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O Oceano Atlântico Está a “Morrer”?
by Media 4U
Sempre que se tenta fazer uma projeção dos impactos das alterações climáticas no planeta, a questão mais difícil de prever é o comportamento dos oceanos e mares. Sabe-se pouco sobre os resultados do degelo e as consequências das antropogénicas que estão a transformar o mundo.
Tendo em conta que os oceanos produzem oxigénio e captam um terço das emissões de dióxido de carbono lançadas para a atmosfera, o estado de saúde dos oceanos e mares é uma prioridade. No entanto, apenas uma peque- na parte destes ecossistemas estão mapeados.
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De ano para ano vai crescendo a quantidade de poluição despejada no mar e a pesca industrial multiplica-se. Juntamente com as emissões de gases com efeitos de estufa e o aquecimento global, são fatores que quase de forma invisível estão a modificar os sistemas marinhos, incluindo as rotas de muitas espécies de animais, assim como a sobrevivência de florestas marinhas e recifes de corais.
Recentemente, um grupo de cientistas divulgou um
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A corrente do golfo estudo que mostra um “indicador de alerta precoce para a quebra da circulação meridional do Atlântico (Amoc), um vasto sistema de correntes oceânicas que é uma componente chave na regulação climática global. Os alertas não são de agora. Este sistema, que abrange parte da Corrente do Golfo e outras correntes poderosas, “é uma correia transportadora marítima que transporta calor, carbono e nutrientes dos trópicos em direção ao Círculo Polar Ártico, onde esfria e afunda nas profundezas do oceano. Esta agitação ajuda a distribuir energia pela Terra e modula o impacto do aquecimento global causado pelo homem”, como refere a notícia do jornal britânico. À medida que a atmosfera aquece, a superfície do oceano abaixo dela retém mais calor. Por outro lado, o aumento das chuvas e o degelo
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As rotas de muitas espécies estão a ser modificadas na Groenlândia e no Ártico tornam o clima mais fresco. Estes efeitos antagónicos reduzem a função do Amoc. A água doce dos glaciares está a obstruir o afundamento das águas mais salgadas e mais quentes que vêm do sul do Atlântico. A migração de animais marinhos também sofre alterações e a cadeia trófica fica desmantelada, criando verdadeiros desertos no mar. A poluição, a pesca industrial multiplica-se, as emissões de gases com efeitos de estufa e o aquecimento global estão a modificar os sistemas marinhos, incluindo as rotas de muitas espécies de animais, assim como a sobrevivência de florestas marinhas e recifes de corais. Sobre um outro ponto do Oceano Atlântico, existe um alerta recente, acionado por dois geólogos investigadores portugueses, João C. Duarte e Filipe Rosas (juntamente com mais dois autores). Em fevereiro deste ano, o estudo foi publicado na revista “Geology” e incide sobre um fenómeno entre duas placas tectónicas situadas no estreito de Gibraltar.
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Sabe-se pouco sobre os resultados do degelo
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Ao que tudo indica, uma placa vinda do Mediterrâneo está a “mergulhar” para de- baixo de outra em direção ao manto da Terra – a camada da estrutura interna que fica entre a crosta e o núcleo do astro em que habitamos -, o que pode culminar num anel de fogo.
É um encontro de titãs no local onde o Mediterrâneo se funde com o Atlântico, que muito provavelmente resulta numa subducção – ou invasão geológica – que nos remete para sismos como aquele que aconteceu em 1755.
O movimento detetado pelos cientistas é lento, mas existe, avança uns milímetros por ano, ao contrário de outras placas, mais facilmente observáveis porque se movem alguns centímetros por ano.
Durante muito tempo, julgou-se que esta zona estava adormecida e não havia razão para projetar um fenómeno de subducção no estreito de Gibraltar. Os novos dados mostram que, afinal, aquela zona do mundo está a sofrer uma profunda mudança geológica.
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O estudo revela que sob o aumento do forçamento de água doce, verifica-se uma diminuição gradual da força AMOC
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