste e as oposições entre a casa-grande e a senzala. O livro que fecha o ciclo, Fogo Morto, de 1943, mostra a derrocada do modo de produção tradicional do açúcar, com a industrialização e a chegada do sistema produtivo das usinas. No Rio Grande do Sul, Érico Veríssimo narrou a conturbada formação de seu estado, no épico O Tempo e o Vento. Enquanto isso, seu conterrâneo Dyonélio Machado se ocupou de temas urbanos, de cunho psicológico.
O adeus, o teu adeus, minha saudade, Fazem que insano do viver me prive E tenha os olhos meus na escuridade. Dá-me a esperança com que o ser mantive! Volve ao amante os olhos por piedade, Olhos por quem viveu quem já não vive! AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é
A poesia de Carlos Drummond de Andrade lançou o tema do gauchismo, isto é, do eu-lírico que não se encaixa no mundo, vive em total descompasso com ele. Seu livro de estreia, Alguma Poesia, de 1930, representa essa fase gauche. Drummond foi também o poeta engajado socialmente, como nas obras Sentimento do Mundo e A Rosa do Povo. Depois, adotou postura mais reflexiva, metafísica e filosófica, como em Claro Enigma. A fase final de sua obra poética é memorialista, como em Boitempo I e II.
(A) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte. (B) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda. (C) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade. (D) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa. (E) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
A pesquisa estética foi uma das principais características da terceira fase do Modernismo brasileiro, a Geração de 45. Os autores do período 182
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fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade. Transborda a vida.
2. (ENEM-MEC) Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua importunação de senhores e de escravos, que não a deixam sossegar um só momento! Como não devia viver aflito e atribulado aquele coração! Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada qual mais porfiado em roubar-lhe a paz da alma, e torturar-lhe o coração: três amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e desapiedada, Rosa. Fácil lhe fora repelir as importunações e insolências dos escravos e criados; mas que seria dela, quando viesse o senhor?!...
TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adaptado).
O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a
GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (adaptado).
(A) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação. (B) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país. (C) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira. (D) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros. (E) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.
A personagem Isaura, como afirma o título do romance, era uma escrava. No trecho apresentado, os sofrimentos por que passa a protagonista (A) assemelham-se aos das demais escravas do país, o que indica o estilo realista da abordagem do tema da escravidão pelo autor do romance. (B) demonstram que, historicamente, os problemas vividos pelas escravas brasileiras, como Isaura, eram mais de ordem sentimental do que física. (C) diferem dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do século XIX, o que revela o caráter idealista da abordagem do tema pelo autor do romance. (D) indicam que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, de acordo com a abordagem lírica do tema pelo autor, eram tratadas como as demais mulheres da sociedade. (E) revelam a condição degradante das mulheres escravas no Brasil, que, como Isaura, de acordo com a denúncia feita pelo autor, eram importunadas e torturadas fisicamente pelos seus senhores.
4. (ENEM-MEC) No trecho a seguir, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o Romantismo.
3. (ENEM-MEC) O sertão e o sertanejo Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao Romantismo está transcrita na alternativa: 183
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(A) “... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas...” (B) “... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça...” (C) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno...” (D) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos...” (E) “... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
6. (ENEM-MEC) Cárcere das almas Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza. Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades
5. (ENEM-MEC)
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Capítulo III Ó almas presas, mudas e fechadas
Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando
Nas prisões colossais e abandonadas,
a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e
Nesses silêncios solitários, graves,
assim se explica este par de figuras que aqui está na
que chaveiro do Céu possui as chaves
sala: um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de
para abrir-vos as portas do Mistério?!
escolher, escolheria a bandeja, – primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério.
CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993.
Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e
Os elementos formais e temáticos relacionados ao
não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha
contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema
insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados
Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são
brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que
(A) a opção pela abordagem, em linguagem simples e
ele queria pôr na sala, como um pedaço da província,
direta, de temas filosóficos.
nem o pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês,
(B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em
Jean; foi degradado a outros serviços.
relação à temática nacionalista. (C) o refinamento estético da forma poética e o
ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V. 1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (fragmento).
tratamento metafísico de temas universais. (D) a evidente preocupação do eu-lírico com a realidade
Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside
social expressa em imagens poéticas inovadoras. (E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.
(A) no conflito entre o passado pobre e o presente rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência. (B) no sentimento de nostalgia do passado devido à substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes. (C) na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam o desejo de eternização de Rubião. (D) na admiração dos metais por parte de Rubião, que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo trabalho. (E) na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que reproduz o sentimento de xenofobia.
________________________________________________ *Anotações*
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Textos para as questões 8 e 9.
7. (ENEM-MEC) Texto 1
O canto do guerreiro
O Morcego
Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. — Ouvi-me, Guerreiros, — Ouvi meu cantar.
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. “Vou mandar levantar outra parede...” Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Valente na guerra, Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? — Guerreiros, ouvi-me; — Quem há, como eu sou?
Circularmente sobre a minha rede! Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh’alma se concentra. Que ventre produziu tão feio parto?! A Consciência Humana é este morcego!
(Gonçalves Dias)
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto!
Macunaíma (Epílogo)
ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.
Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meiosbarrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
Texto 2 O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro e do horroroso, dificulta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científica. CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado).
(Mário de Andrade)
Em consonância com os comentários do texto 2 acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema O Morcego apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como forma estética capaz de
8. (ENEM-MEC) A leitura comparativa dos dois textos acima indica que (A) ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heróica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico. (B) a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil. (C) as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1.º texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2.º texto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira. (D) o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil. (E) os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo texto.
(A) reencantar a vida pelo mistério com que os fatos banais são revestidos na poesia. (B) expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro. (C) representar realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho existencial. (D) abordar dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano. (E) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elementos das histórias de horror e suspense na estrutura lírica da poesia. 185
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No poema de Bandeira, importante representante da poesia modernista, destaca-se como característica da escola literária dessa época
9. (ENEM-MEC) Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que
(A) a reiteração de palavras como recurso de construção de rimas ricas. (B) a utilização expressiva da linguagem falada em situações do cotidiano. (C) a criativa simetria de versos para reproduzir o ritmo do tema abordado. (D) a escolha do tema do amor romântico, caracterizador do estilo literário dessa época. (E) o recurso ao diálogo, gênero discursivo típico do Realismo.
(A) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto. (B) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal. (C) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena. (D) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no relato de informações reais. (E) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no primeiro.
12. (ENEM-MEC) Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha.
10. (ENEM-MEC)
A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias, Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muito, De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais Diamantes tem à vontade Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui.
Erro de português Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de Sol O índio tinha despido O português. Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
O primitivismo observável no poema acima, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante (A) (B) (C) (D) (E)
o regionalismo do Nordeste. o concretismo paulista. a poesia Pau-Brasil. o simbolismo pré-modernista. o tropicalismo baiano.
11. (ENEM-MEC)
Murilo Mendes. Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Namorados O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: — Antônia, ainda não me acostumei com o seu [ corpo, com a sua cara. A moça olhou de lado e esperou. — Você não sabe quando a gente é criança e de [ repente vê uma lagarta listrada? A moça se lembrava: — A gente fica olhando... A meninice brincou de novo nos olhos dela. O rapaz prosseguiu com muita doçura: — Antônia, você parece uma lagarta listrada. A moça arregalou os olhos, fez exclamações. O rapaz concluiu: — Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em (A) (B) (C) (D)
“A terra é mui graciosa” / “Tem macaco até demais”. “Salvo o devido respeito” / “Reforçai, Senhor, a arca”. “A gente vai passear” / “Ficarei muito saudoso”. “De plumagens mui vistosas” / “Bengala de castão de oiro”. (E) “No chão espeta um caniço” / “Diamantes tem à vontade”.
________________________________________________ *Anotações*
Manuel Bandeira. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.
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elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
13. (ENEM-MEC) No poema “Procura da poesia”, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer com palavras o que o escultor Michelângelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação. (...) Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (...) Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: trouxeste a chave?
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.º 2, 2001, p. 254.
A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14.
I.
O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista privilegiado do romance social de 30.
II.
A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
III.
Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a posição social do sertanejo na realidade nacional.
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas: (A) a nostalgia do passado colonialista revisitado. (B) a preocupação com o engajamento político e social da literatura. (C) o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos. (D) a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética. (E) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria.
14. (ENEM-MEC)
É correto apenas o que se afirma em
Texto I
(A) (B) (C) (D) (E)
Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
I. II. III. I e II. II e III.
15. (ENEM-MEC) No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.
Texto II Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas,
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.
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Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que
Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos,
(A) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana, colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia. (B) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças. (C) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos. (D) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que caracterizam o nosso povo. (E) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
(A) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados. (B) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens. (C) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social. (D) o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão. (E) a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é direta.
17. (ENEM-MEC) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas (A) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais. (B) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional. (C) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa. (D) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica. (E) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.
16. (ENEM-MEC) Texto I Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações...
18. (ENEM-MEC) O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa “epitalâmio”, poema ou canto em homenagem aos que se casam.
AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).
Texto II À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado. TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).
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Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao serem incorporados no poema “Epithalamium - II”, (A) adquirem novo potencial de significação. (B) eliminam a subjetividade do poema. (C) opõem-se ao tema principal do poema. (D) invertem seu sentido original. (E) tornam-se confusos e equivocados.
19. (ENEM-MEC) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: I.
Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.
II.
Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. Chico Buarque. Letra e Música. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.
III.
Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. Adélia Prado. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
Adélia
Prado
e
Chico
Buarque
estabelecem
intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por (A) reiteração de imagens. (B) oposição de ideias. (C) falta de criatividade. (D) negação dos versos. (E) ausência de recursos. 189
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********** ATIVIDADES 2 ********** C8
H27
Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade. Reconhecer os usos da norma-padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Observe o anúncio publicitário abaixo, publicado na revista Le lis blanc (São Paulo, dez. 2004), e responda às duas próximas questões.
II.
No texto, o termo “rodadas” foi mal empregado, uma vez que não mantém o paralelismo da enumeração introduzida pelos dois-pontos, não admitindo a preposição “com” na ligação com seu termo regente.
III.
No texto, os termos “imensas” e “miúdas” são considerados antônimos, já que expressam características opostas, em que um pode ser empregado pelo oposto do outro.
Assinale a alternativa correta. (A) (B) (C) (D) (E)
saia de saia Sim, elas estão com tudo: com flores imensas ou bem miúdas, lisas, com pregas, rodadas e muito balanço
Apenas a proposição I é verdadeira. Apenas a proposição III é verdadeira. Apenas as proposições II e III são verdadeiras. Apenas as proposições I e III são verdadeiras. Todas as proposições são verdadeiras.
22. (ENEM-MEC) A figura a seguir trata da “taxa de desocupação” no Brasil, ou seja, a proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa de uma determinada região em um recorte de tempo.
20. (ENEM-MEC) No anúncio publicitário acima, ocorreu um caso de homonímia perfeita, ou seja, palavras de mesma grafia, mesma pronúncia, sentidos diferentes. Assinale, dentre os itens seguintes, aqueles que possuem a mesma caracterização semântica e depois marque a alternativa adequada. I.
A dança de acasalamento do animal lembra a maneira como o jovem dança neste momento.
II.
A taxa cobrada pelo serviço taxa apenas as pessoas de baixa renda.
III.
O primeiro passo é dirigir-se ao paço municipal para receber as orientações.
IV.
Os devotos de São Tomás de Aquino são extremamente fervorosos.
Disponível em: < http://www.ibge.gov.br > (adaptado).
Na Capital Federal, a descriminação do senador gerou manifestações contra a discriminação das pessoas.
A norma-padrão da língua portuguesa está respeitada, na interpretação do gráfico, em:
V.
(A) (B) (C) (D) (E)
(A) Durante o ano de 2008, foi em geral decrescente a taxa de desocupação no Brasil. (B) Nos primeiros meses de 2009, houveram acréscimos na taxa de desocupação. (C) Em 12/2008, por ocasião das festas, a taxa de desempregados foram reduzidos. (D) A taxa de pessoas desempregadas em 04/08 e 02/09, é estatisticamente igual: 8,5. (E) Em março de 2009 as taxas tenderam à piorar: 9 entre 100 pessoas desempregadas.
Há homônimos perfeitos apenas nos itens I e II. Há homônimos perfeitos apenas nos itens I, II e III. Há homônimos perfeitos apenas nos itens II, III e IV. Há homônimos perfeitos apenas nos itens I, II e IV. Há homônimos perfeitos em todos os itens.
21. (ENEM-MEC) Tendo como referência o anúncio publicitário acima, marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as proposições abaixo. I.
________________________________________________ *Anotações*
A preposição “com”, utilizada no texto publicitário, orienta para uma relação semântica de conteúdo, sendo que a expressão “estão com tudo” pode ser substituída por “possuem” sem que se prejudiquem a coerência e a correção gramatical do texto. 190
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ABAURRE, Maria Luíza M. et alii. Português: contexto, interlocução e sentido. São Paulo: Moderna, 2008. 3 v. ABRIL. Guia do estudante – História 2011: vestibular + Enem. São Paulo: Abril, 2010.
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DE ENSINO MÉDIO
_____ . Guia do estudante – Curso preparatório Enem 2011 – Linguagens e Códigos. São Paulo: Abril, 2011. 5 v. _____ . Guia do estudante – Curso preparatório Enem 2011 – Ciências da Natureza. São Paulo: Abril, 2011. 6 v.
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_____ . Guia do estudante – Curso preparatório Enem 2011 – Ciências Humanas. São Paulo: Abril, 2011. 3 v.
BIOLOGIA José Ribamar de Sousa Ferreira
_____ . Guia do estudante – Curso preparatório Enem 2011 – Matemática. São Paulo: Abril, 2011. 4 v.
QUÍMICA Daniel José Ruiz Villalonga MATEMÁTICA Sandro Ricardo Pinto da Silva
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário ortográfico da língua portuguesa. 5.ª ed. São Paulo: Global, 2009.
FÍSICA Henrique Hiroto Yokoyama
ACRE. Guia de apoio Enem 2008: redação. Rio Branco: Secretaria de Estado de Educação, 2008.
HISTÓRIA Maria Teresa Carvalho Pinheiro
AMABIS, José M.; MARTHO, Gilberto R. Biologia: ensino médio. 3.ª ed. São Paulo: Moderna, 2009. 3 v.
PORTUGUÊS João Bosco de Sousa
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2.ª ed. São Paulo: Publifolha, 2008.
GEOGRAFIA Júlia Lobato Pinto de Moura
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________________________ REVISÃO E DIAGRAMAÇÃO João Bosco de Sousa
JÚNIOR, Francisco Ramalho; FERRARO, Nicolau Gilberto; TOLEDO, Paulo Antônio de. Os fundamentos da física. 10.ª ed. São Paulo: Moderna, 2009. 3 v. PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática: ensino médio. 2.ª ed. São Paulo: Moderna, 2010. 3 v. PERUZZO, Francisco M.; CANTO, Eduardo Leite do. Química na abordagem do cotidiano. 5.ª ed. São Paulo: Moderna, 2009. 3 v. TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. 2.ª ed. São Paulo: Moderna, 2010.
SITES http://www.inep.gov.br http://www.google.com.br http://www.uol.com.br 191
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