Museu Oscar Niemeyer em Revista

Page 1

MUSEU OSCAR NIEMEYER EM REVISTA

www.museuoscarniemeyer.org.br

Ano 4 - Nº. 13 - Março de 2010

Guayasamín Mostra do artista equatoriano fica em exposição até julho de 2010 Exhibition of the Ecuadorian artist until July 2010


expediente MUSEU OSCAR NIEMEYER EM REVISTA MUSEU OSCAR NIEMEYER / THE OSCAR NIEMEYER MUSEUM Secretária Especial do Estado do Paraná / Special Secretary of the State of Paraná Maristela Quarenghi de Mello e Silva Assessoria Especial / Special Assessment Vera Regina Maciel Coimbra Assessoria Jurídica / Legal Assessment Isabel Cristina Storrer Weber Comunicação / Communication Maria Tereza Boccardi Planejamento Cultural / Cultural Planning Ariadne Giacomazzi Mattei Manzi, Marcello Kawase, Rebeca Gavião Pinheiro e Sandra Mara Fogagnoli Acervo e Conservação / Collections and Conservation Suely Deschermayer, Humberto Imbrunisio e Ricardo Freire Museologia / Museology Karina Muniz Viana e Vanderley de Almeida Ação Educativa / Educational Action Rosemeri Bittencourt Franceschi, Sirlei Espindola e Solange Rosenmann Documentação e Referência / Documentation and Reference Iolete Guibe Hansel Administração / Administration Tatiana Maciel Passos Tizzot Segurança / Security Palminor Rodrigues Ferreira Júnior SOCIEDADE DOS AMIGOS DO MON – MUSEU OSCAR NIEMEYER ASSOCIATION OF MON’S FRIENDS – THE OSCAR NIEMEYER MUSEUM Presidência / Chairman Cristiano A. Solis de Figueiredo Morrissy Diretoria Administrativa e Financeira / Administrative and Financial Director Elvira Wos Infraestrutura / Infrastructure Denise Caroline de Almeida COORDENAÇÃO GERAL Rebeca Gavião Pinheiro REDAÇÃO Editora-Chefe: Melissa Castellano Reportagem: Caroline Bond, Denise Ribeiro, Flora Guedes e Jaqueline Tiepolo Projeto Gráfico e Diagramação: Celso Arimatéia Revisão: José A. Sensi Tradução para o Inglês: Silmara Oliveira Fotografia: Acervo do Museu Oscar Niemeyer, Cadi Busatto, Divulgação, José Gomercindo e Marcello Kawase Produção e Edição: Projeto Comunicação -- (41) 3022-3687 www.projetocomunicacao.com Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Museu Oscar Niemeyer. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização. Para sugestões e críticas, escreva para nós: redacao@projetocomunicacao.com Tiragem: 20.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 115 g (miolo) Impressão: Maxigráfica Museu Oscar Niemeyer Rua Marechal Hermes, 999 -- Centro Cívico CEP 80530-230 -- Curitiba (PR) -- Tel.: (41) 3350-4400 / Fax: (41) 3350-4414 www.museuoscarniemeyer.org.br Série “Pentágono”

PRONAC 08-8683


editorial

Revista traz novidades em 2010 A primeira edição de 2010 da Revista do Museu chega com muitas novidades para você! Para quem gosta de arte e quer ficar por dentro do que acontece de mais importante, criamos a seção Pelo Mundo, que traz informações de exposições significativas que estão sendo realizadas pelo mundo afora. No Brasil, o destaque fica por conta da tradicional Bienal de Arte, que acontecerá em São Paulo, de setembro a dezembro. Neste número, antecipamos com Agnaldo Farias, um dos curadores-chefes, alguns detalhes de como será a Bienal, que terá como título a frase “há sempre um copo de mar para um homem navegar”, do poeta Jorge de Lima. Já o tema principal do evento pretende estabelecer uma relação entre arte e política. Da arte para o design, também antecipamos como será a Bienal Brasileira de Design 2010, que será sediada em Curitiba, entre setembro e outubro. O MON estará entre os diversos espaços expositivos a serem utilizados. Este grande evento será promovido em parceria entre o Centro de Design do Paraná, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o Movimento Brasil Competitivo. E neste universo de arte, criatividade, sonho e sensibilidade, não poderíamos deixar de lembrar a passagem do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março. Para marcar a data, escolhemos falar sobre Niki de Saint Phalle, que foi uma mulher à frente de seu tempo e fez parte de importantes grupos artísticos internacionais. Enquanto isso, no Museu Oscar Niemeyer, continuamos perseguindo a meta de exibir uma programação de alto nível para todo o público. Aqui, contamos um pouco sobre as novas exposições que entram em cartaz, como do equatoriano Guayasamín e da finlandesa Eeva-Liisa, além de trazer conteúdos sobre outras importantes mostras já em exibição, como do espanhol Joaquín Sorolla e do arquiteto modernista Le Corbusier, e sobre os belos exemplares de azulejos de Portugal. Sinceramente, esperamos que apreciem e desejamos a todos boa leitura! Museu Oscar Niemeyer

Magazine innovations in 2010 The first issue of the Museum’s Magazine in 2010 has many attractions to you! If you like arts and want to know about the most important artrelated happenings, you’ll find in “Around the World” information about significant exhibitions worldwide. In Brazil, special regard to the traditional Art Biennial of Săo Paulo, which will be held from September to December. In this issue, we anticipate some details of how the exhibition will be with Agnaldo Farias, one of the chief curators. The event will have the title “there’s always a glass of sea for a man to navigate”, of poet Jorge de Lima, and its main theme establishes a relation between art and politics. From art to design, we also anticipate how the Brazilian Biennial Design Exhibition 2010 will be, which will occur in Curitiba, in September and October. The Oscar Niemeyer Museum is one of the several places selected for this exhibition. This fantastic event is a result of the partnership involving: Centro de Design do Paraná (State Design Center), Federaçăo das Indústrias do Estado do Paraná - Fiep (State Federation of Industries), the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade and Movimento Brasil Competitivo (nongovernmental organization that promotes competitiveness and productivity). And, in this universe of art, creativity, dream and sensitivity, we could not forget the International Women’s Day, celebrated on March 8. For this reason, we’ve chosen to speak about Niki de Saint Phalle, a woman well ahead of her time and who participated in important international artistic groups. In the meantime, we keep our goal of offering high-level attractions to everyone at the Oscar Niemeyer Museum. In this issue, we give a brief overview of the upcoming exhibitions, such as those of Ecuadorian Guayasamín and Finnish Eeva Liisa, and contents about other important exhibitions that are taking place now, such as those of Spanish Joaquín Sorolla and Modernist architect Le Corbusier, and about the beautiful ceramic pieces of Portugal. We really hope you like this issue. Enjoy your reading!

3 Março 2010

Oscar Niemeyer Museum


Março 2010

44 Figures and Patterns - This exhibition shows the tilework made in Portugal from the 16th century to the present days and its correlation with the Arabian culture

42

A produção azulejeira portuguesa do século 16 aos dias de hoje e sua correlação com a cultura árabe pode ser vista na exposição “Figuras e Padrões”

Figuras e Padrões

Sorolla - The visitors of MON saw 39 paintings of this Spanish artist

38

O público que visitou o MON conheceu 39 trabalhos do artista valenciano

Sorolla

Biennial Design Exhibition - Curitiba, the capital of Paraná, promotes the event that promises to show the best nationwide production

30

Capital paranaense sedia evento que promete receber o melhor da produção nacional

Bienal de Design

Le Corbusier - MON showed around 120 original works of Le Corbusier (1887-1965), one of the most important architects of the 20th century

22

O MON apresentou cerca de 120 obras originais Le Corbusier (1887-1965), um dos mais importantes arquitetos do século 20

Le Corbusier

Museum Art Collections - Learn about the acquisition process of art works for the Oscar Niemeyer Museum’s collections

16

Conheça o processo de aquisição de obras para o acervo do MON

Acervo

Eeva-Liisa Isomaa - From March 4 to June 31, 2010, the Oscar Niemeyer Museum will open its doors to Finnish artist Eeva-Liisa Isomaa

6

De 4 de março a 31 de junho de 2010, o MON abre as portas para a arte da finlandesa Eeva-Liisa Isomaa

Eeva-Liisa Isomaa

Guayasamín - Exhibition of the Ecuadorian artist until July 2010

Mostra do artista equatoriano fica em exposição até julho de 2010

Guayasamín

índice

44


Bienal de São Paulo

64

Não perca as exposições que vêm por aí

68

Descubra os detalhes dos espaços expositivos do MON

Exhibition Openings — See the exhibition openings at the Museum

Confira as aberturas das exposições apresentadas no Museu

Acontece

Inside the Museum — See the details of the Museum’s exhibition areas

Por dentro do Museu

Around the world

66

Um giro por exposições que acontecem pelo mundo

Um pouco de cada

Check the upcoming attractions at MON

Programação

Educational Action - See what MON makes to place art increasingly closer to the population

58

Conheça o que o MON faz para aproximar cada vez mais a arte da população

Ação educativa

50

Março 2010

Conheça a trajetória da artista francesa

Niky de Saint Phalle - Learn about the life and career of this French artist

46

Niky de Saint Phalle

Biennial of Săo Paulo - The largest contemporaneous art exhibition of Latin America promises many surprises for its 29th edition, from September 21 to December 12, in Săo Paulo

Maior mostra de arte contemporânea da América Latina promete muitas surpresas para a 29ª edição, que acontece de 21 de setembro a 12 de dezembro na capital paulista

índice 70

5


mostra

Mostra de artista equatoriano fica em exposição até julho de 2010

Março 2010

6 “Ternura”


MON recebe “Guayasamín,

Uma América Pintada” Depois de passar pelo Rio de Janeiro, em 2007, e por São Paulo, em 2008, e de ter percorrido também países como Estados Unidos, Argentina, Equador e China, obras do artista equatoriano Oswaldo Guayasamín chegam em março ao Museu Oscar Niemeyer para integrar a exposição “Guayasamín, Uma América Pintada”. A exposição conta com 70 obras originais do artista feitas a partir de diversas técnicas, como aquarelas, óleos sobre tela, acrílicos sobre telas e mais 30 desenhos feitos com tinta sobre papel. Todas elas juntas cobrem cerca de 60 anos de trabalho plástico do artista e pertencem às séries “Caminho do Pranto”, “A Idade da Ira” e “Ternura”, além de suas naturezas mortas, paisagens e retratos. São obras que têm como tema central a condição humana, e representam a oposição às ditaduras, aos abusos e às agressões dos poderosos países imperialistas, a opressão do povo e a luta pela integração latinoamericana. Olhos, lágrimas, dentes e ossos chamam a atenção daqueles que observam suas obras. De acordo com Pablo Guayasamín, filho de Oswaldo e um dos diretores da Fundação Guayasamín – criada pelo artista em 1976, a obra de seu pai reflete um compromisso com o progresso social e a luta do povo marginalizado. “Ele era observador do povo. Estava sempre de olho nos estudantes, nas multidões e nos trabalhadores. Ao representá-los, não esquecia de reforçar os rostos fortes e as expressões que pudessem externar suas condições”, diz. Os traços do artista denunciam a violência cometida contra o homem durante o século XX, pelas guerras sangrentas e pelas ditaduras. A bibliografia do artista reproduz sua defesa em relação aos temas de suas obras: “minha obra somente revela o mundo que me coube viver”.

Março 2010

7


Marรงo 2010

mostra

8


Série “Pentágono”

Março 2010

9


mostra

“... Eu sempre voltarei, deixem a luz acesa...” Oswaldo Guayasamín

Março 2010

10


“Primeira etapa”

Sobre Oswaldo Guayasamín Nascido em Quito, no Equador, em 6 de julho de 1919, teve uma infância muito pobre ao lado dos pais e de mais 9 irmãos. Contrariando a vontade da família, Oswaldo Guayasamín se matriculou, em 1932, na Escola de Belas Artes. Tornou-se, em pouco tempo, o primeiro aluno e também o melhor professor da escola. Após seu melhor amigo, Majarrés, morrer por uma bala perdida, ele criou Los Niños Muertos (As crianças mortas) – obra que representa a cena de um grupo de cadáveres amontoados em uma rua de Quito - dando início aos trabalhos que mostram a crueldade da vida, a injustiça dos crimes e a violência. A partir disso, passa a focar seu trabalho nos fracos, nos índios e nos pobres, grupos que eram discriminados pela sociedade da época. Foi um militante a favor da paz e lutava em prol do povo oprimido. Formou-se na Escola de Belas Artes em 1941 e ganhou prêmios importantes, como o Grande Prêmio da III Bienal de Barcelona e o Primeiro Prêmio da Bienal de São Paulo. Suas obras pertenceram a grandes exposições nos museus mais importantes da Itália, do Peru, Chile, da Espanha, França, Argentina, Polônia, Venezuela e de outros. Retratou importantes personagens contemporâneos como Gabriel García Márquez, o rei Juan Carlos da Espanha, Ernesto Cardenal, a princesa Caroline de Mônaco, e outros. Em 1976, com os filhos Pablo e Verenice, criou a Fundação Guayasamín, instituição para qual doou a todo o seu patrimônio, em nome do seu país. A Fundação, além de divulgar a obra de seu fundador, tem o objetivo de difundir o trabalho de outros artistas plásticos equatorianos. É localizada em Quito e possui unidades em Cuba e na Espanha. A partir de seus bens, organizou três museus: Museu da Arte PréColombiana, Museu da Arte Colonial e o Museu da Arte Contemporânea. Teve dois casamentos, sete filhos. Faleceu em 1999, com 79 anos.

“... I’ll always come back, leave the lights on...” Oswaldo Guayasamín

Março 2010

11


mostra

Série “El Grito”

“Retratos”

MON receives “Guayasamín, A Painted America” Exhibition of the Ecuadorian artist until July 2010 After the exhibitions in Rio de Janeiro (in 2007) and Săo Paulo (in 2008), as well as countries such as the United States, Argentina, Ecuador and China, the works of Ecuadorian artist Oswaldo Guayasamín are coming in March to the Oscar Niemeyer Museum for the exhibition named “Guayasamín, A Painted America”. The exhibition shows 70 original works of this artist, who employed various techniques, such as water paintings, oil paints on canvas, acrylic paints on canvas and 30 other drawings made with ink on paper. All of them together show around 60 years of plastic work produced by this artist and belong to the series named “Caminho do Pranto” (way of tears), “A Idade da Ira” (age of hatred) and “Ternura” (tenderness), as well as his still lifes, landscapes and portraits. These works show the human condition as their central theme and represent the opposition to dictatorships, abuses and aggressions of powerful imperialistic countries, the oppression of people and the fight for Latin American integration. Eyes, tears, teeth and bones draw the attention of observers. According to Pablo Guayasamín, son of Oswaldo and one of the directors at the Guayasamín Foundation – created by the artist in 1976, his father’s works reflect the commitment to social progress and the fight of marginalized people. “He used to observe people. He always kept an eye on students, crowds and workers. When representing them, he never forgot to emphasize their strong faces and expressions that could reflect their conditions”, he says. The artist’s lines denounce the use of violence against men along the 20th

Março 2010

12 “Caminho del Llanto”


“Caminho del Llanto”

Março 2010

13


mostra

Março 2010

14

“Serigrafia”


century by bloody wars and dictatorships. The artist’s bibliography reproduces his defense regarding the themes of his works: “my works show the world I had to live in”. About Oswaldo Guayasamín He was born in Quito, in Ecuador, on July 6, 1919 and had a very poor childhood with his parents and 9 other brothers and sisters. Against the family’s wish, Oswaldo Guayasamín registered in 1932 at the School of Fine Arts. He soon became the best student and later the best professor of this school. After his best friend Majarrés died during a demonstration, he made the Los Nińos Muertos (the dead children) – a painting that show a group of corpses piled up on a street in Quito - and which starts his series of works depicting life cruelty, crime injustice and violence. After that, he started focusing his work on the weak, indigenous and poor people, groups that were discriminated by the society in those days. He was an activist fighting for peace and against oppression. He graduated from the School of Fine Arts in 1941 and received important awards, such as the first prize at the 3rd Biennial Art Exhibition in Barcelona and the best painter at the Biennial Art Exhibition in Săo Paulo. His works have taken part in large exhibitions at the most important museums in Italy, Peru, Chile, Spain, France, Argentina, Poland, Venezuela and others. He portrayed important contemporaneous names, such as Gabriel García Márquez, King Juan Carlos of Spain, Ernesto Cardenal, Princess Caroline of Monaco, among others. In 1976, with his children Pablo and Verenice, he created the Guayasamín Foundation, an institution to which he donated all his property, in the name of his country. The Foundation promotes the works of its founder and of other Ecuadorian plastic artists. It is in Quito and has units in Cuba and Spain. With his assets, three museums were created: Museum of Pre-Columbian Art, Museum of Colonial Art and Museum of Contemporaneous Art. He was married twice and had seven children. He died in 1999, at 79 years old.

SERVIÇO “Exposiçăo Guayasamin - Uma América Pintada” Salas Guido Viaro e Helena Wong - De 18 de março a 25 de julho de 2010 De terça a domingo, das 10h ŕs 18h Informaçőes: (41) 3350-4400 “Guayasamin Exhibition - A Painted America” Guido Viaro room and Helena Wong room - From march 18th 2010 to july 25th 2010 Tuesday through Sunday, 10 am to 6 pm Information: 55 41 3350-4400 Realizaçăo

Apoio/Partnership:

Patrocínio/Sponsorship:

Março 2010

15


mostra

Da Finlândia para o Brasil

Março Março 2010 2010

16 “A trip to Trinidad - white boat”, 2003, polymergravyre on fabric and etchingpaper, a miniatyre boat-model, 43 cm x 54 cm


MON recebe obras da artista

Eeva-Liisa Isomaa De 4 de março a 31 de junho de 2010, o Museu Oscar Niemeyer abre as portas para a arte finlandesa. Trata-se da exposição “Diário da Água”, da artista Eeva-Liisa Isomaa. Sua obra é conhecida por ser diferenciada, já que é elaborada com base em imagens projetadas em uma fina tela de seda. A impressão que dá, quando observada de perto, é que a imagem exibe um movimento único, trazendo um toque suave para a exposição. De acordo com Edson Cardoso, um dos responsáveis pela coordenação da mostra da artista, “Eeva-Liisa inovou ao experimentar técnicas que ultrapassam os limites gráficos convencionais”, apresentando assim um estilo próprio e único de criar. Inspirada nos pintores românticos do século XIX, o ponto de partida da artista é quase sempre uma paisagem. Na opinião dela própria, “uma paisagem é uma imagem interna que cruza o limite entre ideal e realidade”. A água é um elemento essencial em seus trabalhos e representa o meio de conexão entre a vida e o mundo, como se fosse uma precondição para a existência humana. Nascida na cidade de Ylitornio, na Finlândia, Eeva-Liisa utiliza cenários de seu ambiente natal em suas obras. Imprime as paisagens nas telas transparentes e as pendura frouxamente. Aquele que observa seu trabalho percebe o balanço da tela e tem a sensação de tridimensionalidade. É o caso da cachoeira, na tela “Moving Waterfalls”, que transmite a impressão de suas águas estarem escorrendo para baixo. Para Cardoso, “Eeva-Liisa vai além dos limites da tradição artística e consegue aprimorar suas técnicas a cada dia. Quem confere sua exposição fica impressionado com os efeitos de cada obra”.

Março Março 2010 2010

17


mostra

Março 2010

18

“Two shores” 2009, polymergravyre, 75 cm x 180 cm


“Vanishing moments”, 2009, polymergravyre, 75 cm x 180 cm

Março 2010

19


mostra

From Finland to Brazil MON receives works of artist Eeva-Liisa Isomaa From March 4 to June 31, 2010, the Oscar Niemeyer Museum will open its doors to Finnish art. That’s the exhibition “Water Diary”, by artist Eeva-Liisa Isomaa. Her work is famous for being differentiated, as it is elaborated from images projected on a thin silk screen. When observed at close range, the impression is that the image shows a unique movement, bringing a smooth touch to the exhibition. According to Edson Cardoso, one of the persons in charge of the exhibition coordination, “Eeva-Liisa has innovated art, when trying techniques that go beyond conventional graphical limits”, creating this way her own and unique creation style.

Influenced by romanticist painters of the 19th century, the artist’s starting point is almost always a landscape. In her own words, “a landscape is an internal image that walks the line between ideal and reality”. The water is an essential element in her works, represented as a link between life and the world, as if it was a prerequisite for human existence. Born in Ylitornio, in Finland, Eeva-Liisa uses sceneries of her country in her works. She imprints the landscapes on transparent screens and hang them loosely. When feeling the screen movement, the observing has the sensation of three-dimensionality. That’s what happens with the waterfall in “Moving Waterfalls”, which gives the impression that the water is running down. For Cardoso, “Eeva-Liisa goes beyond the limits of art tradition, and she is able to improve her techniques very frequently. The people that visit her exhibition get impressed with the effects that each work shows”.

“Girl on the shore”, 2009, polymergravyre on fabric and etchingpaper, 75 cm x 180 cm

Março 2010

20


“A trip to Trinidad - departure”, 2003, polymergravyre on fabric and etchingpaper, a miniatyre boatmodel, 55 cm x 65 cm

“Gold summer”, 2009, polymergravyre on fabric and etchingpaper, 75 cm x 180 cm

Produçăo

Patrocínio/Sponsorship:

SERVIÇO “Eeva-Liisa Isomaa - Diário da Água” Galeria Niemeyer - De 4 de março de 2010 a 31 de junho de 2010 De terça a domingo, das 10h ŕs 18h Informaçőes: (41) 3350-4400 Apoio/Partnership:

21 Março 2010

“Water Diary, by Eeva-Liisa Isomaa” Niemeyer Gallery - From march 4th 2010 to june 31th 2010 Tuesday through Sunday, 10 am to 6 pm Information: 55 41 3350-4400


Ace

acervo

Marรงo 2010

22


rvo: em constante

crescimento

O acervo é o coração de um museu, que deve valorizar a história, a arte e facilitar o acesso ao conhecimento e à cultura, sempre com qualidade, diversificação e dinamismo. Em um acervo encontra-se o conjunto de bens tangíveis e intangíveis que integram o patrimônio, não só da instituição, mas também da nação que ela representa. No Museu Oscar Niemeyer, o acervo, atualmente, está composto em sua maioria de obras de arte que abrangem os períodos do Moderno e do Contemporâneo. São, aproximadamente, 2.500 obras, entre esculturas, pinturas, desenhos, gravuras, fotografias e objetos. “O processo de aquisição de obras para o acervo parte do princípio da complementação de lacunas dos períodos artísticos, levando em conta o currículo do artista, sua expressividade na comunidade artística nacional e internacional, seu enquadramento na Missão do MON, e por sua vez a importância da obra que está sendo adquirida neste conjunto de contextos”, explica Suely Deschermayer, coordenadora do Acervo e Conservação do MON, setor responsável pelas Reservas Técnica Bidimensional, Tridimensional, Quarentena e Laboratório de Restauro. Para uma obra ser adquirida, ela é avaliada do ponto de vista de custo por profissionais atuantes no mercado da arte, como a bolsa de arte, marchands, o próprio artista, ou seja, várias fontes. A avaliação estética e de importância artística para o acervo é avaliada por críticos de arte de renomes local e nacional, os quais também sugerem quais nomes artísticos seriam de grande relevância para compor o acervo do MON. As aquisições são provenientes de diferentes fontes, como galerias, família do artista, bolsa de arte, e

Alfredo Volpi

Março 2010

23


acervo

Vicente Monteiro

Marรงo 2010

24


Torres Garcia

Marรงo 2010

25


acervo

ocorrem por meio de políticas de aquisições, doações de artistas, colecionadores e instituições. “Um acervo público é permanente e não pode ser vendido. Mas, as obras de um museu podem sim participar de exposições no Brasil e também no exterior. Obras do MON já estiveram expostas em Londres, Varsóvia, Cracóvia, Berlim, Japão e interior do Paraná”, revela a coordenadora. Obras Quando foi reinaugurado em 2003, o MON iniciou o processo de aquisição de obras para seu acervo. É o caso das pinturas de Arcângello Ianelli, Siron Franco, Daniel Senise, Cícero Dias, Vicente do Rego Monteiro e Carlos Colombino. Também os desenhos de Francisco Faria, Carlos Brugnera, Flávio Shiró e Willian Michaud. Na litografia, o acervo é composto por gravuras de Fernando Calderari, Poty Lazzarotto, Erbo Stenzel e Jefferson César. As esculturas de Pillar Ovalle, Alfredo Ceschiatti, Erbo Stenzel, João Turin e Francisco Stockinger também enriquecem a coleção. O acervo também é composto por obras da arte paranaense de Alfredo Andersen, Theodoro De Bona, Zaco Paraná, Arthur Nísio, Estanislau Traple, Bruno Lechowski, Guido Viaro, Fernando Velloso e Helena Wong, artistas que trouxeram ao Paraná uma produção artística de reconhecimento nacional e internacional. Recentemente, o MON incluiu em seu acervo obras de novos artistas, como José Antônio de Lima, Mazé Mendes, Dulce Osinski, Jussara Age, Marcelo Conrado, Uiara Bartira, Iberê Camargo, Ado Malagoli, Djanira, Maria Amélia D´Assumpção e Maria Bonomi. “Uma das aquisições mais difíceis para nosso acervo foi a do pintor uruguaio Torres Garcia, precursor do Construtivismo, devido à falta de disponibilidade no mercado brasileiro”, aponta Suely. Arte em Movimento O Museu Oscar Niemeyer é um dos poucos no Brasil a possuir um Laboratório de Conservação e Restauração. Além do MON, o Museu Nacional de Belas Artes (RJ), a Pinacoteca (SP), o Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, e o Museu do Índio, também na capital carioca, entre poucos outros, oferecem a mesma estrutura capacitada para catalogar, higienizar e restaurar as obras. No MON, o laboratório também é um espaço de formação. Em junho, o local irá sediar workshops do Fórum Internacional de Conservação - Restauração de Obras de Arte.

Março 2010

26 Sérgio Fingermann

Niobe Xandó


Niobe Xand贸

Mar莽o 2010

27


acervo

Iberê Camargo

The museum art collections: growing constantly The collections are the heart of a museum, which should value history and art, and promote the access to knowledge and culture, always with quality, diversification and dynamism. The collections contain the tangible and intangible treasures that constitute assets of the institution and the nation it represents. At the Oscar Niemeyer Museum, the collections are today mostly comprised of works of art from the Modern and Contemporaneous periods. MON has around 2,500 works, including sculptures, paintings, drawings, prints, photos and objects. “The process of work acquisition is based on the principle of complementing gaps in art periods, considering the artist’s background, expressiveness in national and international art community, adequacy to the Mission of MON, and the importance of the work in this group of contexts”, explains Suely Deschermayer, Collection and Conservation coordinator at MON, the department in charge of the Two-Dimensional and Three-Dimensional Technical Reserves, Quarantine and Restoration Laboratory. For a work to be acquired, it is assessed from the cost perspective by experts that operate in the art market, such as art stock, art dealers, the artist him/herself, i.e., several sources. The esthetical evaluation and artistic importance to the museum collections are made by locally and nationwide renowned art critics, who also suggest what artists would be relevant to the collections of MON. The acquisitions come from different sources, such as galleries, artist’s family, art stock, and they occur through acquisition policies and donations of artists, collectors and institutions. “A public collection is permanent and cannot be sold. But, the works of a museum may participate in exhibitions in Brazil and abroad. The works of MON have already been exhibited in London, Warsaw, Krakow, Berlin, Japan and the interior of Paraná”, says the coordinator.

Março 2010

28

Art Works of MON When it was reinaugurated in 2003, MON started the acquisitions of works for its collections, which included paintings of Arcângello Ianelli, Siron Franco, Daniel Senise, Cícero Dias, Vicente do Rego Monteiro, Carlos Colombino, as well as drawings of Francisco Faria, Carlos Brugnera, Flávio Shiró, Willian Michaud. The lithography collection is comprised of prints made by Fernando Calderari, Poty Lazzarotto, Erbo Stenzel and Jefferson César. Sculptures of Pillar Ovalle, Alfredo Ceschiatti, Erbo Stenzel, Joăo Turin and Francisco Stockinger are also part of the collection. In addition, the museum collection has works of art made in Paraná, by Alfredo Andersen, Theodoro De Bona, Zaco Paraná, Arthur Nísio, Estanislau Traple, Bruno Lechowski, Guido Viaro, Fernando Velloso and Helena Wong, artists that brought to Paraná an art production recognized both nationally and worldwide. MON recently included in its collections works of new artists, such as José Antônio de Lima, Mazé Mendes, Dulce Osinski, Jussara Age, Marcelo Conrado, Uiara Bartira, Iberę Camargo, Ado Malagoli, Djanira, Maria Amélia D’Assumpçăo and Maria Bonomi. “One of the most difficult acquisitions was the work of Uruguayan painter Torres Garcia, precursor of Constructivism, for its unavailability in the Brazilian market”, says Suely. Art in Movement The Oscar Niemeyer Museum is one of the few in Brazil to have a Conservation and Restoration Laboratory. Besides MON, the National Museum of Fine Arts (RJ), Pinacoteca (painting museum) (SP), the Museum of National History in Rio de Janeiro and the Museum of Indigenous Groups, also in Rio de Janeiro, among others, offer the same structure qualified to document, maintain and restore works of art. At MON, the laboratory is also an educational area. In June, it will host workshops of the International Forum on Conservation & Restoration of Works of Art.


Marรงo 2010

29


anรกlise

Decifrando

Marรงo 2010

30


Le Corbusier Por Jorge Elmor, arquiteto

Charles-Edouard Jeanneret esteve à frente de seu tempo. Poderia viver nos dias de hoje e, mesmo assim, sua voz reverberaria dissonante nos ouvidos menos treinados. Sua produção literária e arquitetônica imortalizou o homem e seu pseudônimo, Le Corbusier. Gerações inteiras foram influenciadas por sua obra e seus ensinamentos. As cidades e a arquitetura jamais seriam as mesmas. Fascinado pelo racionalismo das máquinas da Revolução Industrial, combateu veementemente os excessos da arquitetura neoclássica. Para ele, toda a ornamentação deveria ser abolida. O purismo de sua obra não se resumia à estética, mas abrangia a dimensão moral da época. Ele considerava imoral o supérfluo palaciano numa sociedade pós-guerra, em recessão, que lutava para reconstruir bairros e cidades inteiras bombardeadas durante os conflitos. As casas deveriam ter o design sucinto e funcional dos aviões, das embarcações e dos eletrodomésticos: a máquina de morar. Este

conceito se estendia ao modelo de produção, que deveria ser industrializado – mais rápido e mais barato. Criou um sistema modular de construção, chamado Domino (domus do latim, moradia, ino da raiz inovação). Seu objetivo primordial era atender a função mais básica da arquitetura: oferecer abrigo, tirar os necessitados da miséria, longe de catástrofes e prover-lhes uma morada digna e harmônica. Uma necessidade atual, num mundo cercado de guerras e catástrofes naturais. Estes sistemas pré-fabricados são ideais para atender áreas afetadas por deslizamentos, enchentes ou terremotos. Seus ensinamentos encontram campo fértil para se proliferar nos dias de hoje. A recessão mundial e a busca por um novo modelo de desenvolvimento sustentável alicerçam-se nos mesmos conceitos: simplicidade e economia de recursos. Corbusier desprezava as casas abarrotadas com revestimentos, tecidos, papéis de parede, quinquilharias e miudezas. Não havia espaço para a manifestação da arte. Um Picasso passaria desapercebido em um mausoléu destes. Outro século se passou e parecemos estar repetindo os mesmos vícios dos nossos antepassados. Se estivesse vivo, certamente combateria a proliferação de modelos neoclássicos completamente alheios ao seu tempo. Nossas cidades estão reproduzindo esta arquitetura vazia, sem significado, onde o exagero impera e o significado de luxo foi banalizado para defender o consumismo desenfreado. Le Corbusier estudou profundamente a arquitetura clássica. Não para copiá-la, mas para entendê-la, para desvendá-la. E o fez! Antes de qualquer arqueólogo, decifrou a relação dos edifícios da Acrópole com as montanhas, o mar. Ele usou as

“Arcole simla”, 1952

Março 2010

31


análise

“Spirale et mains croisées”

“Taureau”

relações de linhas, planos e volumes para criar a sua verdade arquitetônica, inserida em seu tempo, utilizando a tecnologia disponível na sua época. Pensava, analisava, anotava. Este processo foi seguido durante toda a sua vida e pôde preencher uma centena de blocos com suas anotações, seus desenhos e croquis. Eles serviriam de base para suas teorias e seus projetos, sempre entrelaçados, um provendo ao outro o combustível necessário para continuar sua busca investigativa. Sua genialidade também se manifestava na sua maneira de se

comunicar. Tinha métodos avançados de persuasão para a época. Sabia ser polêmico quando necessário e transmitir respaldo e confiança para assinar contratos com bancos e grandes empresas. Hábil vendedor, soube aliar esta característica à sua veia artística para não só idealizar, mas também realizar obras fantásticas e visionárias. Seus textos críticos tiveram grande aceitação e rapidamente foram traduzidos para diversos idiomas. Seu livro “Por uma Arquitetura”, além de dar fama a Le Corbusier, influenciou significativamente o

Tinha métodos avançados de persuasão para e transmitir respaldo e confiança para assinar Março 2010

32

He knew how to be polemic when necessary and transmit support and confidence to establish agreements with banks and large companies


“Taureau XIII, 1956”

curso da arquitetura moderna. Os cinco pontos principais da nova arquitetura apontados por Le Corbusier modificaram a abordagem projetual da arquitetura e a paisagem das cidades. São eles: 1. Construção sobre pilotis: Com a elevação das construções do solo criam-se novos espaços, com uma permeabilidade semipública, semiprivada, e novas perspectivas são oferecidas às cidades; 2. Terraço-jardim: Com as possibilidades do concreto armado, os telhados dão lugar a espaços de lazer;

“Tête et mains croisées”

3. Planta livre: As divisões internas não precisam estar relacionadas à estrutura. Espaços abertos, integrados substituem a compartimentação; 4. Fachadas livres: Também pela mesma solução estrutural, as fachadas não precisam estar atreladas à estrutura, possibilitando uma infindável variedade de composições para os edifícios; 5. Janelas em fita: Utilizar fachadas envidraçadas para aumentar a insolação e a consequente salubridade das edificações. Seus conceitos são amplamente utilizados nos dias de hoje e

a época. Sabia ser polêmico quando necessário contratos com bancos e grandes empresas Março 2010

33


análise

continuam atuais. A sua máquina de morar foi útil ao homem e atendeu sua função objetiva. Mas Corbusier é principalmente reconhecido por emocionar o espectador/ usuário através das suas belas e proporcionadas criações, elevadas ao caráter escultórico. Este homem, genial e completo, deixou um legado incomensurável à nossa sociedade. Desenhos, croquis, pinturas, tapeçaria, design, arquitetura e urbanismo fazem parte do vasto acervo criativo que ele nos deixou. Arquiteto mais influente do século 20, moldou nossa maneira de viver. Sua vida e obra são exemplos à nossa geração, tão carente de ideais e aspirações. exposição

Entre dois mundos Encerrando as comemorações do Ano da França no Brasil, o Museu apresentou cerca de 120 obras originais de Charles-Edouard Jeanneret, conhecido por Le Corbusier (1887-1965), um dos mais importantes arquitetos do século 20. Junto de Walter Gropius, Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Mies Van der Rohe e, no Brasil, de Oscar Niemeyer, construiu a história mundial da arquitetura moderna. Seus conceitos, permeados pela prática de uma arquitetura inovadora, com características funcionalista e humanista, foram divulgados em inúmeras palestras, livros, exposições e obras assinadas pelo genial arquiteto. Com curadoria do arquiteto Jacques Sbriglio, a exposição teve o patrocínio da Elejor e da Compagas, com o apoio do Ministério da Cultura, do Governo do Paraná e da Caixa Econômica Federal.

Março 2010

34 “Etude pour la série des taureaux”


By Jorge Elmor, architect Charles Edouard Jeanneret was well ahead of his time. He could live today and even so, his voice would sound dissonant to those less prepared. His literary and architectural production has immortalized the man and his pseudonym Le Corbusier. Entire generations have been influenced by his works and teachings. The cities and the architecture would never be the same. Fascinated by the rationalism of machines from the Industrial Revolution, he strongly fought against the excess decorative features of neoclassical architecture. For him, ornamentations should be abolished. The Purism of his works was not limited to esthetics, it also covered the moral dimension of that time. He considered immoral the palatial excess in a postwar society, that lived with recession and struggled to rebuild districts and entire cities that had been bombarded during the conflicts. The houses should have the succinct and functional design of airplanes, ships and household appliances: the machine for living in. This concept was also applicable to the production model, which should be industrialized – faster and cheaper.

He created a modular house system named “Dom-ino” (Latin domus meaning house and ino from innovation). His primary purpose was to apply the most basic function of architecture: offer shelter, take needy people away from their life of misery and from catastrophes and provide them with a proper and harmonious house. A current need, in a world full of wars and natural tragedies. These prefabricated systems are perfect for areas affected by landslides, inundations or earthquakes. His teachings find fertile ground to proliferate today. The world recession and the search for a new model of sustainable development are based on the same concepts: simplicity and lower consumption of resources. Corbusier repudiated houses with excess coatings, textiles, wallpapers, gewgaws and details. There was no space for art manifestation. A work by Picasso would be unnoticed in a mausoleum like these. Another century is over and it seems that we are repeating the same faults as those of our ancestors. If he were alive, he would surely fight against the proliferation of neoclassical models that are fully contrary to his concepts. Our cities are reproducing this empty and meaningless architecture, where excess features rule and the meaning of luxury was vulgarized to defend uncontrolled consumerism. Le Corbusier deeply studied the classical architecture, not to copy it, but to understand and elucidate it. And that’s what he did! Before any archeologist, he deciphered the relation of Acropolis buildings with the mountains, the sea. He used the relations of lines, planes and volumes to create his architectural truth, inserted in his time, using the technology available in those days. He used to think, analyze and make notes. He followed this process in all his life and might have used a hundred pads with his notes, drawings and sketches, which would be the pillars of his theories and projects, always intertwined, one providing the other with the fuel required to continue his investigative search. His ingeniousness was also manifested in his way of communicating. He had advanced persuasion methods for that time. He knew how to be polemic when

“Femme en buste penchée jouant de la guitare”, 1957

35 Março 2010

Deciphering Le Corbusier


análise

necessary and transmit support and confidence to establish agreements with banks and large companies. As a skillful salesman, he knew how to combine this characteristic with his artistic talent, not only to design, but also execute, fantastic and visionary buildings. His critical texts were largely accepted and were soon translated into several idioms. His book “Towards an Architecture” made him famous and significantly influenced the course of modern architecture. The five main points of architecture summed up by Le Corbusier changed the project approach of architecture and the landscape of cities. They are presented below: 1. Construction supported by pilotis: By lifting constructions off the ground, new areas are created, with semipublic and semiprivate permeability, and new city perspectives are offered; 2. Roof garden: With the reinforced concrete possibilities, the roofs are changed into leisure areas; 3. Open floor plan: The internal divisions do not need to be related to the structure. Open and integrated areas replace the use of supporting walls; 4. Free façades: Also according to the same structure solution, the façades do not need to be linked with the structure, enabling a wide range of building compositions; 5. Ribbon windows: Use of glass façades to enhance sunlight penetration and promote building healthfulness.

His concepts are widely employed today and remain updated. His machine for living in was useful to man and performed its objective function. But Corbusier is especially known for touching the observer/user with his beautiful and proportional creations, considered as sculptures. This ingenious and complete man left an immeasurable legacy to our society. Drawings, drafts, paintings, tapestry, design, architecture and urbanism are part of the vast creative collection he left us. As the most influent architect of the 20th century, he shaped our way of living. His life and works are examples to our generation, which lacks ideals and aspirations. Between two worlds To end the celebrations of the Year of France in Brazil, MON presented around 120 original works by Charles-Edouard Jeanneret, known as Le Corbusier (18871965), one of the most important architects of the 20th century. With Walter Gropius, Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Mies Van der Rohe and Oscar Niemeyer (in Brazil), he built the world history of modern architecture. His concepts, based on the practice of innovative architecture, with functionalist and humanistic characteristics, have been published in innumerous lectures, books, exhibitions and works made by this ingenious architect. With curatorship of architect Jacques Sbriglio, the exhibition was sponsored by Elejor and Compagas, with the support of the Ministry of Culture, Paraná State Government and Caixa Econômica Federal.

“Taureau limousin champion en 1900”, 1955

Março 2010

36


Marรงo 2010

37


bienal curitiba

Capital paranaense sedia evento

que promete receber o melhor da produção nacional de todo o Brasil Setembro e outubro de 2010 serão meses agitados em Curitiba. Com base no tema “Design, Inovação e Sustentabilidade”, a Bienal Brasileira de Design 2010 será promovida na cidade paranaense por meio da parceria realizada entre o Centro de Design do Paraná, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o Movimento Brasil Competitivo. O grande diferencial da mostra, que acontece de 14 de setembro a 31 de outubro, é que ela não será realizada em um único espaço, porém simultaneamente em vários locais de Curitiba. Segundo a curadora da Bienal, Adélia Borges, “o evento englobará tanto espaços expositivos institucionalizados quanto espaços públicos com alto fluxo de pessoas, como ruas no centro da cidade e parques municipais. Nós queremos estar em toda a cidade, interagindo com o espaço urbano e com a comunidade em geral”. Uma mostra principal será realizada na sede da Fiep, porém a relação definitiva dos lugares que receberão os trabalhos da Bienal ainda está sendo montada e não foi divulgada.

de

“Ventilador Esfera”, de Gustavo Granato e Marco Antônio Coelho Ribeiro “Bolsa Comunidade da Mambuca”, Capim dourado

Março 2010

38

“Bracelete de lírios”, Ivete Cattani


A curadora conta também que o real objetivo de realizar um evento como esse é apontar tendências, provocar discussões e propiciar e promover o melhor da produção nacional. “Queremos reunir as principais realizações da área cultural e do setor produtivo das empresas”, ressalta Adélia. Sobre os artistas que participarão da mostra, ela comenta: “Ainda não temos a lista definitiva; no entanto, posso adiantar que os principais designers brasileiros de produto estarão presentes. O recorte da Bienal é a questão do design e sustentabilidade. Apesar de tão desgastado, esse é o grande tema do momento. O design brasileiro tem excelentes respostas para essa questão. O que a Bienal se propõe é apresentar exemplos concretos de como conciliar essa difícil equação”.

O Comitê de Orientação Estratégica da Bienal Brasileira de Design (Coeb), que reúne órgãos públicos, entidades privadas e instituições do terceiro setor, é a instância que recebe candidaturas de interessados em realizar o evento e delibera sobre quem será o executor. Em 2010, o Centro de Design Paraná e a Fiep foram os vencedores da concorrência e viabilizaram a vinda da Bienal para Curitiba, cidade-sede de ambas as instituições. Esta é a razão de Curitiba ter sido escolhida para receber o evento. A ideia, segundo Letícia Castro Gaziri, diretora de projetos do Centro de Design Paraná, uma das instituições organizadora da Bienal, “é que o evento seja itinerante e percorra todo o Brasil, sendo realizado em cidades diferentes a cada dois anos. Em 2012, a Bienal acontecerá em Belo Horizonte”.

Bienal Brasileira

Design 2010 Março 2010

39


bienal curitiba

Na edição deste ano acontecerão, além das mostras, fóruns, seminários, workshops, ações educativas, interativas e culturais sobre como projetar, produzir e consumir bens satisfazendo as necessidades e demandas do mundo atual, sem comprometer o futuro do planeta. A expectativa, de acordo com a organização do evento, é que mais de 250 mil visitantes passem pelos locais onde a Bienal estará acontecendo. Sobre Adélia Borges Adélia Borges é jornalista e curadora especializada em design. De 2003 a 2007, dirigiu o Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. Escreveu para várias publicações, entre as quais a revista Design & Interiores, que dirigiu de 1987 a 1994, e o jornal Gazeta Mercantil, do qual foi editora de design de 1998 a 2001. Tem vários livros publicados, entre eles Designer não é personal trainer, da Editora Rosari. Seus artigos, textos para catálogos e capítulos de livros já foram publicados não só em português, como em alemão, coreano, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês. Fez a curadoria de exposições de design apresentadas em locais como Masp (São Paulo, 1999), Itaú Cultural (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, 1999-2001), Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2002), Bancos indígenas (Paris, 2005), Design Center (San Francisco, 2005), Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2006), Museu Nacional (Brasília, 2008), MAM (São Paulo, 2009) e várias no Museu da Casa Brasileira desde 1994. Dá aulas de história do design brasileiro na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), de São Paulo.

Março 2010

40

SERVIÇO “Bienal Brasileira de Design 2010 - Cuitiba” De 14 de setembro a 31 de outubro de 2010 Informaçőes: www.bienalbrasileiradedesign.com.br/bienal2010/ (41) 3018-7332

“Brazilian Biennial Design Exhibition 2010 - Curitiba” From september 14th 2010 to october 31th 2010 Information: www.bienalbrasileiradedesign.com.br/bienal2010/ 55 41 3018-7332


“Brinco Mondrian”, de Adriana Delmaestro

Curitiba, the capital of Paraná, promotes the event that promises to show the best nationwide production September and October 2010 will be very busy months in Curitiba. With the theme: “Design, Innovation and Sustainability”, the Brazilian Biennial Design Exhibition 2010 will be promoted in the capital of Paraná as a result of the partnership involving: Centro de Design do Paraná (State Design Center), Federaçăo das Indústrias do Estado do Paraná - Fiep (State Federation of Industries), the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade and Movimento Brasil Competitivo (nongovernmental organization that promotes competitiveness and productivity). The great differentiation of this exhibition, which will be held from September 14 to October 31, is that it won’t occur in a single area, but simultaneously in several places of Curitiba. According to the Biennial curator, Adélia Borges, “the event will be present in both institutionalized exhibition areas and public spaces with high flow of people, such as downtown streets and parks. We want to be in all parts of the city, interacting with the urban space and the community in general”. The main exhibition will be at the headquarter of Fiep, but the definitive list of places that will receive the Biennial works is still being prepared and has not been published yet. The curator also says that the real purpose of having an event like this is to show trends, provoke discussions and enable and promote the best national production. “We want to gather the main events of the cultural area and production sector of the companies”, emphasizes Adélia. Regarding the artists that will take part in the exhibition, she says: “We still don’t have the definitive list. However, I can say that the main Brazilian product designers will be present. The Biennial Exhibition in many parts show the question of design and sustainability. Although an exhausted topic, this is the great theme at this moment. Brazilian design has excellent answers to this question. The Biennial Exhibition proposes to present concrete examples of how to conciliate this difficult situation”. The Comitę de Orientaçăo Estratégica da Bienal Brasileira de Design - Coeb (Committee of Strategic Orientation of the Brazilian Biennial Design Exhibition),

which gathers public institutions, private entities and third-sector institutions, receives applications of interested participants for the event and decides about the organization that will perform the event. In 2010, the Centro de Design Paraná and Fiep were the winners and created the conditions to bring the Biennial Exhibition to Curitiba, where both institutions keep their headquarters. That’s why Curitiba was chosen to host the event. The ideia, according to Letícia Castro Gaziri, project director of the Centro de Design Paraná, one of the institutions that are organizing the Biennial Exhibition, “is to make it an itinerant event, to be presented each two years in different cities all over Brazil. In 2012, the Biennial Exhibition will occur in Belo Horizonte”. In this year’s edition, besides the exhibitions, forums, seminars, workshops and educational, interactive and cultural actions about how to design, produce and consume goods and at the same time fulfill the needs and requirements of today’s world, without affecting the future of the plant. According to the event organization, more than 250 thousand visitors are expected to visit the places where the Biennial Exhibition will occur. About Adélia Borges Adélia Borges is a journalist and curator specialized in design. From 2003 to 2007, she managed the Museu da Casa Brasileira, in Săo Paulo. She has written to several publications, including magazine Design & Interiores, where she worked as a director from 1987 to 1994, and journal Gazeta Mercantil, where she worked as a design editor from 1998 to 2001. Besides, she has many books, including Designer năo é personal trainer (published by Editora Rosari). Her articles, catalog texts and book chapters have been published not only in Portuguese, but also in German, Korean, Spanish, French, English, Italian and Japanese. She has performed curatorship work of design exhibitions at places such as Masp (Săo Paulo, 1999), Itaú Cultural (Săo Paulo, Rio de Janeiro and Belo Horizonte, 1999-2001), Oscar Niemeyer Museum (Curitiba, 2002), Bancos Indígenas (exhibition: Native Banks) (Paris, 2005), Design Center (San Francisco, 2005), Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2006), National Museum (Brasília, 2008), MAM (Săo Paulo, 2009) and several exhibitions at the Museu da Casa Brasileira since 1994. She teaches History of Brazilian Design at the Fundaçăo Armando Álvares Penteado (Faap), in Săo Paulo.

“Chaise Tuwalole”, de Hugo França

“Mesa de centro Grafismo”, de Jansen Lopes

41 “Centro de mesa”, de Marlon Maia

Março 2010

Brazilian Biennial Design Exhibition 2010


mostra

O olhar de Joaquín Sor “Maestro da luz”. É essa a definição da curadora Maria Luísa Menéndez para a obra de Joaquín Sorolla (1863-1923), pintor valenciano que renovou a pintura espanhola por buscar imprimir a luz natural em seus trabalhos. “Representante do iluminismo espanhol, Sorolla transmite otimismo, força e nunca esteve preso a modismos e, por isso, sua pintura é apreciada em todo o planeta”, avalia a curadora. O público que visitou o MON até 28 de fevereiro pode conhecer conhecer 39 trabalhos do espanhol, divididos em cinco núcleos temáticos (os retratos, as paisagens da Espanha, os jardins e pátios espanhóis, a Espanha em Nova Iorque e as marinhas), na exposição inédita no país “O Olhar do pintor Joaquim Sorolla”.

The View of Joaquín Sorolla “Maestro of light”. This is the definition of curator Maria Luísa Menéndez to the paintings made by Joaquín Sorolla (1863-1923), a Valencian painter that innovated the Spanish painting with the reproduction of natural light in his works. “As a representative of Spanish Illuminism, Sorolla transmits optimism, strength and he was never linked to any imposition, and for this reason his paintings are admired worldwide”, analyzes the curator. The visitors that came to MON, saw 39 paintings of this Spanish artist, divided into five thematic groups (portraits, landscapes of Spain, Spanish gardens and patios, Spain in New York and seascapes), in the exhibition “The View of Joaquín Sorolla.

Patrocínio/Sponsorship:

Março 2010

42

Apoio/Partnership:


olla

Março 2010

43 “Tipos de Lagartera o Novia lagarterana”, 1912


mostra

Figuras e Padrões Março 2010

44

Um panorama da produção azulejeira portuguesa do século 16 aos dias de hoje e sua correlação com a cultura árabe pode ser visto na exposição “Figuras e Padrões”, um projeto concebido especialmente para o MON pelo Museu Nacional do Azulejo de Portugal. O curador da mostra João Pedro Monteiro explica que os 85 painéis em exposição foram divididos em quatro núcleos para facilitar a compreensão do visitante sobre evolução da produção dos azulejos em Portugal. “O primeiro núcleo apresenta as encomendas da Igreja; o segundo, as da nobreza; o terceiro, as da burguesia no final do século 18; e o quarto, as encomendas públicas do século 20.


A panorama of the tilework made in Portugal from the 16th century to the present days and its correlation with the Arabian culture can be seen in the exhibition “Figures and Patterns”, a project created especially to MON by the National Tile Museum of Portugal. Joăo Pedro Monteiro, the exhibition curator, explains that the 85 panels of the exhibition were divided into four groups for the visitors’ better understanding of the tilework evolution in Portugal. “The first group shows the orders made by the church; the second, the nobility’s orders; the third, the bourgeoisie’s orders in late 18th century; and the fourth group shows the public orders in the 20th century.

“Figures and Patterns: the tilework orders in Portugal, from the 16th century to present days” Gauguin room and Rembrandt room - Up to April 11th 2010 Tuesday through Sunday, 10 am to 6 pm Information: (41) 3350-4400 Patrocínio/Sponsorship:

Apoio/Partnership:

45 Março 2010

Figures and patterns

SERVIÇO “Figuras e Padrőes: a encomenda do azulejo em Portugal do século 16 ŕ atualidade” Salas Gauguin e Rembrandt - Até 11 de abril de 2010 De terça a domingo, das 10h ŕs 18h Informaçőes: (41) 3350-4400


Março 2010

46

Navegar é preciso

mostra

A maior mostra de arte contemporânea da América Latina, a Bienal de São Paulo, está sendo elaborada e promete muitas surpresas para a 29ª edição, que acontece de 21 de setembro a 12 de dezembro na capital paulista. A Bienal deste ano, orçada em R$ 30 milhões, recebe como título a frase “há sempre um copo de mar para um homem navegar” – de verso do poeta Jorge de Lima – e tem como tema principal a relação entre Arte e Política. De acordo com o crítico de arte Agnaldo Farias, um dos curadores-chefes dessa edição do evento, a intenção não é colocar a política em primeiro plano. “Decidimos por esse tema no sentido de mostrar a política da própria arte e não a arte política”, ressalta. Em relação ao título, Farias comenta: “O verso tomado emprestado da obra de Jorge de Lima, Inversão de Orfeu, afirma que a dimensão utópica da arte está contida nela


Com abertura em 21 de setembro,

29ª. Bienal de São Paulo se estende até 12 de dezembro sob o título “há sempre um copo de mar para um homem navegar”

Março 2010

mesma, e não no que está fora ou além dela. É nesse copo de mar que os artistas seguem adiante a despeito de qualquer adversidade”. A relação completa dos artistas participantes da Bienal 2010 ainda não foi divulgada, porém alguns poucos nomes foram confirmados. Cildo Meireles e Arthur Barrio são dois deles. “Eles são nomes de uma geração que iniciou sua trajetória nos anos 1960 e que produzirá obras inéditas e exclusivas para a Bienal. A mostra desse ano contará com muitos trabalhos novos”, diz Farias. O time que compõe a organização da 29ª Bienal de São Paulo é rico. Além de Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos, curadores-chefes da exposição, estão presentes: a espanhola Rina Carvajal, do Miami Art Museum; o sul-africano Sarat Maharaj, que vive em Londres, onde é professor na Universidade Goldsmiths, e também na Universidade de Lund e na Academia de Artes de Malmo, ambas na

Suécia; como assistentes, o angolano Fernando Alvim, que dirige a Trienal de Arte de Luanda; a japonesa Yuko Hasegawa, do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio; e a espanhola Chus Martinez, curadora-chefe do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona. “Convidamos pessoas de enorme gabarito para fazerem parte do nosso time. Os olhares de cada um vão fazer da Bienal um evento internacional que apresentará a diversidade artística a partir de várias mídias”, comenta o curador. Para evitar a repetição de alguns erros cometidos nas últimas bienais, Agnaldo Farias reafirma que esta próxima edição vai fugir dos modelos dominantes de apresentação da arte contemporânea. “Não queremos mais servir somente às demandas apressadas do mercado e também evitaremos o modelo museológico, o qual inscreve a arte numa narrativa perfeita. Nosso objetivo é produzir vínculos temporais que evidenciem a plataforma estabelecida, as continuidades e as fraturas vividas na história da arte”, afirma. A expectativa da Bienal é atrair cerca de 10 mil pessoas/dia, 47 cerca de 800 mil pessoas durante todo o período do evento. “Em


mostra

todos os momentos estará acontecendo alguma coisa na Bienal. Queremos atrair o público que pode comparecer durante o dia e aquele que só poderá ir à noite. Além disso, contaremos com um hotsite interativo que mostrará em tempo real o que se passa no evento”, finaliza Agnaldo Farias. Mais sobre a Bienal de São Paulo A primeira Bienal de São Paulo aconteceu em 1951, na Esplanada do Trianon, local hoje ocupado pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp). A primeira edição do evento abriu as portas do Brasil para as novas linguagens plásticas, que, a partir daí, passam a ser mais exploradas e reconhecidas. Entre 1965 e 1973, a Bienal sofre os efeitos do golpe militar e da ditadura, e as participações nacionais e internacionais diminuem consideravelmente. Da década de 80 em diante, as exposições passam a ser organizadas como base em temas e questões que orientam os trabalhos dos artistas. A partir dos anos 90, as mostras incluem manifestações artísticas como teatro, música e dança, o que faz das mostras eventos culturais amplos. A edição de 2008 recebeu o apelido de “Bienal do Vazio”, por ter sido uma exposição extremamente reduzida e por não ter preenchido um andar inteiro do prédio da Bienal. Também foi marcada pela polêmica invasão de um grupo de pichadores que entrou à força no evento e deixou marcas em toda a exposição. Um dos pichadores, uma mulher de 23 anos, chegou a ser presa. Sobre Agnaldo Farias Agnaldo Farias é crítico de arte e curador. Realiza projetos para o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Foi curador-chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 1998 e 2000 e diretor de exposições temporárias do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo de 1990 a 1993. É mestre em História Social pela Universidade de Campinas e doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde atualmente ensina. Foi curador de algumas exposições, como a Bienal Brasil Século XX, em 1994, a 1ª Bienal de Johannesburg, em 1995, a 23ª Bienal Internacional de São Paulo (com Nelson Aguilar); a 25ª Bienal Internacional de São Paulo, entre outras.

Navigating is needed With the inauguration planned for September 21, the 29th Biennial of Săo Paulo will be open until December 12, with the title “there’s always a glass of sea for a man to navigate”

Março 2010

48

The largest contemporaneous art exhibition of Latin America, the Biennial of Săo Paulo, is in preparation phase and promises many surprises for its 29th edition, from September 21 to December 12, in Săo Paulo. This year’s Biennial, estimated to cost around R$ 30 million, has the title: “there’s always a glass of sea for a man to navigate” – taken from a verse by poet Jorge de Lima – and its main theme is the relation


More about the Biennial of Săo Paulo The first Biennial of Săo Paulo was held in 1951, at the open area of Trianon where the Art Museum of Săo Paulo (Masp) is located today. Its first edition brought opportunities to new plastic languages in Brazil, which then started to be better explored and recognized.

Between 1965 and 1973, the Biennial was affected by the military coup and dictatorship, with considerable reduction of national and international participations. In 1980s, the exhibitions started to be organized using themes and questions that directed the artists’ works. In the 1990s, the exhibitions included artistic manifestations such as acting, music and dance, changing the exhibitions into broad cultural events. The 2008 edition was nicknamed “Biennial in a Void”, for its extremely reduced exhibition and for not occupying a whole floor of the Biennial building. It was also marked by the polemic invasion of a group of graffitists that occupied the event area and vandalized the entire exhibition. One of the graffitists, a 23-year-old woman, was arrested in the conflict. About Agnaldo Farias Agnaldo Farias is an art critic and curator. He makes projects to the Tomie Ohtake Institute, in Săo Paulo. He was the chief curator of the Museum of Modern Art of Rio de Janeiro between 1998 and 2000 and the director of temporary exhibitions of the Museum of Contemporaneous Art at the University of Săo Paulo from 1990 to 1993. He is master in Social History at the University of Campinas and doctor at the School of Architecture and Urbanism at the University of Săo Paulo, where he currently teaches. He has worked as the curator of some exhibitions, such as the Biennial of Brazil in the 20th Century (Bienal Brasil Século XX, in 1994), the 1st Biennial of Johannesburg (in 1995), the 23rd International Biennial of Săo Paulo (with Nelson Aguilar); the 25th International Biennial of Săo Paulo, among others.

SERVIÇO “29a. Bienal de Săo Paulo” Informaçőes: http://bienalsaopaulo.globo.com/ “29a. Bienal de Săo Paulo” For further information about the Biennial of Săo Paulo: http://bienalsaopaulo.globo.com/

49 Março 2010

between Art and Politics. According to art critic Agnaldo Farias, one of the chief curators of this edition, the intention is not to place politics in the foreground. “We’ve chosen this theme to show politics of art itself and not the political art”, he emphasizes. Regarding the tile, Farias says: “the verse borrowed from the work of Jorge de Lima titled “Inversăo de Orfeu” (Orpheus’ Inversion) states that the utopian dimension of art is within itself, and not outside or beyond it. That’s in this glass of sea that the artists go ahead, despite any adversity”. The complete list of artists that will participate in the Biennial 2010 has not been published yet, but few names have been confirmed, such as Cildo Meireles and Arthur Barrio. “They’re from a generation that started in the 1960s and that will produce new and exclusive works for this Biennial. This year’s exhibition will have many new works”, says Farias. The team organizing the 29th Biennial of Săo Paulo is very rich. Besides Agnaldo Farias and Moacir dos Anjos, chief curators of the exhibition, it has: Spanish Rina Carvajal, from the Miami Art Museum; South African Sarat Maharaj, who lives in London, where he is a professor at the Goldsmiths University of London, and at the Lund University and Malmo Art Academy, both in Sweden; and as assistants: Angolan Fernando Alvim, the director of Art Triennial of Luanda; Japanese Yuko Hasegawa, from the Tokyo Museum of Contemporaneous Art; and Spanish Chus Martinez, chief curator of the Barcelona Museum of Contemporaneous Art. “We’ve invited great experts to be part of our team. The views of each one will make the Biennial an international event that will present the artistic diversity from several media”, comments the curator. To avoid some mistakes that occurred in the last biennials, Agnaldo Farias reaffirms that this edition will be different from the traditional models of contemporaneous art presentation. “We don’t want anymore to fulfill the rushing market requirements and we will also avoid the museological model, which inscribes art in a perfect narrative. Our purpose is to produce temporal links that show the established platform, the continuities and ruptures in the history of art”, he says. The Biennial expects to attract around 10 thousand people a day, approximately 800 thousand people during all the event period. “There will always be something going on in the Biennial. We want to attract people who can come only during the day and those who can come only at night. In addition, we will have an interactive hotsite showing in real time what is happening in the event”, ends Agnaldo Farias.


perfil

O tempo de Niki de

Saint Phalle por Cris França

Niki de Saint Phalle foi uma mulher à frente de seu tempo. Linda, delicada e feminista ao extremo, ela fez parte de importantes grupos artísticos ao lado de homens de peso no meio internacional. Bem antes da liberação das mulheres, ela escandalizava e resistia ao poder masculino com uma característica até então inerente apenas aos homens: a agressividade. Niki nasceu Marie Catherine de Saint Phalle, em uma família aristocrata francesa em plena grande depressão. Atingida pela Crise de 1929, sua família perdeu tudo o que tinha, e durante a gravidez sua mãe descobriu a infidelidade do marido. Em meio à tristeza, ela chorava e Niki sentia cada uma de suas lágrimas. Teve uma infância conturbada. Foi culpada pela mãe por tudo o que aconteceu. Foi molestada pelo pai. Trazia dentro de si uma grande revolta. Ainda menina foi morar com os avós em Nova Iorque. Ela não queria nada de sua família, desejava apenas criar sua própria família. Por isso, aos 18 anos casouse com seu amigo de infância, o músico Harry Mathews e mudou-se para a Europa. Em Paris, viveram em meio a uma classe artística politizada. Niki se tornou mãe, esposa e tinha uma carreira de modelo. Sua beleza exótica levou-a às capas de revistas, como Vogue e Life. Tudo parecia perfeito, mas ela trazia dentro de si muitas mágoas acumuladas. Aos 23 anos, teve uma crise nervosa e percebeu que precisava sublimar aquelas emoções. A arte foi o caminho que encontrou para isso.

Março 2010

50


fragmentada, bela e reveladora. De volta a Paris, conheceu Jean Tinguely e passou a ser sua artista-colaboradora. Com ele, conheceu o trabalho de Paul Klee, Matisse, Picasso e Henri Rousseau. Em 1960, deixou o marido, e pouco tempo depois passou a morar e dividir o estúdio com Tinguely. A partir daí sua carreira tomou um rumo totalmente diferente. Tinguely a incentivou a ir em frente com sua arte autodidata, sem medo da técnica. Ela contou a ele seu desejo de fazer telas a tiros e ele a ajudou a pendurar sacos com tintas por cima da tela nos quais ela atirava para que a tinta escorresse sobre os quadros. As telas ficavam muito parecidas com o que estava sendo feito pelo impressionismo abstrato da época. Sem contar que a técnica não era apenas excitante e sexy, mas também trágica. Um só tiro representava ao mesmo tempo a arte e a morte violenta. Expressando seus sentimentos na criação de suas obras, ela não mais precisava carregá-los dentro de si. Começou a realizar sessões de tiro, durante os quais as pessoas podiam assistir à criação de suas obras. Com sessões em Estocolmo, Londres, Paris, Nova Iorque, Los Angeles, Berlim e Milão, ganhou notoriedade internacional e foi convidada a participar do movimento do novo realismo, em que era a única mulher participante. Foi quando deixou de ser uma artista marginal e se tornou uma artista profissional. Isso deu a ela a confiança de que precisava. Depois das pinturas a tiros, podia tudo. A fase da pintura passou e surgiu um novo caminho. Foi como se ela tivesse renascido de toda aquela violência. O ódio se foi. Passou a fazer corações, elementos de ternura feitos com pequenos

51 Março 2010

Suas primeiras obras retratavam um mundo obscuro. Ela usava objetos que remetiam ao terror, era como se estivesse colocando seu mundo para fora, uma violência que não parava de sair. Era só olhar para os quadros para perceber a tristeza. Aquilo era a representação simbólica da dor e de tudo com o que ela não sabia como lidar. Seu trabalho tinha expressão, intensidade e, principalmente, uma profunda relação com sua vida pessoal. Ela criava com sua alma, seu espírito e seus sentimentos. Usava a arte como válvula de escape para extravasar suas emoções. Nada era segredo. O trabalho era uma cura. Analisando a trajetória de seu trabalho, é fácil perceber sua recuperação através da pintura. Até 1955, seus quadros eram aquarelas sem definição de traços, com cores misturadas que representavam álbuns de família, retratos, autorretratos, festas, reuniões, e gradativamente incorporavam objetos decorativos até que, a partir de 1956, tornou-se mais narrativo. Foi quando começou a pintar animais, monstros, deuses, crianças, castelos, catedrais, a Lua e o Sol. Em uma visita à Espanha, Niki descobriu o trabalho de Gaudi e se impressionou profundamente, principalmente com o Parc Güell, em Barcelona. Concluiu que um dia teria seu próprio parque de esculturas. Foi também inspirada em Gaudi que passou a usar diferentes materiais em suas criações. No começo de 1958, incorporou pedras, miçangas, pedaços de vidro, azulejos, folhas e gravetos em seu trabalho. Era como se, sentindo-se quebrada por dentro, guardasse os fragmentos de sua alma, para então juntá-los como uma representação da vida


perfil

brinquedos e peças que eram ao mesmo tempo charmosos, sedutores e inúteis: corações, cabeças, e mulheres em todas as suas formas e representações -- prostitutas, grávidas, mulheres dando à luz, noivas. Ela se referia a essas mulheres como vítimas, baseada em suas experiências como mulher. Inspirada na gravidez de uma grande amiga, Niki inventou as nanas. A representação das mulheres e a liberação de sua feminilidade. Com seus corpos deformados, inflados, estereótipos da mulher representada como deusa na Terra. Criaturas divertidas, cujos corpos generosos serviam como tela para a criação da artista, com cores vibrantes, patchwork, textos, papel maché, colagem, acrílico, diferentes designs e seu material primordial, o poliéster. É a representação da nova mulher matriarcal, em todos os aspectos de sua liberdade, diversão e poder; os homens ficavam pequenos quando comparados às matriarcais nanas. Seu trabalho tornou-se colorido, grande. Ela passou a trabalhar em parceria com Tinguely e juntos criaram peças que se espalharam por todo o mundo. Em Hannover, seu trabalho tem uma forte presença, com suas esculturas espalhadas por jardins, dando um colorido especial à cidade. Em Paris, criaram a fonte Stravisnki, ao lado do Centro Georges Pompidou, que atrai milhares de turistas diariamente com sua graça e movimento. Em 1979, Niki ganhou a área no litoral sul da Toscana, onde viria a realizar seu grande sonho: O Giardino dei Tarocchi. Ela trabalhou 15 anos seguidos para criar um jardim de fantasias, onde os vinte e dois arcanjos do Tarot são representados com uma infinidade de materiais, a união sublime entre arte e natureza. Para financiar a obra, Niki contou com doações dos amigos. Mas

Março 2010

52

ainda faltava dinheiro e ela precisava arrumar uma maneira criativa para obter um terço do que faltava para finalizar seu sonho de cinco milhões de dólares. Foi então que, em parceria com a Jaqueline Cochran Company, criou a fragrância Niki de Saint Phalle, um perfume que mistura cheiros citricos e jasmim, elementos escolhidos por ela, para criar o cheiro que melhor definia sua personalidade. O perfume tem diversos formatos de embalagens, todos desenvolvidos

por Niki, com seus desenhos ou tampas que são miniesculturas de suas nanas ou cobras. Com a venda do perfume, viabilizou o Jardim. As esculturas gigantes, feitas dos materiais mais variados, convidam a pessoa a participar, a explorar a arte e fazem os sonhos inconscientes virarem realidade. Tudo é interativo, e o visitante, por alguns instantes, consegue esquecer sua vida cotidiana e se perder nas sensações do jardim. Niki conseguiu o que queria.


Niki em Curitiba A escultura em relevo "A Deusa Branca", de 1963, formada por vários tipos de objetos da vida cotidiana e passados pelo gesso, de Niki de Saint Phalle, fez parte da exposição "Uma Aventura Moderna: Coleção de Arte Renault", apresentada no MON, entre maio e agosto de 2009. The relief sculpture “The White Goddess”, produced in 1963 by Niki de Saint Phalle, was made from several types of daily life objects covered with plaster. It was one of the works from “A Modern Adventure: The Art Collection of Renault”, shown at MON, between May and August 2009.

53 Março 2010

Niki in Curitiba


perfil

Linda, delicada e feminista ao extremo, ela fez grupos artĂ­sticos ao lado de homens de peso Extremely beautiful, refined and feminist, she participated in important artistic groups with internally renowned men

Março 2010

54


parte de importantes no meio internacional

Niki de Saint Phalle’s epoch Niki de Saint Phalle was a woman well ahead of her time. Extremely beautiful, refined and feminist, she participated in important artistic groups with internally renowned men. Much before women’s liberation, she attacked and resisted men’s power with aggressiveness, a characteristic so far showed by men only. Niki was born Marie Catherine de Saint Phalle, in a French aristocratic family

during the Great Depression. Affected by the crisis in 1929, her family lost everything and during the pregnancy, her mother discovered her husband’s infidelity. She was sad and cried, and Niki felt every tear of the mother. She had a troubled childhood. Her mother blamed her for everything that happened. She was molested by her father. She was in great disgust. She was still very young when she went to live with her grandparents in New York. She didn’t want anything from her family, all she wanted was to have her own family. For this reason, at 18 years old, she got married to musician Harry Mathews, her friend from childhood, and moved to Europe. In Paris, they lived in a political artistic class. Niki became mother, wife and worked as a model. Her exotic beauty led her to covers of magazines, such as Vogue and Life. Everything seemed to be perfect, but she was still hurt inside. At 23, she had a nervous breakdown and saw that she needed to sublime those emotions. The art was the way she found for that. Her first works showed an obscure world. She used objects that reminded of terror, as if she was expressing her world, a violence continuously manifested. By taking a glance at her works, it was possible to notice her sadness. That was the symbolic representation of pain and everything she didn’t know how to handle. Her works showed expression, intensity and mainly a deep relation with her personal life. She created them with her soul, spirit and feelings. She used art as an escape valve to her emotions. Nothing was secret. Her work was healing. When analyzing her career, it is easy to notice her recovery through painting. Until 1955, her works were water paintings without trace definition, with mixed colors that represented family albums, portraits, self-portraits, parties, gatherings, and that gradually incorporated decorative objects. In 1956, they assumed a more narrative character. That was when she started painting animals, monsters, gods, children, castles, cathedrals, the moon and the sun. In a visit to Spain, Niki had to chance to see Gaudi’s work, which made her really impressed, especially with Parc Güell, in Barcelona. Then, she decided to have her own sculpture park. Also inspired by Gaudi, she started using different materials in her creations. In early 1958, she incorporated stones, glass beads, pieces of glass, tiles, leaves and dry sticks of wood into her work, as if, feeling broken inside, she kept the fragments of her soul, to join them as a representation of her fragmented, beautiful and revealing life. When she came back to Paris, she met Jean Tinguely and started to be his collaborating artist. With him, she learned about the work of Paul Klee, Matisse, Picasso and Henri Rousseau. In 1960, she left her husband and soon after that, she went to live and share the studio with Tinguely. That was when her career assumed a completely different direction. Tinguely encouraged her to continue with her self-taught art, without fearing techniques. She told him she wanted to produce shooting paintings, and then, he

55 Março 2010

Em 1991, Tinguely morreu e Niki mudou-se para o sul da Califórnia. Precisava de sol, e lá encontrou alegria para continuar sua vida sem o marido. Coloriu San Diego com suas obras, que se espalham pela cidade, nos parques, no Cento de Convenções, na Universidade. Sua última obra foi uma praça, dentro de um parque na cidade vizinha de Escondido. Representando a cultura local, os índios norte-americanos, o folclore mexicano, ela criou o Queen Califia’s Magic Circle. Durante toda a vida, Niki explorou seus talentos artísticos no teatro, pintura, design, artes gráficas e cinema, mas foi através de suas esculturas que se consagrou. Seu trabalho teve grande impacto internacional e atingiu diversas gerações. A sua arte, que foi o que a libertou, foi também o que a matou. O material que ela mais amava, o poliéster, tornou-se seu inimigo mortal. Depois de 6 meses em uma UTI, Niki de Saint Phalle morreu no dia 21 de março de 2002, aos 71 anos, em San Diego na Califórnia, vítimas de complicações respiratórias. Artistas voluntários finalizaram a obra, que foi um presente dela ao estado que a acolheu quando mais precisou. Seu trabalho continua vivo e seu maior legado foi sua jornada pessoal, representada através da arte, que foi da dor e sofrimento à regeneração e ao prazer.


perfil

helped her raise paint containers over the screens. She shot the containers, which spilled the paint over the screens. The screens looked like the Abstract Impressionism works then produced. This technique was not only exciting and sexy, but also tragic. One shot that represented art and violent death at the same time. By expressing her feelings in the creation of her works, she didn’t need to keep them inside anymore. Then, she started to make shooting sessions, where people could watch her work creation. With sessions in Stockholm, London, Paris, New York, Los Angeles, Berlin and Milan, she won international recognition and was invited to participate in the New Realism movement, the only female participant. That was when she became a professional artist. It gave her the confidence she needed. After the shooting paintings, she could do everything. The painting phase ended and a new period emerged. It seemed that she was born again from all violence she suffered. The hatred was over. She started to make hearts, elements of tenderness, from small toys and parts that were at the same time charming, seducing and useless. Hearts, heads and women in different shapes and representations. Prostitutes, pregnant women, women giving birth, brides. She referred to these women as victims, based on her experiences as a woman. Inspired by the pregnancy of a close friend, Niki invented the Nanas. The representation of women and the liberation of their femininity, with deformed and inflated bodies, stereotypes of woman represented as goddesses on Earth. Funny creatures, whose generous bodies acted as the screen for the artist’s creation, with vibrant colors, patchwork, texts, papier mâché, paste-up, acrylic, different designs and polyester, her primordial material. That was the representation of the new matriarchal woman, in all aspects of her freedom, entertainment and power, men were small when compared to matriarchal Nanas. Her work became colorful, with large dimensions. She started working with Tinguely and together they created works that were taken worldwide. In Hannover, their work has a strong presence, with sculptures in gardens, providing a special color to the city. In Paris, they created the Stravisnky Fountain, near the Pompidou Center, which attracts millions of tourists daily due to its grace and movement. In 1979, Niki acquired some land in southern coast of Tuscany, where she made her dream come true of creating the Giadinno dei Tarocchi (The Garden of Tarot). She worked 15 years in a row to produce a garden with sculptures of all twenty-two archangels found on Tarot cards, represented with innumerous materials, the sublime union of art and nature. The project was supported by friends’ donations. But, Niki still needed more money and had to find a creative way to get one third of the required amount to

end her 5 million-dollar dream. That was when, in a partnership with Jaqueline Cochran Company, she created the fragrance that had her name Niki de Saint Phalle, a perfume that mixes citric smells and jasmine, elements chosen by her to create the scent that better defined her personality. The perfume has several packaging shapes, all developed by Niki, with drawings or lids that seem to be mini sculptures of her Nanas or snakes. With the perfume sales, she could support the garden creation. The giant sculptures, made from various materials, are an invitation to participate, explore art and make unconscious dreams come true. Everything is interactive, making the visitor forget for some moments the daily life and get lost in the garden’s sensations. Niki achieved what she wanted. In 1991, Tinguely died and Niki moved to the south region of California. She needed the sun, and there se found motivation to continue her life without him. She colored San Diego with her works, which can be seen across the city (in parks, the Convention Center, University). Her last work was a garden inside a park, in neighboring city Escondido. Representing the local culture, North American indigenous groups, the Mexican folklore, she created the Queen Califia’s Magic Circle. Niki died of respiratory complications in 2002. Volunteer artists concluded the work, which was her gift to the state that housed her when she needed it most. During all her life, Niki explored her artistic talents in acting, painting, design, graphical arts and movies, but recognition came with her sculptures. Her work had great international impact and affected several generations. Art set her free, but also killed her. Polyester, the material she loved to use, became her mortal enemy. After 6 months at a ICU, Niki de Saint Phalle died on March 21, 2002, at 71 years old, in San Diego, California. Her work is still full of life, and her greatest legacy was her personal experiences, representing in the art her pain and suffering changed to regeneration and pleasure.

Her work became colorful, with large dimensions. She started working with Tinguely and together they created works that were taken worldwide

Março 2010

56

Seu trabalho tornou-se colorido, grande. Ela com Tinguely e juntos criaram peças que se


57 Marรงo 2010

passou a trabalhar em parceria espalharam por todo o mundo


ação educativa

A arte como

instrumento da educação

Março 2010

58

Todo museu tem uma função social, cultural, artística e pedagógica sem limites, além de estar comprometido intimamente com o processo educacional. Esse também é o objetivo do departamento de Ação Educativa do Museu Oscar Niemeyer (MON), ou seja, transformar o espaço em um centro de difusão cultural. A Ação Educativa do MON foi criada em 2003 com a proposta de abordar a essência das obras expostas, realizando uma releitura por meio de oficinas, cursos e capacitações com a intenção de contribuir com a identidade da cultura não só da sociedade curitibana, mas também da paranaense e brasileira. O departamento é responsável pelo


A Ação Educativa prevê a participação ativa dos visitantes e concebe o Museu como um centro de formação aberto

59 Março 2010

contato entre a instituição e o público em geral. Com o objetivo de ultrapassar o conceito de simples atendimento ao público, a Ação Educativa prevê a participação ativa dos visitantes e concebe o Museu como um centro de formação aberto. Desde sua estruturação, o MON já ofereceu mais de 150 mostras entre nacionais, internacionais e itinerantes; recebeu mais de 1 milhão de visitantes; possui cerca de 120 títulos editados; tem aproximadamente 2200 obras em seu acervo; e atendeu mais de 60 mil participantes em atividades educativas gratuitas. “Todo o desenvolvimento de um povo está fundamentado em oportunidades para a população. O Museu Oscar Niemeyer é um desses espaços cuja referência e cujos conceitos enobrecem e enriquecem a cultura curitibana”, observa a coordenadora Rosemeri Bittencourt Franceshi, 60, pedagoga e especialista em Educação e há dois anos respondendo pelas atividades do departamento.


ação educativa

Inúmeros são os projetos desenvolvidos pelo MON, visando atender o público infantil, acadêmico ou da melhor idade. Todas as atividades são projetadas e administradas levando em consideração a faixa etária e as diferenças individuais. Os monitores são os responsáveis pelo atendimento ao público. A equipe é formada por universitários, estudantes dos cursos de Artes, Turismo, História e Design. “A principal tarefa dos monitores é a de transmitir aos visitantes informações sobre os artistas e as obras em exposição. Eles fazem o papel de comunicador entre o Museu e o público, realizando, por meio da troca, o conhecimento. Para a realização desse trabalho, eles recebem treinamento prévio a cada nova exposição. O treinamento é realizado pelo departamento de Ação Educativa, em conjunto com artistas e curadores, com o apoio de bibliografia específica e materiais didáticos”, explica a coordenadora. Para participar das atividades oferecidas pela Ação Educativa do MON, basta acessar o site www.museuoscarniemeyer.org.br e buscar o ícone Ação Educativa. É necessário o preenchimento da ficha de Solicitação de Visitas. O departamento irá enviar, por e-mail, a confirmação da visita. O departamento funciona das 10h às 12h e das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira. Visitantes em geral e grupos de estudantes, turistas, professores, universitários e grupos de inclusão também podem solicitar a visita guiada. Para grupos, as visitas orientadas devem ser previamente agendadas por e-mail, com a opção de participar ou não das oficinas gratuitas. As oficinas, realizadas com base em atividades artísticas, servem de complementação à visita guiada. A entrada gratuita é restrita aos grupos já previstos: menores de 12 anos e maiores de 60 anos, estudantes de escolas públicas, do Ensino Médio e Fundamental, desde que tudo devidamente comprovado por documentação. Mais informações podem ser adquiridas pelo fone (41) 3350-4412.

MON has already developed innumerous projects to children, academics and elder people

Março 2010

60

Inúmeros são os projetos atender o público infantil,


Conheça as atividades da

Ação Educativa:

Orientar, por meio de monitoria e oficinas, as mostras em cartaz, tanto para o público adulto quanto o adolescente e o infantil; Apresentar as exposições a partir do ponto de vista histórico, estético e social; Trabalhar em parceria com instituições escolares, mas como espaço educacional independente e alternativo; Proporcionar visitas guiadas (monitorias), com o apoio de materiais impressos e audiovisuais, criados com a intenção de complementar as exposições em cartaz; Oferecer ao público oficinas que dialoguem com as exposições do Museu; Oportunizar palestras, simpósios e cursos; Garantir no Domingo Social (primeiro domingo de cada mês, quando a entrada ao museu é gratuita) oficinas orientadas por artistas plásticos renomados.

Art as an education tool Every museum has an unlimited social, cultural, artistic and pedagogical role, and is closely involved in the educational process. This is also the objective of the Educational Action department of MON (Oscar Niemeyer Museum), i.e., change the museum area into a cultural dissemination center. The Educational Action of MON was created in 2003, with the proposal of addressing the essence of the works exposed, making a recreation through workshops, courses and qualifications to contribute to the culture identity of the city, state and country. The department is responsible for the contact between the institution and the people in general. With the purpose of going beyond the concept of simple service to the population, the Educational Action plans the active participation of the visitors and sees the Museum as an open education center. Since its creation, MON has organized more than 150 exhibitions, including national, international and itinerant public showings; with over 1 million visitors; around 120 titles edited; around 2200 works kept in its collection; and over 60 thousand participants in free educational activities. “The development of a population is based on opportunities to the people. MON is one of these areas whose reference and concepts dignify and enrich the city culture”, says coordinator Rosemeri Bittencourt Franceshi, 60, pedagogue, specialist in Education, and who has been responsible for the department’s activities for two years. MON has already developed innumerous projects to children, academics and elder people. All activities are designed and managed considering the age group and individual differences. The monitors are responsible for the service to the participants. The team is comprised of university students taking the courses of Art, Tourism, History and Design. “The monitors’ main task is to give visitors information about artists and works in the exhibition. They act as the interface between the Museum and the visitors, established with the exchange of knowledge. To perform this task, they are trained before each new exhibition. The training is provided by the Educational

61 Março 2010

desenvolvidos pelo MON, visando acadêmico ou da melhor idade


ação educativa

Para participar das atividades oferecidas pela Ação Educativa do MON basta acessar o site

www.museuoscarniemeyer.org.br e buscar o ícone Ação Educativa Action department, in conjunction with artists and curators, and with the support of specific bibliography and didactical materials”, explains the coordinator. To participate in these activities offered by the Educational Action of MON, visit www.museuoscarniemeyer.org.br and click the icon named “Açăo Educativa”. Then, fill the visit request form. The department will send an e-mail confirming the visit. The department hours is 10am to noon and 2pm to 6pm, Monday through Friday. Visitors in general and groups of students, tourists, teachers, university students and inclusion groups, may also request for a guided visit. For groups, oriented visits should be previously scheduled by e-mail, and the participation in free workshops is optional. The workshops, based on artistic activities, act as a complement to the guided visit. Free admission: children under 12 years old and adults above 60 years old, public school students and students in fundamental and secondary education levels, provided that supporting documentation is presented. For further information, call: 55 41 3350-4412. See below the activities performed by the Educational Action department: Provide information, through monitors and workshops, about the exhibitions taking place, to all visitors (adults, adolescents and children); Present the exhibitions from the historical, esthetical and social perspectives; Work in partnerships with schools, but with independent and alternative educational area; Provide guided visits (with monitors), with the support of printed and audiovisual materials to complement the exhibitions; Offer workshops that keep a dialog with the exhibitions taking place in the Museum; Promote lectures, symposiums and courses; Organize workshops directed by renowned plastic artists for the “Social Sunday” (first Sunday of the month, when the museum offers free admission).

Março Março 2010 2010

62 62


Marรงo 2010

63


programação

Check the upcoming attractions at MON

Fique por dentro da programação do MON para os próximos meses Miguel Bakun De 15 de abril a 15 de agosto, o MON presta uma homenagem aos 100 anos do nascimento do artista paranaense Miguel Bakun (1909 - 1963). A exposição fará uma leitura contemporânea da produção do artista - cujo vigor e inventividade formal traduzem com emotividade as relações do homem e a natureza - e exibirá, entre outras, algumas obras ainda pouco conhecidas do público, pinturas de paisagens com fundos de quintal e arredores de Curitiba, matas, marinhas, naturezas mortas e retratos. Miguel Bakun

To honor the 100th year of artist Miguel Bakun (1909 - 1963), born in the state of Paraná, an exhibition will be held at MON from April 15 to August 15. It will bring a contemporaneous view of the works of this artist whose vigor and formal inventiveness express with emotiveness the relations between man and nature - and will include some little known works, landscape paintings with yards and outskirts of Curitiba as background, as well as woods, seascapes, still lifes and portraits.

Marcelo Grassmann De 8 de abril a 29 de agosto acontece a 1ª mostra antológica do desenhista e gravador Marcello Grassmann. O artista tem uma atuante carreira internacional, com prêmios nas Bienais de São Paulo e de Veneza. Serão reunidos desenhos, xilogravuras, litografias e gravuras em metal. Marcelo Grassmann

The 1st anthological exhibition of draughtsman and engraver Marcello Grassmann will be held from April 8 to August 29. The artist is internationally known, with awards in Art Biennials of Săo Paulo and Venice. The exhibition will show drawings and xylographic, lithographic and metal engraving works.

Espaço Oscar Niemeyer De formato circular, no subsolo do Museu, o Espaço Oscar Niemeyer exemplifica o estímulo conceitual que orientou a maior parte das obras do arquiteto. Como disse, são as curvas que o atraem. Nesse ambiente de leveza e, ao mesmo tempo, de sobriedade, estão permanentemente expostos fotos, maquetes e croquis das principais obras assinadas por Niemeyer. No espaço, é possível apreciar fotos ampliadas de alguns dos mais importantes projetos do arquiteto. Em outro destaque, os traços de Niemeyer desenham um resumo de suas mais significativas obras de 1941 até 2006. Oscar Niemeyer Space

Março 2010

64

The Oscar Niemeyer Space is a circular area located on the basement of the Museum. It is an example of the conceptual impulse that guided most works of the architect. As he once said, he’s attracted to curves. This space of lightness and, at the same time, soberness has a permanent exhibition of photos, maquettes and sketches of Niemeyer’s major creations, as well as enlarged pictures of some of the architect’s most important projects. Another module in this space shows Niemeyer’s drawings of his main works, from 1941 to 2006.


Marรงo 2010

65


pelo mundo

Roma: MAXXI Uma vez em Roma, faça como os romanos. Imperdível a visita ao MAXXI_Museu Nacional da Arte do Século 21, que abre as portas para visitação pública em maio de 2010. O MAXXI é o primeiro museu italiano dedicado à arte contemporânea e pretende exceder o conceito do que deve ser um museu. A ideia é ser um centro de pesquisa e estudo que vai comparar diferentes linguagens, como design, moda, cinema e publicidade, e estabelecer um diálogo com a arte e a arquitetura. O projeto arquitetônico leva a assinatura de Zaha Hadid. (www.maxxi.beniculturali.it)

Nova Iorque: Tim Burton Um prato mais do que cheio e saboroso para os fãs do cineasta, escritor e artista plástico norte-americano Tim Burton é a exposição em cartaz no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) até 26 de abril. A mostra reúne mais de 700 de suas obras, entre desenhos, pinturas, esculturas e, claro, os filmes daquele que imortalizou Edward Mãos de Tesoura e a Noiva Cadáver. A já cult versão de Burton para “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol, estreia nos cinemas brasileiros em abril. New York: Tim Burton

The exhibition of North American filmmaker, writer and plastic artist Tim Burton at the Museum of Modern Art (MoMA), in New York, is a great attraction to his fans. The exhibition can be seen until April 26 and shows more than 700 of his works, including drawings, paintings, sculptures and, obviously, films of this director that has immortalized “Edward Scissorhands” and the “Corpse Bride”. Burton’s already cult version of “Alice in Wonderland”, of Lewis Carrol, will be shown at the Brazilian movie theaters in April.

Rome: MAXXI

Once in Rome, do like the Romans do. Visit the MAXXI Museum - the National Museum of XXI Century Arts, which will be open for public visitation in May 2010. This is the first Italian museum dedicated to contemporaneous art and it intends to go beyond the simple concept of what a museum should be. The idea is to be a research and study center that will compare different languages, such as design, fashion, cinema and advertising, and establish a dialog with art and architecture. The architecture project was created by Zaha Hadid. (www.maxxi.beniculturali.it)

Março 2010

66

Pelo


De 11 de março a 29 de agosto tem retrospectiva do trabalho do estilista Yves Saint Laurent. O visitante pode ver mais de 300 modelos, desenhos, documentos e filmes. No Petit Palais. Mais informações: www.paris.fr Paris: YSL

A retrospective of the works produced by fashion designer Yves Saint Laurent can be seen from March 11 to August 29. The exhibition shows more than 300 models, drawings, documents and films. At the Petit Palais. More information: www.paris.fr.

Paris: Lucien Freud Cerca de 50 telas em grande formato pintadas pelo inglês Lucien Freud, 88 anos, estão em exposição no Centre Pompidou, de 10 de março a 19 de julho. Para saber mais: www.centrepompidou.fr Paris: Lucien Freud

Around 50 large sized screens painted by British artist Lucien Freud, 88 years old, can be seen at the Centre Pompidou, from March 10 to July 19. For more information, visit: www.centrepompidou.fr.

Londres: Arshile Gorky Considerado um dos artistas mais importantes da arte norte-americana no século 20, ao lado de Pollock e Kooning, Arshile Gorky também foi um dos responsáveis pela criação do Expressionismo Abstrato. “Arshile Gorky: uma retrospectiva”, em exibição da Tate Modern de 10 de fevereiro a 30 de maio, é a oportunidade de observar o desenvolvimento de seu desenho e pintura durante a carreira e conhecer algumas de suas esculturas, estas raramente exibidas. London: Arshile Gorky

mundo

Considered as one of the most important artists of North American art in the 20th century, with Pollock and Kooning, Arshile Gorky was also one of the artists that created the Abstract Expressionism. “Arshile Gorky: a retrospective”, at Tate Modern, from February 10 to May 30, is an opportunity to observe the evolution of his drawings and paintings along his career and see some of his sculptures, which are rarely exhibited.

Around the world

67 Março 2010

Paris: YSL


por dentro do museu

A arquitetura de Niemeyer

como cenário

As linhas retas. Os espaços vazios. O concreto armado. A harmonia das formas curvas e assimétricas. Tudo amplia as possibilidades de utilização dos espaços do Museu Oscar Niemeyer para a realização de exposições. Com 35 mil metros quadrados de área construída e quase 17 mil metros quadrados com potencial expositivo, o Museu também reserva diversas áreas para eventos. A história do Museu começou em 2002, quando o prédio principal, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na década de 60, deixou de ser sede de secretarias de Estado para se transformar em museu. O prédio, antes chamado de Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, passou por adaptações e ganhou um novo anexo, conhecido como Olho, também projetado por Niemeyer e inspirado nas araucárias paranaenses. A instituição possui nove salas de exposição, divididas em mais de 5 mil metros quadrados, além do espaço Niemeyer, do pátio das Esculturas e do Olho, que abriga o salão principal, com área expositiva de 1.708,14 m2, e a Torre da Fotografia (com 3 salas, cada uma com 84 m2). O museu oferece ainda aos seus visitantes um espaço para a arte-educação, um café e uma livraria. De 2003 a junho de 2008, o Museu realizou mais de 132 mostras nacionais, internacionais e itinerantes. A instituição recebeu quase 750 mil visitantes no mesmo período. Espaços para eventos Auditório (484,15 m2) Com capacidade para 372 pessoas sentadas, conta com toda a infraestrutura de audiovisual. A entrada é feita pelo piso térreo do prédio principal. Salão de Eventos (802,50 m2) Com capacidade para 500 pessoas sentadas, possui infraestrutura para montagem de bufê e cozinha em ambiente fechado. Como apoio, também pode ser utilizada a ampla área externa, adjacente ao salão, que tem as laterais abertas. O Salão de Eventos está localizado no piso térreo do prédio principal, imediatamente atrás da entrada do Museu, com acesso independente da área interna da instituição.

Março 2010

68

Seja um Amigo do Museu O Museu Oscar Niemeyer é um dos mais ativos museus da América Latina e já é referęncia internacional. Para continuar com toda essa energia, precisa de um engajamento mais efetivo por parte da sociedade. Com o projeto “Seja um Amigo do MON”, a instituiçăo visa agregar pessoas com interesse em participar das assembleias gerais, do conselho fiscal e do conselho de administraçăo, podendo votar e ser votado. Para se associar, basta entrar em contato com o Núcleo de Documentaçăo e Referęncia do Museu Oscar Niemeyer pelo telefone (41) 3350-4400. A taxa anual é de R$100,00 e dá direito a escolher tręs titulos diferentes entre os catálogos disponibilizados pela instituiçăo. Participe e seja vocę ou sua empresa mais um Amigo do MON.

Be the Museum’s friend The Oscar Niemeyer Museum is one of the most active museums of Latin America, an international reference. And, for the Museum to continue so energetic, the society must participate more effectively. With the “Be the Museum’s Friend” project, the Institution wants to attract people who are interested in participating in general assemblies, fiscal council, administration council, with the possibility of voting and being voted. To participate, contact the Núcleo de Documentaçăo e Referęncia of the Oscar Niemeyer Museum at 41 3350 4400. The annual rate is R$100,00 and it gives the right to choose three different catalogs published by the institution. You or your company can be a Museum’s friend. Participate!.


The straight lines, empty spaces, reinforced concrete and the harmony of curved and asymmetrical shapes. All that expands the possibilities of use of the Oscar Niemeyer Museum spaces for exhibitions. Counting on 35,000 square meters of built area and almost 17,000 square meters destined to exhibitions, the Museum also has several areas for events. The Museum’s history goes back to 2002, when the main building, designed by the architect Oscar Niemeyer in the 1960s, went from being the State headquarters to becoming a museum. The building, previously named Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, went through refurbishments and gained an annex, known as the Eye, also designed by Niemeyer and inspired on the Parana Pines (Araucaria angustifolia). The institution has nine exhibition rooms – spread throughout more than 5,000 square meters – besides the Niemeyer space, the Sculptures Hall, the Eye, which houses the main hall and has an exhibition are of 1,708.14 m2, and the Photography Tower, counting on 3 rooms of 84m2 each. The Museum also offers to visitors an area for art/education, a café and a bookstore.

From 2003 to June 2008, the Museum performed more than 132 national, international and itinerant exhibitions. The institution received almost 750 thousand visitors during that same period.

Areas for events:

Auditorium (484.15 m 2) With capacity for 372 seated people, the auditorium counts on a comprehensive audio-visual infra-structure. The entrance is on the ground floor of the main building. Events Hall (802.50 m2) With capacity for 500 seated people, this space has the necessary infrastructure for mounting a buffet and a kitchen in a closed room. As a support, the wide external area adjacent to the room with open sides may be used. The Events Hall is located on the ground floor of the main building, immediately behind the entrance of the Museum, with independent access from the internal area of the institution.

69 69 Março Março 2010 2010

Niemeyer’s architecture as scenery


acontece

quemquan

Cezar Setti e Jeanne Moro Setti em visita ao MON

Maristela Quarenghi de Mello e Silva e o governador Roberto Requião

Jair Pero Monteiro, Saturnino Gordo, Paz Perez Catalá, Maristela Quarenghi de Mello e Silva e Norberto Luis na abertura da exposição "Figuras e Padrões"

João Urban e Alberto Viana na exposição do fotógrafo Flávio Damm

José Palma Sanchotene em visita ao MON

Eduardo Pereira Guimarães e a curadora Maria Luiza Menéndez na exposição de Joaquín Sorolla

Março 2010

70


ndoonde

Leandro Nogueira e Juliana Coimbra Nogueira na abertura da mostra "Le Corbusier: entre dois mundos"

Luciana Rosa da Costa, Fabiana Rosa, Roberta da Silva e Marcela Yokota na exposição de Vik Muniz

Maristela Requião na mostra sobre Le Corbusier

O curador da mostra "Le Corbusier:entre dois mundos", Jacques Sbriglio, e Isabelle Godineau

71

O artista Vik Muniz na abertura de sua exposição

Março 2010

O fotógrafo Flávio Damm


Marรงo 2010

72


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.