Jornal O País Edição N°1427 de 29/03/2019

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eX-dIRIGeNTe dA cASA-ce fUNdA “NOVO PARTIdO”

‘cAmARAdAS’ VOTAm HOJe dATA de 15 de JUNHO PARA O 7º cONGReSSO eXTRAORdINÁRIO

um mês depois de ter sido exonerado do cargo de secretário provincial executivo da CaSa-CE, Francisco viena anunciou a criação da sua própria força política: chamase Novo Partido. P. 8

o 7.º Congresso Extraordinário do MPLa, cuja data foi ontem, quinta-feira,28, anunciada, é o primeiro do partido com João Lourenço na liderança e tem como lema “MPLa e os Novos Desafios”. Comité Central reúne-se hoje no Complexo do Futungo, em Luanda. P. 2

www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @Jornalopaís facebook/opaís.angola

Director: José Kaliengue

O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA Edição n.º 1427 Sexta-feira, 29/03/2019 Preço: 40 Kz

PAcOTe LeGISLATIVO AUTÁRQUIcO VAI À APROVAÇÃO NA GeNeRALIdAde POLÍTIcA. Nove diplomas legais relacionados com as autarquias serão submetidos à

aprovação, na generalidade, na próxima reunião plenária, agendada para 18 de abril. a decisão saiu da reunião da conferência dos presidentes dos grupos parlamentares da assembleia Nacional realizada ontem, quinta-feira , 28. P. 9 JaCiNto FiGuEirEDo

ANTÓNIO VIceNTe “SANTOcAS”

“eU fUI A VOZ dO dIP dO mPLA”

Mais de 300 trabalhadores da EPAL cruzaram os braços ● Os grevistas alertam que serão garantidos apenas os serviços mínimos e a distribuição da água não será superior a um período de cinco horas diariamente. Entretanto, o director do Gabinete Jurídico da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), Ivan Mateus, garante que a aderência à paralisação foi inferior a 10 por cento. P. 10

Biocom prevê exportar mais de 8 mil metros cúbicos de Etanol para a Europa ● A Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom) vai exportar pela primeira vez 8500 metros cúbicos de etanol para a Europa a partir do mês de Abril do ano em curso, perfazendo um facturamento total de aproximadamente USD 3,5 milhões. P. 18

eNTReVISTA. Quem não se sentiu tocado ao escutar ‘Valódia’,

‘Kifangondo’, ‘marçal’ ou mesmo ‘Angola não é herança de familiares’? A caminho dos seus 65 anos de idade, o autor destas músicas, António Sebastião Vicente, o Santocas, continua a ser uma das principais referências da música popular urbana angolana. P. 20

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Progresso e 1º de Agosto reeditam velho dérbi ● Em caso de vitória, hoje, na visita aos sambilas no Estádio dos Coqueiros, os militares, na liderança com 44 pontos, alargam a vantagem pontual para dez pontos em relação ao Petro de Luanda, segundo classificado do Girabola Zap. P. 25

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O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

mPLA vota data de 15 de Junho para o 7.º congresso extraordinário arquivo

O 7.º congresso Extraordinário do MPLa, cuja data foi esta quinta-feira anunciada, é o primeiro do partido com João Lourenço na liderança e tem como lema “MPLa e os Novos Desafios”

O

comité central do MPLA vota hoje, Sextafeira, 29, a data de 15 de Junho para a realização do 7.º Congresso Extraordinário, o primeiro desde que João Lourenço chegou à liderança do partido no poder em Angola, segundo um comunicado oficial. Segundo o documento, a 7.ª sessão ordinária do comité central – o órgão máximo entre congressos, com 363 membros e cuja composição irá ser alargada

– vai decorrer no Complexo Turístico Futungo 2, em Luanda, e será aberta com uma intervenção do presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, também chefe de Estado angolano. A última reunião do comité central do MPLA decorreu a 30 de Novembro de 2018, dois meses depois de, no 6.º Congresso Extraordinário, João Lourenço ter subido à liderança do partido, ocupando o cargo em que José Eduardo dos Santos esteve ao longo de 39 anos. O 7.º Congresso Extraordi-

nário, cuja data foi esta Quinta-feira anunciada, é o primeiro do partido com João Lourenço na liderança e tem como lema “MPLA e os Novos Desafios”, tendo em pano de fundo a reestruturação da força política no poder em Angola desde a independência, em 1975, e a preparação para as autárquicas. Após o discurso de abertura, os trabalhos começarão com um ponto prévio de dois itens, com o primeiro a incidir sobre o preenchimento de uma vaga existente no comité central, deixada pelo falecimento, a 5 de Fevereiro último, de Gabriel Hilifavali, tendo o bureau político indicado Gonçalves Namweya, com base na lista de precedência. O segundo refere-se à análise sobre o estado de preparação das primeiras eleições autárquicas em Angola, previstas para 2020, mas apenas nalguns

dos 164 municípios das 18 províncias que dividem administrativamente o país, ainda por decidir. Na sessão estarão também em análise seis outros temas, como os relatórios de execução do plano de acção do sector da energia e águas para o período 2018/2022, do Bureau Político sobre a actividade desenvolvida em 2018 e de execução do orçamento anual do MPLA referente ao mesmo ano. Os membros do comité central analisarão também o relatório de actividades da comissão de disciplina e auditoria do comité central, ainda referente a 2018, bem como votarão a proposta do Código de Ética Partidária e as bases gerais para a preparação e realização do 7.º Congresso Extraordinário do MPLA. A sessão servirá também para informar os membros do Comité

Central sobre as linhas fundamentais da Agenda Política do MPLA de 2019 e sobre uma directiva relativa à utilização dos lemas e símbolos do partido. “Todos os temas serão objeto da mais ampla discussão, para a respetiva deliberação, sendo que, após a conclusão dos trabalhos, será divulgado um comunicado final”, lê-se no comunicado. O comité central, composto por 363 membros, é o órgão deliberativo máximo do MPLA, no intervalo dos congressos, que estabelece a linha de orientação política do partido, no quadro das decisões dos congressos. O órgão reúne-se duas vezes por ano em sessões ordinárias e com caráter extraordinário sempre que convocado pelo presidente do partido ou pelo bureau político.


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deSTAQUeS

POLÍTIcA PÁG. 09 Ex-dirigente da CaSa-CE funda “Novo Partido”.

o editorial SOcIedAde. PÁG.12 Mais de 300

trabalhadores cruzaram os braços no primeiro dia de greve na EPaL

cARTAZ. PÁG. 16 Shakira ouvida em tribunal por acusação de plágio.

ecONOmIA. PÁG. 18 Biocom prevê exportar mais de 8 mil cúbicos de Etanol para Europa a partir de abril.

HOJe: os números do dia

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Tecnicamente errado

U

ma auditoria vai procurar identificar possíveis erros técnicos na construção, neste caso reconsideração, do caminho de ferro de Benguela. talvez se deva começar pela empresa de fiscalização, talvez se deva prestar muita atenção também à gestão. E, já agora prestar atenção a muito mais obras, a todas, o país pode estar todo ele tecnicamente errado. Talvez se devesse apenas fazer uma auditoria às obras, o que é normal e desejável, mas não uma caça ao erro, como foi anunciado. isto pode semear novos erros.

o que foi dito

AcTUAL . PÁG. 23 oNu alerta que sete mil bebés podem morrer durante o parto em Moçambique.

O PAÍS Sexta-feira, 2 9 d e M arço d e 2 019

Vamos descentralizar a ajuda humanitária, actualmente concentrada nas cidades da Beira e Búze, amplamente afectadas pelo ciclone Idai” Graça machel antiga Primeira-Dama de Moçambique

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mil e 500 alunos estão sem aulas no município do Lobito, na província de Benguela, devido às fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias.

mil árvores de eucalipto, pinheiro, cedro e casuarina estão nos viveiros do instituto de Desenvolvimento Florestal (iDF) da província do huambo, para serem plantas em áreas com carências.

Pessoas, entre as quais uma criança e uma grávida, morreram vítimas de hiv/SiDa, dos 890 casos diagnosticados em 2018, na província do Cuanza Norte. famílias que viram desabadas as suas casas em consequência da forte chuva que caiu no Domingo sobre a cidade de Mbanza Kongo, província do Zaire, começaram a receber chapas de zinco.

Tínhamos tudo para vencer o Recreativo da caála, mas as debilidades defensivas ditaram a derrota por 2-1” flávio Amado técnico-adjunto do Petro de Luanda

Os gestores públicos devem primar pela maior transparência na gestão da coisa pública, primando pelo cumprimento da lei”

Josefa cangombe vice-governadora para o sector político social e económico do Namibe


O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

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e assim... José Kaliengue Director

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o músico antónio Sebastião vicente ‘Santocas’ e relembre os seus tempos auréos

A imagem

A

www.opais.co.ao Beira(moçambique): Centenas de pessoas fazem fila em busca de comida num acampamento para os deslocados após o ciclone idai (reuters)

o que vai acontecer

s mulheres, nossas mães e irmãs, tias e avós, mulheres e ex-mulheres, que nos desculpem, mas não há imagem mais ternurenta do que a de um bebé enrolado, em paz e a dormir aconchegado como se o mundo todo, a vida, se resumisse ao peito do seu pai. É sempre uma imagem bonita, enternecedora. Acabo de ver isso mesmo. Um bebé perdido no peito do seu pai, quase como uma tatuagem, a dormir tão anjinho que se alguém lhe dissesse que o mundo não é apenas isso ele duvidaria. Não é a primeira vez que vejo uma cena assim, claro, o amor está em todo o lado. Mas esta chama-me a atenção porque estou na Cidade do Cabo, na África do Sul, por se tratar de uma família mista (pai e filho têm ao lado a mãe e mais dois irmãos do bebé) ela com tez mais clara, e porque ainda ontem à noite (Quarta-feira) prestei atenção suficiente a um debate na televisão sobre as próximas eleições, de 8 de Maio próximo. E qual foi o tema dominante? O racismo. Exactamente. Assunto ainda muito presente na sociedade sul-africana. E como é que se explica isto do racismo e do ódio a um bebé como aquele? Como que se ensina a ter mais ou menos amor, mais ou menos respeito pelo peito do pai ninho e o da mãe amor e alimento, só por causa do tom da pele? Realmente, crescemos a desfocar a verdadeira imagem da vida.

e também... concerto a semelhança de 2014, ano de abertura, a artista angolana Selda foi a escolhida para abertura da sexta temporada do projecto musical “Show do Mês”, nos dias 29 e 30 (hoje e amanhã) de Março, no royal Plaza hotel, em Luanda. há cinco anos, a cantora “inaugurou” o projecto, antes de se tornar na marca que é hoje, naquele que foi o primeiro grande concerto da sua carreira. Foi um desafio para ambos (produtora/ Nova Energia e a artista) e saíram-se bem, a cantora não parou de fazer shows.

Hóquei a Selecção Nacional sénior masculina de hóquei em patins encerra hoje, às 15:30, a primeira semana de treino no Campo da universidade Piaget, no município “satélite” de viana, tendo em vista o torneio internacional de Montreux, Suíça, em abril. Deste modo, os trabalhos de preparação vão decorrer no município supracitado durante nove dias, a partir das 17 horas. acrescenta a mesma fonte que o combinado angolano tem estágio de uma semana em Portugal, onde o treinador vai limar os aspectos defensivos e ofensivos.

Assembleia a união de Escritores angolanos (uEa) realiza amanhã, a partir das 10 horas, nas suas instalações em Luanda, uma assembleia-geral ordinária para apreciação e aprovação do relatório e contas, referentes ao fim de mandato da actual direcção, sob gestão de Carmo Neto. a assembleia-geral, convocada pelo presidente roderick Nehone, é aberta a todos os membros, visa aprovar o calendário do processo eleitoral, bem como eleger o presidente da comissão eleitoral para a eleição de novos órgãos sociais.

concerto o Progresso do Sambizanga e o 1º de agosto decidiram, por mútuo acordo, antecipar para amanhã, o dérbi agendado para a 21ª jornada do Girabola Zap 2018/19. o apito soa às 17h00, nos Coqueiros, com o foco inclinado para os militares, além da pressão de vencer, o campeão tenta acabar com a malapata que dura desde 2016, a saber: empatar na segunda volta com os sambilas.

Basquetebol o 1º de agosto recebe hoje, às 18:00, o interclube no Pavilhão victorino Cunha, para mais uma jornada da quarta volta do unitelBasket.

Aniversário de Salvador (Brasil) 29 de Março. Data em que foi fundada, em 1549, por Tomé de Sousa, governador-geral do Brasil. Na sua fundação, a capital da Bahia, recebeu o nome de São Salvador da de Todos os Santos. Isso porque a primeira expedição exploratória chegou no dia 1 de Novembro, dia de Todos dos Santos. Depois disso, por ocasião da sua fundação, o rei de Portugal mandou fazer uma homenagem a Jesus Cristo, de modo que ao nome se juntou São Salvador.


6 Media Nova, S.A Presidente do conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

NO TemPO dO KAPARANdANdA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: andré Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, alberto Bambi, augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, afrodite Zumba, Milton Manaça, antónia Gonçalo, Maria teixeira, iracelma Kaliengue, Patrícia oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) valério vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos augusto, virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa Gaspar e Yuri dos Santos (assistentes de Departamento) Revisão: antónio Setas Agências: angop, aFP, reuters, Getty images

Assistentes de Redacção: antónia Correia, rosa Gaspar, inês Monteiro e Sílvia henriques Impressão e acabamento: DaMEr, S. a. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)isabel Dalla e ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio aLPha, talatona- Luanda. tel: 222 009 444 república de angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 vladimir teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

29 março de 1973 -as últimas tropas

norte-americanas abandonam o vietname do Sul, pondo termo a intervenção dos Eua na guerra do vietname.

1988

29 março de - Dulcie September, representante do Congresso Nacional africano (aNC) para a França, Suíça e Luxemburgo, é assassinada a tiro em Paris.

2008

29 março de - Desaba, por completo, do edifício onde funcionava a Direcção Nacional de investigação Criminal (DNiC), em Luanda.

cARTA dO LeITOR

o renascer da esperança: o transplante! ontem o Conselho de Ministros deu um passo que deverá mudar para sempre a vida de muitos angolanos. há vários anos que milhares de cidadãos angolanos lutam para conseguir um transplante por causa de várias patologias de que padecem, mas este procedimento não era possível porque a proposta de lei andava engavetada, não se sabe se no Palácio da Cidade alta ou mesmo num dos gabinetes do nosso Parlamento. ao longo destes anos, mais de 10, segundo uma entrevista concedida por um médico (no caso Gil Ferreira) neste jornal, que eu enquanto leitor pude ler. o transplante é um procedimento médico realizado em muitos países do mundo, angola não poderia esperar que muitos dos seus filhos partissem para se chegar a este momento vivido hoje. quem acompanha, minimamente, os meandros

da nossa política, sabe que entre os que travaram, há anos, a aprovação desse projecto, muitos submetemse ao mesmo procedimento médico noutros pontos do mundo, enquanto uma importante franja da população nem uma esperança tinha.

transplantes possa alimentar um mercado negro de fornecimento de órgãos, mas o Executivo, os serviços de defesa e segurança podem já começar a criar condições para combater este fenómeno e travar a sua proliferação

Felizmente, alguém se lembrou dos mais necessitados, reconhecendose aqui que a feitura de

agora, é importante que se ajude aqueles que verdadeiramente necessitam. Não permitam que

outros filhos deste país, assim como os estrangeiros que escolheram este território para viver, não cheguem a realizar o sonho de voltarem a ter uma saúde melhor. um bem-haja ao Executivo.

mário Santamaria Kapalanga-Luanda

escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754


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POLÍTIcA

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O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

Ex-dirigente da CaSa-CE funda “Novo Partido” Um mês depois de ter sido exonerado do cargo de secretário provincial executivo da CaSa-CE, Francisco viena anunciou a criação da sua própria força política: chama-se Novo Partido

Francisco Viena, o rosto visível do Novo Partido

Constantino Eduardo, em Benguela

O

jurista Francisco Viena, até há pouco tmpo um dos rostos visíveis do Partido Novo, diz que o projecto político não é “apêndice do MPLA” e nem ligado a Abel Epalanga Chivukuvuku, presidente destituído da CASA-CE, como fazem crer algumas pessoas a quem chama de “angolanos com mentes sem higiene”. Em entrevista a O PAÍS, o político sustenta que o projecto, criado em Benguela a 23 de Janeiro de 2019, com sede na Vila Alice, província de Luanda, foi desenhado a pensar no interesse de ver os angolanos realizados e manifesta-

se preparado para enfrentar dois “monstros” da política doméstica, designadamente MPLA e UNITA. A nova força política tem marcado para Junho deste ano a sua assembleia-constituinte para a composição dos órgãos directivos, onde definir-se-á quem será o líder, para, em Julho, dar entrada no Tribunal Constitucional as condições processuais para consequente legalização, nos termos do que preceitua a Lei dos Partidos Políticos. Segundo partido a ser criado no Sul de Angola, depois da UNITA, a nova força política, no âmbito dos

estatutos e das suas linhas programáticas, quer primar pelo interesse do cidadão, trazendo para o país um discurso novo à luz da dinâmica “diferente” que Angola segue. “Temos na liderança do país um novo PR, que é o Dr. João Manuel Gonçalves Lourenço, que tem feito o seu trabalho no quadro das tarefas que lhes são acometidas enquanto Chefe de Estado. Nós, partido Novo, apoiamos a luta que tem sido desencadeada contra a corrupção”, disse Francisco Viena, um dos fundadores, até bem pouco tempo secretário

provincial executivo da CASA-CE, com passagens pelo MPLA e FPD antes de ter sido transformado em Bloco Democrático. Não é “apêndice” do “m” O político descarta qualquer ligação da força política ao partido MPLA e chama aos que promovem tais afirmações de “mentes sem higiene”, cujo propósito é o de denegrir e pôr em causa a idoneidade do partido NOVO. Viena não estranha tais falácias, pois, justifica, o mesmo se deu em relação à CASA-CE quando se dizia que andava

UNITA defende parcerias público-privadas entre as universidades Neusa Filipe

O

vice-presidente da UNITA e primeiro ministro do Governo Sombra, Raul Danda, defendeu o estabelecimento de uma aliança para as parcerias público-privadas entre as distintas universidades do país, como medida para colmatar as insuficiências ainda existentes no ensino superior Falando em conferência de imprensa, nesta Quarta-feira, 27,

em Luanda, o político apontou algumas insuficiências que ainda persistem nas universidades públicas, que se consubstanciam na falta de docentes e de vagas para novos estudantes e as prioridades desajustadas das reais necessidades do sistema, tais como a construção de novas instalações. Como solução para corrigir essas insuficiências, Raul Danda lembrou que muitas instituições privadas no país possuem boas instalações físicas e operam com um número de estudantes muito abaixo da sua capacidade instalada, o

que poderia dar lugar a uma negociação para se conseguir uma parceria público-privada. Relativamente à escassez de docentes, referiu que a intenção do Ministério do Ensino Superior de reformar todos os docentes com mais de sessenta anos de idade não é uma solução viável, tendo em conta a situação reinante, defendendo, por outro lado, a adopção de um programa específico de pós-graduação. Afirmou que, com cerca de 45 milhões de dólares, seria possível, em dois anos, assegurar a forma-

ção no país, de dois mil e quinhentos mestres e quinhentos doutores, contratando docentes nacionais e expatriados para o efeito. “Não faz sentido que o Executivo coloque o país perante a controvérsia e o paradoxo de mandar para a reforma compulsiva o grosso dos professores associados, os professores auxiliares e os catedráticos, por terem mais de sessenta anos, enquanto os professores assistentes ficam proibidos de dar aulas sem a companhia daqueles”, disse, Raul Danda. Fraca qualidade do ensino No que a este assunto diz respeito,

a reboque do partido sustentáculo do poder e, paradoxalmente, provou-se o contrário: “os dirigentes do Partido Novo estão disponíveis, dispostos a servir o país, porque o MPLA é um partido que tem os seus problemas. Nem sequer precisa do Partido Novo. Não é um apêndice do MPLA”, garante. Segundo o jurista, o partido coloca-se à disposição para servir os angolanos plenamente, participando nas eleições autárquicas, em 2020, e gerais, em 2022, tornando-se “numa voz representativa de todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene” em todos os planos da vida. Nenhuma ligação a Abel Questionado se o seu partido estaria disposto a convidar Abel Chivukuvuku como cabeça-de-lista para as eleições 2022, uma vez que este foi destituído da CASA-CE, o jurista Francisco Viena escusase de comentar, remetendo toda a atenção para a legalização junto do TC, porém refuta qualquer ligação do projecto ao antigo presidente da terceira força política no parlamento angolano. “O partido não tem nada a ver com o Dr. Abel Chivukuvuku. Eu, pessoalmente, tenho relações muito cordiais com ele. Foi, no passado, o meu presidente, tenho-lhe muito respeito, conheço as potencialidades políticas, mas deixa-o dizer não faz parte da nossa agenda enquanto Partido Novo”, realça. Francisco Viena ainda não é o presidente do partido, é apenas um dos 13 membros “iniciais” e refere que, à semelhança dos demais, deverá apresentar a sua candidatura ao cadeirão máximo em Junho, quando se realizar a assembleia-constituinte.

o político disse que o problema da fraca qualidade no ensino não está nos docentes nem nos estudantes, mas na qualidade das políticas públicas sobre o sector. Alegou que a qualidade dos docentes e estudantes tem de ser produto das políticas e das medidas que lhe estiverem subjacentes. “Não se pode esperar qualidade, quando um professor titular tem um salário base que é a terça parte do subsídio mensal para a comunicação de um ministro, e, quando a remodelação de uma sala do Conselho de Ministros tem uma verba avaliada em cerca de USD 20 milhões”, desabafou.


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O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

Pacote legislativo autárquico vai à aprovação na generalidade JaCiNto FiGuEirEDo

na especialidade vai obrigar um maior tempo de análise e de debate. Relativamente às propostas da iniciativa da UNITA, Adalberto da Costa Júnior explicou ser desejável que o pacote autárquico venha a encontrar consenso no âmbito das representatividades parlamentares à semelhança do que ocorreu durante a aprovação dos diplomas sobre o Poder Local. “Nós estamos a partir, de algum modo, com uma abordagem bastante diferente em matérias específicas, nomeadamente a questão do gradualismo, mas seria bom que fi zéssemos um movimento de encontro sobre o interesse nacional”, referiu.

Nove diplomas legais relacionados com as autarquias serão submetidos à aprovação na generalidade na próxima reunião plenária, agendada para 18 de abril. a decisão saiu da reunião da conferência dos presidentes dos grupos parlamentares da assembleia Nacional realizada ontem, quinta-feira (28) Rila Berta

d

urante a 6ª reunião plenária da AN serão apreciados nove diplomas legais relacionados com o pacote legislativo autárquico, dos quais sete da iniciativa do Presidente da República, enquanto Titular do Poder do Executivo, e dois da iniciativa legislativa do grupo parlamentar da UNITA. Os partidos da oposição defendem que as autarquias sejam realizadas de forma “funcional”, ou seja em todos os municípios. Porém o MPLA é a favor do gradualismo geográfico. O presidente do grupo parlamentar do MPLA afi rmou ser constitucional que se prime pelo gradualismo, por conta de ra-

zões históricas que levaram a que o desenvolvimento no território angolano fosse “desigual”. Américo Kuononoca explicou que alguns municípios conheceram a Administração Local do Estado em menos de 15 anos. “Se queremos primar pela Constituição, o gradualismo pensamos ser a via mais aceitável”, garantiu. Acrescentou ser importante que, sendo a primeira que se implementa o processo, se faça com base em “experiência piloto”, priorizando alguns municípios. Reiterou, parafraseando o Presidente da República, João Lourenço, de que as autarquias podem ser implementadas em 10 anos. Para o líder do grupo parlamentar da UNITA, por se tratar de um debate na generalidade é possível agendar as nove propostas, sustentando que

Auscultação do mAT sem consenso O líder do grupo parlamentar da UNITA afi rmou que a auscultação do Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado (MAT) não mereceu consenso e referiu haver “críti-

cas muito fortes às posições do MAT”. Para a CASA CE, segundo o seu líder parlamentar, por se tratar de uma apreciação na generalidade justifica-se o número de diplomas a serem analisados, entretanto, corroborou com a UNITA, referindo ser importante que a posterior, cada diploma seja “devidamente” analisado. André Mendes de Carvalho “Miau” confi rmou a participação da CASA CE nas eleições autárquicas e desmentiu informações segundo as quais a coligação não participaria do processo. O PRS defendeu, igualmente, a discussão minuciosa das leis. Segundo Benedito Daniel, presidente do referido partido, o PRS solicitou ao parlamento para que nas discussões na especialidade estes diplomas possam ser discutidos de “forma minuciosa” e que a sua aprovação não seja feita em conjunto. O responsável reiterou que o PRS defende que as eleições aconteçam de forma gradual,

mas de modo funcional. “Nós nos opomos fi rmemente ao gradualismo geográfico”, afi rmou. De igual modo, a FNLA defende a implementação do gradualismo funcional durante as eleições autárquicas cujo início está agendado para o próximo ano. Para Lucas Ngonda, presidente do partido, caso as autarquias priorizem alguns municípios em detrimento de outros, haverá a “disfuncionalidade” do sistema. “Isto vai provocar um sistema das migrações internas de pessoas a procura de serviços nos municípios autárquicos que vão reunir todas as condições”, justificou. O líder da FNLA sustenta que as autarquias sejam, durante um certo tempo, fi nanciadas pelo Estado angolano. É que para Lucas Ngonda, não há classes empresariais no país com capacidade para fi nanciar este processo, nem tão pouco pessoas ricas. “Então isto é uma questão do Estado e, sendo do Estado, terão de ser financiadas por ele”, disse. PuB

Fruto do 1º concurso Nacional de Poesia, face o elevado número de participantes tornando no concurso literário, com o maior número de concorrentes alguma vez realizado em angola. tornando no primeiro concurso com a participação das 18 províncias. a colectânea com (100) cem Novos Autores, o mas aguardado pelos angolanos e pelos amantes da leitura. Você nem vai acreditar!

Promotor Oficial – Rolão, “O único que rola em terra, no mar e no ar” , Telemóvel Nº (+244 ) 922 790 849

Pela primeira vez em angola e no Mundo, o livro que será vendido e autografado no mesmo dia e a mesma hora nas 18 capitais de províncias, os novos autores residem nas respectivas cidades. Nem eu acreditei!


SOcIedAde

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O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

Mais de 300 trabalhadores cruzaram os braços no primeiro dia de greve na EPaL Lito CahoNGoLo

Os grevistas alertam que serão garantidos apenas os serviços mínimos e a distribuição da água não será superior do que um período de cinco horas diariamente. Entretanto, o director do Gabinete Jurídico da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPaL), ivan Mateus, garantiu a oPaÍS que a aderência à paralisação foi inferior a 10 por cento

Afrodite Zumba

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erca de 330 trabalhadores das diferentes áreas de serviço da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) aderiram, ontem, à greve deliberada pela comissão sindical filiada à Confederação Geral de Sindicatos Livres de Angola (CGSILA). A mobilização, em frente às instalações da sede da referida instituição, em Talatona, teve início a partir das 6h00 da manhã sendo que ao longo do dia ganhou maior moldura humana com a chegada dos funcionários das diferentes agências espalhadas pela cidade. Uns de pé e outros sentados no passeio, sob o olhar atento dos efectivos da Polícia Nacional, com auxílio de um megafone, entoavam numa só voz as palavras de ordem na qual eram exigido o aumento salarial, pagamentos de subsídios e a reposição do seguro de saúde. “Queremos o nosso dinheiro, devolvam os cartões de saúde”, ouvia-se. Entretanto, ao aproximar da hora do almoço, isto é 12h00, a medida em que alguns funcionários (que não aderiram à paralisação)

que se encontravam no interior da sede e saíam caminhando ao encontro das suas viaturas, no parque de estacionamento eram “vaiados” pelos grevistas. Apenas cinco horas de distribuição de água por dia Em depoimento a OPAÍS, o primeiro secretário da comissão Sindical da EPAL, filiada à Confederação Geral de Sindicatos Livres de Angola (CGSILA), António Domingos, afirmou que a greve será por tempo indeterminado e durante este período serão apenas garantidos os serviços mínimos. Como medidas, foram reduzidas as equipas cujos funcionários trabalham em regime de turno, bem como as bombas que fazem a bombagem da água para a devida distribuição. “ Haverá apenas cinco horas por dia para a distribuição da água e não mais do que isso”, advertiu. Questionado sobre o número de trabalhadores que aderiram à greve, o responsável afirmou terem sido mais de 300 só em Talatona e aguardavam o relatório de outras localidades como Muxima e Catete. “Há trabalhadores que se fizeram presente mas não assinaram a lista de presença. Outros há que estão solidários com a causa mas

alegaram falta de dinheiro de táxi, salientou, tendo concluído que os trabalhadores estão unidos em prol da defesa da justiça social no que se refere à qualidade de vida

mANUeL dOmINGOS, colaborador na área de Comunicação e Marketing

deOLINdA, funcionária administrativa da EPAL

dos trabalhadores. Quem também afirma estar empenhada nesta esta causa é dona Deolinda, funcionária administrativa da EPAL, na dependência do projecto Nova Vida, em Luanda. Segundo ela, a falta de promoções e baixa remuneração são as principais razões que levaram-na a não comparecer ao local de trabalho. Funcionária da empresa há 10 anos, lamenta o facto de o seu salário ser avaliado em 59 mil Kwanzas e não ter condições de se auto-sustentar com o mesmo por 30 dias. A entrevistada considera que os trabalhadores têm vivido dias difíceis após o conselho administrativo ter suspendido o seguro de saúde. Recentemente, beneficiou de uma consulta numa das clínicas em Talatona, por intermédio da guia médica que recebeu da instituição. Entretanto, diz ter ficado surpreendida ao perceber que lhe foi descontado o referido valor da sua remuneração mensal. “Retiraram-nos os cartões de saúde mas é do nosso conhecimento que os funcionários do conselho de administração e os seus respectivos agregados gozam deste benefício”, lamentou. Por seu turno, Manuel Domingos, funcionário da EPAL há 11 anos, actualmente a colaborar na

área de Comunicação e Marketing, lamenta o facto de existirem colegas seus que diariamente estão expostos ao sol e à chuva, no reparo de tubagens, com salário inferior a 60 mil Kwanzas, ao passo que determinados funcionários do conselho de administração auferem mensalmente mais de 2 milhões de Kwanzas. “ Estamos unidos e munidos pela defesa dos trabalhadores”, sublinhou. Aderência inferior a 10 por cento Contactado pelo jpornal OPAÍS, o director do Gabinete Jurídico da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), Ivan Mateus, garantiu que a paralisação dos trabalhadores que aderiram à greve não colocará em causa o normal fornecimento de água à população visto que representam menos de 10 por cento do total dos funcionários que a empresa tem. “Os sectores onde são produzidos a água estão em funcionamento”, sublinhou. A concluir, salientou que a empresa contínua disponível para negociar com o sindicato dos trabalhadores afectos à Confederação Geral de Sindicatos Livres de Angola (CGSILA), pois também é seu interesse primar por melhor qualidade de vida dos seus funcionários.


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O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

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angola prepara lei sobre transplante de órgãos Angola prepara-se para efectivar o transplante de tecidos, células e órgãos humanos. o primeiro passo nessa direcção foi dado nesta quinta-feira, em Conselho de Ministros, com a apreciação de uma proposta de lei que dá suporte a esse procedimento

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proposta, elaborada por técnicos do Ministério da Saúde, segue nos próximos tempos para a Assembleia Nacional para a sua aprovação. A apreciação do diploma surge numa altura em que a sociedade civil e médicos especialistas reclamam a aprovação de uma lei específica para acautelar, entre outras preocupações, a saúde de doentes renais. Há décadas, pacientes têm sido enviados para o exterior do país, em Junta Médica, para o tratamento de casos graves, em particular de fórum cardiovascular e renal. Dados do Sector de Saúde da Embaixada de Angola em Portugal,

indicam que até Novembro do ano passado controlavam 225 doentes, dos quais 100 faziam hemodiálise e outros beneficiaram de transplantes da mais diversa natureza naquele país. Desses doentes, uns tantos estão alojados em pensões, com custos mensais entre 1600 a 1800 euros. A propósito do diploma, o secretário de Estado da Saúde, Leonardo Europeu Inocêncio, sublinhou que a iniciativa vem dar respostas aos pacientes que padecem de doenças que necessitam deste procedimento. Afirmou que para os transplantes, a proposta de lei estabelece que deverão ser feitos em hospitais de referência (públicos e privados, citado pela Angop.

Apresentação de

CANGA TOMÁS & ELIZANGELA GOMES

Segunda a Sexta

17:00h

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CarLoS MoCo/arquivo

Saiba mais WWW.VIDATV.CO


AcTUAL

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Situação actual da Caixa Social das Faa é preocupante A situação actual da Caixa de Segurança Social das Forças armadas angolanas (Faa) continua ser preocupante, por causa das irregularidades que se registam na passagem dos militares à reforma e na atribuição de pensões aos já reformados. Dr

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O PAÍS S exta-feira,2 9d eM arçod e2 019

facto foi admitido ontem, Quintafeira, na província do Huambo, pelo chefe do Estado-Maior General das FAA, general do Exército António Egídio e Santos, na abertura da 15ª reunião de balanço e metodológica dos órgãos de pessoal e quadros da Caixa de Segurança Social. Tendo em conta esta realidade, apelou os gestores de pessoal a encararem com realismo a situação, desenvolvendo estudos concretos que permitam detectar insuficiências e combater as irregularidades existentes. “Precisamos compreender que a actual realidade da Caixa de Segurança Social das FAA remete-nos a reflexões profundas, quanto à atribuição de pensões de sobrevivência, reforma e invalidez”, salientou. O chefe do Estado-Maior General das FAA afirmou que, tão logo sejam resolvidas as irregularidades, o grande desafio será melhorar o sistema de prestação de serviços a todos os seus utentes, eliminado, assim, as incoerências actuais. Considerou importante que os especialistas, essencialmente, os oficias dos órgãos de

pessoal e quadros, se dediquem na interpretação dos dois diplomados recentemente aprovados pela Assembleia Nacional, nomeadamente a Lei 12/18 e 13/18, que surgem como instrumentos orientadores da actividade de gestão de pessoal e quadros nas FAA, desde a entrada do cidadão para o serviço militar até ao fim da carreira. Orientou os gestores de pessoal para aplicarem a avaliação individual em todos os militares no activo, independentemente da forma de prestação de serviço, pois se destina à apreciação das qualidades e desempenho das tropas. Referiu que a nova realidade, introduzida pela directiva do Comandante em Chefe, João Lourenço, sobre a reestruturação das FAA, exige a criação de um sistema de mobilização sólido que é um dos mecanismos com o qual, em circunstâncias difíceis, se pode completar as unidades. Até sexta-feira, a 15ª reunião de balanço e metodológica dos órgãos de pessoal e quadros das FAA vai fazer o balanço, discutir e analisar as actividasdes desenvolvidas ao longo do ano transacto e perspectivar novas tarefas para o presente ano de instrução.

Eficácia da reforma de Estado passa por criar órgãos locais

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eficiência e eficácia do processo de reforma do Estado, em curso no país, passa por criar órgãos e profissionais especializados para fazer face à sua complexidade, defendeu nesta Quintafeira o jurista Carlos Feijó. Trata-se de uma medida que pode ajudar a tornar inclusiva e perceptível a reforma do Estado a nível local, segundo o jurista. Para Carlos Feijó, formar-seia o pessoal em secções próprias a nível dos ministérios, governos provinciais e municipais, para executarem o processo da reforma do Estado. Ao dissertar a ”Estrutura e posicionamento do Estado para os novos desafios, defendeu o papel e o lugar do Estado na criação do código de procedimento administrativo, bem como a alteração do regime da função pública. Citou um diagnós-

tico feito pelo governo em 2001. O documento mostra que a administração pública central tinha 305 direcções nacionais e estruturas equiparadas, 95 repartições, 741 secções, perfazendo um total de mil 672 estruturas orgânicas, sem incluir as embaixadas, consulados e parlamento. Enquanto em 2018, o país teve 342 direcções nacionais e equiparadas, 966 departamentos (contra 521, em 2001), 31 mil e 585 titulares de cargos de chefias, muitos deles sem subordinados. A conferência com a duração de dois dias é promovido pelo Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado e conta com a participação dos profissionais de Angola, Portugal Brasil e Ruanda, que estão abordar “Reforma de Estado e eficiência administrativa”, “Reforma fiscal e alargamento da base tributária”, “desafios oportunidade”.

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O jurista Carlos Maria Feijó foi um dos prelectores ontem



cARTAZ seu suplemento diário de lazer e cultura

Yuri Simão: “Queremos manter o nível e continuar a apostar na qualidade” CarLoS auGuSto

em 2014 dava início a um novo projecto musical denominado “Show do Mês”, sob a chancela da produtora Nova Energia. Passados cinco anos, a produtora recomeça um novo ciclo tal como começou, tendo como cabeça de cartaz a cantora Selda, que hoje e amanhã regressa ao mesmo palco e local para mais um registo memorável da sua performance melódica e artística

Os patrocinadores continuam a ser condicionantes para o show. Até ao momento a Nova Energia ainda não caminha só? Os patrocinadores continuam a ser um problema porque infelizmente, se reparar, em 2014 começamos com 6 mil Kwanzas, em 2015 8 mil e em 2016 a 2018, 13 mil e este ano aumentamos mais mil Kwanzas. Só para ver que o custo do espectáculo anda em torno de 18 milhões de Kwanzas. Temos transmissão online em HD, temos uma banda com mais de 15 músicos, não excluímos de pôr um naipe de cordas assim como de metais, duas percussões para dar a melhor qualidade e isso é um custo muito alto. Felizmente ainda temos parceiros que abraçam o Show do Mês e a Cultura, embora a economia não esteja boa à Nova Energia também se reflecte às empresas que ainda têm algum para apostar na Cultura.

Jorge Fernandes

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uri Simão é o CEO da produtora que assinala neste percurso altos e baixos, como é o caso da falta de patrocínios bem como o diferendo com a produtora Arca Velha de Matias Damásio, um assunto que já está a cuidado dos advogados de ambas produtoras. Entretanto, ambiciona continuar a manter os mesmos níveis organizacionais e a apostar na qualidade. É com este senhor de cultura com quem OPAÍS conversa sobre as perspectivas no arranque da VI temporada Hoje a Nova Energia começa um novo ciclo passados cincos anos interruptos. Que balanço faz das temporadas já realizadas? Pois. É como se de um ciclo olímpico se tratasse. O Show do Mês começou em 2014 e fez cinco temporadas. Há aqui um aspecto: nenhum de nós fez qualquer tipo de futurologia, para aferir o que seria hoje o Show do Mês, atingindo uma cifra de 22 espectáculos por ano, em cinco anos interruptos. Nós quando atingimos a quinta temporada tivemos o primeiro “Choque”, que tem a ver com o assunto ligado à nossa produtora e a Arca Velha, do músico Matias Damásio, que ao mes-

mo tempo foi um grande ponto para nós. Em 2014 e 2015 podemos dizer que tínhamos uma experiência de produto. Em 2016 começamos a construir uma verdadeira marca, porque quando mudamos de banda em 2015 da Maravilha à Banda Show do Mês, sentimos que saímos da zona de conforto para o desconhecido. Mas conseguimos perceber que no desconhecido tínhamos vantagens enormes e tínhamos principalmente muitos lados positivos que era desconhecido por nós. Logo, de ano em ano, pensamos que passamos a ser grande produto construindo uma marca cultural em Angola.

uma forma geral vai fazer outros espectáculos extras.

Que desafios perspectivam para o novo ciclo que agora arranca? Primeiro precisamos manter o nível que sempre o mais difícil, à medida que manter os mesmos níveis de qualidade reconhecido pelas pessoas e apresentado por nós. Tentar auto superarmo-nos. O ano passado começamos a criar novas linhas, associando à nossa marca a produtos artísticos, com enfoque para sacos, sacolas, T-shirts e tantos outros, agregando o nome de “Angolanos para Angolanos”, com outras artes. Então, manter a qualidade num ano difícil com cada vez menos patrocínio, a cultura cada vez menos valorizada e cada vez mais difícil de fazer com a qua-

lidade que se faz. Normalmente o Show do Mês arranca em Fevereiro e este ano apenas em Março vai começar. Fala em falta de patrocínios, terá sido essa a condicionante para o atraso? Condicionantes financeiras sobretudo. Nós tivemos dificuldades esse ano para fechar o bloco de patrocinadores de que precisávamos, para fazer a temporada tal como ela é pensada. Não é a primeira vez que isso acontece, na segunda temporada também começamos em Março. Este ano fazer os shows até Dezembro ou seja vamos fazer os dez espectáculos conforme agendamos e a Nova Energia de

Podemos dizer que os preços foram aumentados ou ajustados face ao que se referiu? Os preços sofreram uma actualização fora ainda do contexto do custo real que é o espectáculo. E esse custo que se poderia pagar para que pudéssemos ter lucros com a bilheteira teria de ser em volta de 20 mil Kwanzas. Esse podia ser o custo real, mas não o fazemos porque graças a Deus temos patrocinadores que nos conseguem dar uma balança a fim de termos algum equilíbrio, porque nós defendemos e dizemos, que o Show do Mês não tem só produtos comerciais. Pelo contrário não tem produtos comerciais. É na sua maioria produtos comerciais porque conseguimos fazer por exemplo um Paulo Flores e um Mito Gaspar, assim como, com toda sua obra e sua história, Sam Mangwana e depois Waldemar Bastos. São produtos um pouco diferentes.


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Poucas pessoas teriam a disponibilidade em pagar A e concentrarem-se todos para ver C. Como é que o BAI Arte entra nesse projecto? O BAI é nosso parceiro desde 2015, mas em 2016 que o também banco Keve, olharam para o Show do Mês, além de um local para activação dos seus clientes, tem também um local em que se promove e se fomenta cultura, congregando pessoas, imbuídos em valores que eles também defendem, acabamos por poder juntar esses parceiros na sua visão cultural ao projecto Show do Mês. Tal como em tudo, esses cinco primeiros anos não foram só “rosas” e constrangimentos, além de patrocínios ocorreu o ano passado a “maka” com a Arca Velha, que representa o músico Matias Damásio. Em que pé ficou esse processo? É um processo que está a decorrer desde o ano passado, já tivemos conversações, mas agora é um processo que está entregue aos nossos advogados, que juntamente com os advogados da Arca Velha vão encontrar o melhor caminho de resolução, ou nos tribunais ou por outra via. Foi uma lição muito grande que a gente obteve e acho que o resultado desse processo vai dar uma lição ao próprio showbiz e a própria estrutura. Nós mantivemos tudo aquilo que foram as nossas decisões tomadas e hoje temos a plena certeza que a decisão foi correcta. Claro que mudou muita coisa entre nós, mas é showbiz, são coisas que para nós passaram com o incidente que aconteceu, mas que felizmente após ter terminado a temporada com Waldemar Bastos voltou a colocar o Show do Mês naquilo que ele é. Não foi possível chegar-se a consenso depois das conversações iniciais? Não foi possível, porque infelizmente não podemos mudar as regras de jogo quando o jogo já está a decorrer e as exigências, e um pouco de chantagem que o músico tentou fazer… Foi o que sentiram? Não foi o que sentimos, mas sim o que aconteceu. A chantagem pessoal que ele detém com o apresentador do espectáculo, que tem contrato para o fazer, e já o faz há cinco temporadas e quis resolver o seu problema no Show do Mês. Entretanto, o acto foi perpetrado pelo músico que deverá arcar com as consequências do mesmo. A Nova Energia sente-se “culpa-

da” por ter aceitado que o músico fizesse parte do cartaz uma vez que foi a pedido do mesmo? Sentimo-nos enganados. Acho ser a palavra mais adequada. Penso que ele sabia o que estava a fazer e não o fez por acaso, pois meses antes pediu para estar no Show do Mês, e isso é público, ele mesmo disse em palco. Hoje percebo que tinha o seu plano. Infelizmente por aquilo que são os valores que cada empresa, que cada pessoa em si carrega, como educação e princípios das marcas, não conseguiu fazer aquilo que pretendia como seu principal desígnio. Está a falar em entrelinhas e gostava que ficasse esclarecido. Percebe sobre activação e marcas sentiu pelo que diz que houve intenção em “beliscar” a marca Show do Mês? Penso que a marca conseguiu construir um escudo em torno de si fruto do trabalho, do reconhecimento, da seriedade e do compromisso. Isso acho que foram os valores importantes que fizeram com que a marca não ficasse beliscada nisso. Conseguiu ela auto proteger-se e quem conhece o nosso trabalho sabe da seriedade e aquilo que somos capazes de fazer para que um espectáculo aconteça. Dando mostras daquilo que é o Show do Mês e da regularidade com que se manteve até hoje. Então, não sentimo-nos de certa forma beliscados. Hoje estamos num mundo extremamente globalizado, agressivo na reacção das pessoas. A sociedade ficou comple-

A marca conseguiu construir um escudo em torno de si fruto do trabalho, do reconhecimento, da seriedade e do compromisso”

Sentimonos enganados. Acho ser a palavra mais adequada. Penso que ele sabia o que estava a fazer e não o fez por acaso tamente dividida, o que suscitou num debate público sobre as posições. O que acho é que o cantor teve uma falta de comparência no seu local de trabalho, pelo qual estava contratado e pago para o fazer. Por outro lado, a Selda reabre o projecto tal como ela mesmo iniciou enquanto cabeça de cartaz, qual foi a intenção ao tê-la de volta? A Selda, costumo dizer, é aquele “amorzinho que se faz às escadas”. Vou desmistificar: É aquela aposta que vem a dar certo mesmo que arriscado. E a Selda é um produto além da qualidade que tem como cantora, serve-nos como gratidão. Porque ela deu-nos a hipótese em começar. Hoje volvidos cinco anos temos também a hipótese em retribuir aquilo que ela deu-nos. Então é um dos valores que o Show do Mês e a Nova Energia têm que é: Gratidão. A estrutura que temos hoje é complemente diferente dos cinco anos passados. O concerto dela nem sequer está no Youtube. Vamos dar essa possibilidade com uma banda completamente diferente para a qualidade de música que ela tem. Hoje temos o maior espólio de música angolana ao vivo na Internet. Podemos considerar que a Nova Energia foi ousada em “arriscar” em Selda à época quase desconhecida, quando precisavam firmar um produto que resultou no que é hoje o Show do Mês? A gente olhou para o mercado no que concerne à filosofia do espectáculo. E nisso sentimos que era necessário que se rompesse uma barreira, apresentando algo completamente diferente. A Selda foi

a primeira, a seguir tivemos Filipe Mukenga e lembro que naquela altura disse-me que não fazia concertos havia dois anos enquanto cabeça de cartaz. Neste mesmo ano fizemos Robertinho que nunca tinha feito um show com os anos de carreira que levava como protagonista. Fomos construindo isso no sentido de fazer algo diferente daquilo que o marcado já tinha como base. Paralelamente ao Show do Mês a Nova Energia trouxe o “Show Piô” e o “Funge” são apostas que deverão continuar? Esses são sub produtos do Show do Mês. O “Funge” saiu da cozinha da minha casa para um evento aberto, já estamos no segundo e vamos fazer mais um. O “Show Piô” saiu do Royal Plaza para um espaço maior. O ano passado anunciamos que faríamos uma pausa no Show Piô. Em princípio não teremos Show Piô este ano. Vamos dar uma pausa. Já fizemos seis shows. Não estamos a dizer que vamos parar. Mas que em princípio não haverá, pode não haver. Relativamente ao “Funge” surgiram alguns comentários não tanto abonatórios sobre pessoas “social e politicamente expostas”, cujos rostos foram divulgados a confraternizar quando são cidadãos que têm o direito de se divertir. Como é que a Nova Energia reagiu a esses comentários?

Vamos primeiro para aquilo que é o conceito do “Funge”. O “Funge” não é um conceito comercial tanto é que vocês imprensa não têm acesso para cobertura. É um evento fechado, de família, em que vais às 14 horas comer o tradicional Funge e às 22 horas termina. Claro que há fotografias, sai uma passada daqui e acolá, que é bastante normal. As pessoas algumas politicamente e socialmente expostas divertem-se de forma normal. Acho que há um recalcamento ou má intenção das pessoas em querer classificar As pessoas num momento de festa, de roda, onde a Massemba é mote como parte da nossa cultura. Para dizer que as pessoas que vão ao Funge, ao Show, têm conhecimento de que serão fotografadas e isso está rotulado no convite. Quais são os concertos extras agendados para este ano? Vamos fazer os 30 anos de carreira de Paulo Flores. Um show da Kizomba, bem como Angola 70. Depois a temporada inteira que tem cartazes aliciantes. Vamos repetir alguns concertos como também traremos novos. Vamos trazer um concerto novo como “As vozes do Planalto”, que vai juntar várias vozes de músicos da região cento e sul de Angola e fazer o show da Sungura e outros estilos. Pretendemos homenagear Beto de Almeida. Vamos voltar a fazer o “Bar”, entre outros.


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Igreja Tocoísta em reflexão sobre o estado da saúde em Angola tidas ao ministério da tutela para enriquecer o Plano de Desenvolvimento Nacional(PDN) do Executivo. No seu discurso, o bispo afirmou que depois da Educação, o sector da Saúde é o que mais dificuldades enfrenta no seu quotidiano, para dar resposta às prementes necessidades dos cidadãos que procuram os seus serviços, daí a necessidade de se fazer uma reflexão sobre o sector. Disse que a igreja enquanto parceira do Estado tem o dever moral de ajudar este na sensibilização dos cidadãos sobre o perigo que representam várias doenças que deviam ser evitadas tais como diabetes, hipertensão, doenças transmissíveis sexualmente e HIV, precocemente. Dom Afonso Nunes disse ser

necessário haver união de todos para que se consiga vencer todas as dificuldades que este sector enfrenta nos seus vários domínios. Durante o seu pronunciamento, informou que a igreja que dirige vai lançar brevemente a pe-

dra para a construção de um hospital universitário, a ser erguido no perímetro adjacente à sede da igreja central no Golfo. Igreja desempenha papel fundamental Por sua sua vez, o director nacio-

nal para a ética e humanização do Ministério da Saúde(MINSA), Gervásio André Pucuta, em representação da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, depois de destacar a importância deste simpósio, afi rmou que a igreja tem um papel fundamental para a educação da sociedade, no caso particular sobre a Saúde. Durante o encontro, estão a ser abordados temas como “doenças crónicas não transmissíveis, factor de risco, a importância da sua prevenção e a importância da doação do sangue, doenças oncológicas, causas do seu surgimento, prevenção e tratamento. O lugar da saúde pública em Angola e a sua missão real, reflexão sobre a apetência dos angolanos em buscar tratamento médico no estrangeiro, constam também no programa das actividades subdivididas em dois painéis. Esta actividade enquadra-se nas festividades dos 70 anos da descida do Espírito Santo em África, data que marca a viragem da história do africano, e especialmente do povo angolanoEstá a ser realizado sob o lema “Reflectindo Sobre o Estado da Saúde em Angola”, baseado na Bíblia Sagrada ( Crónicas 7,14) e Mateus (9,12), respectivamente.

BIeNAL

TeATRO

mOdA

dIReITOS AUTORIAS

Ministra da Cultura aborda Bienal da Paz com diplomatas africanos

Ministra da Cultura destaca acção do teatro nas comunidades

Beyoncé fez encomenda de vestido à estilista portuguesa Fátima Lopes

Shakira ouvida em tribunal por acusação de plágio

O grupo africano do corpo diplomático acreditado em Angola foi informado, nesta Quarta-feira, pela ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, sobre a Bienal da Paz que irá decorrer em Luanda de 18 a 22 de Setembro do ano em curso. No encontro, que teve lugar na Embaixada do Mali e que contou com a participação de embaixadores, cônsules e o representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), foi prestado uma informação geral sobre os objectivos do encontro cultural regional a favor da paz e o seu estado de organização e de preparação.

A importância e o papel do teatro como forma de expressão dos valores culturais inerentes à sociedade angolana e motivadora de hábitos e de um comportamento cívico exemplar foi destacada, nesta Quarta-feira, em Luanda, pela ministra da Cultura, Carolina Cerqueira. Numa mensagem em alusão ao Dia Internacional do Teatro, assinalado na Quartafeira, Carolina Cerqueira destaca o facto de as artes cénicas contribuírem na harmonia social nas comunidades, com a transmissão de mensagens que ajudam na preservação dos hábitos e costumes e da cultura angolana.

Calçada portuguesa, azulejos, mar e sol foram inspirações para “Portugal”, a nova colecção outono/inverno que a designer Fátima Lopes apresenta a 5 de Abril, em Lisboa, depois de exibida em Paris, e que conta com uma encomenda da cantora Beyoncé. “O vestido preto, em seda, com fios prateados, que encerrou o meu desfile na Semana da Moda de Paris, no início de Março, já foi encomendado pela cantora norte-americana Beyoncé e foi enviado na Sexta-feira passada para Los Angeles”, nos Estados Unidos, avançou anteontem à Lusa a criadora, revelando que a nova colecção outono/inverno 2019-2020 volta a ser apresentada no dia 05 de Abril, pelas 21 horas, em Lisboa, no hotel Epic Sana.

A cantora Shakira esteve nesta Quarta-feira no tribunal de Madrid, em Espanha, para responder às acusações de plágio do tema “La bicicleta” feitas pelo cantor e produtor cubano Liván Castellano Valdés, no início de 2017. O cantor Carlos Vives, que colaborou com a cantora colombiana, contra quem também é dirigida a acusação de plágio, foi ouvido ontem, de acordo com as fontes legais à agência EFE. Liván Rafael Castellano Valdés diz que a música “La bicicleta” copia fragmentos de sua música de 1997 “Yo te quiero tanto, tanto”.

Dr

decorre desde ontem, em Luanda, um “Simpósio sobre a Saúde”, promovido pela igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo ”os tocoístas” Ireneu Mujoco

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a abertura do encontro, o bispo desta congregação religiosa, Dom Afonso Nunes, disse que o encontro realiza-se para fazer uma análise, de forma humilde, como vai o estado da saúde em Angola, sendo a igreja que dirige uma parceira do Estado. Durante o encontro, que encerra esta tarde e reúne especialistas ligados ao sector da Saúde (médicos, enfermeiros e pessoal administrativo), o líder religioso disse que as contribuições a saírem deste simpósio vão ser reme-

EXIBIÇÃO

Bispo Afonso Nunes discursou na abertura do simpósio que termina hoje

CINEMAX NOVA VIDA SALA VIP

Captive State: Cercados

14H00, 16H30, 19H00, 21H30 SALA 1

Captain Marvel 3D

13H10, 15H50, 18H30, 21H20 SALA 2

Dumbo VP

13H30, 16H00, 18H40

Bem-vindo A Acapulco 21H10, 23H10 (1) SALA 3

Nós

13H50, 16H20, 18H50, 21H30 SALA 4

Tripla Ameaça

13H20, 15H30, 17H40, 19H50, 22H00 (1) SALA 5

Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto VP 13H00, 15H10

Filme Esquebra – 800Akz

Vingança Perfeita

17H20, 20H10, 22H40 (1) SALA 6

Alita: Anjo de Combate

13H40, 16H10, 19H10, 21H40 (1) Apenas dias 29, 30 de Março e 03 Abril


20173003_Convocatoria AG Anual_An_JA_260x360mm.pdf 1 3/6/2018 11:32:14 AM

BANCO MILLENNIUM ATLÂNTICO, S.A. Sede: Município e Distrito Urbano de Talatona, Bairro Talatona, via S8, (GU05B), Condomínio Cidade Financeira, Edifício ATLANTICO, Bloco 7/8, em Luanda

BANCO MILLENNIUM ATLÂNTICO, S.A.

Capital Social de Kz 53.821.603.000,00

Capital Social

Matriculada na

Sede: Município e Distrito Urbano de Talatona, Bairro Talatona, via S8, (GU05B),

Condomínio Cidade Financeira, Edifício ATLANTICO, Bloco 7/8, em Luanda Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Luanda sob o nº 970-06 Número de Identificação Fiscal 5401152540

de Kz 53.821.603.000,00

Conservatória do Registo Comercial de Luanda sob o nº 970-06

ASSEMBLEIA GERAL ANUAL Número de Identificação Fiscal 5401152540 CONVOCATÓRIA

Ao abrigo da competência que me é atribuída pela conjugação do n.º 1 do artigo 397º da Lei das Sociedades Comerciais, com os n.os 1 e 3 do artigo 19.º dos Estatutos da Sociedade, e para os efeitos do n.º 1 ASSEMBLEIA GERAL ANUAL CONVOCATÓRIA do artigo 396º, também da Lei das Sociedade Comerciais, convoco a Assembleia Geral do Banco Millennium Atlântico, S.A. para a sua reunião anual de discussão e aprovação das contas do exercício 1 e 3 do artigo 19.º de Ao abrigo da competência que me é atribuída pela conjugação do n.º 1 do artigo 397º da Lei das Sociedades Comerciais, com os n. 2018, a qual terá lugar na sede da sociedade no dia 25 de Abril de 2019, a partir das 09:30 horas, com a dos Estatutos da Sociedade, e para os efeitos do n.º 1 do artigo 396º, também da Lei das Sociedade Comerciais, convoco a Assembleia Geral do Banco seguinte ORDEM DE TRABALHOS: Millennium Atlântico, S.A. para a sua reunião anual de discussão e aprovação das contas do exercício de 2018, a qual terá lugar na sede da sociedade no Ponto Um – Análise e Aprovação das Contas e do Relatório de Gestão do exercício de 2018; dia 25 de Abril de 2019, a partir das 09:30 horas, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: Ponto Um – Análise e Aprovação das Contas e do Relatório de Ponto Dois – Análise e Aprovação da Proposta de Aplicação de Resultados submetida pelo Conselho de Gestão do exercício de 2018; Ponto Dois – Análise e Aprovação da Proposta de Aplicação de Resultados submetida pelo Conselho de Administração; Administração; Ponto Três – Apreciação do Desempenho da Administração e Fiscalização da Sociedade; Ponto Três – Apreciação do Desempenho da Administração e Fiscalização da Sociedade; Ponto Quatro – Discussão e Aprovação da Estratégia de Abertura de Capital da Sociedade; Ponto Cinco – Outros Temas de Interesse para a Sociedade. os

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Ponto Quatro – Discussão e Aprovação da Estratégia de Abertura de Capital da Sociedade;

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C M M Y CY

Observações e Informações aos Accionistas: Ponto Cinco – Outros Temas de Interesse para a Sociedade. Fica à disposição dos Senhores Accionistas na sede social, para consulta a partir desta data, os documentos referidos no n.º 1 do artigo 321º da Lei das Sociedades Comerciais, relativos aos pontos da Observações e Informações aos Accionistas: Fica à disposição dos Senhores Accionistas na sede social, para consulta a partir desta data, os ordem de trabalhos que antecede.

documentos referidos no n.º 1 do artigo 321º da Lei das Sociedades Comerciais, relativos aos pontos da ordem de trabalhos que antecede. Mais informamos que a Assembleia Geral é constituída pelos Senhores Accionistas titulares de acções com

CMY

K

Mais informamos que a Assembleia Geral é constituída pelos Senhores Accionistas titulares de acções com direito de voto, que satisfaçam as seguintes condições: direito de voto, que satisfaçam as seguintes condições: a) Sejam titulares de acções averbadas em seu nome, no livro de registo de acções da K

sociedade, até ao dia 10 de Abril de 2019, desde que comprovada tal qualidade até às 17

a) Sejam titulares de acções horas averbadas em no 2019, livro por de registo de acções da sociedade, até ao dia 10 Abril de 2019, desde que do dia 24seu de nome, Abril de forma legalmente admitida, com indicação dode número comprovada tal qualidade até às 17 horas do dia 24 de Abril de 2019, por forma legalmente admitida, com indicação do número de acções com de acções com direito de voto detidas; Os accionistas sem direito a voto e os obrigacionistas podem agrupar-se e fazer-se direito de voto detidas; b) representar por um representante comum. b) Os accionistas sem direito a voto e os obrigacionistas podem agrupar-se e fazer-se representar por um representante comum. A cada grupo de 100 (cem) acções corresponde um voto.

A cada grupo de 100 (cem) acções corresponde um voto.

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Os Senhores Accionistas que não possuam o número de acções necessário a terem direito a voto Os Senhores Accionistas que não possuam o número de acções necessário a terem direito a voto poderão agrupar-se por forma a poderão agrupar-se por forma a assegurar tal direito, devendo designar, por acordo escrito, um só de assegurar tal direito, devendo designar, por acordo escrito, um só de entre eles para os representar na Assembleia Geral. entre eles para os representar na Assembleia Geral.

De harmonia com o disposto no artigo 17.º dos Estatutos da Sociedade, os Senhores Accionistas que o De harmonia com o disposto no artigo 17.º dos Estatutos da Sociedade, os Senhores Accionistas que o desejem poderão fazer-se desejem poderão fazer-se representar na Assembleia Geral. representar na Assembleia Geral. Os instrumentos de representação de accionistas devem ser entregues ao Presidente da Mesa e por Os instrumentos de representação de accionistas devem ser entregues ao Presidente da Mesa e por este recebidos com três dias este recebidos com três dias de antecedência em relação ao dia designado para a reunião, contando de antecedência em relação ao dia designado para a reunião, contando que o representante tenha capacidade jurídica plena. que o representante tenha capacidade jurídica plena.

No mesmo mesmo prazo, prazo, devem devem as as pessoas pessoas colectivas No colectivas indicar, indicar, ao ao Presidente Presidente da da Mesa, Mesa, quem quem as as representará representará na na reunião, contando também que o representante tenha capacidade jurídica plena. reunião, contando também que o representante tenha capacidade jurídica plena. Luanda, 26 de Março de 2018 Luanda, 26 de Março de 2019 A Presidente da Mesa da Assembleia Geral

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Cláudia

Cláudia Cristina Silva Gomes Pires Pinto

Cristina Silva Gomes Pires Pinto


ecONOmIA

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O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

SaNtaNa JoaquiM/arquivo

Gestores chamados a cumprirem com os procedimentos da administração pública O secretário de Estado da administração Pública, trabalho e Segurança Social, antónio Francisco afonso, apelou aos gestores públicos a cumprirem com as normas e procedimentos vigentes na administração pública, tendo em atenção os valores estratégicos dos recursos humanos com base no investimento da componente formativa e desenvolvimento contínuo No ano Agrícola 2018 foram produzidas 73 mil toneladas de cana-de-açúcar e 17 mil metros cúbicos de etanol.

Biocom prevê exportar mais de 8 mil metros cúbicos de etanol para a europa A companhia de Bioenergia de angola (Biocom) vai exportar pela primeira vez 8500 metros cúbicos de etanol para a Europa a partir do mês de abril do ano em curso, perfazendo um facturamento total de aproximadamente uSD 3,5 milhões

A

transacção decorre atraves de um contrato assinado entre a Biocom e uma das principais produtoras europeias de etanol de alta qualidade, especialmente utilizado para fins industriais, de acordo com um comunicado da empresa a que OPAÍS teve acesso. De acordo com o documento, Toda a logística da exportação está a ser preparada no terminal da Sovinhos e da Unicargas no Porto de Luanda, com o apoio dos Ministérios do Comércio e da Indústria, “de forma a garantir que o embarque ocorra dentro da normalidade, cumprindo a legislação do país e com a agilidade que o cliente precisa”, afirma o documento. Actualmente, a companhia possui uma área plantada de 24.090 hectares de cana-de-açúcar, onde em 2018 obteve uma produção de 73 mil toneladas do produto e 17 mil metros cúbicos de etanol. Sobre o assunto, o director-geral da Biocom, Luís Gordilho, avançou que “Estamos alinhados às políti-

cas do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (Prodesi) e temos procurado dar o nosso contributo para a melhoria do ambiente de negócios”. Já o director adjunto da empresa, Luís Bagorro, disse que o facto constitui motivo de satisfação pa-

“Estamos alinhados às políticas do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (Prodesi) e temos procurado dar o nosso contributo para a melhoria do ambiente de negócios

ra a empresa.“Esperamos ser a primeira de muitas outras exportações que o país irá realizar”, disse. Biocom por dentro Actualmente, a empresa possui uma área plantada de 24.090 hectares de cana-de-açúcar. No Ano Agrícola 2018 foram produzidas 73 mil toneladas de cana-de-açúcar e 17 mil metros cúbicos de etanol. Com um efectivo de 2.500 trabalhadores, a Biocom é a maior empresa privada do sector não petrolífero do país, participando, desta forma, no aumento do índice de emprego, dos quais 97% dos integrantes da empresa são cidadãos nacionais e que os 3% de expatriados têm o compromisso de transmitir conhecimentos para melhorar a formação técnica dos angolanos. Além dos empregos directos, a Biocom fomenta, no município de Cacuso-Malanje, milhares de empregos indirectos, criando desta forma uma verdadeira cadeia de geração de renda para várias famílias, gerando inúmeros benefícios sócio-económicos para a região.

Brenda Sambo

S

egundo o responsável, que falou ontem na abertura do Seminário sobre “Legalidade e prática de gestão de recursos humanos”, actualmente o quadro efectivo na administração pública é de 398 mil e 815 funcionários. Porém, nas últimas décadas, tem-se empreendido um conjunto de reformas que visam a adopção de novos modelos de forma a torná-la mais eficiente no atendimento ao cidadão. De acordo com António Afonso apesar do esforço do Estado em tornar a administração pública num sector eficiente, ainda assim tem-se constatado a violação e o incumprimento de algumas normas e procedimentos por parte de alguns gestores para públicos. Dentre as normas com maior incumprimento constam o regime jurídico das férias, faltas e licenças, formação profissional

dos quadros, regime da protecção social obrigatória, regime jurídico e condições de exercício de cargos de chefia e direcção. Face a esta situação, o responsável esclareceu que a inspecção da função pública tem vindo a realizar um conjunto de acções inspectivas nos diferentes órgãos de recursos humanos e com o apoio prestado pela Direcção Nacional da Administração Pública. Realizada em Luanda, o Seminário sobre Legalidade e Prática de Gestão de Recursos Humanos teve como finalidade ouvir os gestores que lidam com os instrumentos gerais da gestão dos recursos humanos na Administração Pública. Durante o seminário foram debatidos temas como Estudo sobre os contratos de trabalho por tempo determinado na administração pública nacional, análise dos dados estatísticos, entre outros aspectos. Participaram no seminário gestores públicos de diferentes instituiçoes.

Segundo António Afonso, apesar do esforço do Estado em tornar a Administração Pública num sector eficiente, ainda assim tem-se constatado a violação Secretário de Estado da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, António Francisco Afonso


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O PAÍS Sexta-feira,29 de Março de 2019

BReVeS Libor USD 6 Meses

Mercado TAXA DE JURO Taxas de Juro taxa BNa Libor uSD 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M

Cot. 27/03/19 15,750% 2,682% 0,948% 0,012% -0,228% 16,390%

∆ Diária (p.p) 0,000 0,009 0,005 0,003 0,000 -0,040

Índices Accionistas Cot. 27/03/19 Dow Jones (Eua) 25 625,59 S&P 500 (Eua) 2 805,37 FtSE 100 (inglaterra) 7 194,19 iBovespa (Brasil) 91 903,40 CSi 300 (China) 3 743,39 Nikkei 225 (Japão) 21 378,73

∆ Diária (%) -0,125 -0,464 -0,029 -3,571 1,161 -0,232

17,50% 17,41% 17,32% 21/Mar

Cot. 27/03/19 318,3688 1,1254 1,3219 110,4900 14,5746 3,9952

Cot. 27/03/19 59,41 67,83 1 310,40 15,24 2,71 286,30

∆ Diária (%) -0,179 -0,257 -0,023 0,027 1,148 3,126

∆ Diária (%) -0,884 -0,206 -0,350 -0,859 -0,985 0,315

Luibor Taxas BNA Luibor o/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 ano

25/Mar

27/Mar

26 000 25 800 25 600 25 400 21/Mar

23/Mar

25/Mar

1,136 1,132 1,128 1,124 21/Mar

23/Mar

25/Mar

27/Mar

Brent C rude F ut. 68,6 67,9

∆ Diária (p.p) 0,000 0,010 0,000 0,010 0,000 0,020

Mercado Cambial O euro e a libra depreciaram face ao dólar em 0,26% e 0,02%, para 1,1254 e 1,3219 USD por unidade, em cada caso. A incerteza dos investidores sobre o crescimento económico mundial, associada à redução do défice comercial norte-americano contribuíram para a apreciação do dólar.

Mercado de Matérias-primas A cotação do Brent reduziu 0,21%, para 67,83 USD/barril, penalizada pelo aumento das reservas de crude norte-americanas, acima das expectativas.

Área da Grande Baía na agenda do fórum de macau para 2019 o Fórum de Macau aprovou, por unanimidade, o plano de trabalhos para 2019, onde se refere claramente a necessidade de aumentar a cooperação com a Área da Grande Baía Guangdong-hong KongMacau (GBa). De entre as principais acções a promover durante o corrente ano destacam-se a promoção do comércio e do investimento, o fomento da cooperação na capacidade produtiva, a formação

de recursos humanos, o intercâmbio cultural entre a China e os países de língua portuguesa e o apoio à construção de Macau enquanto Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Ficou ainda decidido o apoio ao papel de Macau como plataforma através de um melhor aproveitamento da localização do território enquanto parte integrante da GBa.

eNH de moçambique receberá aval do estado para emissão de euro-obrigações o governo de Moçambique irá conceder o aval do Estado à emissão de euro-obrigações da Empresa Nacional de hidrocarbonetos (ENh) a fim de garantir a sua participação nos projectos de gás natural, escreveu a Economist intelligence unit (Eiu). os analistas da Eiu escreveram ainda que a continuada crise das chamadas dívidas ocultas não irá impedir a concessão de novo aval

do Estado, desta feita para garantir a participaçao daquela empresa pública nos projectos da bacia do rovuma. os avais do Estado concedidos pelo anterior governo do Presidente armando Emílio Guebuza a dois empréstimos por parte de duas empresas públicas – Mozambique assett Management e Proindicus – foram emitidos à margem da legislação moçambicana.

67,2 66,5 21/Mar

23/Mar

25/Mar

Luibor As taxas de juro do mercado monetário interbancário inverteram para uma trajectória crescente, com excepção da taxa Luibor Overnight que se manteve inalterada, fixa em 15,76%.

2,686 2,679 2,672 2,665 21/Mar

23/Mar

25/Mar

empresários britânicos do setor automóvel pedem saída da Ue com acordo

27/Mar

Luibor 1 Ano Cot. 27/03/19 15,76 15,77 16,17 16,39 16,88 17,39

Mercado Accionista Os principais índices bolsistas norte-americanos fecharam a semana emquedapressionadospelosreceios dos investidores em relação a possibilidade de uma recessão económica global. O S&P 500 e o Dow Jones diminuíram 0,46% e 0,13%, para 2.805,37 e 25.625,59 pontos, respectivamente.

27/Mar

EUR / USD

Mercado DAS COMMODITIES Commodities Wti Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.

23/Mar

Dow Jones (EUA)

Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio uSD/aKZ Eur/uSD GBP/uSD uSD/JPY uSD/Zar uSD/BrL

A taxa Libor USD a 6 meses aumentou0,9p.b.,para2,682%,navariação diária. O registo poderá reflectir as expectativas de moderação da tensãocomercialentreosEUAeaChina.

17,59%

Mercado ACCIONISTA

Mercado Interbancário

27/Mar

os empresários britânicos do sector automóvel pediram ao Parlamento que aceite uma solução para o ‘Brexit’ e que evite, a todo custo, uma saída da união Europeia (uE) sem acordo. “Precisamos desesperadamente que o Parlamento concorde em restaurar a estabilidade para que possamos reconstruir a confiança e permitir que os nossos negócios prosperem na economia”, disse Mike hawes, director-geral da associação de Fabricantes e vendedores de automóveis (SMMt), numa declaração com um

tom particularmente alarmista. No dia seguinte ao referendo de 23 de Junho de 2016, no qual ganhou a saída do reino unido da uE, a indústria automobilística britânica alertou para as consequências potencialmente muito danosas da saída da união para esse ramo de actividade, que é muito dependente do comércio com o continente. a preocupação do sector só piorou com o caos político em torno do ‘Brexit’, originalmente marcado para 29 de Março, mas agora adiado.


SOcIedAde

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‘eu nunca gostei muito de rastejar nem de baixar a cabeça’ Quem não se sentiu tocado ao escutar ‘valódia’, ‘Kifangondo’, ‘Marçal’ ou mesmo ‘angola não é herança de familiares’? a caminho dos seus 65 anos de idade, o autor destas músicas, antónio Sebastião vicente, o Santocas, continua a ser uma das principais referências da música popular urbana angolana, mormente nas músicas de intervenção que ajudaram a mobilizar muitos angolanos –e não só- para a independência e a defesa da causa angolana. Em conversa com o PaÍS, o músico relembra o seu passado e o desalento com algumas situações do presente. Mas o seu timbre de voz continua actual, esperando cantar até aos 100 anos de idade, altura em que, provavelmente, se vai reformar... entrevista de Dani Costa fotos de Jacinto Figueiredo

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antocas é hoje um músico já reformado ou fez apenas um repouso do guerreiro?

Acho que é um repouso. Dificilmente os músicos retiram-se, porque a diferença do músico e o desportista é que o primeiro mantem a voz sempre, o segundo tem um determinado período ou tempo. Quando chega o seu limite é de estacionar. O músico até aos 100 anos canta, desde que não abuse das cordas vocais, não faça uma viragem para a questão das bebidas alcoólicas, a perda de noites, manter sempre a voz afinada e exercitá-la. Isso mantém o músico sempre em forma: é o meu caso. Vai cantar até aos 100 anos? Desde que o Criador me dê a possibilidade de lá chegar, possivelmente vou cantar. Não com a mesma força, vitalidade, mas acho que terei sempre a possibilidade de dar o ar da minha graça. A minha falecida mãe cantou até aos 80 anos de idade. Embora não fosse artista de palco, mas ela é proveniente de uma família tradicionalmente de músicos. Refere-se aos Assis? Sim. Assis, que vai até ao Manuel Faria, vem para o Mamukueno, o El Belo. O Manuel Faria é meu pri-

mo, o El Belo meu irmão e o Mamukueno meu tio. Depois vem os outros tios que são provenientes das turmas, porque antes de chegarmos aos conjuntos, as bases fundamentais foram os grupos de turma. Foi começando a ser reduzido com os grupos folclóricos tipo Kituxi, que depois veio dar Ginga, Ngola Ritmos. Começou com uma viola e com o andar dos tempos assistimos a um melhoramento em tudo. Hoje, por mais triste que seja, o que tenho assistido é que os grupos que a juventude está a formar desprezam uma série de componentes. Por exemplo, os instrumentos tradicionais que deveriam ser defendidos, como são os casos do reco-reco, puita. Ainda se consegue manter a percurssão, que são os batuques, mas não é tudo. Outrora, utilizávamos os bongós, a puita, o reco-reco, porque são instrumentos que dão uma certa identidade à nossa música. Passados vários anos, desde que começou a cantar, ainda se considera um músico de intervenção? Considero-me. Porquê? Porque fiz músicas com cerca de 30 ou 35 anos, mas ainda continuam na actualidade. São músicas que se eu cantar hoje, dentro do contexto actual, ela se cruza.

Quando cantei ‘Marçal’, ‘Angola não é herança de familiares’ comecei a ser visto como um traidor. As minhas músicas a partir daquela altura deixaram de se fazer ouvir

Quais são estas músicas e a que contexto se refere? Se eu cantar, por exemplo, ‘Kwanza Burro’, que foi cantada numa fase ainda sob batuta do partido único, ‘Angola não é herança de familiares’, ‘Marçal’ e outros temas nesta linha se enquadram. Isso quer dizer que os temas que fiz ainda na época do partido único, na qual avisava as situações que estavam a acontecer neste país, vamos ver que todas elas se prendem com o processo actual. Quer com isso dizer que houve uma certa regressão em vários domínios no país? Estamos a viver as situações. Estão a ser vividas de tal forma que, independentemente de sermos os três do mesmo mês (Santocas completará 65 anos no dia 25 de Setembro, o mesmo mês do jornalista e do fotográfo), mas eu continuo a ser de ano diferente, que me dá então uma certa distância. Eu sou de 1954. Quando cantei ‘Valódia’, ‘Massacre de Kifangondo’, Heróis serão vingados’, ‘Deolinda’, ‘Oportunismo’ e outras canções que contribuíram para a derrocada, não só do colonialismo, fui prosseguindo, cantando outras canções que tinham a ver com a nossa gema política. Essas canções serviram de mola impulsionadora para a sensibilização do nosso povo. Foram canções que ajudaram a combater de certa forma a divisão que se pretendia fazer com relação ao racismo e tribalismo. Estas canções, de certa forma, travaram esta linha malvada que era proveniente dos actores que achavam que a forma mais correcta de não alcançarmos a nossa independência eram estas. Então, a canção como arma de combate que utilizei na altura serviu para, de certa forma, criar um melhor ambiente e uma união entre nós. Numa conversa que teve no Jornal de Angola, há alguns anos, disse que ‘ se alguns felicitam por causa do trabalho que fiz, outros culpam-me pelo caminho que seguiram tendo em conta o rumo que o país trilhou’. Qual é a mensagem que quer passar? Vamos ver: naquela fase estas can-


O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

ções eram de mobilização, muitos foram sensibilizados e recrutados mentalmente por estas canções. Da mesma forma que este país tem e teve gente à frente da Nação, dirigentes de vários estratos sociais, do camponês ao operário, até mesmo ao intelectual, uma boa parte destas pessoas foram mobilizadas por estas canções. Tanto é que foi mobilizada esta parte que esteve na governação como também os que pegaram em armas para combater nas guerras, para a defesa intransigente do país. Muitos destes, uns hoje diminuídos fisicamente, os que perderam vários membros e andam à sua sorte, outros que se beneficiaram e estão bem. Então, os que se encontram frustrados, porque a certeza, o ângulo de visão e a fortaleza que tinham mentalmente era o alcance da independência para uma vida melhor, sabendo que quem cantou e a pessoa que os influenciou está em vida – e que por ele e pelas canções é que estou praticamente assim – sentemse frustrados. Como é que se sente quando as pessoas lhe apontam o dedo? Sinto-me triste, porque também os objectivos primários que tive em relação à luta que nós travamos era de facto termos uma Angola melhor e que servisse a todos. Uma Angola sem estas situações que estamos todos a viver. Mas há uns que estão a viver e sentem-se bem. Como dizia, posteriormente, apercebi-me da viragem que estávamos a ter: fui convidado a um festival em Cuba, que retratava a canção também como uma arma de combate, que decorreu no Varadeiro, onde estiveram vários nomes como os de Pablo Milanês, do Brasil estiveram o Djavan, Chico Buarque e a Clara Nunes. Os cantores mais prestigiados da música política cubana estiveram presentes. Lembro-me de um encontro que tivemos em que a canção política foi vista como uma canção que trazia benefícios à população, onde o cantor a determinada altura, compreendido pela gema política que estava a servir, mas também era uma faca de dois gumes. O cantor político chega a uma altura em que quando a situação que ele defende, que foi delineada para a defesa do povo e das mais legítimas aspirações da população começam a ser frustradas, ele começa a cantar isso. Começa a criar outra metodologia na sua forma de canto ou de letra, para alertar não só a população como o próprio Governo ou o partido. E eu parti para esta acção. Então diziam que, quando o cantor começa a se manifes-

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tar desta forma, vai ser visto como um contrário. Chegou a ser incompreendido quando decidiu alertar quem governava ou o partido? Fui incompreendido, sim senhor. Em que circunstância? Quando cantei ‘Marçal’, ‘Angola não é herança de familiares’ comecei a ser visto como um traidor. As minhas músicas a partir daquela altura deixaram de se fazer ouvir. Lembro-me que cantei ‘Angola não é herança de familiares’, na Quinta Rosa Linda, com os Jovens do Prenda, na altura estava quase todo o MPLA presente nesta actividade. Nunca passou pelas pessoas presente que eu ia cantar uma canção como aquela num sítio onde estava o Chefe de Estado e tudo. Lembro-me de que o falecido Paulo Teixeira Jorge, depois de todo o mundo se ter levantado, quando eu ia a sair, já na porta, questionou-me: ‘Oh Santocas, eu pensei que você fosse para o calabouço. Você teve coragem de cantar isso aqui’. Eu respondi: ‘tive’. Mas, a partir daquela data, as canções de Santocas deixaram de se fazer ouvir. Então, criaram-se formadores de opinião no sentido de desacreditar Santocas em tudo quanto era canto. O Santocas passou a ser conotado como um homem bufo. Todos diziam cuidado com o Santocas, dizendo que era isso ou aquilo. Quais foram os sectores que alimentaram esta situação? Eu não sei quais foram os sectores, mas sei que isso aconteceu. Lembro-me que dirigia um espectáculo, que era chamado Kutonokas, que fazíamos nos vários bairros da cidade de Luanda, e lembro-me de um jovem que conheço bem que estava próximo da entrada dos artistas com esta mensagem. Estou recordado do jovem. Este jovem ainda vive? Não sei, nunca mais o vi. Tanto é que, sem querer, ele abordou o meu irmão que estava com a minha cunhada. Estiveram a falar comigo, porque eu estava a fazer a direcção artística, o jovem pensou que também fosse uma pessoa que não era da minha família. Abordou-os e disse-lhes: ‘vocês estavam a falar com o Santocas, é melhor porem-se a pau porque ele é isso e aquilo, por isso têm que ter cuidado’. Quando terminou o espectáculo, o meu irmão veio ter comigo e disse-me: ‘tens que te pôr a pau, a situação contigo não está nada boa’.

Como é que foi possível fazer isso quando alguns diziam que Santocas tinha ‘costas largas’, a ponto de ter vivido na casa de um dos mais influentes dirigentes do MPLA, Manuel Pedro Pacavira? Na altura, em 1974, quando apareci cantei o ‘Poder Popular’. O Rui de Carvalho era um dos responsáveis do Departamento de Informação e Propaganda (DIP) do MPLA. Eles funcionavam naquele prédio encostado ao Maxinde, mas que já está praticamente desfeito. Quando ele se apercebe da canção, que gravei com o falecido Jofre Neto nas instalações da Voz de Angola, começou a ser divulgada e há o interesse da parte do DIP, através da pessoa de Rui de Carvalho, de saberem de quem era a voz e a canção. Parece-me que o Jofre Neto é que dá as dicas sobre quem era Santocas. Então sou convidado a estar com o Rui de Carvalho, falamos e ele viu que eu, um jovem de 21 anos, era meramente esclarecido e já sabia o que era, de facto, política, porque venho de uma família com luzes sobre isso. Depois nascido num bairro onde morou parte da nata dos homens que estiveram no Governo. Refere-se ao Bairro Indígena? Sim, o Bairro Indígena. Foi ali onde amadureci cada vez mais as minhas ideias. Como é que entra Manuel Pedro Pacavira na sua vida? Depois de falarem comigo, a situação em Luanda piorou. Mas eu estou ainda a gravar. Gravei o ‘Valódia’, vou gravando outras, então havia necessidade de se saber quem era Santocas porque, naquela altura, fico com a cabeça a prémio em 25 mil escudos. Vivo ou morto tem que ser apanhado. O úni-

Acha que aqui onde estou a viver tem muito desta realização para esta figura que acaba de citar? Eu fui, de facto, uma pessoa que habituou a trabalhar

co refúgio que encontrei foi na casa dirigida pelo falecido camarada Manuel Pedro Pacavira, que tinha como adjunta a Zé Gama, irmã do Mário Gama. Os dois falecidos hoje. Era onde uma boa parte dos responsáveis dormiam. Eu preocupado com a minha situação, porque sabia que a qualquer altura morria, então parti para o contacto com a Zé Gama e expus-lhe a minha situação. A camarada Zé Gama expõe a situação ao camarada Pacavira e fico nesta casa sob orientação e olhos destes dois camaradas. Depois foi do conhecimento do partido que Santocas estava aí e passei a ser a voz corrente, em termos musicais, do Departamento de Informação e Propaganda do MPLA. Quero dizer que a partir daquela altura passei a produzir mais. Eu ia para a Rádio Nacional para gravar às sete horas e saímos às três ou quatro horas da manhã. É o processo que fazíamos. Portanto, não sei o que é costas largas nisso. Sente-se realizado, hoje, depois deste percurso e ter sido até a voz que passava as mensagens que o MPLA pretendia em determinado momento? Acha que aqui onde estou a viver tem muito desta realização para esta figura que acaba de citar? Eu fui, de facto, uma pessoa que se habituou a trabalhar. Tenho sempre o princípio de alcançar objectivos. Nunca gostei muito de baixar a cabeça. Houve momentos em que quiseram que baixasse a cabeça? Pois… Eu nunca gostei muito de

rastejar nem de estar a baixar a cabeça. Entrei para o Ministério da Informação, primeiro, fui trabalhar no laboratório fotográfico deste ministério e quando comecei a trabalhar fui ter com o camarada Luís de Almeida – na altura director – porque tinha necessidade de trabalhar. Aos 18 anos já comecei a sustentar a minha família, isto é, a minha mãe e os meus irmãos menores. Então, eu tinha que continuar, porque independentemente de tudo que estava a fazer em prol da revolução, não é que quando me meti na produção das canções que fui fazendo, não assinei nenhum contrato de que poderia ganhar pelo que estava a fazer. Eu lutei por uma causa, para a independência de Angola. Sinto-me confortado ao saber que faço parte, de facto, desta luta que consagrou os angolanos à independência. Revê-se no partido no poder, o MPLA? Eu sou amigo, simpatizante e um militante que não tenho exercido esta actividade como tal. Durante algum tempo, o MPLA usou o sistema de quotas para os músicos chegarem ao Parlamento ou mesmo ao seu Comité Central. Nunca chegou a ser cooptado? Como é que seria cooptado se estava a cantar a verdade que é uma palavra que toda a gente contesta? Como é que seria cooptado se estou a cantar que Angola não é herança de familiares? É difícil. A partir de uma determinada altura fui visto como um cantor que tinha virado as costas, está noutra maré.


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eNTReVISTA

‘Não acompanhar a política é o mesmo que voltar à alfabetização’ O que representou a passagem pelo agrupamento Aliança FAPLAPovo? Representou muita coisa, embora tenha sido em pouco tempo. Só a questão daquela junção e daquelas vozes, Artur (Nunes), David (Zé) e Urbano (Castro), aquilo me deu um certo conforto por causa do intercâmbio que vivemos durante o período em que estive lá. Foi fantástico, porque naquela altura os objectivos eram os mesmos, que era ter as vozes unidas com a vontade e a certeza de podermos cumprir com o nosso papel, que era fazer com que esta população reconhecesse no MPLA o partido para a independência deste país. Os acontecimentos de Maio de 1977 apanharam-no ainda no FAPLA Povo? Não, já estava fora do FAPLA Povo. Como foi perder companheiros como Artur Nunes, David Zé e Urbano de Castro? Foi triste e lamentável. Era de chorar. Continuam aí as suas vozes, porque o artista morre mas as vozes ficam. O convívio salutar que pude ter com aqueles camaradas, depois dos acontecimentos de 1977, foi o entornar da água. Mas revolução é revolução. Devemos ter os sentimentos, chorar por aqueles que nos são queridos, mas a vida é esta. Perdeu muitos companheiros? Quem é que não perdeu um companheiro naquela fase do 27 de Maio? Muita gente morreu. Perdi familiares da mesma forma que outras famílias também perderam. Que Deus nos oiça para que nenhum 27 de Maio ou coisa parecida possamos viver novamente. Hoje, continua a interessar-se pela política? Faz parte de mim. Seria um erro virar as costas à política, porque é a política que me fez crescer e aprender o contrário e o certo. E é a política que tenho que seguir. Não estando, e não acompanhar a política, principalmente do nosso país, tinha que voltar à alfabetização. Qual era a génese das músicas como Kifangondo e Valódia? Kifangondo tem a ver porque – eu vivendo na Vila Alice, porque a minha casa depois ficou na Pompílio Pompeu de Castro, mas antes vivia

mesmo na rua da Liberdade. Porque estava ligado ao DIP, acompanhava toda a movimentação que se processava naquela rua, tendo em conta que o Estado-Maior das FAPLA encontrava-se também aí naquela rua. Então, com relação a Valódia, na altura em que saem para ir ao ataque à Facção Chipenda, eu acompanhei. Vimos a movimentação. Então, depois acompanhei a notícia do regresso e que Valódia tinha tombado. Em função deste acompanhamento, o Valódia apareceu. Depois, o Massacre de Kifangondo sou informado pelo Rui de Carvalho. Diz-me: “foram mortos muitos camaradas nossos em Kifangondo. Santocas, vê se te inspiras’. Começamos a receber as informações das pessoas provenientes de Kifangondo. Em função de tudo isso, tendo em conta o dia, a inspiração deu o Kifangondo. É uma vivência que tive. Mas também para dizer que quando nós recebemos aqui o Movimento Popular de Libertação de Angola, todas estas canções o DIP produziu em disco. Naquela altura, o movimento tinha problemas financeiros gritantes. As nossas canções, independentemente do sacrifício da composição que a gente tinha que fazer – o que não é nada fácil – o DIP pegava na produção e era feito o disco. Depois a venda dos discos, o movimento tinha o retorno financeiro. Esse retorno não era para o cantor nem para o Santocas, era para o cofre do movimento, porque precisa. Quer dizer, nós não só estivemos na base do canto, como estivemos também na origem da ajuda financeira. Não sei se foi muita ou pouca, mas foi ajuda. Nós também estivemos na mata. Eu ainda uma boa parte de Angola. Não perdi nenhum membro, estou inteiro graças a Deus, independentemente de ter a cabeça a prémio. Com muitos dos meus camaradas, cantores, instrumentistas e outros, rodamos Angola. Saímos uma vez do Lobito para o interior de um dos municípios, saíamos de Luanda para ir a Benguela e nós dizíamos que não iríamos regressar, porque vamos fazer uma digressão pelo interior desta província. Tínhamos naquela fase a UNITA a atacar seriamente. Uma vez fomos em direcção ao Bocoio, como não tínhamos uma fotografia do que era este município, ao falares isso a alguém nos diziam que ‘não voltam mais nem

vos passa pela cabeça o que é o Bocoio’. Depois é que se começa a viver a situação. Quando estávamos a sair do Lobito para o Bocoio, num autocarro, com os guerrilheiros lá em cima, encontramos carros que tinham sido queimados e pessoas mortas no momento. E você está a passar por eles porque tem que ir não sei aonde! Vê que trabalho é que a gente fez. Hoje, feliz ou infelizmente, sou considerado como um antigo combatente com 21 mil Kwanzas de pensão mensal. Há inspiração para músicas revolucionárias tendo em conta o actual quadro sócio-político ? Há. O que lhe apeteceria cantar nesta fase? Já cantei. Se eu pegar na canção em que estou a dizer a ‘verdade’ é actual. Se pegarmos agora o ‘oportunismo é uma táctica/ para atingir fins políticos/quem tiver dúvidas, está a cometer um suicídio político/ isto é claro, camarada, como a água”, é actual. É só pegar as canções do Santocas que cortou aquela linha umbilical com ‘Massacre”, “Valódia”, vais ver que estão actualizadas e dentro do contexto. Qual é o país que temos hoje? Deveria ser melhor. O pensamento foi sempre o de termos um país em que não haveria mais o que tenho assistido a partir da minha varanda: pessoas a comerem no contentor de lixo às 4 horas da manhã. Não dei o meu melhor para ver isso, mas sim para termos condições para o nosso povo. Foi a luta que eu fiz, a luta em que sempre pensei que estivéssemos a pautar por princípios nobres, que 40 anos depois, estaríamos sem os problemas que estamos a viver. Quando vou para o hospital, porque também tenho estado doente, sou ser humano, no Josina Machel ou Américo Boavida, temos que estar atirados à espera da tua hora. Muitas vezes entras às 18 horas e sais às 2 ou 3 da manhã. Eu já era o Santocas e acabei por perder um filho no Américo Boavida por falta de assistência. O meu filho morreu nas minhas mãos. Não foi por esta Angola que eu lutei. ‘O passado colonial uniu-nos mais que o presente’ O que acha da música feita, sobretudo, pelos jovens?

O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

Os jovens hoje estão mais interessados em fazer música romântica, ir para o comercial. Às vezes, vemos despontar uma ou outra voz, principalmente os rappers, como o Afroman, o MCK. Nós sentimos que eles trazem alguma coisa. Estamos a sentir que até começamos a perder a identidade cultural. Hoje, olhamos para a televisão, vemos os nossos jovens -não tenho nada contra eles, porque devem cantar aquilo em que se sentem melhor-, mas se podemos chamar a atenção, então porquê não o fazemos? O mosaico cultural angolano é tão rico. Qual tem sido o papel da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC)? A UNAC vive uma situação muito difícil. Mas é compreensível, porque onde há homem há sempre desavenças. E acho que a situação que se vive na UNAC é para aprendermos mais um bocadinho. Devemos ter uma união que dá liberdade à juventude e encaminhá-los para lá. Os mais velhos devem estar atrás e criar um núcleo de conselheiros para apoiar a juventude. Com o nosso beneplácito, acho que podemos encontrar um denominador comum para darmos outra viragem à UNAC. Tem sido convidado para espectáculos? Tenho sido convidado algumas vezes. Há dias fui convidado para ir actuar numa actividade realizada pelo MPLA, no Mausoléu. Cantei aquilo que interessou e fez reviver os presentes. Recebo alguns convites, algumas vezes até rejeito. Para atingir o estatuto que tenho não foi muito fácil, mas também é muito fácil perder quando nós não sabemos nos conduzir. Há actividades que temos de ter o cuidado de saber se vamos ou não. Depois também está o cachet: se não me satisfizer, retiro-me desta actividade. Face ao percurso que reviveu, alguma vez pensou desistir porque a luta não valeu a pena? Não é possível sentir que não valeu a pena. A independência mereceu o contributo de todos nós. A independência é a nossa identidade de angolanos. Digo a muita gente: em nenhuma parte do mundo vais encontrar o rio Cuanza, porque ele só está aqui em Angola. Fomos libertos daquela província ultramarina e somos donos do nosso destino. Valeu a pena. Agora, existem as situações que deveriam ser olhadas com a devida atenção. Há gente que lutou pela independência deste país e que andam pelas ruas com as

mãos estendidas. Pessoas que perderam os membros estão atirados. Há necessidade de se olhar para este pessoal. A independência valeu a pena. Agora, estamos no princípio de melhorar o que está bem e corrigir o que está mal. Tem sentido que se está a melhorar o que está bem e corrigir o que está mal? No acompanhamento que faço, alguma coisa está a mudar. Quais são as coisas que estão a mudar? Estamos a ver o processo das burlas e do gamanço. Desde quando é que passaria pela minha cabeça que dirigentes deste país seriam chamados num tribunal? Não quero dizer serem presos, mas só mesmo o facto de serem chamados! Alguma vez lhe passou isso pela cabeça? Eu acho que não. Sente saudades dos tempos em que as bandas ou conjuntos acompanhavam o Presidente da República nas suas digressões? Quem fez este percurso foi o Kissanguela. Eu não estava enquadrado no Kissanguela. Eu era a voz do DIP. O Kissanguela era a voz da JMPLA. Embora os objectivos fossem comuns, os enquadramentos eram diferenciados. Mas sinto algumas saudades da fogueira do guerrilheiro. Sinto saudades do momento em que sentíamos, um pelo outro, uma atenção, sobretudo quando o slogan era o ‘mukuaxi’ para identificar o angolano. Sinto saudades dos momentos em que quando alguém era atropelado e a pessoa parava para levar o semelhante. Hoje fugimos o nosso semelhante. O passado colonial uniu-nos mais que o presente. O sofrimento que tivemos no passado nos deu uma solidez e hoje que estamos na independência é cada um por si, Deus para todos. Então, que país é que a gente tem?


mUNdO

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O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

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oNu alerta que 7 mil bebés podem morrer durante o parto em Moçambique A ONU estimou que 5 mil grávidas tenham sido afectadas pelo ciclone em Moçambique, e que 7 mil dos 45 mil partos previstos para os próximos meses possam registar complicações potencialmente fatais

A

s Nações Unidas estimaram ontem, Quintafeira, 28, que 75 mil grávidas tenham sido afectadas pelo furacão Idai em Moçambique e que 7 mil dos 45 mil partos previstos para os próximos meses possam registar complicações potencialmente fatais. “Estimamos que mais de 75 mil mulheres grávidas foram afectadas pelo ciclone, com mais de 45 mil partos previstos para os próximos seis meses, 7 mil dos quais poderão registar complicações potencialmente fatais”, alertou Andrea Wojnar, representante, em Moçambique, do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA, na sigla em inglês). O alerta surge depois de a responsável do UNFPA ter feito uma visita

OMS lança campanha de vacinação contra a cólera no centro a organização Mundial da Saúde (oMS) vai promover uma campanha de vacinação contra a cólera no centro de Moçambique, destruída pelo ciclone e onde as autoridades já detectaram cerca de 2.500 casos de diarreias. o primeiro objectivo é evitar a propagação da cólera, que já tem cinco casos confirmados”, anunciou esta quinta-feira em conferência de imprensa David Wichtwick, líder da equipa da oMS na cidade da Beira. a campanha arranca na Segunda-feira e vai ser feita em nove centros de vacinação contra a cólera, cinco dos quais na cidade da Beira, dois no Dondo, outro em Búzi e outro ainda em Nhamatanda, distritos mais afectados pelas cheias da província de Sofala. “Nós temos 900 mil vacinas a chegar ao país [no Sábado] e isso vai fazer com que tenhamos, pelo menos, três doses para cada pessoa, mas é muito provável que nos próximos meses tenhamos de reforçar essas doses para evitar a propagação”, afirmou. o líder da equipa da oMS admite que existam ainda muitas comunidades que precisam de assistência, considerando que é preciso tempo para chegar a todas as áreas afectadas pelo ciclone idai. “Não estamos satisfeitos com o que foi possível fazer até agora, estamos conscientes de que precisamos de fazer mais e acreditamos que é possível chegar a mais lugares onde as pessoas precisam de ser assistidas”, declarou. a passagem do ciclone idai em Moçambique, no Zimbabwe e no Malawi fez pelo menos 786 mortos e afectou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações unidas. Moçambique foi o país mais afectado, registando até ao momento 468 mortos e 1.522 feridos, segundo as autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 135 mil pessoas a viverem actualmente em centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira.

a várias infra-estruturas e comunidades no distrito de Dondo, na província de Sofala. “Vi jovens raparigas em trabalho de parto em enfermarias com buracos enormes no tecto, enfermeiras das maternidades e as suas famílias a viveram em tendas no meio da lama próximo de clínicas que ficaram destruídas”, descreveu. “Com pelo menos 35 estruturas de saúde completa ou parcialmente destruídas e com os profissionais de saúde eles próprios desalojados ou atingidos, estamos a trabalhar sem parar com o Governo e com os outros parceiros para restaurar os cuidados neo-natais e maternos básicos”, acrescentou. A representante do UNFPA em Moçambique sublinhou a urgência na resposta às grávidas, mas também à generalidade das mulheres e raparigas que enfrentam riscos agravados de doenças sexualmente transmissíveis, violação e violência de género. Por isso, o UNFPA estimou em mais de 9 milhões de dólares os fundos necessários para fornecer serviços de saúde reprodutiva, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, contraceptivos e ‘kits’ para recolha de provas em caso de violação. “Estamos preocupados e é uma corrida contra o tempo. O risco de exploração e violência sexual aumenta quando as mulheres e raparigas são deslocadas das suas comunidades e quando o habitual sistema de apoio e protecção colapsa”, adiantou Andrea Wojnar. “Muitas não têm sítios seguros para dormir ou para ir à latrina. Quando lhes falta comida e não conseguem satisfazer necessidades básicas, as mulheres e raparigas podem facilmente ser alvo de predadores e oportunistas”, alertou. Como resposta ao aumento do risco de violência, o UNFPA está a criar espaços seguros onde mulheres e raparigas possam procurar informação, apoio psicológico e serem encaminhadas para serviços médicos ou jurídicos. “Estamos também a distribuir ‘kits de dignidade’ que contêm pensos higiénicos, roupa interior, tecidos, sabão, escova e pasta de dentes e um apito de segurança. São artigos muito básicos, mas que promovem a dignidade das mulheres através da higiene e segurança”, disse. Na Quarta-feira, a organização moçambicana Fórum Mulher tinha já alertado para a especial vulnerabilidade das mulheres e raparigas em situações de catástrofe, apelando para respostas específicas para este grupo da população.


OPINIÃO

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O PAÍS Sexta-feira, 2 9 d e M arço d e 2 019

RIcARdO VITA*

Sobre a Imagem do Negro

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oram interessantes as reflexões do intelectual e crítico literário francês, Louis-Georges Tin, quando participou num debate em volta de Otelo, personagem principal da famosa peça teatral epónima de Shakespeare. O tema do debate foi o seguinte: Shakespeare é racista? A história é conhecida. O vitorioso general, Otelo, é enganado por Iago, seu sub-oficial, e, roído pela inveja, acabou por estrangular a sua esposa, Desdêmona. Era muito raro o teatro desse período pôr em cena um negro, especialmente no papel principal. Nesse sentido, Otelo é uma excepção ainda mais notável. Na sua opinião sobre a tragédia, Louis-Georges Tin enfatizou a ambiguidade do personagem. Uma figura heróica e positiva no início da peça, Otelo torna-se um ser negativo e maligno no fim. Outros críticos enfatizam freqüentemente a falta de consistência psicológica do personagem. Isso não é surpreendente, explicou Louis-Georges Tin, porque a coerência não é psicológica mas histórica. De facto, é emblemática a inversão da imagem do africano, que muda entre o fim da Idade Média e o começo dos tempos modernos. Nesse sentido, a micro-história é o espelho da macro-história. Até o final da Idade Média, e ainda no início do século XVI, a África era uma realidade confusa mas gloriosa. Falava-se da rainha de Sabá, uma mulher negra, que ofereceu tesouros ao rei Salomão, de Baltasar, o negro dos três Reis Magos, que trouxe presentes ao menino Jesus logo após o seu nascimento, da fuga da Maria e de José com o filho, Jesus, para o Egito, conhecia-se a existência das minas de ouro do Monomotapa, que forneciam metais preciosos aos Egípcios, Gregos e Romanos. E sonhava-se desse reino misterioso do Preste João, que,

segundo a lenda, estava localizado na Etiópia, e que deveria servir como aliado dos cristãos contra os sarracenos (muçulmanos), como Otelo na peça. Nesse sentido, no início da peça, Otelo se encaixa perfeitamente no antigo imaginário sobre o africano: rico, sábio e valente. Mas no final da Idade Média, a Europa, pobre e faminta, e em busca de novas rotas comerciais, começou a explorar os recursos materiais e humanos da África. Foi o começo da colonização e do comércio de escravos. Portanto, foi necessário justificar o injustificável. A partir daí, o africano, outrora associado a representações positivas, tornou-se um ser inferior, mau ou diabólico, que devia ser submetido a todo custo. Esta é exactamente a imagem de Otelo, na segunda parte da peça. Nesse sentido, a peça de Shakespeare mostra como a imagem antiga do africano - amplamente positiva - muda para a representação moderna, bastante negativa, e constitui, a esse respeito, um resumo surpreendente - em dois dias de uma mudança que foi feita em mais de dois séculos: desde o final da Idade Média até o início dos tempos modernos. Louis-Georges Tin disse ainda que na articulação do velho mundo com o novo, Shakespeare nos dá a entender uma história da qual ainda não saímos. Esta peça é crucial no entendimento da construção dos imaginários sobre o Negro, que ainda vigoram até hoje. Pascal Blanchard, outro intelectual francês, analisa bem este facto. Os trabalhos deste reputado historiador neste campo, cujospontosprincipais achei útil traduzir aqui, mostram como a imagem do Negro foi construída, para quê propósito e como evoluiu no tempo. Pascal Blanchard analisa os diferentes processos de construção do « corpo negro » nas representações iconográficas e imaginárias. Demonstra que o « Negro » só existe através do olhar, e que este

« olhar » existe sobretudo porque corresponde, no espaço histórico, a uma « população », essencialmente africana ou caribenha, designada por essa representação gráfica no contexto inicial do vocabulário relacionado ao tráfico de escravos e naquele que se afirmará durante o período colonial até às independências. Nestas « imagens », e no discurso que as acompanha, há uma justaposiçãoentreimaginário,grupo populacional e espaço geográfico. O que interessa aqui é entender esse « olhar » e as mudanças sobre o « Negro » através do « corpo negro ». Por um lado, Pascal Blanchard sublinha as raízes dessa visão nas sociedades ocidentais e cristãs pré-esclavagistas e, por outro lado, o impacto que teve na própria identidade do « corpo negro », isto é, do Negro, ao longo dos anos até às independências coloniais. É realmente o « olhar » que criou a imagem do « corpo negro » e não o contrário. E, diz ainda, não há dialética ou pensamento sobre o « corpo branco », uma vez que isso seria falar do « corpo normal », e que nunca se reduziu o « Branco » a um corpo, excepto a « mulher ». Inversamente, o corpo negro é um « corpo anormal », diferente, outra coisa, que é estigmatizada para lhe dar um sentido. Portanto, o « corpo negro », interpela, porque é um corpo paradoxal; tanto um « corpo exótico », um « corpo doente », um « corpo demasiado bonito », « um

O Negro é ainda um universo estético, uma expressão que passa sempre pelo corpo para exprimir a sua alma. Em uma palavra, o Negro é e continua a ser um « corpo »

corpoexclusivamenteatlético»eum « corpoparadigma» quefaz pensar a uma propriedade etnográfica. A representação do « corpo negro », com os seus códigos, os seus referentes e a sua ideologia, pelo menos no Ocidente, remonta aos mais antigos testemunhos escritos e iconográficos da cristandade, muito antes do período do comércio de escravos, e que se estendeu durante todo o tempo do comércio transatlântico. O diabo, o Inferno, a escravatura, a colonização, a segregação, a publicidade, o desporto, a ajuda humanitária, a ciência, os zoos humanos, o cinema, a pintura, a escultura, para citar apenas esses exemplos mais recorrentes, não podem ser entendidos sem um mínimo de interferência na estetização - positiva ou negativa - do « corpo negro » que remonta às origens pré-coloniais. Esses elementos permitem entender como o « corpo negro » resumiu o « ser negro » durante séculos, e também entender que ele é ainda hoje visto principalmente como um « produto » do olhar do Ocidente. Este « corpo negro » não é apenas uma cor; é estigma, signo e símbolo da sua própria identidade, a que se criou paraodefinir.Pascal Blanchard afirma que ter um corpo « negro » é acima de tudo um legado, um « peso » perante a história. E é impressionante o lugar que o corpo negro ocupa nos imaginários ocidentais; trata-se, obviamente, de um corpo nu, de hipersexualidade afirmada, ao qual se dá sempre um papel marginal, complexo ou traidor. O corpo negro é o demónio ou monstro, ele é herético, descendente de Cam e, por conseguinte, portador da maldição de Noé, e está sob a influência dos Mouros e do Islã. A imagem do « corpo negro » foi construída com essas bases no Ocidente. Por isso foi, primeiramente, dominado e escravizado, nos séculos XVI e XVIII, e depois, animalizado e exibido em zoos humanos. E surgiu finalmente o « corpo negro », vencido e no caminho da civiliza-

ção, com a colonização e a ciência antropológica no século XIX. É na encruzilhada desses paradoxos do olhar que o Ocidente entra no século XX, com a imagem de um « corpo negro » ao mesmo tempo indígena « muito fiel » ao império colonizador, mas também o último elo da « raça humana » e a ilustração das formas e curvas de corpo mais preocupante, especialmente nas artes enapublicidade.A importância da cor da pele sempre dominou nos imaginários e nas iconografias, e isso se sente ainda hoje nas ex-colónias e no Ocidente. A intenção era, e é ainda, marcar claramente a fronteira entre o europeu e o colonizado. Essa mutação, « em imagens », parece reveladora do olhar actual veiculado no Ocidente sobre o « corpo negro ». O Negro é ainda um universo estético, uma expressão que passa sempre pelo corpo para exprimir a sua alma. Em uma palavra, o Negro é e continua a ser um « corpo ». Estamos só agora no início do trabalho de desconstrução de imagens sobre o Negro; a fim de repôr a sua imagem no lugar certo, desvendar todos os vínculos de pensamento político. É um trabalho de gerações. E porque, como afirmou Aristóteles, o que faz um homem um homem não é a cor da sua pele, é o facto de que ele é um animal dotado de razão. Então continuemos ainda a « educar » os ocidentais, que se perderam durante séculos pensando tão erradamente do Negro. A suposição de que a brancura é uma espécie de salvação e a negritude a morte é falaciosa. Afirmemos outra vez que o Negro, como os outros humanos, é também mercenário, ditador, assassino, gatuno, mentiroso. É um ser humano. Também vai morrer. *Pan-africanista,afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil)edodiárioLibération(França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité quepromoveadiversidadeemFrança e é empresário.


deSPORTO

O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

Progresso do Sambizanga e 1º de agosto reeditam ‘velho dérbi’ nos Coqueiros em caso de vitória, hoje, dos militares na visita aos sambilas, o “pri”, líder com 44 pontos, reforça a liderança do Girabola

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Militares e polícias centralizam atenções

DaNiEL MiGuEL/arquivo

Kiameso Pedro

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Kiameso Pedro

Progresso do Sambizanga, 6º classificado com 28, e o 1º de Agosto, líder com 44 pontos, protagonizam hoje, às 17:00, um dos dérbis mais antigos do futebol angolano, no Estádio dos Coqueiros, em Luanda, num desafio referente à 21ª jornada do Girabola Zap. Em caso de vitória no reduto dos sambilas, o 1º de Agosto, tricampeão nacional, alarga para dez a vantagem pontual ante o Petro de Luanda, segundo com 37. No embate da primeira volta, ambas as formações não passaram de um empate a zero, no ‘tapete verde’ do Estádio 11 de Novembro.

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Pelo seu historial, a equipa rubro-negra sempre levou a melhor, uma vez que triunfou por 13 ocasiões, em contraste com os ‘sambilas’ que venceram apenas por três vezes. Com estes dados, advinhase um encontro de desfecho imprevisível, mas o favoritismo recai para os militares, até porque têm um plantel superior em comparação com o do Progresso do Sambizanga. Mas, os militares do Rio Seco estão cientes de que terão de ter uma

defesa homogénea, capaz de travar os intentos dos anfitriões, que diante dos seus fervorosos adeptos não abdicam de lutar até ao fim. À imprensa, Hélder Teixeira, técnico principal do Progresso do Sambizanga, disse que um empate frente ao 1º de Agosto não seria um mau resultado, uma vez que o opositor é um ‘colosso’ do futebol africano. Por sua vez, o técnico-adjunto dos militares, disse que será que jogo complicado.

1º de Agosto e o Interclube defrontam-se hoje, às 18:00, no Pavilhão Victorino Cunha, em Luanda, em jogo referente à nona jornada da 41ª edição do Unitel-Basket, Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol. Ambas as agremiações quando se defrontam mobilizam muitos adeptos aos palcos. Desta vez não será diferente, até porque as duas equipas atraves-

sam um momento digno de realce na competição. Os ‘militares’ do Rio Seco, sob a orientação técnica de Paulo Macedo, comandam a prova com 57 pontos. Os ‘polícias’, às ordens de Alberto Carvalho ‘Ginguba’ figuram na terceira posição com 51. As duas formações estão super motivadas. Ainda para esta ronda, o Atlético Sport Aviação (ASA) recebe o Petro de Luanda no Pavilhão Multiusos do Kilamba, às 16:00. Dr

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rio Seco revalida O 1º de Agosto revalidou o título do Nacional de natação, 25 metros absolutos em 49 provas, totalizando 61.858,00 pontos, na Piscina da Escola Internacional, em Luanda. Em masculinos, os militares tiveram um registo de 36.655,00 pontos, já em femininos registaram 25.203,00.pontos. 1º de Agosto, Doha e o Onda sport club.

CNiL e FaN não falam a mesma língua Mário Silva

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Clube Náutico da Ilha de Luanda (CNIL) acusou a Federação Angolana da modalidade de ter alterado o regulamento de premiação aprovado pelos clubes em assembleia, em 2018. Segundo uma fonte do CNIL a que OPAÍS teve acesso, foi por esta razão que o clube supracitado não participou no recém Campeonato

Nacional Absoluto de natação, prova disputada na Piscina da Escola Internacional, no passado fim-desemana. A mesma fonte acrescenta que o regulamento aprovado no ano passado não obriga os nadadores a cumprirem os mínimos exigidos.

federação esclarece Na senda deste assunto, a vice-presidente da Federação Angolana de Natação (FAN), Ana Lima, disse a este jornal que houve uma confusão, mas que o órgão reitor da modalidade em tempo oportuno esclareceu aos clubes. Ainda assim, Ana Lima ficou surpreendida com a decisão do Ana Lima, vice-presidente da federa- CNIL de cancelar a participação ção Angolana de Natação (fAN) no certame.

hopman Cup retirada do calendário de ténis

A

Hopman Cup, torneio misto do circuito de ténis que se disputou durante 31 anos, vai ser substituída pela World Team Cup, uma taça do mundo com início marcado para 2020, anunciou, ontem, a federação australiana. A World Team Cup decorrerá nas cidades australianas de Perth - que foi o palco da Hopman

Cup durante todas as edições da prova, Sydney, Brisbane, entre 03 e 13 de Janeiro de 2020. Paul McNamee, antigo jogador e fundador da Hopman Cup, lamentou o desaparecimento da prova do calendário do circuito de ténis e manifestou a expectativa de que outras cidades possam organizar a competição.

Al-Ahly vence Taça de África dos clubes das taças de voleibol O Al-Ahly do Egipto venceu a Taça de África dos clubes vencedores das taças de voleibol feminino, ao bater, Segunda-feira, na final, o Carthage da Tunísia por 3 sets a 1. A partida foi disputada diante de um público que viveu as emoções da partida até ao fim, incluindo o ministro egípcio da Juventude e Desportos.


cLASSIfIcAdOS

emprego

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O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

imobiliário

diversos

A GRANdIOSA HOmeNAGem A OS HeRÓIS dO 4 de feVeReIRO de 1961 Lista Nominal dos Participantes ao II* Concurso Nacional de Poesia em Homenagem aos Heróis do 4 de Fevereiro Atribuição de Troféu (Estatueta) por Categoria: • •

Concorrente mais velho Concorrente mais novo

• •

Melhor estruturado Melhor dupla

• •

Melhor titulo Mérito e excelência

Reconhecimento

Ao Vencedor para além da estatueta será atribuído o prémio no valor de 500.000.00 Kz. Aos 60 melhores classificados os poemas serão publicados em um livro.

NOme

NAmIBe

TÍTULO dO POemA

Florêncio de Melo Cavunge

Moçâmedes

Remanescer da liberdade

mOXIcO

Juscelino Castanho Cavalata

Luena

Profundidade da minha terra

mALANGe Neto Fernando Nhanga Toma

Kambondo

A pena do combatente

LUNdA-NORTe Oriano Manuel Comboio

Cuango

Eles são heróis das catanas, eles são

HUÍLA Bernardo Yambi Segunda Chissili

Lubango

E se eles não lutassem

Isabel Vacilca Caputo Martins

Lubango

Um gesto de bravura

HUAmBO António Raúl Canjanjo

Londuimbali

O grito no silêncio dos heróis da coragem

Tiago Chindemba João

Cachiungo

Homens de segunda, terceira à última milha

KWANZA-SUL Osvaldo da Silva José de Carvalho

Sumbe

A fúria dos bravos heróis do

Rui Aguiar Cayala

Sumbe

Aos nossos guerreiros

BeNGUeLA Artur Filipe Kalopa Daniel

Lobito

Conspiração armada

Domingos André Pereira

Cubal

Heróis

Luís Belchior

Kalossombekua 2

Os heróis nunca morrem

LUANdA Adilson Pedro Francisco

Viana

Cronologia Hemorrágica

Afonso Agostinho Pimpão

Cazenga

Espirito de liberdade


O PAÍS Sexta-feira, 29 de Março de 2019

Alberto José Massanda & Gracia-

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Viana e Sambizanga

Aos que tombaram e aos que vivem

Anderson Célio Bento Narciso

Ingombotas

Rebeldes mergulhadores

António K. Magito

Camama

O começo de uma guerra de paz

Biavanga José

Ilha do Cabo

Rubro na emoção 4 no sentimento fevereiro na libertação

Carlos Meira Domingos

Cazenga

O sabor da dipanda

Cecília Fernando Caculo & Pitra

Hoji Ya Henda – Cazenga

Combatentes anónimos heróis da nação

Cristina Elias João Manuel Pipa

Golf 1

Super heróis

David da Costa Kimaz João

Pedreira – Cacuaco

O dia do fim

Délcio Honório dos Santos Pedro

Vila da Mata – Cazenga

Tributo aos heróis

Edgar F. Van-Dunem Imperial Santana

Zango 1 – Viana

Heróis de verdade

Elizeu Gaspar Correia

Sapu 2 – Belas

Muito obrigado

Eurico Paulino Tomás Herculano

Viana

A esperança dos nossos heróis

Faustino Francisco da Silva Domingos

Kapolo 2

Os arautos da pátria

Félix Fonseca

Viana

A lancinante madrugada

Fernando de Almeida da Silva Panda

Cassequel do Buraco

Hoje

Flávio José Muhongo Penha

Cassenda – Maianga

Heróis anónimos

Franklin Paulo Ndombaxi Talony

Hoji Ya Henda – Cazenga

Heróis da nação

Gabriel Domingos Fernando

Cazenga

Angola acima de tudo

Joaquina Domingos Vunge

Cazenga

Lágrima de esperança

João Situmonika

Kilamba–Kiaxi

Génese duma liberdade

José Alberto Pedro Bini

Viana

Perguntas de solidão

José Fernando

Morro Bento – Maianga

Suntuosa liberdade de guerreiro

Ladislau de Oliveira Cabo Verde

Rangel

Honremos

Luís Pedro da Silva

Bº Esperança – Viana

Uma Rainha no mundo do esquecimento

Manuel Domingos Barros

Prenda

Assim é, e assim serão conhecidos

Manuel Pedro Samuel Kisingui

Palanca Kilamba–Kiaxi

A madrugada dos partos induzidos

Marcelo Machinde João

Golf 2

Gritos dos inocentes

Mariano Feliciano

Samba

O sacrifício

Miguel F. Clementino Nguevengue

Cacuaco

Aos eternos viva Angola dos heróis

Nelson Eduardo F. dos Santos

Nocal – Hoji Ya Hendal

Heróis da nação

Olegário Wanguene Piçarra Gil

Palanca – Kilamba Kiaxi

Manifesto heróico

Paulo Pinto Luvumbo

Viana

Para sempre heróis vivos

Valdemiro António Avelino

Cacuaco

Os filhos da pátria

na Mvuzi Meso

Fernando Carlos Caculo

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O PAÍS

Sexta-feira, 29 de Março de 2019

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Fonte: INAMET

PrEviSÃo Do tEMPo *** 3 DiaS *** Para aS PriNCiPaiS CiDaDES válida de 29 a 31 de Março de 2019 Ê Ê Ê

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA Ð CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)Ê

Ê

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS ***, PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, de 29 à 31 de Março de 2019Ê Data 29 / 03 / 2019

CIDADE

Ê

das 18 horas do dia 28 às 18 horas do dia 29 de março de 2019

Mín

Máx

LUANDA

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CABINDA

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SUMBE

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CAXITO MBANZA CONGO

Data 30/ 03 / 2019

Estado do Tempo

Mín

Máx

Céu nublado, chuva moderada com trovoada.Ê

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Céu nublado, chuva com trovoada.Ê

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Céu nublado, chuva com trovoada.Ê

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Céu nublado, chuva moderada a forte / trovoadaÊ

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Céu nublado, chuva moderada a forte / trovoadaÊ

UIGE

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NDALATANDO

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MALANJE

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DUNDO

Data 31 / 03 / 2019

Estado do Tempo

Estado do Tempo

Mín

Máx

Céu nublado, chuva fraca ou chuviscoÊ

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Céu nublado, chuva fraca / trovoadaÊ

Céu parcialmente nublado.

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Céu parcialmente nublado.

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Céu nublado, chuva moderada / trovoada

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Céu nublado, chuva moderada / trovoada

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Céu nublado, chuva fraca a moderada/ trovoada

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Céu nublado, chuva fraca a moderada/ trovoada

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Céu parcialmente nublado.

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Céu parcialmente nublado.

Céu nublado, chuva moderada a forte / trovoadaÊ

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Nublado, chuva com trovoada.Ê

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Céu nublado, chuva moderada / trovoada

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Céu nublado, chuva moderada ou fraca

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Céu nublado, chuva moderada ou fraca

SAURIMO

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Céu parcialmente nublado.

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Céu parcialmente nublado.

BENGUELA

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Céu nublado, chuva fraca com trovoada.Ê

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Nublado, chuva com trovoada.Ê

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HUAMBO

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Céu nublado, chuva moderada com trovoada.Ê

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CUITO

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Parcialmente nublado, chuva fraca ou chuvisco

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Céu parcialmente nublado.Ê

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Céu parcialmente nublado.Ê

LUENA

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Céu parcialmente nublado.

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Céu pouco a parcialmente nublado.Ê

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Céu pouco a parcialmente nublado.Ê

LUBANGO

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Céu nublado, chuva moderada / trovoada.

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Céu nublado, chuva moderada / trovoada.

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Céu nublado, chuva moderada / trovoada.

MENONGUE

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Céu nublado, chuva fraca ou chuviscoÊ

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Céu pouco a parcialmente nublado.Ê

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Céu pouco a parcialmente nublado.Ê

MOÇÂMEDES

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Nublado, chuva com trovoada.Ê

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Nublado, chuva com trovoada.Ê

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Nublado, chuva com trovoada.Ê

ONDJIVA

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Céu nublado, chuva fraca ou chuviscoÊ

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Nublado, chuva fraca ou chuviscos.Ê

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Nublado, chuva fraca ou chuviscos.Ê

O (s) Meteorologista (s): Lameira Gaspar e Lionete Mitange.

Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu nublado, tornando-se muito nublado durante a madrugada e manhã. Possibilidade de ocorrência de chuva moderada a forte acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, LundaSul. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal nas províncias de Luanda, uíge, Malanje. ReGIÃO ceNTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu nublado, tornando-se muito nublado durante a madrugada e manhã. Possibilidade de ocorrência de chuva moderada acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios da província de Benguela, huambo e Bié. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal em alguns municípios das províncias do huambo, Bié e Moxico. ReGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando-Cubango Céu parcialmente nublado, tornando-se nublado durante a noite. Possibilidade de ocorrência de chuva fraca a moderada em alguns municípios das províncias do Namibe, huíla e Cunene.

Luanda, 28 de março de 2019.

INAMET Ð Morro Bento S/ N Gamek à Direita

*** wwww. inamet.gov.ao

***

email: geral@inamet.gov.ao *** Tel: 222 010 385 / 949 320 641Ê

TemPO NO mAR BoLEtiM MEtEoroLÓGiCo Para a NavEGaÇÃo MarÍtiMa 1. SITUAÇÃO GeRAL ÀS 18:00 TU dO dIA 28 de mARÇO de 2019:

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA Ð INAMET Centro Nacional de Previsão do Tempo

Circulação de Sudoeste moderada entre os paralelos 4°S a 12°S, circulação de Sul fraca a moderada entre BOLETIM METEOROLÓGICO PARAentre A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA os paralelos 12°S a 14°S,circulação de Sudeste moderada os paralelos 14°S a 18°S. 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 28 DE MARÇO DE 2019:

Circulação de Sudoeste moderada os paralelos a 12°S, circulação Sul fraca a moderada entre os paralelos 12°S a 14°S,circulação de Sudeste 2. PReVISÃO VÁLIdA ATÉentre AS 18:00 TU4°SdO dIA 29 dedemARÇO de 2019: moderada entre os paralelos 14°S a 18°S. 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 29 DE MARÇO DE 2019: SEM AVISO

REGIÃO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

Cabinda (4°S Ð 6°S)

VENTO

ESTADO DO TEMPO

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

DIRECÇÃO FORÇA (KT) Aguaceiros e trovoada

Sul Sudoeste

14 a 15

Até 1.2

Sul Sudoeste

11 a 15

Até 1.6

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S Ð 12°S) Benguela (12°S Ð 14°S)

Parcialmente nublado

Sul

Até 12

Até 1.8

Namibe (14°S Ð 18°S)

Parcialmente nublado

Sudeste

Até 11

Até 2.0

Aguaceiros e trovoada

Pouco agitado Agitado

Agitado

Agitado

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM) Fraca (Superior a 3) Moderada a boa (Superior a 5) Boa (Superior a 8) Boa (Superior a 8)

Fonte: INAMET

3. deScRIÇÃO SINÓPTIcA dAS 18:00 TU dO dIA 28/03/2019 ÀS 18:00 TU dO dIA 29/03/2019.

Depressão, com pressão central de 1010hPa, enquanto que o seu vale depressionário estende-se em toda costa marítima de angola. assim prevê-se visibilidade superior ou igual a 3 Km, devido a possibilidade de ocorrência de chuva moderada acompanhada, por vezes, de trovoada na região maritima de Cabinda , Zaire, Bengo, Luanda. assim, prevê-se ondas maximas até 2.0 metros de altura para a região marítima de Namibe. Para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda ,Cuanza Sul e Benguela prêve-se ondas maximas entre 1.2 a 1.8 metros de altura.

4. cARTA dO VeNTO mÁXImO e dA ALTURA dA ONdA mÁXImA PReVISTA

os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


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