MOMENTO DA PALAVRA:
“RUMO AO BICENTENÁRIO”
Canto de aclamação da Palavra (à escolha) Leitura da Palavra – Lc 2,1-20
Momento I – Março de 2014
PARA REFLETIR E PARTILHAR:
Província Brasil Centro-Norte
1. O texto nos apresenta uma relação familiar, apesar da Revolução Francesa. Quais características poderíamos apresentar dessa família? 2. Como podemos notar o contexto na época do nascimento de Jesus? Que características o Evangelho apresenta? 3. Quais semelhanças e diferenças encontramos nos dois acontecimentos? PRECES ESPONTÂNEAS PAI NOSSO CANTO MARIANO (à escolha)
SEGUINDO OS PASSOS DE CHAMPAGNAT: Contexto histórico da Revolução e nascimento MOTIVAÇÃO: Assim como no ano anterior fizemos uma reflexão sobre o tema do ano da fé, em quatro etapas, queremos seguir a metodologia, agora preparandonos para o grande jubileu dos 200 anos do Instituto Marista em 2017. Para isso refletiremos e rezaremos sobre temas da história marista, em nossas fraternidades, durante o período que antecede a celebração do jubileu. Nossa primeira reflexão será sobre o contexto histórico em que nasceu Marcelino Champagnat, que traz luzes para entendermos melhor sua personalidade e suas iniciativas no decorrer de sua vida, como pessoa, cristão e sacerdote-fundador. Que São Marcelino e a Boa Mãe nos acompanhem nesse itinerário celebrativo. Amém! CANTO: Champagnat, grande amigo (Samba Champagnat) CONTEÚDO: Segundo o historiador Albert Soboul, a Revolução Francesa constitui, com as revoluções holandesa e inglesa do século XVII, a cúpula de uma longa evolução econômica e social que fez da burguesia a senhora do mundo.
Foto da casa onde nasceu Marcelino Champagnat, na aldeia de Rosey. A placa azul informa os dias de nascimento e falecimento do fundador.
Em 1789, a França vivia no quadro do que se chamou Antigo Regime. A sociedade tinha por fundamento o privilégio de nascimento e estava assim dividida: No topo da pirâmide social, o Clero que também tinha o privilégio
de não pagar impostos. Abaixo do clero, a Nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. Na base dessa sociedade encontrava-se o Terceiro Estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. A vida desses trabalhadores era de extrema miséria. Sempre que se reuniam os Estados, para resolver os problemas econômicos, Clero e Nobreza, com maioria dos votos, aplicava mais impostos para o trabalhador, que já não suportava tanta desgraça. Buscando-se uma maneira de reverter essa situação, em 14 de julho de 1789, com a tomada da Bastilha pelo Terceiro Estado, marca o início do processo revolucionário, que resultou na tomada do poder. O tema da Revolução Francesa “Igualdade, Fraternidade e Liberdade” resumia o desejo de uma classe, que há século era pisoteada sem qualquer direito, a não ser o de trabalhar e pagar imposto. Rosey é uma aldeia do município de Marlhes, França. Lugar de montanha, muito atraente, mas de restritas condições de desenvolvimento humano e com poucas condições para a cultura e o relacionamento; a vida é rude. O calendário marca o ano da Revolução Francesa: 1789. No dia 20 de maio, Maria Teresa Chirat, casada com João Batista Champagnat, dá à luz o seu nono filho. No dia seguinte, 5ª feira da Ascensão, o bebê é levado a pia batismal e passa a chamar-se Marcelino José Bento. Vislumbra-se a aurora de uma nova época. O Antigo Regime desfaz-se em pedaços. João Batista, o pai do menino, homem aberto, acolhedor, compreensivo e com espírito de iniciativa, toma o pulso da história participando em primeira fila. Possui elevado nível de instrução para seu tempo. Sua letra é impecável, sua facilidade de falar em público, assim como sua capacidade de direção, são provas de suas qualidades. Exerce diversas funções e cargos como juiz de paz e obtém o primeiro lugar na
votação para delegado. Dedica-se com esmero em suas atuações públicas. Mesmo servindo os ideais revolucionários, nos quadros dos jacobinos, partido de extrema esquerda, dá prioridade às realidades concretas de seu povo, salvaguardando os interesses de seus habitantes. Enquanto se sucedem estas ocorrências políticas, Marcelino convive estreitamente com sua mãe que se dedica ao comércio de telas e encaixes, tendo que completar seus ganhos com a agricultura e os trabalhos do moinho. Maria Teresa é, na vida de seu esposo, um instrumento de moderação e equilíbrio. Seu temperamento e, sobretudo, a energia e a clarividência em relação à economia familiar e à educação dos filhos, facilitam-lhe a tarefa: educa com esmero seus filhos, acentuando os valores da piedade, do trato social e do espírito sóbrio. Sua tia, Luísa Champagnat, é religiosa de São José, expulsa do convento pela Revolução. A influência que deixa no jovem através de orações, lições e bons exemplos é tão profunda que, com certa frequência, Marcelino a relembra com agrado e gratidão. Com a idade de seis anos, um dia, pergunta-lhe: "Tia, que é a revolução? É uma pessoa ou um animal?" Em seu ambiente é quase impossível subtrair-se ao palpitar da História. A educação de Marcelino é realizada no cruzamento das novas ideias, trazidas por seu pai, e a espiritualidade profunda e tradicional, transmitida por sua mãe e sua tia. No seio da família, os problemas do mundo são vividos em toda a sua agudeza, recebendo uma solução moderada, porém positiva e sempre favorável às pessoas mais que às ideologias. Respira o sentido da fraternidade vivendo lado a lado com suas irmãs e irmãos. Ir. Luis Serra