BOLETIM OFICIAL DE INFORMAÇÃO Sede 4ª e 6ª, 21h30
ABRIL 2020
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Coronavirus colocou o Mundo em stand-by e nem as motos escapam
Paixão de Quarentena
Estranhos tempos estes em que um ser microscópico consegue fazer parar o Mundo, confinar-nos a quatro paredes e obrigar a mudar os nossos hábitos. Um agente infecioso com nome de importante ação secreta – SARS-CoV-2 – e que mede apenas 50 a 200 nanómetros (milionésimo de milímetro) mas que nos impede de fazer, entre muitas outras coisas, aquilo que mais gostamos: andar de moto. Um ‘monstro’ do tamanho do Mundo que obrigou, também, o Moto Clube do Porto a tomar medidas drásticas, adiando todos os eventos previstos para estes meses e cancelando mesmo alguns deles, além de proceder ao encerramento temporário da sede. O estado de emergência, ditado pelas autoridades nacionais, foi o passo lógico depois da Organização Mundial de Saúde ter declarado a existência de uma pandemia devido à enorme e imprevisível evolução do surto de COVID-19 (a doença), com crescimento exponencial do número de casos suspeitos, de doentes infetados e mortes pelo novo coronavírus. Gravíssimo problema que saúde pública que originou situações inéditas no motociclismo mundial, como em todos os setores da vida, levando as autoridades desportivas a adiar ou mesmo cancelar inúmeras provas, de cariz regional, nacional e mundial. Mas, para lá do que se está a passar em termos competitivos, poucas são as indicações sobre o que fazer no dia-a-dia sobre duas rodas, para contribuir na necessária contenção da pandemia.
A resposta é clara e passa pelo respeito absoluto às indicações emanadas pelo Governo, entidades de saúde e forças de autoridade. Que, decretando o estado de emergência, tendem a limitar a circulação pública de pessoas, restringindo a possibilidade de propagação viral. Claro que, enquanto ainda é permitido circular, há cuidados que os motociclistas devem respeitar de forma escrupulosa. Em primeira análise, há que seguir à risca as indicações do Governo e da Direção Geral de Saúde, evitando comportamentos de risco como os ajuntamentos de pessoas tanto mais que as concentrações são ilegais neste período. E mesmo os passeios domingueiros são desaconselhados, tal como todas as atividades de lazer, incluindo, naturalmente, a prática do off-road. Tanto mais que, sendo uma atividade que acarreta alguns riscos físicos, é desaconselhada já que, em caso de acidente, iria sobrecarregar o Serviço Nacional de Saúde já de si bastante sobrecarregado por estes dias. Também no seguimento das recomendações gerais, transversais a todas as atividades, quase todos os concessionários e lojas de motos ou equipamentos bem como as oficinas, encerraram os seus serviços ou, pelo menos, reduziram horários e pessoal disponível. Neste caso poderá haver a possibilidade de alguns serviços serem afetados, pelo que é conveniente confirmar se a revisão agendada será feita nessa data ou, talvez não seja pior, reagendar essa mesma intervenção para depois desta crise.
Claro que, e pelo menos nesta fase, a circulação de moto não está proibida – como não está, para já, a de qualquer veículo – podendo continuar a ser utilizada para as deslocações indispensáveis, nomeadamente para os locais de trabalho daqueles que ainda não o podem fazer a partir de casa. Mas também para as idas a supermercados ou bancos, médicos ou farmácias, desde que respeitando as limitações aconselhadas. Além disso, atendendo à maior exposição dos motociclistas ao meio ambiente, é altamente aconselhável uma defesa reforçada contra o novo coronavírus, protegendo de forma eficaz as vias respiratórias, através de máscaras específicas ou, pelo menos, com os tradicionais buff’s além de serem mais aconselhados capacetes integrais. Mas, sublinhe-se, a medida mais eficaz nesta luta desigual, contra um inimigo minúsculo mas muito traiçoeiro e oportunista, passa mesmo por FICAR EM CASA. Um conselho a seguir de forma escrupulosa já que quanto maior for o cuidado nesta fase de expansão da pandemia, mais rápida deverá ser a contenção da crise pandémica e aí, sem receios ou limitações, mais depressa poderemos voltar a usufruir livremente do prazer de andar de moto. Protejam-se, a vocês, família e amigos, ficando em casa. Já agora, como ainda não se sabe quanto tempo demorarão estas limitações, ligue um carregador à bateria da moto para garantir a sua boa manutenção e não ter percalços quando chegar a altura de voltar à estrada P’ Direcção do Moto Clube do Porto
Vamos apoiar quem mais precisa
SOLIDARIEDADE COM AS FAMÍLIAS MAIS CARENCIADAS SEM SAIR DE CASA OU CORRER RISCOS A crise pandémica que revirou por completo as ‘teimam’ em apoiar os mais necessitados ficaram numa nossas vidas, afetou de forma ainda mais brutal a dos situação mais complicada, com o aumento de casos a mais desprotegidos. Pessoas que vivem nas ruas a precisar de alimentos e com a redução de apoios. quem o novo coronavírus deixou ainda mais expostas A CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo foi uma às dificuldades de um dia-a-dia de agruras, com o das instituições que, mau grado as dificuldades encerramento de restaurantes e as limitações nos exponenciadas nesta fase crítica, não virou a cara à supermercados – onde, por vezes, encontravam alguma luta. E que, para ajudar quem mais precisa, não hesitou esperança de alimento – a criar dificuldades acrescidas. em pedir ajuda aos amigos motociclistas. E, claro, o Mas também de famílias que, tendo um teto para viver, Moto Clube do Porto não poderia virar as costas a não possuem capacidade económica para comprar esta situação de extrema carência que deixou muitos bens essenciais para alimentação. Situação tanto concidadãos em posição de extrema fragilidade. Por mais dramática porque os conselhos de isolamento isso, vamos ajudar! Criamos um fundo de apoio para que todos os sócios social, para minimizar os riscos de transmissão da COVID-19, levaram à redução, quando não à suspensão, e amigos do MCP possam dar o seu contributo para das atividades de muitas instituições de apoio social. adquirir arroz, esparguete, cereais, leite, azeite, farinha, Neste contexto, aqueles e aquelas que, corajosamente, açúcar, massa, polpa de tomate, sal, bolachas, óleo,
enlatados (feijão, grão, salsichas, atum) ou café solúvel. Bens destinados ao programa de apoio às famílias CASA Amiga, que serão adquiridos na Henisa, nosso parceiro de longa data, que, por seu turno, fará a entrega diretamente nas instalações da CASA, evitando assim que os sócios do MCP corram qualquer risco de contágio. E com contas, que serão, obviamente, explicadas detalhadamente aos sócios, mantendo a política de transparência e rigor que desde sempre é apanágio dos Corpos Sociais deste clube. Fica assim mais fácil e seguro apoiar quem mais precisa, fazendo a transferência através da conta do MCP com o IBAN PT50 0010 0000 3859 5020 0016 7, comprovando que a solidariedade é atitude que distingue os motociclistas.
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PARA LÁ DO MARÃO…..
8 DE MARÇO 2020
S. PEDRO EM “VERSÃO” BIPOLAR
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O passado domingo dia 8 de março foi a prova do acima escrito! Uma vez mais a Ducati Norte recebeu nas suas instalações os participantes ao primeiro passeio vocacionado para o segmento de Big Trails e de cariz off-road; ao mesmo tempo que se iam revendo velhos conhecidos e conhecendo caras novas, todos puderam apreciar os novos lançamentos desta icónica marca italiana enquanto petiscavam o agradável pequeno almoço oferecido pelo Eng José Manuel Costa e restante equipa. Quase à hora marcada a caravana saiu em direção a Amarante (debaixo de uma chuva que desapareceu por alturas de Penafiel), onde se fez uma curta paragem para atestar os depósitos. O grupo subiu até ao Fridão onde, finalmente, encontrou o terreno mais do seu agrado – a terra! Daí até Ansiães percorremos o conhecido troço do Marão, cruzamos o vale em direção à EN15 e voltamos ao off-road para passarmos sob a A4; aqui tivemos de enfrentar o primeiro (e podemos dizer único) desafio do passeio, uma subida algo acentuada e com pouca aderência, que “deu que fazer” às motos mais pesadas e mostrou o espírito de entreajuda que fez com que todos chegassem ao cimo. Com o aproximar dos cumes da Serra do Marão chegou uma desagradável chuvinha que nos acompanhou até ao Carneiro e Mafómedes; subimos à Senhora da Serra (o ponto mais alto da Serra do Marão, com 1415m de altitude), que ninguém viu, pois estávamos no meio da nuvem! Ao começarmos a descer para Santa Marta, S. Pedro mostrou-nos a sua faceta
bipolar - saímos da nuvem e o céu abriu-se, mostrando toda a beleza dos vinhedos do vale da EN2. Com algum atraso, chegamos ao Restaurante Stª Marta onde, depois de olhar para a mesa, perdemos toda a vontade de continuar o passeio (queijos e enchidos, patés, empadas, bôla, cogumelos na púcara, bacalhau com grão….., tudo bem acompanhado pela “pomada” da região; já estávamos todos bem e ainda veio um arroz de feijão com pataniscas e, para terminar, um divinal leite creme e o incontornável café (muito obrigado Sónia e Restaurante Stª Marta pelo excelente repasto!). Com a barriga bem composta, e com algum (é melhor não quantificar) atraso, voltamos aos trilhos, voltando a subir às alturas do Marão na esperança de que o céu estivesse mais aberto e nos possibilitasse apreciar as excelentes vistas mas, infelizmente, S. Pedro não ajudou e, ao chegarmos ao alto, voltamos a “entrar” na nuvem e nunca mais de lá saímos! Fizemos toda a cumeada das eólicas do Marão completamente dentro do nevoeiro (mal nos vendo uns aos outros) e, já na descida, ao chegarmos a Murgido, com o aproximar do entardecer e sem previsões de melhoria, decidimos dar por terminada a parte off-road, descendo à EN15 e seguindo diretamente para Amarante, onde alguns ainda ficaram a conviver em frente a uma mini. Obrigado a todos os participantes pela “boa cara” e espírito de camaradagem que mantiveram ao longo de todo o dia, independentemente das dificuldades do percurso e da bipolaridade do S. Pedro; marcamos novo encontro para Abril, desta vez por terras de Fafe. Contamos convosco!
Aproveita a quarentena para pagares as quotas 2020 por TB. Mantém-se os mesmos 48€ dos últimos 15 anos. TB para MCP, PT50 0010 0000 3859 5020 0016 7 e indica o teu nº de sócio.
JÁ ESTAMOS A AJUDAR QUEM MAIS PRECISA
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Primeira ‘dose’ de apoio solidário entregue no Centro de Apoio ao Sem Abrigo. Mas não vamos parar por aqui… Compromisso assumido… e cumprido! Já foi entregue na CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo a primeira remessa de alimentos para serem distribuídos pelas famílias mais carenciadas que, nesta fase de recolhimento obrigatória ditada pelo estado de emergência, estão ainda mais fragilizadas. Um esforço solidário de sócios e amigos do Moto Clube do Porto, transformado em azeite, bolachas, feijão, atum, massas diversas, cereais, salsichas e leite, adquiridos na Henisa – Cash & Carry em cabaz ainda mais composto graças à generosidade do nosso sócio Henrique Araújo.
Bens que levaram sorrisos a muitos lares mas que, infelizmente, não chegam… Por isso – e porque a crise ainda vai durar mais algum tempo – vamos continuar a ajudar, dando o contributo possível, sem correr riscos e sem colocar a sua família em risco, nesta fase em que a palavra de ordem é #FicarEmCasa. Os donativos para ajudar o projeto Casa Amiga (https://casa-apoioaosemabrigo.org/) poderão continuar a ser feitos para a conta do Moto Clube do Porto com o IBAN PT50 0010 0000 3859 5020 0016 7, que, depois, se encarregará de os converter em bens alimentares à medida das necessidades dos mais desprotegidos. E assim, solidários como sempre fomos e como
só os motociclistas o sabem ser, vamos ajudar quem mais precisa a ultrapassar esta crise causada pelo novo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). Inimigo invisível mas extremamente perigoso que, a nós, motociclistas, nos tem impedido de fazer o que mais gostamos: andar de moto; mas que a outros, os sem abrigo e os mais carenciados, tem criado problemas muito mais graves.