CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU-SENSU EM MÍDIAS INTEGRADAS NA EDUCAÇÃO
A EaD na Formação de Professores(as) Módulo Introdutório Org. Profª Msc. Ana Rita Serenato Bortolozzo
2012
A EaD na Formação de Professores(as)
APRESENTAÇÃO
Olá!
Convido você para participar da disciplina “A EaD na formação de professores(as)”, do Módulo Introdutório, integrante da Especialização em Mídias Integradas na Educação, na qual, pelo estudo e desenvolvimento de atividades utilizando-se de ferramentas de interatividade , estaremos discutindo e aprendendo sobre as características da Educação a Distância, sua aplicabilidade nos processos de formação continuada de professores e no desenvolvimento de projetos com uso integrado de mídias. Esta disciplina conta com carga horária de 30 horas, distribuída em quatro semanas de estudos disposta em três Unidades: Unidade I - Concepções e modelos de de Educação a Distância concomitante com a ambientação na plataforma Moodle; Unidade II - A Educação a Distância e a formação continuada de professores; e Unidade III – O desenvolvimento de projetos com o uso integrado de mídias. Para auxiliar seus estudos, você disporá em cada unidade deste Módulo de uma Rota da Aprendizagem, que objetiva orientar suas ações durante o desenvolvimento de todas as atividades. E não esqueça, seu(a) tutor(a) estará continuamente lhe orientando e auxiliando em todo o percurso, e portanto, em caso de dúvidas ou dificuldades é só consultá-lo(a). Seja bem-vindo(a) e bom estudo!
UNIDADE I
Concepções e modelos de Educação a Distância e ambientação em Moodle
Objetivo(s): Apontar as características da Educação a Distância; demonstrar a utilização de ferramentas de interatividade nos processos de ensino e aprendizagem mediante ambientação no ambiente virtual de ensino e aprendizagem (AVEA) do curso
Passos
Onde Módulo Introdutório
O que e como fazer
1º
Conteúdo do Módulo
Realizar leitura do texto “Conhecendo o Ambiente Virtual de ensino e Aprendizagem” e assistir o vídeo indicado.
2º
Sobre o Fórum
Ler as informações relacionadas à ferramenta.
3º
Fórum 01 - Para início de Leia a proposição da atividade do fórum e participe conversa … postando sua resposta, acompanhando as postagens dos colegas e interagindo com eles. Para utilizar a ferramenta fórum, assista a rápida explicação de “Como utilizar a ferramenta Fórum”.
4º
Fórum 02 – Educação a Leia a proposição da atividade do fórum e participe distância é postando sua resposta e comentando pelo menos uma resposta de um dos colegas.
5º
Conteúdo do Módulo
Realizar leitura do texto “Concepções e Modelos de Educação a Distância”.
6º
Tarefa 01 – História da EaD
Realize a atividade conforme a proposição disposta na atividade, que consta de uma pesquisa, síntese e apresentação a ser postada como envio de arquivo. Para utilizar a ferramenta Tarefa, assista a rápida explicação de “Como utilizar a ferramenta Tarefa”.
.
Conhecendo o Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA) Como ambiente de aprendizagem podemos citar todos os locais em que, de alguma forma, pessoas se reúnam para aprender algo, tais como, escolas, igrejas, centros de treinamentos, etc. No contexto da educação a distância (EaD) é muito comum se ouvir os termos AVA ou AVEA, que significa Ambiente Virtual de Aprendizagem ou ainda, mais completamente falando Ambiente Virtual de Ensino e de Aprendizagem. De uma forma bastante simplista podemos dizer que um AVEA é espaço , onde, por meio de um conjunto de condições, estratégias, metodologia e recursos digitais de informação e de comunicação,
pelas interações se medeia a
aprendizagem e construção colaborativa de conhecimentos.
O AVEA de nosso curso, está disposto na plataforma Moodle (Modular ObjectOriented Dynamic Learning Environment) que é um software livre para gestão da aprendizagem e de trabalho colaborativo, e que permite a realização de atividades em cursos a distância, e (ou) como recurso de apoio para cursos presenciais, criado pelo educador e cientista computacional Martin Dougiamas, em 2001 (WIKIPEDIA, 2008). O software está voltado para programadores e pessoas ligadas a educação e representa um sistema de administração de atividades educacionais. Sua principal finalidade é a criação de comunidades on-line em ambientes virtuais destinados a aprendizagem colaborativa., também chamado de ou de Learning Management System (LMS)(WIKIPEDIA, 2008). Neste curso, a versão utilizada é 1.9 BETA 4. e maiores informações sobre o software podem ser obtidas no sítio http://moodle.org. Você também poderá assistir o vídeo disponível em http://www.youtube.com/watch?v=lptxP6v-RjA. Apesar de a coordenação de curso dispor um tutorial sobre como utilizar as ferramentas do ambiente, neste momento inicial iremos, resumidamente discutir um pouco sobre as aquelas que serão utilizadas para a realização do curso. Na sequência você verificará os ícones que identificam cada uma das ferramentas do nosso AVEA: ICONE
FERRAMENTA Fórum Diário Tarefa Questionário Wiki Link página de texto Chat Arquivos em PDF Arquivos em editor de texto
Arquivo de texto simples Link a site da Web Apresentação PowerPoint Arquivo de Imagem
As ferramentas que mais utilizaremos para realização das atividades das disciplinas, serão o fórum, a tarefa e o diário. Então, vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas e iniciarmos nosso estudo sobre Educação a Distância.
Atividades Para tanto, inicie lendo a explicação Sobre o Fórum, disponível no box desta unidade e em seguida, participe do Fórum 01 - Para início de conversa …, conforme as orientações dispostas no enunciado. Após realizar a atividade, passe ao segundo modelo de fórum, clicando sobre o titulo Fórum 02 – Educação a distância é … e siga as orientações presentes na sua proposição.
CONCEPÇÕES E MODELOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA1 A oferta de cursos na modalidade a distância deve garantir não só o acesso, mas a efetividade dos processos de ensino e de aprendizagem. Portanto, buscar edificá-la deve ser meta não só dos profissionais que nela atuam, mas também como das políticas públicas, que devem promovê-la com seriedade, visando à formação de cidadãos atuantes na sociedade. (BORTOLOZZO, BARROS E MOURA, 2009).
Quando falamos de Educação a Distância, incontestavelmente, estamos falando de Educação. O que se agrega a Educação a Distância fortemente são os recursos tecnológicos utilizados, como estratégias para ensinar e aprender, sem as quais ela não pode ocorrer. Esses recursos possibilitam que a EaD rompa com as barreiras de espaço e tempo, o que se constitui uma de suas fortes características. Tal qual Mill et. al. (2007), entendemos a educação como um processo pedagógico constituído por docência e discência, isto e, ensino e aprendizagem (ou ensinoaprendizagem). A importância de trazer a tona essa compreensão de educação esta no nosso desconforto da utilização, no âmbito da educação a distancia, dos termos ensino ou aprendizagem a distância. Consideramos inadequado o emprego de ensino a distância ou aprendizagem a distância, pois ignora a imprescindível junção do ensinar com o aprender. Somente a terminologia educação abarcaria essa concepção. Portanto, nesta investigação será utilizada a expressão educação a distância ou, de forma abreviada, EaD.
Por meio de ambientes virtuais e/ou vídeo/webconferências, pela transmissão de programas televisivos, com materiais digitais como animações e videoaulas, material impresso e até pelo envio de atividades via correio, a EaD pode ocorrer. Estes são os modelos de EaD baseados no uso de recursos tecnológicos. Outros modelos de EaD se estabelecem a partir dos papéis a serem desempenhados. Dentre
os
papéis
desempenhados
na EaD podemos
citar:
Coordenador de Curso, Coordenador de Tutoria, Tutores Presenciais, Tutores a Distância, Professor-tutor, Professores Conteudistas, Equipe de Monitoramento, Equipe de Assessoria Pedagógica, Equipe de Avaliação, entre outros. Estes papéis, geralmente são desempenhados de acordo com o Sistema de EaD adotado. Uma personagem que merece destaque no sistema de EaD é o tutor, por ser ele que está mais intimamente ligado ao trabalho dos cursistas torna-se indispensável para que se efetivem os processos de ensinar e de aprender.
1 Autora Msc.Gilian Cristina Barros
PARA SABER MAIS sobre o papel desempenhado pelo tutor em algumas instituições que ofertam cursos na modalidade a distância, sugere-se os seguintes textos: • “Quem é e o que faz o professor-tutor”, disponível em http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/ead/ana.pdf, • “O desafio de uma interação de qualidade na educação a distância: o tutor e sua importância nesse processo”, disponível em http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/106/63; e • “Tutor na UAB” - http://www.uab.capes.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=50%3Atutor&catid=11%3Aconteudo&Itemid =1; entre outros. Dentre os elementos e características que se considera central e que muitas vezes ocorrem no trabalho em EaD, Keegan (1991, p.38) apresenta a: separação física entre professor e aluno, que a diferencia do ensino presencial;
influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto, organização dirigida etc), que a distingue da educação individual; utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos; previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se beneficia de um diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via; possibilidade
de
encontros
ocasionais
com
propósitos
didáticos
e
de
socialização; e distinção dos outros modos de desenvolvimento da função educacional, na qual os papéis desempenhados e o que se deseja alcançar são similares aos de uma indústria – massificação. Buscando primar pela qualidade, vislumbra-se a EaD não como um processo de massificação da formação, seja ela inicial ou em serviço, mas como uma possibilidade a mais de: chegarmos a professores nos mais diversos espaços geográficos do país, oportunizarmos pelos diversos e múltiplos participantes a leitura e o compartilhamento de diferentes aprendizagens advindas de culturas e sociedades diversas, bem como oportunizar aos educadores1 em formação o acesso a formação e a profissionais que atuam em universidades reconhecidas nos grandes centros urbanos. Lembrando que, o documento que trata dos Referenciais para a formação dos professores lembra a homologia dos processos, que significa que o educador tende a reproduzir métodos, técnicas e estratégias que foram utilizados durante seu processo de formação. Assim, um curso pedagogicamente pobre pode levar o educador a trabalhar com seus alunos de uma forma também pobre. Ou a exigir desse educador um enorme esforço para vencer as deficiências que enfrentou. Essa reflexão nos leva a pensar a educação a distância sob uma nova ótica. A educação a distância não é um modismo: é parte de um amplo e contínuo processo de mudança, que inclui não só a democratização do acesso a níveis crescentes de escolaridade e atualização permanente como também
a adoção de novos paradigmas educacionais, em cuja base estão os conceitos de totalidade, de aprendizagem como fenômeno pessoal e social, de formação de sujeitos autônomos, capazes de buscar, de criar, de aprender ao longo de toda a vida e de intervir no mundo em que vivem. (NEVES, s.p.)
A EaD vem sendo utilizada ao longo dos tempos com objetivos bem específicos. Como por exemplo, o de orientar os povos como os das igrejas de Éfeso, Corinto, Tessalônica por volta de 60 d.C, pelas cartas do apóstolo Paulo, sendo considerada por PETERS (2004), como uma das primeiras experiências em educação a distância. Moore e Kearsley (2007), dividem a EaD em cinco gerações: 1ª Geração – educação por correspondência, 2ª Geração – educação transmitida por rádio e televisão, 3ª Geração – educação através de uma abordagem sistêmica – Articulated Instructional Media Project e Universidade Aberta do Reino Unido, 4ª Geração – educação através de Teleconferência, e 5ª Geração – educação através de aulas virtuais baseadas no computador e na Internet. Quando falamos de EaD, falamos de Educação e esta forma de Educação, em especial, necessita de recursos tecnológicos para que se efetive. Dentre suas principais características e objetivos podemos citar: a democratização de acesso a educação de qualidade; o rompimento das barreiras geográficas e temporais; a possibilidade de compartilhar aprendizagens com diversos profissionais de diferentes espaços. Para que ocorra uma Educação a Distância de qualidade é importante que se leve em consideração um sistema educacional harmonioso, no qual cada personagem cumpra suas funções e papéis. Dentre estas personagens destacamos o papel do tutor que tem como principal atribuição a mediação e a orientação dos processos de aprendizagem oportunizados nos diversos ambientes, tendo como referência o conteúdo específico do curso.
Atividade Na internet encontramos muitos relatos sobre a história da EaD no Brasil e no mundo. Pesquise, encontre um desses relatos e apresente uma síntese sobre o tema. Pode ser realizada por tópicos, por anos, dividida de acordo com as gerações apresentadas por Moore e Kearsley (2007), entre outros. Você poderá apresentar sua síntese por meio de uma apresentação de slides com no mínimo 5 slides (PowerPoint ou Impress), um esquema, tabela, gráfico ou mapa conceitual. Sua atividade deverá ser postada na ferramenta Tarefa, em “História da EaD”. (Caso escolha uma das ferramentas online, siga o mesmo modelo para escrita das atividades em .doc, escreva um breve resumo e indique o link em que está disponibilizado). Para utilizar a ferramenta Tarefa, inicie lendo a explicação Sobre a Tarefa, disponível no box desta unidade e siga as orientações dispostas no enunciado da atividade.
Referências BORTOLOZZO, A. R. S.; BARROS, G. C.; MOURA, L. C. Quem é e o que faz o professor-tutor. Publicado no EDUCERE, PUC/PR. 2009 Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/ead/arquivos/File/Textos/Professor_tutor.pdf >. Acesso em 10 de mar. De 2010. KEEGAN, D. Foundations of distance education. 2a.ed. Londres: Routledge. 1991 MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Thompson, 2007. NEVES, C. M. de C. A Educação a distância e a Formação de Professores. Salto para o futuro. Disponível em: < http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/ead/eadtxt1a.htm >. Acesso em 19 de mar. de 2010. PETERS, O. Educação a distância em transição. São Leopoldo: UNISINOS, 2004.
UNIDADE II
A Educação a Distância (EaD) e a formação continuada de professores
Objetivo: Apontar a aplicabilidade da EaD nos processos de formação continuada de professores
Passos
Onde Módulo Introdutório
O que e como fazer
1º
Conteúdo do Módulo
Realize uma leitura minuciosa do texto “Sobre a formação de professores e professoras”.
2º
Fórum 01 – Minha experiência em EaD
Como primeira atividade da unidade II, você deverá participar do fórum 01, relatando uma breve experiência de participação em curso de formação continuada na modalidade a distância. Para realizar esta atividade, siga as orientações proposta no respectivo fórum, disponível no box da disciplina.
3º
Diário-“Minha experiência Esta será sua primeira atividade na ferramenta com o uso de tecnologia” Diário. Para saber como utilizá-la, você deverá clicar em “Sobre o Diário”, no box da disciplina e ler as instruções. Depois realize a atividade dois, da unidade, conforme as orientações dispostas na atividade Diário-“Minha experiência com o uso de tecnologia”. Em caso de dúvida, consulte seu(ua) tutor(a).
SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORAS E PROFESSORES2 O profissional da educação consciente da importância de sua ação não limita sua formação aos espaços e aspectos acadêmicos. Ele busca articular a teoria adquirida enquanto aluno nos bancos acadêmicos à sua prática pedagógica diária. A trajetória que parte dos conhecimentos acadêmicos para a ação em sala de aula é determinada, invariavelmente, pela teoria e a prática, pelo científico e o empírico, pelo fazer e o refletir e pelo construir e o reconstruir posturas que se entrelaçam quando tratamos de formação de professores e professoras. Essa formação para a ação em sala de aula recebe muitas nominações: formação em serviço, capacitação, formação continuada, atualização profissional, formação permanente, entre outras. Muitas destas nominações trazem o peso da intenção de formação de quem as oferta, fato que não se torna relevante neste 2 Texto adaptado da autora Msc.Gilian Cristina Barros (Especialização Mídias - 1ª oferta)
estudo, mas que vale a pena ser lembrado. Além de oportunizar a ascensão na carreira profissional a formação de professores e professoras deve primar por conteúdos que oportunizem o aprimoramento da ação destes enquanto profissionais da educação numa perspectiva de formação para a emancipação humana, no sentido de oferecer ferramentas que oportunizem a leitura e compreensão do mundo para a atuação na realidade concreta. Essas ferramentas, simbólicas ou palpáveis, se constituirão como instrumentos de apoio para ação docente. Como exemplos de ferramentas simbólicas, temos a ideologia presente nas falas e materiais disponibilizados por quem oferta a formação que deve ser traduzida e empregada conforme a carga cultural, política e social trazida pelo indivíduo em formação, lembrando que a cultura também se configura como uma ferramenta simbólica; e dentre as ferramentas palpáveis citam-se como exemplo, os recursos tecnológicos
disponibilizados
nos
espaços
escolares
como:
televisores,
computadores, entre outros. Nesta perspectiva a linguagem se constituiria como um meio para transmissão e apropriação das ferramentas simbólicas e palpáveis. Podemos considerar que a formação de professoras e professores se dá em quatro esferas, que deveriam estar articuladas, mas nem sempre estão como descreve ALVES (1998): a da formação acadêmica, a da ação governamental, a da prática pedagógica e da prática política. Na esfera acadêmica as questões legais de diplomação e de formação inicial para atuação em determinado nível de ensino e/ou especialidade de conteúdo estão implícitas; na governamental se configuram os papéis e funções dos governos (federal, estadual e municipal) em fornecerem subsídios para a ação do docente e para sua formação, e também estão presentes as intenções ideológicas de cada governo explicitadas nos materiais disponibilizados, nos programas criados e nos discursos proferidos; a esfera da prática pedagógica é a que se efetiva na ação docente – fazendo e aprendendo – na qual, a prática diária de ensinar e promover aprendizagem é permeada pelas outras esferas, nessa esfera teoria e prática se efetivam enquanto práxis; e na esfera da prática política busca-se o consenso a partir da articulação: das ações pedagógicas, das forças sociais e das outras três esferas. E é a partir da busca do consenso entre os aspectos já citados que a formação do professor se efetiva tendo como resultado a ação docente. (ALVES, 1998).
Práxis, aqui é entendida como uma atividade humana transformadora, em contínua interação entre teoria e prática, na medida em que a teoria torna essa relação consciente e orienta a ação humana, enquanto atividade que produz, a um tempo, objetos e a si mesmo. (Freitas, 2006:10)
Para pensar... “Qual das quatro esferas de formação mais tem influenciado sua ação enquanto professor nos últimos cinco anos? E dentre as que não influenciam/influenciaram fortemente sua prática como pensa que esta poderá/precisa ser fortalecida/evidenciada?”
Na Educação Básica os processos de formação objetivavam, até meados da década de 19903, o aprofundamento da especialidade do nível ou da área de ensino em que atuam os professores e as professoras. A partir do final da década de 1990, com a expansão de implementação e implantação de projetos e programas com uso de recursos tecnológicos na educação como pelos programas da TV Escola (Salto para o Futuro e TV na Escola e Os Desafios de Hoje) e o Programa Nacional de Informatização das Escolas – ProInfo, que começaram a chegar as escolas do Brasil outros enfoques passam a ser abordados na formação de professores e professoras – o uso de recursos tecnológicos e/ou mídias na e para a educação. Neste texto, por opção da autora, o termo “recursos tecnológicos” é apresentado como leitura mais ampla do uso de tecnologias na educação. Trataremos neste estudo de recursos tecnológicos digitais – os que podem ser disponibilizados e criados em meio digital – como páginas Web, blogs, podcasts, imagens, sons, vídeos, hipertextos, entre outros; dos que são utilizados e produzidos sem a necessidade de meio digital – recursos tecnológicos manipuláveis – livros , revistas, jogos, televisores, rádios, cd player, dvd player, etc, desta forma, amplia-se o conceito de recursos tecnológicos, onde, por exemplo, tanto o computador quanto os arquivos que ele contém são considerados recursos tecnológicos. No decorrer do 3 Este período representa um recorte da história que trata da formação de professores com e para o uso de recursos tecnológicos baseado em fatos vivenciados e observados pela autora deste material nos últimos quinze anos (1995-2010).
texto passaremos a utilizar a denominação “mídias”, opção esta que será explicada durante nosso estudo. Nestes últimos quinze anos, alguns cursos oportunizaram a formação de professores e professoras para o uso de recursos tecnológicos e/ou com o uso de recursos tecnológicos como: Educação e Africanidades, ofertado pela Universidade de Brasília em parceria com o Ministério da Educação - MEC; o curso de Educação Fiscal, pela Escola Superior de Administração Fazendária; os Cursos Escola de Gestores, Formação pela Escola e de Mídias na Educação ofertado nos estados brasileiros pelo MEC em parceria com Universidades Públicas e Secretarias de Educação, o Curso Internet English da Open University, realizado pelo Conselho Britânico em conjunto com algumas Secretarias de Educação do país; e especializações em Informática na Educação também ofertadas pelo MEC em parceria com Universidade como a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Espírito Santo, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. (Paraná, 2009) Em especial, no Estado do Paraná, podemos ainda citar formações ofertadas a partir do Portal Dia a dia Educação 4 que criado em 2003, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED. Essas formações tratam: da produção de Objetos de Aprendizagem Colaborativa (OAC); do estabelecimento de Grupos de Estudo (2004); do desenvolvimento de conteúdos para o livro didático publico no formato de Folhas (2004); da TV Paulo Freire (2006) que transmite e disponibiliza programas televisivos,
os
Grupos
de
Trabalho
em
Rede
(GTR)
do
Programa
de
Desenvolvimento Educacional do Paraná – PDE e dos cursos ofertados por meio de Ambiente Virtual pela Coordenação de Educação a Distância, criada em 2008, em parceria com Coordenações e Departamentos da SEED. A implementação do uso de recursos tecnológicos no e para o processo de formação de professoras e professores, nos últimos anos, ocorre pari passu a sua implantação nas escolas públicas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal, mas [...] as políticas educacionais, através das universidades e escolas, devem valorizar a formação integral de indivíduos críticos, preparando-os para uma sociedade tecnológica, que se faz, cada vez mais presente, em nosso país, evitando desse modo, que os indivíduos se sintam atraídos pelo deslumbramento tecnológico, que valoriza a técnica, em detrimento do discernimento crítico da utilização da tecnologia. (MISKULIN, 1999:25)
4 Conheça o Portal Dia-a-dia Educação em: <http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/>.
Adeus professor, adeus professora? Da série “Questões de nossa época”, da Editora Cortez, este livro apresenta, na fala de José Carlos Libâneo, temos a possibilidade de refletir sobre a influência dos meios de comunicação e da informática no trabalho de professores e professoras. O Autor, no trecho de texto que disponibilizamos no Ambiente do Curso, trata de pontos destacados como novas atitudes docentes que deverão/poderão ser desenvolvidas diante das realidades do mundo contemporâneo. Solicito que atentem para o que ele apresenta nos ponto 1, 5 e 6 que focam na mediação e no uso de recursos tecnológicos para educação e na educação. Se for cadastrado e tiver acesso ao scribd poderá baixar o texto na íntegra em: <http://www.scribd.com/Jose-Carlos-Libaneo-Adeus-Professor-Adeusprofessora/d/23442007>
Referências ARROYO, M.G. Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. FREITAS, M. A. S. Práxis Pedagógica e professores intelectuais: refletindo as tensões e concepções da formação/prática docente. Práxis Educacional: revista do departamento de filosofia e ciências humanas da UESB, Vitória da Conquista (BA), n. 1, p. 135-150, nov. 2005. LIBÂNEO, J.C. Reflexividade e formação de professores: outra oscilação do pensamento pedagógico brasileiro? In: PIMENTA, G.S.; GHEDIN, E. (org.). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 2. ed.São Paulo: Cortez, 2002. p.53-79. __________. Adeus professor, adeus professora?: novas exigências educacionais e profissão docente. Coleção: questões de nossa época. Vol.67. 9. ed.São Paulo: Cortez, 2009. p.10-20. MISKULIN, R. G. S. Concepções teórico-metodológicas sobre a introdução e a utilização de computadores no processo ensino/aprendizagem da geometria. 1999. Tese de doutorado - Faculdade de Educação, UNICAMP. Disponível em: <http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000246712>. Acesso em: 12 de mar. De 2010. PARANÁ. Diretrizes de Educação a Distância. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Versão Preliminar.
Atividades 1) A Educação a Distância tem se apresentada como uma importante modalidade de oferta de formação continuada de professores e com crescente expansão, no Brasil. Você já tinha participado de cursos de formação continuada à distância, antes de iniciar esta especialização? Em que nível (extensão, especialização)? Participou, em alguns daqueles cursos citados no conteúdo desta unidade? Vá até o Fórum
01 – Minha
experiência em EaD e relate a seu(sua) tutor(a) e colegas sobre essa, ou uma de suas experiências em curso de formação continuada a distância, contando como foi e sobre os resultados alcançados. 2) Atualmente dispomos de vários recursos tecnológicos e (ou) mídias disponíveis nas escolas para serem utilizados como meios de ensinar e aprender. Esta atividade propõe um breve relato
no
Diário - “Minha
experiência com o uso de tecnologia”, em que você deverá contar sobre uma experiência de sua prática pedagógica, onde utilizou como meio, um recurso tecnológico, ou mídia, para desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos. Conte a seu(ua) tutor(a) qual o recurso utilizado, com que objetivo, com quem (alunos de que série, disciplina) e se os resultados foram producentes. Para utilizar a ferramenta Diário, inicie lendo a explicação Sobre o Diário, disponível no box desta unidade e siga as orientações dispostas no enunciado da atividade.
UNIDADE III
O desenvolvimento de projetos com o uso integrado de mídias.
Objetivo(s): Explorar o processo de construção de projetos didáticos, utilizando, de forma integrada, as diversas mídias (rádio, televisão, impresso, sítios web) e auxiliar a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Passos
Onde Módulo Introdutório
O que e como fazer
1º
Conteúdo do Módulo
Inicie com a leitura do texto “Concepções de aprendizagem relacionada à pedagogia de projetos”, subtítulos Projeto; Situação problema; Papéis sociais da escola, dos professores e estudantes; e Autonomia/ interdisciplinaridade/ currículo.
2º
Fórum 01 - Autonomia, interdisciplinaridade e currículo
Participe do Fórum respondendo à questão proposta e interagindo com pelo menos dois colegas.
3º
Conteúdo do Módulo
Prossiga com a leitura do texto: Integração das Mídias ao Projeto Didático; Quais mídias escolher?; e Projeto Interdisciplinar.
4º
Diário - Autocrítica
Para esta atividade, você precisará retomar uma das experiências e (ou) projeto que desenvolveu nos módulos Básico e (ou) Intermediário do Curso de Mídias Integradas na Educação, utilizando mídias no trabalho de sala de aula. Verifique a proposição da atividade e poste no diário. Caso não tenha cursado os Ciclo Básico e (ou) Intermediário, analise um projeto e (ou) experiência que tenha desenvolvido sem sua prática pedagógica, utilizando-se de uma ou mais mídias.
5º
Conteúdo do Módulo
Conclua a leitura dos temas da unidade: Integração das Mídias ao Projeto Didático; Além das mídias, os gêneros; Integração das Mídias ao Projeto Didático; e Relação gênero, suporte, linguagem e passe a realização da atividade final do Módulo.
6º
Tarefa – Elaboração de um projeto didático
Como última tarefa da disciplina, você irá elaborar um projeto didático. Para tanto, vá até a Tarefa – Elaboração de um projeto didático, leia as instruções , elabore o seu projeto e poste-o com o seunome.doc. Caso entontre dificuldades, consulte seu (ua) tutor(a). Você poderá ainda, consultar as orientações para elaboração de projeto didático, disponível, no arquivo, abaixo do conteúdo do módulo.
Para desenvolvimento desta unidade, utilizaremos o material do
módulo
Vivenciando o Desenvolvimento de Projeto com Mídias Integradas na Educação, do Projeto Mídias na Educação da Secretaria de Ensino a Distância do MEC (SEED/MEC) e desenvolvido pela Universidade Federal de Pernambuco (EAD/UFPE).
Concepções de aprendizagem relacionada à pedagogia de projetos São várias as concepções de ensino/aprendizagem existentes. É importante que você as conheça, pois, só assim conseguirá escolher com segurança, e de acordo com seus objetivos de ensino, sua postura pedagógica e a situação de aprendizagem a ser vivenciada, em qual delas se apoiar para propor atividades aos estudantes. Destacamos aqui duas visões dicotômicas:
Na concepção instrucionista/ transmissiva, o ato de aprender está vinculado à memorização e à reprodução de informações. Para essa abordagem, a aprendizagem do conteúdo se dá como assimilação, pelo estudante, de informações, noções e conceitos, organizados pelo professor e/ou materiais
didáticos adotados. A concepção vivencial/ espontaneísta defende a ideia de que o estudante deve aprender um conteúdo experimentando situações escolares em que esse conteúdo esteja diretamente envolvido. A pedagogia por projetos didáticos vê a apropriação de conteúdo disciplinar e a participação em atividades escolares como ações indissociáveis e constitutivas do processo de aprendizagem; são dois lados de uma mesma moeda.
Os projetos didáticos têm por base uma concepção construtivista do conhecimento, para a qual aprender é construir o conhecimento. Num primeiro momento, a partir de uma "situação-problema", o estudante é levado a refletir sobre certos dados ou fatos, para posteriormente construir, com base em análise devidamente orientada pelo professor e/ou pelo material didático, o conhecimento em questão. O processo deve possibilitar, ao final, a sistematização dos conhecimentos construídos, levando o estudante a demonstrar que sabe o que aprendeu.
Projeto Didático O trabalho com projetos põe em cena uma série de elementos que devem ser gerenciados de maneira integrada:
Situação-problema Um projeto didático é uma proposta de intervenção pedagógica que surge na tentativa de se resolver situações-problema. A metodologia por projetos permite aos estudantes analisarem um problema dentro de seu contexto real e em sua totalidade. Não importa se os problemas surgem de um estudante em particular, de um
grupo de estudantes, da turma como um todo, do professor, da comunidade onde a escola está localizada, da conjuntura etc. O importante é garantir que, para o desenvolvimento do projeto, os problemas passem a ser de todos.
Papéis sociais da escola, dos professores e estudantes A escola é quase sempre pensada como um espaço favorecido à socialização do conhecimento humano, mas ela também pode ser pensada como local em que se desenvolvem processos culturais, como valores e comportamentos. Assim concebida, é importante instrumento de valorização de vivências compartilhadas e potencializadora de mecanismos de participação e de decisão, fundamentais para o exercício da democracia e da cidadania.
Essas preocupações de formação sócio-política do cidadão/estudante e a presença das tecnologias, na escola, podem ser favorecidas pelas opções didáticometodológicas realizadas pelo professor. Na metodologia por projetos, quando estão diante de um problema, os estudantes partem de suas experiências socioculturais, de seus conhecimentos prévios, para, na sequência, socializar os conhecimentos e as dúvidas que têm a respeito da situação em foco. Situação-problema
Questionamentos
Conhecimentos prévios
Certezas provisórias
Dúvidas temporárias
Hipóteses
Nesse contexto, o sujeito aprendiz é visto como alguém que já sabe coisas, e não como uma tábula rasa, repositório de conteúdos. Por sua vez, o papel de mediador do professor se acentua. Os projetos são realizados por diversos autores dentro de um processo de construção coletiva em que todos opinam, pesquisam, debatem e decidem o quê e como fazer. Enfim, um projeto didático baseia-se em princípios de cooperação e coautoria. Um recurso bastante proveitoso para elaboração de projetos é o webquest. Acesse o módulo "O uso de blogs, flogs e webquest na educação", do Mídias, disponível em <http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod83117/index.html> e saiba mais a respeito.
Autonomia/ interdisciplinaridade/ currículo Na pedagogia de projetos, todos os estudantes não precisam aprender os mesmos conteúdos ao mesmo tempo. Isso põe em relevo a questão da autonomia e da interdisciplinaridade: cada um pode, no seu tempo e ritmo, explorar conteúdos disciplinares específicos ligados a um mesmo projeto.
Essas características exigem do professor um trabalho redobrado em duas direções distintas e complementares: 1) compatibilizar a aprendizagem através do projeto com os conteúdos curriculares, 2) criar um sistema de avaliação que leve em consideração os diferentes tempos de aprendizagem dos estudantes e os diversos conteúdos contemplados no projeto. Em relação ao primeiro ponto, objetos de aprendizagem/ conteúdos curriculares, vale a pena lembrar que nem todos os conteúdos curriculares previstos para serem estudados numa determinada série/nível de escolaridade são possíveis de serem abordados no contexto do projeto. Neste caso, outras estratégias pedagógicas precisam ser colocadas em ação para que os estudantes possam aprender determinados conteúdos. Por outro lado, é bom frisar também que nem todos os conteúdos disciplinares, surgidos nos projetos, necessitam ser objeto de um estudo mais sistematizado. E para que o estudante consiga construir conhecimentos disciplinares específicos, o professor deve investir em um trabalho de sistematização do conteúdo, pois, o simples fato dos projetos gerarem necessidades de aprendizagens não garante a aprendizagem. É preciso que os estudantes se apropriem desses novos conteúdos e para isso a intervenção do professor é fundamental, no sentido de criar ações para que esta apropriação se faça de forma significativa.
Atividade Vá ao Fórum 01 - Autonomia, interdisciplinaridade e currículo e discuta com seus colegas como o professor pode, no contraponto com a necessidade de garantir aos estudantes o aprendizado dos conteúdos curriculares, gerenciar a relação entre tempos, ritmos e objetos de aprendizagem diferentes.
Integração das Mídias ao Projeto Didático O Programa de Formação Continuada Mídias na Educação assume como objetivo principal contribuir para a formação de profissionais em educação capazes de produzir e estimular a produção dos estudantes nas diferentes mídias, de forma articulada à proposta pedagógica e a uma concepção interacionista de aprendizagem. Vê-se que a integração das mídias à proposta pedagógica do professor é um aspecto importante do Programa e merece toda nossa atenção.
Quais mídias escolher? É preciso ressaltar que esta integração das tecnologias de informação e comunicação às práticas pedagógicas com projetos não acontece de forma espontânea. É algo que deve se realizar levando-se em consideração a natureza do projeto, a infra-estrutura da escola, o objetivo didático a ser alcançado e os interesses dos estudantes.
Mas as experiências em cursos de formação de professores têm mostrado que nem sempre o professor sabe articular estes elementos de forma satisfatória. Muitas vezes, na tentativa de incorporar a mídia ao trabalho pedagógico, ela termina sendo usada de forma artificial, não enriquecendo ou valorizando a atividade. É o que ocorre, por exemplo, quando um professor propõe uma série de ações ligadas à realização de um projeto e, ao final, solicita que os estudantes gravem o evento por meio do qual os resultados do projeto serão divulgados. Observe o seguinte caso ilustrativo:
Projeto Interdisciplinar Tema Objetivos
Ciclo Junino Compreender a história da festa junina, bem como seu valor dentro do folclore brasileiro, destacando seus aspectos sociais, culturais etc.; Enriquecer o conhecimento da criança e do adolescente quanto aos costumes das festas juninas; Valorizar e
Tema
Ciclo Junino demonstrar atitudes de respeito ao trabalho e ao homem do campo; Despertar interesse e participação na festa junina; Promover uma festa junina na escola.
Português: Explorar a leitura de textos informativos, poesias, músicas, charadas, etc. Montar um livrinho ou cartaz com as comidas e bebidas típicas juninas, visando trabalhar a oralidade e a escrita. História: Conhecer a origem das festas Juninas. Conhecer o significado das danças típicas. Matemática: Utilizar as operações fundamentais para calcular tempo de preparo das comidas, dimensionar quantidade de comida, tirar medidas de roupa etc. Artes: Produzir cartazes com as simpatias, receitas Atividades (1ª a 4ª série) típicas e representações da festa. Ornamentar as salas e a escola. Preparar algumas das comidas típicas. Confeccionar as roupas das danças e fantasias. Geografia: Localizar, geograficamente, os países que deram início às festas juninas. Fazer o mesmo no mapa do Brasil. Focar o plantio do milho. Ciências: Conhecer as comidas típicas desta festa. Trabalhar em sala de aula o valor nutritivo de cada uma, a higiene e o cuidado que se deve ter ao fazê-las.
Vídeo
Filmar a festa junina.
Da maneira como foi proposto acima, o vídeo não acrescenta nada à atividade pedagógica. É um mero registro de um acontecimento. Poderia ser retirado do planejamento sem prejuízo algum ao projeto. Entre outras possibilidades, um uso significativo das mídias, no caso em questão, poderia contemplar a produção de jornal, panfletos, programas de rádio e/ou TV cuja temática explorasse alguns dos conteúdos investigados durante o projeto. Tais produtos poderiam ser veiculados no dia da festa junina. De acordo com as especificidades de linguagem de cada mídia, seria definido qual a mais adequada para veicular os conteúdos. Assim, a fotografia e o vídeo poderiam dar suporte ao registro da preparação das comidas e do figurino; o rádio poderia veicular músicas, poesias, advinhas etc. Observemos agora um exemplo de uso adequado da tecnologia e de um gênero midiático.
Projeto Tema
Dia dos Pais
Objetivo geral
Produzir um videoclipe de 1 minuto em homenagem aos pais
Objetivos pedagógicos
Familiarizar-se com a escrita do gênero textual ‘roteiro’ Explorar elementos característicos da narrativa verbal e não-verbal
Recursos técnicos
Software para edição de vídeo
Etapas
Apresentação da proposta Aquisição e seleção de fotos (depoimentos) dos pais Escrita do roteiro Captação das imagens Montagem das fotos Sonorização e finalização Exibição
A seguir, você vê algumas experiências da Rede Pública Municipal de Ensino de Recife com mídias no processo pedagógico:
Como vemos, há diversas iniciativas em sala de aula com a utilização das mídias, mas para utilizá-las adequadamente, o professor precisa conhecer bem cada uma e ter clareza porque e como tais recursos o auxiliarão na prática pedagógica. As características técnicas e de linguagem das mídias devem condicionar quais delas serão selecionadas para integrar e potencializar o trabalho em sala de aula. Dependendo das finalidades didáticas e da natureza do tema enfocado no projeto, o uso de determinadas mídias pode ser mais ou menos apropriado. No caso de se trabalhar com mais de uma mídia, deve-se ainda perseguir a ideia de ‘complementaridade’ em que cada veículo cumpra um papel diferenciado.
Atividade Para realizar esta atividade, você deverá retomar uma das experiências e (ou) projeto que desenvolveu nos módulos Básico e Intermediário do Curso de Mídias Integradas na Educação, utilizando mídias no trabalho de sala de aula. Releia a proposta e/ou o relato que, à época, você fez dessa experiência. Vá ao Diário “Autocrítica”, narre a experiência e avalie o quanto a maneira como desenvolveu o trabalho foi ou não adequada.
Integração das Mídias ao Projeto Didático Além das mídias, os gêneros Paralelamente à escolha da(s) mídias que integrarão o seu projeto didático, é necessário definir quais gêneros textuais serão explorados. Gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à nossa vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, eles contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. Portanto, a comunicação verbal só é possível por meio de algum gênero textual.
A reportagem, a entrevista, o anúncio publicitário, o jingle, a chamada de programação da TV são exemplos de gêneros textuais. Você pode acessar os vários módulos do Programa Mídias na Educação que tratam da questão dos gêneros textuais nas diferentes mídias e (re)ler as informações a respeito. • Material Impresso: gêneros textuais • Gêneros radiofônicos • Gêneros televisivos • Gêneros informativos na TV • Gêneros de entretenimento na TV • Gêneros educativos na TV Pela centralidade que exercem nas atividades comunicativas da sociedade contemporânea, os grandes suportes tecnológicos da comunicação, tais como: rádio, televisão, jornal, revista, internet, não só abrigam como propiciam o surgimento de gêneros novos, como o email e o blog.
Integração das Mídias ao Projeto Didático Veja a lista a seguir com alguns dos gêneros que estão presentes nas principais mídias. Você pode expandir a lista, à medida que for lembrando outros gêneros. Mídia
Gêneros
Impresso
notícia, nota, reportagem, entrevista, infográficos, artigo, coluna, editorial, carta de leitor, ensaio, resenha crítica, charge, cartum, história em quadrinhos, anúncio publicitário etc.
Rádio
TV
Internet
notícia, reportagem, debate, documentário, boletim informativo, programa de entrevista, programa musical, programa de variedades, radionovelas, transmissões esportivas, chamada de programação, spots, jingle, script etc.
telejornal, programa de entrevista, debate, reportagem, documentário, talkshow, programa musical, programa de variedades, novelas, mini-séries, seriados, filmes, chamada de programação, comerciais, programas sobre esporte, roteiro etc.
sites de informação, sites de busca, páginas pessoais, blogs, flogs, etc.
Uma preocupação fundamental é selecionar o gênero com o qual vai se trabalhar de acordo com a função sócio-discursiva dominante que ele desempenha: informar, educar, entreter. Falamos em dominância da função sócio-discursiva, pois essa classificação não é rígida. Um programa educativo pode divertir e um programa de entretenimento
pode ensinar. E é bom que seja assim. Aliás, muitos programas de rádio e TV são considerados criativos justamente quando são capazes de mesclar características de um gênero e outro. Você seria capaz de lembrar-se de alguns exemplos dessa natureza? Por exemplo, os reality shows buscam retratar situações concretas vividas pelos participantes convidados, mas, ao mesmo tempo, criam estratégias de ficcionalização do real por meio de, por exemplo, recursos de edição de imagem e som.
Relação gênero, suporte, linguagem Todo gênero circula por meio de um suporte. Jornal, revista, televisão, rádio, internet, cinema são suportes de vários gêneros. As peculiaridades técnicas dos suportes somadas às funções discursivas dos gêneros midiáticos (informar, divertir etc.) condicionam o que podemos chamar de uma "gramática" dos textos, ou seja, suas características discursivas e de linguagem. Quando
você
for
escolher
com
qual(is)
gênero(s)
trabalhar
no
desenvolvimento do projeto didático, leve em consideração as características desses gêneros, pois, com certeza, elas irão influenciar na produção textual dos estudantes. Portanto, fique atento, entre outros, aos seguintes aspectos: • meio físico do suporte (sonoro, visual, audiovisual), no sentido de se poder explorar recursos típicos da linguagem verbal e/ou não-verbal. • valor social do suporte e do gênero. • propósitos primários da comunicação (de caráter mais informacional ou mais
interacional). • tipo de situação comunicativa que o suporte proporciona aos participantes: interações síncronas (tempo e espaço partilhados), interações assíncronas: (separação espaço-temporal); número de participantes envolvidos etc. • tipo de relação que o gênero proporciona sob o ponto de vista interacional: altamente ou escassamente interacional, em virtude do nível de conhecimento e de envolvimento dos participantes entre si, nível de formalidade/ informalidade da interação etc. Importante destacar que o suporte não é neutro, ele de alguma forma influencia o gênero que suporta. Cada suporte nos faz operar de forma específica com os textos. Por exemplo, uma mesma notícia jornalística veiculada pela televisão ou pelo rádio nos proporciona "leituras" diversas, não porque os suportes veiculem conteúdos diferentes, mas porque os efeitos de sentido derivados dessa interlocução serão distintos em função de características técnicas dos suportes. Enfim, o suporte não muda o conteúdo, mas nossa relação com ele.
Atividade Agora que você já já conhece a concepção de aprendizagem relacionada à pedagogia de projetos , os elementos que devem ser gerenciados, bem como a integração das mídias ao projeto didático, você deverá esboçar um projeto didático do que pretende desenvolver a partir das definições que seguem. Em função da articulação entre os seguintes fatores: objetivos do projeto didático a ser desenvolvido, infra-estrutura da escola, interesse dos estudantes, defina quais mídias (ao menos duas) são adequadas ao seu projeto didático. Para que a iniciativa não seja isolada do planejamento mais amplo, reflita sobre o contexto de sua escola, o projeto político-pedagógico aí pactuado e os comportamentos e valores que seriam importantes desenvolver para a formação dos estudantes/cidadãos que aí se constituem. Decida quais gêneros serão trabalhados no seu projeto didático, em função dos itens a seguir: propósitos da comunicação, público para o qual se destinam as peças de comunicação, nível de maturidade da turma para trabalhar com os gêneros
indicados, características de linguagem dos gêneros, meio físico, valor social dos suportes e dos gêneros, tipo de interação e de relação que suporte e gênero proporcionam aos participantes. Observe que o projeto deve apresentar uma estruturação formal, em que constem itens como: Tema, introdução, em que conste a situação problema e a justificativa, objetivos geral/específicos, desenvolvimento, acompanhamento e avaliação da experiência, referências.
ATENÇÃO Ao longo do Curso de Especialização em Mídias na Educação e durante o desenvolvimento do seu projeto didático, a cada disciplina e novos conhecimentos, registre no seu esboço as informações relevantes que poderão contribuir para o seu trabalho final do curso. Sugere-se que vá registrando sua experiências, abordando avanços, dificuldades, mudanças, consecução/revisão dos objetivos, surgimento de outras perspectivas de trabalho, o envolvimento de outras disciplinas/professores, referências que poderão contribuir para a sua fundamentação teórica, etc.
REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Ensino a Distância. Projeto Mídias na Educação. Vivenciando o Desenvolvimento de Projeto com Mídias Integradas na Educação. Universidade Federal de Pernambuco (EAD/UFPE).
Para saber mais . . . Concepção de Aprendizagem Relacionada à Pedagogia de Projetos Acesse: JEAN PIAGET, da série Crônicas da Terra O pensamento de Jean Piaget, pesquisador suíço responsável por uma nova compreensão do processo de aprendizagem da criança. Suas observações, que compõem a base do construtivismo em educação, começaram a ser difundidas no Brasil na década de 1920 pelo movimento da Escola Nova. Duração: 14’06” Realização: TV Escola/MEC. Brasil, 1998 http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me003554.wmv O SABER E O SABOR O que se espera do professor em sala de aula? Antes de qualquer coisa, que tenha prazer em se relacionar com os estudantes e disposição para ouvi-los. Em seguida, que desperte a curiosidade, impondo desafios à inteligência e à sensibilidade dos estudantes em relação ao mundo que os cerca. Duração: 24’ Realização: TV Escola/MEC. Brasil, 2000 http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me003884.wmv Blog Oficina de Projetos, presente no Portal do Professor, seção Interação e Comunicação, onde você vai encontrar links para artigos, sites e outros blogs que falam sobre concepções de aprendizagem e trabalho com projetos. http://vicenteoficina.blogspot.com Texto Pedagogia de projetos: fundamentos e implicações de Maria Elisabette Brisola Brito Prado. In Integração das Tecnologias na Educação/ Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância do programa Salto para o Futuro, da TV Escola. O artigo Pedagogia de projetos: fundamentos e implicações, de Maria Elisabette Brisola Brito Prado, traz à tona a discussão sobre como conceber e tratar a conexão entre os distintos cenários em que se trabalham projetos na escola, mantendo a coerência conceitual entre estes de modo que sejam reconstruídas novas formas de ensinar e aprender que incorporem distintas mídias e conteúdos curriculares dentro de uma abordagem construcionista. http://tvescola.mec.gov.br/images/stories/publicacoes/salto_para_o_futuro/livro_salto_tecnologias.pdf
Consulte: PERRENOUD, Philippe. Construir competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. ____. Avaliação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. ____. Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. PRESTES, Maria Luci. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. São Paulo: Respel, 2005.
Projeto Didático A Série AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM que trata das diversas metodologias utilizadas para avaliar o aprendizado dos alunos: avaliação diagnóstica, formativa e somativa. Mostra que não há um modelo a ser seguido. É preciso desenvolver um processo de avaliação de acordo com o projeto político pedagógico da escola. A série também levanta questões como "O que é avaliação? Por que avaliar? O quê e como avaliar?", além de abordar critérios para a construção do processo de avaliação e as dificuldades cotidianas encontradas para implementar uma nova cultura avaliativa. Realização: TV Escola / MEC. Brasil, 2002 1. O que é a avaliação? (13'37") http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me000751.wmv 2. Ciclo de aprendizagem e avaliação (16'00") http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me000752.wmv 3. Avaliação e contexto social (15'00") http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me000753.wmv 4. Projetos educacionais e avaliação (21'00") http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me000754.wmv Consulte: HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. ______. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998. ______. Os projetos de trabalho e a necessidade de transformar a escola. In: Revista Presença Pedagógica, v. 4, n.21, maio/junho, 1998. ______ et al. Aprendendo com as inovações nas escolas. Porto Alegre: Artmed, 2000. KLEIMAN, Ângela; MORAES, Sílvia. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1999. LÜCK, Heloísa. Pedagogia Interdisciplinar. Petrópolis: Vozes, 1994. MOURA, Dácio; BARBOSA, Eduardo. Trabalhando com projetos: planejamento e gestão de projetos educacionais. Petrópolis: Vozes, 2006
Integração das Mídias ao Projeto Didático Acesse: O vídeo Jornal, da série AULA LÁ FORA, que documenta uma sala de aula de uma escola da rede pública municipal de Santo André, em São Paulo, e mostra as atividades desenvolvidas na preparação, realização e comunicação de pesquisas em campo efetivadas pelas turmas. Realização TV Escola / MEC & Fundação Régua e Compasso. Brasil, 2003 http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me001226.wmv http://www.redebrasil.tv.br/salto/ Debate: Cinema documentário e educação –Boletim 11- junho 2008 Debate: Mídias na Educação – Boletim 24 – novembro/dezembro 2006 Debate: Televisão, gêneros e linguagens – Boletim 10 – Junho 2006 Debate: Refletindo sobre a linguagem do cinema – Boletim – 2005 Consulte: CITELLI, Adilson. Aprender a ensinar com textos não escolares. São Paulo: Cortez. 1997. FARIA, Maria Alice. O jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 4. 3d. 1992. ______. Como usar o jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2 ed. 1998. NAPOLITANO, Marcos. Como usar a televisão na sala de aula. São Paulo: Contexto. 1999. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola editorial, 2008. ______ & XAVIER, Antônio Carlos dos Santos. Hipertexto e gêneros digitais. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
Dicas As leituras e discussões a respeito da concepção pedagógica do trabalho com projetos didáticos, bem como sobre as características principais que norteiam este tipo de trabalho (situação-problema, papel de estudante e professor, autonomia, interdisciplinaridade, currículo) poderão lhe servir como embasamento teórico para o trabalho final do curso.
Projeto Você deve desenvolver seu projeto didático seguindo a metodologia de pesquisa que mais se adéque aos seus objetivos. Durante o curso, você disporá de uma disciplina “Metodologia Científica”, em que aperfeiçoará projeto, transformando-o no seu projeto de pesquisa. De qualquer forma, listamos alguns pontos que você deve explicitar em seu projeto: 1. Situação-problema, levando em consideração as motivações do grupo, seu contexto sociocultural e a realidade da escola; 2. Objetivos; 3. Hipóteses; 4. Metas pedagógicas a serem alcançadas; 5. Estratégias/ atividades a serem realizadas na busca de respostas às questões levantadas na problematização (pesquisas, entrevistas, palestras com convidados, visitas etc.); 6. Procedimentos de avaliação; 7. Mídias que servirão como aporte pedagógico para desenvolvimento do projeto; 8. Equipe de trabalho e funções; 9. Cronograma; 10. Recursos humanos e materiais; 11. Plano de divulgação dos resultados.