“Agro-negócio precisa de investimento forte” O presidente da Rede Camponesa de Angola, Gentil Viana, defende maiores investimentos na agro-indústria para que não se estraguem muitos alimentos por falta de escoamento. Para Viana, a cadeia produtiva precisa de funcionar em pleno. P. 18
Maianga lidera número de casos da Covid-19 com 16 por cento O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, anunciou, ontem, a infecção de mais 27 pessoas e duas mortes por Coronavírus, todos em Luanda. Revelou também que o município da Maianga é o mais afectado com 16 por cento dos casos activos. Belas tem 14 por cento. P. 9 www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @jornalopaís facebook/opaís.angola
Coordenador: Daniel Costa
O diário da Nova Angola
Edição n.º 1932 Segunda-feira, 17/08/2020 @jornalopais Preço: 40 Kz
CARLOS MOCO
Especialista defende diferenciação de mortes ‘por’ e ‘de’ Covid-19 l Especialista em microbiologia médica e vigilância
Benguela aguarda autorização para distribuir carapau apreendido Economia: As mil e duzentas toneladas de carapau apreendidas
em Julho do corrente em duas embarcações ucranianas, na cidade do Lobito, a favor do Estado, continuam a aguardar por orientação do Ministério da Agricultura e Pescas, para que se dê o destino final, informou ontem, Domingo, o director provincial do pelouro em Benguela, José Gomes, segundo a Angop. P. 19
epidemiológica, Euclides Sacomboio defende que o conceito que se tem observado para tratar ‘mortes por Covid’ e ‘de Covid’ deve ser abandonado, porque causa muitos problemas, em termos de interpretação e está a minimizar a gravidade da doença. P. 10
Jovem gravemente Substituto de Pedro doente “resgatado” Godinho é conhecido pela Associação 100% em Outubro Humano l Dois candidatos, Zeca l Insuficiência respiratória,
infecção pulmonar, diabetes, desnutrição severa e membros paralisados são algumas das patologias de que padece Lemos José Cassange. P.12
Venâncio, vice-presidente do elenco cessante, e José Amaral, antigo praticante, já manifestaram oficialmente a intenção de concorrer à presidência da Federação Angolana de Andebol. P. 27
EM FOCO
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O PAÍS Sábado, 15 de Agosto de 2020
ACTUALIZAÇÃO COVID-19 Diária sobre o Coronavírus A partir do Centro de Imprensa Aníbal de Melo
Maianga lidera número de casos da Covid-19 com 16 por cento
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O PAÍS
Sábado, 15 de Agosto de 2020
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lativo de 1.906 casos até hoje registados, podemos tirar as seguintes ilações: Maianga passa a liderar o quadro com 16 por cento dos casos”, afirmou. Por outro lado, Franco Mufinda disse que a seguir estão o Belas com 14 por cento, as Ingombotas com 12 , Talatona 11, Viana 10 e o restante está repartido nas diferentes localidades.
O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, anunciou, ontem, em Luanda, a infecção de mais 27 pessoas e duas mortes por Coronavírus, todos da província de Luanda. Por outro lado, revelou que o município da Maianga é o mais afectado com 16 por cento dos casos activos e depois o de Belas com 14
País com mais de 49 mil amostras processadas por RT-PCR O governante explicou que em termos laboratoriais, em análises da biologia molecular por RT-PCR, o país processou, nas últimas 24 horas, 290 amostras, dos quais 27 foram positivas. Existe um acumulado de 49.385 amostras processadas até a presente data, sendo 1.906 positivas. Franco Mufinda disse, por outro lado, que, no período em referência, 11 pessoas receberam altas: oito na província do Cuando Cubango, uma de cada no Cuanza Sul, Uíge e Malanje. O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) teve, nas últimas 24 horas, um registo de 46 chamadas, das quais uma denuncia de violação da cerca sanitária e 45 pedidos de informação sobre a Covid-19. Entre as actividades realizadas por províncias, o Bié, Huambo, Lunda Sul e Cuanza Sul reportaram actividades atinentes ao envio de amostras na província de Luanda para feitura da biologia molecular, bem como a realização de formação, comunicação e educação no seio da comunidade sobre a Covid-19.
Texto de Maria Teixeira fotos de Nambi Wanderley
Franco Mufinda, secretário de Estado da Saúde Pública
A
s autoridades sanitárias registaram, nas últimas 24 horas, 27 novos infectados e dois óbitos. Os infectados têm entre 14 e 86 anos, dos quais 21 são do sexo masculino e seis do feminino. Franco Mufinda, que falava na habitual apresentação diária do balanço da situação epidemiológica no país, informou também que não houve nenhum caso recuperação. No entanto, mais duas pessoas perderam a vida em consequência da Covid-19. Trata-se de duas duas cidadãs angolanas, uma com 56 e outra 76 anos. As mortes ocorreram em Luanda. Quanto às localidades em que estão os 27 novos infectados da província de Luanda, o responsável esclareceu que são os municípios da Samba, Maianga, Belas, Kilamba Kiaxi e Cazenga. Com estes novos casos, o país tem um total de 1.906 casos confirmados, com 628 recuperados, 88 mortos e 1.190 activos, dos quais quatro estão em estado crítico com ventilação mecânica invasiva, 25 em estado grave, 25 moderado, 20 com sintomas leves e 1.116 assintomáticos. “Olhando a realidade de Luanda no tocante a este cumu-
Isolamento domiciliar depende da aceitação dos demais membros da família Franco Mufinda recordou o início do processo de descentralização da quarentena domiciliar e o isolamento domiciliar que começou no passado dia 15 do corrente mês, sublinhando que só vai para este tipo de quarentena as pessoas que regressam ao país na con-
dição de angolano e expatriados residentes no país. Por outro lado, recordou que os expatriados não residentes farão a quarentena institucional com seguimento das entidades sanitárias públicas até completarem os sete dias para terem acesso a alta. No entanto, frisou que o isolamento será feito à pessoa que tenha evidência do SARSCoV-2, com a garantia das condições criadas, como um quarto privado com arejamento e
aceitação dos demais elementos da família que devem concordar. “Caso não haja concordância, temos os nossos centros no Calumbo para poder dar continuidade de isolamento e tratamento”, esclareceu. Sublinhando que todo o acompanhamento será feito pelas brigadas de vigilâncias comunitária que a todo momento vão depender das administrações que serão criadas por elas.
4 destaques política. PÁG. 8 UNITA denúncia aumento de fome nos Gambos, Chongorói e Caimbambo, em Benguela
SOCIEDADE PÁG.10 Especialista defende diferenciação de mortes por e de Covid-19
o editorial
O PAÍS Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
hoje: os números do dia
PIIM
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cartaz. PÁG. 14 Editora Palavra & Arte no Cunene lança hoje “Trilha dos Inadaptados” em formato E-book
Economia. PÁG. 18 “Agro-negócio
precisa de investimento forte”, afirma Gentil Viana
partir do Lóvua, o mais novo município do país, situado na Lunda-Norte, surgiram informações de que a administração local preferiu romper com os contratos de fiscalização de obras com duas empresas aí estabelecidas. Os contratados nem punham os pés nas obras. Ontem, por intermédio do governador do Bié, Pereira Alfredo, ficou-se também a saber que nesta província serão rescindidos outros contratos na sequência de incumprimentos por parte de empreiteiros. O Programa de Intervenção Integrada nos Municípios, vulgo PIIM, tem o mérito de numa escala alargada permitir a reabilitação de diversas infraestruturas em quase todo o território nacional. Trata-se de um ganho imensurável se tivermos em conta a situação em determinadas localidades do país. Só que o número de infraestruturas em curso fizeram também com que se aproveitasse, igualmente, o momento para a introdução de empresas sem qualquer histórico no sector, sobretudo na construção de grandes infraestruturas. O mesmo acontece na fiscalização. Um olhar atento aos nomes de alguns dos contemplados leva-nos logo a concluir que muitas destas empresas dificilmente passariam se se optasse por um maior rigor em relação aos contratos. O problema do PIIM poderá não ser a falta de dinheiro para a sua implementação, mas sim as empresas contratadas sem grande experiência para que nos possamos orgulhar das obras em curso.
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o que foi dito “ MUNDO. PÁG. 22 Primeira-dama Michelle Bolsonaro anuncia que não está mais com Covid-19
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Esta é a semana perfeita para convencer Messi. É um jogador que vejo com naturalidade a jogar no Manchester United ou no City”
Graeme Souness Cronista do jornal “Times”
Vamos rescindir contratos com empreitadas que apresentem obras sem a qualidade exigida, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção Municipal (PIIM)”
Pereira Alfredo Governador da província do Bié
Mil e 775 toneladas de produtos diversos foram colhidas até Julho, no âmbito da campanha agrícola 2019/2020, das 13 mil toneladas previstas, no município dos Gambos, província da Huíla. Centros de Acção Social Integrada, destinados a atender famílias cadastradas e sem documentos de identificação, serão equipados com meios tecnológicos e motorizadas, em todo país.
Brigadistas distribuídos em 23 equipas de recolha de dados, iniciaram ontem, na província da Huíla, o processo de Recenseamento Agro-Pecuário e Pescas (RAPP 2019/2020). Jovens conseguiram o primeiro emprego no Gabinete Provincial do Instituto Nacional de Estatística (INE) do Moxico, no âmbito do programa de Recenseamento Agro-Pecuário e Pescas (RAPP).
“
Temos muito respeito pelo Shakhtar, é a equipa mais forte que defrontámos nesta competição da Liga Europa” Antonio Conte Treinador do Inter de Milão
O PAÍS
Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
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e assim...
Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o cientista político Lutina Santos, que apresentou ontem, 07 de Agosto, em Luanda, o livro ‘Competição Política-A Guerra pelo Poder’
www.opais.co.ao Minsk (Bielorrússia) Na maior onda de protestos no país, funcionários públicos são coagidos a estar presentes sob pena de perder o emprego e os opositores ao regime encheram as ruas, onde marcham pela liberdade(DR)
o que vai acontecer Cultura O documentário da produtora Geração 80, que contou com o apoio do Banco Económico, tem sido aplaudido nos países onde foi exibido. O prémio para o qual a realizadora Kamy Lara está nomeada tem como objectivo reconhecer e incentivar mulheres africanas a contarem histórias dos seus países e da sua realidade através do formato documentário. “Para lá dos meus passos” vai estar em exibição no Encounters Film Festival 2020, edição online, com programação parcialmente gratuita de 20 a 30 de Agosto.
Futebol A eleição na FAFpara o ciclo 2020/24, realiza-se no dia 14 de Novembro, e os resultados escrutinados são divulgados no mesmo dia, em horário a indicar pela Comissão Eleitoral indicada, ontem, por deliberação da Assembleia-Geral Ordinária, realizada na sede da instituição, na Urbanização Nova Vida, em Luanda, através de vídeo-conferência. A Comissão Eleitoral indicada é constituída por Olinda dos Santos França (presidente), Gilberto Magalhães (secretário) e Domingos Torres “Didi” (escrutinador).
Atletismo A reorganização administrativa da Federação Angolana de Atletismo (FAA) e a atenção às Associações Provinciais e clubes constam das prioridades do programa de acção do novo candidato à presidência Adriano Nunes, para o ciclo olímpico 2020/24, a ser apresentado Quartafeira, às 10h00, no Complexo da Cidadela, em Luanda. O ex-director técnico da Federação e da São Silvestre de Luanda vai privilegiar também o relacionamento com os organismos nacionais e internacionais, visando o desenvolvimento da modalidade no país.
Dani Costa Coordenador
Números assustadores
T
odos os Domingos, religiosamente, vejo o Pequenas Empresas & Grandes Negócios, um programa sobre empreendedorismo exibido pela Globo. Às Quintas-feiras, há um outro espaço, na RTP África, o ‘Pérolas do Oceano’, que traz a realidade sobre a mesma temática no continente africano, demonstrando o que tem sido feito por gente anónima nas economias dos PALOP. São vários os exemplos que nos chegam. Jovens, entre mulheres e homens, diariamente mudam as suas vidas e a de outras pessoas investindo em sectores como a agricultura, pesca, turismo e indústria. Tanto a experiência transmitida a partir do Brasil e nos PALOP apresentam uma sociedade de gente resiliente que, aos poucos, não só influencia, como também fortalece aquilo que chamamos de sector privado. O excessivo providencialismo fez com que crescêssemos com o sentimento de que depois de nos formarmos encontraríamos um emprego no sector estatal ou que só se consegue estabilidade sob a capa do Estado. Quem fizer um estudo para saber quantos criaram as suas próprias empresas depois de terem passado pela universidade ficaria assustado. Existem bons exemplos. Mas o número é reduzido. A maioria nasce, cresce e seguramente que irá morrer com a percepção de que só existe vida no sector público. A correria que vemos quando há concursos públicos não está só associado à necessidade de se encontrar um posto de trabalho, mas sobretudo pelas facilidades que o sector público oferece. Muito do que se vive ainda em muitas empresas públicas não seria tolerado no sector privado. Os números mais recentes do Instituto de Estatística indicam que a taxa de desemprego no segundo trimestre de 2020 em Angola aumentou 4% face ao período homólogo do ano passado, estimando-se em 32,7% e em cerca de 4,7 milhões de desempregados. Quando surgem números como estes, a primeira ideia é fazer-se uma colagem à promessa do Presidente do MPLA, João Lourenço, durante a campanha eleitoral de que iria criar 500 mil postos de trabalho. Mas a crise é conjuntural. Até na América e naEuropaescasseiamospostosdetrabalho. Por isso, só um milagre nos vai possibilitar atingir tal cifra ou números aproximados, daí a necessidade de nos reiventarmos. Há mais vida para além do próprio Estado e os jovens têm de participar. O necessário é que se forme, financie e criem condições para que os jovens ajudem a reverter os números assombrosos.
6 Comissão de Gestão da empresa Media Nova, S.A Coordenador Geral Pedro Neto Coordenador para o Jornal OPAÍS Daniel Costa Coordenador para a Rádio Mais Cristiano Barros Cordenadora para os Assuntos Jurídicos Alda Moniz Cordenador para Administração e Finanças Álvaro Fernão Coordenadora para a Área Comercial e Marketing Aleck Dias Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
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Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
no tempo do kaparandanda
1976
17 de Agosto de - Violento tremor de terra na ilha de Mindanao (Filipinas) causa oito mil mortos
17 de Agosto de
1977
- Os quebragelos atómico soviético “Arktik” alcança, pela primeira vez, o pólo norte geográfico
opaís Coordenador: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao (Editor) Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Alberto Bambi, Augusto Nunes, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela), Maria Custódia e Adjelson Coimbra. Arte: Valério Vunda (Coordenador adjunto), Ladislau Bernardo, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento)
O PAÍS
1999
17 de Agosto de – O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, afirma, em Maputo, Moçambique, que não há nada para negociar com a UNITA, mas sim, há que se fazer cumprir o que foi negociado, sobretudo, o referente ao desarmamento das suas forças
“Com a arte pode-se produzir mil tecidos e mil roupas, mas antes a natureza teve de produzir o homem” – DAVID HUME (1711-1776) - filosofo escocês.
carta do leitor
Cadê a primeira fase das obras da estrada do Calemba pedro nicodemos
Saudações! Depois de aproximadamente um mês e meio que o ministro das Obras Pública e Ordenamento do Território, Manuel Tavares de Almeida, ter garantido que já foram disponibilizadas as verbas, de cerca de 186 milhões de kwanzas, para o inicio da primeira fase das obras da estrada do Calemba 2 vs Camama e viceversa. A verdade, é que até agora não vejo nenhum sinal. Senhor ministro, ouve bem! Não estou apressado em ver as obras arrancarem, até deveria estar porque o meu carro está ficar totalmente partido, mas estou preocupado com o tempo de chuva, segundo o INAMET arrancou oficialmente a
15 deste mês. Assim, a empresa que vai reabilitar a estrada trabalha melhor com piso molhado, ou seja, com lama. Epá! Não, ainda, acredito na incompetência dos engenheiros que ignoraram o cacim-
bo para labutar debaixo da chuva. Espero, entretanto, não estar enganado com a qualidade do vosso material que vão utilizar durante as fortes chuvas que a cidade capital espera.
Como morador daquele bairro, acho urgente começarem com as obras para evitarem o pior na estrada. Quem avisa amigo é!!! Luís Francisco Calemba 2/Luanda
Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754
POLÍTICA
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O PAÍS
Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
UNITA denúncia aumento de fome nos Gambos, Chongoroi e Caimbambo, em Benguela CARLOS AUGUSTO
O
Para fugir a fome, muitas famílias estão a ser forçadas a emigrar para o centro da província, enfrentado o perigo de vierem a ser infectadas com a Covid-19, a julgar pelo número de casos positivos já registados Domingos Bento
O
secretário provincial da UNITA, em Benguela, Abílio Kaunda, disse, ontem, a OPAIS, que os municípios dos Gambos, Chongorói e Caimbambo têm sido devastados pelo aumento de casos de fome que está a atingir centenas de famílias locais. Segundo o político, as populações desta região têm vivido, nos últimos dias, num verdadeiro aperto de fome que está a provocar sérios problemas de saúde e de estabilidade social. Na sua denúncia, Abílio Kaunda disse que a grande maioria das populações afectadas pela fome são componeses. Porém, com o problema de estiagem que afecta as regiões e com graves consequência para o gado, a situação tem se revelado crítica. “Há gado a morrer, porque não há água. As pessoas não conseguem cultivar, porque estás zonas têm graves problemas de chuva. É uma dificuldade tremenda que deve ser vista com a maior urgência”, apontou. Ainda segundo o político, devido à fome, há muitas famílias a emigrarem para o centro da província, enfrentado o perigo de virem a ser infectados com a Covid-19, a julgar pelo número
Dom Maurício Camuto ordenado bispo da Diocese de Caxito
de casos positivos que existem. “Diante da fome, as famílias não têm outra saída senão correr para o centro. É um problema grave e que nos entristece”, deplorou o político. Diante da situação, antes que se registe o pior, Abílio Kaunda disse ser necessário que se crie urgente políticas públicas para acudir as populações afectadas pela fome nas regiões dos Gambos, Chongoroi e Caimbambo. “Se as pessoas têm fome é porque as políticas públicas estão a falhar. Agora é preciso concertar antes que não venha a acontecer o pior”, frisou, tendo acrescentado ainda que nesta situação de fome os mais afectados são as crianças, idosos e mulheres. “Esse grupo de pessoas é o mais vulnerável e que dificilmente consegue se mover dada a sua condiçãl social. É pre-
ciso que se faça um trabalho sério com as comunidades locais e com as diferentes organiza-
ADRA local diz que é um problema geral Já a directora da Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) em Benguela, Célia Sampaio, fez saber que o aumento dos casos de fome é um problema que atinge a província toda. Segundo a responsável, a situação ficou mais agravada com a limitação do funcionamento dos mercados e praças em função das medidas de prevenção e combate à Covid-19. Conforme disse, grande parte das famílias locais têm
ções da sociedade civil para se encontrarem as melhores soluções”, defendeu.
a actividade informal como sustento e com as limitações impostas vêm-se com muitas dificuldades para se alimentar. Segundo Célia Sampaio, uma das saídas para melhorar o quadro a nível local passa pela potencialização das famílias, mediante a distribuição de kits e ferramentas de trabalho para criarem sustentabilidade e independência financeira. “Achamos que se ficar apenas pelas doações, como tem acontecido, o problema não será resolvido”, apontou.
novo bispo da Diocese de Caxito, província do Bengo, dom Maurício Camuto, foi ordenado ontem, Domingo, num acto orientado pelo presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), dom Filomeno Vieira Dias, segundo a Angop. O evento realizado no estádio municipal do Dande, na província do Bengo, contou com a presença do bispo de Benguela, dom António Jaca, fundador da Diocese de Caxito, membros do governo local, representantes da sociedade civil e milhares de fiéis católicos. Na ocasião, dom Filomeno Vieira Dias lembrou a dom Maurício Camuto que o episcopado é um serviço, não uma honra, porque ao bispo compete mais servir do que orientar. O bispo de Benguela, dom António Jaca, a quem dom Maurício Camuto sucede no Bengo, disse sentir-se feliz e sossegado por deixar a Diocese de Caxito em boas mãos. Na sua intervenção, dom Maurício Camuto, fez saber que chega para esta missão com o coração cheio de amor e pronto para servir os fiéis de Caxito. Por seu turno, a governadora da província do Bengo, Mara Quiosa, salientou que as autoridades da região sempre contaram e continuarão a contar com o apoio da Igreja Católica, principalmente em sectores como a Educação, Saúde, e assistência às famílias mais vulneráveis. Referiu que a moralização da sociedade é um desafio assumido pelo Estado e as igrejas têm dado passos significativos para o alcance deste objectivo, através do fortalecimento da fé e do resgate de valores morais no seio das famílias. O padre Maurício Agostinho Camuto foi nomeado, em Junho deste ano, bispo da Diocese de Caxito, pelo Papa Francisco. Até a sua nomeação, o padre Maurício Camuto desempenhava a função de director da Rádio Eclésia.
O PAÍS Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
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Sociedade civil exige Justiça no escândalo financeiro para a produção do hino dos 45 anos da Independência Integrantes da sociedade civil defendem que é preciso responsabilizar os envolvidos que assinaram o contrato milionário para a produção do hino de celebração dos 45 anos da Independência Nacional, numa altura em que o país se debate com sérios problemas no tecido social Neusa Filipe
A
alegada assinatura de um contrato avaliado em 148,3 milhões de Kwanzas, para a criação do hino de celebração dos 45 anos de Independência Nacional, está a indignar vários segmentos da sociedade civil que repudiam a atitude e apelam maior responsabilidade e transparência na gestão da coisa pública. Para o presidente da Associação Mãos Livres, Salvador Freire, é necessário a actuação dos orgãos de justiça no escândalo financeiro que envolve a produção do hino de celebração dos 45 anos de Independência Nacional, a ser comemorado a 11 de Novembro. Falando a OPAÍS, Salvador Freire considera a assinatura do referido contrato um acto de grande irresponsabilidade por parte das pessoas directamente envolvidas no processo. O caso, que chocou a sociedade, foi tornado público na última Sexta-feira, pelo Novo Jornal, revelando que a empresa do músico Big Nelo terá ganho um concurso público avaliado em 148 milhões de Kwanzas para a produção do hino que visa celebrar os 45 anos de Independência Nacional.
Para o também jurista, o assunto deve ser muito bem investigado e os culpados responsabilizados, tendo repudiado veementemente atitudes como esta de “esbanjamento de dinheiro sem cabimento, numa altura em que o país vive problemas cada vez mais preocupantes”. “ Infelizmente, continuam as forças contrárias que tudo fazem para poder sacar dinheiro de forma enganosa e incorrecta. Eu acho que não havia necessidade de um hino custar 148 milhões de Kwanzas, enquanto precisamos de medicamentos para os hospitais. Enquanto precisamos dar de comer às pessoas que estão a morrer de fome e que estão a comer nos contentores de lixo”, deplora. Para Salvador Freire, esta atitude não é correcta e nem viável para o Executivo, sobretudo para as pessoas directamente envolvidas no processo. O jurista entende ainda que a estrutura de um hino devia ser alocada a pessoas idóneas, com capacidade e que conhecem bem a cultura angolana. “Não é uma produtora ou um Big Nelo que vai fazer com que as pessoas, de um dia para o outro, consigam arrecadar 148 milhões de Kwanzas. Devíamos evitar actos como esses que prejudicam a sociedade. Não houve um concurso público nem nada, os artistas não foram tidos nem achados pa-
ra as pessoas alocarem 148 milhões desta forma. Continuamos, infelizmente, a ter um Executivo que não ouve as pessoas”, lamentou Prioridades continuam a ser o supérfluo e o imediatismo Já o jornalista Ismael Mateus entende que a polémica da música dos 45 anos da independência tem contornos mais preocupantes do que a importante questão do dinheiro. Uma das questões, apontou, é a reflexão da ordem de prioridades do país. Segundo o também membro do Conselho da República, 45 anos de independência e as prioridades do país continuam a ser o supérfluo e o imediatismo. “ Estes valores, por exemplo, teriam muito mais valia se aplicados em projectos sustentados e gerado-
res de conhecimento e lucro. Angola acaba de perder o Waldemar Bastos e Carlos Burity, só para citar estes. E se alguem quisesse fazer um trabalho sobre toda a historia musical destes monstros, que mal conhecemos, não teria apoio”, lamentou. Para Isamel Mateus, uma música comemorativa tem um valor meramente simbólico, que se vai perder uma semana depois. “Nao dará frutos nem nenhum outro valor acrescido à musica angolana.Por outro lado, destacamos a fraca consciência crítica da nossa sociedade. Vamos longe dos tempos do unanimismo e ainda bem. No entanto, é preocupante ver como a opinião pública se divide em relação a matérias que deveriam ser de princípios”, apontou. O também docente universitário
refere que, facilmente confundese principios com pessoas, pedidos de clarificação e esclarecimento com perseguição e, nalguns casos, a defesa dos argumentos muda conforme a relação pessoal que se tenha com os envolvidos. “E ao invés de discutirmos o essencial nos perdemos em quezílias absurdas ou em defesas igualmente absurdas. O fim dessas opções também passa muito pelo aumento da consciência crítica e da capacidade de indignação da sociedade. Assim realmente fica dificil crescer”, deplorou. Fazer uso racional dos recursos Por seu lado, o director-geral da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Carlos Cambuta, considera que em tempos de Covid-19 e da actual conjuntura económica é importante que, no plano da gestão pública, se faça o uso racional dos parcos recursos disponíveis para questões mais determinantes. “É verdade que a produção de um hino para a celebração dos 45 anos de Independência Nacional não deixa de ser importante, mas temos questões mais prioritárias. É importante, nesse momento, canalizarmos recursos para a saúde e para a educação”, tendo acrescentado ainda que “lembremos que as aulas não estão a retomar porque as escolas não estão em condições”, disse. De acordo ainda com Carlos Cambuta, a ser verdade todo este processo, há necessidade de se rever a decisão que foi tomada, sob pena de o país continuar com a cultura de esbanjamento
SADC valoriza empenho dos Estados membros no combate à Covid-19
O
presidente em exercício da SADC, o tanzaniano John Magufuli, valorizou os esforços dos países membros da organização no combate à Covid-19, acções que têm permitido reduzir o impacto da doença na região. Segundo uma nota da organização, por ocasião do 17 de Agosto, dia da criação da SADC, o também presidente da República Unida da Tanzânia enviou condolências às famílias que perderam entes-queridos devido ao
novo coronavírus e desejou rápida recuperação aos doentes de Covid-19. Segundo o responsável, os estados membros da SADC tomaram as devidas medidas para combater a Covid-19 e por esses esforços conjugados foi possível reduzir o impacto da pandemia na região. Segundo o responsável, as estratégias adoptadas pelos estados membros da SADC para travar a Covid-19 permitiram que os países da região continuassem a implementar os seus programas
e projectos regionais. Afirmou que os países da SADC continuam ainda a executar o Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP), cuja validade expira este ano, ao mesmo tempo que iniciam a formulação do novo programa para os próximos 30 anos. Apelou aos estados membros da SADC no sentido de continuarem a trabalhar juntos não só na superação dos impactos da Covid-19, mas também na preparação para a situação pós-pandemia.
Realçou, por outro lado, o papel dos presidentes membros fundadores da SADC pela iniciativa histórica de formar a organização, com o objectivo de servir de vanguarda às aspirações de liberdade, unidade e solidariedade dos povos e governos da região. Homenageou os presidentes fundadores da organização já falecidos, pelo seu empenho em prol da causa da SADC. John Magufuli assumiu a presidência da SADC a 17 de Agosto de 2019.
Comemora-se a 17 de Agosto o aniversário da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), instituída em 1992, sucedendo a Conferência de Coordenação da África Austral, em consequência das alterações verificadas no quadro político-social da região, até então existente. Integram a SADC Angola, África do Sul, Botswana, RDC, Comores, eSwatini, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
sociedade
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O PAÍS
Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
Especialista defende diferenciação de mortes por e de Covid-19 O especialista em microbiologia médica e em vigilância epidemiológica, Euclides Sacomboio, defende que o conceito que se tem observado para tratar “mortes por Covid e de Covid” devem ser abandonados, porque causam muitos problemas, em termos de interpretação e está a minimizar a gravidade da doença Texto de Maria Teixeira fotos de Nambi Wanderley
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m entrevista a OPAÍS, Euclides Sacomboio advoga a necessidade de a Comissão Multissectorial diferenciar os dados dos pacientes de Covid-19 que morreram em consequência desta doença daqueles que morreram de outras, consideradas, mas que também estavam internados por causa desta pandemia. “Há paciente que morreu por hipertensão, mas também tinha Covid. Só que ele, não pode entrar na estatística de Covid tem de entrar na estatística de hipertensão. A partir do momento que ele entra na estatística de Covid, ele morreu por Covid. Então há uma necessidade desses termos serem adequados”, detalhou o professor doutor em Ciências da Saúde, mestre em Química e Biologia Molecular. No seu entender, a terminologia “morreu com Covid ou morreu de Covid” devia ser abandonada. Explicou que uma pessoa que vive com hipertensão há 10 e até 20 anos, vive com hipertensão. Às vezes vive com tuberculose que mesmo a fazer o tratamento já não curarase , mas continuam a viver com isso. Outras com HIV, anemia falciforme. “Essa pessoa se morrer após adquirir Covid, não pode dizer que morreu com Covid. Ele morreu por Covid. A Covid foi a patologia que levou à morte do paciente, porque ele conseguia viver com a doença anterior, mas com a associação à Covid, não conseguiu”, explicou. O especialista em vigilância epidemiológica disse que, estatisticamente falando, quando se diz morreram X pessoas de Covid, significa que estas pessoas morreram por Covid independentemente de terem ou não outra patologia.
“É um termo que eu acho que podia ser reanalisado. Precisamos acabar com esse termo, porque está a causar muitos problemas em termos de interpretação e também está a retirar a gravidade da doença. As pessoas não pensam que a Covid seja grave, pensam que só é grave se for hipertenso, diabético”, disse. Tendo em conta que têm ocorrido mortes de pessoas de diferentes idades, estratos e condições sociais, bem como diferentes condições epidemiológicas, o especialista considera ser fundamental diferenciar. “Há uma necessidade, principalmente a partir da Comissão Multissectorial e do próprio Ministério da Saúde, de tentarem encontrar uma forma de excluir esses termos `morte com e morte de´. Todas as mortes que foram anunciadas por Covid são porque os pacientes morreram por Covid independentemente da condição anterior”, explicou. Para sustentar a sua tese, explicou que há pessoas que fazem hemodiálise há 15 anos e conseguem viver com a insuficiência renal. “Agora se apanhou Covid, ontem, e depois de amanhã morrer, não podemos dizer que morreu por insuficiência renal. Estamos a tirar a responsabilidade das mortes pela doença”, afirmou. “É preciso que as pessoas estejam esclarecidas” O professor doutor (PhD) em Ciências da Saúde Euclides Sacomboio adverte que como o país está numa situação de pandemia “é preciso que as pessoas estejam esclarecidas”, ou seja, que tenham uma ideia do que está a acontecer. No seu ponto de vista, alguns dos termos que têm sido utilizados, além de confundir tiram também credibilidade de quem apresenta essas informações. O mestre em Química e Biolo-
Dr.Euclides Sacomboio.
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gia Molecular disse que a partir do momento em que a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, diz que os pacientes morreram “com Covid mas não de Covid”, a população se pergunta se as pessoas podem morrer por Covid. E aí causa um problema de ideologia. “As pessoas começam a pensar que a Covid não mata, o que matou é a hipertensão. Razão pela qual, muita gente vinha a defender o regresso da normalidade já que, as pessoas não estão a morrer por Covid, mas por causa desses aspectos”, aconselhou. Para fundamentar, disse que existem condições que se pode dizer que a morte foi por uma doença ou com outra doença. E quando se diz morte por outra
doença, tem de se dizer a causa da mesma. “Nós temos diferentes níveis de literacia na população” Euclides Sacomboio é de opinião que todos esses aspectos precisam ser cuidadosamente clarificados à população, uma vez que a mesma é constituída por diferentes níveis de literacia. Segundo o especialista, há casos, por exemplo, em que, um paciente tem HIV mas morre porque apanhou um tuberculose. Então dizem que o paciente morreu por tuberculose com HIV. “Neste caso, não foi o HIV que o matou porque como doença não mata um doente, o que mata são as doenças oportunis-
11 tas”, frisou. Disse que no caso da Covid é diferente por se estar a falar de pessoas que vivem com uma doença e há anos conseguem lidar com a mesma, mas, em contra partida, por algum motivo são infectadas e não conseguem suportar a Covid associada a essa doença acabando por morrer. “Então a partir do momento que se trás essa informação que X pessoas morreram por Covid, não podemos mais dizer se eles “morreram com ou de”. Eles morreram por Covid e por isso estão na estatística de Covid. Se não estivessem, não seriam anunciados”, disse. No entanto, aconselhou o não uso do termo “ mortes com ou de Covid” por ser um termo que tira o prestígio da Comissão Multissectorial e de quem apresenta as informações e causa muitas dúvidas às pessoas. “Isso é muito mau em termos de comunicação, principalmente em situações de pandemia como a que estamos a viver em Angola”, advertiu.
“Não temos um limite para atingir o pico”
“Tenho certeza que vamos entrar em colapso em termos de atendimento” O especialista em Microbiologia Médica e Especialista em Vigilância Epidemiológica, Euclides Sacomboio, alerta que pela forma como o processo está a ser conduzido, tem certeza que o atendimento de doentes por Covid-19 entrará em colapso. “Eu tenho certeza que vamos entrar em colapso em termos de atendimento. Brevemente, é possível que já não se atenda mais os pacientes de Covid nas instituições. Sejam atendidos em casa. Tem que se encontrar esse caminho e acho que é já hora do Ministério ir se preparando para isto”, aconselhou. Por outro lado, sugere que o Ministério da Saúde crie equipas que vão poder atender esses pacientes de Covid-19 a nível domiciliar para se evitar outros problemas.
Recordando a forma como se geriu inicialmente os processos, principalmente de contenção da doença quando se estabeleceu as cercas sanitárias e os estados de emergência, Euclides Sacomboio entende que se alterou o modo de combate e prevenção muito cedo e se deu oportunidade ao vírus de circular. Em seu entender, é isto que fez com que o vírus atingisse os limiares que se está abranger em Angola. “Em minha opinião, não temos um limite para atingir o pico porque quanto mais temos casos mais estamos a abrir as coisas. Daqui a pouco vão abrir os estados de futebol, os shows. Eu não sei como vai ser o processo de circulação do vírus na população”, disse.
Autoridades procuram contactos directos do primeiro caso de Covid-19 na Huíla As autoridades sanitárias do município do Lubango estão, desde Quarta-feira, a recolher materiais para a realização de testes aos contactos directos do primeiro caso positivo de Covid-19 na província da Huíla. Trata-se de uma cidadã que viajou de Luanda para Lubango a fim de participar num óbito do seu parente, tendo violado a cerca sanitária.
João Katombela, na Huíla
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bairro Comercial passou a merecer uma atenção redobrada da parte das autoridades sanitárias desde que o secretário de Estado da Saúde, Franco Mufinda, anunciou ter sido detectado o primeiro caso de Covid-19 na Huíla. Localmente já começaram a ser tomadas algumas medidas com vista a conter a propagação da doença, nomeadamente, na colecta de amostras para a realização dos testes rápidos aos contactos deste portador do vírus. Sem adiantar o número, Jeremias Cayeye, especialista do departamento de Saúde Pública e Controlo de Endemias do Gabinete Provincial da Saúde, explicou que, todos os indivíduos que tiveram contacto com o primeiro caso, já foram encaminhados ao centro de quarentena institucional, localizado na centralidade da Quilemba. “Nesta altura, nós estamos a fazer a testagem dos contactos directos deste paciente que veio de Luanda. Começamos a fazer o encaminhamento de todos estes contactos para o centro de Quarentena”, disse. Entretanto, a portadora do novo Coronavírus permaneceu nove dias nesta província antes de ter sido detectada, facto que faz com que, o bairro co-
mercial esteja sob fortes medidas de vigilância. Apesar disso, as autoridades sanitárias ponderam a possibilidade de se decretar cerca sanitária ao referido bairro, de forma a se evitar a proliferação da doença no resto da cidade do Lubango. Esta medida, só será tomada caso os resultados dos testes realizados seja positivo. “Nesta residência em que nos encontramos houve problema de óbito, por isso, estamos a fazer todo o esforço no sentido de encontrar todos aqueles que cá estiveram para os procedimentos normais”, revelou. Primeiro caso de Covid-19 na Huíla é assintomático A directora do Gabinete Provincial da Saúde, Luciana Guimarães, disse que o primeiro caso confirmado positivo é assintomático e encontra-se em quarentena institucional na Centralidade da Quilemba, arredores da cidade do Lubango. “Ela não está internada em qualquer unidade sanitária e não está a tomar qualquer medicação, por ser assintomática. Mas está a ter o devido acompanhamento” esclareceu. Por outro lado, Luciana Guimarães fez saber que a província da Huíla já reúne todas as condições para garantir assistência médica e medicamentosa para aqueles pacientes que estejam, efectivamente, contaminados pela Covid-19.
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Jovem gravemente doente “resgatado” pela Associação 100% Humano Insuficiência respiratória, infecção pulmonar, diabetes, desnutrição severa, membros paralisados são algumas das patologias que estavam na eminência de ceifar a vida de Lemos José Cassange, de 32 anos, morador do Sambizanga
Chegada da ambulância do INEMA ao Sambizanga
Texto de Maria Teixeira fotos de Nambi Wanderley
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m entrevista a OPAÍS, Fernando Cassange contou que o seu irmão Lemos Cassange encontrase doente há cerca de oito meses e que se tem queixado de muitas dores no peito. Os exames feitos apontam que sofre de infecção pulmonar, entre outras patologias. Neste momento, tem uma ferida que levou 42 pontos e que se foi agravando com o passar do tempo, uma vez que o mesmo fazia consumo de álcool. Atendendo ao estado de saúde do seu irmão, Fernando levou-o para viver junto da sua família. No entanto, teve de recuar com o passar do tempo pelo facto de duas das suas filhas terem ficado gravemente doentes. Ambas ficaram três meses internadas no hospital Américo Boavida. Julgando que a doença está associada à enfermidade que apoquenta o seu irmão, disse que deixou a casa mudando do bairro Popular para o Sambizanga para cuidá-lo. “Achei melhor ficar com ele aqui em casa do meu sobrinho, onde sempre viveu”, frisou. Com o dinheiro que arrecada de pequenas actividades que realiza no bairro, Fernando sustenta a sua família, o irmão doente e os três filhos deste, isto é, seus sobrinhos. “A mulher o abandonou. Somos natural de Malanje”. Na esperança de que o seu irmão fosse medicado, durante alguns meses levou-o ao Hospital Améri-
Chegada de Lemos Cassange ao Hospital Sanatório de Luanda.
Cassange à saída de casa.
Celma Domingos, Secretária para assuntos da Associação 100% Humano
Fernando José Cassange, imão do Lemos Cassange Lemos Cassanje doente de tuberculose em casa
co Boavida onde fez algumas consultas, mas não internou. “Deram apenas uma receita e mandaram fazer a medicação em casa. Com o passar do tempo perdemos a receita e não conseguimos voltar ao hospital porque o meu irmão ficou com as pernas paralisadas”, frisou.
O seu estado de saúde comoveu alguns dos seus vizinhos, como é o caso da dona Maria que diz sentirse no dever de todos os dias visitar o vizinho que muitas vezes não tem o que comer. Disse que isso, até certo ponto, tem dificultado a sua recuperação. “Nós vivemos em péssimas con-
“Nos sentimos comovidos pelo estado crítico e decidimos ajudar”
dência do mesmo já havia acabado de falecer. “Então de seguida, o senhor Lemos chamou por nós para ver o estado do seu irmão. Quando chegamos nos sentimos comovidos pelo estado crítico em que o encontramos. Desde aquele momento decidimos abraçar a causa humanitária para poder salvaguardar este individuo”, contou. Iracelma disse que decidiram levá-lo a um hospital, mas antes disso recorreram a alguns médicos que o acompanharam durante uma semana, os quais fizeram um pré-diagnóstico. Os especialistas foram peremptórios ao recomendar que tinham de retirá-lo com a máxima urgência desse local, pois não reunia as condições
A secretaria da Associação 100% Humanos, Iracelma Domingos, conta que tomaram conhecimento deste caso ao fazerem um levantamento de cerca de 100 famílias vulneráveis do Sambizanga que podem ser contempladas com uma campanha de doação. Segundo Iracelma Domingos, antes tiveram uma reunião com a administração do Sambizanga e durante a visita de campo foram informados sobre um cidadão com doenças respiratórias e tuberculose, mas quando chegaram à resi-
dições, como pedem ver”, apontou. Fernando sublinhou que, por essa altura, a criminalidade não constitui um dos grandes problemas, pois, os habitantes do bairro adpotaram o sistema do uso do apito. Quando surgem supostos malfeitores, basta a vítima apitar que surgem pessoas para ajudar. de vida. “Os médicos disseram que ele tinha de ser assistido por um hospital com a máxima urgência e assim o fizemos. Os nossos médicos detectaram insuficiência respiratória, infecção pulmonar, diabetes, desnutrição severa e está com os membros paralisados, mas a nossa principal preocupação é a tuberculose”, disse. Lemos Cassange encontra-se actualmente internado no Hospital Sanatório de Luanda, onde foi levado numa ambulância do INEMA, com o apoio da administração do Sambizanga. Devido ao seu estado de saúde, foi internado com a máxima urgência. “Nós nos comprometemos com o senhor e vamos até ao fim.
“Antigamente, nesse bairro os bandidos por causa de 100 Kwanzas te tiravam a vida. Estávamos muito mal, mas por essa altura, com esse vírus, o que nos preocupa é o facto de não termos o que comer muitas vezes”, lamentou.
Desde assistência médica, medicamentosa e até habitação. Ou seja, até ao dia que ele tiver alta vamos tirá-lo daqui e colocá-lo num espaço com mais qualidade de vida”, afirmou. Iracelma Domingos garantiu que a Associação 100% Humano vai ceder-lhe uma casa, alimentação e acompanhar todo o processo de recuperação. Fez saber que o próximo passo da associação é dar assistência a todas as pessoas vulneráveis desde bairro Sambizanga e não só. “Tudo que estiver ao nosso alcance, como Associação 100 % Humano, vamos fazer mas contamos com o apoio da administração”.
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O QUE É O CORONAVÍRUS E COMO ME POSSO PROTEGER? O novo Coronavírus, intitulado Covid-19, é de uma família de vírus conhecidos por causarem infecção que pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia
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oi identificado pela primeira vez em Janeiro de 2020 na cidade de Wuhan, na China. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na aludida cidade que se espalhou rapidamente a vários países do mundo. A Organização Mundial da Saúde decretou (OMS) que o mundo está diante de uma pandemia.
COMO ME POSSO PROTEGER?
Tendo sido reportados já 1.395 casos em Angola, com 62 mortes, estão indicadas medidas específicas de protecção, mas há questões práticas que se deve ter em conta para reduzir a exposição e transmissão da doença:
1. Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto directo com pessoas doentes;
2. Evitar contacto desprotegido com animais domésticos ou selvagens; 3. Adoptar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo); 4. Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.
QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?
As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infecção respiratória aguda 2.Tosse como: 1. Febre 3. Dificuldade respiratória
Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.
EXISTE TRATAMENTO? Não existe vacina. Sendo um novo vírus, estão em curso as investigações para o seu desenvolvimento. O tratamento para a infecção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados
cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura
DR
Editora Palavra & Arte no Cunene lança hoje “Trilha dos Inadaptados” em formato E-book A obra, comporta 10 narrativas de 10 autores que já assinaram textos na revista Palavra & Arte, e cada um dos 10 autores foi livre de viajar pelo tema que melhor o conveio para fazer chegar a sua mensagem , segundo o coordenador editorial, Luefe Khayari
Augusto Nunes
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Editora Palavra & Arte disponibilizará esta Segunda-feira, a partir das 16 horas, aos leitores de Ondjiva, província do Cunene, a obra “Trilha dos Inadaptados” em formato E-book, o primeiro volume da colecção de textos literários angolanos “Narrativas do Nosso Tempo”. A obra, comporta 10 narrativas de 10 autores que já assinaram textos na revista Palavra & Arte, e cada um dos dez autores foi livre de viajar pelo tema que melhor o conveio para fazer chegar a sua mensagem.
O coordenador editorial da Palavra & Arte, Luefe Khayari, adiantou a OPAÍS, que as narrativas em questão, propõem abordagens, vocábulos, enigmas, personagens comuns e fantásticos que oferecem ao leitor um apreciável convite à descodificação. Em alguns casos, apresentam uma exposição do mundo na sua forma crua, uma descrição da realidade através da arte. Para se ter acesso ao volume, bastará o leitor clicar o no site “www.editora.palavraearte.co.ao”, responsável pelo alojamento da obra, de onde se poderá efectuar o download de forma inteiramente gratuita. Trata-se do segmento editorial da Revista Palavra & Arte (www. palavraearte.co.ao), que, até ao momento, detém um dos maiores arquivos digitais angolanos de
textos literários, artigos e ensaios (na sua maioria de autores emergentes).
A editora No que à “Palavra & Arte” diz respeito, o coordenador Luefe Khayari, referiu que a Editora continua concentrada na divulgação de toda a produção artístico-cultural feita por jovens angolanos, residentes ou não no território nacional, tendo como objectivos tirar do anonimato e promover todas as formas de manifestações artísticas de jovens que procuram expressar-se através da sua arte. Salientou que a Editora, propõese também a responder a demanda de espaços capazes de abordar temas do seu raio de actuação com a maturidade e seriedade que se exige, contribuindo dessa forma para a divulgação artístico-cultural. Ainda no quadro da sua missão, a Palavra & Arte pretende tornarse um espaço de inspiração para jovens cultores de qualquer arte por meio da divulgação dos trabalhos de outros jovens que buscam afirmar-se com a sua arte. O seu maior objectivo é tornarse uma plataforma virtual/revista online que permita dar acesso público e difundir a produção artístico-cultural feita por jovens, quer por meio de experiências pessoais, quer colectivas dentro do nosso contexto cultural. Não obstante esses factores, a Editora Palavra & Arte tem ainda entre outros objectivos priorizar a relevância das experiências a serem publicadas, seleccionando, de forma rigorosa, os entrevistados em potencial e seus respectivos trabalhos; elevar o alcance do conteúdo produzido, com partilhas e divulgação massiva do projecto, torná-lo uma referência no âmbito cultural e estimulo para outras iniciativas e um espaço de inspiração para os nossos leitores por meio da divulgação dos trabalhos de vários cultores culturais. A divulgação e a promoção dos artistas e sua arte com publicação dos seus trabalhos mais relevantes no seu espaço, permitir a continuidade do projecto por tempo indeterminado, através da repercussão causada pela inovação e necessidade natural de expansão do projecto é uma outra aposta da Editora Palavra & Arte.
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Comunidade angolana em Portugal homenageia Waldemar Bastos e Carlos Burity
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se Luandino Carvalho, num outro trecho da sua declaração, augurou que a sua obra venha a ser preservada pela actual e as gerações vindouras. Durante a homenagem a Waldemar Bastos, foram cantados, com emoção, alguns temas musicais que marcaram a sua rica carreira e foram lidas mensagens de vários quadrantes do universo cultural, com destaque para a da ministra da Cultura, Turismo e Ambiente, Adjany Costa. No momento de exaltação a Carlos Burity, foram igualmente relembrados os sucessos musicais do grande sembista por Eddy Tussa, enquanto outros artistas, mesmo ausentes de Lisboa, como Matias Damásio, Ana Moura, Nelo Carvalho, Mariza, Nayma Mingas, enviaram mensagens de pesar pelo desaparecimento deste “monstro” da música angolana. Carlos Burity nasceu em Luanda, em 1952, enquanto Waldemar Bastos viu a luz em M’Banza Kongo, capital da província do Zaire, a 4 de Janeiro de 1954.
comunidade angolana residente em Portugal rendeu, este Sábado, em Lisboa, uma singela homenagem aos músicos Waldemar Bastos e Carlos Burity, ambos falecidos na semana passada. O primeiro, foi Waldemar dos Santos Alonso de Almeida Bastos, falecido Segunda-feira, 10, em Lisboa, Portugal, vítima de doença, e sepultado, Quinta-feira, no Cemitério da Galiza, na Freguesia de Cascais e Estoril, no Concelho Lisboeta de Cascais. Dois dias depois, isto é, Quartafeira, 12, viria a morrer em Luanda, vítima de doença, o também músico angolano Carlos Fernandes Burity Gaspar. Numa breve declaração à Angop, o Adido Cultural da Embaixada de Angola em Portugal, Luandino Carvalho, realçou a “profunda” dor deixada entre a comunidade angolana residente em Portugal, pelo passamento físico de duas das mais “proeminentes” vozes angolanas. “É uma perda irreparável”, dis-
O compromisso com a moda de Sílvia Wachane Enquanto estudava, Sílvia sempre foi instrutora de corte e costura no Instituto Nacional de Emprego em Inhambane e, ao longo do percurso, foi gestora de uma estância turística na terra da boa gente
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hama-se Sílvia Wachane e passa a vida a cortar tecidos, por sinal, alguns muito bonitos para fazer uma obra de arte ainda mais linda e preciosa.
A jovem moçambicana conta que começou este trabalho com apenas 13 anos, ainda na escola secundária, e aos 16 tudo tornouse mais séria, quando fez o curso de corte e costura. Foi a partir daí que passou a produzir roupas para
os seus colegas na escola. Em 2014, já aos 19 anos, Sílvia mudou-se para a Cidade de Inhambane, com o objectivo de fazer o curso de Gestão Hoteleira na Escola Superior de Hotelaria e Turismo da Universidade Eduardo
Mondlane. Foi nessa ocasião que ainda em tenra idade, começou com o seu negócio num pequeno cantinho: “eu comecei a coser roupas no quarto em que eu vivia. Era tudo no mesmo espaço, quarto e sala, cozinha e atelier. Mais tarde, aluguei um espaço que também era muito pequeno, mas pelo menos eu tinha um pouco mais de privacidade. Depois passei para um outro ainda maior, até que decidi abrir aqui onde estamos agora”, acrescentou Sílvia, enquanto explicava o percurso que levou até conseguir abrir um dos maiores atelieres da Cidade de Inhambane. Enquanto estudava, Sílvia sempre foi instrutora de corte e costura no Instituto Nacional de Emprego em Inhambane e ao longo do percurso, foi gestora de uma estância turística na terra da boa gente. Foi com o dinheiro desse negócio que a jovem pagou a própria escola e conta que teve de abrir mão de muita coisa. Conta inda que no início quem pagava as contas da
escola era o pai, até que com o dinheiro resultante da venda das suas criações, passou a pagar a sua própria escola, uma decisão que tomou para aliviar o pai que tal como outros, também têm muitas contas para pagar. Aliás, para conseguir pagar a escola, Sílvia diz teve de abdicar de muitas coisas, típicas da juventude, pois segundo conta, é tudo uma questão de foco e prioridade. Mas o que ela não abre mão, são os conhecimentos que adquiriu no curso de licenciatura em gestão hoteleira, uma vez que as habilidades de gestão que aprendeu na faculdade, ajudam-na a dar um rumo seguro ao negócio de confecção de roupas. Além disso, Sílvia diz que sonha abrir uma empresa de consultoria em áreas ligadas à hoteleira e turismo. A estilista já participou em 2 edições do Mozambique Fashion Week, tendo ganho o prémio Amarula Challange 2018.
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Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
Cinema
Beyoncé a reimaginação da realeza africana numa América dividida
derem ver-se a si próprias não da forma como têm sido pintadas pelas lentes da supremacia branca ou pelas culturas eurocêntricas”, disse ao DN Lakeyta M. Bonnet-
te-Bailey, professora associada do departamento de estudos afro-americanos da Universidade da Geórgia. “Gosto do facto de ela o ter baseado em O Rei Leão, mas é toda esta história de estarmos perdidos e virmos reencontrar-nos, vermo-nos e sabermos que, no fundo, somos iguais, somos dignos”, explicou. O filme tem 85 minutos e segue o formato de álbum visual que Beyoncé começou em 2013, mas é a produção mais ambiciosa que a artista já concretizou - e as críticas fenomenais reconhecemno. O trabalho reimagina a história de O Rei Leão, em que Simba, um jovem rei africano, simboliza o percurso da pessoa negra, em especial dos afro-americanos. É pontuado por visuais muito fortes, cheios de referências às tradições africanas e embebido de motivos cristãos e católicos, algo que não é novo em Beyoncé. Black Is King pega nas músicas do álbum The Lion King: The
Gift, a banda sonora concebida por Beyoncé para o remake que a Disney lançou em 2019, e representa-as visualmente entre curtas-metragens que seguem o percurso de Simba - e de toda a diáspora africana. “Black Is King é poderoso porque está a dizer aos negros em todo o mundo que saibam que têm uma história poderosa, que vêm da excelência”, afirmou Lakeyta Bonnette-Bailey. A jornada de Simba é usada para simbolizar “a história dos negros por toda a diáspora, o serem desconectados da sua verdadeira linhagem e da sua identidade e depois voltarem para a encontrar”, descreveu. Beyoncé, que deu voz a Nala na versão 3D do clássico de animação, integrou vários momentos de O Rei Leão no filme. Isto inclui a questão do mandril Rafiki para que Simba se lembre de quem é e reclame o seu trono. “É esta ideia de autorreflexão, de descobrir quem somos realmente, não com base na forma como os outros nos definem mas naquilo que temos dentro de nós”, sublinha a professora universitária, que estuda a relação entre a música e o activismo na comunidade negra.
ARTES PLÁSTICAS
DISCOS
TELEVISÃO
Em Black Is King, o novo álbum visual da cantora norte-americana, a pele negra e a sua história é sinónimo de excelência, perfeição e conciliação
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bençoai o corpo, nascido celestial, belo em matéria escura. Negro é a cor da pele do meu verdadeiro amor.” As primeiras palavras narradas pela voz de Beyoncé no novo álbum visual Black Is King, enquanto se vê a artista vestida de branco olhando com adoração para um bebé que embala nos braços, definem o tom de todo este trabalho. O filme, lançado no canal de streaming Disney+ no último dia de Julho, é mais do que uma homenagem aos seus antepassados e um elogio da pele negra. Baseado na história de O Rei Leão, é um manifesto que procura destruir as imagens preconcebidas que aferrolharam a identidade negra durante séculos. É um pro-
Festivais
nunciamento político que procura atravessar fronteiras. “Black Is King é sobre esta ideia de as pessoas negras olharem para si mesmas como iguais, e po-
LUTO
Jovens realizaram sonho de actuar no maior festival de música de Cabo Verde
Mercedes Barcha viúva do Nobel da Literatura Gabriel García Márquez morre aos 87 anos
Projecto “Arte d’Zona” pretende reabilitar ruas abandonadas
Future Islands lançam tema “Thrill” e anunciam novo álbum
“Lovecraft Country”: Os monstros existem para mostrar que a realidade é cruel
O segundo dia do Festival Baía das Gatas, em Cabo Verde, foi marcado pela presença de jovens artistas de várias ilhas. A maioria a pisar pela primeira vez no “palco” do maior festival de música do Arquipélago. Iza Ibiza, da Ilha do Sal e Fábio Ramos, de São Nicolau, não esconderam a sua satisfação em participar, pela primeira vez, no festival, não obstante num formato diferente do habitual e, por conseguinte, do idealizado até então. Em formato live, transmitido na página da Câmara Municipal de São Vicente, o festival presta uma homenagem a todos os profissionais de saúde que têm estado na linha da frente no combate à Covid-19.
A esposa do escritor colombiano Gabriel García Márquez, Mercedes Barcha, morreu Sábado último, no México, aos 87 anos, anunciou o Secretariado da Cultura mexicano. A causa da morte de Mercedes Barcha, que residia desde 1961 no México, não foi divulgada oficialmente. De acordo com os meios de comunicação social colombianos, a mulher do Prémio Nobel da Literatura em 1982 sofria de problemas respiratórios. García Márquez e Mercedes Barcha casaram em 1958 e viveram juntos até à morte do escritor. Descendente de imigrantes egípcios, Mercedes Barcha nasceu e viveu em Magangue, na Colómbia.
“Arte d’Zona” pretende embelezar as ruas menos favorecidas da cidade de Santa Maria e, mais tarde, construir espaços de lazer e diversão para os mais pequenos. A iniciativa “Arte d’zona” partiu da italiana, Arianna Casaburo, e do salense, Victor Jonas. Juntaram-se no projecto para embelezar as ruas menos favorecidas da cidade de Santa Maria e, mais tarde, construir espaços de lazer e diversão para os mais pequenos. Até ao momento foram contempladas duas ruas. O projecto começou há menos de três meses, quando todos os moradores da rua de Victor Jonas reuniram-se para limpar e Arianna Casaburo, designer italiana.
Há uma música nova para ouvir dos Future Islands. Chamase “Thrill” e acaba de ser lançada, abrindo a porta ao novo álbum “As Long as You Are”, que chega ao mercado a 9 de Outubro. No segundo tema libertado pela banda de electropop, Samuel Herring não dança. Ao contrário do que acontecia nas canções do álbum “Singles” (2014), faz aliás o mínimo de movimentos possíveis enquanto canta. “Thrill” é o tema que se segue a “For Sure”, a primeira canção original conhecida em três anos. No entanto, num concerto em Setembro passado, no Pearl Street Nightclub, Northampton, a banda tocou sete das onze músicas do próximo álbum.
“Lovecraft Country” usa fantasia e terror para contar uma dura história do racismo na América. O JN conversou com os protagonistas da nova série HBO. É impossível escapar aos monstros que habitam “Lovecraft Country”. Uns tomam a forma de polícias que querem executar negros só porque acham que têm direito a isso - e em alguns estados da América dos anos 50, assim que o sol se punha, tinham mesmo. Outros emergem da escuridão de uma floresta, viscosos e descontrolados, sem outro objectivo aparente que não o de aumentar o terror. Há ainda os que vivem bem dentro da cabeça dos protagonistas, que lutam contra as suas insuficiências ou batalham contra o preconceito.
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“Agro-negócio precisa de investimento forte”, afirma Gentil Viana O presidente da Rede Camponesa de Angola, Gentil Viana, defende maiores investimentos na agro-indústria para que não se estraguem muitos alimentos por falta de escoamento. Para ele, a cadeia produtiva precisa de funcionar em pleno Miguel Kitari
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m conversa exclusiva com OPAÍS, Gentil Viana disse que um aumento em termos de compras nacionais, resultado da redução das importações pode ajudar. Para ele, além do PRODESI, a Covid-19 também teve influência. Todavia, chama atenção que
Doravante, quando faltarem 120 dias para a colheita vamos espalhar uma rede de compras pelo município
“estamos a comprar produtos frescos. Temos que comprar e conservar. Aliás, o Presidente da República instruiu o novo secretário de Estado para Agricultura no sentido de trabalhar para aumentar a capacidade de conservação. É um sinal claro”, referiu. Acrescenta que, “é preciso haver capacidade de transformação. O consumo em fresco é arriscado, pois não há capacidade de se consumir cinco toneladas
de tomate no mesmo dia. Precisamos fazer mais investimentos na agro-indústria”, afirmou. Sem meias medidas, Gentil Viana diz que o empresariado nacional ainda não está habituado a investir em indústriais absorventes de produtos agrícolas. Ainda no âmbito do PRODESI, lembra que as empresas de consultoria afirmam que 99% dos projectos são de fazendas agrícolas, deixando de parte a agroindústria. “Temos défice de agro-indús-
tria. Os bancos recebem poucos projectos. E as fábricas que existem pelo país estão paralisadas por diversas razões”, lamentou. Laranja do Bembe já produz sumos Na primeira colheita que aconteceu no princípio do ano, a laranja do município do Bembe – província do Uíge, já produziu sumo natural. Gentil Viana diz que foi uma boa experiência, entretanto, acredita que com uma melhor organização pode se obter melhores resultados. “Os camponeses precisam ter uma organização prévia antes da colheita. Portanto, este ano os resultados ficaram aquém do esperado pela direcção da fábrica”, disse. Acrescenta que a fábrica precisa de ter os níveis de produtividade, o que só será possível com um fornecimento de matéria-prima regular. “Quem compra o concentrado quer ter certeza que amanhã vai haver mais. Portanto, doravante quando faltarem 120 dias para colheita vamos espalhar uma rede de compras pelo município que possui 108 aldeias”, avançou. As estradas, segundo Gentil Viana, constituem o outro problema, referindo que se gasta mais tempo saindo da sede provincial do Uíge para o Bembe, comparativamente à viagem Luanda-Uíge. As ravinas, sublinha, fazem com que a caminhada seja feita numa velocidade de 10 quilómetros por hora.
Números
99% Temos défice de agro-indústria. Os bancos recebem poucos projectos. E as fábricas que existem pelo país estão paralisadas por diversas razões
Dos projectos ligados ao PRODESI estão ligados a fazendas, deixando de lado a agro-indústria
2020
Foi feita a primeira colheita de laranja no município do Bembe, província do Uíge, tendo resultado já na produção de concentrado
O PAÍS
Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
19
Angola inicia recenseamento agro-pecuário e pesca O primeiro Recenseamento Agro-pecuário e Pescas (RAPP) iniciou, oficialmente, ontem, Domingo, cujo acto de lançamento aconteceu na comuna da Gangula, província do Cuanza-Sul, numa cerimónia orientada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior
A
o discursar na cerimónia de lançamento do evento, Manuel Nunes Júnior destacou a importância do RAAP na modernização e sistematização dos processos produtivos, que poderão tornar a actividade agro-pecuária e piscatória das zonas rurais mais eficazes e rentáveis. O ministro de Estado espera que com o RAPP as instituições possam elaborar políticas e planos de desenvolvimento agrários e pescas com base técnica e científica mais sólida visando os investimentos. “Aumentar a produção é um imperativo nacional por ser um factor importante e estratégico para o desenvolvimento de Angola, visto que auguramos resultados significativos na alteração da actual estrutura económica do país”, ressaltou. Informou que a agricultura familiar é responsável por 70% da produção nacional no que tange aos cereais, leguminosas, raízes e tubérculos, envolvendo cerca de três milhões de famílias neste ramo. Lembrou que o Executivo está a implementar planos de acções nos domínios do comércio e aceleração da agricultura familiar para instalar no país um sistema de escoamento de produtos do meio
rural para os centros de consumo. Estes planos, detalhou, vão também permitir gerar mais empregos, aumentar o rendimento das famílias e combater a pobreza no país. Por sua vez, o coordenador do RAPP, Camilo Ceitas, disse que estão mobilizados para esta campanha 4 mil colaboradores, que vão percorrer 25 mil aldeias, 574 comunas e distritos de 164 municípios das 18 províncias do país. Fez saber que os técnicos de campo vão usar equipamentos com tecnologias digitais que vão permitir enviar diariamente os dados colhidos no terreno para a base central do Instituto Nacional de Estatística (INE). Explicou que a colheita de dados será feita com base em quatro tipos de questionários, nomeadamente, listagem, comunitário, explorações familiares e explorações empresariais, respectivamente. Com esta iniciativa, esclareceu, pretende-se conhecer 300 indicadores práticos como o tipo de culturas mais frequente, a medição de cada parcela, o número de famílias que vivem da agricultura e pesca, entre outras actividades conexas. Já a representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura (FAO) JACINTO FIGUEIREDO
em Angola, Gherda Barreto, salientou que a implementação do RAPP assenta em inovações metodológicas, com a entrada de Angola na rota do programa mundial do Censo de Agricultura 2020. Segundo a responsável, esta iniciativa estimula sete indicadores de desenvolvimento sustentável entre eles o combate à fome e à pobreza, a promoção da agricultura sustentável, a igualdade do género e a segurança alimentar. “Angola implementa assim a última directriz do uso das inovações tecnológicas que permitirá o cadastramento e canalização célere dos dados recolhidos no local para uma central do INE. Com estes recursos tecnológicos, Angola constitui uma referência ao nível dos programas de recenseamento em África”, ressaltou. Acrescentou que este censo vai permitir criar uma nova geração de dados, que podem ajudar a acelerar as estratégias de diversificação da economia do país, melhorar a competitividade da agricultura familiar, aumentar o número de empregos, elevar a eficácia da elaboração de políticas rurais agro-pecuária e pesca, entre outros ganhos. Referiu que a FAO vai acompanhar este processo com os melhores peritos internacionais e especialistas do Banco Mundial (BM), no sentido de garantir êxitos nesta campanha. Apelou às instituições envolvidas no RAPP no sentido de mobilizarem e sensibilizarem as comunidades rurais para que os produtores agro-pecuários e pescadores colaborem com os brigadistas. O RAPP 2019-2020 decorre sob o lema “Apostemos na Agricultura e Pescas Familiar para o Auto-suficiência Alimentar”. O RAPP é coordenado pelo INE, conta com a parceria do Ministério da Agricultura e Florestas (MINAGRIF) e do Ministério das Pescas e do Mar (MINPESMAR), e é financiado pelo BM e outros intervenientes.
Carapau apreendido no navio “Olutorsky” aguarda por decisão ministerial As mil e duzentas toneladas de carapau apreendidas em Julho do corrente em duas embarcações ucranianas, na cidade do Lobito, a favor do Estado, continuam a aguardar por orientação do ministério da Agricultura e Pescas, para que se dê o destino final, informou ontem, Domingo, o director provincial do pelouro em Benguela, José Gomes, segundo a Angop.
S
egundo o responsável, que falava à margem da cerimónia de abertura do Recenseamento Agro-Pecuário e Pescas (RAPP), o pescado apreendido continua conservado no município da Baía Farta, numa das pescarias constituída como “fiel depositária”. “Como vocês sabem, os dois navios foram apreendidos por prática de infracções administrativas, numa altura em que a pesca de carapau estava sob veda nas águas nacionais”, referiu José Gomes, acrescentando que “se está a aguardar por uma decisão superior para que se dê o destino final ao produto”. O director enfatizou que os produtos perecíveis levantam preocupação quanto ao tempo de conservação, tendo em conta que estão em congelação há mais de 40 dias, pelo que acredita que em breve as autoridades competentes venham a se pronunciar. Quanto a segunda embarca-
ção que se supõe ter seguido à Luanda com carapau a bordo, disse, sem desmentir, que cabia ao ministério da Agricultura e Pescas baixar orientações, mas, ao que sabe, terá havido orientações no sentido de desembaraçar o barco, o que terá sido feito, seguindo viagem para Luanda. Em relação à multa de 500 milhões de kwanzas aplicada aos infractores, José Gomes disse que esta foi aplicada a favor do estado angolano, devendo ser paga no prazo de 30 dias, contados da data da sua aplicação, pelo que faltam ainda alguns dias para ter tempo vencido. As mil e duzentas toneladas de carapau, uma espécie cuja captura observa um período de veda que vai de Maio a Julho, encontram-se armazenadas numa das pescarias do município da Baia Farta, onde, eventualmente, o Executivo terá que arcar com mais despesas relacionadas com o seu longo período de conservação.
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Mercados
Mercado Taxa de juro Taxas de Juro Taxa BNA Libor USD 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M
Cot. 12/06/20 15,5% 0,338% 0,124% -0,020% -0,433% 16,36%
∆ Diária (p.p) 0,000 0,029 0,000 0,008 -0,015 -0,220
∆ Diária (%) 1,814 0,644 0,959 -1,384 -0,070 4,297
18,23%
A taxa de juro Libor USD 6 meses aumentou 2,9 p.b., para 0,338%, no fecho da semana. A trajectória poderá reflectir
18,21%
18,20%
18,18% 08/08/20
Cot. 12/06/20 575,6138 1,1842 1,3086 106,6000 17,3876 5,4231
Cot. 12/06/20 42,23 44,97 1 941,00 26,55 2,35 288,65
12/08/20
Mercado Accionista A divulgação da contracção das vendas a retalho na China, em 1,1%, no mês de Julho,
27 860,0
∆ Diária (%) 2,450 1,284 -3,438 -3,613 4,781 2,522
poderá ter penalizado o índice CSI 300, que diminuiu 0,07%, para 4.704,63 pontos.
27 680,0
27 500,0 08/08/20
10/08/20
12/08/20
14/08/20
Mercado Cambial
EUR / USD ∆ Diária (%) -1,795 0,467 0,260 0,642 -1,421 -0,281
a redução dos pedidos iniciais de subsídios de desemprego em 19,14%, para 963 mil na primeira semana de Agosto.
14/08/20
28 040,0
1,1880 1,1820 1,1760 1,1700 08/08/20
10/08/20
12/08/20
14/08/20
Brent Crude Fut.
Mercado das commodities Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.
10/08/20
Dow Jones (EUA)
Mercado cambial Taxas de Câmbio USD/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/JPY USD/ZAR USD/BRL
Mercado Interbancário
Libor USD 6 Meses
Mercado accionista Índices Accionistas Cot. 12/06/20 Dow Jones (EUA) 27 931,02 S&P 500 (EUA) 3 372,85 FTSE 100 (Inglaterra) 6 090,04 Bovespa (Brasil) 101 353,50 CSI 300 (China) 4 704,63 Nikkei 225 (Japão) 23 289,36
O PAÍS Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
O euro e a libra apreciaram 0,47% e 0,26%, para 1,1842 e 1,3086 por unidade de dólar, em consequência do pessimismo sobre o desempenho
económico dos EUA e a disponibilização de liquidez praticada pelo Governo norte-americano, por intermédio do quantitative easing.
Mercado de Matérias-primas
45,60
A cotação do Brent e do WTI aumentou 1,3% e 2,5%, para 44,97 e 42,23 USD/barril, respectiva-
45,20
44,80
44,40 08/08/20
10/08/20
12/08/20
14/08/20
Luibor 1 Ano
Luibor
mente. A redução das reservas de crude nos EUA favoreceu a cotação do crude.
Luibor
45,60
Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano
Cot. 05/06/20 15,41 14,98 15,43 16,36 17,31 18,22
∆ Diária (p.p) 0,010 -0,010 0,010 0,200 0,020 0,030
45,20
44,80
44,40 08/08/20
10/08/20
12/08/20
14/08/20
As taxas de juro apuradas no mercado monetário interbancário apresentaram trajectória ascendente, na generali-
dade das maturidades, com excepção para a taxa Luibor 1 mês, que reduziu 1,0 p.b., para 14,98%.
O PAÍS Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
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Empresário português aposta no ramo metalúrgico em Benguela cedida
O empresário português José Eduardo Correia Lampreia Lopes, que há 12 anos trabalha em Angola, tem na indústria metalúrgica o seu forte, produzindo barca de deposição de resíduos sólidos e reservatórios de água e de combustíveis. José Eduardo Lampreia diz que tudo que ganha, fruto da sua actividade empresarial, é investido cá Constantino Eduardo, em Benguela
J
osé Eduardo Lampreia tem servido de suporte aos governos provinciais, por ser, segundo revela, o único empresário no país que se dedica à produção de barca de deposição de resíduos e depósitos. A sua empresa produz igualmente depósitos de combustíveis, além de uma gama de produtos agro-pecuários ( equipamentos de mangas de vacinação, bebedouros, entre outros). De Cabinda ao Cunene, gabouse, os produtos da sua Metalúr-
gica Baía-Farta, localizada no bairro do Tchipiandalo, zona F do município de Benguela, representam uma lufada de ar fresco para os governadores provinciais, que, neste momento, lutam contra o lixo nas cidades e fomentam a agricultura. “Em Angola, tem que se trabalhar muito. Saber o que se vai fazer no dia seguinte. Tem de se ter uma equipa boa a trabalhar con-
sigo. Temos à volta de 25 trabalhadores, já tivemos mais”, disse . Estando a enfrentar um problema de tesouraria, decorrente do momento menos bom da economia angolana, facto que o terá obrigado a romper contrato com empresas especializadas em recolha de lixo, o governo provincial de Benguela tem no empresário um parceiro privilegiado para manter as cidades do litoral minima-
mente limpas. Lampreia, de 55 anos de idade, contou a O PAÍS as circunstâncias que ditaram a sua mudança definitiva para Angola. Segundo revelou, exercia a mesma actividade em Portugal e parte considerável dos produtos eram vendidos cá, trazendo-os em contentores. Face à demanda, e de modo a diminuir os custos, pensou logo na
possibilidade de montar a mesma indústria metalúrgica em Angola, transferindo-a do país luso para cá. E, há 12 anos que tem materializado o projecto na província de Benguela. A uma certa altura disse “já não estou a fazer nada lá” e montei aqui, comecei a gostar. Há um ditado que diz “África ou se odeia ou se ama. Eu amei e fiquei. Abri a empresa aqui. Comecámos a trabalhar, formámos angolanos. Eu tinha cinco expatriados. Neste momento, só tenho um, é gente daqui”, realça. Inicialmente, a sua indústria metalúrgica dedicava-se, fundamentalmente, ao fabrico de produtos ligados à agricultura. Entretanto, fruto de uma carência gritante no mercado, particularmente no de Benguela, surgiu, deste modo, a ideia de se produzir também barcas de deposição de lixo. Questionado se tem enfrentado ou não dificuldades no repatriamento dos seus capitais, o empresário, que se diz mais angolano do que português, refere que não tem tido necessidade de os repatriar, garantindo que o seu dinheiro está todo investido em Angola. “Fi z i nve st i mento em Quilenje(Província do Huíla). Para Portugal, o dinheiro que mando é para ajudar um filho lá. Mensalmente, mando 1 mil euros para despesas correntes’, disse. De acordo com o empresário, Angola tem muito para dar, pelo que aconselha os empresários que continuem a investir no país. “Sou daqueles empresários que trabalha e não faço intenções de me ir embora”, garante.
Mundo
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Primeira-dama Michelle Bolsonaro anuncia que não está mais com Covid-19
O PAÍS Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
Líbano enfrenta ‘maior perigo’, precisa de eleições, diz patriarca
A primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgou, neste Domingo, numa rede social que o resultado para detecção do novo coronavírus foi “negativo”, duas semanas após a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência ter revelado que ela estava com a Covid-19.
“E
xame negativo. Obrigado pelas orações e por todas as m a n i fe s t ações de carinho”, disse a primeira-dama, ao publicar uma imagem de um resultado laboratorial com os dizeres “não detectado”. À época da infecção, no dia 30 de Julho, a Secom disse que Michelle Bolsonaro apresentava “bom estado de saúde e seguirá todos os protocolos estabelecidos”. “A primeira-dama está a ser acompanhada pela equipa médica da Presidência da República”, informou a secretaria em nota na ocasião. O contágio de Michelle por Covid-19 ocorreu dias após o presidente Jair Bolsonaro ter anunciado que havia ficado livre da infecção. O presidente passou o mês de Julho em isolamento social e alardeou ter sido curado após tomar hidroxicloroquina —medicamen-
O
O casal Bolsonaro está livre do Coronav+irus
to usado no tratamento de malária e de doenças auto-imunes, mas que não tem eficácia cientificamente comprovada para o tratamento da Covid-19. No Sábado, a segunda ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, divulgou na sua conta no Instagram que o quarto filho
do presidente, Jair Renan Bolsonaro, foi infectado pela Covid-19. Ao todo, oito ministros do governo contraíram a Covid-19. O Brasil é o segundo país em número de infectados —mais de 3 milhões— e de mortos —mais de 107 mil— pelo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos.
Vacinação massiva contra Covid-19 deve começar daqui a um mês na Rússia, segundo Centro Gamaleya
A
vacinação em massa contra a Covid-19, na Rússia, começará em aproximadamente um mês, depois que a quantidade necessária de vacinas seja produzida, afirmou Aleksandr Gintsburg, director do Centro Gamaleya. “A vacinação massiva sofrerá um pequeno atraso, apenas porque a maior parte da vacina produzida é destinada à investigação pós-registo. Depois disso, a parte restante será destinada à população. O atraso é de duas a três semanas, talvez um mês”, afirmou Gintsburg. Anteriormente, o director afirmou que o início dos testes pósregisto da vacina começariam em 7 ou 10 dias, e que neles participariam dezenas de milhares de pessoas.
O Ministério da Saúde russo registrou há poucos dias a primeira vacina do mundo contra a Covid-19, denominada Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya em conjunto com o Fundo Russo de Investimentos Directos. O presidente do RFPI, Kirill Dmi-
triev, afirmou que, até ao presente momento, recebeu pedidos de compra de um bilião de doses da vacina contra a Covid-19. Ele também observou que a Rússia chegou a acordo sobre a produção da vacina em cinco países, onde as capacidades disponibilizadas vão permitir produzir 500 milhões de doses por ano.
principal clérigo cristão do Líbano convocou, no Domingo, eleições parlamentares antecipadas e um governo formado para resgatar o país, em vez da “classe política” dominante, após a vasta explosão no porto de Beirute que lançou a nação em turbulência. O gabinete agora zelador renunciou em meio a protestos contra a explosão de 4 de Agosto que matou mais de 172 pessoas, feriu 6 mil, deixou 300 mil desabrigados e destruiu áreas da cidade mediterrânea, agravando uma profunda crise financeira. O patriarca Bechara Boutros AlRai, que governa o Líbano como chefe da igreja maronita da qual o chefe de estado deve ser retirado sob a divisão sectária do poder, advertiu que o Líbano enfrenta hoje “seu maior perigo”. “Não permitiremos que o Líbano se torne um cartão de compromisso entre as nações que desejam reconstruir laços entre si”, disse Al-Rai num sermão de Domingo, sem citar nenhum país. “Devemos começar imediatamente com mudanças e realizar rapidamente eleições parlamentares antecipadas, sem a distração de discutir uma nova lei eleitoral e formar um novo governo.” Vários parlamentares apresentaram as suas renúncias por causa da explosão no porto, mas não no número necessário para dissolver o parlamento. Segundo a constituição, o Presidente Michel Aoun é obrigado a designar um candidato a primeiro- ministro com o maior apoio dos blocos parlamentares. A presidência ainda não disse quando terão lugar as consultas. Houve uma enxurrada de diplomacia ocidental e regional após a explosão, o que alimentou a raiva
pública contra os políticos já acusados de corrupção e má gestão. Um colapso financeiro devastou a moeda e congelou as poupanças dos depositantes. Autoridades francesas e americanas de alto escalão vincularam qualquer ajuda financeira estrangeira à implementação de reformas há muito exigidas, incluindo o controlo do Estado sobre o porto e as fronteiras libanesas. O Irão, visto como um jogador importante no Líbano por apoiar o poderoso movimento xiita Hezbollah que ajudou a formar o gabinete de saída, disse que a comunidade internacional não deve aproveitar a dor do Líbano para exercer a sua vontade. Al-Rai disse que os libaneses querem um governo que reverta a corrupção “nacional, moral e material”, promova reformas e “resgate o Líbano, não a liderança e a classe política”. EXPLOSÃO ‘MISTÉRIO’ Aoun disse que a investigação está investigar se negligência, acidente ou “interferência externa” causou a explosão de mais de 2.000 toneladas de nitrato de amónio armazenadas por anos sem medidas de segurança. O influente genro de Aoun, Gebran Bassil, que lidera o maior bloco político cristão, disse que investigar a negligência deve ser rápido, pois é “conhecido e documentado”, mas que a explosão em si “é um mistério que requer investigação profunda”. Bassil, cujo partido é aliado do Hezbollah, também disse num discurso televisivo, no Domingo, que as ameaças de novas sanções ocidentais “afogariam o Líbano no caos e na discórdia”. O seu partido não “trairia ou apunhalaria um libanês ou agiria com os estrangeiros contra os interesses internos”, disse ele. Os Estados Unidos impuseram sanções ao Hezbollah, que classificam como um grupo terrorista. Autoridades americanas disseram que essas sanções poderiam ser estendidas para além dos afiliados directos do movimento fortemente armado aos seus aliados. Durante uma visita a Beirute após a explosão, o Presidente francês Emmanuel Macron levantou a perspectiva de sanções como um último recurso para estimular a ação libanesa na reforma.
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O PAÍS Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
Rússia diz que ajuda militar está disponível para a Bielorrússia
Explosão de carro-bomba na Somália deixa ao menos uma pessoa morta e 28 feridos
A Rússia afirmou, neste Domingo, que avisou o líder de Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que estava pronta para oferecer assistência militar, se for necessária, enquanto manifestantes realizaram o maior protesto até agora contra o que eles consideram ter sido uma reeleição manipulada de Lukashenko.
Irmão de Donald Trump falecido na noite de Sábado
U
m carro-bomba explodiu, neste Domingo (16), em frente a um hotel na capital da Somália, Mogadíscio. A explosão deixou pelo menos uma pessoa morta, além de 28 feridos. Segundo informações preliminares publicadas pela agência Reuters, a explosão ocorreu num hotel de luxo localizado na praia Lido, na capital somali. Após a explosão, tiros foram ouvidos no local. Há testemunhas que apontam que o ataque foi seguido de uma invasão armada ao hotel e que forças do governo foram enviadas para a região. Ainda segundo a agência, o local é frequentado por membros do governo do país. O oficial de comunicação do Estado Regional da Somália e do Ministério da Informação, Abdirizak Abdi, teria morrido no local. A Somália tem vivido conflitos desde 1991 após o derrube do líder Siad Barre. A partir de então, diversas lideranças passaram a disputar o poder. Desde 2008, a Somália convive ainda com a ameaça do Al-Shabaab, que rivaliza com o governo internacionalmente reconhecido do país.
Vladimir Putin(à direita) apoia miliotarmente o vizinho Lukashenko
O
protesto na capital da Bielorrússia, Minsk, atraiu cerca de 200 mil pessoas, estimou um repórter da Reuters. Pelo menos dois manifestantes morreram e milhares foram detidos nos protestos desde a eleição do último Domingo. O povo carregou bandeiras vermelhas e brancas e cantou “Renuncie Lukashenko” e “Não esqueceremos ou perdoaremos”. Adversários de Lukashenko, no poder há 26 anos, dizem que a votação foi manipulada para esconder o facto de que ele havia perdido apoio do público. Ela nega ter perdido, citando resultados oficiais que lhe dão pouco mais de 80% dos votos. O Kremlin afirmou que o presidente russo Vladimir Putin havia dito a Lukashenko que Moscovo estava pronto para auxiliar a Bielorrússia, seguindo um pacto colectivo militar, se fosse necessário e que o país estava a sofrer pressão externa. Não especificou de onde. Pouco antes do protesto da oposição, a segurança era rígida à medida que apoiantes de
Lukashenko se reuniam no centro de Minsk, pela primeira vez, desde a eleição para expressar apoio a ele e ouvi-lo dar um inflamado discurso. Lukashenko, sob pressão da União Europeia pela repressão contra os seus adversários, afirmou que tanques da OTAN e aviões foram posicionados a 15 minutos da fronteira de Bielorrússia. A OTAN afirmou que estava a monitorar de perto a situação no país, mas que não houve aglomeração militar na fronteira Oeste de Belarus. Lukashenko, que alegou que há um complot estrangeiro para derrubá-lo, disse que a Bielorrússia estava sob pressão. “Tropas da OTAN estão à nossa porta. Lituânia, Letónia, Polónia e Ucrânia estão a mandar que façamos novas eleições”, disse, acrescentando que a Bielorrússia “morreria como Estado” se um novo pleito fosse realizado. “Eu nunca os trai e nunca o farei”, afirmou. O exército da Bielorrússia realizaria exercícios entre 17 e 20 de Agosto no Oeste do país, segundo a agência de notícias russa RIA.
Robert Trump, irmão do presidente que evitou os holofotes, morre Robert Trump, o irmão mais novo do presidente dos Estados Unidos Donald Trump e um executivo que evitou os holofotes, morreu na noite de Sábado, um dia depois que o presidente o visitou num hospital de Nova Iorque
O
presidente Trump, anunciou a morte num comunicado. “É com pesar que compartilho que o meu maravilhoso irmão, Robert, faleceu pacificamente esta noite. Ele não era apenas meu irmão, era meu melhor amigo”, disse o presidente. “Sentiremos muita falta dele, mas nos encontraremos novamente. A sua memória viverá no meu coração para sempre. Robert, eu te amo. Descanse em paz”, disse Trump. Robert Trump, que aos 71 anos era mais jovem do que o presidente de 74, era um executivo de negócios e incorporador imobiliário. Ao contrário do seu irmão, estrela de reality show, Robert Trump evitou os holofotes.
O presidente Trump fez uma visita emocionante para ver o seu irmão doente na Sexta-feira, no New York-Presbyterian Weill Cornell Medical Center antes de seguir para o clube de golfe em Bedminster, New Jersey, para o fim de semana. O presidente deveria comparecer ao funeral, disse um assessor. Ele tem uma agenda lotada de viagens nos próximos dias, com planos de visitar quatro Estados campos de batalha como parte da sua campanha de reeleição. A causa da morte não foi revelada. Trump disse aos repórteres na Sexta-feira que o seu irmão estava a “passar por maus bocados” com uma doença não revelada. Uma pessoa familiarizada com a situação disse que o irmão tomava anti-coagulantes.
actual
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O PAÍS Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
José Rosário apresenta versão sobre o BANC
J
osé Aires Vaz do Rosário , ex-PCA do banco” BANC”, solicita mui respeitosamente a publicação integral , sem alterações e com o mesmo destaque de primeira página do seu Direito de Resposta relativamente aos artigos impressos no jornal “O País”, com destaque a 27 de Julho 2020 nas páginas 10,11 e 12 do respetivo jornal, com o titulo “Kundi Paihama- A última missão do General para salvar o BANC” e a 10 de Agosto 2020 na página 12, ambos assinados pelo jornalista Sr. Paulo Sérgio, por entender que o conteúdo da matéria publicada não corresponde à verdade por conter informações falsas, lesivas do seu bom nome e honra que assim pretende preservar. Antes de mais entendemos que as declarações prestadas para memória futura pelo Sr. General Kundi Paihama são meras opiniões do mesmo e não constituem qualquer decisão definitiva e irrevogável de nenhum Tribunal Angolano e por isso mesmo carecem de prova. É muito importante que se perceba que o Sr. General Kundi Paihama era acionista maioritário do banco e titular de 80% (oitenta porcento) das acções com direito de voto. É nesta qualidade que o Sr. General sempre desempenhou as funções de Presidente da Mesa da Assembleia Geral dos Accionistas do BANC. Tendo o Conselho de Administração, a Comissão Executiva, o Conselho Fiscal e o Conselho Geral (este último presidido pelo Sr. General), só poderiam ser aprovados e nomeados com o seu pleno conhecimento e consentimento, uma vez que os titilares dos restantes 20% (vinte por cento), mesmo que o assim o quisessem, nunca poderiam aprovar nada por inexistência de quórum de presença e de votos. Portanto, todas as grandes decisões tomadas pelo BANC foram sempre aprovadas com conhecimento e consentimento do Sr. General Kundi Paihama que, sendo titular de mais de 80% das acções do BANC era o único acionista em condições de decidir, SOZINHO, todas as propostas da Assembleia-Geral e do Conselho Geral. Desde o início da constituição
do BANC, o Sr. Administrador Agostinho Rocha (Rochinha), era a pessoa de sua extrema confiança que acompanhava os assuntos do Sr. General no BANC, de forma pessoal e direta, pois reunia-se com o mesmo frequentemente para este acionista analisar e despachar e ter conhecimento dos documentos do BANC. Foi também na qualidade de seu representante que integrou a Comissão de Negociação do BANC. Para além do Sr. Rochinha, o Sr. General colocou familiares seus em sectores estratégicos no BANC, nomeadamente: - a Sra. Elizabeth Paihama, filha do Sr. General, era Administradora Executiva do BANC e posteriormente Assessora do Conselho de Administração, com acesso livre ao sistema informático e a todas as decisões do BANC; - a Sra. Carlota Paiahama, irmã do acionista maioritário, era Diretora do Controlo de Qualidade do BANC, com acesso livre ao sistema informático e a todas as decisões tomadas no BANC; - O Sr. Ruben Paihama, filho da Sra. Carlota Paihama e sobrinho do Sr. General, era Subdiretor da Direcção de Operações do BANC, com acesso livre ao sistema informático e a todas as decisões do BANC; Deste modo importa referir o seguinte: 1) O Sr. General referiu que se negou á abertura do Escritório de representação em Portugal (adiante referido “ERP”). Ora esta afirmação não corresponde à verdade porque a mesma foi aprovada pelo seu próprio punho em Despacho assinado em 30/07/2012. Foi na sequencia desta aprovação que o Conselho de Administração deliberou em 29 de Outubro 2013 a abertura do ERP, no âmbito dos poderes do Conselho de Administração previstos nos Estatutos do BANC. Mesmo não sendo estatutariamente exigível, a abertura do ERP foi também aprovada pelo Sr. General na Assembleia-Geral Ordinária de 27 de Março 2014. Note-se que o acto de inauguração do ERP em Portugal, foi presidido por 2 (dois) representantes do Sr. General, enviados
de Luanda, especialmente para o efeito, nomeadamente o Sr. Administrador “Rochinha” e o Pastor Elias Pedro, conselheiro espiritual do Sr. General. 2) O Sr. General referiu que “ouviu dizer que na representação de Portugal havia uma viatura de marca Mercedes que foi adquirida pelo valor de mais ou menos Euros 400.000,00 (quatrocentos mil euros)” No ERP, a única viatura adquirida foi uma viatura de marca Mercedes, no montante de Euros 47.778,00 (quarenta e sete mil, setecentos e setenta e oito euros) e que se encontra em posse da filha do Sr. General, Sra. Elizabeth Paihama. 3) O Sr. General referiu que “o ERP tinha um arrendamento sobre faturado e o mesmo serviu de canal para o envio de dinheiro a partir do BANC” O ERP era apenas e só um escritório de representação e não uma filial ou sucursal do BANC. Os únicos fundos disponíveis no ERP provinham da “casa mãe”, nomeadamente do BANC em Angola e eram os necessários apenas a sua subsistência. Relativamente ao alegado arrendamento sobre faturado é importante perceber que o objectivo da abertura do ERP se inseriu com o propósito de captar investimento para o BANC em Angola, mas também de encontrar um novo acionista que pudesse aportar novo capital para o BANC no sentido de satisfazer os requisitos de capital mínimo exigidos pelo BNA. Daí que o arrendamento dum escritório na Avenida da Liberdade em Lisboa (a avenida mais cara de Portugal) passasse pela necessidade de representar o BANC como uma instituição de prestígio, credível e digna. O valor do arrendamento mensal desta área situada no 6º piso e composta de 484 m2 e três lugares de estacionamento era de Euro 9.400,00 (nove mil e quatrocentos euros), valor este que era perfeitamente normal na relação custo-beneficio-localização. Portanto não se percebe onde estava a alegada sobre faturação. 4) A abertura dum Escritório de Representação no Brasil (adiante referido “ERB”), foi objecto de deliberação do Con-
selho de administração, conforme acima explicado. Contudo, o ERB, não teve deferimento do Banco Central do Brasil, o que levou o Conselho de Administração do BANC a desistir deste processo. Portanto, o ERB em boa verdade nunca foi aberto, porque o mesmo não foi autorizado pelas autoridades de supervisão bancaria do Brasil. Não corresponde a verdade que o Sr. General ou algum seu representante se tenha deslocado ao Brasil para este efeito. 5) Referiu o Sr. General que “todo o seu património ficou com os administradores e que por conta disso enfrentava graves dificuldades em manter o sustento dos seus filhos menores e demais membros do seu agregado familiar”. O subscritor deste Direito de Resposta não tem, nem tão pouco dispõe, direta ou indiretamente de nenhum património do Sr. General. Quanto ao facto de o Sr. General estar a passar dificuldades para sustentar a sua família, o subscritor pode apenas confirmar que o Sr. General auferia no BANC uma renumeração de $10.000,00 (dez mil dólares) por mês até a altura em que o BNA intervencionou o BANC. O sr. General também tornou público que auferia $50.000,00 (cinquenta mil dólares) por semana da PLURIJOGOS conforme entrevista concedida ao Sr. Ernesto Bartolomeu na Televisão Pública de Angola(“TPA”). 6)Relativamente aos “condomínios do BANC”, esclarece-se que o BANC nunca deteve nenhum condomínio e tão pouco o subscritor. O que foi deliberado pelo Conselho de administração e pela Comissão Executiva foi permitir aos trabalhadores a aquisição, com financiamento do BANC, de habitações condignas. Obviamente que todos os créditos a habitação dos trabalhadores do BANC eram descontados dos seus salários, como alias é prática de todas as instituições bancárias em Angola, sendo certo que o valor das casas era do conhecimento dos trabalhadores. 7) As reuniões entre o subscritor, Sr. General e Sua Exª o Governador do BNA, Dr. José de Lima
Massano, tiveram como tema a necessidade urgente de aumento do capital social por parte dos accionistas do BANC e as operações de Redesconto(empréstimos) do BNA ao BANC. Não corresponde a verdade que o Sr. General não soubesse que o BANC recorria ás operações de Redesconto do BNA, pois esse tema era recorrente nas reuniões com o BNA, mas também nas reuniões da Assembleia- Geral a que o Sr. General liderava como Presidente da Mesa da Assembleia Geral, a título de exemplo, a Assembleia –Geral Ordinária de 02 de Junho de 2017. 8) Após a imposição do aumento de capital social pelo BNA e não tendo este sido concretizado pelos accionistas, o Conselho de Administração do BANC viu-se obrigado a procurar novos investidores interessados em entrar como acionistas no capital social do BANC. Assim desde meados de 2015 que se encetaram negociações com entidades internas e externas para a capitalização do BANC. Todavia, cada vez que a administração apresentasse um investidor interessado, o Sr. General negava-se assinar os contratos com vista ao aporte de capital, negando-se a qualquer explicação plausível e sem apresentar quaisquer alternativas, deixando o BANC numa posição muito fragilizada quer junto do BNA, quer junto do mercado interbancário. 9) O Sr. General refere que “nunca teve conhecimento da construção da nova sede em Talatona”. Tal afirmação não corresponde a verdade, porquanto já na Assembleia-Geral de 27 de Março 2014 a que o Sr. General liderou como Presidente da Mesa, se referenciava o “início das obras da futura sede do BANC em Talatona”. A par disso foi colocada uma maquete e filme em 3D que se encontravam na montra para o público da agência sede em uso na Travessa da Sorte 12, Maianga. Quanto a ter custado o triplo do preço, o subscritor desconhece a sua base de relação. Em abono da verdade, estranha-se que o Sr. General não se lembre de ter aprovado a construção da sede de Talatona, uma vez que, a seu pedido, foi cons-
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truído um apartamento no último andar da sede (“penthouse”), para uso exclusivo do Sr. General. 10) Tendo o Sr. General manifestado o desejo de adquirir um apartamento em Lisboa para a sua família, sugeri que visitasse alguns imóveis. Contudo nunca equacionando outro tipo de relação. Não é verdade que o apartamento em causa fosse comprado por mim. Assim como no Soyo, onde o BANC adquiriu um tereno e construiu um edifício composto por 2 (duas) lojas e 2 (dois) apartamentos totalmente pagos pelo BANC, não é possível que o construtor tivesse oferecido um apartamento ou outro bem qualquer deste edifício que era propriedade do BANC. Continuando, o título da matéria publicada, no jornal “O País “, nomeadamente “justiça caça supostos saqueadores do BANC foragidos em Portugal” (dando destaque as palavras “foragidos em Portugal”), corresponde a uma grosseira inverdade, como adiante se demonstrará. Primeiro: tal como ocorreu na matéria publicada sobre o assunto “BANC”, percebe-se que o Sr. Jornalista Pulo Sérgio está a ter acesso abusivo ao processo judicial, fazendo copy-paste de informação constante de documentos que apenas estão reservados á consulta das partes envolvidas no respectivo processo, fazendo crer que existe uma opinião formada acerca da culpabilidade dos ex-membros do Conselho de Administração do BANC. Ora, se o processo ainda está a decorrer em fase de audiência de julgamento, emitir este tipo de opiniões escritas sem haver qualquer condenação definitiva e sem que o Sr. jornalista Paulo Sérgio tente ao mínimo ouvir as outras partes envolvidas nos termos do direito ao contraditório, revela uma intenção clara de “assassínio de caracter” da administração cessante do BANC: Segundo: é completamente falso que o ora subscritor, Sr. José Aires esteja foragido da justiça! O subscritor está em Portugal desde 10 Fevereiro 2019, conforme facilmente se comprova do registo de saída fronteiriço, onde se encontra temporariamente por situações muito peculiares e reservadas da sua vida familiar. Aliás, se o Sr. jornalista tivesse consultado o processo com o mesmo detalhe com que o fez
para insinuar inverdades, poderia facilmente constatar que o subscritor não só constitui advogado no processo, como também está devidamente indicada a morada e o contacto telefónico do subscritor em Portugal no âmbito da Carta Rogatória a ser enviada ás autoridades portuguesas. Portanto, cai por terra a insinuação de que o subscritor está foragido. Terceiro: é completamente falso que o subscritor tenha nacionalidade de São Tomé. Não só o subscritor, como também os seus pais são angolanos e sempre viveram em Angola. É inaceitável a mensagem de xenofobia, racista que o Sr. jornalista transmite. Quarto: é lamentável que o Sr. Jornalista Paulo Sérgio utilize expressões como “supostos saqueadores”, sem dar oportunidade de se pronunciar sobre a sua matéria, sabendo de antemão que existe advogado constituído no processo, contactável para quaisquer esclarecimentos. O subscritor deste Direito de Resposta não aceita e repudia a alegação que tenha gerido de forma danosa o BANC, pois a causa da falência do BANC deve-se tão somente ao não cumprimento reiterado e sistemático pelos accionistas dos aportes de capital impostos pelo BNA e o não pagamento dos empréstimos recebidos por via das operações de Redesconto. Em conclusão, o ao subscritor reputa como falsa toda a informação contida no supracitado artigo, requerendo que o jornalista corrija as informações escritas e que lesam a honra e o bom nome do ora subscritor na “pseudo” notícia que de imparcial e factual nada contem. Por outro lado, com vista a assegurar a imparcialidade e objetividade das notícias publicadas neste jornal, deve o Sr. jornalista abster-se de publicar matérias futuras sobre o tema “BANC” sem ouvir todas as partes envolvidas neste processo.
O subscritor José Aires Vaz do Rosário
Manuel Cabral
Uma técnica pastoral para cada espécie
É
lógico que um pastor que se preze, ou que queira dignificar a sua profissão, deve, no exercício das suas funções, saber bem a técnica e/ ou estratégia para alimentar e domar, e até matar, cada espécie, objeto do seu trabalho. A Lucidez do pastor, se a tiver, o levará à práticas diferenciadas de condução, por exemplo, do gado nutrido e, talvés com mais cuidado, do faminto e sequioso. Até porque pastor com “P” grande, de certo, não dará a mesma erva ao boi e ao carneiro, ao suíno e ao caprino, à prenha e à que está no cio. Impõe-se que saiba com que alimentos melhor se nutre até ao porco; sim, porque o porco tudo come. Mas porque nem tudo lhe convém, chamase aí a idoneidade do profissional; É PRECISO SABER NUTRIR A CRIAÇÃO garantindo carne de boa qualidade, carne doutros níveis. Mesmo na hora da morte, não do pastor mas do bichinho, a técnica de abate não será a mesma ainda em se tratando de uma mesma espécie. A circunstância ditará o ritual e o ritual, a regra de abate. Sabe-se que não se degola um boi para um óbito como se abate o seu semelhante para a cerimónia de investidura do soba. É néscio o pastor que julga que qualquer teta de vaca, vigorosamente espremida, darlhe-á leite fresco, ou melhor, morno. Um pastor vigilante sabe bem de quais têtas puxar o leite e de quais machos tirar testículos. Um pastor tem de munirse de maturidade para, em tempo oportuno, saber chamar a mais douta intervenção do veterinário que, mais habil, o ajudará a restaurar a saúde, tanto da vaca louco quanto da
ovelhinha “soncinha”, cada uma das quais com o seu grau de importância, nem que seja só para o aproveitamento da pele que, um dia exposta, vira obra d’arte. Até o burro do pastor será mais feliz, de certeza, pela mansidão do dono que lhe valoriza e acaricia, do que com a arrogância do seu dono, tão burro quanto ele, se pensar que burros não sabem distiguir entre o carinho e a altivez. Mas é ponto acente que um pastor de verdade sabe trabalhar à chuva e ao sol; melhor do que isso, sabe antecipar-se de ambos os cenários, para a conveniente protecção de cada espécie e pela sua própria segurança. Um pastor higiénico sabe com que instrumentos higienizar cada espécie, e a periodicidade para tal. Domina que, na ânsia de livrar a cria das pulgas, banhos diários matam na mesma. Logo, ninguém lhe precisa exortar que, ao banhar quadrupedes, por exemplo, não lhes deve esfregar da mesma forma pois a escova para a égua não serve para todas as fêmeas de
quatro patas. O número de pernas não será critério de avaliação. Mais pernicioso talvez seja que entre os pastores não se saiba diferenciar a humanidade e a pequária. Afinal, ao dar às muheres o mesmo tratamento, e nutrição, que às vacas se recomenda, o pastor arrisca-se, estúpidamente, a levar um coice da mulher ou um “dibabelo” da vaca, caso elas saibam dar “dibabelos”. É da responsabilidade do pastor saber, e implementar, a técnica recomendável para o “pastoreio” de cada espécie animal e é da responsabilidade dos animais identificar qual o pastor que melhor lhes trata. Issó, quando tiverem opções de análise. De qualquer forma, tudo que acima exponho é do conhecimento do gado santo de Deus que habita este teritório que se chama Angola. Por isso, muitas espécies dispensam os pastores e, ao seu estilo, se governam entre si, fazendo jus ao ditado “ANTES SÓ DO QUE MAL PASTOREADO”
desporto
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Mano Calesso sonha ser campeão no Interclube Depois de renovar mais uma temporada com a equipa afecta ao Ministério do Interior, o jogador espera conseguir ajudar o Interclube a concretizar os objectivos para a próxima época futebolística 2020/2021 Mário Silva
O
extremo esquerdo do Interclube, Mano Calesso, atleta que assinou mais um ano de contrato, disse, ontem, a OPAÍS, que sonha em ser campeão do Girabola, Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão, ao serviço da turma do bairro Rocha Pinto. Mano Calesso, de 30 anos, explicou que é um desejo pessoal, porque a direcção ainda não reuniu com a turma
Mano Calesso durante uma sessão de treinos no “tapete verde” do Estádio 22 de Junho, no bairro Rocha Pinto, em Luanda
afecta ao Ministério do Interior para traçar os objectivos, devido ao novo Coronavírus “Covid-19”, tendo em vista a temporada futebolística 2020/2021. O melhor marcador da equipa, com cinco golos, na época recentemente anulada, espera fazer uma boa campanha na maior competição do calendário da Federação Angolana de Futebol (FAF) para regressar à Selecção Nacional de honras. Apesar do Interclube não ter uma boa prestação no Girabola 2019/2020, prova não concluída pelo motivo supracitado, onde ocupava o oitavo lugar, com 31 pontos, Mano Calesso reconheceu que o grupo estava bem encaminhado na Taça de Angola. “Infelizmente, aconteceu que muitos já sabem, que é a situação da pandemia”, mostrou-se triste pelo momento sanitário que o mundo vive. Quanto à uma possível proposta para jogar no estrangeiro, o jogador disse que aceitaria, porque o sonho de um atleta que actua na prova doméstica é actuar no estrangeiro, quer dizer, numa campeonato com outro nível competitivo. “Claro que abraçaria a proposta com muito gosto. Se me permitirem levar a família melhor ainda”, assegurou o antigo jogador do Progresso do Sambizanga e do Kabuscorp do Palanca.
Cavani dado como certo no Benfica de Jorge Jesus
“E
stá um pouco encaminhado, mas ainda não está fechado”. Foi assim que, este ontem, Domingo, em declarações à ESPN Uruguai, Walter Guglielmone falou do futuro de Edinson Cavani e a sua transferência para o Benfica. De acordo com as informações adiantadas pelo irmão do avançado uruguaio à referida emissora, ainda falta definir
alguns detalhes, algo que está a atrasar a assinatura do contrato entre as partes. Por outro lado, Guglielmone referiu que Cavani se encontra neste momento em Paris à sua espera para definir o seu futuro, ainda que não haja planos para que nos próximos dias possa viajar a Portugal. Segundo a ESPN Uruguai, mesmo não havendo negócio fechado, o Benfica posicionase como o destino mais provável para o antigo avançado
do Paris SG, que é visto pela emissora como a cereja no topo do bolo para “fechar da melhor maneira uma importante renovação do plantel e uma grande aposta desportiva”. Lembre-se que as águias neste defeso já garantiram seis reforços, nos quais se destacam nomes sonantes como Everton, Pedrinho, Jan Vertonghen ou Luca Waldschmidt.
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Petro contrata novo treinador para formação em basquetebol DR
Mário Silva
O
antigo campeão africano nos Jogos da Juventude em 3x3, Sérgio Cristóvão, 32 anos, é o novo treinador para o escalão de formação de basquetebol do Petro de Luanda, tendo assinado por duas temporadas. Segundo a página do Facebook dos tricolores, o técnico é formado nos Estados Unidos da América e chegou à Selecção Nacional sénior masculina em 2017, onde trabalhou como técnico-adjunto até 2019. O vice-presidente da modalidade do clube, Anselmo Monteiro, o director Hermenegildo
Bunga e o coordenador Manuel da Silva “Gi”, prestigiaram o acto de assinatura do contrato. Por outro lado, o treinador camaronês, Lazare Andigono, não chegou a acordo com a direcção dos petrolíferos, porque pretendia um vínculo contratual de mais de duas temporadas. O novo vice-presidente para o basquetebol, Anselmo Monteiro, por sua vez, tem responsabilidade de encontrar outro treinador para o campeão nacional, num clube onde as exigências são bastantes. Desde 2012 nos tricolores, Lazare Adingono, que substituiu o português Alberto Babo, conquistou dois Campeonatos Nacionais (2015 e 2019), duas Taças de Angola (2013 e 2014) e uma Taça dos Clubes Campeões Africanos (2015).
Sérgio Cristóvão no momento da assinatura do contrato
Substituto de Pedro Godinho é conhecido em Outubro
O
qual fazem parte Fernanda Teixeira e Ngouabi Salvador. A Assembleia-geral ordinária realizada no passado Sábado, no Anfiteatro Paulo Bunze, no Complexo da Cidadela Desportiva, em Luanda, em que as associações participaram por vídeo-conferência, face à Covid -19, aprovaram o relatório e contas referentes ao ano de 2019. Pedro Godinho, que nos últimos 12 anos liderou o órgão, não vai recandidatar-se. Francisco de Almeida, Cardoso de Lima, Juka Figueiredo, Sardinha de Castro, Hilário de Sousa e Archer Mangueira destacam-se ente as personalidades que já lideraram a Federação Angolana da modalidade.
O candidato Amândio Chipalanga, da lista única (A), foi eleito, Sábado, presidente de direcção da AssociaçãoProvincialdeGinásticade Benguela, para o período 2020/24, com três votos a favor. A nova direcção conta ainda com Gabriel Catumua, vice-presidente para a área técnica, Josua Tchipalanga, vice-presidente para angariamento de fundos, Cláudia de Jesus, vice-presidente para comunicação e imagem e Ângelo Veríssimo como secretário. Completam a lista de dirigentes, Paulo Balaca, presidente do conselho fiscal, Geraldo Gimbe, presidente do conselho disciplinar, Alice Tomás, presidente do conselho técnico, Manuel Costa, presidente do conselho de arbitragem e Lucas Chamba, presidente do conselho jurisdicional. Em declarações à Angop, o presidente eleito disse que vai procurar massificar a ginástica no interior da província.
Hamilton mais rápido no GP de Espanha
O
daniel miguel/arquivo
substituto do presidente cessante da Federação Angolana de Andebol (FAAND), Pedro Godinho, é conhecido no dia 31 de Outubro, data marcada para as eleições do ciclo olímpico 2020/2024, em Luanda. Deste modo, dois candidatos, Zeca Venâncio, vice-presidente do elenco cessante, e José Amaral, antigo praticante, já manifestaram oficialmente a intenção de concorrer à presidência do órgão reitor da modalidade, desporto das ‘sete linhas’ que já conquistou para títulos africanos, bem como conseguiu boas classificações nos mundiais e Jogos Olímpicos. A comissão eleitoral será presidida por Cardoso de Lima, da
Ginástica em Malanje tem novo comandante
piloto britânico Lewis Hamilton venceu ontem, Domingo ,o Grande Prémio de Espanha alcançando a quarta vitória da época. Um triunfo incontestável do campeão do Mundo da Mercedes, que tinha largado da pole position. O líder do Mundial bateu agora um recorde, pois ultrapassou Michael Schu-
Dovizioso vence Grande Prémio da Áustria
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ndrea Dovizioso (Ducati) venceu ontem, Domingo, o Grande Prémio da Áustria em Moto GP, à frente de Joan Mir (Suzuki), que passou Jack Miller (Ducati) na última volta para ficar em segundo, e Miller em terceiro. Miguel Oliveira caiu a 12 voltas do final e sem pontuar caiu também duas posições na classificação geral, passando de 12º para 14º.
macher na lista dos pilotos com mais presenças no pódio. Soma 156, mais um do que o ex-piloto alemão. Na segunda posição ficou o Red Bull de Max Verstappen, seguido do Mercedes de Valtteri Bottas. Quando à Ferrari, depois de uma qualificação para esquecer, o melhor que conseguiu fazer foi colocar Sebastian Vettel em 7º. Charles Leclerc desistiu.
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diversos
OPINIÃO
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Cupertino Gourgel
Hong Kong é tão inseparável para China como Cabinda para Angola
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oi com elevada honra e animado espírito patriótico que durante doi s m a n d ato s consecutivos, como diplomata, representei o meu país (Angola) na Região Especial Administrativa de Hong Kong (HK). A dedicação ao trabalho, a excelente comunicação com a Administração local, a cooperação harmoniosa com todas representações diplomáticas e consulares acreditadas na Pérola do Oriente, o espírito de amizade e solidariedade que caracteriza o cidadão Chinês, tornou a cidade de HK a minha segunda casa (HK is home). O tamanho da linda cidade equivale metade da cidade de Luanda, no entanto a sua população é equivalente a um quarto da população de Angola; podemos deste modo imaginar a enorme densidade populacional de HK. Sendo o terceiro maior centro financeiro mundial, a economia mais livre e a cidade mais competitiva do mundo, HK tem 360 mil milhões de USD de produto interno bruto (PIB) anual. O movimento de empresários provenientes de todos os cantos do mundo é notório, podendose adquirir produtos modernos de alta qualidade, expressando prosperidade e estabilidade incomparáveis. Desde o ano passado, um pequeno grupo de países ocidentais tentou manipular HK artificialmente, financiou alguns jovens estudantes nos bastidores, mobilizou e encorajouos a fazer manifestações, invadir a assembleia legislativa, criar desordem no aeroporto e nos transportes públicos, bem como causar enormes dificuldades para impedir a livre circulação dos cidadãos e do comércio. Meus amigos em HK, lamentando
dr
concordaram que os distúrbios tinham interferência externa. Hoje, HK voltou à normalidade, graças à promulgação e implementação da Lei de Segurança Nacional pelo Congresso da China. Para os meus compatriotas angolanos que desejam reflectir sobre esta matéria, deixo os seguintes comentários: A China e seu partido político A China tem a maior população mundial e o seu território é o terceiro maior classificado. Sua história de civilização tem mais cinco mil anos. Como disse Supachai Panitchpakdi, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, “a China tem sido sempre o país mais populoso e mais rico do mundo por milhares de anos”. No ano 1800, o PIB da China ocupava um terço da totalidade mundial. Das dez maiores cidades do planeta, com meio milhão de habitantes naquela época,seis cidades estavam localizadas na China. Desde 1840, a China foi repetidamente invadida por países estrangeiros. Em 1949, a China era o país mais pobre e atrasado do mundo, com um PIB per capita equivalente a 9% do
nível médio mundial. Naquele ano, o Partido Comunista da China fundou a República Popular da China. Graças a união, diligência e disciplina, a China ressurgiu e se desenvolveu rapidamente. Em 2004, o PIB da China era inferior ao da Alemanha, França e Reino Unido. Porém, em 2014, o PIB da China igualou ao conjunto dos países acima referidos incluindo a Itália. Que espectacular! Hoje a China é o principal motor do crescimento económico mundial e a segunda maior economia. Em todos os lugares da China que tive o prazer de visitar, é visível a prosperidade. Ninguém sabe melhor do que o próprio povo chinês se o partido governante e o sistema da China é bom ou não. Foi divulgada recentemente a sondagem por Edelman Public Relations Worldwide, a maior empresa independente de relações públicas do mundo, mostrando que a confiança do povo chinês no governo é de 95%. A Região Especial Administrativa de HK Hong Kong faz parte do território chinês desde os tempos remotos.
Em 1840, a China recusou importar drogas do Reino Unido, foi arrastada para a Guerra do Ópio e derrotada e como consequência forçada a ceder HK ao Reino Unido. Em 1997, a poderosa China voltou a exercer administração sobre HK e implementou “Um País, Dois Sistemas”. Objetivamente falando, HK é tão inseparável da China quanto Cabinda é para Angola. Os assuntos de HK pertencem totalmente aos assuntos internos da China. Do ponto de vista da jurisprudência internacional, a não interferência nos assuntos internos é a norma básica das relações internacionais, e nenhum país permitirá que os outros minem arbitrariamente sua própria soberania e integridade territorial. Quando HK implementa a Lei de Segurança Nacional, as únicas pessoas que deveriam ter medo são os criminosos. O que isso importa a outrem?No44ºConselhodeDireitos Humanos da ONU, realizado em Genebra, o Ocidente, que provocou o incidente, apenas obteve apoio de 20 países; no entanto, 53 países foram unanimes em apoiar a Lei de Segurança Nacional para HK.
Angola e China Quando terminou a guerra civil em Angola, a China foi o primeiro país a apoiar o programa de reconstrução nacional, participando na construção de 2,800 quilômetros via de ferrovia, 20,000 quilômetros de estradas, 100,000 fogos de habitação (vejam as novas cidades de Kilamba Kiaxi porCITICedeDundoporPanchina), 100 escolas públicas, inúmeros centros hospitalares entre outras infraestruturas; adicionalmente. A China tem oferecido bolsas de estudo para milhares de jovens angolanos.Quantoaoinvestimento estrangeiro e comércio, a China é o principal parceiro para Angola. Em 2019, Angola exportou 23,7 mil milhões USD para a China, importou 2 mil milhões USD e recebeu 176 milhões USD em investimento directo. Durante o presente período de pandemia, as empresas e comunidades chinesas em Angola, têm fornecido gratuitamente ao nosso país 730,000 de máscaras bem como outros donativos de material de biossegurançaavaliadoemmilhões de dólares Americanos. O governo chinês e a fundação Alibaba também estão entre os grandes doadores. A empresa chinesa BGI está a construir um laboratório “Olho de Fogo” em Angola para melhorar significativamente a nossa capacidade. Honestamente, considero como bênção ter amigos e parceiros como a China ao lado de Angola. Como cidadão, gostaria de agradecer à China por ter participado na reconstrução de Angola, por investir em Angola, por contribuir o maior superavit comercial, e agradecer à China por fornecer a maior assistência a Angola na luta contra a Covid-19. Bem-haja a amizade ANGOLA – CHINA! 14 de Agosto de 202 *Ex-cônsul de Angola em Hong Kong
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PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES VÁLIDA DE 17 A 19 DE AGOSTO DE 2020 INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 17 à 19 de Agosto de 2020 Data 17/08/2020
CIDADE
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LUANDA
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CABINDA
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SUMBE
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CAXITO
Data 18/08/2020
Estado do Tempo
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Céu nublado pela manhã / neblina matinal
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Céu nublado pela manhã / neblina matinal
MBANZA CONGO
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UIGE
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NDALATANDO
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MALANJE
Data 19/08/2020
Estado do Tempo
Estado do Tempo
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Céu nublado, Nevoeiro / neblina matinal
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29
Céu nublado pela manhã
Céu nublado, Nevoeiro / neblina matinal
20
29
Céu nublado pela manhã / neblina matinal
27
Céu nublado, Nevoeiro / neblina matinal
18
28
Céu parcial nublado / neblina matinal
20
29
Céu nublado pela manhã / neblina matinal
21
30
Céu nublado pela manhã
Céu nublado pela manhã / neblina matinal
18
27
Céu nublado, Nevoeiro / neblina matinal
20
28
Céu parcialmente nublado
27
Céu nublado pela manhã / neblina matinal
15
28
Céu nublado, Nevoeiro / neblina matinal
15
29
Céu nublado, Nevoeiro / neblina matinal
26
Céu parcial nublado / neblina matinal
17
28
Céu parcial nublado / neblina matinal
15
29
Céu parcial nublado pela manhã
15
28
Céu parcial nublado / neblina matinal
14
30
Céu parcial nublado / neblina matinal
14
29
Céu parcial nublado / neblina matinal
DUNDO
21
31
Céu parcial nublado
20
31
Céu parcial nublado
20
31
Céu pouco nublado ou limpo
SAURIMO
16
29
Céu parcial nublado
16
30
Céu parcial nublado
16
30
Céu pouco nublado ou limpo
BENGUELA
16
27
Céu parcial nublado / neblina matinal
16
28
Céu parcial nublado / neblina matinal
17
28
Céu nublado pela manhã / neblina matinal
HUAMBO
08
26
Céu limpo
10
27
Céu limpo
08
27
Céu limpo
CUITO
10
27
Céu limpo
08
27
Céu limpo
10
27
Céu limpo
LUENA
11
28
Céu limpo
13
29
Céu limpo
13
28
Céu limpo
LUBANGO
12
27
Céu limpo
12
27
Céu limpo
12
26
Céu limpo
MENONGUE
10
27
Céu limpo
13
28
Céu limpo
12
28
Céu limpo
MOÇÂMEDES
14
26
Céu parcial nublado / neblina matinal
13
28
Céu parcial nublado / neblina matinal
12
27
Céu parcial nublado / neblina matinal
ONDJIVA
10
27
Céu limpo
12
29
Céu limpo
11
29
Céu limpo
O(s) Meteorologista(s): José Cachimbuandungue
Fonte: INAMET
Das 18 horas do dia 14 às 18 horas do dia 15 de Agosto de 2020 NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu parcialmente nublado em quase toda a região, apresentando-se nublado durante a madrugada e manhã nas províncias de Luanda, Cabinda, Zaire, Uíge, Bengo, Cuanza-Norte e Cuanza-Sul. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de Luanda, Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje, Bengo, Cuanza-Norte e Cuanza-Sul. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado ou limpo em toda a região, com períodos de céu parcialmente nublado durante a madrugada e manhã na província de Benguela. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal em alguns municípios da província de Benguela REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango: Céu pouco nublado ou limpo em toda a região, com períodos de céu parcialmente nublado durante a madrugada e manhã na província do Namibe. Possibilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns municípios das províncias da Huíla e Namibe.
Luanda, 16 de Agosto de 2020
Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao
TEMPO no mar
Fonte: INAMET
BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 16 DE AGOSTO DE 2020:
3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 TU DO DIA 16/08/2020 ÀS 18:00 TU DO DIA 17/08/2020.
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA – INAMET
CentroeNacional de Previsão doentre Tempo os paralelos 4°S e 14°S (Cabinda a Circulação moderada de Sudoeste-Oeste Sul-Sudoeste Benguela), e circulação Forte de Sul-Sudoeste do paralelo 14°S a 18°S (Namibe). BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ àS 18:00 TU DO DIA 17 DE AGOSTO DE 2020: AVISO DE VENTOS FORTES ATÉ 61 KM/H ( 33 NÓS) E ONDAS FORTES DE ATÉ 5.0 METROS DE ALTURA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 16 DE AGOSTO DE 2020: moderada de Sudoeste-oeste e Sul-Sudoeste entre os paralelos 4°S e 14°S (Cabinda à Benguela), e circulação Forte de Sul-Sudoeste do paralelo NACirculação REGIÃO MARÍTIMA DO NAMIBE. 14°S e 18°S (Namibe). REGIÃO (ATÉ 200 MILHAS DA COSTA) ESTADO DO TEMPO VENTO ALTURA DA ONDA (METROS) ESTADO 2. VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 17 DE AGOSTO DE 2020: DOPREVISÃO MAR VISIBILIDADE HORIZONTAL AVISO DE VENTOS FORTES ATÉ 61 KM/H ( 33 NÓS) E ONDAS FORTES DE ATÉ 5.0 METROS DE ALTURA NA REGIÃO MARÍTIMA DO NAMIBE.
REGIÃO
ESTADO DO TEMPO
VENTO
(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)
ALTURA DA ONDA (METROS)
ESTADO DO MAR
VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)
DIRECÇÃO FORÇA (KT)
Cabinda (4°S – 6°S)
Neblina
Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)
Neblina
Namibe (14°S – 18°S)
Neblina
Neblina
Sudoesteoeste
Até 15
Até 2.5
Agitado
Fraca (Inferior a 5)
Sudoesteoeste
Até 17
Até 3.0
Muito agitado
Fraca (Inferior a 5)
SulSudoeste
Até 18
Até 3.5
Muito agitado
Fraca (Inferior a 5)
SulSudoeste
Até 33
Até 5.0
Muito agitado
Fraca (Inferior a 5)
A alta pressão de Santa Helena, manter-se-á estacionária no Sudoeste da África Austral durante as próximas 24 horas com a sua pressão a variar de 1015 a 1030hPa, influenciando o padrão e a intensidade do vento. Assim, prevê-se estado do mar agitado para a região marítima de Cabinda ao Cuanza-Sul, com ondas máximas de até 2.5 metros de altura, situação semelhante verifica-se no estado do mar muito agitado na região maritima do Namibe, com ondas de 5.0 metros de altura. Prevê-se visibilidade fraca durante a madrugada e manhã nas regiões marítimas de Cabinda ao Namibe, devido à possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal.
4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA
Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local
OPINIÃO
O PAÍS
Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
31
João Demba
Ensino: anular em 2020 e agir a favor de 2021
A
s previsões para a normalização do quotidiano dos indivíduos em todo o mundo têm se mostrado progressivamente incertas. Apesar das dúvidas, preveem-se nos próximos meses em Angola e em vários países do mundo a ocorrência de novas contaminações massivas pela COVID. Na Europa, alguns estados que haviam desactivado os hospitais de campanha para tratamento da COVID estão a reactiva-los. A tão concorrida e esperada vacina com efeitos de humanização que poderia no curto prazo provocar uma rápida alteração neste cenário mundial de incertezas, presente desde Março, ainda que alcance resultados positivos nos testes da 3ª fase nos próximos 30 dias, tempo, certamente, não haverá para a recuperação do ano lectivo 2020 em Angola, se considerarmos a carga horária por disciplinas e classes, a quantidade de conteúdos a serem ministrados, bem como os meses restantes para o término do presente ano! Podemos concordar, que um dos piores factos que podem ser vivenciados na pós-modernidade, mas não só, por qualquer indivíduo, qualquer sociedade - apesar da multiplicidade de meios e formas de obtenção e divulgação de informação, é o de não possuir notícias a respeito de dado fenómeno e ou acontecimento, principalmente, quando este afecta directamente a vida do indivíduo bem como o modo de constituição e organização da sociedade, que além de outras, tende a dificultar a melhor gestão da grande maioria dos fenómenos e ou acontecimentos bem como
facilitar a ocorrência de boatos. Yuval Harari, importante pesquisador dos nossos tempos tem realçado frequentemente em suas comunicações, informação é clareza. Cambridge, uma das mais prestigiadas universidades do mundo informou que não ministrará aulas presenciais até ao ano 2021. Em Portugal, o ano lectivo 2020/21 poderá ter início no modelo de aulas combinadas (presenciais e virtuais) em simultâneo, sendo as presenciais s epa rad a s e me d i a nte ca lenda ri zação especí fica por grupo de estudantes. Em algumas cidades e ou regiões da República Federal do Brasil, também já está decidido, aulas só em 2021, e possivelmente, não presenciais! E em Angola, o que está/será decidido? Até ao momento não se tem notícia conclusiva sobre a situação do ensino no país, que ao nível do subsistema geral em 2020 funcionou presencialmente em apenas cerca de dois meses, e ao nível do subsistema do ensino superior, pouco menos de um mês. Além da autorização do Órgão de Tutela para a realização de Trabalhos de Fim de Curso ao nível do ensino superior, por exemplo, e o recém anúncio, também do Órgão de Tutela do regresso do pessoal docente e não docente do ensino geral público aos estabelecimentos escolares para trabalhos de organização administrativa e de procedimentos de ensino, não se tem notícia oficial conclusiva em relação ao regresso, anulação ou outra medida, referente ao ano lectivo 2020. Determinados especialistas nacionais de várias áreas sugerem considerar o inicio/reinicio do
ano lectivo 2020 para Setembro do mesmo ano, e desta forma, inserir Angola no calendário de ensino da região do continente em que está inserido, bem como no da grande maioria de países do ocidente: esta certamente daria outra abordagem, mas não por agora! Em meio a este cenário de incertezas e de desafios em várias áreas, consideramos, entretanto, haver já, algumas certezas ao nível do sector do ensino: a) os estudantes permanecem sem aulas presenciais e ou virtuais há algum tempo; b) o país, na actualidade, não possui em abundância capacidades e condições técnicas, tecnológicas, humanas e de procedimentos para a operacionalização do ensino a distância e ou presencial; c) os docentes do ensino privado (geral e universitário) estão sem salários a cerca de 5/6 meses; d) muitos sonhos de transição de ano e finalização de cursos foram e serão adiados; e) estudantes e professores aprenderam e apreenderam menos ao longo do ano; f) nas instituições de ensino privadas os constrangimentos financeiros são progressivamente maiores; g) haverá uma redução de quadros formados nos próximos anos; h) embora até a data deste não esteja decidido e tornado público, em termos de aulas, o ano lectivo 2020, em todos os subsistemas de ensino, pode ser dado como perdido! Por estas e outras, sugerimos no curto prazo, o anúncio da anulação do ano lectivo 2020 em Angola. Ao adoptar este posicionamento, o país, como se sabe, não será o único em todo o mundo a viver esta realidade ainda que fosse, pois, o cenário de ensino a distância/virtual
além de bastante complexo, tem se mostrado até ao momento como de reduzida empatia: diria alguém “pouco civilizado”. Em Portugal, por exemplo, con siderado um estado do primeiro mundo, em consequência da instauração dos períodos de emergência e calamidade públicas (Março – Maio), a alteração do formato e procedimentos do modelo de ensino e aprendizagem que vigorava - as aulas virtuais não aconteceram de forma imediata, pois, não estavam criadas e definidas a priori, quer as condições e procedimentos como as capacidades técnicas em todos os estabelecimentos de ensino: muitos estudantes não possuíam computador pessoal, muitos docentes e discentes não possuíam aptidões para o manuseamento de tecnologias virtuais, mas não só, estando neste momento, meses antes do início do ano lectivo 2020/21, ded icados, ta mbém, ao aprimoramento das condições, procedimentos e competências para o ensino virtual sem redução do rigor e qualidade, alcançados. Assim, e trata-se uma opinião pessoal, mas que resulta da observação contínua da realidade nacional e alguma internacional considero necessário como já exteriorizado, infelizmente, tomar-se uma posição pública em relação ao ensino em Angola, sendo no momento, o anúncio imediato da anulação do ano lectivo 2020 a posição mais sensata, e desta forma se possam promover nestes cerca de cinco meses até ao término do ano de 2020, um conjunto de acções, medidas, estratégias, mobilização de capacidades, recursos técnicos e tecnológicos,
procedimentos, enfim, capazes de fomentar as condições necessárias para o arranque do ano lectivo 2021 sem grandes constrangimentos, seja de forma virtual, presencial e ou em simultâneo: este p osicion a mento p o derá contribuir significativamente para a diminuição de incertezas bem como a redução da pressão negativa em docentes e discentes geradas pela paralisação brusca do ano lectivo 2020, além de oferecer aos gestores do sector e de instituições de ensino, mas não apenas, tempo e oportunidade para a devida adaptação à realidade do país. Aliás, pode ser esta uma excelente oportunidade para a correcção de lacunas, erros e vícios do sector. L em br a-n o s A ntón i o Gramsci na obra Odeio os Indiferentes, “viver significa tomar partido. Para este autor, a indiferença é parasitismo, covardia, não é vida, por isso, odeia os indiferentes”. Nesta senda, a questão do financiamento ao sector do ensino, quer público como privado, carece de adequada voz e vez, não apenas para a mel hor orga n i zação, gestão e funcionamento das instituições de ensino nos vários subsistemas, mas também para o trabalho dos discentes e docentes, mediante a adopção de um estratégia/ modelo de financiamento de responsabilidade e ou intermediado pelo estado, apropriado às necessidades, ca rênci a s, ex pectat iva s e desafios dos principais i nter ven iente s de ste importante sector da economia e da sociedade.
Última 32 O PAÍS Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020
Taxas de Câmbio dos Bancos Comerciais
Sábado à Segunda-Feira, 15 à 17 de Agosto de 2020 Taxa de Câmbio Actual Compra
Venda
BANCOS COMERCIAIS
USD/KZ
EUR/KZ
USD/KZ
EUR/KZ
Finibanco Angola - (FNB)
570,655
675,484
618,784
732,454
Banco de Investimento Rural - (BIR)
579,102
683,050
616,330
727,658
Banco de Crédito do Sul - (BCS)
564,948
668,729
615,166
728,172
Banco Yetu - (YETU)
593,582
700,130
614,254
724,512
Banco Comércio e Indústria - (BCI)
584,020
687,100
609,717
717,332
Standard Bank Angola - (SBA)
584,020
687,100
607,381
714,584
VTB África - (VTB)
572,340
673,358
605,921
712,866
Banco de Fomento Angola - (BFA)
560,003
660,832
604,575
713,428
Banco de Negócios Internacional - (BNI)
564,743
668,486
599,393
709,501
Banco de Poupança e Crédito - (BPC)
566,375
670,418
599,188
709,258
Banco Comercial do Huambo - (BCH)
576,362
682,239
596,619
706,218
Banco Caixa Angola - (BCGA)
576,247
682,104
596,534
706,117
Standard Chartered Bank Angola - (SCBA)
570,655
675,484
596,334
705,881
Banco Prestígio - (BPG)
575,761
679,304
594,520
701,436
Banco Sol - (BSOL)
582,403
687,265
594,289
701,291
Banco Valor - (BVB)
565,718
667,575
594,289
701,291
Banco Económico - (BE)
547,829
648,465
593,481
702,503
Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA)
568,087
672,444
593,481
702,503
Banco Keve - (BKEVE)
549,634
650,382
591,870
700,359
Banco BAI Microfinanças - (BMF)
567,802
672,336
590,628
699,365
Banco Millenium Atlântico - (ATL)
559,242
661,974
590,628
705,881
Banco BIC - (BIC)
567,807
674,140
590,029
710,332
Banco da China Limitada - Sucursal - (BOCLB)
553,649
655,355
587,889
695,884
Banco Comercial Angolano - (BCA)
567,802
672,107
587,775
695,749
Banco Angolano de Investimentos - (BAI)
570,655
675,484
587,775
699,126
Banco Kwanza Invest - (BKI)
558,575
659,146
582,861
687,804
Taxa Média dos Bancos Comerciais
569,154
672,711
598,450
708,135 Fonte: BNA
Caso necessite de moeda estrangeira, dirija-se sempre aos bancos comerciais ou às casas de câmbio autorizadas. Não realize operações de compra ou venda de moeda estrangeira na rua/mercado informal, pois tal acarreta muitos riscos e é ilegal.
Imunidade à Covid-19 dura poucos meses, diz estudo britânico
U
m estudo realizado pela King’s College de Londres, no Reino Unido, mostrou que a imunidade ao novo Coronavírus (Sars-CoV-2) pode durar apenas alguns meses, com um risco de uma nova contaminação. Os resultados foram divulgados pelo jornal “The Guardian”.
Coronavírus pode agir como aquele que causa a gripe comum em que, ano após ano, é possível ser infectado novamente. A hipótese ainda precisa de novos testes para a comprovação, mas deve ser levada em consideração.
Três meses depois da contaminação, apenas 17% daqueles que contraíram o vírus ainda apresentavam a mesma potência de resposta imunitária. Em alguns casos, os contaminados não apresentavam nenhum tipo de reação.
Em entrevista ao jornal britânico, a responsável pelo estudo, Katie Doores, afirma que, se comprovados, os resultados mostram que também no caso de uma futura vacina isso pode acontecer. “Se a infecção gera níveis de anticorpos assim limitados pelo tempo, também a duração do efeito da vacina terá uma duração limitada. Assim, as pessoas precisarão de tomar reforço”, destacou Doores. Ou seja, é muito provável que apenas uma dose da vacina não seja suficiente para a protecção. Apesar de percentuais bem diferentes, um estudo feito em três etapas pela Espanha para avaliar o nível de exposição dos cidadãos à Covid-19 também mostrou que 14% dos mais de 68 mil testados não tinham mais nenhum tipo de resposta imunológica entre o primeiro e o terceiro testes.
Assim, as conclusões dos cientistas mostram que o novo
ANSA
A pesquisa analisou casos de cerca de 90 pessoas, entre pacientes e funcionários, de dois hospitais de Londres que testaram positivo para a Covid-19. A análise laboratorial mostrou que os níveis de anticorpos atingem o máximo cerca de três semanas após a infecção e começam a diminuir gradativamente, enfraquecendo assim a resposta do corpo.