Jornal OPaís edição 1922 de 07/08/2020

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Angola tem novo record de casos da Covid-19: 88 infectados

EM FOCO: Nas últimas 24 horas, as autoridades sanitárias detectaram mais 88 novos casos

de Coronavírus (SARS-CoV) e duas mortes, perfazendo um total de 1.483 infectados, dos quais 520 recuperados e 64 mortes, anunciou, ontem, a directora Nacional de Saúde Pública, Helga Freitas. Foram recuperadas ontem mais 14 pessoas. P. 02

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www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @jornalopaís facebook/opaís.angola @jornalopais

Acta reacende disputa Na IURD

SOCIEDADE. O 4°Cartório Notarial de Luanda considerou falsa a acta publicada em Diário da República, sobre a IURD-Angola, mas Comissão de Reforma afirma que o notário não tem competência para anular um documento publicado no órgão oficial do Estado. O conflito nesta instituição parece estar distante dos últimos capítulos. P. 10 DR

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18/11/19

15:05

‘Cidadão Ismael Mateus’ lança novos livros em Novembro

O diário da Nova Angola

Edição n.º 1922 Sexta-feira, 07/08/2020 Preço: 40 Kz

CARLOS MOCO

‘‘Estamos diante de um Presidente que tem a faca e o queijo” ‘Competição Política- A Guerra pelo Poder’ é o título do livro que será apresentada hoje, às 15 horas, no Mausoléu Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, escrita por Lutina Santos, mestre em relações interculturais e licenciado em Ciência Política. Em entrevista a este jornal, o autor falou o ambiente político que se vive, os principais contendores e a invisibilidade de alguns partidos que não manifestam sequer pelo poder. P. 22

Congresso da LIMA arranca hoje em Luanda

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Coordenador: Daniel Costa

Helena Bonguela Abel, Manuela Prazeres Kazoto e Domingas Njungulo concorrem a partir de hoje, em Luanda, à liderança da Liga da Mulher Angolana (LIMA), a organização feminina da UNITA. P. 8

Pepe António encontra apenas mil Kwanzas na conta da APF Huíla

O novo presidente da Associação Provincial de Futebol da Huíla, Pepe António, diz ter encontrado somente mil Kwanza no cofre do organismo em que tomou posse esta semana. P. 27


EM FOCO

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O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

ACTUALIZAÇÃO COVID-19 Diária sobre o Coronavírus A partir do Centro de Imprensa Aníbal de Melo

Angola tem novo record de casos da Covid-19: 88 infectados Nas últimas 24 horas, as autoridades sanitárias detectaram mais 88 novos casos de Coronavírus (SARS-CoV) e duas mortes, perfazendo um total de 1.483 infectados, dos quais, 520 recuperados e 64 mortes, anunciou, ontem, a directora Nacional de Saúde Pública, Helga Freitas

Texto de Maria Teixeira fotos de Nambi Wanderley

O

país atingiu um novo record ao detectar o maior número de infectados num só dia desde que se registaram os primeiros casos. Helga Freitas esclareceu que, até ontem, existiam no país 899 casos activos, dentre eles dois estão em estado crítico e com ventilação mecânica invasiva, que representa cerca de 0,2 por cento. Explicou ainda que 18 estão em

1.675

estado grave (2 por cento), 25 são moderados (2,79 por cento), quatro em estado moderado com sintomatologia ligeira (0,44 por cento) e 855 são assintomáticos (o que representam 95 por cento). Em relação aos pacientes detec-

4.132

tados ontem, a directora Nacional de Saúde Pública, que falava na habitual actualização diária dos dados sobre a pandemia da Covid-19 no país, disse que esses dados foram notificados ao Centro de Processamento de Dados de

Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, até às 16 horas de ontem, 6 de Agosto. Helga Freitas informou que dos 88 novos casos diagnosticados, um é do município do Cubal, província de Benguela e outro do Libo-

818

lo, província do Cuanz-Sul, todos com idades compreendidas entre os 2 e 79 anos, sendo 45 do sexo masculino e 43 do feminino. Quanto aos óbitos, disse tratarse de um cidadão angolano de 33 anos de idade que tinha outras co-


O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

morbilidades e morreu na província de Luanda. O outro é uma cidadã angolana de 35 anos de idade que morreu no município do Sumbe, província do Cuanza-Sul. “Hoje reportamos 14 casos recuperados, perfazendo um total cumulativo de 520 utentes recuperados”, frisou. Mais de 190 amostras realizadas no laboratório de RT-PCR Segundo Helga Freitas, nas últimas 24 horas foram processadas 191 amostras realizadas no laboratório por RT-PCR, perfazendo

um total cumulativo de 27.297 amostras. Foram também realizados 1.028 testes rápidos serológicos, dos quais 114 foram reactivos, o que significa que 11, 1 em cada 100 pessoas estiveram expostas ao vírus. No total geral já foram realizados até ao momento 40.484 testes rápidos serológicos, dos quais, 2.527 foram reactivos, o que significa que 6,2 pessoas em 100 estiveram expostas ao SARSCoV-2.

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Quanto ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), disse que recebeu, no período em referência, 82 chamadas. Uma denúncia de caso suspeito de Covid-19 e 81 foram pedidos de informação sobre o vírus. Em relação às altas de quarentenas institucionais, Helga Freitas disse que nas últimas 24 horas 57 pessoas obtiveram as altas, sendo 20 na província de Cabinda, 12 na Lunda- Norte, seis no Bié, cinco no Cuando Cubango e um em Malanje.

Grávidas devem continuar a fazer consultas de rotina Entre as actividades ao nível das outras províncias, anunciou que em Benguela foram realizadas palestras de sensibilização sobre as medidas de prevenção da Covid-19. Em Cabinda, foram levantados os cordões sanitários da hospedaria Feliciano da Costa e do Bairro de Moçambique. A gestora pública apelou as pessoas a continuarem a fazer as consultas de rotina, assim como às grávidas e as mães com crianças a levarem os filhos para cumprirem com as consultas de puericultura e o cumprimento do calendário de vacinação.

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4 destaques política. PÁG. 8 LIMA procura nova presidente no IV congresso ordinário que começa hoje

SOCIEDADE. PÁG. 10 Mais uma lenha na ‘fogueira’ entre as duas alas da IURD Angola

cartaz. PÁG. 14 Angola Music Awards regressa este ano e distingue trabalhos dos artistas em 26 classes

Economia. PÁG. 18 Plano Nacional

de Desenvolvimento com 70 projectos

o editorial

O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

hoje: os números do dia

O passivo e a Lei

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ircula uma norma que se diz pertencer ao Ministério da Saúde de um pretenso termo de responsabilidade para aqueles indivíduos que contraírem o vírus da Covid-19, mas não necessitarem de internamento nos centros de referência construídos pelo Executivo. Quando aconteceram os primeiros casos da pandemia no país, determinadas vozes especializadas em medicina alertavam para a imperiosidade de se fazer o isolamento de forma diferenciada, como ocorria nos países já afectados gravemente. Desde Jeremias Agostinho, o rosto que mais se tem notabilizado nos comentários sobre o assunto na TV Zimbo, ao nefrologista Matadi Daniel, era quase consensual que os leitos nos centros de referência estivessem reservados para os doentes graves. O objectivo era diminuir os custos suportados pelo Estado. E permitir que Calumbo, Barra do Kwanza e até a Zona Económica Especial, recebessem pacientes com complicações que exigiriam um tratamento diferenciado, incluindo o uso de ventiladores. Reza a minuta em circulação que ao confirmar-se a transmissão do vírus a outras pessoas da sua comunidade, o utente (em isolamento físico na sua residência ou outra área disponível) será sancionado conforme o disposto no artigo 22 do Decreto Presidencial n.º 184/20, que remete para o artigo 24º da Lei n.º28/3 de 7 de Novembro com a redacção dada pela Lei n.º14/20 de 22 de Maio, sem prejuízo das sanções administrativas aplicáveis. O famoso caso 26, 31 e outros tiveram ingredientes suficientes para servirem de modelo que não permitissem que a transmissão do vírus fosse vista com ligeireza. E que as leis são para serem cumpridas.

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Cidadão angolano, de 43 anos de idade, com o estatuto de não residente em Portugal, testou, ontem, positivo à Covid-19, segundo as autoridades sanitárias portuguesas, aumentando para 67 o número de angolanos infectados pela pandemia em Portugal.

50 300

Líderes comunitários e coordenadores de bairros do município do Huambo, participam, deste ontem, num seminário sobre estratégias de protecção familiar, com foco no reforço do saneamento básico.

2570

Famílias que viviam em zonas

de risco, na sede municipal de Camacupa, a 82 quilómetros a Leste da cidade do Cuito (Bié), beneficiaram, ontem, de terrenos para a autoconstrução dirigida.

Projectos de impacto económico e social, dos 3 mil e 433 inicialmente previstos, serão implementados pelo governo no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) revisto (2018-2022).

o que foi dito “

MUNDO. PÁG. 28 Campanha de Trump quer debate presidencial no início de Setembro

O objectivo desta missão foi constatar a realidade no terreno, a fim de se instalar o laboratório de processamento de exames de biologia molecular, para se dar resposta a casos de Covid-19 na região” Franco Mufinda, Secretário de Estado

Queremos projectar uma província melhor e tudo passa por uma boa elaboração administrativa orçamental e daí a importância da capacitação sobre as ferramentas legais no domínio financeiro, no qual queremos contar com a colaboração da nova responsável”

Job Capapinha Governador

“O nacionalismo das vacinas não é bom, não vai nos ajudar”

Tedros Adhanom Ghebreyesus Director-geral da OMS


O PAÍS

Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

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e assim... Dani Costa Coordenador

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o cientista político Lutina Santos, que hoje apresenta, em Luanda, o livro ‘Competição Política- A Guerra pelo Poder’

Macedo não pode ser Tadeu!

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www.opais.co.ao Beirute (Libano) Voluntários limpam as ruas após a explosão de terça-feira na área portuária de capital (DR).

o que vai acontecer Desporto Os técnicos Aníbal Moreira e Manuel Silva “Gi” começaram a trabalhar no Petro de Luanda, depois de apresentados, esta semana, como treinadores do Petro de Luanda, com contrato de dois anos cada um, regressando ambos a um clube onde já evoluíram. Aníbal Moreira passa a ser o primeiro integrante do grupo técnico da equipa principal de basquetebol, cujo treinador principal será conhecido nos próximos dias, em substituição do camaronês Lazare Adingono, que orientou a equipa nos últimos oito anos.

Desporto Em Novembro serão entregues as infra-estruturas em que o Governo da Lunda-Sul apostou. Trata-se de seis quadras desportivas, com vista a ocupar os tempos livres da juventude e massificar o andebol, basquetebol, futebol salão e ginástica. Para o efeito, desembolsou 180 milhões de Kwanzas a serem usados para a construção de quatro quadras em Saurimo, uma no Muconda e outra no município do Dala. Segundo o director do gabinete de estudos e planeamento, Belarmino Sandungo, as infra-estruturas estão inseridas no programa Eurobonds.

Desporto O início da II Liga foi adiado para 13 de Setembro, enquanto o sorteio da I e II ligas da época 2020/21 passou de 9 para 28 de Agosto, anunciou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). “No seguimento da comunicação enviada pela FPF, na Sexta-feira, sobre a suspensão da identificação do Vizela e Arouca para participação nas competições profissionais, e também devido ao facto de o processo de licenciamento de Cova da Piedade e Casa Pia se encontrar em curso, a LP anuncia o arranque de competição a 13 de Setembro”.

Pandemia O Ministério da Saú-

de apresenta, hoje, em conferência de imprensa o estado actual do novo Coronavírus (Covid-19), na sede do CIAM, em Luanda, a partir das 19 horas.

oi em 2007 que numa provocação inusitada, por causa de uma crise que se vivia na Igreja Maná, o apostólo Jorge Tadeu, líder desta confissão religiosa, insultara da forma mais vil possível os angolanos. Acossado por um religioso cubano, que não quis que uma doação da Sonangol para a construção de uma escola sustentasse outros caprichos no velho continente, o apóstolo preferiu também ofender os angolanos. E este país em que muitos verteram sangue e lágrimas descrito, por ele, como um local em que se podia pagar e alguém abriria ‘as p... para as pessoas entrarem’. Passaram-se 13 anos. Um novo escândalo emergiu. Agora na Igreja Universal. Uma vez mais o dinheiro e o poder estão em causa. Não de Angola, mas dos que um dia vendiam milagres. E os insultos ressurgiram. Distante de Tadeu, Edir Macedo considera ‘rebeldes’ os angolanos e deseja que aqueles que lutam por reformas desçam rapidamente para o inferno. O mesmo que dizer: morram! Nem as famílias foram poupadas por aquele que deveria salvar almas. Só que Macedo não é Tadeu. Mas um dia Tadeu fez o que Macedo faz hoje. E 10 anos depois regressou em grande com direito a tapete vermelho. Com os últimos desenvolvimentos na IURD, os contornos evidenciam que, outra vez, o orgulho angolano poderá continuar ferido. O coro angelical em torno de um suposto ‘erro no cartório’ parece querer ilibar até aquele que em finais do mês passado preferia ver os seus bispos, filhos e mulheres numa sepultura. Nem nos lembramos mais das acusações de vasectomia, evasão de divisas, branqueamento de capitais, maus-tratos e a falta de investimentos em projectos sociais como fazem outras igrejas até com pouca capacidade financeira. Embora não sejam irmãos siameses, o tapete vermelho começa a ser preparado para que um dia Macedo venha a ser Tadeu.

E também... Dia de Hiroshima - 6 de Agosto Foi às 8h15 (hora japonesa) de 6 de Agosto de 1945 que se lançou, em Hiroshima, a primeira bomba nuclear do mundo sobre alvos civis. A bomba atómica de urânio apelidada de “Little Boy” saiu do bombardeiro B-29 norteamericano “Enola Gay” (o nome prestava homenagem à mãe do piloto do avião), caindo na cidade japonesa de Hiroshima, uma cidade portuária no Oeste do país e uma importante base militar japonesa.


6 Comissão de Gestão da empresa Media Nova, S.A Coordenador Geral Pedro Neto Coordenador para o Jornal OPAÍS Daniel Costa Coordenador para a Rádio Mais Cristiano Barros Cordenadora para os Assuntos Jurídicos Alda Moniz Cordenador para Administração e Finanças Álvaro Fernão Coordenadora para a Área Comercial e Marketing Aleck DiasPropriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

opaís Coordenador: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao (Editor) Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Alberto Bambi, Augusto Nunes, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela), Maria Custódia e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto), Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor) Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, TalatonaLuanda. Tel: 222 009 444 República de Angola Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

no tempo do kaparandanda

1979

07 de Agosto de - O financeiro italiano Michael Sindona é dado como desaparecido um mês antes do início do seu julgamento sobre a maior falência bancária nos EUA.

07 de Agosto de

1992

- O presidente Joaquim Chissano de Moçambique e o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, reunidos em Roma, concordam que a paz no país deve vigorar a partir de 01 de Outubro.

1998

07 de Agosto de - Ataques terroristas contra alvos norte-americanos no Quénia e na Tanzânia fazem 70 mortos e 1.200 feridos.

carta do leitor

O primeiro sinal Há muito que se tem falado sobre a realização ou não das eleições autárquicas este ano. Quando se apontou 2020 num encontro em Benguela, pelo Presidente da República, João Lourenço, como o ano em que possivelmente poderiam ser realizadas, a ideia acabou por morar na cabeça de muitos angolanos. É imperioso que se façam eleições no país. Não há dívidas. Mas, ainda assim, devemos convir que este ano não parece ainda o ideal para que se vá às urnas, nem que busque exemplos de outros pontos do mundo, como se cada país não tivesse as suas especificidades. Contrariamente a Cabo Verde e outros países, eles não irão realizar o pleito pela primeira vez, nem têm a mesma população votante que a nossa. Se no arquipélago bastam cinco milhões de dólares para a organização de todo o processo, entre nós o número será certamente superior, tendo em conta que se trata de uma opera-

DR

ção que exige uma logística forte. A não aprovação de todo pacote legislativo autárquico é o outro handicap. Nem mesmo que se aprove o pacote em Outubro teremos condições para que aconteçam em 2020. Por isso, os partidos políticos devem começar conversações para se encontrar datas alternativas, até porque o crescente número de casos da COVID 19 não está descartada a possibilidade de se aderir a medidas mais apertadas para se salvar os angolanos.

Como disse em tempos o papa Francisco é preferível que se salve as pessoas e depois a economia. No nosso caso, devemos olhar para as pessoas e no próximo ano partirmos então para um processo melhor organizado e de que nos orgulhemos.

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754

Varito Salomão Kuito, Bié



POLÍTICA

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O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

LIMA procura nova presidente no IV congresso ordinário que começa hoje Será aberta pelo presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, que, na ocasião, fará um discurso, cujo acto realiza-se por via de videoconferência Ireneu Mujoco

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omeçam nesta Sextafeira, em Viana, arredores de Luanda, os trabalhos do IV congresso ordinário da Liga da Mulher Angolana(LIMA), organização feminina da UNITA, que termina no Sábado,8, altura em que será eleita a nova presidente. Concorrem para um mandato de quatro anos, Manuela dos Prazeres Kazoto, Domingas Ndjungulo e Helena Bonguela Abel, que concorre à sua própria sucessão. Depois de terem cumprido a campanha eleitoral, que circunscreveu apenas Luanda, por

imperativo da Covid-19, a comissão eleitoral declarou estarem criadas as condições possíveis para a realização do conclave. Em observância às medidas de biossegurança, orientadas pela Organização Mundial da Saúde(OMS), e do Estado de Calamidade Pública vigente no país, designadamente, confinamento , isolamento social e distanciamento, o congresso realizar-se em oito regiões. Sob o lema: “Patriotismo, Unidade e Integridade”, participam neste congresso mil e 200 delegadas que farão a escolha da nova presidente a partir das suas respectivas regiões definidas pela comissão eleitoral. Com efeito, para a região Sul, que compreende as províncias do Cunene, Huíla e Namibe, a

votação será feita na cidade do Lubango, enquanto que o Centro-Sul, constituída por Huambo, Bié e Cuando Cubango, foi designada a cidade do Cuito(Bié). Já a região Centro-Sul 2, províncias de Benguela e Cuanza Sul, deverão reunir-se na cidadã das Acácias Rubras(Benguela), sendo que a região Leste(Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico) fálo-á em Saurimo. As províncias do Zaire, Uíge e Malange, incluindo cinco municípios situados a norte do Cuanza Norte, devido à sua localização geográfica, concentrar-seão na cidade do Uíge, capital da província com o mesmo nome. Ainda na senda da medidas de biossegurança, o Cuanza Norte e Cabinda, as delegadas vão poder votar de forma isolada, sendo que Luanda e Bengo estarão agrupadas em Luanda.

Segundo a comissão eleitoral, coordenada pela deputada Amélia Judith, o congresso reúne-se em simultâneo, as regiões estarão conectadas por vídeoconferência, cujo conclave será aberto pelo presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, às 10 horas, em acto a decorrer no centro de conferências do Sovsmo, em Viana. Na tarde de ontem, as três candidaturas apresentaram as suas moções de estratégias às delegadas a este conclave, que por força da Covid-19 não contará com a presença de convidadas estrangeiras, bem como a diáspora. Convocado em finais do ano passado, com base nos seus estatutos, o conclave teria lugar em Abril, mas devido à propagação desta pandemia foi adiado (sine-die). Entretanto, por ocasião do 48º aniversário da LIMA, comemorado a 18 de Junho, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior tinha garantido às candidatas que o conclave teria lugar este ano apesar da propagação do coronavírus. Falando num acto de massas, o líder da UNITA tinha orientado a comissão preparatória eleitoral do conclave que retomasse as actividades, justificando que era indispensável realizar o evento para se cumprir com o que estabelece os estatutos.

Desafios pela frente A presidente cessante da LIMA, a deputada à Assembleia Nacional, Helena Bonguela Abel, durante a campanha eleitoral garantiu dar continuidade do seu projecto que não foi concluído, durante os primeiros quatros anos que esteve à frente desta organização feminina. Confiante numa eventual reeleição, justificada pelo trabalho que disse ter feito durante a vigência do seu mandato, a candidata garantiu dar impulso aos vários projectos em carteira que não foram concretizados por imperativo administrativo e financeiro. Manuel dos Prazeres Kazoto, jornalista de profissão, prima por uma LIMA mais e melhor estruturada em todas as dimensões e modernizá-la ao momento político actual que o país. Garantiu que caso vença, vai trabalhar com as outras concorrentes, realçando que a LIMA é um projecto nacional e deve contar com todas as mulheres que se identificam nela enquanto organização política. À semelhança de Manuela dos Prazeres, Domingas Ndjungulo quer também esta organização feminina mais unida e sólida para levar avante este projecto iniciado na província do Moxico. Se for a opção das delegadas ao congresso, Ndjungulo disse que, além da actividade partidária, pensa implementar projectos ligados à protecção da criança desamparada, no quadro da responsabilidade social da LIMA.


O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

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Angolana nomeada para Fórum “Crans Montana” A comissária para Economia Rural e Agricultura da União Africana (UA), a angolana Josefa Sacko, foi nomeada membro do Comité de Honra do Fórum Crans Montana, uma Organização Internacional Não Governamental focada nas boas práticas e no diálogo permanente entre os sectores público e privado

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m nota, a Representação Permanente de Angola Junto da UA refere que a nomeação da angolana, para organização existente desde 1986, ocorreu quarta-feira (05). Citada no documento, Josefa Sacko explicou que, para a indicação, o Comité de Honra do Fórum Crans Montana considerou a sua entrega na defesa dos pequenos agricultores. Segundo Josefa Sacko, a Comissão considerou, de igual modo, a contínua preocupação em colocar na agenda internacional o importante papel dos pequenos agricultores, em prol da segurança alimentar e nutricional dos países africanos. A nomeação de Josefa Sacko surge depois de a comissária ter sido distinguida com o Prémio “Reconhecimento”, pelo mesmo Fórum Crans Montana, numa cerimónia que teve lugar de 14 a 16

de Novembro último, em Bruxelas (Bélgica). A par da angolana, o Comité de Honra do Fórum Crans Montana é composto pelo suiço Gilles Martin (presidente do Grande Conselho de Cantão de Valais), Philippe Douste-Blazy (subsecretário-geral das Nações Unidas) e Nasser Bourita (ministro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional de Marrocos). A lista prossegue com Vaclav Klaus (ex-Presidente da República Checa), Konstantin Kosachev (presidente da Comissão de Relações Exteriores do Conselho da Federação Russa), bem como Marius Vizer (presidente da Federação Internacional de Judo). Fazem também parte do referido Comité Herman de Croo (ministro de Estado do Reino da Bélgica), Jesse Jackson (Reverendo norte-americano), Peter Medgyessy (ex-primeiro-ministro da Hungria), Stefano Manservisi (direc-

tor-geral de Cooperação e Desenvolvimento Internacional da Comissão Europeia). Completam o Comité Jean-Marie Bockel (senador Francês), Petre Roman (ex-primeiro-ministro da Romênia), Francesco Ricci Bitti (presidente da Associação internacional de Federações Olímpicas de Desportos de Verão) e Cheick Modibo Diarra (ex-primeiro-ministro do Mali). Note-se que Josefa Sacko figurou da lista inaugural das 100 Mulheres Africanas Mais Influentes em 2019. Trata-se de uma lista anunciada pela Avance Media, empresa líder em relações públicas. A angolana já havia sido eleita, em Londres (Inglaterra), como uma das 100 Pessoas Mais Influentes na Política Climática em 2019, pela “Apolitical”, plataforma internacional de pares que apoia esforços tendentes a influenciar a política climática no mundo.

e se Uma rádio qu o das p mantém no to e tem u audiências e q quatro s emissoras na is a províncias m nda, a populosas (Lu uela g Huambo, Ben e Huíla).

M Luanda 99.1 F FM Benguela 96.3 FM Huambo 89.9 99.3 FM Huíla


sociedade

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O PAÍS

Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

Mais uma lenha na ‘fogueira’ entre as duas alas da IURD Angola O 4°Cartório Notarial de Luanda considerou falsa a acta publicada em Diário da República, sobre a IURD-Angola, mas Comissão de Reforma afirma que o notário não tem competência de anular um documento publicado no diário oficial do Estado. O conflito nesta instituição parece estar distante dos últimos capítulos Milton Manaça

E

m resposta a uma petição endereçada pelos advogados da ala brasileira da Igreja Universal do Rei-

no de Deus (IURD), António Penelas e Marcelo Mateus, para provar a veracidade da acta publicada a 24 de Julho de 2020, no Diário da República III Série-N°81, o 4°Cartório Notarial de Luanda afirma tratarse de um documento falso.

“A acta notarial da UIRD não foi elaborada no 4°Cartório, presumindo-se desde logo, tratar-se de um acto notarial forjado e, por sequência, totalmente falso”, lê-se no documento assinado por Mário Alberto Muachingue.

Este documento, datado de 3 de Agosto do corrente ano surge em resposta à conferência de imprensa realizada no pretérito dia 31 de Julho pela Comissão de Reforma daquela igreja, que rompeu com a liderança do líder fundador

da IURD, o brasileiro Edir Macedo, por alegadas más práticas e crimes cometidos por pastores da Igreja. Em entrevista a OPAÍS, o bispo Felner Batalha, da Comissão de Reforma, disse que o Diário da República é um documento oficial do Estado e, como tal, uma nota do 4°Cartório não tem competências legais para anular os despachos nele publicados. O membro da Comissão de Reforma disse acreditar que esta competência é exclusiva dos tribunais e os que se sentem lesados é a estas instituições onde devem recorrer. Felner Batalha diz que depois de os bispos da ala angolana elaborarem a acta, a 24 de Julho, foi submetida ao seu advogado para dar o devido tratamento e fazer a publicação em Diário da República, tendo referido que depois da reacção do cartório inquiriram o advogado sobre o que se terá passado “mas ele jura de pés juntos que cumpriu com todos os trâmites”. O também assessor para assuntos institucionais disse que face a esta situação foi criada uma comissão de inquérito para averiguar o assunto junto do 4° Cartório com a envolvência de um outro escritório de advogados. Erro do advogado? Questionado se o erro foi cometido pelo advogado, Felner Batalha disse ser prematuro fazer esta afirmação, justificando que “nós como Comissão de Reforma temos ciência que os advogados são boas pessoas e esperamos que o nosso advogado tenha sido responsável”, disse. E acrescentou: “Se ele não foi responsável então ele tem que assumir a irresponsabilidade do seu acto, mas é prematuro levantarmos suspeitas”. Finalizou dizendo que os reformistas não compactuam com violações de diplomas legais, pois, primam pela legalidade e respeito pelas normas do país. Importa referir que os conflitos na IURD começaram em Novembro do ano passado. A ala angolana reclama pela legitimidade para negociar, receber bens, meios e serviços conexos da igreja, bastando, para o efeito, apenas a assinatura de três membros do corpo da referida comissão. Os reformistas anunciaram que estava dada por finda qualquer procuração assinada pelo presidente do Conselho de Direcção, bispo António da Silva, cessando igualmente o serviço eclesiástico dos missionários brasileiros nas 18 províncias.


O PAÍS

Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

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daniel miguel

‘Revús’ do Cazenga apoiam administração no combate ao lixo Depois de muito reivindicarem, Mário Faustino e Manuel Cardoso, dois jovens que pertenciam ao movimento revolucionário, no Cazenga, decidiram ajudar a administração municipal na melhoria de vida dos cidadãos, criando uma cooperativa que se dedica à colecta de lixo, onde empregam pelo menos 50 jovens Stela Cambamba

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anuel Cardoso e Mário Faustino fundaram a cooperativa ambiental Kuditemo Ngabixila, no município do Cazenga, que procura dar uma outra imagem àquele município. O administrador municipal, Albino da Conceição, abraçou a ideia e forneceu material e equipamento de limpeza, que ajudam na recolha do lixo na 7ª Avenida e actualmente, os ex-revús pensam em replicar o serviço noutras zonas. “Antes de termos criado a cooperativa de jovens que realizam trabalhos de limpeza, éramos activistas, membros do movimento revolucionário e, depois da tomada de posse do novo Governo no país, vimos a oportunidade de ajudar o município”, disse Mário Faustino. Juntou-se a outros jovens da sua

zona, desempregados, para, numa primeira fase, fazerem a manutenção das pedonais e recuperarem a iluminação públicas, principalmente junto das passagens áreas (pontes). Mário Faustino explica que a 7ª Avenida (rua que dá até ao mercado dos Kwanzas) tinha muito lixo, quase que os resíduos tomavam a estrada principal, e, por isso, no mês de Dezembro do ano passado, a nova administração municipal orientou-lhes que trabalhassem naquela via, por forma a melhorar o aspecto. Depois do apoio que receberam do administrador municipal do Cazenga, Albino da Conceição, que forneceu materiais de limpeza, começaram a desenvolver os seus serviços, facto que permitiu a inserção de mais jovens. “Estamos a fazer o levantamento ao nível do município, em relação à plantação de arvores que já existem, e constatamos que se elas não

forem regadas, constantemente, acabarão por morrer. Pretendemos obter as motorizadas de cisternas de água, para regarmos as árvores em toda a extensão do Cazenga”, disse. A ideia é transformar o município num bom lugar para viver Os jovens tencionam estender o

Mário Faustino, líder da Cooperativa de Jovens que intervêm no saneamento da 7ª avenida no Cazenga

trabalho de limpeza até à Avenida Hoji-Ya-Henda, à rua dos Comandos, entre outras zonas, caso aumentem os apoios. A ideia é transformar o município num lugar bom para viver, de forma a ultrapassar a ideia de que Cazenga só tem marginais. Muitos dos jovens da cooperativa foram tirados do mundo do crime. O sálario dos jovens vem da receita do mercado dos Kwanzas. O representante explicou que a sua organização ainda não tem contratos de trabalho com a administração ou a empresa Elisal, pelo que, dependem das verbas do mercado para o pagamento do serviço prestado pelos jovens, com idades compreendidas entre os 19 e os 47 anos, com um salário de 43 mil Kz. Por seu turno, o administrador municipal do Cazenga, Albino da Conceição, garantiu que serão adquiridas motos de três rodas, no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate

à Pobreza, para a cooperativa de jovens, liderada pelo Mário Faustino. Albino da Conceição explicou que os jovens depois de procurarem a administração e manifestarem a disponibilidade de trabalhar no sector do saneamento básico, precisando apenas de material para dar início à actividade, a sua direção forneceu o material no mês de Dezembro. Actualmente, necessitam de repor o material, tendo em conta que o primeiro já se encontra desgastado. Lembrou que os jovens realizam trabalhos de limpeza da 7ª Avenida, propriamente da Arosfran até à rua da Petrangol, prestando também serviço ao mercado dos Kwanzas. “Estão a finalizar o processo jurídico, mas do ponto de vista prático, os jovens já trabalham, e nós administração pretendemos consolidar o seu funcionamento e estender a experiência noutros distritos do município”, frisou.


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sociedade

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Jornalistas da Huíla capacitados em matéria de Covid-19 O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), na província da Huíla, promoveu na manhã de ontem, Quinta-feira, uma acção formativa dirigida aos seus filiados dos vários órgãos de comunicação social sediados na cidade do Lubango João Katombela, na Huíla

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acção formativa, que contou com a parceria do departamento de saúde pública e controlo de endemias, do Gabinete Provincial da Saúde, trouxe temas como a comunicação e biossegurança e a demonstração e interpretação das siglas IGG e IGM. O objectivo, segundo o secretário provincial do SJA, na Huíla, Amílcar Silvério, é capacitar os profissionais de comunicação social com conhecimentos sobre a Covid-19, para que possam informar com exactidão e domínio dos termos técnicos.

“Os jornalistas jogam um papel importante neste processo de sensibilização e do combate à pandemia, pelo que devem estar capacitados. O jornalista deve ter domínio das normas de biossegurança, deve dominar as siglas, para melhor informar”, disse. Durante a acção formativa, os jornalistas na província da Huíla abordaram, igualmente, o tema ligado à comunicação social e a biossegurança, orientado por Jeremias Kayeye, especialista em cardiologia. Na sua abordagem, Jeremias Kayeye disse que pretende-se, com este tema, criar um ambiente de trabalho onde se promova a contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos

Amílcar Silvério Baptista, secretário provincial do SJA na Huíla

ao trabalhador da comunicação social, pacientes e meio ambiente. Os jornalistas que participaram na acção formativa destacam a importância da mesma no desempenho das suas actividades. José Filipe, da Agência Angola Press, disse que para que os jornalistas possam informar com verdade devem es-

Esta formação é boa, dada a importância dos jornalistas na passagem de informações sobre a prevenção da Covid-19

José Filipe, jornalista da Angop

tar bem formados. “Esta formação é boa, dada a importância dos jornalistas na passagem de informações sobre a prevenção da Covid-19. Vezes há que a informação é passada com algumas falhas por falta de domínio de certos aspectos relacionados com a doença”, avançou. Para Lídia Vindula, jornalista da Rádio Huíla, a formação vem no bom momento, numa altura em que todos são chamados a dar o seu contributo na prevenção da doença. “É uma formação que vem a calhar, tendo em conta a situação sanitária que o país (e o mundo) observam, então é uma mais valia podermos ter conhecimentos sobre a Covid-19 e o domínio de cer-

tos temas que envolvem esta doença”, adiantou. Domínio das siglas Sobre as siglas IGG e IGM, Isaías Gayeta, do departamento de Saúde Pública, explicou que o IGG/IGM, é um teste rápido de diagnóstico in vitro para detecção qualitativa de anti-corpos para SARS-Cov2 em soro, plasma sangue total venoso e sangue por punção digital. O teste fornece resultados preliminares. Resultados negativos não excluem a infecção por SARS CoV-2 e não podem ser usados como única base para o tratamento, além de não se destinar a ser usado como teste de triagem de doadores. “São necessários testes de biologia molecular e sorológico para confirmar, definitivamente, um portador do vírus. Os anticorpos detectados pelo teste sorológico indicam que uma pessoa tem uma resposta imune ao SARS-Cov2, caso tenha desenvolvido sintomas da infecção ou caso a infecção for assintomática”, explicou. Isaías Gayeta acrescentou que os testes de anticorpos são importantes para confirmar se uma infecção ocorreu, tendo dito que a gravidade dos sintomas da Covid-19 está correlacionada com os níveis de anti-corpos IGG e IGM.

Lídia Vindula, jornalista da RNA


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Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

O QUE É O CORONAVÍRUS E COMO ME POSSO PROTEGER? O novo Coronavírus, intitulado COVID-19, é de uma família de vírus conhecidos por causarem infecção que pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia

F

oi identificado pela primeira vez em Janeiro de 2020 na cidade de Wuhan, na China. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na aludida cidade que se espalhou rapidamente a vários países do mundo. A Organização Mundial da Saúde decretou (OMS) que o mundo está diante de uma pandemia.

COMO ME POSSO PROTEGER?

Tendo sido reportados já 1.395 casos em Angola, com 62 mortes, estão indicadas medidas específicas de protecção, mas há questões práticas que se deve ter em conta para reduzir a exposição e transmissão da doença:

1. Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto directo com pessoas doentes;

2. Evitar contacto desprotegido com animais domésticos ou selvagens; 3. Adoptar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo); 4. Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.

QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?

As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infecção respiratória aguda 2.Tosse como: 1. Febre 3. Dificuldade respiratória

Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.

EXISTE TRATAMENTO? Não existe vacina. Sendo um novo vírus, estão em curso as investigações para o seu desenvolvimento. O tratamento para a infecção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados


cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura

Angola Music Awards regressa este ano e distingue trabalhos dos artistas em 26 classes Nesta que é a 7ª edição, em termos de novidades, constam as classes de Melhor Música dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) tocada em Angola e a de artista novo talento, perfazendo assim 26 classes e 123 artistas, o que constitui um record absoluto do número de nomeados e categorias, neste evento promovido pelo Grupo Mener, em parceria com o Top Music Angola

Antónia Gonçalo

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7ª edição da gala de premiação dos Angola Music Awards (AMA), que ocorreria no ano passado, será realizada este ano, a 7 de Novembro, no Centro de Conferência de Belas, em Luanda, com distinções em 26 categorias. O evento que vai distinguir os trabalhos dos artistas que mais se destacaram em 2019, através de um processo de votação na sua página oficial, será transmitido pela Televisão Pública de Angola, através de uma parceria efectivada. Trata-se das classes de melhor semba, melhor kizomba, melhor kuduro, melhor música tradicional, melhor artista feminina, melhor ar-

tistamasculino,melhorálbum,melhor R&B/soul, melhor afro-house, rap/hip-hop, música mais popular e melhor produção musical. Serão ainda distinguidos os talentosos nas categorias de melhor artista digital, melhor artista em palco, melhor artista/grupo revelação, melhorcolaboração,melhorDJ,melhor gospel, melhor grupo, melhor rock, melhor ghetto zouk, melhor vídeo clip e melhor world music. Na categoria de melhor artista feminina concorrem Bruna Tatiana, Yola Araújo, Érica Nelumba, Neide Sofia, Pérola, Anna Joyce, Yola Semedo, Liriany Castro, Noite e Dia e Telma Lee, enquanto na de melhor artista masculino o músico Pu-

C4 Pedro

Puto Português


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to Português, Rui Orlando, C4 Pedro, Anselmo Ralf, Halison Paixão, Edgar Domingos, Gerilson Insrael, Mago de Sousa, Chetekela e Ivan Alekxie. Na classe de melhor álbum estão os trabalhos de Prodígio, C4 Pedro, Gerilson Insrael, Patrícia Faria, Dj Elly Chuva, Rui Orlando, Cláudio Fénix, Puto Português, Mago de Sousa e Érica Nelumba, lançados no ano passado. Na de melhor Semba concorrem cinco canções de Paulo Flores, Patrícia Faria, Puto Português, Érica Nelumba e o Leo Príncipe. Já na de melhor kuduro estão as canções de Bungaray, Poca Py, As Palancas Negrasdo Rangel, Nagrela dos Lambas e Gattuso em parceria com Nagrelha dos Lambas, Pai Diesel em colaboração com Gaston Júnior, Samara Panamera, Noite e Dia,PapáSueggeJéssica Pitbull. Novidades Em termos de novidades, constam as classes de melhor música dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa(PALOP)tocadaemAngola e artista novo talento. Em cada categoria concorrem entre 5 e 10 artistas/grupos, perfazendo assim um total de 123 participantes, o que constitui um record absoluto do número de nomeados e categorias. Em conversa com OPAÍS, o CEO do Grupo Mener, Daniel Mendes, disse que a organização possui três planos para a realização do evento apenas com os artistas, assim como a presença dos nomeados e convidados, ou com público em geral, que, segundo ele, dependerá da-

Rui Orlando

Érica Nelumba

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quiloquefororientadopeloMinistério da Saúde. “De uma maneira ou de outra, estamos preparados para desenvolver a gala, providenciando as medidas de biossegurança, como o respeito pelo distanciamento entre os cidadãos, de modo a estar dentro das recomendações emanadas pelas autoridades indicadas. Estamos preparados para estes três planos”, exaltou. Para evitar a presença de um grande público, conforme aconteceu nas edições anteriores, Daniel Mendes avançou que estão ainda a apostar na sua emissão através da RTP e em plataformas digitais, para abranger o maior número de telespectadores, além-fronteiras. No que tange às novidades, relacionada com o acréscimo de duas categorias e o número de concorrentes, disse que está relacionada com a produção no mercado nacional, que tem que ver com os vários estilos musicais. Artistas do PALOP Na categoria com artistas dos PALOP, concorrem a cantora portuguesa Yasmine, descendente de africanos; a cabo-verdiana Soraia Ramos; a dupla santomense Calemas; o moçambicano Mr. Bow e o músico Djodje. Daniel Mendes referiu que as suas nomeações se devem ao facto de os seus trabalhos serem apreciados e ouvidos em vários eventos no país, assim como as suas participações em diversas actividades. Uma iniciativa que observa como mote para divulgação e promoção do evento nos países, de onde os artistas são provenientes. “Nas edições anteriores pensouse em incluir essa categoria na lista das classes, mas por acharmos incerto. Desta vez, foi óptimo, porque acabam por ser valorizados, estão felizes de saber que as suas músicas tocam em Angola e que são valorizadas e reconhecidas. Muitas vezes eles participam nos eventos e não a 100% parte da festa”, enfatizou. Daniel salientou, igualmente, que os referidos nomeados, nos seus países, realizam campanhas de propaganda, sobre a sua participação no evento, que são divulgadas pela imprensa local. ”Isso é óptimo, porque queremos que os AMA esteja em toda a lusofonia. Começamos com os PALOP, já está a funcionar, e como muitos deles estão em Portugal, está-se a falar muito do evento. Essa é uma maneira de internacionalizarmos cada vez mais o trabalho feito pelos AMA”, finalizou.

Académico lança em Luanda quatro livros do ramo da psicologia

As obras foram editadas pela Casa das Ideias com edição do autor

O

docente universitário angolano, João Saveia, procedeu esta Quinta-feira, via online, ao lançamento de quatro obras do ramo da psicologia. As obras apresentadas são, “Psicologia Organizacional e do Trabalho” , “Psicologia: formação e exercício profissional em Angola”, “Qualidade de vida e bem-estar no pós-carreira” e “Olimpíadas científicas: a experiência da olimpíada caça talentos Angola 40 anos”. Segundo uma nota do autor distribuída à imprensa, a transmissão será feita a partir da sua página no Facebook “João Manuel Saveia” e no Zoom com o acesso ID: 871 02275684. “Psicologia Organizacional e do Trabalho” é um livro que retrata o desenvolvimento do conhecimen-

to na área de Psicologia Organizacional e do Trabalho, bem como elementos pertinentes sobre a saúde mental e do trabalho, assim como a qualidade de vida no trabalho. Por exemplo, na obra “Psicologia: formação e exercício profissional em Angola”, o autor aborda uma gama de questões sobre a formação e o exercício profissional da psicologia em Angola. “Qualidade de vida e bem-estar no pós-carreira”, João Saveia apre-

senta o resultado da sua experiência no desenvolvimento de programas de preparação para a reforma (PPR) em organizações de Angola, enquanto em “Olimpíadas Científicas: a experiência da olimpíada caça talentos Angola 40 anos” se faz o resumo das competições académicas para os estudantes, realizadas com o objectivo de incentivar o estudo e encontrar talentos nas diversas áreas do conhecimento. As obras foram editadas pela Casa das Ideias e edição do autor. João Saveia é formado em psicologia pela Universidade Federal do Brasil (UFBA ). Mestre em administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG ), assumiu diferentes cargos em instituições públicas e privadas, dentre outras , vice-reitor da Universidade Técnica de Angola.

Estilista Djamila Pereira quer conquistar mercado europeu com a marca de t-shirts “Africanitas”

A estilista cabo-verdiana Djamila Pereira está a preparar a divulgação, em Portugal, da marca de t-shirts denominada “Africanitas, depois do lançamento oficial no Cabo Verde Fashion Week (CVFW) em 2019, realizado em São Vicente

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jamila Pereira, que reside há nove anos em Portugal, disse que está a trabalhar na divulgação nas redes sociais, apontando a chegada às passarelas lusas, e estabelecer a marca em Cabo Verde e Angola como objectivos. A marca “Africanitas”, que tem como base os padrões africanos e “Pano de Terra”, segundo a estilistas, é fruto das suas “vivências e paragens”, que passaram por Cabo Verde, onde nasceu, Brasil, onde estudou, Angola, onde viveu e Portugal onde reside há sete anos. “Estas paragens me deram também inspirações e cores. Mas o pano de terra de Cabo Verde sempre chamou a minha atenção, as cores dos tecidos africanos com os seus padrões lindíssimos, a nossa gente africana com o cabelo natural, num dado momento, falou mais alto e fez vir ao de cima as Africanitas”, disse. “Africanistas”, explicou, são “tshirts com silhuetas africanas, cabelo afro com uma tiara ou turban-

tes, sempre usando padrões africanos, adaptadas à preferência dos usuários. “A criação é o momento mais divertido e intenso, pois, depois de pronta as peças, uso estes padrões africanos para criar destaques, que podem ser um “Africanita” ou “Africanito”, esclareceu a também arquitecta. As peças, avançou Djamila Pereira, que são feitas à mão, “trabalhadas uma a uma”, podem ser usadas tanto de forma formal com umas calças em tecido e um “blaser”, como informal, para um pas-

seio. “Além das t-shirts, estou a trabalhar na moda praia e de ginástica rítmica, onde faço crochet e tecidos de licra com padrões africanos para os confeccionar. Ainda está a dar os primeiros passos, mas já tem confiança no andar”, acrescentou. “São peças obrigatórias no nosso guarda-roupa, básicas e versáteis. Creio que toda a mulher deveria ser uma Africanita. O meu objectivo é oferecer um produto colorido, criativo e com pormenores, não esquecendo a qualidade”, indicou.


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cartaz

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Sétima Arte

Realizador moçambicano João Ribeiro prevê um futuro difícil para o cinema Com a nova conjuntura internacional, o realizador acredita que filmar na rua será uma actividade acompanhada de muitos desafios, e, inevitavelmente, será ainda mais caro produzir filmes realizador do filme “Avó 19 e o Segredo do Soviético”, João Ribeiro, disse acreditar que se a sociedade souber lidar com a prevenção da Covid-19, o actual cenário de crise será ultrapassado com sucesso. João Ribeiro admite que o cinema foi sempre uma arte exigente em termos de investimento, e com a nova conjuntura internacional,

filmar na rua será uma actividade acompanhada de muitos desafios. O realizador realça ainda que, inevitavelmente, será ainda mais caro produzir filmes. “Nós, os cineastas, temos um custo adicional com transportes que agora têm de

ser limpos de maneira diferente. Quer isto dizer que as produtoras cinematográficas terão de apostar mais na higiene”, sublinhou João Ribeiro, acrescentando que precisarão de mais tempo para desinfectar as equipas e os materiais

antes de entrarem no estúdio. “Levaremos mais tempo nesta organização e se o tempo é dinheiro, claro que tudo isto terá as suas implicações”. João Ribeiro recordou que, num contexto em que a normalidade está além do horizonte, tal como a sociedade inteira, o cineasta tem de se adaptar. “Teremos de passar por cima de tudo isto, para que as produções e os filmes continuem. Claro, a forma de produzir terá de ser mais segura e com mais controlo. Isso vai implicar um custo adicional para o cinema”. O realizador acredita que mais tarde ou mais cedo, tudo voltará à normalidade. Em termos financeiros, João Ribeiro afirmou que os cineastas já se ressentem da crise sanitária desde que dura o Estado de Emergência no país, visto que muitas empresas viraram a sua comunicação para materiais editados em pós-produção. Aliado a isso, acrescentou, o im-

LIVRARIAS

ARTESANATO

MÚSICA

LITERATURA s

COVID- 19

O

pacto da Covid-19 nestes quatro meses faz-se sentir, porque os cinemas e outros locais de entretenimento foram encerrados. Ainda assim, Ribeiro enxerga algo bom no meio do caos: “a Covid-19 trouxe-nos uma mudança em termos de modus operandi e na percepção. Com a pandemia ficaram expostas as nossas fraquezas e as nossas incapacidades de lidar com o problema, o que veio expor a fragilidade do sistema, inclusive na área do áudio-visual. “Hoje vimos as televisões a aceitarem materiais noutros formatos, coisa que não víamos antigamente. Agora vimos pessoas a falarem pelo Skype, a enviarem vídeos, a utilizarem as plataformas digitais para comunicar com o grande público. Antes, isto não era muito bem aceite, porque as pessoas viam como forma de comunicação de menor qualidade”, reconheceu.

Biblioteca do Dundo, na LundaNorte, com fraca adesão

Exposição de escultura de Etona encerra esta Sexta-feira em Cacuaco

Centro Cultural FrancoMoçambicano realiza V edição Festival Punhos no Ar

Livro de poesia Coração de Letras de João José Pires “Nhuco” chega às bancas

Tenor espanhol Plácido Domingo já se recuperou do novo coronavírus

A única biblioteca da província da Lunda-Norte, localizada no centro da cidade do Dundo, regista em média cinco leitores/dia desde a suspensão das aulas em todos os sub-sistemas de ensino, em Março do ano em curso, face à Covid-19, o que reduziu os níveis de arrecadação de receitas na instituição. Segundo a responsável Laurinda Chissola, antes da suspensão das aulas, a instituição registava 30 a 40 leitores por dia. Laurinda Chissola apontou igualmente a falta de hábito de leitura por parte dos jovens e não só, como uma das causas da fraca adesão.

“Expo-Tour Contemplação - Cegueira da Justiça”,” a mais recente exposição de escultura do artista Etona, inaugurada a 31 de Julho, em Cacuaco, em homenagem à mulher africana, encerra esta Sexta-feira, 7 de Agosto. A mostra, que será extensiva aos municípios do Cazenga, Viana e Luanda, para uma vigília cultural reúne mais três obras, com exposições previstas para os municípios do Cazenga, Viana e Luanda. O acto de inauguração foi presenciado por figuras ligadas os aparelho de Estado, do Ministério da Cultura Turismo e Ambiente, e Governo Provincial, tendo sempre em atenção as medidas de biossegurança.

O Centro Cultural Franco-Moçambicano acolherá, Sábado, a partir das 17 horas, a V Edição do Festival Nacional de Hip-Hop, “Punhos no Ar” (FNH2PA), com transmissão em directo no Facebook e no YouTube. O festival resultante de uma parceria entre o Centro Cultural Franco-Moçambicano, o Café Bar Gil Vicente e a Nexta Vida Entertainment, já em 2016, “Punhos no Ar”. É um evento centrado na valorização do Hip-Hop Moçambicano, além de promover um encontro de várias províncias, permitindo assim um importante intercâmbio entre os amantes e praticantes da área e o aprofundamento dos laços que unem os fazedores da cultura Hip-Hop no nosso país, segundo o CCFM.

Coração de Letras o primeiro livro de poesia do professor, poeta e activista cultural, João José Pires, “Nhuco”, chega esta semana às bancas na cidade da Praia, em Cabo Verde. Coração de Letras é o início de um percurso que o autor pretende fazer para contribuir para o desenvolvimento da cidade onde nasceu, São Filipe, e nesta caminhada “suprema” outras obras serão editadas, estando quase pronto o seu segundo livro. O autor do Coração de Letras, que classifica a poesia como algo espiritual, considera que a Ilha do Fogo, em si, com os seus rituais culturais, sobrados, paisagens, constitui uma autêntica fonte de inspiração poética.

O tenor espanhol Plácido Domingo, que foi contaminado com coronavírus já está recuperado, e garantiu numa entrevista à imprensa italiana que nunca abusou de ninguém, apesar de ter sido acusado de assédio nos Estados Unidos, em 2019. “Eu mudei, já não tenho medo. Quando descobri que tinha Covid-19, prometi a mim mesmo que se saísse vivo lutaria para limpar o meu nome”, afirmou numa entrevista publicada esta Quinta-feira pelo jornal italiano La Repubblica. Plácido Domingo, de 79 anos, anunciou em Março, de Acapulco, no México, ter testado positivo para o novo coronavírus, tendo depois sido hospitalizado. “Recuperar a minha voz foi um milagre.


classificados emprego

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imobiliário

Urbanização Vila do Cacuaco

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diversos


Economia

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Acompanhamento dos projectos

Plano Nacional de Desenvolvimento com 70 projectos Dos 84, o Plano Nacional de Desenvolvimento passa a contar agora com 70 programas cuja implementação terá lugar até 2022, ano em que termina o mandato do actual Executivo

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quadro actual da economia nacional, assim como o impacto da pandemia de COVID-19 obrigaram o Executivo a refazer o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). Ontem mesmo, o Secretário de Estado do Planeamento, Milton Reis, disse que a prioridade no plano revisto vai para acções que visam acelerar o processo de diversificação da economia, sectores da educação, saúde e acção social, garantindo que as verbas serão asseguradas com recursos ordinários do tesouro.

O Secretário de Estado disse que o Orçamento Geral do Estado (OGE) vai, a partir de 2021, financiar directamente os projectos ou acções inseridas no PDN, acrescentando que “actualmente o OGE é um orçamento por funções em que os órgãos do sistema orçamental apresentam os seus programas, projectos e actividades sem ter ligação com os programas do PDN”, explicou. Alinhamento ao PND Na sua abordagem, avançou que a partir de 2021 todas tarefas a serem executadas pelos órgãos orçamentais deverão estar alinhadas a um

programa inscrito no PDN. Para o Secretário de Estado, trata-se de uma medida que vai permitir um

“Trata-se de um exercício difícil, mas que peca por tardia. Devia ter começado este ano”, disse

melhor enquadramento. Milton Reis assegura que assim deixara de haver dispersão de actividades, bem como projectos que não concorrem para alcançar os objectivos do plano. “Trata-se de um exercício difícil, mas que peca por tardia. Devia ter começado este ano”, disse. O governante fez saber que que nesta fase o Ministério da Economia e Planeamento realizou um trabalho com as Finanças e com órgãos orçamentais, com objectivo de serem incluídos apenas na revisão do plano os projectos que as actividades tenham o financiamento assegurado.

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ministro de Estado Para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, reafirmou, ontem, em Luanda, ser aposta do Executivo melhorar o acompanhamento dos projectos prioritários do Estado, visando a obtenção de melhores resultados na sua execução física e financeira. O governante fez este pronunciamento depois de ter empossado Martinho Bangula Katúmua para o cargo de coordenador adjunto da Unidade Técnica de Gestão do Plano Nacional de Formação de Quadros para a Área Técnica de Programação, Acompanhamento e Avaliação e do Castro Paulino Camarada a pasta de secretário executivo da Unidade de Monitoria e Acompanhamento dos Projectos do Executivo (UMAPE). Aos novos empossados, Manuel Nunes Júnior afirmou terem competências para desempenhar tais funções, tendo por isso desejado sucesso às novas funções que passam a desempenhar. Ao se referir à UMAPE, Manuel Nunes Júnior disse que não vai sobrepor as outras unidades já existentes, mas vai dedicar-se no acompanhamento dos projectos que merecem atenção especial do Presidente da República, João Lourenço.


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Fazenda na Huíla quer aumentar produção de carne Com forte tradição na criação de gado bovino, a província da Huíla pode aumentar a produção de carne por via da Fazenda Mumba, propriedade do grupo OMATAPALO

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fazenda Mumba conta desde Junho com mais de mil cabeças de gado de raça melhorada, resultado de um financiamento do Programa de Apoio ao Crédito, no âmbito do PRODESI, de AKz 4,196 mil milhões, investimento que vai permitir aumentar a oferta de carne bovina. A formação foi prestada nesta Quarta-feira, no Cuvango - Huíla, pelo seu director-geral, David Nascimento, avançando que a previsão é colocar no mercado, dentro de seis anos, 500 toneladas de carne de qualidade. Com 30 cabeças por semana,

maior parte adquirida a criadores locais, espera-se que em 2026 a Fazenda Mumba tenha capacidade para o abate de 665 gado bovino semanalmente, altura em que o projecto vai atingir as 150 mil unidades, sendo que actualmente conta com três mil cabeças, dentre as quais de raça melhorada, e está implantada numa área de 44 hectares. Com parte do financiamento disponibilizado, segundo disse, foi possível alavancar o trabalho que estava a ser feito na fazenda, com a injecção de mais de mil animais e a compra de cinco tractores de grande potência para o desmatamento e lavoura.

Com parte do financiamento disponibilizado, segundo disse, foi possível alavancar o trabalho que estava a ser feito na fazenda

Macau pode ter ligação aérea com países da CPLP O assunto está em discussão no parlamento. E se passar, a região autónoma de Macau estará mais próxima de outros Estados da Comunidade de Países de Língua Portuguesa

“M

acau devia apostar em ligações aéreas internacionais, nomeadamente com Países de Língua Portuguesa”, defendeu José Pereira Coutinho, deputado à Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau. O deputado disse que Macau tem potencial para ser uma plataforma de partida, por exemplo, para os turistas da China Interior que viajam para a Europa. “Seria importante que o Governo de Macau fizesse todos os contactos” no sentido de esta-

belecer rotas aéreas com a capital portuguesa, Lisboa, disse Pereira Coutinho ao jornal local de língua portuguesa. O estabelecimento de voos directos com Portugal permitiria transformar o Aeroporto Internacional de Macau num “aeroporto efectivamente internacional”, reduzindo a dependência do aeroporto de Hong Kong, acrescentou o deputado. Em Janeiro, Yuan Lie, fundador e Presidente do grupo SinoLAC Holding Group, sediado na ilha de Hengqin, disse ao jornal Plataforma Macau que pretende lançar, “talvez em 2021”, voos de carga entre Macau e Lisboa.


Mercados

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ANÁLISE DIÁRIA /05 DE Agosto DE 2020

O BNA deverá colocar à disposição dos bancos comerciais o acumulado de 600 milhões USD, via leilão de divisas, nos meses de Agosto e Setembro Após realização de cada sessão, o Banco Central divulgará o montante vendido, número de participantes, tal

como as taxas de câmbio, com efeitos sobre a evolução da cotação da moeda nacional

ESPAÇO ANGOLA

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transferência da remuneração dos trabalhadores estrangeiros para o exterior passará a ser executada por uma conta bancária domiciliada em Angola. A medida contida no Aviso nº 17/2020, sobre as regras e procedimentos para a realização de operações cambiais por pessoas singulares, visa alinhar os procedimentos referentes às transferências de não residentes cambiais às demais legislações vigentes.

ESPAÇO INTERNACIONAL EUA As encomendas de fábrica cresceram 6,2% em Junho. O desempenho representa uma moderação de 1,5 p.p. face ao mês de Maio, porém o segundo aumento mensal e uma expansão de 6,5 p.p., em termos homólogo, resultante da recuperação do sector manufactureiro, com impactos sobre a economia.

MERCADOS Petrolífero ABrent: +0,63% (44,43 USD/barril). A redução das reservas de crude dos EUA favoreceu a cotação da commodity.

Cambial EUR: +0,35% (1,1803 USD). O pessimismo sobre a recuperação económica dos EUA tem favorecido a cotação do euro.


OPINIÃO

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José Manuel Diogo

João Rosa Santos dr

SUL I

ADEUS MIMOSO!

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imoso, nasceu em Malanje, faz 35 anos, faleceu em Luanda, no passado dia primeiro de Agosto, vítima de doença. O Mimoso, era meu afilhado, joia de menino, cheio de energia, de alegria, amava a vida como ninguém, tinha sonhos, queria realizar. Infelizmente, na semana finda, a morte o surpreendeu, atacou fulminante de surpresa, não perdoou, foi-se na flor da juventude, deixou de fazer parte do mundo dos vivos. Embora a morte não seja inevitável e imprevisível, nenhum

ser humano está preparado para, aceita-la, mesmo sendo o destino natural, de todos quantos nascem. O Mimoso era jovem, aparentava respirar saúde, não pertencer ao grupo de vulneráveis, por isso, vivia a sua vida, sem medo, assumia as curiosidades do quotidiano, na desportiva, ao lado da família, a seu jeito e maneira. O seu inesperado e prematuro desaparecimento físico, faznos reflectir, fazer uma radiografia a realidade presente, a evidência dos factos, o futuro é sempre uma incógnita, uma ilusão. O Mimoso, partiu sem se despedir, deixou mágoa, um vazio muito grande no seio familiar, nada

o poderá trazer de volta, há que criar uma nova mentalidade, aceitar o chamamento divino, seguir caminhando. Algumas profecias, indicam que, estamos cada vez mais próximos do fim do mundo, Deus é tudo nas nossas vidas, a morte não é ficção, é preciso ter fé, saber raciocinar, são grandes as lições da vida. Nestes últimos dias, muitos se foram, mulheres e homens, ele era o meu afilhado, a minha eterna homenagem, já não está entre nós, amanhã completa uma semana, desde que deixou para sempre o nosso convívio, a familia ainda está em choque, incrédula, definitivamente, paz à sua alma!...

magina isto meu amor: eu era o galã principal de um fim noir de primeira linha, todo eu patine e Ford, estilo e Bogart, Stewart e pinta, ternura e Bacall; olhava para ti com aquele olhar tipo #cinquentaetrês e atiravate meia dúzia de palavras mágicas do canto do olho até ao centro do coração. Elas batiam-te sem as ouvires, como refrescantes salpicos de água, quase-milagres sem ricochete. Estava uma tarde de calor líquido, dessas que acontecem iguais mas com bandas sonoras diferentes (e sempre suaves) conforme te sentavas na brisa improvável numa esplanada no meio da praça principal de uma cidadezinha no country side do Novo México; ou no fundo mais antigo de uma pedreira rosa, naquele deserto português do Alentejo, perto da Vila Viçosa, onde, por causa dessa pedra rosa, os homens escavam o chão até ao núcleo sem que nunca fique fresco, e todos os flamingos que encontram, planando com asas de mármore, nunca são uma miragem. – Tens de ter cuidado como olhas, disse-te, pousando o meu olhar no teu, como se todos os caminhos do mundo terminassem em ti – assim ainda vais mudar o mundo inteiro. Sem saber como, afinal ainda não nos tínhamos levantado da cama, eu tinha as mãos cheias de cristais rosa quando disse aquilo e tenho a certeza que não me

lembro onde estava. Mas tu, como sempre acontecia, ias lembrar-te para sempre. Ao contrário da maior parte das pessoas o meu problema com a memória era esquecer. Por isso quando eu conseguia não me lembrar de algum momento passado — e de todos os seus exatos detalhes — desciam-me logo as pressões arteriais e os indicadores bioquímicos e de uma maneira geral a minha saúde e boa disposição aumentavam como num milagre anunciado. Era bom, mas raro de acontecer. Nesse quase sonho, sacudi os fragmentos das mãos, batendo as palmas uma na outra — meio aplaudir, meio esfregar — sem fazer som, umas quatro ou cinco vezes em poucos segundos, até que as mãos ficam limpas. Pousei-as depois nos teus ombros e puxei-te suavemente contra mim até a tua boca ficar à distância de um beijo. Quando as palavras saíram vinham em inglês, mas podia ter sido outra língua qualquer, ou todas, quando os nossos lábios se tocaram. – South is always the perfect hiding place, Rita — tens a certeza que não queres vir comigo? Respondeste, numa língua que não recordo, com a mesma doçura com que as Bahianas da umbanda matam tristezas na linha da Alma ou no coração dos desenganados. Foi então então disseste: – Só mesmo tu para pensares que foste sozinho para o sul.


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O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

Estamos diante de um Presidente que tem a faca e o queijo’ ‘Competição Política- A Guerra pelo Poder’ é o título da obra que será apresentada hoje, às 15 horas, no

Mausoléu Dr. António Agostinho Neto, em Luanda. É da autoria de Lutina Santos. Um jovem mestre em Relações Interculturais pela Universidade Aberta de Lisboa e licenciado em Ciência Política pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto. O livro, em que o estudioso refere que ‘as competições entre os homens existem há séculos e, seguramente, vão-se prolongar por muito mais tempo’, serviu de mote para a conversa com OPAÍS. Além dos aspectos académicos que nortearam o escrito, o também analista político aborda na conversa a actuação dos principais partidos políticos, o papel dos seus líderes e das organizações da sociedade civil. Apesar da existência de alguns partidos políticos e uma coligação, apenas dois continuam a ser adversários directos: o MPLA e a UNITA

entrevista de Dani Costa fotos de Carlos Moco

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que ditou a feitura de um livro com o título ‘Competição política – A guerra pelo poder’ nesta fase? Antes de mais interessa esclarecer que o livro “Competição Política – a Guerra pelo Poder” é um livro, essencialmente, didáctico. É, pois, para este fim que foi concebido. A sua concepção tem motivações estritamente académicas e vem preencher um vazio em termos de produção científica na área das ciências sociais. Quem tiver a oportunidade de comprar o livro, poderá perceber isso logo que começar a lê-lo. A publicação não pode ser relacionada a uma fase específica – não há, certamente, um propósito diferente do supramencionado. Com efeito, o livro poderia ter sido publicado no ano passado, mas não foi possível devido aos custos de produção que são, ao nível do nosso mercado, muito elevados. Quais são os principais agentes da competição política em An-

gola e qual é a perpecção que os cidadãos têm deles? O livro é suficientemente elucidativo em relação à noção de agentes de competição política. Os leitores terão oportunidade de encontrar não somente a definição do que são, na verdade, mas também a perspectiva de classificação que colocamos à disposição do crivo da comunidade académica que, de um modo geral, pode ser considerada como uma concepção teórica que pode reunir interesse e pertinência. Agora, a questão que me coloca é, entretanto, paralela às abordagens descritas no livro e parece-me requerer uma resposta mais actual –ou seja, relativa ao contexto em que vivemos. De qualquer modo, interessa sublinhar, no intuito de dissipar possíveis equívocos, que no livro falo de Angola apenas no último capítulo e faço referência sobre o ambiente político de 1992 repleto de espectativas e que terá influenciado consideravelmente quer o comportamento dos agentes políticos quer, obviamente, os cida-

dãos que se constituíram, pela primeira vez, e com uma emoção própria do momento, em eleitores. No livro há notas explicativas em relação a este ambiente, mas na perspectiva da visão de um investigador que analisa os factos, seleccionando as variáveis centrais como, por exemplo, o agre-

O MPLA e a UNITA constituem-se, até ao momento, nos principais agentes de competição política angolana – e sobre isso não parece haver muita discussão

gado eleitoral, os agentes políticos, o ambiente político e tantas outras que se mostraram fundamentais. Se tiver de responder a sua pergunta com a mesma intencionalidade que a coloca e observando a nossa contemporaneidade, direi, sem qualquer dúvida, que o MPLA e a UNITA constituem-se, até ao momento, nos principais agentes de competição política angolana – e sobre isso não parece haver muita discussão. Não lhe posso responder, taxativamente, em relação à percepção que os cidadãos têm, pelo menos hoje, destes dois agentes de competição política – não tenho, de momento, um estudo orientador para sustentar tal afirmação e posso falhar se tentar passar uma ideia vaga. O que posso afirmar, baseando-me exclusivamente na observação e nos resultados das últimas eleições, é que os dois partidos continuam a ter uma crescente base de apoio ao nível das diferentes praças políticas –mas falta perceber, no fundo e através da construção de uma amostra representativa,

qual é a percepção dos cidadãos. Por que razão o livro faz uma abordagem sobretudo da época até às primeiras eleições legislativas no país, cujo vencedor foi o MPLA e o seu candidato José Eduardo dos Santos? O que se pode dizer em relação aos pleitos eleitorais seguintes, isto é, 2008, 2012 e 2017? A forma como a questão está a ser colocada pode desviar a percepção de quem não comprou, ainda, o livro. Este livro não fala, de modo absolutamente exclusivo, sobre a competição política em Angola. Este não foi o foco principal da minha investigação. Procurei, na estruturação dos capítulos, abordar várias temáticas que têm uma estreita relação com a competição política, como, por exemplo, a questão relativa à tipologia da competição política, intervenientes e fins da competição política, o ambiente partidário, o agregado eleitoral (bases de apoio) e tantas outras que se revestem de grande utilidade académica para este campo da ci-


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ência política. Ocupei-me, pois, da realidade angolana no último capítulo – e a intenção foi a de relacionar o que a construção teórica apresenta nos capítulos anteriores com um ambiente político que emerge em Angola, em 1992, após um longo período de vigência do partido único: e porquê não estudar Angola? Preferi seleccionar, deste modo e com todo interesse, a primeira experiência de competição política, isto é a de 1992 tal como já referi, por ter sido realizada num contexto particularmente diferente dos outros de que fez referência – ou seja os de 2008, 2012 e, também, de 2017. Não foi possível esgotar o meu raciocínio em relação a este período de 1992, uma vez que há muito que se possa analisar e escrever. Em relação aos pleitos subsequentes, o comportamento quer dos partidos quer dos eleitores foi conhecendo sistemáticas mudanças motivadas, especialmente, pelas condições políticosociais que o ambiente político passou a conhecer. Tenho, contudo, essa avaliação toda preparada e poderá estar disponível na próxima edição da obra. Escreve a dado momento que José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi monopolizaram praticamente o ambiente político naquela fase. O que terá faltado Holden Roberto, na altura o líder carismático da FNLA? Não há qualquer dúvida de que o ambiente político de 1992 estava totalmente monopolizado quer pelo MPLA quer pela UNITA. Afinal de contas estes dois partidos prendiam a atenção não só da comunidade internacional, que acompanhava com interesse o processo de paz angolano e observa a preparação das eleições, mas também dos cidadãos que se manifestaram ávidos em verem mudanças efectivas. O meu ponto de vista em relação ao líder histórico da FNLA e o que lhe terá faltado pode ser encontrado no capítulo referente à primeira competição política em Angola, isto é, no livro. Convido, por isso e mais uma vez, os leitores a lerem-no, mas advirto que se trata de uma leitura que pode acolher outras interpretações; e penso que as várias leituras que fazemos dos factos sob nossa observação são importantes. Até 1991, altura em que o país conheceu a paz, havia aquilo que poderemos considerar uma competição informal, no

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Após assinatura do Memorando do Luena, a primeira leitura que mobiliza interesse dos cientistas políticos, para além de muita que existem, é a mudança que se verificou no ambiente político seu ponto de vista. As nuances que existiram até 2002, quando se assina o memorando do Luena, também pode ser tido como informal ou formal? Acredito que queria dizer competição formal e não informal. Em 1991 não teve lugar nenhuma competição formal, mas sim um período de transição de regime político e de mudanças em vários aspectos da vida colectiva com particular destaque para os assuntos político-jurídicos que se revestiam de substância para a configuração efectiva do ambiente político. A competição formal realizou-se, apenas, em 1992 – e podemos encontrar no livro uma abordagem sistemática sobre esta fase com descrição do posicionamento político-estratégico dos partidos políticos, seus líderes e, como não podia deixar de ser, os eleitores. Após assinatura do Memorando do Luena, a primeira leitura que mobiliza o interesse dos cientistas políticos, para além de muitas que existem, é a mudança que se verificou no ambiente político. De 2002 em diante o país passou a experimentar uma nova realidade dominada, especialmente, pela paz e pelo desafiante processo de reconciliação nacional. Este último foi, igualmente, desafiante mas merece um olhar mais ponderado atendendo às suas várias fases. Como é que caracteriza o actual ambiente político? Quais foram as principais alterações ocorridas desde as primeiras eleições?

De 1992 a 2020 o país teve mudanças significativas e estas construíram bases para que tivéssemos diferentes fases evolutivas na nossa jovem história política. É inegável, sobretudo aos olhos de bons observadores, que o ambiente político angolano de hoje se distância, caso se queira estabelecer paralelismos, daquele que marcou a primeira experiência de competição política do país. Os partidos políticos têm novos desafios e exigências; o nível de consciência político-cívico dos cidadãos é outro e a forma de manifestação da sua vontade também mudou – e isso poderá tornar, seguramente, a competição política mais difícil para os partidos e fomentar mudanças inevitáveis nos próximos tempos.

A consciência política dos cidadãos é outra e a evolução tecnológica, com as redes sociais, aumentou o debate político

Em relação às alterações devo assegurar que foram muitas e não as conseguirei mencionar aqui. Mas interessa apontar, a título exemplificativo, que de 1992 a 2020 a conjuntura política nacional testemunhou vários factos e estes se associaram a extensas páginas que alicerçam a nossa história política. Muitos partidos criados nos anos 90 desapareceram, assim como os respectivos líderes, e poucos são os que se mantêm resistentes até aos dias de hoje como é o caso do MPLA, UNITA, PRS

e FNLA. Verificou-se, recentemente, mudanças na liderança dos principais partidos políticos bem como se começa a verificar a emergência de uma geração de eleitores cujo comportamento se distância, em muito, daqueles provenientes de outros pleitos. A consciência política dos cidadãos é outra e a evolução tecnológica, com as redes sociais, aumentou o debate político e o nível de intervenção de cidadãos. Em 1992, nas primeiras eleições, concorreram 12 partidos. Em


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da em cena de figuras como João Lourenço, pelo MPLA em 2017, e Adalberto Costa Júnior, pela UNITA em 2019? Mudanças. Estas mudanças tiveram mais impacto interno do que propriamente no ambiente político. Estamos, pois, a falar de líderes cujos partidos têm maior expressão no ambiente político. Quer um quer outro não são desconhecidos. Mas o Presidente do MPLA está no poder e isso tem significado político profundo.

Continuamos a ter partidos políticos invisíveis e líderes políticos sem discurso. Esta foi sempre uma característica muito próxima de muitos partidos que ficaram na história e de alguns poucos que existem

A coligação CASA-CE poderia ser uma grande alternativa nesta competição entre os dois gigantes da política angolana, mas a saída de Abel Chivukuvuku é, certamente, «um grande ponto de desequilíbrio»

“Nós podemos um dia evoluir para o bi-partidarismo caso continuemos a ter partidos sem ambições e perspectivas” 2008 foram 15 partidos, mas nos dois anos seguintes houve uma diminuição de 9, em 2012, e apenas cinco há três anos. O que tem impulsionado este encolhimento? Continuamos a ter partidos políticos invisíveis e líderes políticos sem discurso. Esta foi sempre uma característica muito próxima de muitos partidos que ficaram na história e de alguns poucos que existem. Muitos partidos tiveram existência formal, mas não conseguiram convencer os angolanos e muito menos se tornaram conhecidos: o desaparecimento é um preço que se consegue com a falta de visão política e de leituras conjunturais que devem centrar a reflexão daqueles que almejam o poder político. As ideias políticas de muitos líderes partidários não são conhecidas e muito menos se consegue perceber a popularidade de muitos destes. São poucos os partidos que investem na luta pelo poder ao passo que a larga maioria espera as eleições para ter visibilidade. Para além disso, as clivagens internas em muitos partidos se tem revelado, ao longo destes anos, uma das doenças políticas mais notáveis e que tem, de facto, concorrido quer para fragilidade dos líderes quer para a alteração da unidade interna. De um modo geral, parte substancial dos partidos em Angola desapareceram por força da lei. O nosso ambiente político é mais favorável ao surgimento de novas

formações políticas ou a manutenção dos actuais contendores? A lei dos partidos políticos não impede o surgimento de novas forças políticas. A manutenção dos partidos depende, regra geral, da sua unidade interna e da capacidade que têm em manter uma considerável base de apoio quer interno quer externo. Com a legislação eleitoral que temos, em vigor, os partidos têm de ter força política suficiente para se manterem nas competições e alcançar resultados que os possam favorecer e, daí, sobreviverem no ambiente político – ou seja, para além da competição política, os partidos ainda têm o imperativo legal que pode determinar a sua extinção. O facto de existirem mais forças políticas em Angola, depois do MPLA e da UNITA, é argumento suficiente para que se negue a existência de um bipartidarismo? Nós podemos um dia é evoluir para o bi-partidarismo caso continuemos a ter partidos sem ambições e perspectivas –é, pois, uma hipótese que não pode ser afastada. A principal guerra política em Angola continua a se verificar entre o MPLA, no poder, e a UNITA na oposição. A UNITA continua a ser a maior voz na oposição e isso também demonstra alguma fragilidade no conjunto de partidos com ou sem assento com apetência de se constituírem um dia em «poder». A coligação CASA-CE poderia ser uma gran-

de alternativa nesta competição entre os dois gigantes da política angolana, mas a saída de Abel Chivukuvuku é, certamente, «um grande ponto de desequilíbrio» que poderá ser acentuadamente notável nos próximos desafios eleitorais desta coligação – e, aí, está a maldade política de um projecto ter um único rosto nos holofotes. A FNLA continua numa situação difícil. Para além do parlamento, onde é ouvida a voz do único deputado, o partido não tem acções com impacto político ou capazes de provocar «caos» aos adversários – o partido carrega consigo uma história de glórias na luta de libertação, mas temos de perceber muito bem a política –a história não alimenta as emoções e/ou a vontade colectiva dos eleitores: não basta ter vontade, é preciso fazer mais para se conquistar o Poder. O Partido da Renovação Social precisa de alargar a sua base de apoio e ter acções enérgicas que possam ter repercussões no ambiente político e mobilizar atenção sobretudo das bases de apoio externos. Quer a FNLA quer o PRS têm, hoje, um número reduzidíssimo de deputados – estando, nesta avaliação, a FNLA numa situação que requer, entre os militantes, um profundo reexame da unidade do partido caso queiram manter aquele partido no ambiente político. O que representou para o nosso ambiente político a entra-

A dois meses de completar três anos no Palácio da Cidade Alta, e com enormes problemas sociais e económicos no caminho, ainda se mantém viva a chama política de João Lourenço? O actual presidente da República, João Lourenço, assumiu a governação do país num contexto de crise e desafios económicos e sociais –e isto é por demais conhecido. Estes desafios se mantêm presentes até à actual conjuntura e servem de barómetro para a sua governação. É claro que numa situação de crise económica e/ou social qualquer governo ver-se-ía pressionado tal como está, precisamente, a suceder com o Presidente da República e do MPLA. A forma como vai lidar com os actuais desafios vai, certamente, ser relevante para se proceder à avaliação da sua popularidade. Quais são os pontos fortes e fracos da actual liderança? Não sou muito de olhar as questões na perspectiva dos pontos fortes e fracos que requerem mais posicionamentos políticos do que estritamente técnicos. Qualquer exercício de governação é avaliado, para além de outras acepções, pelas respostas dadas às necessidades colectivas e à execução de boas políticas públicas. Pelo que noto, tem havido um crescente esforço desta governação em mudar o quadro actual que é, tal como referi, bastante desafiante. Contudo, o MPLA, liderado pelo actual Presidente da República, tem consciência dos seus desafios e, em especial, da necessidade de operacionalizar significativas mudanças políticas sem perder de vista o tempo –uma vez que estamos numa fase em que se vai notar uma crescente subida na temperatura política. O MPLA tem a vantagem de ter uma oposição que, no fundo, continua a ser o reflexo, em 3D, de uma única força política que hipnotiza os demais e procura fazer uma luta isolada e com visível intenção de


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estar mais próximo do «Poder». Mas o que se pode, aqui, dizer é que estamos diante de um presidente que tem «a faca e o queijo» e pode fazer história quer no seu partido quer no país se mantiver uma visão focada na mudança que está a empreender e gerir melhor a transição política que se vive, sobretudo, no seu próprio partido. O ambiente político nas hostes dos ‘camaradas’ está favorável ao surgimento de várias candidaturas no congresso do próximo ano? Quais são as figuras que oferecerem algum capital político para ombrear com o actual líder do partido, João Lourenço? Não tenho informação de um único militante do MPLA que tenha manifestado pretensões em concorrer com o actual presidente. Pelo que tudo leva crer, o actual lider do partido «dos Camaradas» tem-se mostrado ser uma figura que, cada vez mais, tem reunido crescente consenso ao nível interno e tudo aponta que continuará a merecer a confiança dos militantes. Afastado da ribalta desde que saiu do poder, o que se pode esperar ainda do antigo Presidente José Eduardo dos Santos? Continua a ser um forte activo político para o seu partido? Acredito que o antigo Presidente do MPLA e da República cumpriu o seu papel – independentemente das interpretações que têm vindo a ser levantadas. Não lhe conseguirei responder se continua ou não a ser um forte activo no seu partido –nós observamos os factos de fora e não de dentro. Se tivesse de pensar nesta perspectiva teria, portanto, de analisar o seu papel no partido mesmo depois de ter cessado as suas funções, mas não disponho desta e fica difícil aferir. Em Novembro próximo, isto é, dentro de três meses, Adalberto Costa Júnior completará um ano à frente dos destinos da UNITA. Já se conseguiu afirmar dentro desta formação para ser um verdadeiro adversário ao MPLA e ao seu candidato João Lourenço? O primeiro desafio do actual presidente da UNITA é o de tentar impor-se no seu próprio partido, primeiro, e afirmar a sua posição de líder. Se é ou não um verdadeiro adversário para o Presidente do MPLA isso veremos ao longo dos tempos.

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‘Abel teria melhores oportunidades de ser presidente caso permanecesse no anterior partido’ Como é que encara a polémica em torno da legalização do partido PRA-JA Servir Angola? Será que se trata de uma polémica? Vejo uma relação difícil entre a Comissão Instaladora, liderada pelo Dr. Chivukuvuku, e o Tribunal Constitucional e não, propriamente, uma polémica tal como faz referência. O tribunal tem uma posição e a Comissão Instaladora tem e defende a sua. O que deve falar mais alto é a força da lei. Depois de ter saído da UNITA, onde perdeu as eleições para a liderança, surgido com a CASA-CE e afastado pelos seus pares, o que se pode esperar ainda de Abel Chivukuvuku? O futuro do Dr. Abel Chivukuvuku vai depender, agora, do desfecho da situação que o opõe ao Tribunal Constitucional. A sua saída da UNITA poderia ser melhor ponderada; O Dr. Abel Chivukuvuku teria melhores condições de sonhar em ser presidente caso pensassem em permanecer no seu antigo partido político. Mas vamos lá ver o que poderá suceder… Há alguns anos se defendia a necessidade do surgimento de uma terceira via em Angola. O país tem neste momento mais de dois partidos políticos, será o PRA-JA a concretização de tais correntes? A vida política da Comissão Instaldora do PRA-JÁ está, ainda, dependente de um recurso extraordinário. Caso consiga ver-se legalizado não tenho a menor dúvida de que conseguirão ter bons resultados, pelo menos, a médio prazo sobretudo se a imagem e popularidade do seu líder não for beliscada. Com o surgimento de mais forças políticas, a questão do voto étnico de que se socorreram alguns partidos em 1992, como menciona no livro, ainda é tão patente? O voto étnico, de um modo geral, perdeu relevância, apesar de poder ser um facto assinalável, ainda, para determinados eleitores. Os eleitores mais velhos podem ter maior propensão em manifestar a sua escolha por força da origem étnica do candidato, mas o mesmo pode não se verificar nos eleitores mais novo se com uma leitura sociológica diferente.

Escreve que ‘a população se mostra cansada e agastada com a forma como o poder é gerido por parte dos políticos’. Estará a acontecer a mesma coisa em Angola? Quais são as soluções? Não se trata de uma questão relacionada com Angola. Tratase, sim, de uma leitura que faço face ao crescimento de grupos económicos, cuja influência se tem mostrado desafiantes para os agentes políticos ao nível do mundo. ‘Há uma clara inércia na defesa dos interesses dos cidadãos e a substituição dos partidos políticos por organizações da sociedade civil’, lê-se igualmente no livro. Este quadro já se regista em Angola? Quais são as evidências? Este quadro nada tem que ver com Angola.

Explica já nas considerações finais da obra a existência, em determinadas realidades, de grupos de interesse com poder económico, capazes de desarticular também o próprio ambiente. Esses grupos ou pessoas já se fazem sentir em Angola? Até que ponto podem influenciar a escolha dos cidadãos? Esta é uma visão que resulta da minha avaliação do mundo globalizado. Percebo que a globalização é resultado de um conjunto de mudanças e evoluções, por um lado, mas por outro é uma porta aberta para novas tendências de usurpação da(s) soberanias de vários países. É comum dizer-se que em política ‘vale tudo’, uma espécie de jargão para alimentar a ideia de que os fins justificam os meios.

Tem havido alguma ética política entre nós ou tudo tem valido a pena na nossa competição política? Não diria que em política vale tudo –eu, pelo menos, percebo os dois lados que tornam expressiva a noção de política. Mas temos de compreender que existem fronteiras na actuação quer dos partidos quer dos seus militantes ou líderes. Ou seja, a lei estabelece os padrões e os agentes políticos devem se ater a estes. Mas é, por outro lado, importante perceber que nenhum partido manifesta simpatias pela existência do outro e muito menos deseja que permaneça no ambiente político – por isso é que há guerra entre eles e não luta. Quem quiser perceber isso recomendo que compre o livro. A minha abordagem aí é largamente ampla.


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Filiados da FAB reúnem-se na Cidadela Desportiva em Assembleia-geral daniel miguel

Membros da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), em reunião, trabalham para aprovar o relatório e contas, marcar a data das eleições e a comissão eleitoral que vai acompanhar o pleito referente ao ciclo olímpico 2020/2024

Sebastião Félix

O

s filiados da Federação Angolana de Basquetebol (FAB) reúnem-se amanhã em Assembleia-geral na sua sede, na Cidadela Desportiva, em Luanda. No encontro, que será realizado em sistema de video-conferência devido à Covid-19, vai aprovar o relatório e contas do mandato referente a gestão de Hélder Cruz “Maneda”, presidente que não terminou o mandato 2016/2020. Por isso, a comissão de gestão presidida por Gustavo da

Conceição, entre outros assuntos, vai eleger a comissão eleitoral, visando o ciclo olímpico 2020/2024. A data das eleições no órgão que rege a modalidade no país também será conhecida no encontro que reúne a família do basquetebol.

Por esta razão, 20 clubes têm direito de voto nos termos da legislação desportiva vigente no ordenamento jurídico angolano. Por sua vez, sete associações vão ser chamadas a votar, mas, esta medida tem gerado alguma celeuma, uma vez que se

sntem excluídos sem razões fundamentadas. No ciclo olímpico passado, a FAB teve muitos problemas de natureza técnica e administrativa, sendo que prejudicou a Selecção Nacional sénior masculina nas competições dentro e fora do continente africano.

Isto obrigou o então presidente Maneda a deixar o cargo, facto que deixou a família da modalidade em rota de colisão com o dirigente. Nas competições internacionais, a Selecção Nacional teve aparições negativas, coisa que não acontecia há muitos anos.

Angola defronta Escócia nas olimpíadas mundiais Sebastião Félix

A

Selecção Nacional de xadrez defronta hoje a sua similar da Escócia, em partida a contar para a primeira jornada da terceira fase das Olimpíadas Mundiais da modalidade, via online, face à Covid-19, às 10:00. Para esta empreitada, os angolanos partem com o objectivo de contra-

riar o favoritismo dos escoceses rumo à qualificação para a outra fase da competição organizada pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE). Deste modo, os atletas do combinado nacional terão de ser inteligentesquando chegar a hora de movimentar as peças nos tabuleiros. Duas horas depois, às 12:00, os xadrezistas da Selecção Nacional medem forças com Portugal, em jogo referente à terceira jornada das Olimpíadas Mundiais. Amanhã, na mesma plataforma digital, o certame prossegue com a tur-

ma angolana a defrontar o Botswana para a quarta ronda. João Júlio (capitão), Sérgio Miguel (Mestre da Escola Sacri), David Silva (Mestre Internacional da Escola de Mestre João Francisco), Esperança Caxita (MI do 1º de Agosto), Ednásia Júnior (MI da Escola Macovi), Lutuima Amaro (Candidato a Mestre da Escola Macovi) e Jemima Paulo (Candidata a Mestre da Academia Ditrov) são os jogadores que têm a missão de representar bem alto as cores da bandeira nacional.

daniel miguel


O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

Isabel Guialo assina no Fleury Loiret de França

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internacional da Selecção sénior feminina de andebol, Isabel Guialo “Belinha”, reforçou a equipa do Fleury Loiret de França, tendo assinado um contrato de um ano. Segundo o Instagram da antiga jogadora do 1º de Agosto, a capitão das Pérolas Africanas vai vestir a camisola número 90, a mesma atleta esperar fazer uma excelente campanha nas provas em que a equipa estará engajada. Fleury Loiret foi campeão francês em 2015, terceiro qualificado em 2013 e 2016. O novo clube de Belinha venceu também a Taça de França em 2014 e a Supertaça daquele país em 2015. A equipa em questão foi fundado em 1974 tem a sua sede em Fleury-les-Aubrais, Loiret.

“Casemiro sobre Zidane “ainda hoje fico nervoso a falar com ele”

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poucas horas do encontro frente ao Manchester City para a segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, o jornal The Guardian publicou uma entrevista a Casemiro, na qual o brasileiro falou, entre outros temas, sobre a sua relação com Zidane. “Ainda hoje fico um pouco nervoso ao falar com ele. Digo-lhe que sabe o que significa para nós, para mim. Ele venceu-nos em 98 [ano em que a França conquistou

o Mundial ao vencer, por 3-0, o Brasil com um bis de Zidane], mas isso não muda nada. Agora que o conheço, posso dizer que o merece”, começou por dizer o médio dos blancos. “É incrível a sua humildade e a forma como expressa o futebol. Trata-nos com muito carinho. Ele é muito insistente. Está sempre a dizer que posso fazer mais. Este ano talvez tenha tido mais protagonismo com a bola, mas sei bem qual é o meu trabalho”, continuou.

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APF da Huíla herda passivo de mais de 2 milhões de Kwanzas

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novo elenco da Associação Provincial de Futebol (APF), na Huíla, herdou um passívo com clubes locais de 2 milhões e 400 mil Kwanzas, afirmou o presidente Pedro Francisco António. Em declarações à imprensa, após a primeira reunião, onde foram traçadas metas para o presente ano, disse que a administração e finanças encontrou nas contas somente mil kwanzas de herança do consulado do antigo árbitro internacional, João Gonçalves. O também conhecido por Pepé António explicou estar o órgão que lidera em dívida com clubes, pessoal técnico e em salários com cinco funcionários. Referiu que o relatório e contas apresentado pelo elenco anterior possui contradições no que à gestão das verbas diz respeito, sendo que já foi accionado o con-

selho jurisdicional e de disciplina para análise dos factos. Acrescentou que enquanto decorre o processo de apuração, a direcção que Sexta-feira tomou posse terá de se reinventar com recursos próprios, para aliviar a situação. O antigo presidente, João Gonçalves, foi contactado pela imprensa, mas não daniel miguel

“Messi no Inter? Não descarto por completo essa hipótese” “Mas Zidane é muito determinado, diz sempre que quer mais de mim. Ele disse: “Não estou a pedir que faças algo que não podes; estou a pedir-te algo que podes fazer”. Confia muito em mim”, sublinhou. Casemiro disse estar focado no duelo com o Manchester City “desde que terminou a Liga”, prevendo um jogo “muito, muito difícil”. “Mas vamos com muita esperança. Esta camisola obriganos a vencer todos os jogos, incluindo os amigáveis”, rematou..

“Amo o Michael Jordan, mas o Lebron James é melhor” ma das fig uras da NBA no século XX, Allen Iverson voltou a lançar a polémica na discussão sobre o melhor basquetebolista de sempre. O antigo base dos Philadelphia 76ers assume admiração por Michael Jordan, mas deixou largos elogios a LeBron James. “Não vou entrar em gran-

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des discussões. Amo o Michael Jordan, mas o LeBron James é melhor, é único”, explicou à ESPN. Recorde-se que Allen Iverson foi a primeira escolha do Draft de 1996 (que figurou nomes como Kobe Bryant, Ray Allen e Steve Nash. Foi ainda eleito o melhor jogador da NBA em 2001 e nomeado 11 vezes (200 a 2010) para o All Star.

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riedo Braida, antigo director do Barcelona, considerou que a saída de Lionel Messi para o Inter de Milão é “improvável”, mas admitiu que “tudo é possível no futebol”, numa altura em que o astro argentino tem sido apontado ao emblema italiano. “Tendo em conta o que conheço de Messi, acho improvável que saia do Barcelona, uma vez que ele é como um rei naquele clube, adorado por todos”, começou por dizer, em entrevista à Radio Kiss Kiss. “Não descarto por completo essa hipótese, pois tudo é possível no futebol. Ele é um jogador mágico, (...) alguém como ele só nasce a cada 30 anos”, atirou, acrescentando que “Messi é como Diego Maradona, faz com que nos apaixonemos pelo futebol”. Seguindo a linha de comparação com Maradona, o também antigo dirigente do AC Milan revelou que tentou levar o antigo futebolista para Milão. “Penso que Diego [Maradona] encontraria em nós a equipa ideal para si”, ar- gumentou.


Mundo

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O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

Campanha de Trump quer debate presidencial no início de Setembro

A

campanha à reeleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer a realização de um debate com o adversário democrata, Joe Biden, no início de Setembro, argumentando que milhões de eleitores poderão já ter enviado os seus votos antecipadamente, por correspondência, quando ocorrer o primeiro dos debates agendados actualmente. Numa carta à Comissão de Debates Presidenciais, que organi-

za os eventos, o advogado pessoal de Trump, o ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani, pediu que um quarto debate seja marcado para a primeira semana de Setembro, ou para que o primeiro evento, agendado para o dia 29 de Setembro, seja antecipado. O Estado da Carolina do Norte, um dos considerados decisivos na eleição, deve iniciar o envio de votos por correspondência no dia 4 de Setembro, e vários outros Estados devem seguir no mesmo mês. Um aumento imen-

panha de Biden, Andrew Bates, disse que Biden já se havia comprometido a participar nos debates agendados pela comissão. “Joe Biden estará lá. Esperamos a decisão de Donald Trump — e talvez o presidente deva dedicar o mesmo tempo que dedica a isso ao combate à Covid-19”, disse Bates. A comissão organizou três debates presidenciais e um debate entre os candidatos a vicepresidente durante cada campanha presidencial desde 2000. Este ano, os debates estão marcados para o dia 29 de Setembro, em Ohio; 15 de Outubro, na Flórida; e no dia 22 de Outubro, no Tennessee.

so da votação remota é esperado neste ano por causa da pandemia de coronavírus. “Para um país que já está a ser privado da agenda tradicional de campanha devido à pandemia global de Covid-19, não faz sentido também privar tantos americanos da oportunidade de ver e ouvir as duas visões que competem pelo futuro do nosso país, antes de que milhões de votos sejam enviados”, escreveu Giuliani. Em nota, o porta-voz da cam-

Macron promete ajudar a mobilizar ajuda para o Líbano após explosão maciça

O Processo de paz em Moçambique é frutífero e traz esperança, diz enviado da ONU

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oçambique avançou de forma lenta mas estável no caminho da paz duradoura, uma vez que progressos foram alcançados no processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR), disse o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas ao país num comunicado, nesta Quinta-feira. Mirko Manzoni, também presidente do grupo de contacto internacional que apoia o processo de paz em Moçambique, fez esta declaração no aniversário da assinatura do acordo de paz e reconciliação entre o presidente Filipe Nyusi e o líder da Renamo, Ossufo Momade. Manzoni disse que o momento de destaque nos últimos 12 meses foi o reinício das actividades de DDR em Savane e Dondo, ambos distritos da província central de Sofala, que viram 304 ex-combatentes voltarem para casa. “Embora haja muito trabalho a ser feito para garantir que todos os combatentes restantes cheguem a casa de forma segura, o progresso

até agora me enche de esperança. A paz está a firmar-se em Moçambique”, disse o enviado na mensagem. Também foram feitos progressos louváveis na descentralização e foram aprovadas legislações e políticas críticas, e regras que governam a operação dos principais órgãos provinciais descentralizados para facilitar o aprofundamento da descentralização, aponta o texto. Apesar dos desafios impostos pelos desastres naturais e de uma situação de grande preocupação no norte, o país permaneceu fiel à busca da paz, segundo o comunicado. Manzoni assinalou que os ataques no centro do país continuam a causar angústia e o seu grupo apela a todos os envolvidos para que se juntem ao pedido de paz e usem o diálogo como o único meio de expressão. “Esperamos que daqui a um ano possamos marcar essa data importante juntos tendo desmobilizado todos os combatentes”, afirmou.

presidente francês, Emmanuel Macron, pediu apoio urgente para o Líbano, aonde chegou na Quinta-feira, dois dias após uma explosão devastadora que atingiu Beirute, matando 145 pessoas e gerando uma onda de choque sísmica que foi sentida em toda a região. Dezenas ainda estão desaparecidos após a explosão de Terça-feira no porto que feriu 5.000 pessoas e deixou cerca de um quarto de milhão sem casas para se abrigarem, assolando uma nação que já se recuperava do colapso económico e de um aumento nos casos de coronavírus. Uma fonte de segurança disse que o número de mortos chegou a 145, e as autoridades disseram que o número deve aumentar. Macron, ao fazer a primeira visita de um líder estrangeiro desde a explosão, prometeu ajudar a organizar a ajuda internacional ao Líbano, mas disse que o seu governo deve implementar re-

formas económicas e combater a corrupção. “Se essas reformas não forem feitas, o Líbano continuará a sofrer”, disse Macron, após ser recebido pelo seu homólogo libanês, Michel Aoun, no aeroporto de Beirute. No porto, destruído pela gigantesca nuvem de cogumelo e bola de fogo de Terça-feira, as famílias reuniram-se em busca de notícias sobre os desaparecidos, em meio à raiva pública contra as autoridades por permitirem que material altamente explosi-

vo seja armazenado lá por anos em condições inseguras. “Eles servirão de bode expiatório para adiar a responsabilidade”, disse Rabee Azar, um operário de construção de 33 anos, que falava perto dos destroços do silo de grãos do porto, cercado por outras alvenarias destroçadas e prédios destruídos. O primeiro-ministro Hassan Diab declarou três dias de luto, a partir de Quinta-feira, após a explosão mais devastadora que já atingiu a cidade, que ainda está marcada pela guerra civil de três décadas. Com os bancos em crise, uma moeda em colapso e uma das maiores dívidas do mundo, o ministro da Economia, Raoul Nehme, disse que o Líbano tinha recursos “muito limitados” para lidar com o desastre, que segundo algumas estimativas pode ter custado à nação até USD 15 biliões. Ele disse que o país precisa de ajuda externa.

Twitter bloqueia conta da campanha de Trump por desinformação sobre Covid-19

N

a Quarta-feira (5), o Twitter anunciou que impôs restrições à conta da campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tenta a reeleição no pleito presidencial deste ano. Segundo a rede social, a justificativa do bloqueio temporário foi a postagem de um vídeo que supostamente continha informações falsas sobre a pandemia de

Covid-19, conforme publicou a rede CNN. Antes, o Facebook removeu, no mesmo dia, um vídeo postado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no qual ele dizia que as crianças são “quase imunes” à Covid-19. A empresa disse que a publicação violava as regras sobre a partilha de informações enganosas acerca do coronavírus.

“Este vídeo inclui afirmações falsas de que um grupo de pessoas é imune à Covid-19, o que representa uma violação das nossas políticas sobre desinformações prejudiciais”, disse um portavoz do Facebook. O porta-voz disse que foi a primeira vez que a empresa de redes sociais removeu um post de Trump por desinformação quanto ao coronavírus.


OPINIÃO

O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

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JAIME NOGUEIRA Pinto*

CHINA-ESTADOS UNIDOS: DE UMA GUERRA FRIA A OUTRA A COMPETIÇÃO ECONÓMICA

P

ara alguns pensadores, no rasto de James Burnham, a Guerra Fria nunca terminou, pois quando se deu a queda do Muro de Berlim em 1989, e depois a queda do comunismo nos países da Europa Oriental e na União Soviética, a China não foi atingida. O facto de haver uma divisão profunda, ideológica e geopolítica, entre Pequim e Moscovo, fez com que, a derrota do comunismo soviético não tivesse alterado o poder e a determinação na China dos herdeiros de Mao-TséTung que, apesar de uma política de abertura económica, não tinham abandonado, nem o monopólio do poder pelo partido Comunista Chinês, nem, segundo os seguidores de Burnham, os objectivos de domínio mundial. Para estes, os dirigentes chineses terão tornado o sistema mais eficiente, passando do socialismo maoísta, um socialismo de miséria, para um capitalismo de direcção central, mas não abandonando os velhos objectivos leninistas de dominação mundial. Assim, para estes analistas, o progresso económico interno e as suas consequências sociais e políticas não teriam, como acontecera na Europa Ocidental do século XIX, determinando uma transformação política liberalizante, em termos de direitos humanos, liberdade de opinião e independência dos cidadãos e das empresas em relação ao poder político. Depois dos acontecimentos de Tiananmem viu-se que não seria assim. E com a chegada ao poder de Xi Jinping, e o

reforço dos seus poderes no quadro do Executivo partidário e governante, essa tendência, se alguma vez existiu, terá expirado de todo. Não partilho, historicamente, a ideia dos discípulos de Burnham que a China de Deng Xiau Ping manteve projectos de domínio mundial; houve sim a preocupação de um nacionalismo defensivo de reparar o que era visto como as humilhações históricas e criar força económica, liberalizando a economia e a RPC nunca até hoje procurou criar partidos “chineses” ou exportar o seu modelo ideológico. Mas tudo muda: esta “guerra” começou por ser, uma competição económica. Pequim, nos últimos quarenta anos, em que a média anual ponderada do crescimento económico chinês foi de 9,5%, merecendo do Banco Mundial ser classificada como “a mais rápida expansão sustentada de uma grande economia na História” e que permitiu à China duplicar, de oito em oito anos, o PNB e tirar 800 milhões de chineses da pobreza extrema, tornou-se a segunda economia mundial. É claro que, à medida que a economia se desenvolveu também as taxas de crescimento foram baixando, passando de 14,7% em 2007 para 6,6% em 2018. Sendo um poder hegemónico sem rivais, durante os anos pós Guerra Fria, os Estados Unidos começaram a sentir o desafio chinês; como, a partir de 1900, os ingleses começaram a olhar para o crescimento económico alemão, que servido por uma grande capacidade industrial ia facilitar as ambições de Guilherme II e

converter a Alemanha numa potência imperial, dentro do pensamento da expansão, da Weltpolitik. Daí que Londres alterasse as suas alianças, esquecendo os tradicionais rivais – Rússia e França – e passasse a considerar a Alemanha como inimigo principal. Também a partir de 2017 – e depois de alguma aproximação ao líder chinês - Donald Trump lançou ou aplicou uma série de tarifas sobre produtos chineses – ao que os chineses retaliaram; estas medidas cruzadas, atingiram duramente o comércio sinoamericano. Trump seguia e segue uma política proteccionista, para recuperar a indústria e os empregos para a América. Por outro lado, a China, sobretudo a partir do ano 2000, iniciou uma estratégia de penetração nos mercados externos – Europa, Américas e África. No caso africano, o fim da Guerra Fria tinha feito diminuir o interesse estratégico dos europeus por África, já que não havia URSS a conter e nos anos 90, em relação ao continente africano, o interesse de Bruxelas focou-se, especialmente, nas questões políticoculturais de promoção do modelo democrático e dos Direitos Humanos, deixando cair os aspectos económicos e vitais do desenvolvimento. Tudo isto apesar de uma intensa retórica quer a partir de Bruxelas, quer bilateralmente, sobre as relações euroafricanas de cooperação. No pós-Guerra Fria, os alemães concentraram os seus esforços na Europa de Leste, enquanto franceses e ingleses baixavam significativamente o empenho, quer militar, quer financeiro, no Con-

tinente africano, com o governo de Paris, a desvalorizar o CFA e a diminuir significativamente o número de militares estacionados na Francofonia. Foi por estas alturas que os chineses apareceram, essencialmente procurando investir e adquirir posições nos recursos energéticos, mineiros e criar mercados para as suas empresas de construção e obras públicas. Além disso Pequim usou inteligentemente o seu apoio financeiro e o incremento de relações com os países africanos, para os levar a abandonar o reconhecimento de Taiwan. Uma operação de inteligence importante e bem sucedida já que havia, entre os países africanos, uma razoável quantidade de Estados que mantinham relações diplomáticas com Taipé. O que acabou. Por outro lado, politicamente, os chineses aproveitaram as ausências de americanos e europeus para ganharem terreno, como sucedeu nos finais da guerra civil angolana, quando entraram em força no apoio financeiro ao país na ausência de americanos e europeus para a reconstrução angolana. Deste modo, para além de oferecerem créditos e serviços de construção e obras públicas a preços competitivos, muitos países de África aumentaram os seus débitos com Pequim, que por seu turno procurou em troca ganhar influência político-económica. Os Estados Unidos, sob a Administração de Trump adoptaram uma posição percebida, quer pelos aliados europeus, quer pelos países da Ásia e África, como isolacionista. Assim, enquanto os europeus recuavam e os americanos se isolavam, os chineses avançavam. Perante estes isolacionismos americano e o “eurocentrismo” europeu, os chineses aproveitaram os “vazios”. E não só em África. A partir da Belt and Road Initiative (BRI), lançada pelo Presidente Xi Jinping em 2013, inspirada nas Estradas da Seda que, há dois mil anos, no tempo da Dinastia Han cobriram a Ásia

Central. O plano da nova Silk Road divide-se em uma Silk Road terrestre e uma marítima. A terrestre, criando uma grande rede de caminhos de ferro, autoestradas, pipelines que se estenderão, a partir da fronteira chinesa para Oeste – pela Eurásia - e para Sudoeste – para a península indiana. Paralelamente a esta Estrada da Seda Terrestre, há uma Estrada da Seda Marítima que se estenderá pelo Sueste Asiático, mas também para o Oceano Índico e para as costas de África. Mais de 60 países já aderiram ao projecto e firmaram acordos, que, entre outros objectivos apontaram para uma progressiva aquisição de posições, por exemplo na gestão de portos nas regiões abrangidas. Este projecto tem suscitado oposição na Ásia, entre os tradicionais inimigos e rivais da China como a Índia e o Japão, que se esforçaram discretamente por refrear o entusiasmo de alguns vizinhos, lembrando-lhes a dependência política que pode vir na sequência dos financiamentos diversos para infraestruturas. Na Europa, começou por haver reacções díspares, com países como a Itália, o Luxemburgo e Portugal a firmarem acordos preliminares com projectos BRI e outros como a França, mais cautelosos em que o Presidente Macron, chegou a dizer que os Acordos BRI poderiam criar “Estados vassalos” de Pequim. Mas na realidade, o facto de os chineses disponibilizarem créditos significativos e fazerem aquisições, num tempo em que os norteamericanos se retraíram e os europeus se acham profundamente divididos e com graves problemas para manter a própria União, entre a contestação dos movimentos identitários e os custos humanos e económicos da pandemia, a posição de Pequim parecia forte. Até que ponto a Pandemia veio alterar e agravar esta competição? *Historiador e Professor Universitário


TEMPO

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O PAÍS

Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES VÁLIDA DE 07 A 09 DE AGOSTO DE 2020

Fonte: INAMET

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 07 à 09 de Agosto de 2020 Data 07/08/2020

CIDADE

Data 08/08/2020

Estado do Tempo

Data 09/08/2020

Estado do Tempo

Estado do Tempo

Mín

Máx

Mín

Máx

Mín

Máx

LUANDA

19

29

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal/chuvisco

19

29

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

19

28

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

CABINDA

21

28

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal/chuvisco

20

28

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

20

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Céu nublado pela manhã / neblina matinal

SUMBE

20

26

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

20

26

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

20

26

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

CAXITO

20

30

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

20

30

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

20

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Céu nublado pela manhã / neblina matinal

MBANZA CONGO

19

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Nublado, Nevoeiro/ chuvisco

19

28

Céu nublado pela manhã / nevoeiro matinal

19

28

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

UIGE

15

28

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

15

29

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

15

29

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

NDALATANDO

14

28

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

14

31

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

14

31

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

MALANJE

14

29

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

13

30

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

13

30

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

DUNDO

19

31

Céu parcialmente nublado

19

31

Céu parcialmente nublado

21

30

Céu parcialmente nublado

SAURIMO

14

31

Céu pouco nublado ou limpo

15

31

Céu pouco nublado ou limpo

16

31

Céu pouco nublado

BENGUELA

18

27

Céu limpo

18

27

Céu limpo

18

27

Céu nublado pela manhã / neblina matinal

HUAMBO

04

27

Céu limpo

05

27

Céu limpo

05

27

Céu pouco nublado ou limpo

CUITO

08

26

Céu limpo

09

26

Céu limpo

09

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Céu pouco nublado ou limpo

LUENA

10

29

Céu limpo

11

29

Céu limpo

12

29

Céu geralmente limpo

LUBANGO

12

26

Céu limpo

13

26

Céu limpo

13

26

Céu pouco nublado ou limpo

MENONGUE

08

28

Céu limpo

10

28

Céu limpo

11

28

Céu pouco nublado ou limpo

MOÇÂMEDES

13

25

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

14

25

Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

14

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Nublado, Nevoeiro / neblina matinal

ONDJIVA

09

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Céu limpo

10

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Céu limpo

10

31

Céu limpo

Os Meteorologistas: Domingos Nsoko Pedro e Tucaiana Lauriano

Das 18 horas do dia 06 às 18 horas do dia 07 de Agosto de 2020 NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu pouco nublado em quase toda a região, tornando-se muito nublado durante a madrugada e manhã nas províncias de Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje, Luanda, Bengo, Cuanza Norte e Cuanza Sul. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje, Luanda, Bengo, Cuanza Norte e Cuanza Sul. Possibilidade de ocorrência de chuvisco em alguns municípios das províncias de Luanda, Zaire e Cabinda. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu limpo em toda região. REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango: Céu limpo em toda a região, apresentando-se muito nublado durante a madrugada e manhã na província de Namibe. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios da província de Namibe.

Luanda, aos 06 de Agosto de 2020

Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao

TEMPO no mar

Fonte: INAMET

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

4. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 UTC DO DIA 06/08/2020 ÀS 18:00 UTC DO DIA 07/08/2020

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA - INAMET

Centro Nacional de Previsão do Tempo 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 06 DE AGOSTO DE 2020:

Circulação de Sudeste à Sudoeste moderada entrePARA os paralelos 4°S MARÍTIMA a 12°S (Cabinda a Benguela), e de Sul a BOLETIM METEOROLÓGICO A NAVEGAÇÃO Sudeste moderada a forte, a sul do paralelo 14°S (Namibe).

2. PREVISÃO VÁLIDA 18:00 DO DIA 07 DE AGOSTO 2020: 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TUATÉ DO DIAAS 06 DE AGOSTOTU DE 2020: Circulação de SudesteFORTE à Sudoeste moderada entre os paralelos 4°S a NA 12°S (Cabinda e de Sul(SUL a Sudeste moderada a forte, a sul do paralelo VENTO ATÉ 48 KM/H (26 NÓS) COSTAa Benguela), DE NAMIBE DO PARALELO 14°S), COM 3. AVISO: 14°S (Namibe).

ONDAS DE 3.0 À 3.7 METROS DE ALTURA.

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 07 DE AGOSTO 2020: 3. AVISO: VENTO FORTE ATÉ 48 KM/H (26 NÓS) NA COSTA DE NAMIBE (SUL DO PARALELO 14°S), COM ONDAS DE 3.0 À 3.7 METROS DE ALTURA.

REGIÃO

ESTADO DO TEMPO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

VENTO

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Até 1.8

Agitado

Fraca pela manhã (Até 5)

Cabinda (4°S – 6°S)

Neblina ou nevoeiro

DIRECÇÃO FORÇA (KT) Sudeste a Até 14 Sudoeste

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)

Neblina ou nevoeiro

Sudeste a Sudoeste

Até 16

Até 2.6

Muito Agitado

Fraca pela manhã (Até 5)

Nublado

Sudeste a Sudoeste

Até 18

Até 2.9

Muito Agitado

Moderada a boa (Superior a 6)

Namibe (14°S – 18S)

Nublado

Sul a Sudeste

Até 26

Até 3.7

Muito Agitado

Moderada a boa (Superior a 6)

A Alta pressão de Santa Helena movendo-se para leste durante as próximas 24H, com a pressão central de 1030hpa. Para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Luanda, Bengo, Cuanza Sul e Benguela prevê-se uma agitação com ondas a atingirem entre 1.8 e 2.9 metros de altura. Para a região marítima de Namibe prevê-se ondas máximas de até 3.7 metros de altura. Prevê-se visibilidade entre 1 e 5 km, devido a possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal nas regiões marítimas de Cabinda à Cuanza-Sul.

5. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA

Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


OPINIÃO

O PAÍS Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

31

Ricardo Vita

O DNA dos Afrodescendentes revela as suas origens em África

O

grande poeta da Martinica Aimé Césaire escreveu estas linhas profundas: J’h abite u ne blessure sacrée (Vivo com uma ferida sagrada) j’habite des ancêtres imaginaires (vivo com antepassados imaginários) j’habite un vouloir obscur (vivo com um desejo obscuro) j’habite un long silence (vivo num longo silêncio) j’habite une soif irrémédiable (vivo com uma sede irremediável) j’habite un voyage de mille ans (vivo numa viagem de mil anos) j’habite une guerre de trois cent ans (vivo numa guerra de trezentos anos) Estas poucas linhas do penetrante poema “Calendrier lagunaire”, que literalmente traduzi para o português, dizem-nos as razões que levam os Afrodescendentes a buscar as suas origens africanas. Mas a predominância da Nigéria, do Benim ou mesmo dos Camarões nos resultados dos testes de DNA sempre me surpreendeu. Sempre achei estranho que esses resultados não indiquem mais frequentemente a região onde Angola e a República Democrática do Congo (RDC) estão localizadas, uma região que foi uma importante fonte de escravos. Essa região forneceu, segundo a Slave Voyages, um banco de dados histórico que contém uma grande quantidade de informações sobre a escravatura, quase metade

dos 12,5 milhões de Africanos escravizados, sem mencionar os cerca de 2 milhões de crianças, mulheres e homens que foram capturados e que morreram na odisseia para as Américas, entre os séculos XVI e XIX. Felizmente, o novo estudo rea l i zado pela empresa a merica na especia l i zada em genómica pessoal e biotecnolog ia, 2 3a nd Me, publicado no dia 23 de Julho de 2020 no American Journal of Human Genetics e sobre o qual o New York Times falou no mesmo dia, conforta-me na minha dúvida. De facto, o estudo coloca a mesma questão, comparando os resultados genéticos dos Afrodescendentes com os manifestos dos navios negreiros, para ver o que corresponde e o que não corresponde à realidade. Essa abordagem tornou possível revelar, de acordo com a rota dos escravos, que a maioria dos Americanos de origem africana tem as suas raízes em territórios hoje localizados em Angola e na RDC. O estudo confirma, portanto, que havia lacunas de dados e que foi necessário ter representação de regiões críticas, como Angola e RDC, no banco de dados. Então os Angolanos devem saber, cada vez que se depararem com um Afrodescendente, que talvez estejam diante de um des-cendente de um dos seus familiares que foi capturado e amarrado na sua terra e vendido para as Américas onde foi escravizado. O meu amigo Jimmy Jean-Louis, um actor de cinema que vive em

Los Angeles e com quem tenho uma forte semelhança física, é talvez da minha família. E ele e eu já estamos acostumados que as pessoas pensem assim sobre nós. Um dia de 2015, em Punta Cana, uma província da República Dominicana, fui parado, quando embarcava num barco para ir a uma ilha local, por um grupo de Haitianos que vieram pedir-me, em crioulo, para tirar uma foto com eles porque assumiram que eu era o Jimmy. E, vendo-me calado no meio da algazarra, como eu não entendo o crioulo, começaram a gritar palavras de decepção e raiva quase insultantes, porque estavam convictos que eu era o Jimmy e que aí fingia não entender a “minha” língua “por me ter aburguesado ao me tornar famoso”. O nosso guia, vendome confuso, vendo os meus olhos perdidos e sem eu saber o que

É importante não esquecermos essa parte de nós que foi arrancada e deportada. O nosso reencontro é inexorável, pois temos muito em comum além da história trágica e da nossa odisseia, basta assistir Black Is King, o novo filme de Beyoncé para entender

fazer, perguntou-me, em inglês, se eu entendia o que estava a ser dito em crioulo e se o meu nome era Jimmy. Disse-lhe que não, e que isso acontecia comigo com frequência. Então ele teve que intervir para ex-plicar aos Haitianos nervosos que eu não era quem eles pensavam. Traduziu depois para mim o que a vozearia estava a dizer e entendi aí até que ponto eles estavam chateados. Mesmo depois de partirmos, ainda pude ver, do barco na água do mar, de longe, que ficaram decepcionados porque realmente não acreditavam que eu não era o Jimmy. Contei isso ao próprio Jimmy algumas horas depois e rimos muito, porque estávamos acostumados a essas cenas, seja no Festival de Cannes, em Paris, em Londres ou nas ruas de Nova Iorque. Mas a parte mais surpreendente sobre essa parecença aconteceu num desses dias em que Jimmy estava na televisão francesa e eu disse à minha mãe: “Olha mamã, estou na TV!” Para a minha grande surpresa, ela ficou parada na frente da tela durante alguns segundos, analisando cuidadosamente as imagens, e depois disse-me, depois de colocar os dois dedos pensativos da sua mão direita no queixo: “Mas essa não é a tua voz!”. Portanto, é importante não esquecermos essa parte de nós que foi arrancada e deportada. O nosso reencontro é inexorável, pois temos muito em comum além da história trágica e da nossa odisseia, basta assistir Black Is King, o novo filme de Beyoncé para entender. E quando

essa parte voltar a comungar verdadeiramente com a Mãe África, a mãe da sua cultura e da civilização que desenvolveu lá longe, da qual poderá receber a sua verdadeira regeneração, isso tornar-nos-á, todos, mais fortes, como os Judeus em relação a Israel. Essa presença de uma parte de nós, que é também palpável e visível no Brasil e em toda a América Latina, busca agora cada vez mais a comunhão com a terra dos seus ancestrais. Ela também virá destes bairros de Guadalupe que ainda têm os nossos nomes e seguirá o som das palavras que os Jamaicanos usam na sua língua e que ecoam no meu Kikongo de Mbanza-aKongo. E também me pergunto como lidaremos com os milhares de outros que foram deportados para São Tomé. Porque, por exemplo, e em outro registro, quando o rei Pedro I do Kongo, sucessor de D. Afonso I, foi derrubado do trono em 1545 por seu sobrinho D. Diogo, filho de sua irmã Nzinga, Rodrigo de Santa Maria, seu irmão, exilouse em São Tomé e nunca mais voltou. Como um bom mukongo, certamente transmitiu as suas origens e a sua história aos seus descendentes. Se houver sobreviventes, provavelmente ainda sabem disso. Que história! Ricardo Vita é Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Público (Portugal), cofundador do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.


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Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020

Taxas de Câmbio dos Bancos Comerciais Sexta-Feira, 07 de Agosto de 2020

Taxa de Câmbio Actual Compra

Venda

BANCOS COMERCIAIS

USD/KZ

EUR/KZ

USD/KZ

EUR/KZ

Banco de Negócios Internacional - (BNI)

568,042

672,959

608,617

721,028

Banco Keve - (BKEVE)

568,042

672,362

608,617

720,388

VTB África - (VTB)

575,710

682,044

605,949

717,868

Banco Económico - (BE)

585,320

692,810

605,920

717,200

Banco de Fomento Angola - (BFA)

579,640

686,080

605,720

716,960

Finibanco Angola - (FNB)

568,040

672,360

605,720

720,390

Standard Bank Angola - (SBA)

575,385

678,609

605,305

713,897

Banco BAI Microfinanças - (BMF)

585,931

694,027

605,021

716,639

Banco Comercial Angolano - (BCA)

581,200

688,150

604,570

715,810

Banco Comércio e Indústria - (BCI)

569,420

671,580

604,360

712,780

Banco Caixa Angola - (BCGA)

581,140

685,400

603,030

711,220

Banco Angolano de Investimentos - (BAI)

590,760

699,260

602,820

713,530

Banco da China Limitada - Sucursal - (BOCLB)

556,450

658,640

602,820

713,530

Banco Prestígio - (BPG)

577,030

683,600

602,820

714,160

Banco Sol - (BSOL)

573,840

679,220

602,820

713,530

Banco Comercial do Huambo - (BCH)

592,080

698,300

600,920

708,720

Banco de Poupança e Crédito - (BPC)

563,877

665,037

600,127

708,468

Banco BIC - (BIC)

575,290

680,940

599,920

710,100

Banco Valor - (BVB)

556,390

661,560

599,140

712,400

Standard Chartered Bank Angola - (SCBA)

562,360

665,640

597,140

706,800

Banco Millenium Atlântico - (ATL)

576,740

682,650

597,020

706,670

Banco Yetu - (YETU)

579,640

686,080

597,020

710,100

Banco de Investimento Rural - (BIR)

575,390

678,610

595,520

702,360

Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA)

572,510

677,260

594,920

713,620

Banco Kwanza Invest - (BKI)

566,590

671,240

591,230

700,430

Banco de Crédito do Sul - (BCS)

579,640

686,080

588,480

696,550

Taxa Média dos Bancos Comerciais

574,479

679,635

601,367

712,121 Fonte: BNA

Caso necessite de moeda estrangeira, dirija-se sempre aos bancos comerciais ou às casas de câmbio autorizadas. Não realize operações de compra ou venda de moeda estrangeira na rua/mercado informal, pois tal acarreta muitos riscos e é ilegal.

Imunidade à Covid-19 dura poucos meses, diz estudo britânico

U

m estudo realizado pela King’s College de Londres, no Reino Unido, mostrou que a imunidade ao novo Coronavírus (Sars-CoV-2) pode durar apenas alguns meses, com um risco de uma nova contaminação. Os resultados foram divulgados pelo jornal “The Guardian”.

Coronavírus pode agir como aquele que causa a gripe comum em que, ano após ano, é possível ser infectado novamente. A hipótese ainda precisa de novos testes para a comprovação, mas deve ser levada em consideração.

Três meses depois da contaminação, apenas 17% daqueles que contraíram o vírus ainda apresentavam a mesma potência de resposta imunitária. Em alguns casos, os contaminados não apresentavam nenhum tipo de reação.

Em entrevista ao jornal britânico, a responsável pelo estudo, Katie Doores, afirma que, se comprovados, os resultados mostram que também no caso de uma futura vacina isso pode acontecer. “Se a infecção gera níveis de anticorpos assim limitados pelo tempo, também a duração do efeito da vacina terá uma duração limitada. Assim, as pessoas precisarão de tomar reforço”, destacou Doores. Ou seja, é muito provável que apenas uma dose da vacina não seja suficiente para a protecção. Apesar de percentuais bem diferentes, um estudo feito em três etapas pela Espanha para avaliar o nível de exposição dos cidadãos à Covid-19 também mostrou que 14% dos mais de 68 mil testados não tinham mais nenhum tipo de resposta imunológica entre o primeiro e o terceiro testes.

Assim, as conclusões dos cientistas mostram que o novo

ANSA

A pesquisa analisou casos de cerca de 90 pessoas, entre pacientes e funcionários, de dois hospitais de Londres que testaram positivo para a Covid-19. A análise laboratorial mostrou que os níveis de anticorpos atingem o máximo cerca de três semanas após a infecção e começam a diminuir gradativamente, enfraquecendo assim a resposta do corpo.


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