Julho/Agosto 2013 | Ano 3 | Edição n° 15
Desabamento traz sensação de insegurança para a comunidade Paraíso na Mata Atlântica Pousada ecológica une natureza e requinte num mesmo roteiro
Receita deliciosa!
Prepare um incrível camarão na moranga e faça sucesso!
Bairro tem vocação para ser um novo pólo cultural Condephaat vai tombar o Monte Alegre
Eduardo Fernandes
Distribuição gratuita
O centenário do homem de múltiplos talentos
NOVO SITE MBM Boas ideias e bom conteúdo para o seu dia a dia
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Rua Regente Feijó, 2387 • Vila Monteiro • Piracicaba/SP 19 3371.5944
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Portão de Casa de Monte Alegre Óleo sobre tela – 60 x 90cm Denise Storer • 2003
Estamos de olho! A tranquilidade tão característica do Monte Alegre e seu entorno foi fortemente abalada com o trágico desabamento de parte da estrutura do novo anel viário, ocorrida no início de julho. Cinco trabalhadores morreram no acidente e a obra acabou sendo embargada por seis meses, até que sejam apuradas as responsabilidades. Mais do que uma mudança na rotina dos moradores e trabalhadores do bairro, o desmoronamento causa sensação de insegurança em boa parte da comunidade, principalmente em relação à segurança do túnel sob o qual é necessário passar para se ter acesso ao Monte Alegre. O superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no Estado de São Paulo, Luiz Antonio Medeiros, que esteve pessoalmente na obra para assinar o embargo, informou que a estrutura que passa sobre a avenida Comendador Pedro Morganti, no trecho de acesso ao bairro, não foi abalada ou comprometida. Nossa reportagem acompanhou e vai continuar acompanhando o desenrolar dos fatos. Estamos de olho! Nossa edição também homenageia Eduardo Fernandes Filho, uma das personalidades mais marcantes do Monte Alegre e da cidade de Piracicaba, que faria 100 anos no dia 1º. de agosto. E como em todas as nossas edições, trazemos dicas bacanas de turismo, gastronomia, saúde, beleza, compras, decoração, tudo pra você ficar bem informado e por dentro do que acontece não só no Monte Alegre, mas no resto do mundo. Como sempre, estamos felizes por estar mais uma vez com você, leitor. Até a próxima e boa leitura!
Projeto editorial voltado à valorização da cultura, da história, dos moradores e admiradores do bairro Monte Alegre, desenvolvido por Plataform@ MBM, núcleo de gestão de conteúdo do MBM Escritório de Ideias.
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CNPJ 09461319/0001-99 Publicação bimestral Diretor Bruno Fernandes Chamochumbi bruno@mbmideias.com.br Editora Cristiane Sanches MTb 21.937 cristiane@mbmideias.com.br Reportagens e textos Ronaldo Victoria ronaldo@mbmideias.com.br Cristiane Bonin crisbonin@mbmideias.com.br Colaboram nesta edição Giovanna Baccarin Rê Fernandes Marcelo Gimenes Alessandra Nalin Projeto gráfico e paginação: MBM Escritório de Ideias Allan Felipe Dalla Villa Lívia Telles Equipe MBM Débora Ferneda Fabrício Coral Susane Trevizan Teresa Blasco Thais Alves Anuncie na Monte Alegre: 19 3371.5944 atendimento@mbmideias.com.br www.mbmideias.com.br Anúncios e informes publicitários são espaços adquiridos pelos anunciantes e seu conteúdo é de inteira responsabilidade de cada um deles, cabendo à Revista Monte Alegre apenas reproduzi-los nos espaços comercializados. A opinião de colaboradores não é necessariamente a opinião da revista. Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores.Rua Regente Feijó, 2387 – Vila Monteiro – Piracicaba – SP – CEP 13418560 – Fone: 19 3371-5944 Tiragem 1.200 exemplares Distribuição gratuita, exclusiva e dirigida A Revista Monte Alegre é impressa em papel couche Gloss (brilho), 660x960mm – 115g/m2, produzido pela Oji Papéis Especiais, localizada no bairro Monte Alegre.
O acervo pessoal da família Fernandes serviu de base para a montagem desta capa, feita com a criatividade do designer Allan Felipe Dalla Villa da equipe MBM.
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32 6- Acontece 8- Garantia de segurança 11-Uma alça para o anel 14- Novo pólo cultural 16- Condephaat vai tombar o Monte Alegre 18- Reivindicações ‘em estudo’ 20- Corrida no condomínio 22- Os 100 anos de Eduardo Fernandes
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26- Pai: centenário de nascimento! 28- Quem procura, acha 31- Empreendedorismo digital 32- Paraíso na Mata Atlântica
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35- Camarão na moranga 36- Quem tem medo da celulite? 37- Dos gibis para as telas 38- Saborosas almofadas
A CON TE CE (Acervo do Grupo Vocal Luiz de Queiroz)
CURSOS NA SOCIETÀ A Società Italiana está com inscrições abertas para os cursos de italiano, fotografia e história da arte que começam em agosto. O curso de italiano será ministrado pelo professor Sérgio Forti, com duração de três anos. Paulo Munhoz vai ensinar nos cursos de fotografia básico e intermediário, e o arte-educador Cássio Padovani é o responsável pelo curso de história da arte.Todos os cursos da Società oferecem certificado. As inscrições podem ser feitas na sede da entidade, que fica na rua Dom Pedro 1º., 781. O telefone para informações é o 3432-7203.
NA POLÔNIA O Grupo Vocal Luiz de Queiroz, da Esalq, participou do 11º. Universitas Cantat – Festival Internacional de Coros Universitários, que aconteceu de 26 a 29 de junho, em Poznan, na Polônia. Composto por integrantes do Coral Luiz de Queiroz da Esalq (alunos de graduação e pós-graduação, funcionários e pessoas da comunidade), que se reúnem para estudar o universo da música coral e trabalhar a música vocal de câmera, o Grupo Vocal tem repertório amplo, com obras que vão da música erudita à popular. A regência é da maestrina Cíntia Pinotti
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RAÍZEN/COSAN A unidade de saúde do bairro Monte Alegre recebeu a doação de dois computadores da Raízen, empresa do Grupo Cosan. As máquinas possibilitarão que o serviço na unidade se interligue com a rede de informática da Secretaria Municipal de Saúde, facilitando procedimentos como emissão de pedidos de exames. A direção do Centro Comunitário do bairro, onde está instalado o posto, ainda aguarda a implantação da rede de internet no local, infraestrutura que deve ser disponibilizada pela Secretaria de Saúde. A Pasta deve ainda entregar um dos computadores novos para o uso dos profissionais da unidade de saúde. As informações são do presidente do Centro Comunitário do Monte Alegre, Jean Willian Pereira.
(Foto: Alessandro Maschio)
Monte Alegre
(Foto: Fernando Retamero)
FESTA DE SÃO PEDRO Um grande público prestigiou a 76ª. edição da Tradicional Festa em Louvor a São Pedro, padroeiro do Monte Alegre, que aconteceu no dia 7 de julho, no Centro Comunitário do bairro. Quem passou por lá, encontrou um delicioso cardápio típico da época, além de atrações e shows musicais. A renda será revertida para a construção da nova capela do bairro.
(Foto: Alessandro Maschio)
Monte Alegre
EFEITO BEIJA-FLOR A Barce Foundation, fundação holandesa criada pelos artistas plásticos Marcelo Gimenes (que é piracicabano) e Jaap Snidjer, vai doar 35 obras do projeto Efeito Beija-flor, que serão rifadas no próximo mês de outubro pela Casa do Bom Menino, de Piracicaba. A renda será totalmente revertida em prol da entidade, que completa 50 anos e atende crianças e adolescentes em situação de risco social. A rifa começa a ser vendida em agosto.
Monte Alegre
TRAGÉDIA
Garantia de segurança Desmoronamento de parte da obra do anel viário preocupa a comunidade do bairro Por Cristiane Bonin Fotos: Alessandro Maschio
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desabamento, em 1º de julho, de parte da estrutura do novo anel viário de Piracicaba, no trecho contíguo ao viaduto que passa sobre a avenida Comendador Pedro Morganti, levantou algumas inquietações dos moradores da região do Monte Alegre a respeito da obra às portas do bairro. Segurança e meio ambiente são os principais questionamentos da comunidade. O superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no Estado de São Paulo, Luiz Antonio Medeiros, esteve pessoalmente na obra, no dia 2 de julho, para assinar o laudo de interdição do trecho desmoronado do novo sistema viário por seis meses. Entretanto, o embargo à obra não aponta erros de engenharia para o viaduto do mesmo complexo, afirmou Medeiros. Em entrevista exclusiva à Revista Monte Alegre, o
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superintendente do MTE informou que a estrutura que passa sobre a avenida Comendador Pedro Morganti, no trecho de acesso ao bairro Monte Alegre, não foi abalada ou comprometida. Na mesma linha de análise do superintendente do MTE, o empresário estabelecido no Monte Alegre, Wilson Guidotti Junior, o Balu, também diz não acreditar que o viaduto ofereça riscos aos que transitam sob da estrutura. “O desmoronamento aconteceu no meio do rio (Piracicaba). O viaduto é um túnel de concreto como uma caixa fechada e é impossível ele cair”, justifica o empresário. A Rodovias do Tietê, concessionária responsável pela contratação da obra, informou à reportagem que a galeria sobre a avenida Comendador Pedro Morganti “é uma obra absolutamente segura e sem relação com as obras de construção das pontes sobre o rio Piracicaba”.
Monte Alegre
Cinco operários morreram no desabamento
“Não existe qualquer indício de comprometimento da estrutura da galeria. A concessionária considera o acidente uma fatalidade e aguarda a apuração das causas realizada pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), contratado pela empresa”, disse a concessionária por meio de sua assessoria de imprensa. A reportagem também questionou sobre os frequentes desmoronamentos de terra da obra em direção à pista. A departamento de comunicação da Rodovias do Tietê informou que a concessionária classifica como ‘pequeno porte’ os desbarrancamentos. O departamento também relata que a terra só invadiu a via por conta das fortes chuvas que caíram na região no início do ano. “No entanto, o problema foi prontamente resolvido. O local encontra-se devidamente sinalizado com placas de indicação de obras e dos desvios. A
sinalização passa, periodicamente, por vistorias e, quando necessário, ajustes são realizados”, afirmou a concessionária. Sobre a supressão da vegetação e o consequente afastamento da fauna por falta de habitat natural, a Rodovias do Tietê relatou que há, sim, um plano de compensação ambiental. “As obras do contorno de Piracicaba contam com compensação ambiental, que será realizada em conformidade com as diretrizes da Cetesb ( Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) em locais ainda a serem definidos.” A Construtora Tardelli foi procurada por telefone e na área do acidente, mas ninguém foi localizado para conceder entrevista. Informalmente, a atendente do escritório disse que a prioridade da construtora era ‘dar assistência às vitimas e seus familiares’.
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Monte Alegre
Moradores mostram receio Membros da comunidade admitem ter dúvidas quanto à segurança do túnel que integra a obra
Jean William Pereira, 28, presidente do Centro Comunitário do Monte Alegre: “Desde o início (da obra), nunca fomos (Centro Comunitário) informados ou procurados para nada. Queremos saber, por exemplo, se o túnel onde nós passamos todos os dias está regular e seguro, uma vez que nós, leigos, notamos uma diferença de alinhamento na parte superior da ponte, terra acima da borda do túnel entre outros problemas como o desbarrancamento que invade a pista em dias de chuvas. A minha preocupação, assim como de todos aqui, é a de ter informações sobre o nível de segurança para usar o local”. Ana Paula Guasti Xavier, 52, engenheira: “Depois do acidente, dá medo de passar embaixo do túnel. Não dá para confiar. Se já caiu uma parte, nada impede de cair outra. Só espero que, com o embargado, medidas para melhorar o nosso acesso ao bairro sejam tomadas. Além disso, me sinto incomodada com o impacto ambiental e visual que a grande obra causou. Antes, a gente encontrava raposa, tatu, cobra e porco-espinho passando pela estrada. Hoje, é raro ver esses animais.” Júnior Paulino, 40, comerciante: “Tenho um pouco de receio de passar pelo túnel, mas não tem outra opção. Agora os peritos vão analisar a obra inteira e ver se o resto não corre perigo de cair. Menos mal
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que o acidente foi durante a obra e não quando ela já estivesse pronta, com caminhões e carros passando. Mesmo com o acidente, o movimento do nosso restaurante continua o mesmo.” Célia Rita da Cunha Pereira, 49, dona de casa: “Eu não confio na obra e tenho medo de passar por lá. Sabendo que a empresa responsável já foi multada 40 vezes, como eu posso confiar? Outra coisa que me incomoda é o lamaceiro que fica quando chove. A terra do entorno da obra invade a estrada e, às vezes, não dá nem para passar de carro ou ônibus. É perigoso. Espero que os responsáveis pela obra tomem providências para melhorar esse problema, além de reinstalar a iluminação, que foi retirada.”
Monte Alegre
Os caminhões causam danos à via e poluição sonora
REIVINDICAÇÃO
Uma alça para o anel Comunidade espera inclusão de alça de acesso no anel viário para reduzir tráfego de caminhões no bairro Por Cristiane Bonin Foto: Alessandro Maschio
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desmoronamento do trecho do novo anel viário em 1º. de julho, que resultou no embargo à obra por, pelo menos, seis meses, acabou protelando o prazo de entrega do sistema rodoviário chamado de Contorno de Piracicaba e, consequentemente, ‘esfriou’ a expectativa de tirar o fluxo intenso de caminhões pesados que passam pela tradicional via de paralelepípedos do Monte Alegre, a avenida Comendador Pedro Morganti. Poder público, universidade e empresariado da região do Monte Alegre têm requisitado, desde a apresentação do projeto inicial do novo anel viário, uma alça que ligue ao contorno a estrada para o bairro. Para o incômodo dos que vivem na região, o sistema rodoviário não previa essa comunicação entre as vias. O projeto do contorno totaliza o investimento de R$ 79 milhões e fará a ligação entre a SP-308 (rodovia do Açúcar – Salto a Piracicaba) e a SP-127 (rodovia Cornélio Pires – Piracicaba a Rio Claro), passando pela SP-147 (rodovia Laércio Cortes – Piracicaba a Limeira). O presidente do Centro Comunitário do bairro,
Jean William Pereira, destaca que o vaivém dos caminhões pela avenida é o principal responsável pelas más condições da via e, também, pela poluição sonora. “Aqui (no Centro Comunitário, que fica na Pedro Morganti) tem momentos em que é impossível se ouvir e conversar”, conta Jean. Ele informa que a Oji Papéis Especiais, multinacional japonesa, fabricante de papel instalada no bairro, teria estudo próprio sobre logística para utilizar o viaduto do Contorno de Piracicaba que passa às portas da fábrica. O diretor industrial da fábrica, Marcelino Sacchi, diz que a Oji tem grande interesse na instalação da alça e que tem atuado junto às lideranças para viabilizar sua construção. “Estamos dispostos a adequar o fluxo dos nossos caminhões às mudanças desejadas”, enfatiza o executivo. “Segundo eu já ouvi, as alças de acesso custariam entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões”, diz o presidente do Centro Comunitário. A comunidade montealegrina, o empresário Balu Guidotti e a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) já aguardavam notícias favoráveis 11
Monte Alegre
à construção das alças antes da queda de parte do contorno que passa sobre o rio Piracicaba. Agora, após o desmoronamento das vigas, a única certeza, como resume o interlocutor da Esalq para o projeto viário, o assessor sênior da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) e professor do campus Piracicaba, Wilson Mattos, é “aguardar a decisão da Justiça” para o fim do embargo. Balu Guidotti está confiante, apesar de considerar que a finalização do Contorno de Piracicaba vai demorar mais do que o esperado. “Mas eu aposto que sai (a construção das alças). Apesar de o episódio ter vitimado cinco pessoas, o que é muito penoso, agora é o momento de refazer o projeto antigo, o que se constitui numa abertura maior para que o acesso do anel viário à estrada do Monte Alegre seja realmente incluído nesse sistema.” A Esalq também tem se empenhado em fazer com que haja comunicação entre o Contorno de Piracicaba no ponto próximo à avenida Comendador Pedro Morganti. Segundo o assessor sênior da USP, há quatro anos a universidade vem discutindo tal necessidade e esteve presente em pelo menos seis audiências públicas sobre a obra para elucidar os problemas no tráfego da avenida que corta ao meio o campus de Piracicaba. “O risco de atropelamento e de acidentes de trânsito tem crescido e deve aumentar muito mais com um número cada vez maior de estudantes por conta da ampliação dos nossos cursos de graduação. A construção da alça desafogará o trânsito e diminuirá esses perigos no entorno da Esalq. Também evitará o atropelamento de animais que atravessam a pista. Mas essa alça vai sair, sim, porque há muita pressão da sociedade”, afirma Mattos. RESPOSTA Cinco dias antes do desabamento do trecho que passa sobre o rio Piracicaba, a assessoria de imprensa da concessionária Rodovias do Tietê informou à reportagem da Revista Monte Alegre que a própria empresa de operação rodoviária, prefeitura de Piracicaba e Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) estavam estudando a implantação de um
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dispositivo de acesso e retorno na avenida Pedro Morganti. No dia 5 de julho, após a ruína de parte do Contorno de Piracicaba, a reportagem questionou a Rodovias do Tietê se algo havia mudado na análise técnica sobre uma alça de acesso. O departamento de comunicação da concessionária limitou-se a informar que “a implantação de um dispositivo de
acesso e retorno na avenida Pedro Morganti está em análise pela agência reguladora, a Artesp”. A agência reguladora, por meio da assessoria de imprensa, informou que um novo pedido de acesso foi protocolado pela prefeitura de Piracicaba na Artesp na segunda semana de julho. Sem mais detalhes, a Artesp só indicou que “o projeto está em análise na agência”.
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ARTE
Novo pólo cultural
Prefeitura programa atividades que podem renovar o perfil do Monte Alegre Por Ronaldo Victoria Foto: Alessandro Maschio
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Monte Alegre tem tudo para ser mais um pólo cultural de Piracicaba. É o que acredita Meri Didoné, da Secretaria de Ação Cultural, após o sucesso do Momento Cultural no Monte Alegre, realizado entre os dias 28 e 30 de junho. “O objetivo deste evento foi dar um pontapé inicial para fazer com que o Monte Alegre se torne um pólo cultural. Hoje o bairro é, pela sua arquitetura e pela história que apresenta, um pólo contemplativo. É um lugar para onde a população e os turistas vão para observar a história e aproveitar a sua paisagem bucólica e intocada. Mas queremos que o bairro passe também a ser um espaço de produção cultural”, afirma Meri. E essa primeira experiência deixou os organizadores entusiasmados. “Foi muito interessante. Tivemos dois dias intensos, com muita gente, mas sem ‘nuvuca’ ou aglomeração. Havia um pessoal que queria aproveitar a noite, o clima, a música”, conta Meri. Balu Guidotti, proprietário da capela São Pedro de Monte Alegre, também era só elogios. “Foi muito bacana, valeu a pena ver que foi tudo tão bem recebido por um público que aprecia a cultura”, afirma. Nem mesmo a chuva que caiu forte no domingo, e fez com que boa parte da programação fosse cancelada, tirou o ânimo. “Além da chuva, houve os jogos da Copa das Confederações. Mesmo com o jogo do Brasil à noite, quem gosta de futebol não sai de casa”, explica Meri. É que a ótima repercussão
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dos dois primeiros dias compensou qualquer problema. “Na sexta-feira, quando aconteceu a Noite das Tradições com a banda Dona Zaíra e Samba D’Aninha, foi demais ver o sereno da noite cobrindo e o pessoal sem querer ir embora, até depois da meianoite”, conta Meri. Por isso, a Secretaria de Ação Cultural analisa a realização de outros eventos, mas, por enquanto, ainda não há uma definição da periodicidade. Esse primeiro evento também contou com parcerias com o Centro Comunitário do bairro e a Empem (Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle). PROGRAMAÇÃO VARIADA Durante os três dias, o entorno da Capela São Pedro de Monte Alegre, ponto mais significativo do bairro, foi ocupado por manifestações artísticas e culturais variadas, de shows de música popular a exposições de artesanato.
A programação do fim de semana foi a mais variada possível, começando com uma Noite das Tradições, nos moldes da que ocorre mensalmente no Largo dos Pescadores. Quem se apresentou em frente à capela foi a banda piracicabana de forró Dona Zaíra, formada por cinco músicos que já conseguiram repercussão em nível nacional. Ainda na sexta-feira, teve apresentação do Samba D’Aninha. O sábado começou com arte: teve oficinas de arte em papel jornal com Daniela Berti e de tear de mão com Osvaldo Bras. A programação musical do dia também foi intensa, com apresentações do Grupo Cantoá (tradição popular), Banda H7 (rock anos 80), Juninho Caipira e Marcelo Souza (música de raiz) e Sandra Rodrigues (samba e MPB). No domingo, em virtude da chuva, além do concerto de canto gregoriano, a cargo da Empem, e do Duo Zani Dutra, de manhã no interior da igreja, só se apresentou o grupo de chorinho Marcos Moraes e Amigos. NOVOS PROJETOS Moradora do Monte Alegre, a cantora Pa Moreno atuou no evento apenas na sexta-feira, fazendo uma participação especial no show do Dona Zaíra. E foi só elogios para a promoção. “Achei fantástico. Não apenas por ser no bairro onde moro, o que é ótimo. Mas, quanto mais atividade, em qualquer canto da cidade, melhor”, define. A cantora acredita na possibilidade do Monte Alegre como pólo cultural e também vem trabalhando nesse sentido com o Coletivo Monte Alegre, ao lado do marido, o guitarrista Zé Rubens, e do casal de amigos Marina Henrique e Paulo Heise. “Estamos muito felizes porque tivemos aprovado o projeto de montagem da peça Histórias do Vento pelo FAC (Fundo de Apoio à Cultura) e agora estamos esperando um retorno da prefeitura para concretizar”, conta. O espetáculo, com previsão de apresentações na Casa do Marquês, tem tudo a ver com o bairro, na visão da cantora. Em Histórias do Vento, Marina vive uma velha senhora que destila lembranças, enquanto Pa e Zé Rubens lembram antigas canções de raiz, de duplas como Tonico e Tinoco e Cascatinha e Inhana, que fazem parte da memória musical e afetiva de muitos moradores.
Monte Alegre
BAIRRO
Condephaat vai tombar o Monte Alegre Processo foi aberto pelo governo do Estado em 28 de junho Por Cristiane Bonin Foto: Alessandro Maschio
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Monte Alegre aguarda o fim do seu processo de tombamento municipal há 17 anos. Depois do dia 28 de junho, mais um ator do poder público entrou em ‘cena’. O governo do Estado de São Paulo, por meio do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), abriu o processo de tombamento do bairro e, desta forma, pôs a região sob sua proteção. A boa notícia é que serão abertas possibilidades de captação de recursos na fonte do Estado – que tem muito mais verba que o município –, dinheiro que pode ser disponibilizado tanto para os que preservam seus prédios como para o fomento à cultura. Esta pode ser a luz no fim do túnel de uma região que há tempos aguarda recuperação de suas estruturas e atenção à sua história. “Ser tombado pelo Estado tem uma vantagem: a criação de instrumentos que podem gerar benefícios para quem faz preservação, o que hoje o município praticamente não oferece”, explica o presidente do Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba), o arquiteto Natanael Macedo Jardim. Entretanto, Jardim explica que uma simples reforma para manutenção de um imóvel do bairro poderá demandar muita paciência do proprietário. Ele destaca que o Condephaat possui o rigor de um organismo estatal, ou seja, uma burocracia característica para recebimento e despacho de documentos. Para Jardim, pode levar muito tempo até o tombamento ser homologado pelo Estado. “O processo para o Engenho Central demorou três anos e meio, e devemos ter em mente que o local não reservava grande discussão sobre propriedade individual.” Nesse interim, mesmo com o processo em andamento, o Estado exige que os projetos de modificação com objetivo de intervenção sobre a área tombada também sigam para o Condephaat, a fim de 16
Usina é um dos patrimônios que serão tombados fazer o mesmo processo de aprovação estabelecido pelo conselho municipal. Porém, observa Jardim, o prazo para resoluções do conselho estadual é de, pelo menos, três meses, enquanto que o Codepac é de cerca de um mês para pequenas mudanças. Entretanto, para a história do Monte Alegre, Jardim avalia como ‘ótima’ a entrada do Estado no tombamento. “Isso porque se consolida a possibilidade de fomentar recursos para se preservar de fato. Também se fortalecem as possibilidades de criar projetos, seja por meio das secretarias municipais e pelos próprios moradores e empreendedores locais, que terão vários canais de fomento à preservação. O Estado tem muito dinheiro também para projetos ligados à cultura.” Na análise do arquiteto, o tombamento do Monte Alegre é válido, sim, mesmo frente a um patrimônio tão degradado. “O conjunto existente tem seu valor histórico porque tem seu gabarito, noção de vila, de conjunto construído com uma cara, com um arco,
Monte Alegre
com uma tipologia muito específica. Não existe isso na cidade contemporânea. É outro padrão de vida e ele tem que ser preservado.” Embora o tombamento seja visto com certa reserva, especialmente por proprietários, Jardim destaca que o Monte Alegre poderia ‘desaparecer’ nos próximos 20 anos diante da exploração imobiliária. “A preservação hoje é mais do que conservação, é a defesa. Existe um espírito do lugar que deve ser cuidadosamente resguardado.” ÁREA Conforme o mapa publicado no ofício 377/2013 do Condephaat – primeiro documento para formalização do tombamento –, o tombamento via Estado inclui a fatia ocupada para moradia e a antiga usina e, logo abaixo dela, também a lavoura de cana-de-açúcar até o limite da estrada vicinal. A área da Oji Papéis Especiais não está inclusa em nenhum dos processos de tombamento. CODEPAC O tombamento do Monte Alegre via Codepac aguarda dois pontos principais para seu andamento. O primeiro deles, que regulamenta os níveis de proteção do patrimônio (por ordem de importância), deve ser solucionado na reunião ordinária mensal do conselho municipal, agendada para o dia 16 de agosto. “Tudo que foi solicitado, inclusive pelos moradores, foi analisado. As informações foram transformadas em mapas, e zoneamentos que ainda não estavam prontos. Com este material, o conselho deve passar por uma deliberação final, que será encaminhada à Procuradoria Geral do município. Aí o Codepac poderá prestar esclarecimentos sobre o que ficou definido”, explica Jardim. O Codepac tem como meta concluir o tombamento do bairro até o fim deste ano, afirma Jardim. Entretanto, o segundo ponto do processo ainda pode demorar a sair. Ele diz respeito à criação de uma zona de amortecimento (uma faixa de cerca de 500 metros, não existente no
projeto original, para evitar interferências no entorno do patrimônio). Essa delimitação dependerá de um projeto de lei a ser criado pela Câmara de Vereadores. Resolvidas essas pendências, o presidente do Codepac afirma que poderá notificar os moradores e proprietários de áreas no bairro. “Esta é uma grande irregularidade do processo, isto é, não há notificação aos moradores até hoje de um tombamento que começou em 2001.” O processo de tombamento do bairro começou com a lei municipal 4.040, de 2 de abril de 1996, quando o então prefeito Antonio Carlos de Mendes Thame (PSDB) aprovou e sancionou a declaração do Legislativo que enquadrava o local como de utilidade pública. O processo chegou ao Codepac em 19 de outubro de 2001. REPERCUSSÃO O presidente do Centro Comunitário do Monte Alegre, Jean William Pereira, avalia como “um importante passo para a história do bairro” o tombamento via Condephaat. Entretanto, o representante da comunidade pede que os órgãos públicos repassem as informações oficiais a fim de esclarecer os moradores. “Os moradores em geral necessitam de entendimento, estudo, apreciação geral de toda a documentação e o total amparo para as diversas necessidades que temos. A história só é valida por ela estar viva nessas diversas pessoas”, comenta o presidente do Centro Comunitário. Balu Guidotti, proprietário da área da antiga usina e Capela de São Pedro, afirma ser positiva a entrada do Condephaat no processo de tombamento do bairro. “Acredito que as regras se tornarão mais objetivas a partir de agora, mas creio que a captação de recursos junto ao Estado não será tão facilitada. Teremos que correr atrás para fazer o que pretendemos para a melhoria do bairro”, diz o empresário. Até o fechamento desta edição, Balu estava com uma reunião agendada com o Condephaat no dia 18 de julho.
Monte Alegre
PREFEITURA
A iluminação da área do lago é uma das revindicações dos moradores
Reivindicações ‘em estudo’
Prefeito e secretários estiveram no bairro para ouvir a comunidade sobre suas prioridades Por Cristiane Bonin Fotos: Fabrice Desmonts/Câmara de Vereadores
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ob um sentimento de esquecimento por parte do poder público municipal, os moradores do Monte Alegre receberam um ‘time’ de políticos locais no dia 5 de junho para expor os problemas do bairro. Articulada pelo vereador Pedro Kawai (PSDB), compareceram à reunião o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) e os secretários municipais de Obras, Arthur Ribeiro Neto, e de Trânsito, Jenival Dias Sampaio. “Logo após ser eleito, recebi do presidente do Centro Comunitário, Jean William Pereira, diversas solicitações de muito interesse para a comunidade. Percebi que era necessária a minha participação na defesa dos interesses de um bairro extremamente importante na questão histórica e cultural de nossa cidade”, destaca o vereador Kawai. Entre os assuntos tratados no encontro, cinco pontos merecem destaque: reforma do campo do UMA (União Monte Alegre), iluminação do bairro, segurança, reforma do prédio que abriga o Centro Comunitário e o posto de saúde, e o asfaltamento de um trecho de 1,2 quilômetro da avenida Comendador Pedro Morganti.
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O presidente do Centro Comunitário e seu vice, Fortunato Fleury Sunhiga, o Renato, contaram à reportagem da Revista Monte Alegre que o prefeito Ferrato informou, durante a reunião, que, neste primeiro ano de sua gestão, a administração atual está presa ao planejamento realizado por seu antecessor, Barjas Negri (PSDB). “A partir do ano que vem, o Ferrato disse que poderá implantar seus próprios planos”, disse Jean.
Prioridades Na fila dos pedidos de melhoria para o bairro, a Selam (Secretaria de Esportes, Lazer e Atividades Motoras) já possui a liberação de R$ 300 mil para a reforma do campo do UMA, segundo o presidente do Centro Comunitário. A assessoria de imprensa da Pasta relatou que o secretário municipal João Francisco Rodrigues de Godoy, o Johnny, faz, neste momento, o desenvolvimento do projeto para o campo, incluindo questões relacionadas à arborização, levantamento e localização de área, entre outras. Kawai explicou que apresentou ao prefeito indicação de instalação de refletores no Estádio Municipal
Monte Alegre
Comendador Pedro Morganti, a fim de possibilitar o uso noturno do espaço. “Segundo o Executivo, será feito estudo e levantamento de custo para analisar a viabilidade da instalação”, informou Kawai. Sobre a iluminação de via pública, especificamente na praça em frente à capela de São Pedro e o lago da mansão Silva Gordo, a assessoria de imprensa da Semob (Secretaria Municipal de Obras) declarou que a prefeitura não pode fazer intervenções, já que são de propriedade particular. Porém, Kawai e o presidente do Centro Comunitário relataram que há uma licitação pública já finalizada para iluminar o local. Com relação ao patrulhamento do bairro, o prefeito afirmou, durante a reunião com a comunidade, que a Guarda Civil é orientada a dar uma atenção especial ao Monte Alegre em suas rondas. O Centro Comunitário, que abriga o atendimento da rede pública de saúde, tem diferentes problemas de infraestrutura, do telhado, hidráulica, elétrica, aos acessos interno e externo precários. Jean Pereira pede uma reforma no prédio, que está sendo orçada, segundo a assessoria de imprensa da Semob. “Com o orçamento em mãos, será possível determinar se as obras são viáveis ou não”, informou a assessoria.
Em maio, foi executado o recapeamento de 1,3 km da avenida Comendador Pedro Morganti, entre a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e o aeroporto municipal. Porém, o trecho de 1,2 quilômetro da mesma via, entre o aeroporto e a entrada do bairro, não recebeu os mesmos cuidados. A Semob relatou que, durante a reunião do dia 5 de julho, o secretário Arthur Ribeiro Neto já havia adiantado a impossibilidade do recapeamento total da via em 2013. “Contudo, está em estudo, na Comissão de Análise de Recapeamento, a inclusão do trecho entre o aeroporto e a entrada e saída do bairro nas próximas etapas de recapeamento da Semob”, informou a assessoria de imprensa. Diante da situação, o presidente do Centro Comunitário desabafou: “Para todas as informações que temos sobre nossas reivindicações, a única resposta é ‘estamos estudando’. Há anos o Monte Alegre vive no abandono pelo poder público. Pagamos impostos e estamos num bairro pequeno, que cresceu com os empreendimentos imobiliários. Porém, mesmo cumprindo nossos deveres, não temos apoio em questões graves listadas na reunião em questão. O Monte Alegre ainda está precisando de ajuda”.
Ferrato (em pé) entre Arthur Ribeiro, Pedro Kawai, Jean Pereira e Jenival Sampaio
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Monte Alegre
QUALIDADE DE VIDA
Corrida no condomínio A chuva praticamente não deu trégua, mas foi incapaz de impedir o grande sucesso do 2º. Circuito de Corrida e Caminhada Monte Alegre, que aconteceu no dia 28 de junho, no condomínio do bairro. O evento, coordenado pela EPJ Corridas, teve diversos apoiadores e patrocínio da MGA Recursos Humanos, que celebra 20 anos de sucesso em Piracicaba e região. Destaque para os dois vencedores da prova: Carol Stolf (categoria feminina) e João Gomes (masculina). Confira o momentos captados pelo fotógrafo Alessandro Maschio.
Carol Stolf e Junior Aguiar
João Gomes e Eduardo Guidotti
Beatriz, Manoela e Juliano Dorizotto
Sérgio Fortuoso
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José Luiz Guidotti Júnior
Lourenço Tayar
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Marina e Ricardo Brunelli
José Gomes, Luiz Roberto Watanabe e Edelsia Cristo
Renata e Roberta Cançado, Zilá Nicolela
Gustavo Berto e Gabriela Aguiar
Tutu Guasti e Alessandra Xavier
Salete e Ricardo Kraide
Luiz Cláudio Teixeira, Valdemar Demétrio, Silvio e Daniela Cordeiro
Jimmy Muçouçah e Balú Guidotti
Lorenzo, Eliana, Enrico e Nivaldo Piacentini
Bruno Chamochumbi e Junior Aguiar
Bento Moraes e Marcelo Cançado
Michelle e Stephano Surian
Daniel e Lia Hofling, Cristiane e Gabriel Colpas 21
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HOMENAGEM
Os 100 anos de Eduardo Fernandes Reconhecido pela multiplicidade de seus talentos e pelo carisma, ex-gerente da Usina Monte Alegre será homenageado por amigos e familiares Por Ronaldo Victoria Fotos: Acervo pessoal
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e fosse vivo, o contabilista Eduardo Fernandes Filho faria 100 anos no próximo dia 1º. de agosto, mesma data em que Piracicaba completa 246 anos de fundação. O homem carismático e empreendedor que construiu boa parte de sua história de vida e sua carreira no bairro Monte Alegre será homenageado por familiares e amigos no dia 3 de agosto, com missa na Capela de São Pedro, às 10h30, e almoço musical na Casa do Marquês. Fernandes começou, nos anos 30, como escriturário na Usina Monte Alegre, onde exerceu ainda os cargos de chefe de escritório e gerente. Porém, quando se trata de analisar sua história, o que mais chama a atenção é o fato de ele ter sido múltiplo. Quem analisa o currículo de Fernandes fica surpreso de imaginar como coube tanta atuação numa vida intensamente vivida. Ou como ele conseguia dar conta de tantos compromissos profissionais. “Ele trabalhou muito. Quando penso no que ele fez em vida, vejo que a maior lição que deixou foi esse dinamismo”, afirma Maria Dirce Fernandes Lacorte, a mais velha dos oito filhos que Eduardo teve com Maria Benedicta Silveira Fernandes, a dona Mariquinha. O neto Bruno Fernandes Chamochumbi, publicitário, diretor do MBM Escritório de Ideias e da Revista Monte Alegre, diz que o avô é sua grande inspiração profissional e que ele era a popularidade em pessoa. “Quando ele me levava a pé até o Mercado Municipal, a gente ia pela rua Governador e a caminhada durava horas, porque ele parava ou era parado para conversar com todo mundo”, conta. Este homem popular, alegre, amante do futebol e com uma voz perfeita para cantar valsas românticas e tangos derramados, que dava broncas duras, mas sabia pedir desculpas, será
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em breve nome de rua, no distrito industrial Uninorte. A propositura, de autoria do vereador Capitão Gomes, já está tramitando na Câmara Municipal. Há 30 anos, a mesma Casa de Leis outorgou a ele o título de Cidadão Piracicabano. Fernandes nasceu na Argentina, por mero acaso, durante uma viagem de trabalho dos pais. Mas voltou para cá antes de um ano de idade, onde ficou até morrer, em 1996.
Fernandes nasceu em Buenos Aires, na Argentina
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Fernandes (esq.) em atividade na usina Monte Alegre
Homem de empresa Nos anos 70, Fernandes assumiu como gerente geral da nova Usina Monte Alegre, quando foi comprada pelo grupo Ometto. Foi eleito diretor secretário do novo grupo, em 1977. Foi também administrador das usinas Da Barra, Da Serra e Vassununga. Exerceu cargos administrativos na Mausa, Agave Industrial, Mepir (Metalúrgica Piracicabana), além de ter sido fundador da Auto Piracicaba, da Mercantil Piracicaba (primeira loja a vender televisores na cidade) e assessor administrativo das usinas Costa Pinto e Santa Bárbara. Mesmo com tanta atividade profissional, ainda encontrou tempo para se dedicar à Escola de Música de Piracicaba, à Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba, da qual foi presidente do Conselho Consultivo), ao Conselho Deliberativo do E.C. XV de Novembro, mesa diretora da Santa Casa de Misericórdia e ao Lions Clube Centro. Pedro Mizutani, vice-presidente da Raizen, guarda boas lembranças do seu início de carreira, na Usina Monte Alegre, e teve em Fernandes uma espécie de mestre. “Logo no início da minha carreira, o ‘seu’ Eduardo me ensinou muito, principalmente como conciliar, ser produtivo e ter sempre a paciência de ensinar os outros. Ele era uma pessoa muito alegre,
além de ser muito trabalhador. Hoje faz 30 anos que estou na organização e gostaria de me espelhar no ‘seu’ Eduardo quando encerrar minha carreira: com muita energia e o espírito jovem, apesar da idade cronológica” Maria de Fátima Rodrigues também revela que teve a sorte de conhecer e ter Fernandes como chefe na Usina Monte Alegre, onde começou a trabalhar aos 17 anos. Ela foi contratada como recepcionista e, aos 21 anos, era secretária de Fernandes, que estava com 63 anos. “Naquela época, não percebi a importância de trabalhar para um homem como ele. Só hoje vejo o quanto isso foi importante, pois esse privilégio não era para qualquer um”, conta. O lado leonino da personalidade do chefe também ajudou, avalia Fátima. “Era do signo de Leão, e ‘rugia’ mesmo quando ficava bravo. Era irônico quando queria dar uma bronca, mas divertido para se desculpar. Ele não tinha muita afinidade com pessoas tímidas, pelo menos para secretariá-lo. Aliás, uma secretária tímida não conseguiria trabalhar com ele, pelo menos não por muito tempo.” A comerciante Sueli Abdalla também teve Eduardo Fernandes Filho como seu primeiro chefe. Ela começou aos 18 anos na Usina Monte Alegre, recém-formada em serviço social, e Fernandes era o gerente. “Eu controlava o estoque, mas logo depois, quando a empresa foi comprada pela Monte Belo, ele me arrumou uma vaga 23
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Homem de família
Casamento de Eduardo Fernandes e Mariquinha
no ambulatório médico”, conta. Depois, Sueli exerceu a mesma função na Usina Santa Bárbara, encaminhada pelo ex-chefe. “Para mim, ele foi como um pai, uma pessoa boníssima que sempre me apoiou. Ele tinha o dom de saber incentivar, mas ao mesmo tempo sabia a hora certa de apontar seus defeitos com toda a classe e sem nunca magoar. Um cavalheiro”, define. Homem de cultura
Nas horas vagas, Fernandes ainda tinha disposição para cantar tangos e músicas brasileiras. Chegou a se apresentar em programas da Rádio Difusora, antiga PRD-6. Maria Apparecida Mahle, fundadora da Escola de Música de Piracicaba com o marido, o maestro Ernst Mahle, em 1953, conheceu bem o lado artístico de Fernandes. “Ele foi um colaborador importante da nossa escola e fundamental para os primeiros anos, graças à sua visão comercial e seu espírito administrativo”, conta. “O Eduardo era uma pessoa muito alegre, que tinha muitas ideias, e foi um ótimo administrador, tomando conta de toda a contabilidade. E ele realmente defendia a necessidade do ensino musical, tanto que colocou todos os filhos na escola. O Eduardinho (Eduardo José Fernandes) poderia, inclusive, ter seguido carreira. Era um ótimo violinista”, lembra Cidinha. 24
Para a filha mais velha, Maria Dirce, fica a lembrança de um pai alegre, mas que sabia ser duro nas horas certas. “Papai amava a música. Lembro dele cantando junto com minha mãe e também fazendo serenatas para ela. E ele transmitiu esse gosto para todos nós”, confirma Dirce. “Chamava atenção quando era necessário, mas nunca ergueu a mão para filho nenhum”, ressalta. Além de Dirce e Eduardo José, o casal também teve Maria Helena, Maria Aparecida, Maria Regina, Maria Luiza, Maria Isabel e Fernando José. “As mulheres têm Maria no nome e os homens José. Mas era mais reflexo de uma religiosidade da minha mãe”, explica. Fernando José, o caçula, que hoje mora no Rio de Janeiro e trabalha com design gráfico, também pensa em música quando fala do pai. Tanto que foi dele a ideia de colocar a frase “os sonhos mais lindos sonhei!” (da valsa Fascinação) no convite para a celebração do centenário de Fernandes. “A música me marcou muito, não me esqueço dele cantando. Eu convivi bastante e, como sou filho temporão, quando fomos morar em São Paulo, perto do Pacaembu, ele me apresentou o futebol. Virei sãopaulino para toda a vida”, afirma. Para Fernando, o pai deixou também outras duas heranças: “A primeira é a do empreendedorismo, embora eu não goste da palavra. Mas é o lado de criar oportunidades, não ficar parado. E depois o apego pela arte, que também uniu a família”, explica. O neto Bruno, filho de Maria Isabel, reconhece no avô uma de suas maiores influências. “Ele era alegre, gostava de futebol e de música, e criava oportunidades. Ao ver o currículo dele, a gente se pergunta como ele teve tempo de fazer tudo aquilo”. Cinira Maian Retamero, nascida e criada no Monte Alegre há mais de 70 anos, não se esquece da convivência com Fernandes. “Nos meus devaneios de mocinha, eu olhava o jeito como o ‘seu’ Eduardo tratava a dona Mariquinha e queria isso para mim um dia. Por causa deles, eu passei a ter na minha mente que casamento é uma coisa linda”, afirma. Tudo por causa do carinho recíproco, das músicas que eram cantadas na casa. Ainda garota, com nove anos (naquele tempo era permitido), Cinira foi cuidar de Dirce, que tinha pouco mais de um ano. Ficou uma amizade sólida. “Depois de alguns anos eu o reencontrei no tempo do Monte Alegre. Eu fiquei viúva
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Casal com seus oito filhos em suas bodas de ouro
e morava numa casinha da usina, mas ele garantiu que eu continuasse lá. Devo muito a ele.” Homem da cidade
Eduardo Fernandes Filho recebeu o título de Cidadão Piracicabano, em 1983, por meio de um projeto apresentado no dia 16 de abril daquele ano pelo então vereador José Coral. Sim, porque ele era argentino, nascido em Buenos Aires, em agosto de 1913. Os pais, Eduardo e Adelina, se casaram na Catedral de Santo Antônio, em Piracicaba, e logo em seguida foram morar na Argentina durante três anos. Daí o nascimento dele naquele país, de onde veio aos 11 meses de idade diretamente para Piracicaba, onde foi batizado. Mas os amigos dizem que o piracicabano também incorporou os tangos na alma. Na justificativa, Coral comentou a ligação de Fernandes com a cidade.“Sempre participou ativamente da vida piracicabana, quer dos empreendimentos particulares, quer sociais. Sua presença marcante sempre impulsionou e influenciou beneficamente a sociedade piracicabana. Brasileiro naturalizado, sempre foi piracicabano de coração. Aqui passou toda a sua vida, desde a infância. Seu currículo é mais do que suficiente para comprovar a real necessidade e justiça de lhe ser conferido por esta Casa de Leis o título de Cidadão Piracicabano”. O título foi entregue durante solenidade realizada no dia 1º de agosto de 1983, há exatos 30 anos. 25
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ARTIGO
Pai: Centenário de nascimento! Rê Fernandes refernandescor@uol.com.br
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quele que sonhei imortal e para quem imaginei o papel de um novo Moisés, conduzindo seu povo, que não é pequeno, a um mundo novo e promissor, sem dor, sem mortes, sem tristezas, faria 100 anos em 1º. de agosto próximo! Meu pai, Eduardo Fernandes Filho, piracicabano por opção, naturalizado brasileiro, nascido em Buenos Aires, filho de Eduardo Rafael Fernandes, espanhol de Málaga que chegou a Piracicaba com seus equipamentos artísticos, e da vovó Adelina, filha de italianos, mulher forte e determinada. Escrevi para ele um dia, de algum exílio onde me encontrava, cheia de saudade da família, que, em minha opinião, no final desses tempos difíceis ele estaria aqui, resistindo bravamente a todas as vicissitudes como sempre fez. Lá estaria
ele a nos proteger, a sorrir seu sorriso maroto, a distrair as crianças com suas imitações de animais, encontrando a palavra certa para reduzir nossas ansiedades. Poderia também estar muito bravo com tantos desmandos e injustiças ou até um pouco sem paciência com a barulheira da criançada em seus momentos de leitura e informação. Homem feito por si, com estudos de guardalivros apenas, Eduardo Fernandes Filho foi uma pessoa à frente do seu tempo. De contador foi se transformando em grande administrador de empresas, se especializando em usinas de açúcar e processos falimentares. Sua presença e discursos sempre impressionaram a todos, como aqueles junto ao Instituto do Açúcar e do Álcool quando já propunha o uso do etanol como combustível, surpreendendo a todos. Meu pai teve com minha mãe Mariquinha, sua mulher amada e tão cantada em prosa verso e canções, oito filhos. Juntos, os dois ainda ajudaram a criar mais três netos! Tempos difíceis aqueles. Garantir a todos uma educação de qualidade, universidade, música, línguas, artes em geral, esse foi o grande legado desse lindo casal. Homem romântico que, até bem velhinho ainda era do tipo que mandava
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Em justa homenagem, uma rua de Piracicaba levará seu nome: Eduardo Fernandes Filho. Como homem público que foi, sempre interessado no bem comum, participou da fundação de importantes grupos representativos da cidade como a Associação Comercial, a Escola de música de Piracicaba, o Clube de Campo, o Lions Clube, entre outros. Jamais, entretanto, aceitou cargo político por orientação de minha mãe, mulher avançada, professora, educadora mesmo! Ela percebia desde cedo os sinais nefastos dos rumos que a política brasileira vinha tomando, visíveis diante de tanta corrupção e desmandos tão presentes nos dias de hoje. Impecável em sua atitude ética e moral, meu pai Eduardo, este homem digno a quem homenageamos neste seu centenário de nascimento, é grande
exemplo para as gerações atuais e futuras a quem ele deixa muita saudade e admiração. Quero aqui não apenas dar parabéns a meu pai e a todos que o amaram e respeitam sua memória. Preciso, sobretudo, dizer a todos do tamanho imensurável do meu amor por ele. Quero dizer com toda a minha emoção que tenho o maior orgulho de ser sua filha. Que sinto sempre sua presença nas horas boas e nos momentos difíceis, sempre me estimulando a ir adiante e além, e a testar e utilizar todas as minhas forças e potencial para fazer a minha parte na direção de um mundo bem melhor e mais justo. Homens como meu pai, Eduardo Fernandes Filho, é que fazem a vida sempre valer a pena!
Re Fernandes é piracicabana, mora no Rio, é artista multimídia, designer, professora e pesquisadora das linguagens artísticas. É autora do livro Da Cor Magenta – Um Tratado Sobre o Fenômeno da Cor e Suas Aplicações, pela editora Synergia, RJ.
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flores! Trovador, cantor, ele levava sempre mamãe aos saraus, sua musa, que soprava as letras das músicas em seu ouvido afinado! Era muito divertido de ver e dava muito prazer em ouvir!
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DESIGN DE INTERIORES
Quem procura, acha Casal desiste de vender cobertura ap贸s reforma radical
Texto, fotos e styling: Marcelo Gimenes marcelo@gimenes.eu
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uem fala a verdade não merece castigo, dizia minha mãe. Porém, quando se trata de aumentar os custos de um projeto em mais de 200%, vem aquela vontade quase indomável de mentir. O casal recém-casado, à procura de uma cozinha nova, espera desta maneira aumentar as chances de venda da cobertura duplex no centro da cidade. Ampliar a cozinha, aproveitando o espaço pouco usado da varanda, era a meta. Apesar de serem apaixonados pela localização do imóvel, não viam outra alternativa senão a venda. Depois de analisar bem todas as possibilidades, ficou claro que o apartamento não oferecia o sex appeal esperado de uma cobertura com vista fenomenal do skyline da cidade. A ponte Erasmusbrug, do arquiteto holandês Ben Berkel, é de tirar o fôlego de qualquer um. Construída em 1996, mede 802 metros de largura e 139 metros de altura. A ponte, além de ícone, é palco de atrações variadas durante o ano inteiro. A maratona internacional de Roterdã, o espetáculo aéreo Red
O sofá estofado em azul -jeans é da grife dinamarquesa Hay
Bull Air Race e o fantástico show pirotécnico nas comemorações de fim de ano são alguns exemplos. Mas, o mais importante é que ela se localiza na frente do imóvel! Razões de sobra para repensar a venda e ressuscitar o espaço. O ideal seria uma mudança drástica na disposição da planta, muita obra, alguns meses de ausência para o novo casal e um aumento astronômico do orçamento inicial. Mentir seria a forma mais prática e de certo a mais simples. Mas, às vezes, temos aquela intuição que nos persegue sem piedade e, por mais que a lógica grite ‘não faça isso, Marcelo!’, a verdade articula melhor. Não seria justo omitir as possibilidades que o imóvel oferece. O projeto apresentado foi o de mudança radical. A primeira reação foi de descrédito e confusão, ‘afinal era só uma cozinha nova o que queríamos’, argumentou o casal perplexo. Felizmente foram necessários somente alguns desenhos da nova planta para justificar o excesso de trabalho e, sobretudo, o aumento nos custos das obras.
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Cadeira azul feita de argila, a mão pelo designer holandês Maarten Baas
O piano ganhou espaço especial e a porta de correr em vidro da ares de casa térrea
GRANDES MUDANÇAS A cozinha nova ficou maior, todos os muros internos foram derrubados. O banheiro passou para o andar de cima e o quarto de hóspedes foi trocado por um walk in closet. O eixo central do apartamento abriga parte da cozinha, se estende pela sala de televisão e termina na sala de estar em estantes para livros, tudo feito a mão e sob medida em madeira de carvalho com acabamento white wash. O piano ganhou espaço especial e a porta de correr em vidro dá ares de casa térrea. O piso aquecido é de epóxi e imita cimento queimado, criando uma sensação aconchegante de Verão durante todo o ano. O sofá da dinamarquesa Hay foi especialmente fabricado para o espaço e estofado em azul-jeans para reforçar o caráter descontraído dos proprietários. A mesa em Corian preto é da italiana Desalto; as luminárias em cobre, do inglês Tom Dixon. A cadeira azul é feita de argila, a mão, pelo designer holandês Maarten Baas e mostra o interesse dos proprietários por design de alta linha. Na sala de estar, as poltronas Barcelona de Mies van der Rohe completam o estilo loft do apartamento. No andar superior, do quarto do casal se tem
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acesso ao closet e ao banheiro. A zona da lavanderia ganhou espaço no hall superior de onde se tem acesso ao terraço com vista panorâmica da cidade. O resultado é uma metamorfose completa do apartamento que culminou na desistência definitiva da venda do imóvel. O espaço apesar de dividido em dois pisos, agora tem decoração personalizada e exala ares de cobertura, finalmente. A verdade doeu, mas doeu só no bolso... Para mais informações: www.hay.dk www.desalto.it www.tomdixon.co.uk www.maartenbaas.com http://www.miesbcn.com Marcelo Gimenes é piracicabano, artista plástico pela Academia de Artes Willem de Kooning em Roterdã, colecionador e consultor de decoração assina os projetos da Depot Rotterdam (www. depotrotterdam.nl), diretor criativo da Snijder & CO (www.snijderco.nl), co-fundador da Barce Foundation (www.barcefoundation. org) e reside há 26 anos na Europa.
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Empreendedorismo digital Se alguém te perguntar, você sabe o que é?
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uando pessoas me abordam para falar sobre iniciativas digitais para suas empresas, geralmente as perguntas giram em torno de alguns itens básicos: e-mail marketing, sites, blogs e e-commerce. Geralmente não passa disso e, infelizmente, digo que mesmo nessas áreas o conhecimento é ainda muito escasso e confuso em nossa cidade. Para e-mail marketing as pessoas trabalham comprando listas e fazendo spam: há pouco entendimento estratégico do assunto. Os sites são mais ou menos cartões de visitas robustos. Blogs e e-commerce são itens ainda mais difíceis de encontrar e nem sempre quem tem um sabe usar. O que muita gente não sabe é que, mais do que apenas ferramentas de marketing ‘novas’, que alguém disse que você tem de usar, o universo digital pode também oferecer novas linhas de faturamento para sua empresa. Basta tratar esse universo de forma séria. Esse é o chamado empreendedorismo digital. Existem empresas que, ao investirem nesse ramo como uma nova linha de criação de receita, tiveram tanto sucesso, que acabaram migrando cada vez mais para essa área, muitas vezes extinguindo a base inicial de faturamento. Eu falo aqui do comércio digital de produtos físicos, serviços e produtos informacionais. Os dois primeiros
Giovanna Baccarin gibaccarin@gmail.com
você conhece, mas o terceiro ainda é novidade pra muita gente. Produtos informacionais são e-books, cursos, palestras, ferramentas e todo formato em que você consiga empacotar conhecimento e informação para compartilhar com sua audiência. Toda empresa tem conhecimento para ser compartilhado. Seja sobre seu produto ou mercado. Basta ser curioso e criativo para encontrar onde esse conhecimento está, como empacotá-lo e criar formas digitais de vendê-lo. No comércio de produtos físicos e serviços a situação é ainda mais fácil, já que sua empresa provavelmente já vende um dos dois. Se você se interessou pelo assunto, aqui vão algumas dicas de aprofundamento no tema: • Você já tem um plano B? de Conrado Adolpho. http://www.conrado.com.br/planob/ • Ignição Digital de Erico Rocha https://www.ignicaodigital.com.br/ • Apresentação sobre o tema no Slideshare http://slidesha.re/18AVf6J Se você é empresário, empreendedor ou quer dar uma guinada em sua carreira, acho que vale muito a pena dar uma olhada nesses conceitos. Esse pode ser um divisor de águas no faturamento de sua empresa ou em sua vida pessoal. Giovanna Baccarin é comunicadora, estrategista e palestrante. Especializada em marketing online e presença digital.
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TURISMO
Paraíso na Mata Atlântica Pousada ecológica une natureza e requinte em um mesmo roteiro
Fotos: Divulgação
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anho de cachoeira ou relaxar na hidromassagem? Trilha ao ar livre ou uma corrida na esteira do fitness center? Desvendar os mistérios de uma caverna ou se entreter no salão de jogos? No Paraíso Eco Lodge, pousada ecológica situada em Ribeirão Grande, a 192 km de Piracicaba, a resposta pode ser ‘tudo’. Isso porque lá, esses cenários, que aparentemente pertencem a destinos opostos, se encontram e convivem harmoniosamente, oferecendo ao visitante uma nova proposta de hospedagem. Divididas por continentes (América, Ásia e África), as acomodações possuem instalação requintada, com chalés, cabanas e bangalôs dotados de hidromassagens, frigobar, lareira ecológica e outras facilidades. “Se você visitar os bangalôs do Ásia e depois do América, por exemplo, não vai acreditar que está no mesmo hotel”, explica o coordenador operacional do Paraíso, Manoel Pereira Lizo Filho. A pousada foi pensada para abrigar de forma harmônica o conforto dos hotéis de luxo com a simplicidade e a beleza que só a natureza pode oferecer. E a ideia deu certo, já que desde 2012 o Paraíso Eco Lodge faz parte da Roteiros de Charme, uma associação de hotéis, pousadas e refúgios ecológicos que seleciona seus membros segundo critérios rígidos quanto ao conforto, qualidade de serviços e responsabilidade socioambiental. No
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caso do Paraíso Eco Lodge, a sua inclusão se deve à oferta de um ambiente requintado sob um projeto sustentável. ‘“Todas as pedras das suítes do América, como as da lareira, foram retiradas de nossas estradas. Além disso, os nossos xampus e sabonetes são todos especialmente escolhidos para não destruir a fauna e a flora”, exemplifica. No Paraíso Eco Lodge também é possível visitar um pequeno museu etnológico, cuja arquitetura chama a atenção por ter sido inspirada nas ocas indígenas. Lá, o turista pode conhecer um pouco sobre as culturas asiática, americana e africana, e também adquirir trabalhos das artesãs da região.
Ao som da harpa Mas, as surpresas vão além. Entre cavernas, cachoeiras e caminhadas, o hotel ainda convida seu hóspede a vivenciar um belíssimo pôr do sol ao som de harpa. Isso mesmo. Após seguir uma trilha de, no máximo, 30 minutos, os ‘aventureiros’, como os guias costumam chamar os visitantes, são surpreendidos por um delicado som e uma mesa de frutas no topo do Pico do Sol. Conhecer o Paraíso Eco Lodge é ingressar numa viagem off-line, com um roteiro que convida o visitante a deixar o celular e a internet para vivenciar
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Acomodações possuem instalação requintada
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dias de intenso contato com a natureza, sem que isso signifique a perda do conforto. Dias em que o visitante vai poder desacelerar e ter como única preocupação não perder nenhum detalhe dessa viagem. Serviço Paraíso Eco Lodge www.paraisoecolodge.com.br/ contato@paraisoecolodge.com.br Reservas: (15) 3542 5330 | (11) 9 5657 1414
Pousada fica a 192km de Piracicaba
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BOA RECEITA
CAMARÃO na MORANGA 1 moranga inteira pré-cozida na panela: cobrir com água, deixar ferver por 15 minutos até ficar macia, mas sem desmanchar 6 xícaras (chá) de tomate maduro picado 1 xícara (chá) de cebola picada Sal e pimenta dedo-de-moça picada a gosto 2 folhas de louro Meia xícara (chá) de azeite 1 xícara (chá) de água 1kg de requeijão cremoso (bisnaga) 1kg de camarão já limpo e temperado com sal, pimentado-reino branca e 2 dentes de alho amassados
Foto: Divulgação
PREPARO Bater a cebola e o tomate no liquidificador, peneirar e jogar na panela já com o azeite aquecido, o louro, sal e a água. Deixar ferver por 20 minutos em fogo baixo. Acrescente o camarão e deixe ferver por mais 5 minutos. Apague o fogo e misture a metade do requeijão. Passe o restante do requeijão dentro da moranga e jogue o molho. Besuntar com óleo a casca da moranga (para ficar brilhante) e levar ao forno por mais 10 minutos
Crédito: Cozinha Nutrimar Rendimento: 6 porções
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ESTÉTICA
Quem tem medo da celulite? Problema afeta quase que a totalidade das mulheres, mas tem tratamento e pode ser evitado
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la ataca sem dó e nem piedade praticamente dez entre dez mulheres. O pior é que a celulite está se instalando cada vez mais cedo no corpo feminino, deixando aqueles furinhos torturantes nas pernas e no bumbum da mulherada. A boa notícia é que este mal pode ser, sim, evitado e, melhor ainda, tem tratamento. Basta força de vontade, disciplina e boa orientação profissional. Especialista em medicina estética, a médica Alessandra Nalin responde a algumas das principais dúvidas sobre a celulite. Confira. Qual a origem da celulite? É um problema que pode ser genético, mas o aumento da produção dos hormônios femininos pode ser considerado a sua principal causa. Maus hábitos alimentares, falta de exercícios físicos, uso de anticoncepcionais e tabagismo são fatores que agravam e muito este problema, que afeta não apenas as pessoas que estão acima do peso. Até mesmo as magrinhas são vítimas da celulite. Os tratamentos estéticos são eficazes contra a celulite? Esses tratamentos estão cada vez mais modernos e eficazes e a escolha do procedimento mais adequado depende do grau da celulite. No grau 1, a celulite é considerada leve e os furinhos não são visíveis. Como ela ainda está no começo e é interna, as alterações só podem ser percebidas ao contrair ou apertar a pele. Quem está nesse grau, pode usar um creme específico ou fazer sessões de drenagem linfática, uma massagem que estimula a circulação e a eliminação de líquidos e toxinas do organismo. Outra opção é o ultrassom, que emite vibrações de baixa frequência para ativar a circulação e eliminar o excesso de líquidos. 36
E para problemas em estado mais avançado? No grau 2, a celulite é moderada. A pele tem aspecto acolchoado e os furinhos já são aparentes, mesmo sem contrair a região. A partir do grau 3, eles já são bem visíveis, a pele fica áspera e inchada, é possível sentir os nódulos ao apalpar a região. Os procedimentos mais indicados são a mesoterapia, feita com a aplicação de injeções com substâncias que intensificam a eliminação de gordura, ou a carboxiterapia aquecida, com aplicações de injeções de gás carbônico quente para melhorar a circulação na região. Quando a celulite atinge os graus 3 e 4, está no seu estágio mais grave, com nódulos profundos e muito visíveis, que podem causar dores. Para tratar, é preciso recorrer aos tratamentos mais radicais e até mesmo às intervenções cirúrgicas como a subcisão, que solta as fibras que repuxam a pele. Também é usada uma técnica com um aparelho de radiofrequência, que queima a gordura nas camadas mais profundas da pele e traz excelentes resultados. O melhor a fazer, então, é evitar a celulite, não é? Exatamente. Além de investir nos procedimentos estéticos, vale a pena adotar uma fórmula simples para evitar a celulite. Tenha hábitos saudáveis, uma alimentação balanceada, evite os alimentos gordurosos, o excesso de sal e de açúcar, prefira as frutas, verduras, legumes e alimentos com fibras. Abandone o cigarro, pratique atividade física. Andar de bicicleta, correr ou caminhar pelo menos três vezes por semana são formas de estimular a circulação e queimar a gordura corporal, diminuindo, assim, a incômoda celulite. Alessandra Nalin (CRM 86055) é médica especializada em medicina estética. Contato: (19) 3432-8136.
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Dos gibis para as telas
Por Ronaldo Vitoria ronaldo@mbmideias.com.br
Quando se fala em revista de história em quadrinhos, o primeiro nome que vem à mente é Marvel. E boa parte dos filmes que adaptam as aventuras de seus heróis arrebenta nas bilheterias. Nesse período de férias, nada melhor que essas companhias animadas.
Thor - Com aquele martelo e o capacete de asas, ele é um deus que é expulso de seu lar e enviado à Terra por ter começado uma antiga guerra. O loiro Chris Hemsworth é o herói. Natalie Portman e Anthony Hopkins fazem participações especiais. X-Men: Primeira Classe - A nova aventura dos mutantes é ambientada nos anos 60, durante a juventude dos dois inimigos, Xavier e Magneto. Conta o início da classe para alunos superdotados que eles criam, até que acontece a fatal separação.
O Homem de Ferro - Com o charme cínico de Robert Downey Jr., e já emplacando a terceira edição, a saga deste herói continua cada vez mais em alta. Os efeitos especiais são sempre de primeira e o elenco convidado é um charme.
O Incrível Hulk - A primeira adaptação foi do premiado Ang Lee, mas acabou sendo um fracasso, por ter um herói em que não se acredita. Valeu essa, estrelada por Edward Norton, e que tem várias locações no Rio de Janeiro.
Os Vingadores - É um time da pesada, com a escalação formada por quase todos esses heróis. Foi o grande sucesso da bilheteria americana. Tem Homem de Ferro, Thor, Hulk... E a segunda aventura está com tudo pronto para estrear.
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VITRINE
Saborosas almofadas
A loja virtual Hmmm lançou mão da criatividade e transformou algumas imagens de alimentos gostosos em almofadas divertidas que vão ajudar a inovar na decoração, além de mostrar pra todo mundo o que você gosta de comer. Confira algumas sugestões: Chicletão Big Famoso entre a garotada no passado, a embalagem de chicletes mini se tornou um ícone do fun design e se tornou uma linda almofada. Medida: 40 x 20 cm. R$ 49,90
Água e Sal Cracker Para quebrar a mesmice da decoração, nada como esta bolacha macia que vai descontrair o ambiente. Medida: 40 x 40 cm. R$ 49,99
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Ticão Tacão Para os fãs da famosa balinha de menta, nada como desfrutar de uma almofada macia. Medidas: 35 x 55 cm. R$ 89,99
Todas as almofadas são feitas de poliéster, com interior de fibra de poliéster siliconizada, estampa nos dois lados e zíper para remoção da capa para lavagem. Onde encontrar: www.hmmm.com.br
Preços sujeitos a alteração sem prévio aviso
Fotos: Divulgação
Pastel de Queijo e Pastel Para dar água na boca, essas duas almofadas vão inspirar a ida à feira, nem que durante os sonhos. Medidas: 40 x 20 cm. R$ 49,90 cada
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