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FNB acolhe conversa de "Mulheres para Mulheres”
nada e encorajando as mulheres a seguirem os seus sonhos, tanto a nível pessoal como profissional.
“Ao longo dos últimos anos, as mulheres têm assumido seu protagonismo no mundo corporativo, quebrando preconceitos e rótulos sobre as suas competências profissionais. Mas as conquistas não anulam o quanto ainda precisamos de evoluir e de discutir o assunto dentro das empresas. As lideranças femininas colaboram para uma maior diversidade nas organizações, gerando mais inovação e produtividade.
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Neste Mês da Mulher Moçambicana, o FNB Moçambique deu voz a histórias inspiradoras num ambiente aconchegante e convidativo, contadas “de Mulheres para Mulheres”.
Vários foram os assuntos abordados pelas convidadas Jocelyne Machevo, Sónia Sultuane e Nancy Mafundza Come, num painel que contou com a moderação de Melba Jorge e uma audiência atenta e participativa, essencialmente composta por clientes e parceiras do Banco. Três mulheres com histórias, vivências e origens diferentes, mas com um denominador comum: são mulheres bem-sucedidas, com garra, determinação e vontade de vencer, cujas histórias não deixaram ninguém indiferente.
Sónia Sultuane, escritora e artista plástica moçambicana, reconhecida em diversas ocasiões pelos seus trabalhos artísticos sociais, debruçou-se sobre a sua luta contra dois cancros extenuantes, mas que não lhe tiraram a vontade de vencer e viver. “Não tenho medo de morrer, tenho medo de não viver o próximo instante. Quando me foi diagnosticado o segundo cancro, tinha 45 anos e pensei, desisto? Luto? Terei hipóteses? Vou sofrer novamente? Tinha um turbilhão de dúvidas, de medos e incertezas, mas a minha teimosia e o meu amor pela vida fizeram com que fosse à luta. Enchi-me de coragem e determinação e iniciei os tratamentos na África do Sul, lon- ge de casa, da família e dos amigos. Percebi que existe muito preconceito acerca do cancro, mas não permiti que a maldade e ignorância alheia me afectassem, não deixei que gente tóxica se aproximasse de mim, pois tornam-se piores do que o próprio cancro", desabafou Sónia.
Mas o certo é que o pânico e o medo de morrer não derrubaram esta mulher que ama a vida acima de tudo, apesar de todos os desafios que a intensidade dos tratamentos lhe impôs: o sabor metálico dos alimentos, o olfacto alterado, a visão por vezes limitada, a queda de cabelo, pestanas e unhas, o cansaço extremo e lentidão, os efeitos psicológicos devastadores. Apesar de tudo, Sónia manteve-se firme nesta luta. “Um dia o martírio acaba, como tudo passa e acaba nesta vida, e volta tudo mais bonito e saudável, a pele, as unhas, o corpo, o cabelo, como se fôssemos novamente bebés, rejuvenescemos e até o sentido da vida muda. É uma oportunidade de recomeçar, é o reerguer da morte e só não vai aproveitar novamente a vida quem não sentiu a morte a vir buscá-lo!”, conclui Sónia Sultuane.
Jocelyne Machevo, gestora de Projectos de Oil and Gas, uma profissional de sucesso num meio liderado pelo género masculino, foi a primeira mulher e a primeira moçambicana a ocupar um cargo executivo na Bacia Eni Rovuma. Uma referência entre as mulheres jovens, tornou-se contadora de histórias e oradora motivacional, partilhando a sua jor-
As mulheres são altamente voltadas para a resolução de problemas, pois são capazes de levar para as organizações diferentes pontos de vista, colaborando para um clima organizacional mais positivo.” Nancy Mafundza Come contou um pouco da sua história tanto pessoal como profissional. Raptada pelos “bandidos armados” quando tinha apenas 5 anos, viveu em cativeiro durante um ano. Conseguiu fugir e mudar a trajectória da sua vida, superando desafios psicológicos e físicos, formou-se, deu início à sua carreira e quando teve a oportunidade de se juntar ao FNB, em 2009, como atendimento, não cruzou os braços. Nancy é hoje directora do Retalho do FNB.
Sobre a questão de género na gestão financeira e ao papel da mulher na sociedade moçambicana, afirma que “sempre existiram mulheres bancárias, mas agora vemo-las, cada vez mais, em posições de liderança, o que significa que existe um novo paradigma. Por outro lado, a mulher tem um papel bastante relevante na gestão de recursos financeiros e, muitas vezes, sem qualquer instrução formal. São elas que fazem a gestão de como a renda mensal é alocada nas suas casas.
E isto sem mencionar o facto de termos mulheres que são o principal provedor nas suas famílias, sendo que muitas, além de terem um emprego formal, têm um negócio à parte. Trabalhando no sector financeiro, consigo perceber de que forma as mulheres gerem o seu dinheiro e até o fazem, muitas vezes, melhor que os homens, pensam sempre em poupar e investir. Acredito que a mulher tem um papel bastante relevante na dinamização do sector financeiro no País.”
Três trajectórias contadas em três vozes, de três mulheres moçambicanas, convergiram numa narrativa única, pautada por notas de força, esperança e superação que caracterizam, de facto, a mulher moçambicana.
“Como borboletas, as mulheres são sobreviventes do tempo, nessa metamorfose constante”. Sónia Sultuane.