“dAQUI A cINcO ANOS ANgOLA ESTARÁ NAS mISSÕES dE PAZ dA UNIÃO AfRIcANA E dAS NAÇÕES UNIdAS’
Professor de Estratégia e Relações Internacionais do Departamento de Estudos Pós-Graduados da Academia Militar em Portugal, Luís Manuel Brás Bernardino esteve recentemente em Luanda, Angola, onde lançou o livro escrito completamente em inglês com o título ‘Angola in the African Peace and Security Architecture: The Strategic role of the Angolan Armed Forces’. O especialista em segurança diz que a comunidade internacional espera por uma maior actuação das Forças Armadas Angolanas. P. 20 Director: José Kaliengue
O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA
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Edição n.º 1441 Sexta-feira, 12/04/2019 Preço: 40 Kz
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ArQUIVO
VIrgíLIO PINTO
‘mORTO’ REgRESSA SEIS ANOS dEPOIS PARA ILIbAR O SEU ‘ASSASSINO’ NO bIÉ PLANO PREVÊ REdUÇÃO dE 26 PARA 14 % NA TRANSmISSÃO dO VIH dE mÃE PARA fILHO ● A campanha “Nascer Livre para Brilhar” pretende reduzir a
taxa de transmissão do VIH de mãe para filho de 26 por cento para 14 por cento, até 2021. Igualmente prevê aumentar a utilização de preservativos entre os jovens de 15 a 24 anos e melhorar a qualidade dos cuidados pediátricos até no mesmo ano. P. 10
Em fOcO. O crime de homicídio qualificado, do qual, alegadamente, teria sido vítima o cidadão Daniel Tchali, levou a que Bonifácio Kuenha fosse condenado pelo Tribunal Provincial do Bié a 20 anos de prisão, no ano de 2013. Hoje, passados seis anos desde a sentença, a suposta vítima mortal apareceu viva e o acusado espera por uma decisão final do Tribunal Supremo. P. 2 BAI Directo_ O Pa’ s_276x42,733mm.pdf
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● O subprocurador-geral da república na Comarca do Lobito, João da Cruz rafael, disse que o Ministério Público assumiu a luta contra a corrupção como uma missão de Estado e, da parte da Pgr, se está a prestar uma “dedicação desmedida”. P. 8
A capital do Egipto recebe hoje dirigentes desportivos e antigas estrelas do futebol africano para testemunharem o acto que vai ditar os grupos da prova que começa no dia 19 de Junho próximo em cinco cidades. P. 26
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Magistrado considera “complexa ” a luta contra a corrupção em Angola
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Em fOcO
Daniel Tchali, o colega que terá sido morto e apareceu vivo
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
Bonifácio Kuenha, acusado de ter matado o colega
‘morto’ volta seis anos depois para ilibar o seu ‘assassino’ no Bié O crime de homicídio, do qual, alegadamente, teria sido vítima o cidadão Daniel Tchali, levou a que Bonifácio Kuenha fosse condenado pelo Tribunal Provincial do Bié a 20 anos de prisão, no ano de 2013. Hoje, passados seis anos desde a sentença, a suposta vítima mortal apareceu viva e o acusado espera por uma decisão final do Tribunal Supremo Romão Brandão
O
crime teria acontecido, segundo o que consta nos autos, na fazenda agropecuária da empresa A.C.T., na localidade do Bugalho, comuna do Kunje, município do Cuito, em 2012, quando se comemorava o Dia Internacional da Criança (1 de Junho). A então vítima mortal era Daniel Tchali. Assim, acusados, pronunciados e julgados pelo crime de homicídio, sob o processo 405/013-2ªB, no Tribunal Provincial do Bié, em primeira instância, os réus Sabino Henda, Daniel Ngueve, Gabriel Bule, todos cúmplices, foram absolvidos, enquanto Bonifácio Kuenha, “autor material”, foi condenado a 20 anos de prisão. Num documen-
to a que o Jornal OPAÍS teve acesso, datado de 10 de Abril de 2019, o Tribunal Provincial do Bié confirma que Bonifácio Kuenha foi condenado àquela pena no dia 29 de Agosto de 2013, por este ter confessado o crime em audiência de julgamento. No dia da leitura do acórdão que o condenou, o representante do Ministério Público interpôs recurso ordinário de apelação, que foi deferido pelo juiz da causa, atribuindo os seus efeitos legais. Os autos foram analisados na Câmara dos Crimes Comuns do Tribunal Supremo, em segunda instância, que, em conferência, mediante acórdão, confirmou a decisão proferida em primeira instância pelo Tribunal Provincial do Bié. Bonifácio Kuenha passou então a cumprir a pena, mas no ano de 2018 o tribunal que o condenou em primeira instância tomou conhecimento de forma oficiosa que a ví-
tima nos autos, Daniel Tchali, supostamente se encontra em vida, algures no município de Catabola. Os familiares do condenado começaram a engendrar o plano de interposição de recurso da decisão que o mantém encarcerado, constituindo um advogado. O mandatário judicial interpôs um recurso extraordinário de revisão junto do Tribunal Provincial do Bié. Os autos de revisão foram enviados ao Tribunal Supremo, depois de instruídos pelo tribunal de primeira instância, tendo merecido também um processo em apenso, também já expedido, que deu entrada nos dias 5 e 6 de Fevereiro de 2019, aguardando decisão do tribunal Superior sobre a matéria. Tribunal Supremo reaprecia o caso O jornal OPAÍS contactou o advogado que interpôs o recurso extraordinário de revisão, Enoque Ca-
songo Chivangue, que foi constituído a partir da Ordem dos Advogados do Huambo para prestar o patrocínio jurídico à família do acusado. “Eu fiz as diligências possíveis e realmente tomei conhecimento que este morto vive. Fizemos todos os contactos possíveis e o ‘morto-vivo’ apareceu no tribunal, tendo o juiz da causa feito a acareação. Fiz o recurso de revisão, que é um recurso extraordinário, pelo que o Tribunal Supremo terá que rever a decisão, o que não é uma tarefa fácil”, disse o causídico. O advogado aproveitou para esclarecer o que terá realmente acontecido, tendo dito que Daniel Tchali e Bonifácio Kuenha eram colegas na fazenda que consta nos autos, e, a dada altura, o primeiro elemento terá desviado e vendido alguns porcos numa aldeia próxima da fazenda. Com medo de ser preso, Daniel pôs-se em fuga e pelo caminho encontrou-se com uns chineses, que se faziam transportar num camião e que precisavam de pessoas para trabalhar como ajudantes de pedreira no Moxico. Ficou a trabalhar no Moxico, quando no Bié era dado como desaparecido e depois morto. Nos autos consta que depois do desaparecimento do suposto morto foram feitas buscas na fazenda e encontraram, no matagal, ossadas
enterradas e perto desta um casaco de Daniel. Essas ossadas foram elementos suficientes para se concluir que Daniel tinha sido morto, dado o tempo que ficou desaparecido, e que o culpado era Bonifácio. “A Polícia não teve o cuidado de fazer os exames necessários para se determinar a quem pertenciam tais ossadas, nem mesmo procuraram, junto dos parentes próximos saber se pertenciam a Daniel. Presumiram simplesmente que Bonifácio o teria espancado Daniel até à morte e o enterrado no matagal”, conta. Depois de terminado o contrato, no Moxico, Daniel decide voltar e é visto por um dos seus familiares na praça. Explicaram-lhe a situação e foi sensibilizado a ir ao tribunal porque o seu colega estava preso supostamente por lhe ter ‘matado’. Entretanto, uma fonte do Tribunal Supremo confirmou ao Jornal OPAÍS que realmente o processo está a ser reanalisado neste tribunal, de forma a entender o que se passou, se existiu na realidade um crime de homicídio. A mesma fonte, que preferiu não ser identificada, disse ainda que a confissão do réu tem de ser acompanhada de outros elementos de prova, e que, a ser verdade que houve erro por parte dos magistrados, é justo que estes sejam responsabilizados.
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
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14/03/2019
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Mo Ibrahim diz que ficou “muito surpreendido” com as mudanças em Angola “fiquei muito surpreendido porque todos assumimos que o novo Presidente, que era um aliado do anterior Presidente, seria alguém que que iria proteger essa liderança”, disse o empresário e filantropo
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empresário e filantropo Mo Ibrahim afirmou, em entrevista à agência Lusa, estar “muito surpreendido” com as mudanças políticas em Angola e lamentou a “terrível situação” em que Moçambique se vê envolvido por causa das dívidas ocultas.
“Fiquei muito surpreendido pelas mudanças em Angola, porque todos assumimos que o novo Presidente de Angola [João Lourenço], que era um aliado do anterior Presidente e fiel à anterior liderança, seria alguém que iria proteger essa liderança”, disse. Para Mo Ibrahim, quando chegou ao poder, João Lourenço provou ser independente, dando como exemplo a forma como lidou com os filhos do anterior chefe de Estado, José Eduardo dos Santos. “Não tenho a pretensão de entender em detalhe o que se passa no país, mas adoraria encontrar-me com o Presidente de Angola para tentar perceber como é que ele pensa e o que está a acontecer. É um país africano importante e espero que comecem a prestar atenção à importância da boa governação”, considerou. Por outro lado, o fundador e presidente da Fundação Mo Ibrahim lamentou a situação que actualmente atravessa Moçambique. “Um dos nossos primeiros vencedores do prémio [Mo Ibrahim de Boa Governação] foi Joaquim Chissano. Moçambique está a atravessar uma situação terrível com todos estes escândalos financeiros, as dívidas, os empréstimos, com o Governo a recusar fazer uma auditoria porque a situação política é muito difícil”, apontou. Neste contexto, o empresário mostrou-se céptico relativamente ao assumir do poder por par-
Apresentação de
te de movimentos outrora revolucionários. “Preocupa-me sempre quando os movimentos revolucionários chegam ao poder porque o seu comportamento muda. Não acho que os movimentos revolucionários e de libertação tenham sido muito bem-sucedidos na sua transformação de guerrilheiros em partidos de Governo”, disse. Mohamed “Mo” Ibrahim, 73 anos, é um cidadão britânico de origem sudanesa que fez fortuna na área das telecomunicações, tendo criado a Fundação Mo Ibrahim, que divulga anualmente um índice que monitoriza a boa governação no continente e atribui um prémio a governantes africanos que se distingam nesta área. Os ex-Presidentes de Moçambique e Cabo Verde, Joaquim Chissano (2007) e Pedro Pires (2011) respectivamente, integram a lista de laureados da Fundação Mo Ibrahim. O Prémio Mo Ibrahim foi entregue pela primeira vez em 2007. Em 2018 não houve qualquer laureado, o mesmo tendo acontecido em outras seis edições anteriores, algo que Mo Ibrahim assegura ter antecipado aquando da instituição do galardão. “Sabíamos que havia deficiências nas lideranças em África. Estamos tão atrasados [no desenvolvimento do continente] porque os nossos líderes não são suficientemente bons. Não estou desiludido, a boa liderança é difícil. É difícil para os africanos, para os europeus, para toda a gente”, disse. “Vamos continuar a fazer o que estamos a fazer e em alguns anos vamos encontrar magníficos líderes, que gostaremos de distinguir e tornar em modelos, e noutros anos não encontraremos, mas a responsabilidade é deles e não nossa”, acrescentou.
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dESTAQUES
POLÍTIcA PÁg. 08 Magistrado considera “complexa ” a luta contra a corrupção em Angola.
SOcIEdAdE. PÁg.10 Plano de prevenção prevê a redução de 26 para 14 por cento do VIH de mãe para filho.
cARTAZ. PÁg. 14 Produtora ‘grandes
Mundos’ reafirma que vai honrar compromisso com o músico Tito Paris.
EcONOmIA. PÁg. 18 E“África tem o maior potencial de hidrocarbonetos inexplorados”.
o editorial
O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
HOJE:
Apelos não bastam
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governador do Cunene, Vigílio Tyova, incentivou esta Quintafeira, em Ondjiva, os automobilistas a pagarem a taxa de circulação, como forma de apoiarem o programa de melhoria das vias. Quem o noticiou foi a ANgOP. O apelo de Tyova é normal, já a sua recepção é que pode não ser tão normal. Uma das queixas dos automobilistas angolanos é exactamente o facto de não verem na qualidade das estradas refletidos os valores pagos. Não é do nada que as épocas de pagamento das taxas são repetidamente estendidas para lá do anunciado, para que as pessoas resolvam pagar, já que a resistência é cada vez maior. Pagase quando o serviço é bom, voluntariamente até, mas no caso do nosso país, talvez apelos apenas não bastem.
os números do dia
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Obras de construção de quadras polidesportivas, no Txizainga, (Saurimo), foram reprovadas, pela ministra da Juventude e Desporto, Ana Paula Sacramento, por não terem as dimensões recomendadas.
milhões de dólares norte-americanos foram disponibilizados pela ONg Visão Mundial, para o reforço do controlo da malária em Angola, no âmbito da Política Nacional dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário. Processos de peculato estão em fase conclusiva de instrução preparatória na província de Benguela, revelou o subprocurador-geral da república titular nesta circunscrição, Herculano Chilanda.
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Livros foram doados à escola nº 6075 do IIº ciclo do ensino secundário (liceu), na Bela Vista km-44, pela administração local de Icolo e Bengo, em Luanda.
o que foi dito AcTUAL . PÁg. 24 UE oferece à May adiamento do Brexit até 31 de outubro.
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Os atletas foram imperiosos ao garantirem o apuramento à final da Taça de Angola em basquetebol masculino” Paulo macedo Treinador do 1º de Agosto
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Os efectivos do ServiA cobrança de emolu- ço de migração Estranmentos de documen- geiro (SmE) devem tos é uma prática erra- evitar a realização de actos de corrupção e da praticada pelos coordenadores dos di- práticas que violem as normas vigentes na ferentes bairros da corporação” circunscrição” francisco chipilica Administrador do Distrito Urbano de Cacuaco
Joaquim manuel Delegado provincial do Interior em exercício na Lunda-Sul
O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
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e assim... José Kaliengue Director
Papel que sai, papel que entra
Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o músico António Sebastião Vicente ‘Santocas’ e relembre os seus tempos áureos
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www.opais.co.ao Sudão (cartum) O rosto de Alaa Salah, de 22 anos, emergiu como ícone dos protestos, cantava “um poema revulocionario”. graças à foto partilhada por uma fotógrafa local, Lana Haroun, no Twitter. Três dias depois, o “ditador” caíu ( Dr)
ministra da Indústria, Bernarda Martins, tem dito, palavra menos palavra, que é melhor esquecer, para já, a ideia de uma fábrica de papel em Angola. Segundo a ministra, há que pensar-se primeiro e até recuperar a floresta que lhe serve de matéria-prima. Muito bem, é verdade. Mas passa pela cabeça de alguém que Angola não tenha neste momento fibra vegetal suficiente para a produção de pasta de papel? Ou que uma fábrica não possa arrancar privilegiando a importação, em parte, da pasta necessária e a reciclagem? Objectivamente, se pensarmos que cada recibo de qualquer compra, de qualquer consulta no Multicaixa gasta papel, se pensarmos em todas as actividades que precisam de papel todos os dias, então pensemos também no papel dinheiro que exportamos para termos papel. Mandamos para fora muito dinheiro. Talvez este seja um sector para se olhar com alguma prioridade, observando, claro, todos os cuidados ambientais. Curiosamente, boa parte do papel usado em Angola é importado de um país que nela cabe catorze vezes, e com um manto florestal muito inferior ao nosso. Não sei porquê, mas este assunto tem-me deixado a pensar....
E também...
o que vai acontecer música O músico lírico Bruno Neto, integrante do grupo Lyrikhus, realiza amanhã, 13, o seu primeiro concerto a solo, visando a massificação do cântico lírico no país. O especialista na voz barítono referiu que o concerto terá duas vertentes com interpretações de músicas clássicas eruditas e crossover lírico, de músicos angolanos, como Pedrito, assim como de outras nacionalidades (francês, italiano, americano e cubano). O também professor de música lírica, sublinhou que o evento tem um carácter pedagógico.
Encontro A Primeira-dama da república, Ana Dias Lourenço, encerra hoje, no Memorial António Agostinho Neto, em Luanda, um encontro com as esposas dos governadores provinciais e os directores de Saúde para a apresentação do plano operacional para a prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho. O encontro surge em função do que se pretende alcançar na campanha “Nascer Livre Para Brilhar”, cujo objectivo final é acabar com a transmissão do VIH de mãe para filho. tos e estratégias da campanha.
Teatro A peça teatral Leonardo Da Vinci: A ópera oculta, escrita pelo italiano Michele Santeramo, será exibida hoje, 12, no Centro Cultural BrasilAngola, em Luanda. Espectáculo proposto para o ano de 2019, por ocasião dos 500 anos da morte do grande génio italiano, será coreógrafado pelo grupo teatral Horizonte Njinga Mbande. A peça é um monólogo que reflecte sobre a guerra, armas, vida, morte, imortalidade e arte. Começando exactamente na construção de componentes bélicos/armas projectadas por Leonardo Da
Vinci. Espectáculo A Produtora Cultural Kianda Sessions apresenta hoje, Sexta-feira, pelas 19 horas, no Elinga Teatro, o espectáculo “Vamos Falar a Sério”, no estilo “Stand Up Comedy”. O espectáculo, escrito e montado por renata Torres, tem como finalidade satirizar os mais variados aspectos sociais, de forma humorística. Como mestre de cerimónia está a cargo o poeta Ismael Farinha e a poetisa rosene Maura. Participam na peça os humoristas Maestro e Laureth Manuel, o poeta Zola ramos e o músico Cirius Vibez.
girabola Zap O Kabuscorp do Palanca termina hoje, às 8:30, a preparação no Estádio dos Coqueiros, tendo em vista o jogo de amanhã frente ao Petro de Luanda, para 24ª jornada do Nacional.
Dia do Obstetra - 12 de Abril O médico obstetra ou a médica obstetra, são aqueles profissionais da medicina que acompanham a mulher em gestação. Por norma, um obstetra aconselha e acompanha a mulher antes da gravidez, durante a gestação, durante o parto e acompanha a saúde da mulher também no pós-parto. O médico obstetra acompanha assim a saúde da mãe e do bebê durante todo o processo, ajudando a prevenir e tratar eventuais problemas de saúde para qualquer um dos dois. O Que Significa Obstetra é uma palavra que vem do latim obstetrix, do verbo obstare, que significa “ficar ao lado de”. Por isso, o obstetra é literalmente alguém que fica do lado, que acompanha e ajuda!
6 Media Nova, S.A Presidente do conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
NO TEmPO dO KAPARANdANdA
Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao
OPAÍS
Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas
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12 de Abrl de - galileu é condenado pela inquisição por heresia.
12 de Abril de 1961 - O cosmonauta soviético Yuri gagarin torna-se o primeiro homem a viajar no espaço.
12 de Abril de 1985 - O presidente
eleito do Brasil, Tancredo Neves, é submetido a uma sétima intervenção cirúrgica, encontrando-se em estado crítico.
cARTA dO LEITOR
Dr
Agências: Angop, AFP, reuters, getty Images
Assistentes de Redacção: Antónia Correia, rosa gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMEr, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 república de Angola
Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 Vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares
Estradas do inferno Prezado director Ainda bem que o jornal OPAíS tem o espaço da carta do leitor para também podermos dizer algumas coisas. Escrevo para reclamar da pouca atenção que o governo dá às nossas estradas. Se
calhar porque cada governante tem muitos carros e porque andam com batedores e não se importam que os carros estraguem e não perdem tempo no engarrafamento. Quem passa todos os dias pela rotunda da Fubu sabe do que estou a falar. Aquilo são buracos que
estão a crescer a cada dia, mas ninguém faz nada. Aliás, em todos os limites do Talatona está igual. Acho que o cidadão sofre muito no trânsito e a maior parte das vezes é só por causa do mau estado das estradas. Pode-se poupar o dinheiro das reparações dos carros e também tempo. E este tempo pesa na nossa economia. Apenas quero dizer que se a estrada do Calemba Dois já é o
inferno de que todos falam, daqui a pouco a rotunda da Fubu, bem perto, assim como a rua do Centro Logístico de Talatona vão ficar iguais. Não são nem as únicas nem as piores de Luanda, eu sei, mas não deixam de ser, com todas as outras as nossas estradas do inferno. Joaquim José Projecto Nova Vida, Luanda
Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
Magistrado considera “complexa ” a luta contra a corrupção em Angola Há vários casos de peculato em Benguela em fase de investigação e outros já foram introduzido em juizo Dr
Constantino Eduardo, em Benguela
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subprocurador-geral da República chefe na Comarca do Lobito, João da Cruz Rafael, disse que o Ministério Público assumiu a luta contra a corrupção como uma missão de Estado e, da parte da PGR, se está a prestar uma “dedicação desmedida”. No quadro da Semana da Legalidade, a Procuradoria Geral da República em Benguela desenvolve uma série de acções, consubstanciadas em palestras, debates, visitas a estabelecimentos penitenciários e a outras instituições que concorrem para a administração da justiça. A agenda da Semana da Legalidade da Procuradoria Geral da República nesta circunscrição reservou igualmente um debate radiofónico onde se abordou a questão relativa ao direito ao registo na conservatória e, ainda, prevêemse reflexões em torno das pensões
sociais, realidade laboral e protecção aos menores, além de consulta jurídica popular. No que respeita ao combate à corrupção, uma luta conduzida pelo mais alto magistrado da nação, João Lourenço, em entrevista a OPAÍS, o sub-procurador-geral da República chefe na Comarca do Lobito, João da Cruz Rafael, adianta que está a haver uma entrega total de todas as forças vivas que integram o sistema judicial e outros órgãos que concorrem para fins judiciais, como é o caso da Polícia Nacional. “Devo dizer que se trata de uma das tarefas muito complexas, tendo em conta a sua dimensão”, considera o magistrado do Ministério Público, asseverando que existe, do lado das instituições judiciais, boa vontade, porque o que está em causa diz respeito a toda nação e que, por via do interesse judicial, “deve ser salvaguardado”.
João Rafael intervindo numa palestra na Semana da Legalidade da PGR
Vários casos em investigação Questionado sobre se há vários casos de peculato em Benguela, o magistrado, embora não adiantasse mais pormenores por
alegado segredo de justiça, respondeu haver vários em fase de investigação e outros já introduzidos em tribunal: “É o que mais se fala no país e
AScOfA necessita de 50 milhões de dólares para projectos de ex-militares O novo presidente da Associação de Apoio aos Combatentes das ExFAPLA(ASCOFA), Marcolino Caetano, anunciou nesta Quarta-feira, 10, em Luanda, que a sua instituição necessita de 50 milhões de dólares para implementar projectos económicos e sociais para os seus associados Ireneu Mujoco
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alando em conferência de imprensa que serviu para a apresentação do Plano Estratégico e de Desenvol-
vimento 2019-2024, disse que o montante em causa será aplicado inicialmente para a recuperação de 80 cooperativas em todo o país. Presentemente estão em funcionamento apenas algumas cooperativas em Cabinda, Benguela, Cuanza-Sul, Uíge e Zaire.
Para os próximos cinco anos, a ASCOFA prevê, de entre outras acções, ainda a recuperação e a implementação de projectos agrícolas, indústria transformadora e derivados, pesca e aquicultura, extracção da madeira, exploração de inertes, turismo, construção civil e obras públicas, educação e formação académica. Do leque de projectos em carteira, Marcolino Caetano apontou também a promoção do desenvolvimento e bem-estar dos ex-militares, viúvas e órfãos de guerra. O responsável fez saber ainda que serão criadas parceirias nacionais e internacionais (estatais e privadas) e acordos com instituições a nível local e provincial
posso dizer que nós temos todo o tipo de realidades criminais”, disse a OPAÍS. Em relação às informações postas a circular por alguns segmentos políticos e sociais que davam conta que o governador de Benguela, Rui Falcão Pinto de Andrade, teria no seu Executivo gente que estaria a responder a processos na PGR por alegadas práticas de corrupção, o magistrado não confirma nem desmente. “Não posso dizer concretamente, mas o que lhe posso dizer é que, nos termos daquilo que são as regras de um Estado como o nosso, ninguém está acima da lei”, adverte o procurador da Comarca do Lobito”. O magistrado do Ministério Público disse estar preocupado com a violação dos direitos fundamentais, designadamente os de propriedade, integridade física e moral, e imagem, praticados nas redes sociais
nómico, político e cultural para os ex-militares, viúvas e órfãos de guerra, bem como a realização de estudos de viabilidade dos projectos criados.
m. caetano dirige agora a AScOfA
para apoio em conhecimento e logística para facilitar a implementação dos projectos. Ao longo deste quinquénio, o novo elenco prevê também criar condições de inclusão social nos domínios sócio-eco-
Habitação Para responder à procura de habitação pela maioria dos exmilitares das FAPLA, o responsável avançou que serão feitos contactos com a banca e outras instituições estatais para a obtenção de financiamento. Revelou que os acordos assinados pela anterior direcção, liderada por António Samora, “não passaram do papel”, daí a necessidade de novos contactos para a obtenção de novos fundos. cofres vazios Marcolino Caetano informou que o seu elenco encontrou os cofres vazios, o montante que esta instituição recebia foi mal gerido pela anterior direcção durante 17 anos.
O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
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APN pede abertura de inquérito à TAAg A Aliança Patriótica Nacional(APN) pede a
abertura de um inquérito para se apurar responsabilidades sobre o vazamento de óleo de um motores do avião Kifangondo, da TAAg, no Aeroporto da Mukanka, no Lubango (Huíla) Ireneu Mujoco
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egundo uma “participação de ocorrência” dirigida ao ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, datada de 21 de Março e assinada pelo presidente da APN, Quintino Moreira, a que OPAÍS teve acesso, o vazamento foi detectado por um dos sinalizadores quando o voo DT 462 se preparava para descolar com destino a Luanda, no dia 12 do mesmo mês. Face à situação, segundo a Aliança Patriótica Nacional, o avião com 150 passagaeiros foi forçado a desligar os motores e evacuar os passageiros depois de se constactar o vazamento de óleo em grande quantidade. Na carta dirigida ao titular dos Transportes, esta força política sem assento na Assembleia Nacional refere que o que ressalta é o facto de, naquelas condições, ter sido autorizada a a realização do voo, sem a observância dos procedimentos normais da própria TAAG, da IATA e da OACI. A situação assustou os passageiros pelo facto de se ter seguido ao despenhamento, no dia 10 de Março, de um avião Boeing 737 800 MAX da Ethiopian Airlines, que vitimou 157
pessoas. Entretanto, a APN deu nota positiva ao sinalizador que “evitou que ocorresse uma tragédia”, cujo saldo poderia ter sido a perdas de vidas humanas. Nestes termos, segundo a carta, considerando que a “vida é o bem jurídico de tal grandeza garantido e protegido pela norma constitucional do direito angolano”, e atendendo à gravidade do assunto, solicitou-se um inquérito para se apurar responsabilidades, para se evitar situações do género no futuro. Refira-se que entre os passageiros estava uma delegação da APN que esteve em visita de trabalho às províncias do Namibe e da Huíla para constatar o grau de funcionamento dos secretariados provinciais. Uma fonte da TAAG confirmou a recepção da carta dirigida ao ministro dos Transportes, com cópias ao PCA da companhia de bandeira angolana e ao INAVIC, mas diz desconhecer se já terá sido aberta uma investigação sobre o assunto.
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
Plano prevê a redução de 26 para 14 % da transmissão do VIH de mãe para filho A campanha “Nascer Livre para Brilhar” pretende reduzir a taxa de transmissão do VIH de mãe para filho de 26 por cento para 14 por cento, até 2021. Igualmente prevê aumentar a utilização de preservativos entre os jovens de 15 a 24 anos e melhorar a qualidade dos cuidados pediátricos até ao mesmo ano VIrgíLIO PINTO
crianças seropositivas terão tratamento precoce Por sua vez, a directora do Instituto Nacional de Luta contra a Sida (INLS), Lúcia Furtado, explicou que o Plano Operacional de Prevenção da Transmissão do VIH de mãe para filho 2019-2021 vai permitir tratar precocemente crianças seropositivas, através do diagnós-
Primeira dama da República, Ana Dias Lourenço
Maria Teixeira
A
revelação é da primeira-dama, Ana Dias Lourenço, durante o encontro com cônjuges dos governadores provinciais e com os directores provinciais da Saúde, que visou a apresentação do Plano Operacional da Prevenção de Transmissão do VIH de mãe para o filho (2019-2021) e as respectivas metas nacionais e provinciais. De acordo com Ana Dias Lourenço, Angola está comprometida com a eliminação da transmissão do VIH de mãe para filho,
“É nossa obrigação consciencializar a população e as famílias, em particular as mulheres em idade fértil, as grávidas, as adolescentes e os jovens, sobre o que pode ser feito para prevenir a transmissão do VIH da mãe para o filho”
O presente plano tem como objectivo geral reduzir em 46 por cento as novas infecções VIH pediátricas até 2021, e três objectivos específicos, nomeadamente aumentar a utilização de preservativos entre os jovens de 15 a 24 anos de idade, de 33 por cento para 65 por cento; reduzir de 26 para 14 por cento a transmissão da mãe para o filho e melhorar a qualidade dos cuidados pediátricos até 2021. “É nossa obrigação consciencializar a população e as famílias, em particular as mulheres em idade fértil, as grávidas, as adolescentes e os jovens, sobre o que pode ser feito para prevenir a transmissão do VIH da mãe para o filho”, realçou Ana Dias Lourenço. Fez saber que para atingir os objectivos foi elaborado um Plano Operacional 2019-2021, com actividades orçamentadas e metas bem definidas, e criados planos provinciais com a participação de entidades locais de saúde, sendo os projectos adequados a cada localidade.
programa também conhecido como prevenção da transmissão vertical. Apesar dos esforços empreendidos, o país regista baixa cobertura dos serviços de prevenção da transmissão vertical, razão por que foi incluído entre os 22 países prioritários para a eliminação da transmissão do VIH de mãe para filho até 2030. Segundo dados do Ministério da Saúde, existem no país 650 unidades sanitárias que oferecem o Programa de Prevenção da Transmissão de VIH de Mãe para Filho, mas, apesar dessa oferta de serviços, realçou, em 2017 apenas 40% das grávidas fez a primeira consulta pré-natal durante o primeiro trimestre de gravidez, e que 18% não fez nenhuma consulta pré-natal.
tico precoce infantil e da aplicação de aconselhamento e testagem. O trabalho será realizado durante consultas de puericultura, vacinação, nutrição e outros serviços oferecidos às crianças. Segundo a responsável, para alcançar os objectivos preconizados, o plano foi subdividido em quatro eixos: prevenção primária do VIH; prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho; Tratamento pediátrico, e áreas transversais (combate ao estigma e discriminação). mais de 50 mil milhões de Kwanzas para o plano A implementação do Plano Operacional de Prevenção da Transmissão do VIH de mãe para o filho está avaliada em 51 mil e quatrocentos e um milhões, seiscentos e trinta e nove mil e seiscentos e dois Kwanzas e noventa e cinco cêntimos. Em média, estima-se que em cada ano serão necessários 17 mil milhões de Kwanzas. Acrescentou que numa primeira fase foram seleccionadas para a implementação do plano as províncias de Benguela, Cuanza-Sul, Cunene, Huambo, Huíla, Luanda, Lunda-Sul e Moxico Os grupos prioritários, para além das “grávidas da população em geral”, são as grávidas do meio rural, as adolescentes, em particular as que fazem parte das populações vulneráveis, as mulheres trabalhadoras de sexo e as prisioneiras.
Angola com 310 mil pessoas com VIH Segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, a prevalência do VIH em Angola é de dois por cento. Ou seja, em cada 100 pessoas, duas vivem com o VIH. Com base nessa prevalência, estima-se que em Angola vivam 310 mil pessoas com VIH, mas apenas cerca de metade destas sabem que têm o vírus. Fez saber que 21 mil mulheres que têm VIH ficam grávidas e muitas dessas não sabem o seu estado sorológico, não beneficiam (nem elas, nem os
seus bebés) da prevenção da transmissão do VIH. Consequentemente, estima-se que em cada ano nasçam cinco mil e 500 crianças com o VIH no nosso país. “Actualmente estima-se que no nosso país 34% de mulheres gravidas seropositivas recebem terapias anti-retroviral para prevenir a transmissão do VIH de mãe para filho. “A taxa de transmissão de VIH das gestantes positivas aos seus bebés é estimada em 26 %, de acordo com dados da OUNUSIDA em 2017”, disse.
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Ministro dos Transportes defende maior empenho dos quadros para dinamizar o sector Para continuar a alcançar as metas traçadas na área dos transportes, um dos sectores com maior aposta do actual Executivo, ricardo Viegas de Abreu disse ser necessário que os trabalhadores sejam mais dinâmicos e produtivos
Dr
Domingos Bento
O
ministro dos Transportes, Ricardo Viegas de Abreu, defendeu, ontem, em Luanda, maior desempenho, disciplina e responsabilidade dos recursos humanos, de forma a dinamizar e alcançar os objectivos traçados no sector que dirige. Segundo o governante, os objectivos na área dos Transportes, que é um dos sectores estratégicos do actual Executivo, só serão alcançados com a entrega e a dedicação dos trabalhadores, por estes serem os principais dinamizadores e o activo mais importante. Ricardo Viegas de Abreu, que falava durante o segundo encontro de quadros da Unicargas, fez saber que este organismo público, ligado ao sector que dirige, é de suma importância no sistema de transportação rodoviária devido à sua transversalidade operacional. É preciso que os seus trabalhadores estejam comprometidos com as estratégias e com o plano de gestão, de forma a quebrar os ciclos negativos e, assim, alcançar a sustentabilidade. De acordo com o ministro, estar comprometido com a causa compreende a partilha de conhecimentos, de visão e de objectivos. Tal como explicou, durante algum
Ricardo Viegas de Abreu, ministro dos Transportes
tempo, a Unicargas enfrentou sérias dificuldades que punham em causa a sua continuidade. Porém, nos últimos tempos, com a avaliação e a melhoria de algumas questões, esta importante empresa pública, responsável pela transportação de diversas mercadorias, saiu do ciclo negativo que enfrentava e tornou-se num dos organismos com a maior aposta dentro do sector dos transportes. Assim, para continuar a alcançar as metas traçadas, Ricardo Viegas de Abreu disse ser necessário que os trabalhadores sejam mais produtivos, mais dinâmicos e mais unidos. “Temos de caminhar juntos, dialogar e encontrar caminhos comuns, de formas a assegurar a sus-
“
Temos desenvolvido um conjunto de acções que vão melhorar significativamente a nossa actuação no segmentação da transportação de cargas”
celso Rosas, presidente do conselho de Administração da Unicargas
tentabilidade”, frisou. Por seu lado, o presidente do Conselho de Administração da Unicargas, Celso Rosas, fez saber que a instituição que dirige tem apostado, cada vez mais, na formação dos quadros, de forma a tornar o ambiente de trabalho num espaço positivo e assim a alcançar os objectivos contidos no plano de gestão, cujo principal foco é tornar a empresa rentável e autossustentável. Neste sentido, explicou, é que está a ser realizado, durante dois dias, o segundo encontro de quadros da instituição, que conta com um total de 250 participantes provenientes de várias partes do país. O certame, apontou, serve como espaço de diálogo entre o actual conselho de administração, nomeado há um ano, e o grupo de funcionários que auguram por melhorias laborais que passam, fundamentalmente, pela formação contínua e de qualidade que permitirão um melhor desempenho profissional. De acordo com Celso Rosas, actualmente, a instituição dispõe de 741 funcionários. Neste momento, está em curso um estudo de forma a avaliar se o quadro de pessoal representa, ou não, mão-deobra excessiva. Essa avaliação, explicou, vai decorrer dos processos de transformação em curso, que passam, sobretudo, pelo aumento da sua frota, que, neste momento, dos 230 camiões de que a empresa dispõe, apenas 104 estão operacionais. Apesar da limitação na frota, Celso Rosas fez saber que a empresa que dirige realizou, ao longo do ano de 2018, 13 mil e 691 viagens nos serviços urbanos e de longo curso, o que perfez praticamente 1milhão e 341 mil e 656 quilómetros de estrada. Segundo ainda Celso Rosas, em 2018, a sua instituição teve uma receita acima dos 5 mil milhões de kwanzas. A ideia, notou, é chegar até ao final de 2019 com um balanço acima deste valor, apostando sempre na redução das despesas que ainda são elevadas. “Pretendemos aumentar a nossa frota. E isso passa pela execução do nosso plano de acção para este ano, melhorando os resultados. Tudo isso só será possível se tivermos trabalhadores disciplinados, humildades e competentes. Por isso, temos desenvolvido um conjunto de acções que vão melhorar significativamente a nossa actuação no segmentação da transportação de cargas”, assegurou.
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PRESIdENTE KIm IL SUNg, LÍdER dO POVO
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história da humanidade conhece muitos homens famosos, mas nen hu m c omo KIM IL SUNG (1912-1994), eterno presidente da República Popular Democrática da Coreia, autor da ideia do Juche, orientador da era da independência. No dia 15 de Abril deste ano comemora-se o 107.º aniversário do seu nascimento. Aos dez anos de idade, nos primeiros dias de sua luta pela liberdade e emancipação da ocupação militar do país do Japão (1905-1945), KIM IL SUNG concebeu a idéia Juche, que assenta sobre o princípio de que o dono da revolução e construção são as massas do povo e apenas delas dependiam a sua força impulsionadora, o qual constitui um grande evento histórico que indicava um verdadeiro caminho para forjar o destino das massas operárias oprimidas do mundo que eram objecto de agressão, pilhagem, dominação e subjugação do imperialismo. Com a consciência de que o dono da revolução coreana são os revolucionários coreanos e ninguém lhes dá a independência do país, conscientes de que apenas o apoio na força da nação torna possível alcançar a independência, travou uma grande guerra contra um milhão de unidades militares de Japão e finalmente alcançou a causa histórica da libertação nacional (15 de Agosto de 1945). Após a libertação, a partir do princípio constante da independência, o Líder apresentou uma linha de construção do país conveniente à realidade do social e aos interesses do povo e estabeleceu um Estado genuinamente popular, onde as massas do povo são donos de tudo e tudo que esta à sua disposição. Graças ao poder ilimitado da idéia Juche, KIM IL SUNG liderou o povo coreano a derrotar os assaltantes armados de 16 países encabeçados pelos imperialistas norte-americanos que se gabavam de sua “supremacia” militar no mundo e alcançou grande vitória na Guerra de Libertação da Pátria
(1950-1953). Na época de reabilitação pósbélica, apesar de os EUA anunciarem a falsa verdade de que a Coreia Popular não se levantaria dentro de 100 anos dos escombros da guerra, o Líder liderou as massas populares e ergueu um poderoso país socialista, soberano, e auto-defensivo dentro de apenas três anos. A ideia Juche, cuja veracidade, cientificidade, justeza e vitalidade foi comprovada pela realidade coreana, chamou a atenção da comunidade internacional e espalhou-se por todas as partes dos cinco continentes. KIM IL SUNG foi um eminente e veterano político que, ao longo de sua vida, sem qualquer hesitação, guiou a realização da causa da independência da humanidade, sob a bandeira do anti-imperialismo e da independência. Quando a bandeira do socialismo foi baixada no Kremlin e em vários outros países do socialistas, depois de hasteada durante 70 anos, o socialismo
sofreu frustração e contratempos. Entretanto. O Líder ordenou que seu país continuaria sob a bandeira do socialismo e encorajou as pessoas progressistas do mundo para avançar constantemente pelo caminho da independência. KIM IL SUNG foi um verdadeiro internacionalista. No período da luta anti-japonesa, ordenou que aos combatentes coreanos que ajudassem a revolução chinesa e que defendessem a antiga União Soviética com armas. Durante a crise dos mísseis de Cuba, na década de 1960, posicionou-se na vanguarda para apoiar a revolução cubana na arena internacional. Na sequência do “incidente do Golfo de Tonkin”, o líder coreano ajudou activamente a resistência do povo vietnamita contra os EUA. Na década de 1970, quando o Movimento dos Países Não-Alinhados enfrentava a crise devido às manobras imperialistas encaminhadas a se desintegrar, KIM IL SUNG reuniu-se com o presidente Tito de Jugoslávia e mencionou os princípios fundamentais e a
maneira de fortalecer e desenvolver o movimento. Apesar das dificuldades e desafíos do contexto, em cada fase do desenvolvimento histórico, o Líder apresentou estratégias para alcançar a vitória da causa anti-imperialista, impulsionando, sem hesitar, a conquista da independência da humanidade. “O único homem que pode liderar a revolução mundial é você, camarada presidente KIM IL SUNG. Espero sinceramente que você continue a guiar a revolução mundial e o movimento comunista internacional”, disse o Presidente Mao Zedong, nos últimos dias de sua vida. Fidel Castro Ruz, de Cuba, afirmou que KIM IL SUNG era o mais sabedor e prestigioso dos chefes de estado do mundo. KIM IL SUNG foi um grande homem. Inigualável, com a sua nobre humanidade e virtudes moveu o mundo. Os seus traços nobres e a sua humanidade efervescente foram sustentados na visão e apegos mais sagrados ao homem. As suas memórias são como os livros sagrados, de amor ao homem. Nas suas memórias “No transcurso do século”, escreveu: “Precisamente o princípio Juche que exige ter as massas populares como protagonistas, construtoras da revolução. Ater-me às suas forças é o meu culto político mais profundo e a ordem principal de minha existência, o que me obriga a viver pelo bem do povo. Eu venero algo como se fosse Céu. E esse algo é o povo. No mundo não existem seres tão inteligentes e onipotentes quanto as massas populares. Por essa razão, tenho como credo de toda a minha vida ‘considerar o povo como o céu’”. O evangelista norte americano Billy Graham, depois de visitar o país, disse: Na Coreia, não senti de forma alguma a necessidade de pregar o evangelho. A Bíblia contém a intenção de Deus de que todos amem os seres humanos. E a Coreia do Norte persegue o amor do ser humano como política de Estado. O Estado é responsável pela assistência médica e educa-
ção gratuita, roupas, alimentos e habitação, este é apresentado e praticado pelo presidente KIM IL SUNG, que considera o povo como céu. O povo coreano exaltá-lo como Deus. O que a Bíblia valerá neste país? A humanidade fervorosa e a magnanimidade ilimitada de KIM IL SUNG foram não apenas para o povo coreano, mas também para todo o povo do mundo, acima de nacionalidade, cidadania, crença religiosa e critérios políticos. Nos finais dos anos 60, início dos anos 70, na luta pela independência do povo angolano para acabar com o domínio colonial, o Presidente KIM IL SUNG não poupou se de apoio moral e material à luta de liberação nacional e a construção da nova sociedade. Quando Angola logrou a independência tomou a medida para reconhecer e estabelecer as relações diplomática. Graças às medidas tomadas pelo Líder, Bruno Kreisky, chanceler da Áustria, que estava à beira de ser paraplégico, era capaz de andar nesta terra e Emile Tompapa, ex-director da estação de rádio na Guiné, Vishwanath de Índia e muitos outros estrangeiros eram resgatados do dilema de sobreviver ou sucumbir. Diante da nobreza das suas feições, até mesmo os políticos dos países hostis a RPD Coreia foram movidos. Kanemaru Shin, ex-vice primeiro ministro japonês, disse que, se fosse por ele, consagraria sem hesitação até a sua vida. Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA disse que o presidente KIM IL SUNG é maior do que George Washington, Thomas Jefferson e Abraham Lincoln juntos, os mais ilustres que representaram a construção e o destino dos Estados Unidos da América. Esta história também é seguida hoje por camarada KIM JONG UN, Máximo Dirigente da RPD Coreia, e por um povo sem limites leal a ele e à vida. As façanhas de KIM IL SUNG estarão sempre vivas no coração e mente do povo coreano e dos povos progresistas do mundo.
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28/03/19
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cântico
Primeiro concerto a solo de Bruno Neto, a realizar-se amanhã, dá visibilidade ao cântico lírico no país.
celebridade
A autarquia de gavião desconhece qualquer interesse de Madonna em comprar uma herdade no concelho.
festival
Blaya e Joss Stone são as mais recentes confirmações para a edição de 2019 do MEO Sudoeste, que decorre a 7 de Agosto.
Livros
A nova aventura da aldeia gaulesa mais famosa do mundo vai ter uma nova personagem, a filha de Vercingétorix.
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Produtora ‘Grandes Mundos’ reafirma que vai honrar compromisso com o músico Tito Paris Apesar de ter condicionado a sua apresentação no concerto de Domingo, 7, no Palco do Semba, a produtora grandes Mundos, representada pelo seu director-geral renato de Menezes, reafirma que vai honrar o compromisso que tem pendente com o músico Tito Paris assinar um outro termo de com-
Jorge Fernandes
O
produtor cultural fez saber que há um compromisso com o músico cabo-verdiano Tito Paris que, a seu tempo, háde ser honrado, pois o próprio artista, na pessoa do seu agente, já está a par do assunto, apesar do imbróglio que envolveu a sua organização e o projecto Palco do Semba. Desse modo, há o comprometimento em honrar-se o compromisso, como também estão-se a
cumprir os trâmites legais em relação ao projecto Palco do Semba, que não cumpriu a cláusula terceira do contrato, segundo a qual, em caso de falta ou impossibilidade do artista em actuar, a Grandes Mundos ficava obrigada a indicar nova data. “O contrato assinado entre a Grandes Mundos e o Palco do Semba, no capítulo das obrigações, na sua cláusula 3ª, fixa que, em última instância, em caso de falta, ausência ou impossibilidade de actuação do artista, a GM ficava obrigada a promover uma nova data”, lê-se num documento tornado público na Quarta-feira, assinada por Renato de Menezes. Todavia, não foi o que ocorreu, pois o Palco do Semba, segundo a missiva da GM, tentou extorquir 12 milhões de Kwanzas de indemnização, coagindo os responsáveis a
Em caso de falta, ausência ou impossibilidade de actuação do artista, a GM ficava obrigada a promover uma nova data
promisso, com essa garantia e por isso detiveram a viatura com que o responsável Renato de Menezes e o seu sócio se faziam acompanhar. Daí que, no dia seguinte, Segundafeira, 8, a Grandes Mundos, como medida compensatória e de boa-fé, devolveu os 2 milhões de Kwanzas pagos pela Palco do Semba e mais dois milhões, totalizando 4 milhões de Kwanzas, para ver restituída a viatura de modelo Prado, o que apenas aconteceu na Terçafeira, 9. O que aconteceu De salientar, que o artista em causa e na pessoa do seu agente recebeu 50 por cento do seu cachet para o terceiro espectáculo, isto é, um milhão de Kwanzas, em equivalentes a 2 mil euros, tendo este recusado receber a segunda parte do valor. Tal ocorreu em virtude um ligeiro atraso no recebimento dos valores das anteriores apresentações realizadas em Viana e Talatona, e, por essa razão, condicionou a sua apresentação ao Palco do Semba, o que veio a resultar em enormes embaraços. Objectivo dos concertos Tito Paris veio a Angola a convite da produtora Grandes Mundos para quatro apresentações. Além de Luanda, o músico também iria a Benguela, mas tal não ocorreu por constrangimentos logísticos. Entretanto, os concertos estavam inseridos no âmbito de uma digressão à margem dos festejos 17 anos de Paz em Angola, assinalados a 4 de Abril.
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
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Pérola e Yola Semedo expectantes para o desafio “Duetos N’Avenida” Trata-se da única dupla feminina desta temporada. Pérola e Yola Semedo protagonizam mais um duo, no quadro do projecto “Duetos N’Avenida”, uma promoção da Zona Jovem
A
agenda cultural luandense regista nos dias 25 e 27 dois grandes concertos, que põem em palco duas “Divas” da música angolana. Pérola e Yola Semedo preenchem o cartaz de mais uma edição do Duetos N’Avenida, em duas noites que são aguardas com bastante expectativa. Por isso mesmo, em vez de uma, como inicialmente previsto, as cantoras pisam o palco em duas diferentes noites, em que a tónica recai para uma viagem ao repertório das artistas, que já deram mostras ao nível nacional e internacional das suas qualidades vocais e melódicas. Daí que surge mais um desafio em que é-lhes proposto cantar em duo, pelo que as duas artistas têm-se mostrado ansiosas e têm planeado os shows com muita expectativa. Prometem dar o melhor em palco, proporcionar momentos memoráveis em dois dias de festa e celebração da música angolana. O director executivo da Zona Jovem, Figueira Ginga, desde a projecção da iniciativa, disse que já havia a intenção de se formar duplas femininas, a exemplo de Edmázia e Bruna Tatiana, na primeira temporada, como uma forma de render homenagem às intérpretes da música local. Nesse caso, “achamos que apostar na irreverência destas duas cantoras seria o ideal para cumprirmos o nosso objectivo inicial”, ressaltou. Figueira
destacou ainda que essa dupla confi rma a qualidade e diferencial do Duetos N’Avenida. “E a responsabilidade é grande, pela dimensão que o projecto está a tomar e pelo comprometimento social tanto com os artistas, como para com toda a equipa de produção e espectadores”, complementou. O desafio da selecção Sobre o repertório para as apresentações de 25 e 27 de Abril, o director artístico do projecto, Chalana Dantas, anuncia que haverá novidades em alguns detalhes, confessando que não foi uma tarefa fácil seleccionar as músicas que farão parte do show, devido à quantidade de sucessos das cantoras. “Os dois concertos têm detalhes que marcarão toda a diferença, mas confesso que não foi algo simples decidir que músicas ficariam de fora. Tivemos que retirar muitas, porque, se assim não fosse, seríamos obrigados a fazer dois shows de quatro horas”, disse Chalana, que antecipa, desde já, que as músicas “Presta atenção” e “Diz a ela”, do repertório da Pérola; e “És tu” e “Injusta”, de Yola Semedo integram o repertório. Refira-se que estão ainda reservados para a presente temporada os duetos entre Calado Show – Gilmário Vemba a 25 de Maio (Dia de África) e encerra com Ary e Kyaku Kyadaff a 29 de Junho.
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conto ANTÓNIO QUINO
Inesperdamente, Mayembe (I)
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ayembe Sange, um sacana de um bom mulherengo, sem remédio, parece já cresceu assim na vida dele, com esse mau hábito de engatatão. Mesmo em criança, Mayembe não queria outra traquinice se não brincar de pai e mãe. E tinha já desenvolvido um espírito de malandro muito avançado para a idade dele na altura. Certa vez, na escola primária, foi encontrado pelo director a espreitar, por uma fresta, no quarto de banho das professoras. Veio a descobrir-se mais tarde que a tal fenda tinha sido feita por ele, preferencialmente para ver em intimidade a sua professora por quem ele nutria uma inexplicável paixão intensa. Entretanto, o director, além da grossa reprimenda e da zurzidela que lhe aplicou, não partilhou a descoberta com mais ninguém. Malandro simpático como ele, usurpou o cargo de delegado de turma e aproveitava, com isso, corromper as meninas para as ilibar de
rabinices, em troca de lanches e de outros favores menos católicos. Coleccionava namoradinhas na escola, anotando os nomes delas no quarto de banho dos rapazes. Certo dia, as meninas descobriram, uniram-se e agrediram-no em plena parada, na presença dos professores. Seriam suspensas pelo acto não fosse o próprio Mayembe sair em defesa delas, inventando que tinha recebido feitiço para ter mais de uma namorada. - Minha mãe me levou ao feiticeiro. Me deram uma pemba para ter muitas mulheres. A culpa não é delas, coitadas. O meu feitiço é muito forte e elas não conseguem me resistir. As gargalhadas aligeiraram a pesada sanção dissimulada em mera limpeza dos quartos de banho. Depois desse cenário, a preocupada professora passou a olhar para ele com outra atenção. Mais também pela forma como ele olhava para ela, com alguma intenção máscula pelo meio. Talvez porque as espreitadelas no quarto de banho tivessem li-
gado algum seu botão viril. Nas aulas, passou a ser normal lançar alguns piropos à professora: - A professora está muito linda, juro mêmo! Claro que a professora gostava. Divertia-se. Mais feliz ficava então quando a comparavam com a sua colega da sala ao lado. Os alunos comentavam sobre o perfume das suas embriagantes palavras e cheiro de mulher bonita. A outra, a professora Matari, os meninos gozavam nos corredores por ela exalar um odor pútrido quando abrisse a boca ou exibisse as peludas axilas. Mayembe não se cansava de cortejar a professora. Por isso, ela não se surpreendeu quando um dia o seu aluno, precocemente adulto e com intenções de homem, a abordou a saída da sala de aula: - Professora, precisamos conversar! Agora, de preferência. Eu já não aguento mais guardar. E sei que a professora também… – engoliu as palavras, lançando no ar a deixa de a professora poder interpre-
tar ou completar a frase. Procurava materializar algo que viu e apreendeu pela televisão num bonequinho animado de um canal infantil. Aquela atitude e palavras de Mayembe Sange deixaram-na sem reacção, sem saber o que responder. A escola já estava vazia e na sala de aulas só restavam os dois. Não corriam o risco de serem vistos ou ouvidos. Sossegou. Mayembe ficou a olhar para aquela jovem professora por quem nutria a tal inexplicável paixão. Gostava do sorriso dela. Da voz dela. Apreciava o ardiloso corpo bem guardado pela bata branca. Muitas vezes, fazia os seus olhos viajarem para aterrarem no volumoso decote da professora. Até o andar dela não via igual. Alguma coisa lhe dizia que ela sentia o mesmo por ele. Aproveitando a sua corpulência, que desmentia a sua imberbe idade comparando-a com a da jovem professora, pegou assanhadamente a mão suave dela. A professora olhou intensamente para o pirralho. Gostava dele.
Pela ousadia e atrevimento. Além disso, era um bom aluno. Dedicado. Participativo. E bem parecido, com um bom porte. Claro que ela tinha noção do que o seu aluno pretendia. Não seria a primeira vez que um aluno se borrava de amores por uma professora. Com uma invejável meiguice, passou-lhe a mão solta pela cabeça com carinho. Com aquele gesto, Mayembe viu, num único fôlego, o mundo transformar-se num arco-íris. A sala de aulas parecia encolher-se e as paredes afunilando-os num só corpo. A professora ainda tinha uma mão acariciando a cabeça do aluno e a outra já no bolso da bata, quando decidiu reagir. Suspirou ruidosamente, ganhou fôlego, e com o coração palpitando, falou ao seu aluno Mayembe Sange: - Meu querido…
EXIBIÇÃO
cÂNTIcO
cELEbRIdAdE
fESTIVAL
LIVROS
Primeiro concerto a solo de Bruno Neto dá visibilidade ao cântico lírico no país
Câmara de Gavião nega que Madonna tenha comprado herdade
Blaya e Joss Stone confirmadas no cartaz do MEO Sudoeste
Novo Astérix vai contar com a filha de Vercingétorix
O músico lírico Bruno Neto, integrante do grupo Lyrikhus, realiza Sábado (13) o seu primeiro concerto a solo, visando a massificação do cântico lírico no país. Em declarações à Angop, o barítono referiu que o concerto terá duas vertentes com interpretações de músicas clássicas erudita e crossover lírico, de músicos angolanos, como Pedrito, assim como de outras nacionalidades (franceses, italianos, americanos e cubanos). O também professor de música lírica, sublinhouqueoeventotemumcarácter pedagógico e nele será, igualmente ,apresentado o teatro musical o “Fantasma da Ópera”.
A autarquia de Gavião desconhece qualquer interesse de Madonna em comprar uma herdade no concelho. Fonte oficial do município alentejano (em Portugal) confirmou ao JN, Quarta-feira à noite, que as notícias do eventual interesse da cantora começaram a circular ainda no mês de Março. Inclusivamente ao conhecimento do presidente da autarquia, José Pio, de que “uma estrela planetária” estaria interessada em adquirir uma propriedade no município. Porém, e de acordo com a mesma fonte autorizada, nem o autarca nem os serviços foram contactados.
Blaya e Joss Stone são as mais recentes confirmações para a edição de 2019 do MEO Sudoeste. O festival da Zambujeira do Mar (Portugal) decorre de 7 a 10 de Agosto. A voz dos temas “Faz Gostoso”, “Má Vida” ou “Vem na Vibe” sobe ao palco principal no dia 07 de Agosto. Blaya traz na bagagem o EP “Eu Avisei”, editado no final de 2018. Joss Stone, que esteve no ano passado no festival MEO Marés Vivas, actua a 10 de Agosto. O concerto faz parte de uma digressão mundial para tocar “Water for Your Soul”, o último álbum lançado pela cantora britânica.
A nova aventura da aldeia gaulesa mais famosa do mundo vai ter uma nova personagem, a filha de Vercingétorix, uma jovem adolescente que se junta a Astérix e Obélix no novo livro, que sairá a 24 de Outubro. As edições Albert René que publicam as histórias dos gauleses desvendaram nesta Quarta-feira mais alguns detalhes sobre a próxima aventura dos heróis da banda desenhada. Desta vez, Astérix e Obélix vão viver a história “A filha de Vercingétorix”, inspirada num torque, objecto decorativo usado pelos guerreiros gauleses.
(CONTINUA)
CINEMAX NOVA VIDA Hellboy
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EcONOmIA
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
Entrevista com NJ Ayuk, presidente da Câmara de Energia de África
“África tem o maior potencial de hidrocarbonetos inexplorados” NJ Ayuk, advogado, presidente da Câmara de Energia de África, e um dos prelectores da Conferência Internacional de Petróleo & gás que Luanda acolhe no próximo mês de Junho, diz que Angola está no bom caminho. Para ele, não é do interesse dos produtores que o petróleo chegue aos 100 dólares Dr
Miguel Kitari
Q
ual é a sua análise da indústria de petróleo e gás no mundo neste momento? A indústria global de petróleo está a estabilizar-se e a aprender a operar num ambiente de preços mais baixos. A crise do sector desde 2014 tornou-nos mais contidos, “com menos gorduras” e resilientes. A indústria teve que se tornar mais eficiente e conseguir trabalhar num ambiente mais desafiador. Globalmente, isso significa que apenas as empresas mais fortes sobreviveram, enquanto outras tiveram que fechar ou consolidar. Dentro deste novo contexto global, África é a principal fronteira de gás e petróleo. África tem maior o potencial de hidrocarbonetos inexplorados do mundo e as recentes descobertas de classe mundial em Moçambique, Senegal ou África do Sul posicionaram o continente como um centro fulcral para a exploração global de petróleo. Qual é o papel que Angola pode desempenhar em termos da quota de produção de gás natural a nível mundial? Dado o recente foco de política de Angola no gás, o país pode tornarse um sério actor africano e global do gás nos próximos anos. Em Maio de 2018, foi aprovado o Decreto Presidencial 7/18, a primeira lei que se destinou especificamente a regular a prospecção, pesquisa, avaliação, desenvolvimento, produção e comercialização de gás natural. Até à data, apenas o Projecto Angola LNG beneficiou de um enquadramento legal e fiscal tão especial. Nos termos desse Decreto Presidencial, tanto a Sonangol como as
companhias petrolíferas privadas têm o direito de procurar, pesquisar, avaliar, desenvolver, produzir e vender gás natural nos mercados internacionais e domésticos. Mais importante ainda, o decreto prevê a possibilidade de períodos específicos e mais longos para a exploração e produção de gás natural, em comparação com o petróleo bruto. Considera que a criação da Agência de Petróleo e Gás vai facilitar o processo de licenciamento e permitir a entrada de novos agentes no negócio angolano de petróleo e gás? A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Angola (ANPG) foi oficialmente lançada através do Decreto Presidencial 49/19, em Fevereiro de 2019, com o mandato de actuar como concessionária nacional de Angola para licenças de hidrocarbonetos. A criação da agência faz parte dos esforços de Angola para simplificar e rever a governança do seu sector de hidrocarbonetos. Até agora, a Sonangol era responsável pelas actividades de licenciamento. A criação da ANPG coloca Angola ao nível das melhores práticas da indústria de petróleo e gás. Acha que Angola é capaz de se tornar um dos principais fornecedores de gás natural para os países da
Até agora, a Sonangol era responsável pelas actividades de licenciamento. A criação da ANPG coloca Angola ao nível das melhores práticas da indústria de petróleo e gás
Europa e de outros mercados? Angola tem potencial para fornecer mercados globais de gás, desde que desenvolva uma cadeia de valor de gás mais forte em casa. O Projecto Angola LNG até agora tem operado abaixo da capacidade, o que poderá mudar à medida que o gás associado de campos como o Kaombo Sul é usado para alimentar a instalação de GNL. No entanto, mesmo o aumento da capacidade de GNL em Angola não significa necessariamente que deve exportá-lo para a Europa ou Ásia. Vários projectos africanos de GNL entrarão em operação muito em breve, como os de Moçambique ou do Senegal, que já estão prontos para abastecer a Europa ou a Ásia. Enquanto isso, a procura por gás em África deve aumentar à medida que projetos de monetização, como energia, fertilizantes ou produtos petroquímicos, avançam. Grandes centros de procura de gás, como a África do Sul, estão próximos de Angola e permitiriam que ele fosse um promotor do uso do gás da África para a África. Apesar de ser um sector que movimenta biliões de dólares, o petróleo cria poucos postos de empregos directos. Acredita que esta imagem pode ser revertida no futuro próximo? O petróleo gera milhões de empregos, mas estes nem sempre beneficiam a economia local, na maior parte das vezes devido à falta de formação profissional e estruturas regulatórias adequadas para estimular o crescimento local. A imagem pode ser invertida e sabemos a receita para isso: desenvolver talentos locais e implementar regulamentos de conteúdo local. Angola é um bom exemplo, uma vez que investiu na educação
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Um barril de petróleo a 100 dólares não é desejado, nem para produtores, nem para consumidores da sua força de trabalho e na qualificação da sua equipa do sector do petróleo desde o início, em parceria com instituições líderes no Canadá, por exemplo. Estamos a ver agora o desenvolvimento de fortes institutos técnicos de petróleo africanos, como os do Senegal ou da Guiné Equatorial. Estes irão assegurar o desenvolvimento de uma mão-de-obra africana qualificada, capaz de operar através da cadeia de valor dos hidrocarbonetos. O sector petrolífero continua a ser o principal suporte da economia angolana. Você acha que essa “força” do petróleo nos países produtores continuará por muito tempo? A sustentabilidade da indústria do petróleo depende da exploração. Infelizmente, Angola não havia incentivado a exploração o suficiente, o que agora está a mudar. No entanto, o país está agora a ter de lidar com o esgotamento rápido das reservas e a consequente diminuição da produção. Actualmente, a produção está abaixo de 1,5 milhão de barris de petróleo por dia (bpd), abaixo do pico de quase 1,9 milhão de bpd em 2008. Isso, no entanto, não significa que a era do petróleo de Angola esteja a terminar. Reformas recentes da administração de João Lourenço foram ouvidas globalmente e as principais companhias do mundo estão investindo em Angola. Toda a indústria africana e internacional de petróleo e gás está pronta para investir em Angola. Com uma quota de produção considerável, sendo o segundo maior produtor de petróleo da África no momento, justificam-se, no seu entendimento, os investimentos que o Governo anunciou para a construção de refinarias? As refinarias são um investimento estratégico do ponto de vista fiscal e comercial para o país e para a indústria. Com excepção do Egipto e da África do Sul, o nosso continente não refina o seu próprio petróleo. A Nigéria, que é o maior produtor de África, está exportando todo o seu petróleo apenas para reimpor-
tá-lo mais tarde como produtos refinados de petróleo. Ironicamente, a escassez de combustível ocorre com mais frequência nos países que têm mais petróleo. Isto acontece devido à falta de capacidade de refinação local. Em toda a África, as refinarias existentes estão a ser expandidas, havendo instalações ainda menores no Senegal ou no Congo-Brazzaville. Enquanto isso, a Nigéria está a construir uma das maiores refinarias do mundo, que ajudará o país a ser auto-suficiente em combustível. O mesmo pensamento aplica-se a Angola. O segundo maior produtor de petróleo de África precisa de refinar o seu próprio petróleo. Isso cria valor não apenas para a indústria local, mas também para os cofres do Governo. Assegurar o desenvolvimento de uma forte cadeia de valor a jusante criará postos de trabalho, impulsionará a indústria local e dará oportunidades às PME angolanas, mas também permitirá que Angola atenda plenamente a sua procura local em produtos petrolíferos, podendo exportar o excedente para os países vizinhos. Por causa dos cortes da OPEP, que começaram em Janeiro passado, e da situação política na Venezuela, o preço do barril de petróleo tende a subir. Acha que este ano o barril pode chegar a 100 dólares? Os tempos em que os preços do petróleo podiam subir para cerca de 100 / dólares por barril já foram. Os cortes da OPEP conseguiram trazer de volta os preços para níveis sustentáveis para a indústria, tanto para produtores quanto para consumidores, mas não trazem de volta os preços para a marca de 100 dólares porque o mercado continua com excesso de oferta. E se o barril de petróleo atingir 100 dólares, pode ser bom ou mau para os países que precisam de diversificar suas economias? Um barril de petróleo a 100 dólares não é desejado, nem para produtores nem para consumidores. Os altos preços do petróleo não incentivaram as nações dependentes do petróleo a investir na diversificação económica, enquanto pressionam o orçamento dos consumidores. Desde a constatação de que um ambiente de preços mais baixos está para ficar, as nações africanas têm sido mais agressivas e bemsucedidas na diversificação das suas economias. Isso é muito positivo, não apenas para a estabilidade macroeconómica, mas também para o desenvolvimento de economias mais inclusivas.
Dada a sua experiência no sector petrolífero, o que será transmitido em Junho aos angolanos na Conferência Internacional sobre Petróleo e Gás? Os angolanos perceberão que conseguiram recuperar o interesse dos investidores na sua economia. Estamos a ver um interesse considerável e uma vontade da comunidade petrolífera de investir em Angola e fazer negócios neste país. As reformas dos últimos dois anos, juntamente com a entrada em funcionamento pleno dos próximos campos marginais e o recente lançamento da nova estratégia de licenciamento de petróleo do país até 2025 deram aos investidores estrangeiros uma clareza total sobre a visão que Angola tem para a sua indústria petrolífera e de gás.
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LISTA DE VENCEDORES DO 1º SORTEIO DEPÓSITO A PRAZO POUPA E GANHA No dia 10 de abril de 2019 no Município de Belas, Condomínio Cidade Financeira, Edifício ATLANTICO, realizou-se a primeira fase do Sorteio do Depósito a Prazo Poupa e Ganha. O Sorteio contou com a presença do Instituto de Supervisão de Jogos, na pessoa do Dr. Felizardo Ferraz para a certificação do evento. Vencedores apurados: -
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MARIA MANUELA MORAIS MORAIS NICOLAU SEBASTIAO DUMBO GODINHO CAMPOS RAIMUNDO MAXALADO GUILHERME LUCAS GIMBI MANUEL SERGIO DE PINA GARCIA LUIS FRANCISCO LEONORA TCHATEIA TERESA TCHIHAKI EDMUNDO RODRIGUES AUGUSTO VALDINO CODIA SUAMINO
A cerimónia de entrega de prémios será realizada no dia 07 de Maio as 11 Horas, na Cidade Financeira, em Talatona. A segunda fase do sorteio será realizada no dia 10 de Julho de 2019.
ENTREVISTA
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“daqui a cinco anos Angola estará nas missões de paz da União Africana e das Nações Unidas’ Professor de Estratégia e relações Internacionais do Departamento de Estudos Pós-graduados da Academia Militar em Portugal, Luís Manuel Brás Bernardino esteve recentemente em Luanda, Angola, onde lançou o livro ‘Angola in the African Peace and Security Architecture: The Strategic role of the Angolan Armed Forces’. Na obra, escrita em inglês, o tenente-coronel, actualmente em comissão de serviço na OTAN, na Holanda, narra o percurso de formação das Forças Armadas Angolanas, os seus percursores e o papel que tem desempenhando a nível da região austral em alguns domínios. Mas, para este estudioso em matérias de segurança, a comunidade internacional espera por muito mais das FAA, razão por que acredita que dentro de cinco anos estejam a participar em missões de paz da União Africana e também das Nações Unidas entrevista de Dani Costa fotos de Pedro Nicodemos
L
ançou recentemente o livro ‘Angola in the African Peace and Security Architecture: The Strategic role of the Angolan Armed Forces’. Qual tem sido na realidade o papel das Forças Armadas Angolanas (FAA)? Antes de mais vou fazer um enquadramento para perceber o contexto. O que viemos lançar é um livro sobre as Forças Armadas de Angola em inglês para a comunidade internacional. É um primeiro livro com impacto, porque é todo ele escrito na língua inglesa, para mostrar ao mundo como foi o processo de formação das Forças Armadas de Angola e o que é que elas valem e contribuem para a segurança no continente. É a primeira fase, haverá uma segunda e, se Deus quiser, estarei aqui em Julho para apresentar o livro em português para a comunidade angolana e lusófona, para que tenham acesso a este livro que tem documentos, imagens, entrevistas e textos que falam sobre o processo de formação das Forças Armadas de Angola, nomeadamente a partir do processo de Bicesse, em 1991, e depois numa fase mais a frente o que é a política de Defesa Nacional, o que são as Forças Armadas e como contribuem na arquitectura de paz africana.
O que é que Angola pode ou está a fazer no contexto regional? É uma pergunta muito interessante, é o que as pessoas têm estado a questionar: O que é que Angola está ou pode fazer no contexto regional da SADC? Temos que ver que Angola representa uma potência regional em ascensão, ou seja, é um país que tem feito um caminho da guerra para a paz, desenvolveu-se no contexto nacional e tem neste momento intervindo crescentemente naquilo que é a paz e segurança regional. Ontem foi visto as Forças Armadas de Angola a ajudarem em Moçambique naquilo que se chama operação de ajuda humanitária, houve no Lesotho e na República Democrática do Congo. Há já um conjunto de intervenções, acções das Forças Armadas de Angola que tem um contributo visível para aquilo que é a segurança, o desenvolvimento e apoio às operações de paz. A pergunta é: pode fazer mais? Obviamente que pode fazer mais. Isso passa precisamente pela ocupação regional, ou seja, nas organizações regionais onde Angola está a participar pode intervir regionalmente desenvolvendo mais acções com observadores militares, participar nos processos de negociação, nos treinos e na formação daquilo que são as forças armadas regionais. Qual foi a doutrina seguida pelas Forças Armadas Angolanas, tendo em conta que são pro-
duto de uma junção entre as FAPLA, com tendência mais socialista, apoiada sobretudo pela União Soviética e Cuba, e o extinto braço armado da UNITA, as FALA, ligadas a países ocidentais? Esta é uma das razões pela qual este processo de formação das Forças Arma-
das é único no mundo. Não há um outro processo onde três forças de guerrilha de três formações distintas se juntaram para criar umas forças armadas. Obviamente que o processo inicialmente estava centrado na organização, regulamentação, no treino e naquilo que era a formação estru-
tural das Forças Armadas de Angola. Ainda hoje está em debate a questão da doutrina, porque tem a ver com as capacidades, os meios, a estrutura organizacional e a operacional. Portanto, não é fazer doutrina e depois não ter os meios. Tem que haver aqui um equilíbrio, ou seja, este equilíbrio conseguese através de um processo evolutivo. As Forças Armadas de Angola estão neste processo evolutivo: evoluiu do ponto de vista tecnológico, formação humana e doutrina. Portanto, estiveram a fazer este caminho que é difícil. A base de formação ou de origem era difícil, porque eram forças de guerrilha algumas e outras convencionais. Alguns com apoio de Cuba e da União Soviética. A doutrina portuguesa esteve e ainda está presente. O que as Forças Armadas hoje são é um produto destas forças todas, das FAPLA, das FALA, que deram ao longo da sua formação determinados contributos organizacionais, técnicos, doutrinários para que sejam as Forças Armadas de Angola. É um processo único no mundo. É um processo onde teve que se segurar ideias, doutrinas, processos de formação, liderança, vertentes mais de guerrilhas ou mais convencionais, para se chegar a umas forças armadas actuais. Quer com isso dizer que não
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houve uma única doutrina como tal, mas sim a junção de várias doutrinas para se alcançar as Forças Armadas Angolanas que temos hoje? Exactamente. O que se assistiu foi uma assimilação de várias doutrinas, fruto de várias experiências da guerrilha, do período da guerra, das cooperações que deram origem a um conjunto de directivos estruturais, institucionais que formaram a origem das Forças Armadas de Angola. Estamos a falar de 1991 e o livro centra-se um bocado nesta perspectiva. Portanto, o processo de Bicesse levou à origem da Comissão Conjunta. Esta Comissão Conjunta é onde estava a chamada Troika, integrada por França, Reino Unido e Portugal. Faziam parte de um conjunto de países que se prepararam para, no âmbito dos Acordos de Bicesse, criarem esta transformação. Houve uma comissão para o desarmamento e outra para a formação das Forças Armadas de Angola. Este livro centra-se nisso, onde os vários países, com liderança de Portugal que foi importante, por causa da questão da língua, da semelhança em termos de procedimentos, facilitou com que muita da doutrina ou do treino fossem na língua inglesa. No entanto, a língua de trabalho foi o português. É sabido que no período inicial de formação das FAA o processo ficou ferido com a saída de alguns responsáveis provenientes das FALA, entre os quais o general Abílio Camalata Numa. Até que ponto estas deserções afectaram o processo? As FAA são origem de muita gente e de muitas ideias. Obviamente que não há forças armadas nem países que não tenham atravessado problemas. Portugal também teve uma revolução em 1975 e problemas. Hoje em dia a transformação é uma constante das sociedades. As Forças Armadas de Angola participam e estão neste processo de transformação. Muita gente, de muitas maneiras e formas participou neste processo de transformação. Se olharmos para o processo político e ao militar, o que é que avançou melhor? Foi o processo militar. O que é que falhou nos Acordos de Bicesse? Foi o processo político. A questão do planeamento que estava programado para as Forças Armadas de Angola, o treino conjunto, as forças integradas, as estruturas e as directivas foram todas feitas. Portanto, as Forças Armadas de Angola, em 1991, estavam prontas para ar-
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rancar como forças armadas nacionais. O que falhou foi o processo político, houve novamente um retrocesso na paz, no processo e a formação das forças armadas parou neste interregno. Regressou em 2002 com o processo de paz e voltou-se a colocar as forças armadas num processo de formação das forças armadas nacionais. Há uma forte influência russa nas Forças Armadas Angolas? Obviamente. Há uma forte influência russa em termos de equipamentos, doutrinas e tácticas. Há também uma forte influência russa naquilo que é a organização, armamento e equipamento. Fala-se muito do poderio das Forças Armadas Angolanas. É possível isso, quando não se tem sequer uma indústria militar, até mesmo de fardamentos ou outros meios que deveriam acompanhar esta evolução? Certo. Mas, obviamente, a sua referência são forças armadas de países evoluídos com estruturas de defesa, armas, indústrias, onde há uma simbiose em termos económicos e de defesa. Não é bem esta Angola ainda, porque está num processo de transformação da sociedade que é também visível no processo de transformação das Forças Armadas Angolanas. Temos em Angola umas forças armadas na ordem dos 100 mil efectivos, que é precisamente o número de efectivos acordados nos Acordos de Bicesse. Esses 100 mil agora são necessários? O que pensa? São ou não necessários? Eu penso que não. Neste momento deve-se privilegiar a qualidade e não a quantidade. Portanto, as forças armadas normalmente tendem a ser mais operacionais, com maiores capacidades, tecnologias e com menos efectivos. Portanto, este conceito de enviar forças muito robustas para determinados contextos cada vez é menos visível. As forças armadas hoje são de pequena dimensão, altamente treinadas e tecnológicas, que fazem tarefas integradas naquilo que é a política externa do Estado. As forças armadas contribuem para a segurança e a defesa do Estado, mas têm um papel cada vez mais tecnológico, de desenvolvimento, integrado nas missões regionais em parceria com outros países. Por exemplo, as Forças Armadas Portuguesas são 30 mil efectivos. E as forças armadas aqui da região, todas elas estão num processo de transformação
Há uma forte influência russa em termos de equipamentos, doutrinas e tácticas. Há também uma forte influência russa naquilo que é a organização, armamento e equipamento
que leva a que haja melhor forças armadas e com menos quantidade. Retomando a questão: há ou não necessidade de se ter uma indústria militar em Angola? Nem todos os países têm uma indústria militar. O ideal seria as forças armadas contribuírem para a economia do Estado, ou seja, que tenham uma indústria de Defesa associada e que possa produzir resultados naquilo que é o Produto Interno Bruto. Mas isso está dependente do nível tecnológico que
O Estado é responsável por estas duas vertentes: a segurança e o desenvolvimento. E uma não pode viver sem a outra. Portanto, o Estado tem que, em determinado momento, definir com prioridades onde é que está a investir na segurança e no desenvolvimento
existe para fazer evoluir as forças armadas e aquilo que são as tecnologias de defesa. Actualmente, a tecnologia de defesa é muito evoluída, se falarmos de comunicações, cibersegurança, equipamentos técnicos de radares, misseis e outras armas. Mesmo em Portugal, a indústria deste tipo de equipamentos não existe, porque são tecnologias extremamente caras. São necessários investimentos muito grandes, haver um conjunto de parcerias com universidades que possam contribuir para este desenvolvimento. Quero com isso dizer que a perspectiva de indústria de defesa é ideal para que as forças armadas possam participar no desenvolvimento do país. Nem todos os países têm esta capacidade, mas, na minha perspectiva, Angola, no contexto regional, tem potencialidades de que isso venha a acontecer no futuro. O Presidente João Lourenço esteve na Rússia e circularam informações de que, no futuro, será montada uma indústria militar em Angola. O que pensa disso? Vejo isso como uma situação normal. Actualmente vivemos num mundo global, onde os Estados cooperam de várias formas. Portanto, não sou daqueles indivíduos que diz ‘não queremos nada com os chineses ou com os russos, portugueses ou brasileiros’. Não é bem assim: todos fazemos falta. É preciso o Estado ter uma determinada visão de num determinado momento decidir com quem é que está e porquê está a cooperar? A cooperação com a Rússia, obviamente, vai continuar a acontecer por muitos mais anos com Angola.
O que acha da montagem da fábrica de armamento ou outros equipamentos militares? Isto é um assunto muito mais específico, não tenho informações para que possa avaliar. Em termos gerais, o que posso dizer é que, se isso contribuir para a economia de defesa do país, será uma boa decisão. Até aonde é que podem ser feitos os gastos a nível das Forças Armadas? É uma questão muito importante: o papel do Estado é equilibrar aquilo que são as suas prioridades estratégicas para o desenvolvimento e para a segurança. O Estado é responsável por estas duas vertentes: a segurança e o desenvolvimento. E uma não pode viver sem a outra. Portanto, o Estado tem que em determinado momento definir com prioridades onde é que está a investir na segurança e no desenvolvimento. Haverá momentos em que é mais fácil e mais viável apostar na segurança, porque sem segurança não há desenvolvimento, e outras situações em que terá que apostar no desenvolvimento, porque sem ele também não há segurança. E neste equilíbrio é que está em cada momento o papel do Chefe de Estado, dos assessores e das pessoas que pensam nisso. Face aos recursos que os países têm, que são sempre finitos, vê-se quais são para determinadas ideias, projectos ou situação. Por exemplo, uma das prioridades nacionais será a Marinha de Guerra de Angola. Se não se investir na Marinha de Guerra de Angola, nos próximos cinco anos, não vai ter proveito daquilo que pode ser o desenvolvimento na área do mar. Não vai ter capacidade de garantir a segurança marítima.
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É preciso termos bem o que é o conceito de poder. Mas, se falarmos em termos de capacidade, as Forças Armadas de Angola estão dentro do contexto regional numa fase crescente e têm realmente um protagonismo. Obviamente que se olharmos para as Forças Armadas da África do Sul, elas têm um grau de desenvolvimento maior. Mas há aqui em termos das Forças Armadas de Angola aquilo que nós chamamos ‘um potencial enorme’ para crescer, ou seja, têm capacidade para se tornarem numas Forças Armadas com influência na região, ao nível da África do Sul, da Nigéria e dos outros Estados.
‘Se Angola não investir na marinha de guerra, o vazio será ocupado por outro país’ O que vai acontecer se não se fizer estes investimentos na Marinha de Guerra de Angola? Estaremos a criar um vazio estratégico e pode ser ocupado por outros países. Quais são os países que se podem aproveitar-se de uma falta de investimentos na Marinha de Guerra de Angola? Os países que têm interesses na região. A Rússia, por exemplo, tem interesse nas pescas aqui na sua área territorial. Portanto, se Angola não tiver a capacidade de monitorizar estas regiões, de acompanhar e garantir a segurança, a presença nestes espaços, haverá outros países que vão tirar proveito disso. Já se consegue sentir estas ameaças? Já se sente na região do Golfo da Guiné. Veja a questão de todo o Golfo da Guiné, da costa de Angola, a imensidão que existe e é preciso garantir esta segurança. É preciso garantir que os recursos que existem nestes espaços, que são de Angola, sejam capitalizados em prol do proveito do país. Se não tiver capacidade, naturalmente que os outros países irão buscar estes recursos de forma clandestina. Isso já está a acontecer. Diz-se sempre que entre os Estados não existem amizades e apenas interesses… É uma verdade que a relação entre os Estados regem-se por interesses. Estes interesses podem ser conver-
gentes ou divergentes. Quando os interesses são convergentes temos cooperação, quando são divergentes temos guerra. Na área em que Angola está inserida, quais são as potenciais ameaças para as nossas forças armadas? Não vejo nem estou a prever que haja uma guerra entre Angola e a África do Sul ou entre Angola e um outro país. O que há aqui é competição regional pela perspectiva de que cada país pretende ter maior protagonismo naquilo que é a área da segurança. Por exemplo, quem é a Nação líder em termo do Golfo da Guiné? Uma delas é Angola, até porque a Comissão do Golfo da Guiné está aqui em Luanda, mas existem outros países que pretendem também ter protagonismo. Quais são os países que pretendem um maior protagonismo no Golfo da Guiné? A Nigéria, a África do Sul e a Namíbia, por exemplo. O que está a acontecer aqui em termos regionais é uma competição saudável pela primazia em termos de segurança e defesa entre os vários países. Não estamos aqui a fazer uma competição em que Angola vai entrar em guerra com a África do Sul. Não! O enquadramento geopolítico é a competição pela visibilidade que as forças armadas que os países têm na capacidade de prestar segurança regional. Falamos muitas vezes no conceito de poder, qual é as Forças Armadas mais podero-
sas da região? O conceito de poder está associado a uma coisa que é a percepção que os outros estados têm de nós. Você só é poderoso se eu olhar para si e achar que és poderoso. Portanto, este conceito de potência regional está associado àquilo que os Estados fazem em termos regionais para terem maior visibilidade, empenho e preponderância estratégica. É isso que neste momento está a acontecer. É uma luta pela preponderância estratégica. Como estudioso em questões de estratégia e segurança, até porque deve ter feito um estudo comparativo entre as Forças Armadas Angolanas e as congéneres da região, pode-se dizer que as FAA são poderosas?
Não vejo nem estou a prever que haja uma guerra entre Angola e a África do Sul ou entre Angola e um outro país. O que há aqui é competição regional pela perspectiva de que cada país pretende ter maior protagonismo naquilo que é a área da segurança
O que falta para que isso aconteça? Falta treino, tempo, condições de investimentos em termos de tecnologia e uma coisa importantíssima que talvez seja o fundamental: uma política de defesa. Está a dizer que não há uma política de defesa? Eu não estou a dizer que não há. O que estou a dizer é que é preciso uma boa política de defesa. O que acha da política de defesa existente? Eu acho que é uma boa política de defesa. E é preciso que esta política de defesa tenha consequências para as forças armadas. Que as forças armadas sejam um pilar do Estado e um contributo para a sua política externa. Angola, através das Forças Armadas, teve uma recente incursão no Lesotho e anteriormente na Guiné-Bissau, através da Missang. Estes dois exemplos foram bons para a política externa de Angola? Os exemplos são distintos. Eu até os separava. Normalmente, os Estados trabalham dentro da cooperação e da arquitectura regional. Portanto, não estou a dizer que tenha falhado, mas sim que pode fazer mais. O desafio é precisamente isso: fazer mais. Toda a gente está à espera que Angola faça mais. Por que é que Angola não tem nenhumas forças militares nas Nações Unidas ou nas missões de paz no mundo? O que se estará a passar? Eu acho que falta só aquela decisão política para isto acontecer, porque as forças armadas em termos de preparação operacional estão preparadas para isso, como nós conseguimos ver.
Baseia-se no exemplo da missão do Lesotho ou tem outras informações? Baseio-me no exemplo do Lesotho e agora em Moçambique. Também na cooperação com a República do Congo e na Guiné Bissau. Há a participação nos treinos e nos exercícios regionais. A comunidade internacional está à espera que Angola possa ter um maior papel naquilo que é global. Como é que pode fazer? Intervindo nas operações de paz das Nações Unidas. Se calhar não é colocando forças muito grandes, mas enviando oficiais de Estado-Maior, observadores militares e participando com pequenos contingentes. A África está à espera que Angola dê este passo. Já que voltou a tocar em África, gostaria de insistir na questão anterior: quais são os exemplos que se podem tirar dass experiências no Lesotho e na GuinéBissau? A primeira lição que temos é que na Guiné-Bissau, desejavelmente, as intervenções de Estado devem ser feitas no contexto da segurança regional e não intervenções bilaterais. Angola falhou com a Missang ao intervir na Guiné-Bissau? Eu não estou a dizer que falhou, mas que Angola pertence a uma arquitectura regional – SADC e a CEEAC- e as intervenções devem ser feitas dentro deste quadro regional. Porque o quadro regional tem legitimidade. Quando participas numa actividade no âmbito da SADC, ela é uma organização que representa um conjunto de países e confere legitimidade à operação. Quer com isso dizer que não houve legitimidade na intervenção de Angola na Guiné-Bissau que é membro da CEDEAO? Foi um dos aspectos que tem que ser melhor analisado, porque as intervenções de forças armadas em outros Estados são complicadas. Têm que estar ao abrigo daquilo que é o direito internacional e daquilo que é a cooperação entre os Estados. Houve um erro político por parte de Angola com a missão na Guiné-Bissau? Não estou a dizer que houve um erro político. Eventualmente, terá havido uma má avaliação e Angola fez bem. Aprendeu com essa situação e o que estamos a ver é que cada vez mais a cooperação regional é mais forte, assim como há o interesse de Angola em participar no quadro da cooperação regional.
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‘Os militares devem participar em palestras e conferências nas escolas e universidades’ É comum em Angola, até mesmo em conversas de bar, as pessoas dizerem: existem muitos generais nas Forças Armadas Angolanas. O que pensa? As FAA estão num processo de transformação. Portanto, este processo existe em vários domínios. Mas as pessoas que são hoje generais são aqueles que deram a vida para você estar aqui sentado nesta mesa. O país tem que estar agradecido a estas pessoas, porque muitas delas não tiveram as mesmas possibilidades que algumas têm hoje em dia de estudar. Não tiveram as mesmas possibilidades que algumas têm de hoje viajar para o exterior. Essas pessoas são o país, são as forças armadas. Tem muita gente de valor. Há-de haver uma altura em que estas pessoas vão sair das forças armadas e o Estado terá que lhes prestar uma homenagem. O próprio Estado terá de reconhecer o papel destas pessoas para aquilo que é hoje Angola. O processo de reforma não tem sido nada fácil... Os processos de reforma são difíceis. Refiro-me à reforma dos generais das Forças Armadas Angolanas, sabe disso? Não estou a falar da reforma dos generais. Mas todos os processos de reforma são difíceis, porque levam tempo. Tem que ser explicado às pessoas, à sociedade e ser integrado naquilo que é a reforma do país. Não está a haver reformas nos sectores da educação, da defesa e da saúde? Há reformas em todo o lado.
Não tenho dúvidas de que daqui a cinco anos Angola estará a participar nas missões de paz da União Africana e das Nações Unidas
É menos pacífica uma reforma a nível dos generais ou no sector castrense? Não há aqui questões pacíficas. Quando as reformas são em prol do Estado, são sempre boas reformas. E as reformas são sempre difíceis de fazer, porque implicam que as pessoas aceitem as reformas. As pessoas militares por norma são disciplinadas e aceitam as reformas. Qual foi a mensagem que se passou ao mundo com a nomeação do general Geraldo Sachipengo Nunda ao posto de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, um antigo quadro das FALA? É dos melhores exemplos que se pode dar. O general Nunda foi três vezes vice-chefe de Estado-Maior General de três generais diferentes. Numa determinada altura foi indigitado chefe de Estado-Maior General. Portanto, um oficial da UNITA, das FALA, chega ao posto mais alto das Forças Armadas de Angola. Isso é a prova de que o processo de transformação correu bem e que a formação das forças armadas, integrando estas várias facções, foi consistente. E, nos últimos anos, o general Nunda deu um contributo muito grande para aquilo que as forças armadas são hoje. Temos muitos generais nas forças armadas que contribuíram para este efeito, mas se quisermos colocar alguns nomes, o general Nunda está certamente neste top. É das pessoas que fez a guerra, esteve no processo de Bicesse, fez a paz e formou as forças armadas naquilo que são hoje. O país se não reconheceu ainda, vai ter que reconhecer isso. Pouco tempo depois de ter chegado ao poder, o Presidente João Lourenço esteve na base do processo de sepultamento do antigo chefe adjunto do Estado-Maior das FAA, general Arlindo Chenda Pena ‘Ben –Ben’. Uma decisão acertada? Eu sou a favor de que as pessoas que contribuíram para a história dos países fiquem na história destes países. As pessoas que deram a vida pelo país, pelas suas ideias em prol de Angola, o próprio Estado tem a obrigação de os reconhecer. O que se assistiu e o
Dr
que se vai assistir tendencialmente no futuro, como são os casos dos generais João de Matos e Ita, Angola terá que reconhecer estas pessoas. Elas foram importantes. Falta este reconhecimento? Estas pessoas já estão na história de Angola. Elas vão estar mais na história quando o próprio país reconhecer que elas são as que fizeram a própria história. Já estão no meu livro porque são importantes naquilo que são hoje as Forças Armadas de Angola. Já visitou a Escola Superior de Guerra? Estive lá hoje de manhã. Eu acho que tem um papel importante naquilo que é a segurança do país e a defesa nacional. Uma das coisas que se pode fazer mais é os militares irem às escolas e às universidades fazerem palestras e conferências sobre a segurança, defesa nacional, papel das forças armadas no Estado e no desenvolvimento. Aí começam a perceber qual é o papel das forças armadas num Estado de direito, que é garantir a segurança contribuindo para o desenvolvimento. O que falta às Forças Armadas Angolanas? O que falta é participar em processos em que Angola nunca esteve. Participar nas Nações Unidas, nas missões da União Africana, na cooperação e no desenvolvimento em termos daquilo que é a segurança global. É um desafio para Angola. Compreendo que não se pode fazer tudo. Neste momento há uma reorganização interna. Há questões que têm que se colocar, como, por exemplo, as fronteiras, a segurança marítima. Portanto, há um conjunto de situações que têm que ser resolvidas inicialmente, em termos de infra-estruturas e até mesmo doutrinários, depois então cooperar de outras formas em termos regionais ou globais. Não tenho dúvidas de que daqui a cinco anos Angola estará a participar nas missões de paz da União Africana e das Nações Unidas.
UE oferece à may adiamento do brexit até 31 de Outubro
‘U
m adiamento do Brexit até 31 de Outubro é sensível, já que dá tempo para o Reino Unido finalmente escolher o seu caminho”, disse o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, no Twitter, acrescentando que uma cimeira em Junho permitirá aos líderes da UE “fazer um balanço da situação”. A liderar a cimeirada da UE, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi informar a May sobre o resultado e buscar a necessária concordância dela para um acordo final. O acordo significa que o Reino Unido não deixará o bloco na Sexta-feira e dá a May mais do que os três meses que ela havia pedido para conquistar o apoio de uma maioria parlamentar para o acordo de retirada que negociou com a
UE no ano passado. Mas, a pressão de Macron por um Brexit em Junho e a forte oposição à preferência de outros líderes por um adiamento muito mais longo que poderia aumentar as chances do Reino Unido mudar de opinião e permanecer no bloco, fez com que a reunião terminasse com o meio-termo de Outubro. O dia 31 de Outubro também corresponde ao final do mandato de cinco anos da actual Comissão Europeia. Os líderes irão reunirse novamente em Junho, disseram diplomatas da UE, para avaliar a situação. O Reino Unido poderá já ter deixado o bloco até lá, se May conseguir formar uma coligação de apoio ao seu acordo com o opositor Partido Trabalhista —embora não haja nenhum sinal de resolução por enquanto.
ErCA recomenda uso obrigatório do contraditório
A
decisão saiu da sua última sessão plenária realizada nesta Quartafeira, 10, que disse constatar um esforço notório por parte dos órgãos de comunicação social, em relação à objectividade jornalística, não obstante ainda haver alguns atropelos aos princípios ético-deontológicos. Em nota enviada a este jornal, a Entidade Reguladora da Comunicação Social(ERCA) disse ter registado uma maior preocupação quanto ao respeito do princípio do contraditório e informação política, pelo que defende a obrigatoriedade do uso do contraditório e plu-
ralismo na cobertura da actualidade política. À semelhança dos partidos políticos, a ERCA defende também a uma maior cobertura às vozes da sociedade civil, em relação aos temas mediáticos, e igualdade de tratamento por parte dos meios de comunicação social. O Conselho directivo da ERCA reitera a sua predisposição em cumprir cabalmente com as suas atribuições de regulação e supervisão, enquanto função essencial para assegurar a objectividade e a isenção informativa e a salvaguarda da liberdade de expressão e de pensamento na Comunicação Social.
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
Presidente Bashir forçado a renunciar O Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, foi forçado a deixar o poder na Quinta-feira, depois de três décadas de governo autocrático, e estão a ser tomadas medidas para formar um conselho de transição para administrar o país, disseram fontes sudanesas
f
ontes governamentais e o ministro da Produção e Recursos Económicos do Norte de Darfur, Adel Mahjoub Hussein, disseram à TV al-Hadath, do Dubai, que a presidência de Bashir havia terminado e que estavam a ser feitas consultas para a criação de um conselho militar no poder. Fontes sudanesas disseram à Reuters que Bashir, 75 anos, estava na residência presidencial sob “guarda pesada”. Um filho de Sadiq al-Mahdi, líder do principal partido de Oposição do país, Umma, disse à TV al-Hadath que Bashir estava em prisão domiciliar, juntamente com “vários líderes do grupo terrorista da Irmandade Muçulmana”. Na madrugada de Quinta-feira, a televisão estatal disse que os militares fariam um anúncio em breve. Mas horas depois nenhuma declaração foi emitida, mas surgiram a relatos sobre diferenças sobre a composição do conselho de transição. Alguns manifestantes, que protestaram contra Bashir desde 19 de
Dezembro, disseram temer que o atraso lhe permitiria exilar-se. A televisão estatal e a rádio tocavam música patriótica, um lembrete de como as forças militares se desdobraram durante os episódios anteriores de distúrbios civis. Tropas espalhadas pelo Ministério da Defesa e nas principais estradas e pontes da capital. Milhares de pessoas acorreram para um protesto contra o Governo do lado de fora do Ministério, enquanto grandes multidões tomaram as ruas no centro de Cartum, dançando e gritando slogans anti-Bashir. Os manifestantes gritavam: “Caiu, nós vencemos”. Os manifestantes pediram um Governo civil e disseram que não aceitariam uma administração liderada por militares e figuras da segurança ou assessores de Bashir. Omar Saleh Sennar, membro sénior da Associação de Profissionais do Sudão, um dos principais grupos de protesto, disse que aguardava a declaração do Exército e esperava negociar com os militares uma transferência de poder. “Só aceitaremos um Governo
civil de transição”, disse Sennar à Reuters. Kamal Omar, 38 anos, outro manifestante, disse: “Vamos continuar com o nosso protesto até que prevaleçam as nossas reivindicações”. Soldados invadem o quartelgeneral do movimento islâmico Soldados invadiram a sede do movimento islâmico liderado por Omar al-Bashir na capital Cartum, na Quinta-feira, disse uma testemunha da Reuters. destino obscuro Até ontem não se sabia o que aconteceria agora com Bashir. Ele foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional em Haia e enfrenta um mandado de prisão por alegações de genocídio na região de Darfur, no Sudão, durante uma insurgência que começou em 2003 e provocou a morte de cerca de 300 mil pessoas. Bashir, um ex-pára-quedista que tomou o poder num golpe sem derramamento de sangue em 1989, tem sido uma figura divisora que conseguiu passar por uma cri-
Julian Assange preso pela Polícia britânica na embaixada equatoriana
O
fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi preso na Quintafeira pela Polícia britânica e levado para fora da embaixada equatoriana, onde ficou asilado por quase sete anos para evitar a extradição para a Suécia devido a uma investigação de violação sexual. Um vídeo postado online mostrava um homem agitado e de aparência frágil, com cabelos brancos e uma barba branca sendo levado para fora do prédio central de Londres por pelo menos sete homens. “Julian Assange, 47 anos, foi hoje, Quinta-feira 11 de Abril,
preso por agentes do Serviço de Polícia Metropolitana (MPS) na Embaixada do Equador”, disse a Polícia. A Polícia disse que eles prenderam Assange depois de serem “convidados para a embaixada pelo embaixador, após a retirada do asilo pelo Governo equatoriano”. Ele foi levado sob custódia para uma delegacia central de Londres e será levado à Corte de Magistrados de Westminster mais tarde. Assange refugiou-se em 2012 na embaixada do Equador, em Londres, atrás da loja de produtos de luxo Harrods, para evitar ser extraditado para a Suécia, onde as
autoridades queriam interrogá-lo como parte de uma investigação de violação sexual. Mais tarde, a Suécia desistiu da investigação, mas Assange foi preso na Quinta-feira por violar as regras da sua fiança original em Londres. Ele temia ser extraditado para enfrentar acusações nos Estados Unidos, onde procuradores federais estão a investigar o WikiLeaks. O relacionamento de Assange com os seus anfitriões entrou em colapso depois de o Equador o acusar de vazar informações sobre a vida pessoal do Presidente Lenin Moreno. Moreno havia dito anteriormente que Assange vio-
O Presidente deposto do Sudão, Omar al-Bashir
se interna atrás da outra enquanto resistia às tentativas do Ocidente de enfraquecê-lo. O Sudão sofreu períodos prolongados de isolamento desde 1993, quando os Estados Unidos acrescentaram o Governo de Bashir à sua lista de patrocinadores do terrorismo por abrigar militantes islâmicos. Washington impôs sanções quatro anos depois. A última crise aumentou desde o fim-de-semana, quando milhares de manifestantes começaram a acampar fora do complexo do Ministério da Defesa, onde fica a residência de Bashir.
Os confrontos eclodiram na Terça-feira entre soldados tentando proteger os manifestantes e o pessoal da inteligência e segurança tentando dispersá-los. Pelo menos 11 pessoas morreram, incluindo seis membros das forças armadas, disse o ministro da Informação, citando um relatório da Polícia. Desde Dezembro, o Sudão tem sido abalado por protestos persistentes desencadeados pela tentativa do Governo de elevar o preço do pão e por uma crise económica que levou à escassez de combustível e dinheiro.
lou os termos do seu asilo. Moreno disse que pediu à GrãBretanha que garantisse que Assange não seria extraditado para um país onde poderia enfrentar tortura ou a pena de morte. “O Governo britânico confirmou isso por escrito, de acordo com as suas próprias regras”, disse Moreno. O WikiLeaks disse que o Equador havia terminado ilegalmente o asilo político de Assange em violação do direito internacional. Para alguns, Assange é um herói por expôr o que os defensores expressam como abuso de poder pelos Estados modernos e por defender a liberdade de expressão. Mas para outros, ele é um rebelde perigoso que minou a segurança dos Estados Unidos. Os defensores de Assange argumentaram que viver nas condições apertadas sem acesso à luz solar prejudicou a sua saúde.
A Suécia encerrou uma investigação preliminar sobre um suposto estupro em 2017, já que “não havia razão para acreditar que a decisão de entregá-lo (Assange) à Suécia pudesse ser implementada dentro de um prazo razoável”. Mas a procuradoria Marianne Ny disse, na época, que a investigação poderia ser reaberta caso a situação mudasse. “Se ele mais tarde se disponibilizar, posso decidir retomar imediatamente a investigação preliminar”, disse Ny, que se aposentou, num comunicado de 2017. O estatuto de limitações para o estupro na Suécia é de 10 anos, a menos que seja considerado agravado. A Procuradoria sueca não fez comentários imediatos na Quinta-feira sobre a notícia da prisão de Assange ou se uma investigação poderia ser reaberta.
TEmPO
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
Fonte: INAMET
PrEVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PArA AS PrINCIPAIS CIDADES válida de 12 a 14 de Abril de 2019 Ê Ê
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)Ê
Ê
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS ***PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, validade 12 à 14 de Abril de 2019Ê Data 12 / 04 / 2019
CIDADE
Mín
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LUANDA
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CABINDA
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SUMBE CAXITO
Data 13 / 04 / 2019
Estado do Tempo
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Nublado, chuva fraca a moderada / trovoada
MBANZA CONGO
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UIGE
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NDALATANDO MALANJE
Data 14 / 04 / 2019
Estado do Tempo
Estado do Tempo
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Céu nublado, chuva fraca ou moderada.
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Céu nublado, chuva fraca ou chuvisco.
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Parcialmente a pouco nublado
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
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Nublado, chuva fraca a moderada.
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Nublado, chuva fraca a moderada.
DUNDO
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
SAURIMO
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
BENGUELA
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu Parcialmente nublado, chuva fraca.
HUAMBO
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
CUITO
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
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Nublado, chuva moderada a forte / trovoada
LUENA
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
08
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
LUBANGO
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu nublado, chuva fraca.
MENONGUE
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Céu nublado, chuva moderada / trovoada
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Céu nublado, chuva fraca ou chuvisco.
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Céu nublado, chuva fraca ou chuvisco.
MOÇÂMEDES
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Parcialmente a pouco nublado
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Parcialmente a pouco nublado
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Parcialmente a pouco nublado
ONDJIVA
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Pouco a parcialmente nublado
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Céu nublado, chuva fraca.
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Céu nublado, chuva fraca ou moderada.
das 18 horas do dia 11 de Abril às 18 horas do dia 12 de Abril de 2019. Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu parcialmente nublado, tornando-se nublado em toda região, Períodos de ocorrência de chuva moderada ou forte acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias de Cabinda, Zaire, Luanda, Bengo Malanje, Uíge, Lunda- Norte, Lunda- Sul e Cuanza -Sul. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de Cabinda, Uíge, Malanje, CuanzaNorte e Lunda- Norte. REgIÃO cENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu parcialmente nublado, tornando-se nublado durante a madrugada e manhã em toda região. Períodos de ocorrência de chuva moderada a forte acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal em alguns municípios das províncias de Benguela e Huambo. REgIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu parcialmente nublado. Possibilidade de ocorrência de chuva fraca a moderada, acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias da Huila e Cuando Cubango.
Os Meteorologistas: Rita Ndoki e Úrsula Gonçalves. Luanda, 11 de Abril 2019 Ê Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro Ð Tel. 949320641 Ð Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ
TEmPO NO mAR BOLETIM METEOrOLÓgICO PArA A NAVEgAÇÃO MAríTIMA
3. dEScRIÇÃO SINÓPTIcA dAS 18:00 TU dO dIA 11/04/2019 ÀS 18:00 TU dO dIA 12/04/2019.
1. SITUAÇÃO gERAL ÀS 18:00 TU dO dIA 11 dE AbRIL dE 2019: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA Ð INAMET
Circulação de Sul/Sudoeste fraca a moderada entre os paralelos Centro Nacional de Previsão do Tempo 4°S a 12°S, sendo, circulação Sul moderada a forte entre os paralelos 14°S a 18°S. BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA
2. PREVISÃO VÁLIdA ATÉ AS 18:00 TU dO dIA 12 dE AbRIL dE 2019:
1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 11 DE ABRIL DE 2019: Circula• ‹ oÊ deÊ Sul/SudoesteÊ fracaÊ aÊ moderadaÊ entreÊ osÊ paralelosÊ 4¡ SÊ aÊ 12¡ S,Ê sendo,Ê circula• ‹ oÊ SulÊ moderadaÊ aÊ forteÊ entreÊ osÊ paralelosÊ 14¡ SÊ aÊ 18¡ S.Ê
SEm AVISO.
2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 12 DE ABRIL DE 2019: SEM AVISO.
ESTADO DO TEMPO
REGIÃO
(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)
Cabinda (4°S Ð 6°S) Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S Ð 12°S) Benguela (12°S Ð 14°S)
ÊÊ
VENTO
ALTURA DA ONDA (METROS)
ESTADO DO MAR
VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)Ê
DIRECÇÃO FORÇA (KT) Chuva trovoada Chuva trovoada
Ê
Chuva
Sul Sudoeste
06 à 10
Até 1.6
Agitado
Moderada (Superior a 4)
Sul Sudoeste
10 à 13
Até 1.7
Agitado
Moderada (Superior a 4)
Sudoeste
Até 16
Até 1.7
Agitado
Moderada (Superior a 4)
Sul a Sudeste
Até 19
Até 1.8
Agitado
Moderada a boa (Superior a 6)
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Namibe (14°S Ð 18°S) Ê
Chuvisco
Fonte: INAMET
Depressão, com pressão central de 1010hPa, o seu vale depressionário estende-se em toda costa marítima de Angola. Assim, prevê-se ondas maximas até 1.8 metros de altura para a região marítima de Namibe. Para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Cuanza Sul, e Benguela prêve-se ondas maximas até 1.7 metros de altura.
4. cARTA dO VENTO mÁXImO E dA ALTURA dA ONdA mÁXImA PREVISTA
Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.
dESPORTO
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O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
Dr
Artur Almeida no palco do sorteio
O
presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur Almeida, assiste hoje ao sorteio do CAN 2019 na cidade do Cairo, no Egipto. O dirigente angolano, que neste primeiro mandato a frente da FAF conseguiu a qualificação, disse que a Selecção Nacional tem as condições para preparar a prova. “A equipa nacional vai começar a preparação em Luanda, sendo que depois vai cumprir um estágio fora do país para se adaptar melhor ao clima no
Egipto”, afirmou o presidente da FAF. Para além de Artur Almeida, o vice-presidente para as selecções e o técnico Srdjan Vasilevic também vão assistir ao sorteio na magna sala da Confederação Africana de Futebol (FAF). Antes dev partir para o Cairo, o seleccionador nacional fez saber que o CAN é uma competição muito forte. Por isso, não escolhe adversários, uma vez que o trabalho é determinante para uma participação regular nas provas internacionais. DANIEL MIgUEL/ArQUIVO
Cidade do Cairo acolhe sorteio do CAN 2019 A capital do Egipto recebe hoje dirigentes desportivos e antigas estrelas do futebol africano para testemunharem o acto que vai ditar os grupos da prova africana em cinco cidades Sebastião Félix
A
cidade do Cairo, Egipto, palco de uma das séries do CAN 2019, acolhe hoje o sorteio da festa do desporto rei no continente berço. Na terra dos Faraós, também sede da Confederação Africana de Futebol (CAF), os artistas da bola vão desfilar nos relvados de 21 de Junho a 19 de Julho próximos. Nesta edição, ao contrário dos anos anteriores, o Campeonato Africano será disputado em trinta dias. Por esta razão, vinte e quatro selecções estão apuradas, deixando cair por terra o modelo das dezasseis equipas. De acordo com os regulamentos do órgão que rege a modalidade no continente, as formações estarão divididas em seis grupos de quatro selecções.
Para além da cidade do Cairo, Suez, Alexandria, Ismailia e Port Said também vão acolher jogos do CAN 2019. Na magna sala da CAF estarão dirigentes das vinte e quatro selecções e antigas estrelas do futebol africano. Pela riqueza da sua história, os convidados vão ser “brindados” com vários momentos culturais
Presidente da CAF, Ahmad Ahmad, tem a condições criadas para o certame
ao longo da cerimónia. As Pirâmides, o rio Nilo, a Biblioteca de Alexandria, o Museu do Cairo e outros monumentos são pontos de atracção de turistas de todas as partes do mundo. Por isso, o Comité Organizador do CAN prevê arrecadar muitas receitas com a festa do desporto rei em solo egípcio. Com o abrandamento da crise política, o turismo voltou a ocupar o seu lugar na economia do Egipto, segundo dados do Ministério do Turismo. O Egipto é o país africano com mais conquistas no CAN, ou seja, venceu em 1957, 1958, 1986, 1998, 2006, 2008 e 2010. Em 2017, no Gabão, perdeu a final com os Camarões por 2-1, porém, em casa quer repetir a proeza do ano 2006. O CAN inicialmente seria disputado nos Camarões, mas por razões políticas e atraso nas obras a CAF o atribuiu ao país dos Faraós.
Palancas Negras no pote três
A
Selecção Nacional, no sorteio que vai ser realizado hoje na cidade do Cairo, no Egipto, está no pote três com a África do Sul, Uganda, Guiné Bissau, Zimbabwe e o Burundi. Os Palancas Negras garantiram a oitava presença no Campeonato Africano das Nações ao vencerem em Março o Botswana, por 1-0, em jogo
da última jornada do grupo I. Assim, terminaram na primeira posição com 12 pontos, os mesmosque a Mauritânia que perdeu com o Burkina Faso por 0-1. No pote dois estão Marrocos, Nigéria, República Democrática do Congo, Argélia, Mali e Guiné Conacri. No quatro figuram a Mauritânia, Namíbia, Benin, Quénia, Madagáscar e a Tanzânia.
Djalma Campos (vermelho) disputa lance com adversários
O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019
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Huambo acolhe Nacional de futebol com muletas Dr
Kiameso Pedro
O
Comité Paralímpico Angolano (CPA) organiza o Campeonato Nacional de futebol com muletas de 1 a 10 de Junho próximo, na província do Huambo. Em declarações a OPAÍS, o secretário-geral do CPA, António da Luz, disse ontem, que, ainda neste mês, o comité fará disputar o Meeting Internacional. A prova será qualificativa para os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020. Segundo o dirigente desportivo, esta competição visa expandir a modalidade na província. Numa curta entrevista a este jornal, António da Luz revelou também que, no próximo mês de Novembro do corrente ano, Angola participa na 17ª
Atletas preparam-se para uma competição no Estádio dos Coqueiros
edição do Campeonato do Mundo de Atletismo, a ser realizado de 27 de Setembro a 6 de Outubro, no Qatar. De acordo com o dirigente, o combinado nacional tem estado a preparar esta prova com afinco, de modo a ter uma participação digna de realce. Dentro das actividades do CPA para este ano, o comité acolhe, de 30 de Setembro a 14 de Outubro, em Benguela, o Africano de futebol para amputados.
“Esta competição visa expandir a modalidade na província”
1º de Agosto nas meias-finais da Taça Africana
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1º de Agosto apurou-se ontem para as meiasfinais da Taça de África dos Clubes Vencedores das Taças em Andebol feminino, ao cilindrar o Renascense do Senegal por 39-7, prova que decorre em Ujda, em Marrocos. Numa partida em que as militares foram superiores do primeiro ao último minuto, a adversária não teve argumentos. Com este triunfo, a formação do Rio Seco continua a despertar atenção, uma vez que ter-
minou invicta a primeira fase. Em três jogos, as atletas comandadas por Morten Soubak vencer amas adversárias sem muitos sobressaltos. No palco da competição, a imprensa local fala em final angolana, pelo facto de o Petro de Luanda também estar a dar cartas na prova. Por esta razão, tem pela frente uma equipa que não é do seu campeonato, o Dynamique dos Camarões.
Queda força abandono de Julian Alaphilippe na Volta
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Desportivo da Huíla recebe hoje o Progresso do Sambizanga, no Estádio do Ferrovia, em partida a contar para a abertura da 24ª jornada do Girabola Zap, às 15:00. Separadas por seis pontos na tabela de pontuação, ambas as formações entram para as quatro linhas com um único pensamento, que é o de vencer. Aguarda-se um jogo com equilíbrio, a julgar pela dimensão de ambos os plantéis. Os militares da Frente Sul são favoritos a vencer, porque estão a atravessar um momento digno de realce no Campeonato Nacional. Estão na terceira posição com 36 pontos, e este elemento serve de prova. Mas os sambilas vão querer frustarar a pretensão dos anfitriões. As duas agremiações vêm de derrotas, uma vez que o Desportivo foi derrotado pela Académica do Lobito, por duas bolas a zero. O Progresso do Sambizanga, por seu turno, foi vergado pelo Interclube, de Bruno Ribeiro, por duas bolas a uma.
Hélder Martins trabalha no Norte de África
O Militares (vermelho) querem chegar à final da prova africana
maratona de Paris com transmissão em directo rova emblemática do calendário internacional de maratonas, a Maratona de Paris (França) vai este ano contar com transmissão em directo por parte do Eurosport. Agendada para Domingo, a prova da capital francesa promete reunir nas ruas mais de 40 mil corredores, muitos deles de origem portuguesa, numa jornada na qual se procurarão inspirar nos feitos de grandes nomes do atletismo luso, tais como Manuel Matias, Aurora Cunha, Domingos Castro ou Henrique Crisóstomo. Com arranque de emissão às 7:00, a Maratona de Paris contará com comentários de Luís Lopes.
DANIEL MIgUEL/ArQUIVO
Desportivo e Progresso, ronda 24
ciclista francês Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quick Step), vencedor da segunda etapa da 59.ª edição da Volta ao País Basco, foi forçado a abandonar. Alaphilippe, que caiu na etapa desta Quarta-feira, a terceira, quando era segundo na classificação geral, sofreu várias contusões na queda a cinco quilómetros da meta, e acabaria por perder a vice-liderança. “Após avaliação dos médicos e face às lesões sofridas na Quarta-feira e às condições meteorológicas na corrida, a equipa decidiu que é preferível parar”, anunciou.
Lewandowski e coman à pancada no treino do bayern
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s futebolistas do Bayern Munique Robert Lewandowski e Kingsley Coman envolveram-se nesta Quinta-feira em cenas de pancadaria durante o treino da equipa, revelou o jornal alemão ‘Bild’. O mesmo órgão de comunicação cita uma fonte que indica que os dois jogadores trocaram murros entre si, na sequência de uma discussão iniciada pelo internacional polaco, de 30 anos, que lançou críticas ao extremo francês, de 22 anos. Os dois jogadores insultaram-se mutuamente antes de passarem a ‘vias de facto’, envolvendose num confronto físico com trocas de murros no rosto de parte a parte, relatou o Bild. Os seus colegas Niklas Sule e Jerôme Boateng tentaram separá-los, mas sem sucesso, pelo que foi preciso a intervenção de outros jogadores para colocar um ponto final no confronto.
árbitro angolano Hélder Martins vai ajuizar no Domingo o jogo da segunda-mão das meias-finais da Taça da Confederação Africana de Futebol (CAF) entre o Zamalek do Egipto e o Hassania Agadir de Marrocos, na cidade do Cairo. No seu nono jogo internacional esta temporada (2018/19), o internacional angolano será auxiliado pelos seus compatriotas Jerson Emiliano e Ivanildo Lopes, com João Goma a desempenhar a função de quarto árbitro, enquanto o sudanês Mamoum foi indicado comissário ao jogo, pela Confederação Africana de Futebol (CAF). O desafio vai decorrer no estádio Petro Sport, na cidade do Cairo. Na primeira-mão, emMarrocos, as duas equipas empataram sem golos.
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bREVES
Mercado TAXA DE JURO Taxas de Juro Taxa BNA Libor USD 6M Libor gBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M
Cot. 10/04/19 15,750% 2,629% 0,937% 0,008% -0,231% 16,270%
∆ Diária (p.p) 0,000 -0,003 -0,003 0,002 0,000 -0,010
17,28% 17,22% 17,16% 17,10% 4/Abr
Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 10/04/19 Dow Jones (EUA) 26 157,16 S&P 500 (EUA) 2 888,21 FTSE 100 (Inglaterra) 7 421,91 IBovespa (Brasil) 95 953,45 CSI 300 (China) 4 085,85 Nikkei 225 (Japão) 21 687,57
∆ Diária (%) 0,025 0,348 -0,049 -0,351 0,256 -0,528
Cot. 10/04/19 319,2528 1,1276 1,3112 110,8700 13,9161 3,8248
Cot. 10/04/19 64,61 71,73 1 309,10 15,24 2,70 292,55
∆ Diária (%) -0,308 0,053 0,591 -0,234 -1,120 -0,732
∆ Diária (%) 0,985 1,586 0,430 0,217 0,037 -0,290
Luibor Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano
8/Abr
10/Abr
26 460 26 340
26 100 4/Abr
6/Abr
8/Abr
10/Abr
Mercado Cambial As expectativas pela divulgação das actas da última reunião da Reserva Federal pressionou o dólar. A libra e o euro apreciaram 0,59% e 0,05%, para 1,3112 e 1,1276 USD por unidade da moeda, respectivamente.
1,128 1,125 1,122 1,119 4/Abr
6/Abr
8/Abr
10/Abr
Brent C rude F ut.
71,8 71,0 70,2 69,4 4/Abr
6/Abr
8/Abr
∆ Diária (p.p) 0,000 -0,010 0,150 -0,020 -0,020 -0,010
Luibor As taxas de juro do mercado interbancário voltaram a registar redução na generalidade das maturidades, com excepção da Luibor Overnight que se manteve em 15,76%, e a Luibor 3 meses que registou incremento de 15 p.b., para 16,25%.
2,650 2,635 2,620 2,605 4/Abr
6/Abr
8/Abr
Mercado de Matérias-primas A redução das reservas de gasolina nos EUA, na última semana, impulsionou a cotação do crude. O Brent aumentou 1,59%, situando-se em 71,73 USD/barril e o WTI cresceu 0,99%, para 64,61% USD/ barril.
10/Abr
Luibor 1 Ano Cot. 10/04/19 15,76 15,64 16,25 16,25 16,52 17,14
Mercado Accionista As projecções do FMI que apontam para o crescimento da economia chinesa em 6,3%, um aumento de 0,1 p.p. face às estimativas de Janeiro, impulsionaram a cotação do índice CSI 300 (China) em 0,3%, situando-se em 4.085,85 pontos.
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EUR / USD
Mercado DAS COMMODITIES Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. gold 100 Oz Fut. Prata Fut. gás Natural Fut. Cobre Fut.
6/Abr
Dow Jones (EUA)
Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio USD/AKZ EUr/USD gBP/USD USD/JPY USD/ZAr USD/BrL
Mercado Interbancário A decisão do adiamento da efectivação da saída do Reino Unido da União Europeia, para Outubro próximo, poderá ter contribuído na redução da taxa Libor GBP a 6 meses em 0,3 p.b., para 0,937%.
Libor USD 6 Meses
10/Abr
Angola vai receber as 21 últimas locomotivas da general Eletric em 2020 Angola vai receber em 2020 as últimas 21 locomotivas das 100 que encomendou à general Eletric (gE), no valor de 430 milhões de dólares, informou em Luanda o director-geral do Instituto Nacional dos Caminhos de Ferro de Angola (INCFA). Ottoniel Manuel, que apresentava o diagnóstico do subsector dos transportes ferroviários (1973/1990 e 2002/2017), disse que 79 locomotivas já estão no país e distribuídas pelos Caminhos de Ferro de Luanda, Moçâmedes e Benguela. Segundo o responsável, citado pela agência noticiosa angolana, Angop, as locomotivas têm duplo sistema de funcionamento, ‘diesel’ e elétrico, adquiri-
das com o financiamento da Agência Pública de Apoio à Exportação do Canadá. Numa análise ao sector, Ottoniel Manuel referiu que o período entre 1973 e 1990 foi marcado com o transporte de milhões de toneladas de carga, nomeadamente minerais e matérias-primas que eram exportados, tendo o Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM) chegado a transportar seis milhões de toneladas de mercadorias, o Caminho de Ferro de Benguela (CFB) três milhões e o Caminho de Ferro de Luanda (CFL) dez milhões. O responsável recordou que, naquele período, o CFB estava provido de 123 locomotivas, o CFM de 81 e o CFL de 64.
Procura mundial de petróleo aumenta apesar da desaceleração económica A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a procura mundial de petróleo aumente para 100,6 milhões de barris por dia este ano, mais 1,4 milhões de barris do que em 2018, apesar da desaceleração económica. No relatório mensal de Abril sobre o mercado petrolífero, ontem divulgado, a AIE também prevê que a oferta deverá cair moderadamente, devido ao corte da produção da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e da Venezuela. A AIE sublinha que o risco da desaceleração da economia mundial sobre a procura é menor do que o esperado, mas reconhece “sinais contraditórios sobre a saúde da economia mundial e visões divergentes” da incidência desta na evolução do mercado petrolífero. Nos dois primeiros meses deste ano a procura na China, índia e Estados Unidos aumentou cerca de um milhão de barris por dia, sublinha a AIE.
Este aumento foi compensado pela queda registada no quarto trimestre do ano passado no conjunto das economias desenvolvidas agrupadas na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), a primeira verificada desde finais de 2014. Esta travagem foi confirmada no primeiro trimestre deste ano, devido à desaceleração na Europa, mas deverá ser recuperada ao longo do ano sobretudo impulsionada pelos Estados Unidos, sublinhou a AIE. A oferta baixou em 340.000 barris por dia em março devido aos cortes impostos pela OPEP, impulsionados pela “forte” queda da produção na Venezuela. As extrações da OPEP diminuíram em 550.000 barris diários em Março para um total de 30,1 milhões de barris, uma travagem liderada pela Arábia Saudita, que registou o nível mais baixo em dois anos.
OPINIÃO
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RIcARdO VITA*
Sobre o Reino do Kongo e o cristianismo
A
história do Reino do Kongo deve ser reavaliada, particularmente a parte que trata da conversão ao cristianismo. Na verdade, diz-se sumariamente que na segunda vez que os missionários regressaram para aquele reino, logo baptizaram no Soyo - a caminho da capital - o tio do rei, a quem deram o nome de Manuel, antes de irem também baptizar o próprio monarca juntamente com uma parte da sua corte em Mbanza-aKongo. Esta é a versão que permanece até hoje. Mas tudo indica que que não foi bem assim, o rei Nzinga-a-Nkuwu foi mais subtil do que isso. E também, podemos, desde já, realçar que no Kongo já se praticavam as teorias políticas que o Maquiavel abordou mais tarde no seu famoso livro póstumo, « O Príncipe », publicado em 1532. O clássico livro ensina como se conquista e se conserva o poder. Porque os pesquisadores atentos devem ter notado que os reis e príncipes do Kongo do século XVI nos legaram verdadeiras lições de estratégias políticas antes da publicação desse livro e que eles não tiveram nada a invejar aos reis e príncipes europeus da mesma época. Na verdade, o claro plano de ocupação que dera o rei de Portugal, João II, a Diogo Cão, quando este foi explorar as costas da África, ignorava que ali cruzaria com o Mwene-a-Kongo, o soberano de uma das mais poderosas monarquias do continente. E Diogo Cão já trazia consigo um programa que incluía o « Padrão » quando chegou na foz do rio Zaire em 1482. O padrão era uma coluna de pedra marcada com o brasão português e que se destinava a afirmar a soberania de Portugal no local onde era deposto. A intenção do rei de Portugal foi confirmada em 1490 com a « expedição missionária » chefiada por Gonçalo de Sousa. Mas os Portugueses tinham subestimado os Bakongo, pensaram
certamente que o contexto político que aí encontraram seria suficiente para subjugar esse povo. O Mwene-a-Kongo reinava da sua capital - Mbanza-a-Kongo - sobre uma confederação de reinos localizados na Bacia do Congo (principalmente em territórios que estão hoje em Angola, no Congo e na RDC). E o monarca de cada território tencionava afirmar o seu poder por meio de diferentes estratégias políticas. Como fez Constantino I, o imperador romano, com a oportunidade que lhe ofereceu o cristianismo através do Concilio de Niceia de 325 da nossa era - onde, grosso modo, se decidiu o que se devia ensinar ou não ensinar sobre Jesus Cristo e onde ele fez adotar o Credo Niceno, uma declaração de fé cristã - o rei dos Bakongo viu a mesma oportunidade que esse romano tinha visto para unificar o seu império e fortalecer o seu poder através do cristianismo. No Kongo, os Portugueses só viram na sua conversão ao cristianismo o triunfo da sua « expedição missionária ». Mas do lado dos Bakongo, o rei Nzinga-aNkuwu viu outra coisa: ele precisava antes de tudo de aliados para travar a rebelião que crescia e que ameaçava o seu poder. Por isso aceitou o baptismo do Mwene-aSoyo, um dos reis da confederação, que teve lugar no dia da Páscoa, 3 de Abril de 1491, porque ele viu nesses estrangeiros « bons » perfis de potenciais aliados. Ele próprio aceitou o baptismo, com alguns altos dignitários da sua corte, em 3 de Maio de 1491, e tomou o nome de João em homenagem ao rei português, João II. A Ne Mbanda, a rainha, a esposa principal do rei, baptizou-se num outro dia, 4 de Junho de 1491, sob o nome de Leonor, em homenagem à rainha portuguesa. No mesmo dia, baptizou-se Mvemba-a-Nzinga, que tinha vindo da poderosa província de Nsundi da qual era governador, e tomou o nome cristão de Afonso
que tornará glorioso. Mas os que conhecem bem a cultura dos Bakongo sabem que este não pode ser filho biológico de Nzinga-aNkuwu, mas sim, e somente, « filho » no sentido matrilinear, que vigora até hoje nesta cultura; na qual o referente social do filho é o seu tio materno e não o pai biológico. Na cultura dos Bakongo, o filho não herda do pai e, consequentemente, Mvemba-a-Nzinga não podia pretender ao trono se fosse filho biológico de Nzinga-aNkuwu. Com a ajuda dos novos aliados, João I lançou imediatamente a guerra contra os rebeldes da confederação e conseguiu reforçar o seu poder. E muito rapidamente, depois, entre 1492 e 1494, tendo obtido o que procurava, já não queria ser D. João I, voltou a chamar-se Nzinga-aNkuwu e expulsou de Mbanza-aKongo missionários e opositores. Foi principalmente por razões políticas, porque os seus opositores não perceberam a função estratégica que preenchia a poligamia na criação de equilíbrio no reino, através das alianças. Nzinga-aNkuwu não quis finalmente romper com os fundamentos sagrados e tradicionais da monarquia do Kongo, e tendo já obtido o que precisava com o cristianismo, abandonou aí e sem hesitar essa religião estrangeira. Por volta de 1495, quase que já não havia nenhum missionário nem opositores em Mbanza-a-Kongo. Fugiram todos para Nsundi; missionários, Portugueses, nobres convertidos, onde encontraram refúgio junto de Mvemba-a-Nzinga que aí governava ainda, depois da campanha militar de 1491. Com a morte de Nzinga-a-Nkuwu, em 1506, dois partidos opuseram-se na luta para a sucessão: os tradicionalistas, entre os quais os Grandes Senhores do reino, liderados por Mpanzua-Nzinga, e a Coalizão Cristã, liderada por Mvemba-a-Nzinga, que aí já era D. Afonso. Este venceu
a batalha, com as armas portuguesas, fez executar Mpanzu-aNzinga - oficialmente por se ter oposto ao cristianismo - e tornouse D. Afonso I do Kongo. A partir daí, os cronistas cristãos reescreveram a história dessa conquista de poder, colocando-a sob a égide do « Deus cristão » para a sua propaganda. Mas quando D. Afonso I se tornou o «Apóstolo do Kongo », o seu plano com o cristianismo foi exactamente o mesmo que Constantino I teve e foi mais subtil ainda do que Nzinga-aNkuwu. A aliança com o cristianismo permitiu-lhe primeiro reforçar o poder central, reformar o seu reino e manter uma relação directa com Portugal. Estabeleceu imediatamente relações diplomáticas com aquele reino, autorizou a instalação da comunidade portuguesa no seu círculo, depois da chegada em 1512, de Portugal, do regimento que definiu o quadro das relações entre os dois reinos. Aí, o Padroado já reconhecia Portugal como intermediário legítimo entre a Santa Sé e o Kongo, mas D. Afonso I, que já tinha entendido os meandros da política ocidental, quis ter um contacto directo com o Papa. E rapidamente, a partir de 1512, começou a preparar missões diplomáticas que iria enviar ao Sumo Pontífice, porque pretendia fazer de Mbanza-a-Kongo a capital religiosa do reino; a fim de reforçar ainda mais o seu poder. De lá, criou uma administração religiosa e uma fiscalidade através da qual introduziu o dízimo, que foi o principal imposto real em todo reino, e criou um corpo de colectores para garantir a sua cobrança. Apostou também na aristocracia para implementar o seu programa: Em 1506, enviou, com outros nobres, o « filho », que ficou conhecido por Dom Henrique, para estudar em Portugal e este foi nomeado bispo de Útica, actual Tunísia, em 5 de Maio de 1518 antes de regressar ao Kongo a pedido do
Mwene-a-Kongo. Pois, D. Afonso I já tinha escrito a Portugal, em 1526, pedindo para que Mbanzaa-Kongo tivesse uma diocese independente, onde, obviamente, tencionava colocar Dom Henrique como bispo e Afonso, um sobrinho materno, como auxiliar. Na afirmação da sua « própria Igreja Católica mukongo » e da administração real, D. Afonso I não hesitou em usar Portugueses como secretários reais nas suas relações tanto com a coroa portuguesa ou com o Papa. A sua ambição sempre foi a de ter a igualdade perfeita com as monarquias europeias da época. Criou uma burocracia, composta de altos funcionários e letrados, para administrar o seu reino. Em 1509, abriu uma escola de 400 alunos e em 1516, o português Rui d’Aguiar, vigário do reino do Kongo, avaliou o número de alunos a 1000. Este mencionou ainda uma outra escola para mulheres que era dirigida por uma irmã de D. Afonso I. Em suma, este rei usou também a sua aliança católica com a coroa portuguesa para permanecer « Imperador no seu reino ». Vemos outra vez aqui que o sagrado foi posto ao serviço do profano. Agora a questão é: qual foi o verdadeiro grau de fé de D. Afonso I? Aqui só podemos assegurar que ele deixou nas memórias que foi um monarca poderoso, cujo reinado correspondeu com o apogeu do seu reino, e, graças a ele, principalmente, o Reino do Kongo fará sempre parte das grandes monarquias do mundo que marcaram o século XVI. D. Afonso I do Kongo faleceu em 1543. *Pan-africanista, afrooptimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.
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