Revista Monte Alegre 16ª edição

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Setembro/Outubro 2013 | Ano 3 | Edição n° 16

Condephaat conclui tombamento até julho do ano que vem Voluntário

Dentista volta ao bairro onde nasceu para atender moradores e amigos gratuitamente

Fábrica de papel chega aos 60 anos Turismo Que tal se casar em Aruba?

Distribuição gratuita

Um ‘senhor’ doutor Médico do PSF, Luis Fernando Barbosa mostra porque é tão querido pela comunidade


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UM OLHAR MUDA TUDO CASA COR INTERIOR SP 2013 De 8 de novembro a 15 de dezembro em Piracicaba

Os melhores profissionais na maior mostra de decoração e paisagismo da América latina.

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Obrigada, doutor! Até algumas semanas atrás, a saúde pública brasileira esteve em pauta

Projeto editorial voltado à valorização da cultura, da história, dos moradores e admiradores do bairro Monte Alegre, desenvolvido por Plataform@ MBM, núcleo de gestão de conteúdo do MBM Escritório de Ideias.

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gestão de conteúdo

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CNPJ 09461319/0001-99

na mídia e nas rodas de conversa de todo o país, especialmente pela implantação do programa Mais Médicos do governo federal, que ‘importou’ centenas de profissionais de Cuba para atendimento às populações de regiões mais longínquas. Sim, o assunto é polêmico e cada um tem a sua opinião. Mas, vamos concordar com duas constatações: a primeira é que a saúde pública brasileira continua na UTI; e a segunda é que a comunidade do Monte Alegre pode se considerar privilegiada por ter um médico da família, que resolve não só os problemas físicos, mas também se preocupa com a vida de seus pacientes de uma forma geral. O médico Luis Fernando Lima Nunes Barbosa diz, na matéria de capa desta edição, que também se sente um privilegiado por poder atuar nesta comunidade. E é assim que essa relação entre médico e pacientes ganha uma desejável e saudável humanização. Por representar tanto para o bairro, a Revista Monte Alegre que homenagear Luis Fernando pelo Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro. Nos vemos na próxima edição especial de Natal, ok? Boa leitura!

Publicação bimestral Diretor Bruno Fernandes Chamochumbi bruno@mbmideias.com.br Editora Cristiane Sanches MTb 21.937 cristiane@mbmideias.com.br Reportagens e textos Ronaldo Victoria ronaldo@mbmideias.com.br Cristiane Bonin crisbonin@mbmideias.com.br Colaboram nesta edição Rê Fernandes Marcelo Mello Projeto gráfico e paginação: MBM Escritório de Ideias Allan Felipe Dalla Villa Lívia Telles Equipe MBM Débora Ferneda Fabrício Coral Manu Vergamini Susane Trevizan Tatiane Fernandes Teresa Blasco Anuncie na Monte Alegre: 19 3371.5944 atendimento@mbmideias.com.br www.mbmideias.com.br Anúncios e informes publicitários são espaços adquiridos pelos anunciantes e seu conteúdo é de inteira responsabilidade de cada um deles, cabendo à Revista Monte Alegre apenas reproduzi-los nos espaços comercializados. A opinião de colaboradores não é necessariamente a opinião da revista. Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores.

Entre uma consulta e outra no PSF do Monte Alegre, o médico Luis Fernando Barbosa posa para o fotógrafo Alessandro Maschio. Ele é nosso homenageado pelo Dia do Médico, comemorado em 18 de outubro.

Tiragem 1.200 exemplares Distribuição gratuita, exclusiva e dirigida A Revista Monte Alegre é impressa em papel couche Gloss (brilho), 660x960mm – 115g/m2, produzido pela Oji Papéis Especiais, localizada no bairro Monte Alegre.

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6- Acontece 8- Na Casa do Marquês 10- Dentista de plantão 12- Cada vez melhor 14- Novo projeto de alça está na Artesp 15- Tombamento até 2014 16- Pão em família 17- Rádio Comida no Monte Alegre 18- Centenário de Eduardo Fernandes 20- Médico de família

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24- 60 anos produtivos 26- De portas abertas 28- O milagre de um poema 30- De olho no futuro 31- Talharim com shitake 32- Boa nutrição começa no útero 34- Aruba a dois 36- Primeiro domingo 37- Doutores heróis 38- Cor & Metal


A CON TE CE

NATAL Um grande evento de fim de ano está programado para acontecer em dezembro no Monte Alegre. De 6 a 8 de dezembro, a Casa do Marquês apresentará uma série de atividades, começando por um bazar promovido pelo Instituto Rumo, shows, atrações e o grande espetáculo do Papai Noel cantor.

(Foto Alessandro Maschio)

ALUGUEL DO CAMPO O Centro Comunitário do Monte Alegre está disponibilizando o campo de futebol do União Monte Alegre (UMA) para aluguel. A contratação do espaço pode ser feita pelo telefone 99775-1984 (Jean). O custo é de R$ 100 por um período de quatro horas. O dinheiro arrecadado será revertido para o Centro Comunitário. O campo do UMA passou por reformas recentemente, como troca dos alambrados.

FAZENDO ARTE Estudante do 3º. Ano do ensino fundamental do Liceu Terras do Engenho, Gabriella Catherina Ghisleni decidiu desenhar a Capela de São Pedro do Monte Alegre para homenagear os 246 anos de Piracicaba. O desenho, sorteado no concurso Desenhe Piracicaba, apoiado pela Construtora Adolpho Lindenberg e pela Frias Neto Consultoria de Imóveis, ficou exposto no muro das obras do Lindenberg Timboril durante o mês de agosto.

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CENTRO COMUNITÁRIO A sede do Centro Comunitário do Monte Alegre também está disponível para aluguel. O local passou por reformas, incluindo a revitalização de um quiosque com churrasqueira e cozinha. O espaço, localizado na avenida Comendador Pedro Morganti, destina-se a receber festas, como as de casamento. As reservas devem ser feitas pelos telefones 99775-1984 (Jean) e 99652-3063 (Lúcia). O valor do aluguel varia entre R$ 150 e R$ 300.


(Foto: Acervo pessoal)

EM PORTUGAL A estudante de jornalismo Alessandra Xavier, moradora do Residencial Monte Alegre, está aproveitando para aprender muito no intercâmbio em Portugal. Em julho passado, a convite do MBM Escritório de Ideias, ela participou de uma clínica de jornalismo com a equipe da Revista Monte Alegre, auxiliando no levantamento de informações e redação de matérias.

ENCONTRO DE EX-ALUNOS Ex-alunos e ex-professores da antiga Escola Marquês de Monte Alegre estão organizando um encontro que deve acontecer no dia 23 de novembro próximo, a partir das 16h. Os detalhes ainda estão sendo definidos, mas quem pertencer ao grupo e quiser participar, deve entrar em contato com Vanesca Quadros pelo e-mail mariavaquadros@hotmail.com. O evento tem o apoio da Revista Monte Alegre.


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NOVIDADE

Na Casa do Marquês Antigo grupo escolar se transforma em espaço privilegiado para eventos sociais e culturais

Por Ronaldo Victoria Fotos: Paulo Heise e Mônica Cabelo de Brito

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m novo espaço cultural localizado num dos pontos mais tradicionais do Monte Alegre, a Casa do Marquês já está funcionando e dá sinais de que será escolhida para abrigar os eventos mais interessantes da cidade. O prédio sediou o Grupo Escolar Marquês de Monte Alegre e o Instituto Rumo, com a sua arquitetura clássica e as enormes palmeiras imperiais em sua entrada. “Mas queremos ocupar esse espaço de forma a que seja também um centro de cultura. Para que isso aconteça, estamos locando para a realização de eventos como aniversários, casamentos e também corporativos”, detalha a engenheira agrônoma Mônica Cabelo de Brito, que coordena a Casa ao lado do engenheiro florestal Klaus Duarte Barreto. Mônica conta que a inspiração para o projeto veio de lugares como a Casa das Caldeiras, espaço histórico e cultural relevante para São Paulo. “Alugar a Casa do Marquês para eventos é também uma forma de garantir recursos para que a gente possa financiar atividades como a realização de cursos em várias das nossas salas”, explica Mônica. O espaço cultural também pode abrigar shows musicais, já que o antigo pátio onde as crianças passavam a hora do recreio tem um palco pequeno, mas muito interessante. “Nós queremos também valorizar esse espaço histórico, com eventos empresariais e culturais que o tornem mais conhecido”, afirma Klaus. Para isso, eles tiveram de reformar o piso e fazer várias reformas estruturais, mas respeitando o traçado original do prédio, tombado pelo Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural) desde 2002. O lugar também conta com uma cozinha bem equipada e, por enquanto, vai alugar com os móveis que tem à disposição. Os contratantes cuidam das mesas e cadeiras. O local tem 3.700 metros quadrados, sendo 1.700 de área construída. Uma das primeiras festas de casamento aconteceu em 25 de maio passado. Regina Machado Souza e Daniel Homem se uniram em cerimônia religiosa na capela São Pedro do Monte Alegre e recepcionaram os convidados na Casa do Marquês. Foi um momento especial, pleno de significados. Primeiro por ela estar grávida e contar com a presença da primeira filha do casal, Naiá, de quatro anos. E depois por fazer o casamento no local com o qual sonha há algum tempo. “Desde que nos mudamos para cá, em dezembro de 2011, eu esperei oficializar a nossa união quando pudesse fazer o casamento aqui. Eu não apenas me

mudei para cá, eu me afeiçoei a este bairro”, conta Regina, lembrando que a transferência aconteceu por conta do trabalho do marido na Casa da Floresta, empresa de Klaus e Mônica também localizada no bairro.

HISTÓRIA O prédio da Casa do Marquês foi inaugurado em 1927, e o grupo escolar atendeu aos filhos das famílias que trabalhavam na Usina Monte Alegre, que funcionou até o início da década de 1990. Em 2003, o prédio passou por um processo de restauro arquitetônico. A Casa do Marquês dispõe, para todo tipo de evento, de um salão grande (156 metros quadrados) com vãos em arcos ao redor; um salão médio (77 metros quadrados) e quatro salas menores (duas com 37metros quadrados cada e duas com 43 metros quadrados), com piso de tábua corrida, forro de madeira e janelas altas em madeira; três varandas com piso de azulejos hidráulicos, duas varandas com piso de pedra portuguesa e uma varanda com piso de cimento. Além disso, dispõe de um jardim que ocupa uma área de 1.400 metros quadrados, com canteiros e passeios. Chama atenção a alameda de entrada com as dez palmeiras imperiais centenárias. Mônica destaca que essa disposição torna o espaço versátil, podendo abrigar vários tipos de evento. “Existem várias configurações possíveis para acomodar os convidados. Depende do número de salas que serão usadas, que podem ou não ser integrados uns aos outros. Além disso, as varandas e o jardim podem ser utilizados para mesas, sofás e tendas, compondo mais ambientes”, explica. A Casa do Marquês fica na avenida Marques de Monte Alegre, 4970, telefones 3432-1967 ou 996490083. 9


Monte Alegre

PERSONAGEM

Dentista de plantão Ex-morador atende gratuitamente a população do bairro a cada 15 dias

Por Ronaldo Victoria Foto: Alessandro Maschio Pavilhão, que nasceu no bairro, faz um trabalho de prevenção junto aos moradores

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ábado sim, sábado não, o dentista Miguel Arcanjo Pavilhão, 49 anos, está a postos no consultório do Centro Comunitário do Monte Alegre, desde as 7h30. É um trabalho que ele desenvolve no bairro há quatro anos. E voluntário, sem receber nada por isso. Para Pavilhão, é uma espécie de retorno que ele oferece ao bairro. Afinal, ele é cria do Monte Alegre e sua família tem raízes profundas no lugar. “Eu nasci lá, meu pai também, meu avô também, e meu bisavô veio da Itália há mais de 100 anos para ficar aqui. O Monte Alegre está no meu sangue”, define. Formado há 27 anos pela FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba), da Unicamp (Universidade

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Estadual de Campinas), ele tem uma rotina agitada. Logo que se formou, se casou e deixou seu lugar de origem. Hoje mora em Piracicaba, mas não mais no bairro dos ancestrais. “Tenho o meu consultório particular em Limeira e também sou funcionário público da Prefeitura Municipal de Iracemápolis. E ainda encontro tempo para esse trabalho, que é muito gratificante”, conta. Por causa de seus outros compromissos, o dentista não pode ter uma agenda mais ampla, mas acredita que o intervalo quinzenal das consultas tem se revelado suficiente. Para ele, o trabalho tem um sentido maior, de retribuição. “Eu conheço boa parte dos moradores.


Então, a consulta quase nunca fica aquela coisa formal. Se eu não sei quem é a pessoa, sei que ela é filha de fulano ou neta de sicrano”, conta. A cada sábado, ele atende em média seis pessoas, com um horário médio de 30 minutos para cada consulta. Pavilhão se colocou à disposição do Centro Comunitário ainda na gestão de Renato Sunhiga e logo deu início ao trabalho, ainda em 2009. “Não tive problema nenhum com meus pacientes desde então. Ao contrário, pois antes de serem pacientes, muitos deles são meus amigos de longa data”, afirma. De acordo com o dentista, a cárie e a doença periodontal (da gengiva) são os casos mais frequentes que ele trata. “São os problemas mais comuns que enfrentamos em clínica odontológica de maneira geral, e em nível nacional, e no bairro não seria diferente”, ressalta. Ele diz que a higienização bucal ainda é um problema. “Não é só no Monte Alegre, em todo lugar as pessoas não têm muita paciência para fazer uma escovação como se deve, com movimentos suaves e curtos, e durando no mínimo dois minutos. E o fio dental, que é fundamental, ainda é pouco usado”, revela. Porém, mesmo assim, aquele ‘medo de dentista’, que chegava a paralisar muita gente, já é coisa do passado. “Hoje eu acho que não é mais assim. Dentista deixou de ser ‘bicho-papão’, em que a gente via as pessoas sentando na cadeira com aquela cara de medo. Hoje mudou a técnica e, principalmente, mudou a forma de atendimento, que ficou mais humana”, explica. A atuação dele é mais ambulatorial. A Unidade de Saúde de Monte Alegre, que fica no Centro Comunitário, é hoje um PSF (Programa de Saúde da Família). “Sendo assim, os casos mais complexos são encaminhados ao CEO (Centro de Especialidades Odontológicas)”, explica. Pavilhão conta que seu trabalho é de prevenção. “Meu trabalho tem sido no sentido de orientar a higiene bucal, com escovação obrigatória depois de cada refeição e uso de fio dental corretamente. Também oriento sobre o uso de enxaguantes bucais para a prevenção das doenças que citei como as que mais aparecem entre a população”, conta.


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REFORMAS

Cada vez melhor Cozinha nova, quiosque reformado, aulas de pintura e novos projetos revitalizam o Centro Comunitário do bairro

Por Ronaldo Victoria Foto: Alessandro Maschio

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Centro Comunitário do Monte Alegre está ganhando cara nova. Desde o final de setembro, o local tem mais uma novidade: um curso de pintura, com aulas dadas pela artista plástica Regina Lúcia Moronti, toda quinta-feira à noite, com apoio da Semac (Secretaria Municipal de Ação Cultural). No último sábado de setembro, o espaço foi palco do Grupo 14 Sambas. Além disso, a cozinha, a despensa e o quiosque com churrasqueira estão novos, o que facilita o aluguel do espaço para eventos. Logo na entrada, o chafariz que estava abandonado foi recentemente reformado. E, se depender da vontade do presidente do Centro Comunitário, Jean William Pereira, as reformas não param por aí. Ele quer telhado acústico e moderno, sem barulho de chuva; o piso deve dar adeus àquele velho cimentão, substituído por revestimento antiderrapante. A lista inclui, ainda, mudança na calçada para facilitar o acesso das pessoas com deficiência e da Terceira Idade; além de melhoria na iluminação. Jean batalha pela nova ‘cara’ do Centro, mas sabe que necessita de paciência e de saber esperar para ver o resultado. “É que eu preciso de apoio da prefeitura para conseguir essas mudanças”, afirma. Ele já apresentou as reivindicações de mudanças estruturais para a Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente), de quem espera uma visita de um engenheiro para analisar um pedido e uma resposta. Ele conta que tem feito a sua parte como presidente do Centro: ser ‘chato’, no bom sentido, claro, e ‘ficar no pé’ para que a administração não se esqueça. “A gente precisa contar com o dinheiro da prefeitura, pois não temos condições de arcar com essas despesas”, explica Jean, que assumiu a presidência no começo deste ano. 12

Ele destaca que as melhorias são necessárias para que o lugar ganhe um ar mais moderno e funcional, já que o Centro Comunitário não passa por reformas há muitos anos. “Esse cimento antigo dá uma aparência ruim e tem também a questão de segurança. Estamos pedindo que seja instalado um piso anti-derrapante. Além disso, as telhas de zinco do telhado causam um barulho enorme em dias de chuva, sem contar as goteiras em boa parte da área”, relata. Além de pedir melhorias no acesso ao lugar, Jean também está batalhando para que o bairro tenha a Academia de Terceira Idade, com aparelhos instalados ao ar livre não apenas para os idosos. É o mesmo tipo de instalação que já existe em vários bairros da cidade. Mas essa reivindicação, adianta, ainda está em compasso de espera. “Eu conversei recentemente com o prefeito Gabriel Ferrato e ele foi bem sincero comigo. Disse que essa questão só seria avaliada a partir de 2014”, conta. Porém, o presidente do Centro diz que não fica apenas esperando do poder público. É o que aconteceu em relação às obras na cozinha, na despensa e no quiosque. “Nós utilizamos para isso nossos próprios recursos, com o que tivemos de lucro com o bingo que realizamos na sede no mês de junho”, conta. A reforma, orçada em R$ 4.000, envolveu a colocação de piso novo nos três ambientes. Também foi trocado o piso da sala da enfermeira da unidade do Programa Saúde da Família. Jean conta que este é o tipo de investimento que dá retorno. “Nosso pensamento foi deixar o Centro mais bonito para que a gente possa alugar e ter o que oferecer para os contratantes, de qualquer evento”, conta. O local está aberto para eventos lucrativos (bingos, bailes, shows) a R$ 300. Eventos sem fins lucrativos pagam a metade. Interessados podem procurar com antecedência pelos telefones 99652-3063 ou 99775-1984.


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CHAFARIZ REPAGINADO

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O artista plástico Antonio Rodrigues, que mora no Monte Alegre, foi quem repaginou o visual do chafariz que existe na entrada do Centro Comunitário do bairro. E que aliás deixou de ser chafariz, pois teve a parte inferior aterrada e flores plantadas. “Eu achava triste ver que ele estava entregue ao abandono e à dengue, com aquela água parada. E decidi adotar essa área, por minha conta. Não precisei gastar muito, só um saco de cimento”, conta. Na base, Rodrigues plantou exória, flor vermelha de coloração intensa. E na parte de cima, pensa em fazer uma estátua. Embora o símbolo do Monte Alegre seja um chapéu (como aqueles usados pelos antigos colonos italianos), sua ideia é fazer um pássaro. Outro projeto de Rodrigues é também utilizar uma das salas do Centro Comunitário, no futuro, para um curso semanal de arte. “É para destacar que o bairro, tombado pelo patrimônio, tem toda significação cultural e artística que deve ser valorizada. Seria uma programação para moradores de toda a cidade, interessados em desenvolver o seu potencial artístico”, explica.

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TRÁFEGO

Novo projeto de alça está na Artesp Proposta foi apresentada na Esalq, em agosto passado

Por Cristiane Bonin Foto: Gerhard Waller/Esalq

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m novo projeto para ligar a avenida Comendador Pedro Morganti ao sistema rodoviário em implantação, que passa na região do bairro Monte Alegre, chamado de Contorno de Piracicaba, está em análise na Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo). A assessoria de imprensa da agência informou que, no último dia 10 de setembro, a concessionária Rodovias do Tietê – empresa que operará o trecho – encaminhou uma nova alternativa de projeto para o acesso, já chamada pela Artesp de ‘alça da Esalq’ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). “Essa nova proposta prevê uma inclinação de rampa mais suave, permitindo a operação de caminhões. O projeto está sendo analisado por técnicos da Artesp”, informou, em nota, a comunicação da agência paulista, sem informar datas ou etapas do processo. O novo projeto que está na Artesp foi apresentado localmente numa reunião realizada em meados de agosto na Esalq. Na ocasião, o engenheiro civil Valter Milanez, chefe técnico de divisão do Escritório Regional Piracicaba, da Superintendência do Espaço Físico da USP (Universidade de São Paulo), detalhou a proposta que visa a desafogar o tráfego em direção ao Aeroporto Municipal Pedro Morganti. “Neste projeto recente, procuramos atender aos anseios da comunidade, universidade, da indústria e dos moradores do Monte Alegre, que desejam um tráfego mais fluido na região”, diz Milanez. A convite do diretor da Esalq, José Vicente Caixeta Filho, dentro do objetivo de articulação das forças da iniciativa privada, indústria e poder público, estiveram presentes na reunião Wilson Balu Guidotti Junior, representante da antiga Usina Monte Alegre e para assuntos estratégicos do Centro Comunitário de Monte Alegre; Jean William Pereira, presidente do Centro Comunitário do bairro, e seu vice Fortunato Fleury Sunhiga. Participaram da mesma reunião Benedito Oliveira e Marcelino Sacchi, representantes da Oji Papeis Especiais, o deputado estadual Roberto Morais (PPS), que ocupa uma cadeira no conselho da Artesp; e assessores parlamentares do deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB).

Projeto foi apresentado em reunião na Esalq Para o diretor da Esalq, esta última reunião sobre o assunto denota a proposta de coordenação dos esforços conjuntos. “Tudo de maneira que essa autorização, por parte da Artesp, não seja mais protelada”, declarou Caixeta. Na última semana de setembro, o presidente do Centro Comunitário informou à Revista Monte Alegre que o status do pedido para a implantação da alça no Contorno estava estagnado na Artesp. “Falei informalmente com o Caixeta e com o deputado Roberto Moraes e ambos não tinham nenhuma novidade”, informou Jean Pereira. Mas a expectativa tornou-se mais positiva após a recepção de Caixeta e dos deputados, promovida na própria agência em 30 de setembro, quando o grupo foi recebido pelo diretor de investimentos da Artesp, Teodoro de Almeida Pupo Júnior. “Estou mais confiante (na aprovação do projeto). O fluxo na região e as necessidades pressionam neste sentido e acredito que a intervenção será favorável”, diz o presidente do cento comunitário. Balu Guidotti, proprietário da desativada usina Monte Alegre, declarou-se otimista em relação à construção do acesso. “Há grandes chances deste projeto acontecer por conta de todos os que estão envolvidos e por causa do embargo à obra que, de certa forma, abriu um espaço para encaixar o nosso pedido”. O trecho do Contorno de Piracicaba na região do Monte Alegre está paralisado desde a ocorrência do desmoronamento da estrutura que passava sobre o rio Piracicaba e que ruiu em 1º. de julho, causando a morte de quatro trabalhadores.


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PATRIMÔNIO

Tombamento até 2014 Processo estadual instaurado pelo Condephaat deve terminar em julho do próximo ano

Por Cristiane Bonin Foto: Alessandro Maschio

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processo estadual de tombamento do Monte Alegre tem previsão para ser concluído em julho de 2014 no Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). De agosto a fevereiro de 2014, o parecer técnico realizado pelo Grupo de Estudos de Inventário (GEI) da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH) deverá ser concluído. Na segunda etapa, a fim de encerrar todo o processo, o Centro de Apoio Administrativo ao Conselho (CAAC) do Condephaat deverá fazer sua análise em mais seis meses. As informações sobre as estimativas de prazos são do arquiteto Alberto Candido, integrante da equipe do GEI. Candido, juntamente com a historiadora Amanda Walter Caporrino e o sociólogo Mario Medeiros, todos do GEI, participaram da reunião com a comunidade do bairro no dia 1º de agosto, evento organizado no Centro Comunitário do Monte Alegre. O encontro teve por objetivo esclarecer as dúvidas dos proprietários privados de imóveis na área em processo de tombamento via Condephaat. A mesma ocasião também foi importante para aproximar o parecer técnico do GEI aos anseios da comunidade. “O operador técnico não tem a chance de ouvir as diferentes pessoas (que moram ou são proprietárias de prédios na área de tombamento), então, agradecemos o momento de troca de informações para fechar as ideias de forma conjunta”, disse a historiadora e membro do GEI. Diferente do tombamento municipal, via Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba),

o processo estadual deverá ser menos restritivo por ter menos relação de proximidade com a cidade, informou o arquiteto Candido. O mesmo membro do GEI também relatou que o Estado não deverá estabelecer uma faixa de amortecimento no perímetro do entorno da área tombada – diferente do que prevê o tombamento municipal. Entretanto, o pedido de autorização para obras ou reparos também deve ser feito ao Estado – assim como o processo é requisitado pela prefeitura. Desde 27 de junho, quando a decisão de início de tombamento foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo, é obrigatório o pedido ao Condephaat. O arquiteto Candido explica que a solicitação ao Estado pode ser feita pelos Correios. “A correspondência é protocolada na Secretaria Estadual da Cultura e sem pagamento de taxa. O tempo para aprovação varia de acordo com a demanda na secretaria, perfil e complexidade do assunto. Em média, esse processo dura dois meses. O acompanhamento do pedido pode ser feito por e-mail, telefone e, em 2014, será on-line também”, explica. Para compensar o ônus do tombamento, o sociólogo Medeiros destacou que a ajuda aos proprietários chegará por meio de editais de seleção de projetos para fomento à preservação, via Lei Rouanet ou isenção fiscal. Medeiros lembrou que o tombamento de um conjunto de bens promove, além da educação patrimonial, a chance de recuperação da história de um lugar. “Até mesmo porque o patrimônio não pode ser algo fechado e restrito, pois sem o uso não há garantias de preservação.” 15


Monte Alegre

RENDA

Pão em família Com os filhos Rodrigo e Vanessa, Lúcia Rando põe a mão na massa e leva ao Monte Alegre suas delícias

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reparar o alimento em família é uma grande forma de união. E é isso que vêm fazendo os Rando há seis meses. A mãe, Lúcia, e os filhos Rodrigo e Vanessa, vendem pão caseiro no Monte Alegre, uma forma de garantir uma outra fonte de renda em tempos difíceis. Lúcia é dona de casa, Rodrigo está desempregado e Vanessa trabalha como vendedora em meio expediente, A família tem raízes no Monte Alegre, por isso escolheu começar a venda apenas nas ruas do bairro. “A gente conhece todo mundo, porque eu nasci no Monte Alegre”, conta Rodrigo. Eles se reúnem na sexta-feira, na casa de Rodrigo, que se mudou para um sobrado na Vila Independência. Ele comprou também um forno especial que dá 24 massas, depois abertas por Lúcia, que, segundo o filho, “tem uma mão especial para saber o ponto exato”. Depois eles passam o fim de semana no Monte Alegre para fazer a venda. “A gente telefona, avisa

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Por Ronaldo Victoria Foto: Alessandro Maschio

os amigos que estamos indo e também vendemos de porta em porta”, conta. A receptividade, segundo ele, tem sido boa e eles vendem em média 50 pães a cada fim de semana. São três opções: o pão caseiro, que custa R$ 7; o integral, que sai a R$ 10, e a rosquinha a R$5. “Eu penso em viver disso com o tempo, se não conseguir mais colocação na minha área. A gente não pode ficar parado, esperando acontecer, tem de criar oportunidades, lutar”, garante Rodrigo. A ideia de começar a vender os pães foi de Lúcia. “Minha mãe que nos incentivou e nós formamos uma turma muito unida. Ela vem aqui toda sexta-feira para colocar a mão na massa e deixar os pães prontos”, revela Rodrigo. Lúcia conta que a ideia, além de tudo, tem proporcionado bons momentos. “É muito bom vir aqui na casa do meu filho e passar o dia fazendo pão. É uma benção”, diz. Ela explica que há dois segredos para se fazer um bom pão: o primeiro concreto e o segundo abstrato. “Tem que ter uma farinha de trigo de primeira qualidade, a melhor. Não adianta nada querer economizar porque não fica a mesma coisa. E tem de fazer com amor, tem de pegar na massa com bons pensamentos.” A família aceita encomendas pelos telefones 30426851 e 99652-3063.


Monte Alegre

SOCIAL

Rádio Comida no Monte Alegre Mais uma vez, o casal Beatriz e Juliano Dorizotto mostra que sabe receber como poucos e abre as portas de sua casa, no Residencial Monte Alegre, para uma apresentação memorável do grupo piracicabano Rádio Comida, promovida pela revista Tutti Condomínios. Veja as fotos de Alessandro Maschio.

Beatriz e Juliano Dorizotto Marco Antonio Guidotti, José Luís Guidotti Junior e Sérgio Forti

Patricia Guimarães, Beatriz Dorizotto, Luciana Pin Ferronato e Gisele Mariotto Peres

Alê Antunes, Alexandre Franklin e Fernando Kudder, do Rádio Comida

Paulina D’Abronzo e João Batista Camargo

Bruno Chamochumbi e Fernando Kudder

Sidney e Bárbara Rechelo

Eduardo Oliveira e Rose Massarutto

Chef Lilian Droghetti 17


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COMEMORAÇÃO

Centenário de Eduardo Fernandes Amigos e familiares celebraram os 100 anos de nascimento de Eduardo Fernandes, ex-diretor da usina Monte Alegre, que aconteceu no dia 3 de agosto. Confira os principais momentos nas fotos de Alessandro Maschio.

Cinira Maian, Dirce Fernandes Lacôrte e Israel Nobre Gil

Bruno, Eduardo e Carla Chamochumbi

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Maria Helena Guerra,Milta e Ary Silveira

Luis, Lucca, Mariana e Pedro Fortunato

Balú Guidotti e Lia Piccaluga

Bia, Lorenzo, Juliano e Manu Dorizotto


Monte Alegre

A Banda Sinfônica da Empem foi regida por Paulo Santos

Toninho e Maria Angélica Dorizotto

As filhas de Eduardo e Mariquinha: Maria Dirce, Maria Regina, Maria Aparecida, Maria Helena e Maria Luiza

Ana Lacôrte, Luiz Bevenutti, Celso e Paulo Lacôrte

Stéfano Sacchi, Luiz Eduardo, Vitor e Mariana Lacôrte

Ana Flávia, João Vitor e Ana Helena Guimarães

Angela e Carlito Viana

Hermes Petrini

Israel Nobre Gil, Dirce Lacôrte, Nelson e Adelina Pinotti, Dalva e Legardeth Consomagno, Mário Monteiro Terra

Luis Eduardo Lacôrte, Bruno Chamochumbi, Andréa Fernandes e Vitor Lacôrte

Pedro, Gisele e Ike Fernandes

Eudacil e Irandir Cardinalli

Paulo e Neyde Coelho, Bruno e Eduardo Chamochumbi, Ike, João e Cida Sérgio 19


Monte Alegre

MATÉRIA DA CAPA

Médico de família

Por Ronaldo Victoria Fotos: Alessandro Maschio

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ão 13h30 de uma quinta-feira calorenta e Luis Fernando Lima Nunes Barbosa, 38 anos, chega ao Centro Comunitário do Monte Alegre, onde está instalada a Unidade de Saúde da Família do bairro. Formado pela Faculdade de Medicina de Itajubá (MG), em 2001, com especialidade em medicina da família pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ele atende no bairro desde 2009. E vem mudando o jeito de consultar a população, ouvindo os pacientes, encaminhando para

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grupos laborais e promovendo sessões de acupuntura, em que também é especializado. Ele conta que olha seus pacientes de forma integral, analisando também a família e a história de vida. Quanto à recente polêmica do programa Mais Médicos, e a chegada dos colegas cubanos, é mais crítico. “Essa solução do governo federal é paliativa. É preciso uma política de saúde para que o médico se sinta estimulado a trabalhar nessas regiões e com uma perspectiva de carreira”.


Monte Alegre

Revista Monte Alegre - O senhor está há quanto tempo no Monte Alegre? Luís Fernando Lima Nunes - Estou desde 2009. É um bairro bom para se trabalhar. A gente não tem uma comunidade enorme, é pequena e não chega a 1.000 pessoas. E não trabalha com miséria. Aqui nós temos pessoas de diferentes níveis sociais.

de artesanato, antitabagismo. Quer dizer que a pessoa não vem ao médico só para comprar remédio? Como essa é uma Unidade de Saúde da Família, a gente tenta centrar a responsabilidade não no médico, mas na unidade. Todos têm a sua contribuição, e todos contribuem para a melhora da saúde dos pacientes. Como médico de atenção primária, tento não só focar na doença, mas enxergar o paciente de maneira holística, em sua complexidade.

Não existem casos de exclusão... Não, todo mundo tem a mínima condição de uma vida adequada. Com isso, fica mais fácil para trabalhar. Porque nem sempre a ‘Eu tento olhar o paciente população tem acesso. Muitas vezes de maneira integral. Ele o médico que trabalha na periferia precisa tratar a miséria. E tratar a tem uma história, uma miséria só com a medicina é difícil.

família, os seus medos, os seus desejos’

Como é esse olhar holístico? Eu tento olhar o paciente de maneira integral. Ele tem uma história, uma família, os seus medos, os seus desejos. A sua história de vida influencia na sua saúde, como ele enxerga determinados problemas de saúde.

Como o senhor enxerga a população do Monte Alegre? É politizada, sabe brigar pelas suas necessidades. Não é acomodada, sabe quem deve procurar. E o bairro consegue novas conquistas. O Centro Comunitário melhora cada vez mais, o bairro está mais bonito. É lento esse processo, mas vejo uma turma empenhada.

São comuns as queixas de que as consultas andam cada vez mais rápidas, que os médicos mal olham para os pacientes. Como fica isso? No Monte Alegre, essa é outra vantagem, porque a demanda não é enorme, e sim adequada. Então, eu tenho tempo de conversar com o paciente.

Seus pacientes também têm necessidade de atenção? Eu diria. Principalmente por ser um bairro com muitos idosos, a população precisa de atenção. As demandas em saúde mental acontecem neste sentido.

Quanto tempo dura sua consulta? Às vezes dura meia hora, às vezes 20 minutos. Eu sei do tanto que eu preciso para o paciente. Se eu precisar de mais tempo, eu tenho. Isso facilita.

Quais são as demandas em saúde mental? Ansiedade e depressão. Se pensarmos que 25% dos idosos têm depressão, esse número aqui também é grande. Esse é um dos problemas que mais me chamam a atenção. Então tento trazer essas pessoas não só para se medicar, mas para participar de alguns grupos. Temos grupo de lian gong (Prática corporal que previne e trata as dores no corpo e restaura a sua movimentação natural), outro de alfabetização de adultos. Já oferecemos grupo

Está nas primeiras páginas dos jornais que a demora nos PS fica em seis horas. Como melhorar a situação? Para o médico isso também é difícil. A demanda de prontosocorro é enorme, já que muitas vezes as USF (Unidade de Saúde da Família) e as UBS (Unidade Básica de Saúde) não estão absorvendo a demanda que é da responsabilidade delas. Uma dor de garganta, um resfriado, um problema ginecológico simples, essas doenças não são para estar no pronto-socorro.

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Monte Alegre

Teriam de ser atendidas pela Unidade de Saúde da Família? Todos os bairros têm USF e UBS. A diferença é que a USF é formada por um médico generalista, uma enfermeira, os agentes comunitários e os auxiliares de enfermagem. Nas UBS você tem um médico clínico, um ginecologista e um pediatra, mais auxiliares e enfermeira. Aí pode-se pensar: será que não é mais vantagem ter três especialistas em vez de um só? A diferença é que o médico generalista é capaz de resolver de 80% e 90% dos problemas e gerencia a saúde daquelas famílias. Em cada família, eu sei os problemas de cada um. Por que escolheu ser médico de família? Porque eu acredito que para se resolver os problemas de saúde do Brasil é preciso uma saúde pública forte. E acredito no modelo, acho que garante mais facilidade de acesso. Em que ponto da história da medicina brasileira o médico de família foi dado como ultrapassado? A nossa medicina tem influência da americana, centrada nas especialidades. A medicina geral comunitária, que deu origem aos médicos de família nas décadas de 70 e 80, praticamente ficou morta. Com a criação do Programa Saúde da Família, a figura do médico de família tornou-se importante de novo. Hoje se percebe mais a importância desse profissional no gerenciamento da saúde. O programa Mais Médicos colocou a sua profissão em foco. Como vê toda essa polêmica? Acho que não basta criar um programa como o Mais Médicos, trazendo médicos formados no exterior, e colocar essas pessoas onde faltam profissionais. A saída é você criar planos de carreira municipais, estaduais, federais, para que se atraia realmente e para que esses médicos se fixem naquelas regiões. Essa solução do governo federal é paliativa. É preciso uma política de saúde para que o médico se sinta estimulado a trabalhar nessas regiões e com uma perspectiva de carreira. Os cubanos não vão para onde os brasileiros não querem ir? Mas em que condições vão trabalhar lá? Vão ter chance

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de fazer saúde? Saúde não se faz só com médico. Faz também com enfermeiros, terapeutas, com a questão de habitação, trabalho, lazer, esporte. Teria de haver uma política global de saúde vinculada a outras políticas, de médio e longo prazos. Não foi um exagero ver brasileiros vaiando os médicos cubanos? Não sei dizer. O que acho é que foi criada uma política inadequada, empurrada ‘goela abaixo’ da população e da classe médica. Não se abriu para debate. Os conselhos não foram chamados. Não foram escutados os setores que representam os médicos. Se vai dar certo, vamos ver com o correr do tempo.... De qualquer maneira, o senhor já faz esse trabalho... Eu faço um trabalho parecido com o que esses médicos vão fazer nessas regiões mais longínquas. Não poderia fazer esse trabalho no Amazonas, por exemplo? Poderia trabalhar lá, mas não sei se teria as condições que tenho aqui em Piracicaba, com a estrutura que a cidade tem. Aqui eu tenho boas condições de trabalho para resolver os problemas de meus pacientes. Se o paciente tem uma patologia de complexidade maior, eu tenho para onde encaminhá-lo. O que o senhor aprende com os seus pacientes? O que a gente aprende é que não detém todo o conhecimento. Muitas vezes o médico se coloca numa posição de que é só ele que sabe tudo que é bom para o paciente. E não é verdade. Quando o médico passa a escutar mais o seu paciente, passa a entender melhor a patologia. Porque reflete toda a vida do paciente, a família, as experiências pessoais. Aí compreendo a sua história. Eu tento não impor o que eu penso, tento discutir com o paciente aquela doença. Se eu procurar impor um tratamento, a chance de fracasso é enorme. O senhor disse que há muitos pacientes com ansiedade ou depressão. Quais as principais causas? A baixa auto-estima, problemas de memória, piora na relação com a família e com a comunidade, isolamento social.


Monte Alegre

Dizem que a família está em crise. Isso também se reflete nesses casos? Existem novos modelos de família. Há novas composições, não é mais só aquele modelo de pai, mãe e filhos. Hoje têm avó, tios, todos no mesmo ambiente. Tem dois pais e filho, duas mães e filho. Mas o sentido de família ainda persiste. O senhor também trabalha com acupuntura? Também tenho especialização em acupuntura. E no Monte Alegre há uma excelente aceitação. As pessoas me procuram para tratar por acupuntura, principalmente para doenças musculares, ansiedade e depressão. Desde quando achou que seria médico? Desde criança, na fase do ‘o que você vai ser quando crescer?’, eu respondia ‘médico’. Meu pai é antiquário, minha mãe professora, e não sei por que sempre disse isso. Sempre pareceu para mim a coisa certa. Nunca tive dúvidas.

SÓ ELOGIOS AO DOUTOR Sandra Zen da Cruz, 50, dona de casa: “Ele é um médico

livrar do cigarro, essa droga inútil que me domina faz

maravilhoso e na verdade o considero mais como um

tempo.”

amigo que ganhei. É atencioso e presta atenção no que a gente fala. Eu faço acupuntura porque tenho LER (lesão por esforço repetitivo), causado pelo trabalho em casa.” Antonio Correia Leite, 66, aposentado: “Ele é um médico muito bom, dá atenção pra gente e não quer terminar a consulta logo. Eu vim trazer o resultado do meu exame de sangue periódico, porque tenho gastrite. Mas percebo

Célia Rita da Cunha Pereira, 50, dona de casa: “Dos médicos que passaram pelo Monte Alegre, ele sem dúvida é o melhor. Ele trata a gente com carinho e faz com que a gente se entregue ao tratamento. Estou com problemas de pressão alta e tenho seguido todas as recomendações dele.”

que estou melhor.”

Roseli Aparecida Tomaz de Oliveira, 52, dona de casa:

Eliana de Oliveira Jacinto, 45, dona de casa: “Apesar de

“Eu gosto muito dele porque a gente se sente à vontade

ele ser mais jovem que a gente, às vezes ele parece um

na consulta. Eu vim para fazer exame periódico de

pai, no jeito de falar, de se importar. Ele é também um

colesterol e diabete. Meu marido também vem e fala bem

ótimo psicólogo. Eu estou fazendo acupuntura para me

dele.”

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OJI PAPÉIS ESPECIAIS

60 anos produtivos

Fundada pelos Morganti, fábrica de papel chega a seis décadas como uma das mais importantes do país em seu setor Por Ronaldo Victoria Fotos: Alessandro Maschio e divulgação

O

nome atual é Oji Papéis Especiais, controlada por um grupo japonês. Mas já foi IPP (Indústria de Papel Piracicaba), Indústria de Papel Simão, Votorantim, Fibria. O que importa é que sempre teve a cara do Monte Alegre, onde está, firme e forte, apesar de tantas mudanças na economia, há 60 anos. Apesar de a data oficial de inauguração ser 24 de novembro de 1953, pela família Morganti, a comemoração de aniversário foi realizada em setembro, pois foi no último dia deste mês de 2011 que passou para o controle dos japoneses. Para boa parte da população do Monte Alegre, a fábrica de papel traz lembranças de um tempo de luta e de muito trabalho. E mostra também a resistência, pois se a usina se foi, ela continua. O aposentado Tiófilo Pereira Filho passou metade de seus 56 anos na indústria, onde trabalhou de 1978 a 2006. “Eu comecei como auxiliar de expedição, aquele que coloca as bobinas de papel no caminhão”, lembra. Pereira ficou neste trabalho pesado apenas dois anos. Era um tempo bem diferente, em que tudo era feito manualmente e a fábrica tinha apenas quatro veículos para o transporte, que iam para o porto de Santos. “Era para a exportação, e a maioria ia para o Irã e o Iraque. Tinha poucos caminhões para o transporte, mas o número era suficiente, porque a produção era pequena se comparada com a de hoje”, conta. Passada essa fase, ele foi ajudante de rebobinadeira, onde ficou mais dois anos. Na maior parte de sua passagem pela fábrica – que era Guatapará, do Grupo 24

Fábrica iniciou suas atividades, em 1953, produzindo papel a partir do bagaço da cana

Silva Gordo – foi operador de máquina. Pereira passou também pela fase da IPP (Indústria de Papel Piracicaba), Grupo Simão e Votorantim. “Os chefes mudavam, mas a


Monte Alegre

Tiófilo Pereira Filho passou metade de seus 56 anos na fábrica, onde trabalhou até 2006

gente sentia estabilidade no emprego, Tanto que fiquei quase 30 anos”, explica. Para ele, o que dá saudade é do contato com os colegas de trabalho. “O tempo foi passando, a gente vai ficando mais experiente na máquina e acaba ensinando o trabalho para os mais novos. Eu sempre ficava feliz de ensinar um menino ansioso que queria aprender o serviço”, afirma. IMPORTANTE PARA O BAIRRO Também aposentado, Fortunato Sunhiga, o Renato, trabalhou na fábrica por dez anos, de 1983 a 1993. Ele atuava no setor chamado cozinha de revestimento, onde se fabrica a tinta para o papel autocopiativo. “Eu era encarregado deste setor e recebia taxa de insalubridade porque trabalhava com produtos químicos”, lembra. Sunhiga, que se aposentou ao sair da fábrica, conta que o ambiente de trabalho era bom. “Eu nunca tive problemas com rixas. Ao contrário, tenho saudade do serviço, que não era de rotina, sempre mudava. E também dos amigos que lá deixei”, destaca. Ele acrescenta que a fábrica sempre foi muito importante para o bairro. A empresa doou R$ 56.500 para o Centro Comunitário, que era presidido por ele, logo que se aposentou. “E com esse dinheiro a gente pode construir o posto médico”. Embora nunca tenha trabalhado na fábrica de papel – ele foi durante muitos anos funcionário da usina -, José Luiz Tonin, que tem um enorme arquivo fotográfico sobre o Monte Alegre, reconhece a importância dela para o bairro. “É importante porque está aí até hoje, passando por tantas mudanças. Até mesmo o papel mudou, antes

era do bagaço de cana, hoje é moderno”, lembra. Tonin destaca que a produção de hoje inclui, por exemplo, comprovantes de cartões e de loteria. “Eu já fotografei a fábrica, mas nunca o interior. Eu continuo fotografando o bairro, mas agora de outro jeito, me adaptei à máquina digital”, conta. COMEMORAÇÃO A Oji preferiu lembrar a data de forma discreta ao longo de setembro. Foi uma programação interna, transmitindo aos funcionários noções de excelência, sustentabilidade, integridade e sinergia. Cada tema foi abordado durante uma das quatro semanas. Mas a programação não teve caráter apenas expositivo, e sim foi criada em forma de gincana, com a participação de equipes dos vários setores da empresa. Na primeira semana foi abordada a excelência. Na atividade, cada equipe preencheu um formulário, destacando os resultados positivos de cada setor durante o ano. As outras semanas tiveram como destaque sustentabilidade (ações para evitar desperdícios), integridade (com Diálogo Diário de Segurança) e sinergia, em que os profissionais de cada setor falaram sobre sua área de trabalho, aumentando a interação entre a equipe. A capacidade atual de produção da empresa é de 177 mil toneladas por ano, sendo os principais produtos os papéis térmicos (para fax, etiquetas auto-adesivas e código de barras), bobinas de PDV (para cupons fiscais e comprovantes de cartões de débito ou crédito), papéis autocopiativos para formulários contínuos e couchê para revistas e material editorial. 25


Monte Alegre

EVENTO

De portas abertas Casa do Marquês realiza café da manhã para moradores do Monte Alegre e mostra proposta de valorização do espaço e da memória do bairro e da antiga escola que funcionou no local. O evento aconteceu no dia 28 de setembro. Confira as fotos de Gustavo Pavilha.

Moradores e ex-alunos confraternizaram

Antonio e Maria Blanco

Antonio e Rudy Lamers, Luciana Vital e Celina Franco

Edna Ronco, Antonio Blanco, Francisco, André e Felipe Delgado

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Erika Porto e Erica Speglich

João Milanez, Fortunato Sunhinga e Wanda Bullo


Monte Alegre

Ex-alunos da escola

Chef Lilian Droghetti preparou o café da manhã

Vanesca Quadros, Wilson Millanez, Dionete Ronco, José Millanez e Hélio Michelon

Lorenzo, Juliano e Manuela Dorizotto

Monica Cabello de Brito e Klaus Duarte Barreto

Edna Ronco, Benair Dias, Dionete Alencar, Vlamir e Vanderléia Ferreira

Gisele Tobaldini, Eliana Jacinto, Célia Pereira e Joana Longo

Klaus Duarte Barreto e Paulo Heise

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Monte Alegre

ARTIGO

O milagre de um poema FENIX.. Renascer não é nascer! é ter ardido no FOGO da alma, da mente, e do corpo feito cinzas. ...é ter se deixado levar pelo AR, pela brisa.

Mergulhado em ÁGUAS profundas, e emergido sem mágoas, sem trevas, limpa. E novamente ter se misturado à TERRA, feito barro, secado e...voltado. (Maria de Fátima Rodrigues, 19/12/2008)

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Rê Fernandes refernandescor@uol.com.br

miga piracicabana, Maria de Fátima Rodrigues, insistia pela internet que eu lesse seu pequeno poema falando da Fênix. Sua imensa sensibilidade, coisa que se revela em todas as formas humanas de comunicação, já havia captado pelo meu silêncio virtual que eu não andava bem. Estando submetida a uma nova série de quimioterapia, para tratar um resquício de câncer de ovário, lá estava eu, novamente enredada por alguns efeitos colaterais e, o pior deles, a insegurança mesclada com momentos de medo e angústia.

dizendo que eu perdoasse todas as pendências, essa era

Nesses últimos dois anos e meio, já fui brindada com grandes milagres, reais e ‘internéticos’. O primeiro e maior deles justamente começou com um e-mail, sinais desses tempos modernos. Uma grande amiga portuguesa, a Ana Paula, escrevia na noite do dia 13 de maio de 2011, diretamente de Basílica de Fátima, revelando que acabara de sentir que, a partir daquele momento, minha cura havia começado. Quase que simultaneamente apareceu outra mensagem religiosa,

Logo em seguida, outro grande amigo piracicabano,

a melhor forma de se iniciar uma cura! Tomada de grande emoção, acordei o meu exmarido, que estava em casa para ajudar no meu tratamento. Trocamos palavras de perdão e carinho, choramos juntos, rezamos para que a doença, que estava muito grave, retrocedesse. Curiosamente, já no dia seguinte, os efeitos daquela quimioterapia muito forte começaram a ser reduzidos e eu comecei a me sentir mais forte.

sábio e profundamente religioso, o Bisson, me telefonou contando que, naquela mesma noite de 13 de maio, ele e seus companheiros de fé tiveram uma visão de Nossa Senhora de Fátima, avisando que a partir daquele momento ela estaria cuidando da minha cura! O que mais me impressiona e me alegra hoje é contabilizar os amigos e familiares de diversos credos


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e atividades terapêuticas dispostos a me ajudar. O excunhado querido, grande psicanalista carioca, Oswaldo Guimarães, que, além de me visitar quase diariamente, me providenciou uma terapeuta maravilhosa que se dispunha a me atender em casa! Filhas mobilizadas, a filha médica se desdobrando pelas internações, amiga da outra filha me aplicando Reiki! Outra amiga, a Lucky, trazendo os passes espíritas com seu grupo de orações. Reforcei meu catolicismo com o apoio da vizinha Adélia. Minhas irmãs Cida, Maria Helena, Dirce, e Maria Luiza se desdobrando em cuidados. Maria Luiza deixou Brasília para passar um tempo, cuidando de mim e da casa. Os amigos a chamavam de Fraulein, pois às vezes ela explicava que eu não estava em condições de falar ao telefone. Maria Helena vinha se São Paulo disposta a me fazer rir e sempre conseguia. A prima Yara e a prima Cecília reapareceram na minha vida! Sobrinhos queridos, Bruno, quase um filho, e sua Carla querida, indo e vindo em meio a tanto trabalho! Mai, Ari, Marina e tantos outros sobrinhos queridos sempre aparecendo! Minha enteada, a Dionéia querida, e a quase filha italiana, Lívia, sempre me escrevendo. Lídia, grande amiga italiana e seu marido Mauro, sempre trazendo novidades curativas que encontram pelo mundo. A última que trouxeram da Índia é a garrafada de xixi de vaca! Tomo tudo! Meus amigos de fé Raul, Carole, Elisa, Fátima Fafi e Marisa, amiga de infância sempre, de uma forma ou outra, têm estado ao meu lado. E por incrível que pareça, ao de fato me separar do marido, sinto-me profundamente só embora saiba que a separação é necessária até para a minha cura. Fico pensando nas pessoas mais sós do que eu, gostaria de poder fazer algo por elas! Fiz unção dos enfermos e aprendi com minha irmã Cida a benzer a água via o Programa do Pai Eterno. Quando melhorei, fui até Trindade no coração de Goiás! O milagre aconteceu, apenas três séries de quimioterapia pesada permitiram a realização da cirurgia que foi um sucesso. As biópsias revelaram a remissão da doença nos lugares afetados. Ainda fiz mais três séries depois. Aí é que começaram os sintomas mais

difíceis de enfrentar: A depressão e o medo já relatados em artigo anterior desta revista. Aí entravam os amigos com inúmeras sugestões, as quais eu procurava acatar. Dança, escrita, mandalas (sugestão da Zazá Neder) que depois trabalhei com minha amiga terapeuta junguiana Monika Cabral. Isso tudo sem custos, uma verdadeira corrente de ajuda! Assim, a fase pior passou, graças a Deus e a tanto amor! Tecnicamente baixei do estadiamento 4 para o 2 por conta de um linfonodo afetado que está mantido nesse esquema de controle do tratamento e pelo qual continuo rezando pela cura total que será o estadiamento 1. Fiz uma cirurgia espiritual num conceituado Centro Eclético Espírita, O Tupiara do Dr. Bezerra de Menezes até já visitado pelo para João Paulo 2º. quando no Brasil, que invoca Jesus e Nossa Senhora, além de médicos, anjos, santos e mentores espirituais. Essa cirurgia me trouxe o enorme benefício de me tirar uma tristeza profunda. E acredito estar me curando também de tudo! Passei com minha terapeuta, Claudia Couto, pelo processo da Cura Reconectiva e fiz a Reconexão, criada por Eric Pearl, um método de acesso a novas energias disponíveis na Terra hoje. Faço ainda a Cura Prânica que tem clínica social em Botafofo e, após a sessão de cura, faz a Meditação dos Corações Gêmeos orando por toda a humanidade. Na verdade, disso tudo, devo lembrar que todos os processos que operam milagres o fazem exclusivamente através do AMOR! É por isso que hoje escrevo este artigo dedicado e agradecido à minha amiga Maria de Fátima. Desta vez, o milagre se deu por meio do seu singelo poema, insistentemente ofertado a mim pela Internet e tomei a liberdade de publicá-lo aqui. É através dessas manifestações de AMOR que os verdadeiros milagres acontecem. Amém!

Re Fernandes é piracicabana, mora no Rio, é artista multimídia, designer, professora e pesquisadora das linguagens artísticas. É autora do livro Da Cor Magenta – Um Tratado Sobre o Fenômeno da Cor e Suas Aplicações, pela editora Synergia, RJ.

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Monte Alegre

RESIDENCIAL MONTE ALEGRE

De olho no futuro Presidente da Associação dos Moradores fala dos planos e perspectivas do condomínio

Foto: Alessandro Maschio

Erick Gomes cumprirá mandato de dois anos

E

leito em março para a presidência da Associação dos Moradores do Condomínio Monte Alegre, o administrador de empresas Erick Gomes conta que nestes sete meses vem tendo uma gestão tranquila. “São apenas dois anos de mandato, passam depressa”, conta. O que não faz com que fique parado. Afinal, segundo ele, o condomínio vem passando por importantes transformações. “Hoje nós temos aqui aproximadamente 80 residências já construídas, mas, quando ficar completo serão 280 casas, o que muda bastante de figura”, afirma. Por isso, a preocupação dele é com essa mudança, que deve acontecer num prazo estimado de dez anos. E nisso ele toca num ponto específico: a dificuldade que os moradores têm atualmente em contratar funcionários para trabalhos domésticos. Parece pouco, mas ele garante que não. “Se cada morador tiver uma empregada, são 80 pessoas que precisam de transporte para chegar até aqui. E hoje a prefeitura coloca poucos ônibus nos horários de pico. Já está complicado e, se isso não aumentar, eu calculo como ficará quando o condomínio estiver completo”, destaca. De acordo com a Semuttran (Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes), atualmente o Monte Alegre é servido por uma linha que passa pelo bairro de uma em uma hora. Nas primeiras horas do dia, circulam carros às 5h35, 6h30 e 7h30. “Já entramos em contato com a prefeitura para que haja um reforço nesses horários de

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pico, pois o trabalhador entra às 7h, 8h, e não tivemos retorno”, comenta. Ao mesmo tempo, ele lembra que a colocação de asfalto foi até o Aeroporto Pedro Morganti, não entendendo por que não foi ampliado até o bairro. Fora isso, Gomes conta que não tem enfrentado maiores problemas. “Estou mais sossegado porque estou sucedendo uma administração bem planejada pelo Marco Antonio Guidotti, que fez um excelente trabalho”, diz. Em relação a questões estruturais, ele diz que tem dado prosseguimento a questões já aprovadas em assembléias anteriores, como a nova academia de ginástica, a implantação de uma central de serviços unificada e a construção de uma pista de skate. O administrador de empresas mora há três anos no condomínio, e conta que não se arrepende da decisão de comprar o lote. “Como todo lugar, tem seus prós e os contras. O bom é essa tranquilidade e a segurança que sentimos, o que não tem preço. A desvantagem é que ainda somos vistos como um pedaço distante de Piracicaba”, define.


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BOA RECEITA

Talharim com shitake Domingo é dia de ‘pasta’! Então, escolha o melhor domingo no calendário e prepare essa receita requinta e, ao mesmo tempo, simples de fazer. Bom apetite!

Ingredientes

Preparo

500g de talharim

Cozinhe o macarrão em água fervente com sal. Depois, escorra e acrescente 1 colher (sopa) de manteiga, misturando bem. Em seguida, polvilhe com metade do queijo ralado e reserve (tampado). Refogue o shitake e a salsinha em 2 colheres (sopa) de manteiga e acrescente o creme de leite. Junte o macarrão e polvilhe o restante do queijo. Sirva em seguida. r, e preferi Rendimento: 4 porções Dica: S o ir substitu poderá a m Fonte: Sierra. s pela me shitake e d ade quantid im sh eji.

Sal a gosto 3 colheres (sopa) de manteiga 150g de queijo ralado 200 g de shitake 2 colheres (sopa) de salsinha bem picada 3 colheres (sopa) de creme de leite


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ARTIGO

Boa nutrição começa no útero P

ara escrever sobre nutrição infantil, é imprescindível abordarmos o nosso desenvolvimento fetal e a importância que a nutrição materna tem para o desenvolvimento do bebê, inclusive predispondo-o a enfermidades crônicas e severas que serão manifestadas na vida adulta. Já é sabido que alguns hábitos durante a gestação podem tornar o organismo em desenvolvimento mais suscetível a doenças como a diabetes, Alzheimer, câncer, psoríase, entre outras. Portanto, é fundamental sabermos que a nutrição do indivíduo começa no útero materno, o que podemos denominar de modulação genética. Após o nascimento, desde a primeira mamada, o contato da mãe com o bebê é de fundamental importância para a

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Marcela Mello mmello@mmello.com.br

formação, inclusive, da personalidade da criança. O leite materno é o principal e único alimento que deve ser ofertado nessa fase, porém é importante citar que os alimentos que compõem a dieta é que darão substratos para a formação do leite, fato que justifica a necessidade da ótima qualidade da nutrição da mãe. Na primeira infância, os hábitos serão estabelecidos e concretizados. As crianças apenas aprenderão, copiando as atitudes dos adultos que têm como referência. Portanto, é responsabilidade dos pais e de quem convive com ela dar os melhores exemplos. Um erro clássico é adicionar açúcares ao alimento infantil. Partindo do pressuposto de que a criança ainda não conhece o sabor doce, é completamente desnecessária a oferta, pois se


ela não provou, não tem como parâmetro o sabor do alimento. Dessa maneira, o alimento deve ser dado de forma natural para que a criança conheça de fato seu sabor e tenha a liberdade de escolha. Os piores agressores para o organismo em formação são os aditivos alimentares como conservantes, edulcorantes, nitratos, açúcar refinado e moléculas que não fazem parte da natureza biológica. Um erro muito constante, e que é extremamente prejudicial, é a precoce exposição à cafeína. Sendo um estimulante, ela não deve ser oferecida ao organismo até a fase da adolescência, pois contribui para casos recorrentes de agitação, falta de sono e estresse pelo aumento do cortisol. Os fast-foods devem ser restringidos ao máximo na dieta de todo e qualquer infante por conter aditivos químicos tóxicos e com potenciais cancerígenos. Os órgãos em formação necessitam não apenas de energia (caloria), mas prioritariamente de nutrientes contidos em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, sementes, leguminosas, oleaginosas, entre outros. A organização prévia conta muito na hora da manutenção da saúde no prato, pois a pressa e o imediatismo nos levam às piores escolhas. Na lancheira, sempre envie frutas e alimentos que darão suporte à atividade cerebral, como um bolo de farinha integral e castanha, por exemplo. Fazer gelatina de agar-agar também é uma excelente opção em lugar da gelatina rica em corantes artificiais. Lembrese sempre que os alimentos refinados como o trigo e o açúcar causam dependência. Vamos prestar mais atenção à maneira como nutrimos nossas crianças! A fase de crescimento e desenvolvimento é determinante para toda a vida. Portanto, a responsabilidade pertence a quem oferece o alimento, e não à criança, descabida de conhecimento, que a aceita. Marcela Mello (CRN 3 28.272) é nutricionista e atende em seu consultório na rua Maria Tarsia, 399, Jardim Elite. Fones: 3375-2008 e 3375-2009


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TURISMO

s i o ad Romance e dicas para um casamento perfeito na ilha

Fotos: Divulgação

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les preferem não comentar muito, elas falam com entusiasmo. Apesar das diferentes formas de encarar o grande dia, a verdade é que tanto os homens quanto as mulheres desejam que a cerimônia de casamento seja inesquecível. Esse é justamente um dos motivos que tem levado cada vez mais casais a eleger a charmosa Aruba como o cenário ideal para selar a união. Entre um pôr do sol deslumbrante e um mar azul-turquesa, o tão esperado “sim, eu aceito!” ganha status de conto de fadas. A ilha, localizada no norte da Venezuela, mantém o clima a agradáveis 28ºC quase todo o ano, está fora da rota de furacões e conta com paisagens incomuns. Essas características naturais de Aruba dão aos noivos a oportunidade de ter o casamento dos sonhos em qualquer mês do ano. A essa vantagem, soma-se ainda a infraestrutura disponibilizada, que vai de profissionais competentes, que estão dispostos a transformar Aruba no palco perfeito para o casal celebrar a união, à grande oferta de resorts

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totalmente equipados para receber os noivos. Tradição e contemporaneidade também dividem espaço nas cerimônias realizadas em Aruba. O delicioso bolo preto, servido a cada convidado, ainda permanece em diversos casamentos como forma de desejar felicidade aos noivos. A música que embala a noite também segue essa lógica, já que tanto a tradicional valsa arubana quanto o som de DJ’s estão na playlist. Safáris, festas à beira-mar e despedidas de solteiros. Aruba abriga inúmeras histórias, que vão da sofisticada noiva que chega a bordo de um iate, ao inusitado ‘sim’ em um mergulho; ou ainda a opção de eleger uma das pequenas ilhas para um casamento intimista. Outra vantagem que Aruba proporciona é a possibilidade de casamentos civis, que são realizados no Civil Town House. O cerimonialista tem o conhecimento e os contatos necessários para tornar esse processo rápido. Seja um casamento com o pé na areia ou uma cerimônia com toda pompa, a ilha está preparada para atender a todas as demandas.


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A ILHA Com 110 mil habitantes, a ilha de Aruba, no Caribe, é conhecida por suas águas claras e areia branca. Oferece uma infraestrutura completa de lazer, com 28 hotéis e resorts ao longo da costa oeste, spas, campos de golfe - sendo um profissional com 18 buracos, cassinos, além de gastronomia internacional variada e diferentes opções de compras. Atividades para toda a família estão disponíveis em terra firme, com passeios e visitas pela ilha, e também na água, com mergulho em seu mar cristalino e esportes aquáticos. Turistas brasileiros não precisam de visto para entrada no país.

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CULTURA

Primeiro domingo Projeto leva música de qualidade ao bairro todo primeiro domingo do mês

Por Ronaldo Victoria Foto: Gerson Ribeiro

As cantoras Pa Moreno e Sandra Rodrigues se apresentaram em setembro

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epois do sucesso na estreia do projeto Primeiro Domingo, que aconteceu em 1º de setembro, a programação se repetiu no dia 6 de outubro, com a mesma receita: música de qualidade, feita por grupos piracicabanos. A programação desta vez começou de manhã, com a apresentação do Quarteto de Cordas da Empem (Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle) no interior da capela de São Pedro do Monte Alegre. A música prosseguiu no entorno da igreja, com o Sincopado Samba Jazz e o grupo de choro Água de Vintém, no período da tarde “A primeira edição foi muito boa, com a participação da cantora Pa Moreno, que fez um medley de Led Zepellin e despertou a atenção de um público mais roqueiro. Depois veio a Sandra Rodrigues, que se dedica ao samba e à MPB. Então, achei muito interessante essa mistura de públicos que tivemos. Sem contar com a beleza do canto gregoriano da Empem na capela”, conta Meri Didone, coordenadora da MovimentAção Cultural, da Secretaria Municipal de Ação Cultural.

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Meri conta que o interesse pelo Primeiro Domingo vem crescendo. “Tem muita gente da classe artística se inscrevendo e eu já começo a fechar o mês de novembro, por conta dessa procura”, conta. O projeto começou a tomar forma em junho, quando a Ação Cultural realizou um fim de semana com atrações culturais, que teve o nome de 1º Movimento Cultural Monte Alegre. Ainda não havia, à época, uma periodicidade definida, mas o bom retorno dessa primeira realização fez com que desse origem ao Primeiro Domingo. O projeto também conta com apoio do Centro Comunitário do bairro. De acordo com Meri, o objetivo da Ação Cultural é fazer com que, no médio prazo, o Monte Alegre não seja apenas um pólo de turismo contemplativo, mas também pólo cultural da cidade.


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Doutoresheróis

Por Ronaldo Vitoria ronaldo@mbmideias.com.br

Eles estão na ordem do dia no Brasil, com toda a discussão sobre o programa Mais Médicos. E nunca saíram de cena no cinema mundial. Essa seleção especial também comemora o Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro.

Diários de Motocicleta – Um jovem médico e um estudante de medicina (que viria a se tornar o Che Guevara) percorrem boa parte da América do Sul e vão trabalhar numa colônia de leprosos no Peru. Patch Addams – Interpretado por Robin Williams, Patch é um médico depressivo que se interna numa clínica, onde testa sua teoria da ‘risoterapia’. E acaba criando o Doutores da Alegria.

Doutor Jivago – A Revolução Russa, de 1917, serve de pano de fundo para a história de um médico idealista, vivido por Omar Shariff, dividido entre a esposa aristocrata e uma enfermeira ‘plebeia’.

Um Golpe do Destino – Jack McKee (William Hurt) é um médico rico e bem-sucedido. Até receber um diagnóstico de doença grave. Então começa a ver hospitais, exames e consultas sob outra perspectiva.

O Homem Elefante – Conta a história original de John Merrick, inglês com uma terrível deformidade e conhecido pelo apelido. Ele é resgatado das ruas por um médico atencioso vivido por Anthony Hopkins.

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Monte Alegre

VITRINE

Pendente triplo R$ 1.377,88

Cor& Metal

Acabamento metálico ou uma peça colorida? As duas versões estão em alta quando o assunto são luminárias e pendentes. A Tyg tem opções capazes de agradar aos estilos de A a Z. Escolha a sua!

Pendente metálico R$ 900,90

Pendente Otto retangular R$ 471,45

Pendente Party trilho R$ 758,42

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Basin Branco – Ouro R$ 690,50

Onde encontrar: Arte Luz – avenida 31 de Março, 1960 – Piracicaba Fone: (19) 3422-6822 – www.arteluzpiracicaba.com.br


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Showroom

ARTELUZ

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Nilo Belotto

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av. 31 de março, 1960 – piracicaba | arteluzpiracicaba.com.br | 19 3422.6822


ANOS

FAZENDO UM PAPEL ESPECIALMENTE PARA VOCÊ.

Em setembro a OJI comemorou mais um aniversário em Piracicaba. É um orgulho estar com você dia a dia, construindo uma história de respeito e sucesso.

O nosso papel é estar com você!


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