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Mitos e verdades sobre as vitaminas e imunidade

Uma nova configuração nos lares brasileiros e seus impactos nos hábitos de consumo pós-pandemia

* Por Monica Pieratti Desde que adotamos medidas preventivas de distanciamento social e migramos todos os nossos afazeres do dia a dia para dentro de casa, uma série de mudanças foram incorporadas às nossas rotinas, de hábitos de higiene a novos hábitos de consumo. Recentemente, relatório divulgado pela Kantar (Consumer Thermometer #11) revelou que 61% dos brasileiros planeja manter a maioria dos novos hábitos adquiridos durante a pandemia, cabendo um olhar atento para alguns deles.

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Sob a ótica da produção e oferta de alimentos e bebidas, destaco algumas mudanças que considero importantes: 1) 54 % dos entrevistados diz estar comendo de forma mais saudável; 2) 46% diz que irá manter o hábito de realizar compras online; e 3) 74% diz que continuará evitando lugares lotados mesmo após o fim da pandemia. Por trás de cada um desses dados se escondem algumas oportunidades. No caso da manutenção de uma alimentação mais saudável, nota-se o maior interesse do consumidor por formulações que priorizem ingredientes naturais e que possam contribuir com o bem estar físico e mental do indivíduo. Aqui falamos desde bebidas fortificadas, como bebidas lácteas com alto teor de proteína, a snacks e pequenas indulgências com alto valor nutricional, a exemplo do creme de açaí. Além de responderem ao desejo por saudabilidade, esses são alimentos que agregam conveniência ao dia a dia do consumidor, justamente por virem prontos para consumo. Especialmente no caso de famílias com filhos, a oferta desses produtos surge como um facilitador em uma rotina já bastante atribulada entre afazeres domésticos e trabalho remoto, no caso de pais trabalhando no modelo de home office. Sob a perspectiva da indústria, são alimentos e bebidas com modelo de processamento similar ao de outros produtos tradicionalmente encontrados no mercado, portanto, não demandando altos investimentos em aquisição de novas tecnologias. Oferecer produtos pensados para as diferentes situações de consumo presentes em um único dia, desde que equacionando saudabilidade e conveniência, será preponderante de agora em diante. Mas cabe uma ponderação: em função da restrição de orçamento imposta a muitas famílias, o preço será um componente ainda mais importante. Trabalhar com valores acessíveis ou dentro da média de mercado será decisivo na escolha do consumidor.

Em outra ponta, também existe aquele consumidor que tem aproveitado o maior tempo em casa para explorar novas receitas e desenvolver novos talentos culinários. Por causa disso, produtos para receitas caseiras têm registrado alta durante a pandemia, a exemplo do leite condensado (61%), creme de leite (45%) e leite longa vida pronto para beber (39%), segun

do dados levantados pelo mesmo estudo da Kantar.

Se considerado que quase ¾ dos brasileiros seguirá evitando lugares lotados mesmo após o término da pandemia, é de se esperar que produtos básicos para consumo doméstico se mantenham em alta por algum tempo, o que traz oportunidades a fabricantes querendo investir em diversificação de portfólio ou em ampliação de linhas de processamento e envase.

No que diz respeito à distribuição, o avanço do supermercado online se mostra até aqui um grande divisor de águas. Quanto mais as medidas de distanciamento social se estenderem no tempo, maiores serão as chances de o comércio online moldar os hábitos de consumo pós-pandemia.

Segundo a empresa de inteligência de mercado Compre&Confie, focada no comércio eletrônico, a venda online de alimentos e bebidas cresceu 310% em junho, quando em comparação com o mesmo período de 2019. Tendo em mente que 46% dos brasileiros pretende manter a compra virtual em seus hábitos pós-pandemia, estarão em vantagem as marcas e fabricantes que tiverem uma boa penetração no ambiente digital, seja em sites de grandes varejistas, marketplaces ou investindo em canais próprios.

Ainda que a pandemia seja passageira, alguns comportamentos adquiridos durante a quarentena não serão. Desde hábitos completamente novos a mudanças que já se desenhavam e que nos últimos meses ganharam tração, a verdade é hoje há uma série de fatores influenciando o ambiente de negócios. Manter um olhar atento para essas mudanças e desenvolver produtos que respondam aos novos anseios do consumidor será preponderante para a gestão e manutenção dos negócios no setor de alimentos e bebidas.

* Monica Pieratti é diretora de portfólio para a área de Processamento da Tetra Pak, sendo responsável por toda a região Américas. Formada em Marketing pela Universidade Luterana da Califórnia, a executiva acumula experiência no desenvolvimento de estratégias de negócios em diferentes mercados, inclusive tendo liderado o desenvolvimento de portfólio de produtos para a Tetra Pak globalmente.

Acompanhe os canais oficiais da Tetra Pak Sobre a Tetra Pak

A Tetra Pak é líder mundial em soluções para processamento e envase de alimentos. Atuando próximo aos clientes e fornecedores, oferece produtos seguros, inovadores e ambientalmente corretos, que a cada dia satisfazem as necessidades de centenas de milhões de pessoas em mais de 160 países ao redor do mundo. Com mais de 24.000 funcionários, a Tetra Pak acredita na liderança da indústria responsável e em uma abordagem sustentável dos negócios. O slogan “PROTEGE O QUE É BOM™” reflete a visão de disponibilizar alimentos de forma segura onde quer que seja.

Mitos e verdades sobre as vitaminas e imunidade

Em fase de pandemia motivada por um vírus, a imunidade e a função das vitaminas para o nosso organismo estão em pauta. Mas muitas informações acabam não sendo muito bem explicadas e, ao invés de ajudar as pessoas, acaba confundindo mais. Por isso que a doutora em Nutrição Humana, Maria Fernanda Elias, desvenda os mitos e verdades relacionados às vitaminas e nossa imunidade.

1- É verdade que a falta da vitamina D pode piorar o quadro de saúde de quem está com gripe ou resfriado?

Verdade - Assim como várias outras vitaminas, a D é muito importante para fortalecer a imunidade do nosso organismo. Isso acontece porque os linfócitos (células que fazem parte do sistema imunológico) têm receptores que facilitam a atuação da vitamina D, fortalecendo diretamente nosso sistema de defesa. Sendo assim, nosso organismo responde mais rápido ao processo de recuperação. Além de ter grande importância para nossa imunidade, a vitamina D também auxilia nosso organismo a absorver cálcio e fósforo - suportando a saúde e o bem-estar dos ossos.

2- Quem consome vitamina C não fica doente.

Mito - Ela ajuda a reduzir a duração e severidade do resfriado comum e acelera a resposta imune das células no nosso organismo, mas não exclui as chances de uma pessoa que ingere a quantidade diária indicada da vitamina C ter uma gripe ou resfriado. A substância também tem papel muito importante no apoio para redução no risco, gravidade e duração das infecções do trato respiratório, além de ser um importante nutriente antioxidante muito utilizado em cremes e tratamentos para a pele.

3- Não existe limite para o consumo de vitaminas, quanto mais consumir, melhor.

Mito - As vitaminas são essenciais para manter o corpo saudável, mas nos níveis indicados pela Organização Mundial da Saúde. Em excesso elas podem até fazer mal. Por exemplo as vitaminas lipossolúveis (aquelas que não são solúveis em água e não eliminadas pelo organismo) como a A, D, E e K, se forem ingeridas em excesso, ficam estocadas no tecido gorduroso, podem levar a quadros de intoxicação e até prejudicar que o organismo absorva outras vitaminas, levando à deficiência de umas e o acúmulo de outras. O excesso de vitaminas raramente acontece por ingestão de alimentos ricos nestas substâncias, mas sim pelo consumo de suplementos vitamínicos. Por isso ter o acompanhamento

de um médico ou nutricionista é essencial.

4- Determinadas substâncias, como a cafeína, prejudicam a absorção das vitaminas pelo nosso organismo.

Verdade - Refrigerantes de cola, café, chá preto e outros ricos em cafeína podem atrapalhar a absorção de algumas vitaminas, como B e D. O mesmo acontece com a ingestão de bebidas alcoólicas, que afetam a absorção do cálcio e reduz a resposta do organismo à vitamina D. Já o tabaco prejudica o aproveitamento da vitamina E, enquanto o excesso de consumo de fibras dificulta a assimilação das vitaminas A, E e D pelo nosso organismo.

Para informações mais completas das principais funções das vitaminas e dos minerais para o nosso organismo, fizemos o infográfico anexo para te auxiliar, elaborado pelo Alimente o Futuro, site criado pela Royal DSM, com o propósito de informar de maneira objetiva os benefícios que uma alimentação enriquecida e equilibrada pode trazer para a saúde e o crescimento das crianças.

Maria Fernanda Elias é gerente de comunicação da DSM Nutrição Humana para América Latina. Graduada, Mestre e Doutora em Nutrição Humana pela Universidade de São Paulo (USP).

DSM - Bright Science. Brighter Living.™

A Royal DSM é uma empresa global, baseada em ciência, movida por propósitos, atuante em Nutrição, Saúde e Vida Sustentável. O objetivo do DSM é criar vidas mais brilhantes para todos. A DSM aborda alguns dos maiores desafios do mundo com seus produtos e soluções, ao mesmo tempo em que cria valor econômico, ambiental e social para todos os públicos de interesse - clientes, colaboradores, acionistas e sociedade em geral. A DSM oferece soluções inovadoras para nutrição humana, nutrição animal, cuidados pessoais e aroma, dispositivos médicos, produtos e aplicações ecológicos e nova mobilidade e conectividade. A DSM e suas empresas associadas geram vendas líquidas anuais de cerca de € 10 bilhões, com aproximadamente 23.000 funcionários. A empresa foi fundada em 1902 e está listada na Euronext Amsterdam. Mais informações podem ser encontradas em www.dsm.com.

Flormel lança três sabores de snacks saudáveis

Tem novidades nas gôndolas dos principais supermercados em julho

Há mais de 30 anos propondo uma alimentação mais consciente e prazerosa, a Flormel apresenta a linha Parô, que faz parteda linha de snacks salgados e chegou para proporcionar uma pausa saborosa na rotina agitada de quem não abre mão de cuidar do corpo e da mente. O produto é assado e feito com farinha de grão de bico, azeite extravirgem e temperos que agradam todos os paladares. Isso sem falar na lista de ingredientes naturais que é livre de corantes, aromatizantes e conservantes artificiais.

Os novos protagonistas dessa linha chegam nos sabores de Multigrãos, Tomate & Manjericão e Parmesão & Gorgonzola, sendo ideais para levar na bolsa ou na mochila.

Os produtos das linhas Parô chegam às gôndolas de todo o Brasil com o preço sugerido de R$ 4,90. A linha de produtos também pode ser pedida pelo site em: https://www.flormel.com.br/.

Sobre a flormel:

Fundada em 1987, na cidade de Franca, a Flormel traz em seu DNA a proposta de uma alimentação prazerosa e consciente. Comercializada em todo o Brasil, hoje a marca conta com uma vasta linha de produtos, chocolates, doces, snacks e barras, para atender às mais diferentes necessidades alimentares e estilos de vida, sempre aliando sabor e saudabilidade.

Nova marca Gran Finale lança creme culinário

Com assinatura Fleischmann, nova marca aposta no slogan A arte de fazer bem-feito, da entrada à sobremesa, e lança produto pensado para tornar o dia a dia de trabalho nas cozinhas de restaurantes, hotéis e confeitarias ainda mais ágil e sem perder a qualidade e o sabor em cada receita

Chega ao mercado de Food Service uma nova marca de creme culinário, a Gran Finale. Com a assinatura Fleischmann, reconhecida no mercado pela qualidade de seus produtos e com mais de 80 anos de tradição e confiança, Gran Finale é voltada para produtos de uso profissional, com soluções práticas e versáteis para chefs, confeiteiros e cozinheiros. Uma linha de produtos especialmente desenvolvidos para atender as necessidades desses profissionais, dos bufês das padarias a grandes restaurantes.

Com excelente textura, cremoso, sabor lácteo equilibrado e agradável, o creme culinário é o primeiro produto lançado pela marca Gran Finale no mercado e sua versatilidade apresenta inúmeros benefícios: se mantém estável por longo período, permanecendo com as mesmas características da receita durante o tempo em réchaud, não talha, suporta altas temperaturas para receitas gratinadas, aceita adição de ingredientes cítricos e também é resistente às preparações em ultracongelamento e descongelamento, além de ser fácil de armazenar e pronto para usar em embalagem TetraPak de 1 litro. É ideal para molhos, cremes, patês, quiches, tortas, suflês e pudins,

entre outras receitas.

Sobre a AB Brasil

A AB Brasil é subsidiária brasileira da Divisão AB Mauri do grupo internacional ABF (Associated British Foods), com sede na Inglaterra. Com atuação em negócios e setores diversificados, a ABF é uma das maiores empresas do mundo, sendo a quarta maior produtora de alimentos do continente Europeu e uma das dez maiores indústrias do mundo, com faturamento anual de US$ 22 bi, 138 mil colaboradores e presença em mais de 100 países.

A AB Brasil é uma das principais indústrias de ingredientes para panificação e confeitaria do País. Constituída em 2004, por meio da aquisição das marcas de fermentos e ingredientes de panificação e confeitaria — Fleischmann e Mauri, a AB Brasil cresceu e diversificou suas marcas e produtos.

Em 2005, a AB Brasil comprou a empresa brasileira Sohovos, tornando-se uma das maiores processadoras de ovos da América Latina e lançando em 2006 a primeira linha de ovos, gemas e claras líquidos pasteurizados em caixinha longa vida sob as marcas Fleischeggs, Mauri e Inovo.

A AB Brasil engloba ainda as operações de Ovomaltine, Twinings, Jordan’s, AB Agri, AB Vista, AB World Foods e AB Enzymes. Os 950 colaboradores da AB Brasil estão alocados no Estado de SP nas fábricas de Pederneiras e Sorocaba, no Centro de Desenvolvimento e Inovação localizado em Jundiaí, e na matriz em São Paulo Capital.

Farelos de aveia e de centeio reduzem ganho de peso e inflamação no fígado, diz estudo europeu

Estudo recente da Universidade da Finlândia afirma que o consumo de fibra alimen- tar de farelo de aveia e centeio apoiou o crescimento da microbiota intestinal bené- fica, que por sua vez melhorou o metabolismo do colesterol, aumentou a função da barreira intestinal e reduziu a inflamação hepática.

Se há um alimento que deve fazer parte da dieta para redução do peso, melhora do metabolismo do corpoecombateàinflamaçãohepática,elesechamaaveia. “Enãosóisso.Aaveiatambéméfonte de triptopano, aminoácido precursor da serotonina e da melatonina, que desempenham importantes papéis no sistema nervoso, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, a temperatura corporal, o apetite, o humor, a atividade motora e as funções cognitivas. Além disso, ela é fonte de carboidratos que dão energiaao organismo e fibras solúveis que são substrato parao equilíbrio damicrobiotaintestinal,queestáintimamenteligadaàsrespostasdosistemaimunológico”,afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Um estudo recente da Universidade da Finlândia Oriental descobriu que o farelo de aveiae de centeio reduzemo ganho de peso e ainflamação do fígado, porapoiaramicrobiota intestinalbenéficaereduzirometabolismodocolesterol. De acordo com o estudo, os efeitos da aveia e do centeio foram parcialmente diferentes, mas ambos forambenéficos paraasaúde. “Os benefícios paraasaúde daaveia, do centeio e de outros produtos integrais têm sido amplamente estudados, e seu uso tem sido associado à diminuição da inflamação e à melhoria do metabolismo da glicose, lipídios e tecido adiposo em pesquisas experimentais em humanos e animais”, afirma a médica. Além disso, eles têm sido O estudo foi um experimento animal durante o qual os ratos foram alimentados com uma dieta ocidental rica em gordura por 17 semanas. Dois grupos foram alimentados com a mesma dieta enriquecida com 10% de farelo de aveia ou centeio. Entre os vários metabólitos (produto do metabolismo) microbianos intestinais, este estudo concentrou-se naqueles especialmente relevantes para o desenvolvimento de doença hepática gordurosa, frequentemente associada à obesidade. “Os resultados sugerem que os dois farelos têm a capacidade de criar um ambiente favorável no intestino, apoiando o crescimen

pixabay.free

to de micro-organismos benéficos. Aabundânciados gêneros Lactobacillus aumentouno grupo aveia. Os gêneros Bifidobacteriumaumentaramno grupo centeio. Pormeio dessas alterações namicrobiota, aaveiamodificouafunção do receptorrelacionado ao ácido biliar, produzidos pelo fígado, o que levou a um melhor metabolismo do colesterol”, diz a médica.

Ambas as fibras de centeio aumentaramaprodução de ácidos graxos de cadeiacurta, levando à integridade intestinal aprimorada, redução da inflamação hepática e desvio do metabolismodotriptofanoparaumaviamaisbenéfica.“Alémdisso,oconsumodefarelos de aveia e de centeio demonstrou atenuar o ganho de peso associado a uma dieta rica em gordura”, explica a médica.

associados a uma diminuição do risco de obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovascularesediabetestipo2. “Sabe-setambémquediferentesfibrasalimentarestêm diferentes efeitos na saúde”, diz.

De acordo com a médica, as fibras alimentares induzem alterações na função da microbiota intestinal e, portanto, modulam o ambiente intestinal de maneira benéfica. “Como essa modulação está associada a vias metabólicas é, no entanto, incerto”, diz a nutróloga.

Apesar do experimento ser feito em animais e precisar ainda ter maior comprovação de eficáciacommaistestes,oresultadoéanimador, umavezquemuitosestudosjádestacam o poder dos farelos integrais na melhora do organismo como um todo, principalmente por contadopoderdasfibras.“Masémuitoimportanteconsultarsempreummédiconutrólogo para tratar essas síndromes metabólicas e incluir alimentos na dieta de maneira adequada”, finalizaaDra. MarcellaGarcez. FONTE: DRA.MARCELLAGARCEZ, MédicaNutróloga,MestreemCiênciasdaSaúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora daAssociação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da LigaAcadêmica de Nutrologia do ParanáePesquisadoraemSuplementosAlimentaresnoServiçode NutrologiadoHospital doServidorPúblicodeSãoPaulo.

Cultura da dieta transforma os alimentos em tabus

Sophie Deram, especialista em nutrição, explica por que a insatisfação corporal é um problema grave

No mundo todo, inúmeras pessoas sentem-se insatisfeitas com seus corpos refletidos no es- pelho e lutam com problemas de imagem corporal. Devido a esse desagrado, tanta gente se submete a anos de dietas restritivas como a “low carb”, cetogênica, e as ricas em proteínas (paleolíticas), mas se engana quem acha que esta é a solução! Estes métodos extremistas não fazem bem à saúde e, como consequência, podem produzir o famoso “efeito sanfona”, além de levar a compulsão alimentar e obesidade. De acordo com a Organização Mundial, a projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. “A busca pelo corpo magro, musculoso, ou considerado como ‘ideal’ são práticas inseridas na ‘cultura da dieta’. Quando criamos crenças sobre a comida e classificamos determinados alimentos em proibidos, eles se transformam em tabus. Com a proibição, surge o desejo de violar a regra, o que aumenta as chances de exagerar e até mesmo de desenvolver uma compulsão alimentar”, alerta a especialista em nutrição, Sophie Deram, durante palestra “É tempo de abandonar a cultura da dieta: entenda por que ela é um problema”, promovida pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI), apresentada no Ganepão 2020, um dos maiores eventos de saudabilidade da América.

Para driblar essa vontade exagerada de comer, é essencial começar pela mudança no pen- samento, compreendendo que excessos não fazem bem e que dentro de uma alimentação saudável é possível ter uma variedade de produtos, incluindo os mais ricos em energia (car- boidratos) ou gordura. “É importante considerar que cada alimento tem uma porção e fre- quência adequada, e até os conhecidos como “guloseimas” e fast-foods podem fazer parte de uma rotina equilibrada, desde que consumidos com moderação”, explica a nutricionista. Alimentar-se prestando atenção nos sinais de fome e saciedade do corpo também é uma dica para contornar os momentos de gula. É claro que ela requer paciência e autoconhe- cimento, mas é muito eficaz! “Quando abrir espaço para uma indulgência, escolha um que goste bastante e aprecie com calma, pois desta forma é mais fácil se saciar com uma quantidade menor. Caso exagere, evite comportamentos de compensação como omitir refeições ou fazer jejuns, pois eles apenas agravam a sensação de culpa”, diz Sophie Deram. Para conseguir manter a sintonia entre as sensações do corpo, a comida e a mente, a especialista separou algumas dicas:

1 - Antes de comer deixe os problemas de lado, relaxe e aprecie a sua refeição. 2 - Diminua as ideias de magreza e corpo ideal, aceita a sua forma física e a sua beleza

natural.

3 - Use as roupas que te fazem sentir bem. Se admire ao espelho e não deixe que a bele- za de outra pessoa traga aspectos negativos para forma que enxerga o seu próprio corpo.

4 - Quanto mais prazer você leva para as refeições, melhor será a sua relação com a comida.

5 - Quando temos sintonia com o nosso próprio corpo, conseguimos diferenciar o que é uma necessidade e o que é uma vontade. Tudo pode ser consumido, desde que na quan- tidade certa. Então, se permita! Por fim é válido lembrar que alimentação não é apenas o consumo de nutrientes, e sim um ato social e um prazer que sempre acompanhou os seres humanos. Portanto, aproveite este momento sabendo equilibrar frequência e quantidade, sem recorrer à gula.

Sobre a ABIMAPI:

Uma das maiores associações alimentícias do País, a ABIMAPI representa 104 em-

presas que detêm cerca de 80% do setor e geram mais de 100 mil empregos di-

retos. Só no Brasil, responde por um terço do consumo nacional de farinha de trigo. Como interlocutora junto ao governo, à mídia, a pesquisadores e às demais entidades, sua missão é fortalecer e consolidar as categorias de biscoito, macarrão, pão e bolo industrializados nos cenários nacional e internacional. http://www.abimapi.com.br

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