MovimentAÇÃO Periódico do Movimento Champagnat da Família Marista Província Marista Brasil Centro-Norte - Ano V – Nº 20 – Junho/2013
MENSAGEM DA COORDENAÇÃO Queridos amigos e amigas, Champagnat nasceu no dia 20 de maio de 1789, época em que a Revolução Francesa firmava suas raízes no descontentamento gerado pelas condições miseráveis de vida da população advinda do Terceiro Estado. Futilidades, corrupção, privilégios dos nobres e do clero, esse era o retrato da sociedade da França daquela época. Com a tomada do poder pela burguesia, apesar de não negar a religião, Deus agora era figura dos pobres, pois a razão tomara lugar na vida dos que estavam no poder. A Assembleia Nacional perseguiu, levou aos cárceres os representantes da igreja, proibiu o uso do hábito, depredou igrejas, dispersou ordens religiosas. Queria a todo custo banir o cristianismo na França. Champagnat conviveu com tudo isso, pois seu pai era influente na política local. No dia de ir para a escola, deixou o pastoreio, precisava aprender escrever, falar bem o francês. Sua primeira aula foi terrível. Jamais esquecera o tapa que seu colega tomou. A experiência escolar que deveria apresentar novas perspectivas na sua vida, resultou em violência do professor para com um colega. Não mais voltou. Preferiu pastorear suas ovelhas. Mas... “Deus o quer”. Como evitar o olhar? O chamado de Deus? Quando Deus escolhe não adianta se esconder, pode ter a língua presa, ser pequeno, gago, cego, ser engolido por um grande peixe. Há de deixar tudo, tudo mesmo e anunciar seu Evangelho. Assim começa a trajetória de vida de um santo. Marcelino José Bento Champagnat herda de seu pai a liderança, o equilíbrio, a prudência, o bom senso e o senso de justiça. Da sua mãe, a energia, a meiguice, a dedicação à família, e, sobretudo a devoção a Nossa Senhora. Mas era hora de decisão, iria ser padre. Precisava superar a deficiência da sua língua materna e o latim, necessário para ser sacerdote da Igreja. No seminário dormia
tarde para acompanhar seus colegas nos estudos. Tornou-se padre e foi enviado a La Valla, como coadjutor. Mas era preciso fazer mais. Havia muitos órfãos gerados pela Revolução e outras tantas crianças e jovens carecendo de rudimentos cristãos e de instrução escolar. “Na Eucaristia Jesus Cristo entregou-se inteiramente a nós... Hoje eu faço o mesmo: entrego-me inteiramente a vocês, de corpo e alma, para poder realizar todo o bem que o Nosso Senhor espera de mim...” Processo. Apostólico, p. 323. Dois episódios marcam a história de Marcelino Champagnat. O primeiro quando visita o jovem de Montagne. “Esse acontecimento teve, para ele, o sabor de um apelo de Deus. Precisamos de irmãos. Esse grupo levaria a Boa-Nova de Jesus às pessoas que viviam à margem da Igreja e da sociedade.” (Água da Rocha, 9). O segundo a formação da espiritualidade mariana. Champagnat e o irmão Estanislau perderam-se na neve, em meio a uma terrível tempestade. Se Maria não vier em nosso auxílio, estaremos perdidos. A invocação a Maria obteve-lhe uma resposta milagrosa. Marcelino e os primeiros irmãos descobriram, no incidente, uma profunda realidade: a prova de que partilhavam o mesmo projeto que Deus confiara a Maria.” (AR 7). Há quase 200 anos, milhares de crianças e jovens, irmãos e leigos, partilham, vivenciam das mais variadas formas, o carisma deixado por Marcelino Champagnat. Nesse mês de junho celebramos o dia do Santo e queremos lembrar de todas as Fraternidades que também assumiram a missão de tornar Jesus Cristo conhecido, amado e seguido. Nessa edição de modo especial divulgamos as Fraternidades que receberam a visita do Assessor Provincial, Ir. Adalberto, as que realizaram retiros e momentos para celebrar o dia do fundador e os membros que participaram dos momentos formativos na Província. José Geraldo Siqueira – Coordenador