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BRAVANTIC Vestir a Pele da Transição Digital
Nos dias que correm, o sector das Tecnologias de Informação tem sido decisivo no sucesso das empresas e organizações, independentemente do seu porte ou área de actividade. A Bravantic, multinacional tecnológica presente em Moçambique há vários anos, passou por uma fase de transformação da sua identidade, e é disso um exemplo notável
Arelevância da transformação digital para as empresas, organizações e sociedade é, de há muito, reconhecida, mas não perde actualidade por ser um processo que evolui, compreendendo a mudança de mentalidade e transformação ou modernização da tecnologia, factores que se tornaram indispensáveis na actividade produtiva. É a isto que se dedica a Bravantic, uma empresa da área das Tecnologias de Informação (TI) que começou em Portugal há 27 anos e que, recentemente, passou por um processo de transformação da sua identidade. Mudou de nome, assumiu o futuro, “com bravura e entusiasmo”.
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A Bravantic está, essencialmente, focada na construção de infra-estruturas de rede para a transformação digital, caso dos data centers. Está presente em Moçambique há uma década, tendo começado como ‘Informatem’ em 1996, altura em que tinha apenas quatro colaboradores. Actualmente, conta com mais de três mil funcionários em várias geografias, e para além de Moçambique, opera em Angola, Brasil e, mais recentemente, nos Emirados Árabes Unidos.
De acordo com o country manager da empresa no País, Eduardo Vicente, “um dos principais feitos” da Bravantic foi a instalação do serviço Credelec, que permite a compra da recarga de energia eléctrica junto do fornecedor, a Electricidade de Moçambique (EDM), e que se faz através de todos os provedores de mobile banking e das caixas electrónicas dos bancos. “Somos responsáveis, por toda a parte a infra-estrutura tecnológica deste sistema. Apoiámos a EDM no alargamento e dinamização tecnológica, nomeadamente com o aparecimento da Credelec em 2009, e estamos cá fisicamente desde esse ano por causa deste projecto de grande importância social”, refere Eduardo Vicente. Explicando com mais detalhe, “quando, em 2009, a EDM lançou um projecto para criar o serviço pré-pago, nós entrámos com a parte da infra-estrutura e apoiámos a empresa nesse investimento, tendo montado dois centros de dados, um na EDM e outro nas nossas instalações”, complementa o gestor.
Outra vocação da Bravantic é a de proteger a informação dos clientes, tendo, antes de tudo, a tarefa de procurar conhecer o valor e o risco do negócio daqueles. “Damos conta de uma empresa enorme, uma instituição que factura milhões de dólares, logo, sabemos quanto custa a informação da empresa. É um tipo de trabalho que deve ser muito bem feito”, salienta o gestor.
Este foi, pois, um ramo que ganhou grande relevância em todos os mercados, nos últimos anos, devido à ameaça crescente do ciber-crime, especialmente durante e no pós-pandemia. “Sim, são as consequências menos benéficas de uma transição digital global, que acelerou imenso nos últimos anos. Mas é para isso que empresas como a Bravantic existem, e com a sua rede, conseguem dar suporte permanente aos seus clientes”.
O responsável explica ainda que, estrategicamente, a Bravantic não presta apenas serviços tradicionais de TI, “tentamos perceber o cliente e o seu negócio e apoiamo-lo no investimento que faz”.
Sobre a transição digital em Moçambique, Eduardo Vicente defende que “o País tem de se adaptar rapidamente ao que acontece no mundo”, e reconhece que o desafio “apesar de ser imenso”, está a ser encarado de forma atenta por parte dos decisores, e da maioria das grandes empresas. “Há a questão do investimento que, em tecnologia, nunca é pequeno, especialmente se pensarmos em áreas como as infra-estruturas, a educação, a Justiça, uma área em que temos alguns projectos que farão a diferença no País, esperamos. É para isso que trabalhamos, para colocar a tecnologia ao serviço do País.
BEMPRESA
BRAVANTIC COUNTRY MANAGER
Eduardo Vicente
ÁREA
Tecnologias de Informação MERCADOS
Portugal, Moçambique, Angola, Brasil, EAU FUNDAÇÃO
1996
Inovação
Indústria espacial China equaciona utilizar impressão 3D para erguer edifícios na Lua últimos anos, está a planear usar o seu programa de exploração espacial para testar a viabilidade do uso de tecnologia de impressão 3D na construção de edifícios na superfície da Lua.
O equipamento espacial, Asonda Chang’e-8, cuja data de lançamento ainda não foi anunciada, vai ter como missão investigar o ambiente e a composição mineral da Lua, bem como verificar se a impressão 3D pode ser utilizada nestas superfícies, informou o cientista Wu Weiren, da Administração Espacial da China, destacando que, “se quisermos estar presentes na Lua a longo prazo, temos de instalar estações com o uso de materiais lunares”.
Várias universidades chinesas, como a Tongji e a Jiatong, começaram a estudar possíveis aplicações da tecnologia de impressão 3D no satélite natural da Terra.
Ambiente Cientistas americanos criam plástico que se dissolve na água em pouco tempo
Adacto Caires Pambe, formado em Direito pela Universidade Wutivi, decidiu criar três aplicativos disponíveis na Play Store - Ferramentas do MP, Armadura Legal, Crimes, Formas e Molduras -, com o objectivo de tornar a lei moçambicana mais acessível e fácil de entender ao público.
O primeiro aplicativo, Ferramentas do MP, é um compilado de informações ligadas ao Ministério Público, como Circulares de Execução Permanente, instruções e memorandos de entendimento, contactos e localização das principais procuradorias e linha verde; o segundo, a Armadura Legal, contém leis, decretos e códigos como o Penal, Processo Penal e Comercial.
Dentro das leis estão contempladas a Lei do Trabalho, da Família, das Sucessões, do Direito à Informação, do Combate ao Terrorismo, Lei Orgânica do Ministério Público, Estatuto Geral dos Agentes e Funcionários do Estado, Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras.
Já o terceiro aplicativo, designado por Crimes, Formas e Molduras, foi inspirado no guião prático do Código Penal e Processo Penal e apresenta os crimes estabelecidos no Código Penal, as formas de processo, molduras penais que dizem respeito ao período de prisão e multa correspondente a cada crime.
Os aplicativos foram criados com o intuito de auxiliar os juristas e a sociedade a obterem as legislações e demais documentos num único lugar e dar a conhecer aos cidadãos sobre os seus direitos e deveres.
Uma equipa da Boise State University em Idaho, EUA, conseguiu criar um material reciclável para utilização em restaurantes de fast-food que se dissolve na água muito facilmente. Para alcançar este resultado, os cientistas começaram por utilizar uma substância chamada isomalte, um álcool de açúcar granulado amplamente utilizado como substituto do açúcar refinado convencional. Para aumentar ainda mais a resistência do material, os cientistas começaram por aquecer o isomalte até ao estado líquido. Depois adicionaram celulose pura derivada de plantas, uma mistura de celulose e serradura e uma farinha feita de madeira em pó. Utilizando equipamento convencional de fabrico de plásticos, combinaram as misturas em pellets, que foram depois aquecidos e moldados em objectos como um pires, uma peça de xadrez e um dodecaedro. Nos três casos, os aditivos duplicaram a resistência do isomalte, tornando-o mais forte que os plásticos.
Ciência Inteligência Artificial poderá inaugurar nova era no design de proteínas ção publicada na revista Science, e sugerem que “este avanço pode levar, em breve, a vacinas mais poderosas, sendo que no geral, o método pode inaugurar uma nova era no design de proteínas”.
A equipa de investigação da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, desenvolveu um software de design de proteínas, com base numa estratégia comprovada em jogos de tabuleiro como o xadrez, que serviu para fabricar centenas destas substâncias numa experiência posterior. “As proteínas criadas com a nova abordagem foram mais eficazes na geração de anticorpos úteis em roedores”, referiram os autores da investiga-
“Os nossos resultados demonstram que a aprendizagem por reforço pode fazer mais do que apenas dominar os jogos de tabuleiro. Se este método for aplicado aos problemas de investigação correctos, poderá acelerar o progresso em vários campos”, destacou o principal autor do estudo, David Baker.
Baker revelou também que as aplicações potenciais são vastas, desde o desenvolvimento de tratamentos de cancro mais eficazes até à criação de novos tecidos biodegradáveis e, nesta aprendizagem por reforço, um programa aprende a tomar decisões tentando diferentes acções e recebendo feedback. Este algoritmo pode, por exemplo, aprender a jogar xadrez, tentando milhões de movimentos diferentes.
Écom muito orgulho e regozijo que me dirijo a todos vós nestas breves notas de apresentação do relatório e contas referente ao exercício económico de 2022. Com efeito, os resultados de 2022 que observamos enchem-nos de muito orgulho, pois demonstram que os indicadores de desempenho financeiro e de operação continuam a apresentar a robustez que é, certamente, esperada pelos estimados accionistas, em particular, e pelo povo moçambicano, no geral, porque estes são os mais directos beneficiários da operação do empreendimento de Cahora Bassa através do pagamento de dividendos, da energia que produz e das obrigações fiscais que cumpre.
O ano de 2022 foi bastante satisfatório por diversos motivos, destacando-se pela celebração do 15.º aniversário da reversão da HCB para o Estado moçambicano, efeméride que teve a honra de contar com a presença de Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique. O “27 de Novembro”, Dia da Reversão, representa um marco de reflexão sobre o desempenho de Cahora Bassa que, diga-se, tem sido excelente e demonstra o seu papel preponderante como dinamizador e âncora da matriz energética nacional e regional, bem como do desenvolvimento de Moçambique, assentes na contribuição que presta à economia, no pagamento de impostos, taxas e dividendos que concorrem para o desiderato da materialização dos projectos do Estado.
A par da reversão, é destaque do ano 2022 o alcance da produção de 15.753GWh, que representa a melhor produção dos últimos cinco anos e corresponde a 5,09% acima do volume da produção hidroenergética alcançada em 2021.
Como corolário da performance operacional, em 2022, a HCB arrecadou receitas acima de 27 mil milhões de meticais. Cerca de 2.700 milhões de meticais foram canalizados para o Estado em forma de fees de concessão, aproximadamente 5.100 milhões de meticais em forma de impostos e mais de 3.700 milhões de meticais de dividendos foram pagos aos accionistas da série A e B, va- lores acima da percentagem recomendada pelos estatutos da Empresa.
Os bons resultados operacionais e financeiros da HCB são o reflexo do desempenho do quadro de recursos humanos que, sob gestão da equipa de administração, tem sabido emprestar o seu saber e conhecimento. Demonstram ainda a entrega abnegada dos recursos humanos ao trabalho, para que a Empresa alcance os altos níveis de produção que muito nos orgulham, num quadro em que os equipamentos demandam investimentos estratégicos para proceder à sua reabilitação e modernização, mormente a terceira fase da reabilitação da Subestação do Songo, brownfield 3, e a segunda fase de reabilitação da central hidroeléctrica sul, Reabsul 2. A realização destes projectos irá melhorar os níveis de performance operacional, estender a vida útil dos activos de geração e conversão para mais 25 anos e ainda tos de reabilitação e modernização do empreendimento pressupõe o recurso a combinação de capitais próprios e capitais alheios, onde serão priorizados os capitais próprios que a Empresa tem ao seu dispor, uma boa prática de gestão. Através deste modelo observam-se benefícios consideráveis e minimizam-se os custos financeiros de financiamento. incrementar a capacidade produtiva da central, dos actuais 2075 MW para mais cerca de 5% e, dessa forma, acrescer às actuais receitas do empreendimento hidroeléctrico de Cahora Bassa no médio e longo prazo.
Concomitantemente, é preciso frisar que durante a implementação dos projectos acima referidos, a produção da HCB estará condicionada pelo que se prevê a redução momentânea nos índices de produção com impactos na facturação da Empresa. Todavia, estarão assegurados o cumprimento dos contratos de fornecimento de energia firme com a EDM e a manutenção dos pagamentos dos dividendos.
Contudo, no médio prazo, a HCB irá retomar a sua normal operação, ao mesmo tempo que a Empresa estará a implementar projectos de expansão e diversificação do negócio para uma melhor sustentabilidade e consolidação de Cahora Bassa, enquanto empreendimento estratégico nacional e regional.
É neste contexto que o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), duas instituições financeiras bastante sólidas e de reconhecida credibilidade, aprovaram facilidades de crédito, concecional [não soberano], no montante global de 225 milhões de euros que poderão ser desembolsados, parcial ou totalmente, se a Empresa julgar necessário, durante a implementação do CAPEX Vital. Adicionalmente, a Empresa vai beneficiar de uma subvenção da União Europeia, através da AFD, no valor de 22 milhões de euros, para a implementação de projectos de desenvolvimento.
A estratégia de financiamento aos projec-
É por isso que a HCB está a implementar iniciativas que levarão à transformaçãodo empreendimento para a modernização da sua estrutura de gestão, do sistema electroprodutor e da gestão do capital humano, valorizando-o como o activo mais importante de que a Empresa dispõe. Estas iniciativas de modernização estratégica permitirão a extensão da vida útil dos principais equipamentos e estão na sua fase inicial de implementação.
Para terminar, não deixaria de agradecer aos accionistas, aos membros dos órgãos sociais da HCB, nomeadamente a Mesa da Assembleia Geral, ao Conselho Fiscal e ao Conselho de Administração, aos colaboradores da Empresa, clientes, parceiros e fornecedores, pelo seu contínuo e incondicional apoio às nossas actividades e pelo seu papel-chave na contínua jornada para que a HCB continue com resultados que consolidam a sua robustez e a posição de empresa “Orgulho de Moçambique”.
Cahora Bassa, o Orgulho de Moçambique
João Gomes • Partner @BlueBiz
Vem este artigo a propósito da uma acção de assistência técnica à instalação de uma incubadora de negócios no norte de Moçambique1, que a BlueBiz Consultoria está a realizar e cuja revisão da literatura efectuada pretendo aqui partilhar.
Neste artigo desafio o meu leitor@ a responder à pergunta: As Incubadoras de Negócios em África (Adiante “IN”) são uma moda passageira ou uma ferramenta de desenvolvimento económico, social e tecnológico que veio para ficar?
Vejamos sucessivamente:
- O que é a uma incubadora de negócios (“IN”).
- Estatísticas associadas às “IN”.
- Conclusão.
O que é uma incubadora de negócios (“IN”)?
Na minha opinião, uma “IN” caracteriza-se pela presença combinada dos seguintes (13) elementos:
1- São mecanismos de estímulo e protecção à recuperação e desenvolvimento económico: historicamente2 as “IN” nasceram para solucionar problemas em regiões económica e socialmente deprimidas. Também em Moçambique, tal verifica-se nos casos conhecidos de “IN”3
As estatísticas indicam que:
- Em 2019 havia mais de 200 incubadoras de negócios em operação em África (African Development Bank Group, 2020).
- As incubadoras de negócios em África têm ajudado a criar mais de 20.000 empregos directos e indirectos (AfDB).
- A taxa de mortalidade entre empresas que passam pelo processo de incubação é reduzida a 20%, contra 70% detectados entre empresas nascidas fora do ambiente de incubadora.4