Jornal O País Edição Nº1448 de 19/04/2019

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JOÃO LOURENÇO TRAVA TELSTAR COMO 4ª OPERADORA DE TELECOMUNICAÇÕES

Por incumprimento na exigência relativa ao balanço e demonstrações de resultados e declaração sobre o volume global de negócios relativo aos últimos três anos na empresa vencedora de telecomunicação Telstar, o Presidente da República, João Lourenço, anulou ontem o concurso que atribuiu à empresa angolana Telstar o título de quarta operadora de telecomunicações no país. P. 3 Director: José Kaliengue

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O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA edição n.º 1448 Sexta-feira, 19/04/2019 Preço: 40 Kz

LiTo cAHoNGoLo

JAciNTo FiGueiRedo/ARquivo

DESEMPREGO ACIMA DOS 50% ENTRE JOVENS ‘O MINISTRO MANUEL AUGUSTO PRECISA OUVIR MAIS OS DIPLOMATAS MAIS VELHOS’ depois de um período conturbado, provocado pela tentativa de impugnação do pleito que lhe permite hoje dirigir, uma vez mais, os destinos da Associação de diplomatas Angolanos (AdA), o embaixador de carreira António Luís de Sousa de Lima viegas, 71 anos, tomou posse no passado dia 12 deste mês. Frontal como sempre, o diplomata espera por maior colaboração do Ministério das Relações exteriores, cujo titular, o ministro Manuel Augusto, precisa de ‘escutar mais os diplomatas mais velhos’. P. 20 ●

Ministra rejeita diplomas legais sem utilidade no ensino superior Maria do Rosário Sambo disse em Benguela que o seu pelouro não pretende ter diplomas legais publicados sem a devida aplicação. A governante quer cumprimento rigoroso das normas que regem o sector. P. 8 ●

SOCIEDADE. Cinquenta e dois em cada 100 jovens encontram-se desempregados, revelou ontem, em Luanda, a directora adjunta do Instituto Nacional de Estatística (INE), Ana Paula Machado, ao proceder à apresentação dos “Indicadores sobre Emprego e Desemprego 20182019”. P. 12 BAI Directo_ O Pa’ s_276x42,733mm.pdf

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O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

Manifestantes “invadem” sede do Parlamento por discordarem do gradualismo geográfico Um grupo de cidadãos “invadiu”, ontem, a sede da Assembleia Nacional, manifestando-se contra a realização de eleições autárquicas sob o modelo geográfico, anunciado pelo Governo, para as eleições de 2020 Neusa Filipe

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ma n i festação coincidiu com a discussão na genera lidade das propostas de lei sobre o Pacote Legislativo Autárquico. Os manifestantes concentraram-se na entrada da Assembleia Nacional exibindo cartazes com dizeres “Autarquias em todo território nacional, justiça ao artigo 218”, e foram im-

pedidos de entrar pela Polícia Nacional. Gritando ainda “queremos autarquias, gradualismo não”, alegaram ter sido esta forma pacífica que encontraram para manifestar o seu descontentamento contra o gradualismo geográfico. A Polícia Nacional impediu que os jornalistas tivessem contacto com os manifestantes, para deles ouvir mais sobre este acto, o primeiro em frente ao parlamento angolano, desde a instauração do sistema demo-

“queremos autarquias, gradualismo não”, alegaram ter sido esta forma pacífica que encontraram para manifestar o seu descontentamento contra o gradualismo

crático em Angola, que remonta a 1992. Projectos de lei da UNITA aprovada por unanimidade A 6ª Reunião Plenária Ordinária ficou marcada pela aprovação, por unanimidade, de dois projectos de lei de iniciativa do Grupo Parlamentar da UNITA. Trata-se do projecto de lei da Tutela Administrativa sobre as autarquias locais e do projecto de lei das Finanças Locais. O momento foi considerado histórico, o grupo parlamen-

tar da UNITA foi felicitado pela iniciativa. Esta 6ª reunião, discutiu e aprovou também a proposta de lei Orgânica sobre as Eleições Autárquicas, uma iniciativa do Executivo angolano, que resulta da necessidade de se estabelecer os princípios e as regras estruturantes relativas às eleições autárquicas, uma vez que a lei nº 36/11, de 21 de Dezembro, Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, não é aplicável às eleições locais. As referidas propostas de lei vão agora à discussão na especialidade. cedidA

cedidAS

Manifestantes exibindo cartazes

Manifestantes invadindo a entrada da Assembleia Nacional


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O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

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Telstar perde o título de 4ª operadora de telecomunicações no país Por incumprimento na exigência relativa ao balanço e demonstrações de resultados e declaração sobre o volume global de negócios relativo aos últimos três anos da empresa Telstar, o Presidente da República, João Lourenço, anulou ontem o concurso que atribuiu à empresa angolana Telstar o título de quarta operadora de telecomunicações no país

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e acordo com o comunicado, o Titular do Poder do Executivo vem, com este acto, não só anular o concurso, mas também assegurar que o referido processo seja ‘limpo e transparente’. Por isso, João Lourenço recomenda que o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação instrua o expediente necessário à formalização de abertura de um novo concurso num prazo de 30 dias. A Telstar é uma sociedade angolana constituída em 2018 e teve como capital inicial 200 mil Kwanzas. A operadora tem como sócios Manuel João Carneiro, com 90 por cento, e António Cardoso Mateus com e 10 por cento. A Telstar esteve entre as 27 entidades que manifestaram interesse no concurso aberto a 27 de Novembro de 2017. Deste número, seis passaram à primeira fase. Porém, duas não obedeceram os requisitos previstos no caderno de encargos. A nova operadora tinha de começar a funcionar no prazo máximo de um ano e 45 dias para cumprir os requisitos que antecedem a atribuição da licença (Titulo Global Unificado, TGU). Actualmente, Angola conta com três operadoras: a Unitel,

a liderar o mercado com cerca de 80% de quota; a Movicel, com um peso de cerca de 20% e a Angola Telecom (empresa estatal em processo de privatização). Apesar das reclamações, o Ministério da Telecomunicações, através do ministro José Carvalho da Rocha, garantiu que se respeitou a legalidade na escolha do 4.º operador. Os esclarecimentos surgiram depois de se terem levantado várias dúvidas em torno do Concurso Público Internacional para atribuição do novo Título Global Unificado (TGU). O Ministério das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação adiantou, em comunicado, que a sua actuação primou “pelo estrito respeito do princípio da legalidade e pelas normas constantes na Lei dos Contratos Públicos, do Regulamento Geral das Comunicações Electrónicas, do Plano Estratégico sobre o Regime de Licenciamento dos Operadores de Comunicações Electrónicas, e demais legislação subsidiária”. Segundo o documento, o concurso teve 27 concorrentes (18 nacionais e nove estrangeiros), mas apenas dois cumpriram os requisitos exigidos pelas normas de concurso e chegaram à fase final.

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DESTAQUES POLÍTICA PÁG. 09 coreia do Sul quer aumentar investimentos em Angola.

o editorial

HOJE: os números do dia

SOCIEDADE. PÁG.10 52 em cada 100

jovens estão desempregados.

O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

Toca e foge

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CARTAz. PÁG. 14 Luxemburgo, conheces Angola? o dj djeff responde e mostra-te!!!.

ECONOMIA. PÁG. 18 o sector

petrolífero vai dominar a economia angolana por.

ue o caso da Telstar seja o último em que o Presidente da República tenha de revogar uma decisão governamental, depois dos caos do apuramento da quarta operadora de telecomunicações e da compra dos aviões para a TAAG. Para já, os olhos indignados da sociedade viramse e culpam os ministros das áreas, mas se estes episódios se repetirem mais uma ou duas vezes ainda este ano, rapidamente o Presidente passará a ser o único alvo, acusado de estar a brincar ao toca e foge, para ver se pega. os seus auxiliares devem ser mais cuidadosos e politicamente competentes, não apenas ao informá-lo como devia ser sobre cada dossier e suas implicações, mas, sobretudo, fazendo bem o seu serviço em nome da estabilidade governativa e da nação.

o que foi dito

MUNDO . PÁG. 23 Mergulhador que salvou meninos da Tailândia é salvo após também ficar preso em caverna.

Não faço ideia de como vamos parar Messi. Veremos, mas todos temos que o fazer. Vai ser difícil pará-lo, porque ele é o melhor jogador do mundo” Virgil Van Dijk Jogador do Liverpool

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Processos que envolvem o ex-presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno “Zenu” dos Santos, já se encontram no Tribunal Supremo.

Viaturas foram entregues ontem no cuito, aos técnicos das estações de desenvolvimento Agrário (edA) dos municípios do chinguar, catabola e camacupa, no Bié.

Organizações comunitárias sedeadas nas comunas da chikuma e casseque, no município da Ganda, Benguela, vão beneficiar de três projectos que visam o reforço da divulgação das autarquias no país.

500

Plantas ornamentais do tipo pingo de ouro foram colocadas no solo pela juventude do município do Andulo, 130 quilómetros a Norte da cidade do cuito, província do Bié, numa acção promovida pela administração local.

O Governo angolano já fez investimentos muito importantes, sobretudo na elaboração e execução orçamental, que neste momento está melhor em relação a alguns países africanos e latino-americanos” Carlos Albuquerque economista do Fundo Monetário internacional (FMi)

Em Cabinda, a Alemanha não possui empresas a operar no sector petrolífero. Por esse facto, vamos explorar o sector das energias renováveis” Dirk Lolke embaixador da Alemanha em Angola


O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

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e assim...

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o diplomata de carreira Lima viegas que fala das makas da diplomacia angolana e dos grandes desafios para o futuro

Os gulosos da dona Lourdes

www.opais.co.ao

H

José Kaliengue director

Madeira (Portugal) vinte e nove turistas mairoritariamente de países europeus, morreram no acidente autocarro ocorrido na ilha da Madeira(dR)

o que vai acontecer Girabola zap o 1º de Agosto recepciona hoje amanhã, o Recreativo da caála, no estádio 11 de Novembro, em partida referente à 26ª jornada do campeonato Nacional. os militares são os potenciais favoritos a vencer, porque são os tri-campeões, e vão tentar tirar proveito deste factor. Apesar da supremacia dos anfitriões, o caála vai procurar formas de frustrar a pretensão do 1º de Agosto. Na tabela de pontuação, os rubro-negros figuram na liderança da mais importante e maior prova do futebol angolano, com 54 pontos. os caálenses encontramse na nona posição com 30.

Futebol A Selecção Nacional de sub-17 mede forças amanhã com a Tanzânia, em partida pontuável à terceira e última jornada do grupo B, do campeonato Africano das Nações (cAN), às 15:00 (hora de Angola). o combinado angolano ainda pode se qualificar para as meias-finais da competição. Mas para o efeito, terá de torcer por uma escorregadela do uganda frente à Nigéria. Na classificação, a Nigéria lidera com seis pontos, Angola e uganda partilham o segundo lugar com três pontos cada. Anuncia-se um encontro difícil, uma vez que a Tanzânia está com orgulho ferido.

Cultura A 11ª edição do prémio

Angola 35 Graus realiza-se amanhã, na capital do país, às 18:00, no Belas Business Park, com a entrega habitual de galardão a jovens que se tenham notabilizado em diversas áreas de actuação durante o ano passado. edson Santos, director de eventos da empresa West Side, revelou à imprensa, que este ano, o prémio será dedicado à musica contemporânea electrónica angolana. o responsável prosseguiu como tendo dito, que os prémios direcionados a jovens, irá distinguir os que mais se destacarm no desporto, Política, economia e Negócios, cultura, e Sociedade.

oje é Sexta-feira Santa, falemos de coisas boas. Não me perderei no habitual amor ao próximo, perdão, etc., quero falar de coisas boas que se tocam, que se provam, como os bolos da dona Lourdes da Mapunda, no Lubango. Quem mos ofereceu teve o cuidado de dizer que eram “bolos gulosos”, rapidamente eu iria saber o que isso significa: não dá para parar de comer aqueles bolos secos. Iguais, só uns de que me lembro da minha infância, da mulher do senhor Carneiro, um português motorista de autocarros. Falando de Portugal, se lá todos os jornais fazem propaganda dos Pastéis de Belém dos Jesuítas de Santo Tirso, ou dos Ovos Moles de Aveiro, ou ainda das Barrigas de Freira e dos Pastéis de Tentúgal de Coimbra, por que razão o Governo angolano não apoia a divulgação dos “gulosos” da D. Lourdes e dos enchidos maravilhosos feitos na Huíla, por exemplo? Pode-se criar marcas, pode-se ampliar negócios, pode-se ter oferta para os turistas, pode-se gerar mais empregos, pode-se criar riqueza. Basta que se deixe de misturar em tudo o partido, a bófia e a estupidez mesquinha dos trinta por cento. Nesta Páscoa todos deveriam ter em casa alguns “gulosos” da dona Lourdes, mas nas casas dos que mandam só deve haver doçaria portuguesa importada.

E também...

Sociedade um total de 63 mé-

dicos da clínica geral, formados no ano passado pela universidade José eduardo dos Santos (uJeS), vai estagiar nos próximos dias, em hospitais, dos onze municipios da província do Huambo, deu a conhecer a reitoria da referida instituição. A universidade, afecta à quinta região académica, formou no ano transacto, 665 nas suas unidades orgânicas. o vicereitor da área ciêntifica da uJeS, João cardoso, disse no acto de formatura dos novos quadros, que o sector que dirige faz por lançar técnicos no mercado de trabalho.

Basquetebol os denver Nuggets e os San António Spurs enfrentamse na próxima madrugada, em mais um jogo dos play-offs da Liga norte-americana de basquetebol.

Sexta-Feira Santa - 19 de Abril de 2019 A Sexta-Feira Santa é um feriado religioso que se celebra na Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, crucificação, morte e enterro de Jesus Cristo, através de diversos rituais religiosos. Também conhecida como SextaFeira da Paixão, é um feriado móvel. Celebra-se entre 22 de Março e 25 de Abril e serve de referência para outras datas, sendo a primeira Sextafeira de lua cheia após o equinócio de Primavera no hemisfério Norte, ou o equinócio de Outono, no hemisfério Sul, celebrado a 21 de Março. Na Igreja Católica, este dia faz parte do Tríduo Pascal (composto pela Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Vigília Pascal, o período mais importante do ano litúrgico).


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

NO TEMPO DO KAPARANDANDA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: daniel costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (coordenador-editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta, Miguel Kitari, domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, iracelma Kaliengue, Patrícia oliveira, Stela cambamba, Zuleide de carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria custódia, Kiameso Pedro e Adjelson coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (coordenador) valério vunda (coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: carlos Moco (editor), daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, carlos Augusto, virgílio Pinto, Lito cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty images

Assistentes de Redacção: Antónia correia, Rosa Gaspar, inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: dAMeR, S. A. Luanda Sul, edifício damer Distribuição: Media Nova distribuição Tel: +244 943028039 distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)isabel dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

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19 de Abril de

1506

- Massacre de judeus em Lisboa, morrem cerca de 3000 pessoas.

19 de Abril de

1943

- começa a revolta judaica do Gueto de varsóvia contra os ocupantes nazis. em duas semanas, os alemães massacraram mais de 50 mil judeus.

1993

19 de Abril de - FBi invade Rancho de fanáticos religiosos no Monte carmel, provocando um incêndio que matou todos os adeptos, inclusive crianças, com a autorização de Bill clinton (euA).

CARTA DO LEITOR

energia assim não dá

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caro director este ano, apesar de no Sul de Angola haver seca, no centro e no Norte está a chover o suficiente para encher as barragens. então, qual é a maka para continuarmos a ter tantos cortes de energia? Temos mesmo muito pouca sorte em Angola, embora o Governo anuncie sempre que a cidade tal vai passar a receber não sei quantos MW de energia. Mas mesmo que no Sul a chuva seja pouca, a energia é produzida no centro, então não há energia no país porquê? os danos que as falhas causam no bolso do cidadão são muito altos. A vida já não está barata, podemos fazer algumas engenharias, mas tudo vai abaixo quando de repente temos de somar mais quinze dias ou um mês de gerador da beber combustível. Assim não dá. Mas afinal, quando é que este assunto da energia fica resolvido de uma vez por todas? É só ouvir as promessas do Governo e ter luz perto das eleições e depois desligam? Não sei se assim alguém com juízo na cabeça virá investir em Angola, duvido. Mas parece que é nossa sina mesmo. Já não acredito em nada. João Quartim Viana - Luanda

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754


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POLÍTICA

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O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

Ministra rejeita diplomas legais sem utilidade no ensino Superior Como forma de cumprimento das normas vigentes, o sector do ensino Superior, ciência, Tecnologia e inovação vai proceder à avaliação do desempenho docente a cada dois anos dR

Constantino Eduardo, em Benguela

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ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, disse em Benguela que o seu pelouro não pretende ter diplomas legais publicados sem a devida aplicação. A governante quer cumprimento rigoroso das normas que regem o sector. Falando Quinta-feira, 18, na abertura do seminário sobre a harmonização curricular e avaliação do desempenho docente, que a província de Benguela acolheu, a ministra defende a necessidade de se harmonizar os currículos, advertindo, por isso, que não se confunda harmonização com uniformização “curricular”. A iniciativa da harmonização, justifica a governante, adveio da

constatação daquilo que considera de notável disparidade nos currículos dos cursos superiores do domínio científico, inviabilizando, deste modo, a comparabilidade, mobilidade e a harmonização da formação. “A harmonização curricular refere-se ao processo de ajustamento dos planos curriculares de cursos de um mesmo domínio científico”, explicou. A governante refere, contudo, que o processo de harmonização curricular em Angola é “também” resposta aos desafios regionais e globais. A harmonização permi-

“A harmonização curricular refere-se ao processo de ajustamento dos planos curriculares de cursos de um mesmo domínio científico”

tirá a comparabilidade dos cursos, mobilidade discente, bem como a definição de padrões curriculares semelhantes, orientados por referenciais nacional e internacionalmente aceites. A propósito de desafio regional, recorda a ministra, a União Africana (UA) desenvolveu uma estratégia para harmonização do ensino superior, visando estabelecer sistemas de ensino superior harmonizados em toda África e reforçar, simultaneamente, a capacidade das instituições. Outrossim, continua a governante, o ministério não pretende “ter diplomas legais” publicados sem a devida aplicação. Assim, a avaliação de desempenho do docente, em 2019, realizarse-á em 2020 e o referido processo far-se-á a cada dois anos, “isto é, em 2022, o docente será avaliado pelo seu desempenho em 2020 e 2021”, explica. De acordo com a Maria do Rosário Sambo, para o caso concreto de desempenho, a classificação de “Bom” é um requisito indispensável, cumulativamente com outros. O aludo requisito permitirá para a progressão na carreira e a valorização da avaliação é de tal ordem que, nos casos em que o docente tem classificação “excelente”, desde que reúna os restantes requisitos, poderá se candidatar à promoção, “desde que tenha completado os três anos, ganhando assim dois anos na sua progressão”.

Lobito já tem dinheiro para reabilitar as valas de drenagem As verbas surgem um mês depois de fortes chuvas que se abateram sobre as cidades do Lobito e da catumbela e que causaram 15 mortes e vários desaparecimentos Constantino Eduardo, em Benguela

O

anúncio é do administrador municipal do Lobito, Nelson da Conceição, para quem já estão disponíveis as quotas financeiras para o efeito, mas sem revelar o montante. Falando em conferência de imprensa, esta semana, o administrador explicou que, nos próximos dias, proceder-se-á à limpeza das principais valas de drenagem, obstruídas em con-

sequência das fortes chuvas que se abateram sobre a região, depois de os trabalhos de reabilitação terem sido paralisados em 2018, por alegada falta de verbas. A empreitada visa inverter o cenário de morte e de destruição de moradias que se vêm registando naquela região sempre que ocorrem chuvas de grande magnitude, como as de Março de 2015 e 2019, causando vários transtornos na vida dos munícipes. Classe empresarial O responsável enalteceu o envol-

vimento da classe empresarial local, mas reconhece que muitos deles estão descapitalizados e, por isso, “não podem continuar a fazer favores à Administração”. “Para dizer que este processo até o ano passado foi feito com ajuda de alguns parceiros, tendo a Administração entrado apenas com combustível”, recordou. Para este ano, segundo Nelson da Conceição, foi preciso uma série de contactos conseguir o financiamento dessas valas, devido à descapitalização dos empresários locais. Face ao cenário, a Administração sob sua jurisdição conseguiu convencer as instâncias superiores do Governo, até porque Lobito recebeu uma atenção especial do Executivo Central, pelo que se começou já a fazer intervenções nas valas principais de drenagem,

dR dR

Administrador do Lobito contou com os préstimos dos empresários

consideradas de “pulmão do funcionamento do Lobito”, assegurando que outras de menor porte foram igualmente contempladas no projecto. Recorde-se que, em Março deste ano, em entrevista à imprensa,

o governador provincial de Benguela, Rui Falcão, tinha deixado transparecer que o seu executivo estava de “mão atadas” por falta de dinheiro para desassorear as valas de drenagem, então apontadas como as causadoras nas tragédias de 2015 e 2019.


O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

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coreia do Sul quer aumentar investimentos em Angola

cARLoS Moco

A Coreia do Sul sugere que seja assinado um acordo de promoção e de protecção de investimentos com Angola, como condição para a entrada no mercado angolano de mais empresas como a Hyundai. A informação foi avançada nesta quinta-feira (18) pelo embaixador da coreia do Sul em Angola, no final de uma audiência concedida pelo Presidente da República, João Lourenço, no Palácio da cidade Alta

cARLoS Moco

Rila Berta

Embaixador sul coreano foi recebido em audiência pelo Presidente da República, João Lourenço

O

Governo sul-coreano tem intenção de aumentar o investimento em Angola e contribuir para o desenvolvimento e diversificação da economia angolana. Mas para que tal aconteça, o embaixador, Kim Dong-chan, afirmou ser necessário que se assine um acordo de promoção e protecção de investimentos entre ambos os países. De acordo com o diplomata, em declarações à imprensa no final do encontro em que apresentou os cumprimentos de fim de mandato ao Presidente da República, João Lourenço, existem várias empresas daquele país asiático que têm objectivo de investir em Angola, entre as quais destacam-se a Hyundai; a Companhia de Aço e Ferro Pohang (Posco). Em 2017 o volume de investimento sul-coreano em Angola atingiu os 200 milhões de dólares, entretanto informações disponibilizadas pela embaixada Coreana dão conta de que este valor tem vindo a reduzir substancialmente ano após ano. Actualmente, a Daewoo, empresa que actua no segmento de fabricação de navios, é a maior empresa daquele país asiático a operar em Angola. Embaixador despede-se vestindo as cores da bandeira de Angola O embaixador da República da Co-

PuB

reia apresentou nesta Quinta-feira, os cumprimentos de fim de mandato ao Presidente da República, João Lourenço. Durante a audiência com o Chefe de Estado angolano, Kim Dongchan vestiu uma gravata com as cores da bandeira de Angola e disse ser a mesma que usou na cerimónia de tomada de posse de João Lourenço como Presidente da República. “Não vou esquecer nunca de Angola olhando para esta gravata”, afirmou. Após três anos de missão o diploma disse estar triste por deixar Angola e referiu ter envidado esforços para que a cooperação entre os dois países estivesse reforçada. “Eu fiz todos os esforços para reforçar os laços de cooperação entre os dois países”, disse, acrescentando que teria sido melhor sucedido se continuasse.


SOCIEDADE

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O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

Alegado bilionário tailandês travará batalha judicial com generais cedidA PoR João FeLiciANo

Raveeroj Rithchoteanan (à direita), assinando o acordão

O alegado bilionário tailandês Raveeroj Rithchoteanan, condenado a sete anos e seis meses de prisão maior pelo Tribunal Supremo, na Terça-feira, 16, travará uma nova batalha judicial, desta vez, com os generais filiados à cooperativa Njango Yetu, afecta às Forças Armadas Angolanas

A Paulo Sérgio

Está a correr os seus trâmites no Serviço de Investigação Criminal (SIC) um processo-crime movido pelo general José Arsénio Manuel, em nome da cooperativa e sócios, contra o presidente do Conselho de Administração da Centennial Energy (Thailand), Company, por alegadamente os ter burlado em mais de 56 milhões de Kwanzas. Além dele, o Conselho de Administração dessa organização integra os generais Altino Carlos José dos Santos (como vice-presidente) e Afonso Lopes Teixeira «Led» (co-

mo consultor). Tem ainda o chefe de Estado Maior General das FAA, general de quatro estrelas António Egídio de Sousa Santos, como presidente da Mesa da Assembleia Geral. O general que preside o Conselho da Administração da Njango Yetu intentou a referida acção criminal em 2018, dias depois de ter tomado conhecimento que os tailandeses que se apresentavam como investidores, com mais de 50 mil milhões de dólares para aplicar no país, haviam sido detidos preventivamente a 21 de Fevereiro. Sérgio Raimundo, advogado de José Arsénio Manuel e de André Luís Roy, dois implicados no Caso Burla à Tailandesa, declarou, a OPAÍS, que o crime é público e não

Million Isaac Haile acusa-o de ter burlado o equivalente a 23 milhões de kwanzas

admite perdão. Salvo se, ao abrigo do artigo 57º, da Lei nº3/14, de 10 de Fevereiro, as partes chegarem a um acordo. “O ressarcimento e o perdão, este por parte da Cooperativa”, frisou. Esclareceu que, como os dois (o general angolano e o alegado bilionário tailandês) estavam a ser julgados por uma equipa de juízes da Câmara de Crimes Comuns do Tribunal Supremo, no caso acima mencionado não se tocou no assunto pelo que supõe que o processo andou parado no SIC, todavia, acredita que agora vai retomar. Segundo o causídico, este processo-crime engaja a cooperativa, por ser a proprietária do dinheiro dos 56 milhões de Kwanzas usados para custear as despesas contraídas pelos tailandeses durante o período, de Novembro a Fevereiro, que ficaram alojados no Hotel Epic Sana. A cooperativa assinou quatro acordos de investimento com a Centennial Energy com o propósito de desenvolver vários projectos empresariais e sociais espalhados por todo o território nacional, ava-

liados em mais de 40 mil milhões de dólares, com vista à construção de milhares de casas para os seus membros, entre militares e funcionários das FAA, sem saber que estavam a envolver-se numa roubalheira. Enquanto aguardavam pela informação, a cooperativa foi prestando algum auxílio aos seus parceiros. A um dado momento, o tailandês Raveeroj Rithchoteanan comunicou ao seu parceiro angolano que estava com dificuldades de pagar as despesas no hotel porque os seus cartões visa não estavam a funcionar, daí a aplicação dos referidos valores. Civis burlados Para além deste imbróglio com os militares, Raveeroj Rithchoteanan tem ainda à “sua perna” uma acção judicial movida pelo cidadão etíope Million Isaac Haile, que acusao de ter burlado no equivalente a 23 milhões de kwanzas. O cidadão etíope, que reside no país há vários anos, desembolsou 7 milhões de Kwanzas e 13 mil dólares alegadamente na compra de acções na empresa tailandesa Centennial Energy (Thailand), Company. O alegado bilionário tailandês declarou em tribunal que vendeu-lhe cinco por cento das acções da sua empresa ao preço de 100 mil dólares, no entanto, até à data em que foram presos só havia pago o equivalente a 50 por cento deste montante, mas manifestou, durante o julgamento, a disponibilidade para devolver tais valores à Million Isaac Haile, se este decidisse desistir do negócio. A outra pessoa que está a ponderar a possibilidade de intentar uma acção judicial contra o PCA da Centennial Energy (Thailand), Company é o empresário canadiano André Louis Roy, que lhe emprestou o total de 45 mil dólares, em diferentes ocasiões. A primeira foi 15 mil dólares para pagar as despesas contraídas durante os dias que ficaram hospedados no Hotel Alvalade e a segunda, 30 mil dólares para emolumentos de uma funcionária filipina.

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Artigo do Representante Especial do Presidente da Federação da Rússia para a cooperação internacional em matéria de segurança de informação, o Embaixador para as missões especiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Andrei Krutskikh, publicado no jornal Kommersant no dia 27 de Março de 2019.

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o contexto da propaganda antirrusa que se tornou o caso habitual, e quase ritual, as vozes razoáveis apareceram recentemente na comunidade dos peritos norte-americanos. Em particular, destaca-se o artigo chamado “Esta linha de atenção pode prevenir a ciberguerra entre os Estados Unidos e a Rússia”, recentemente publicado no “The Daily Beast”. Para os profissionais que seguem atenciosamente este tema será difícil encontrar alguma revelação nesta publicação. Não obstante, o mais importante é o seguinte: reconhece explicitamente que a falta de um diálogo despolitizado de peritos entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a segurança internacional da informação não é só um beco sem saída, más também o caminho perigoso, que pode aprofundar a falta de entendimento e acarretar o risco do conflito de grande escala. Não são as avaliações emocionais, mas os dados concretos, divulgados pelas forças de segurança norte-americanas, funcionários ativos e antigos da administração, responsáveis pela segurança cibernética, ou seja por aqueles que se inteiram da situação na realidade e devido à natureza do seu trabalho deve pensar de maneira mais pragmática possível. Se a comunidade dos militares e dos peritos nos EUA realmente compartilham estas avaliações, então este é o caso quando é difícil não concordar com os colegas, mesmo que se encontram no lado oposto. Há seis anos, em 2013, conseguimos chegar a um acordo para estabelecer as linhas de comunicação diretas entre a Rússia e EUA para responder aos possíveis ciber- incidentes. De facto, estas linhas estão construídas do mesmo jeito que durante a Guerra Fria com respeito aos incidentes militares tradicionais e permitem o intercâmbio rápido de informação em todos os níveis, desde o nível departamental até o nível político. Ao longo dos anos, os canais foram utilizados reiteradamente. Cabe dizer que durante o governo de Barack Obama mantivemos um diálogo bastante animado

sobre os assuntos cibernéticos, tanto ao nível técnico de rutina, como em formato das consultas plenas. Se celebraram reuniões presenciais dos peritos, nas que os participantes puderam abordar diretamente as novas questões. Nos quadros da Comissão Presidencial Russo-Norte-americana foi criado o especial grupo bilateral de trabalho de alto nível. Quanto ao trabalho das próprias linhas diretas, o exemplo mais notável é o mensagem da parte norte-americana em outono de 2016 durante a campanha eleitoral presidencial em relação às preocupações dos Estados Unidos sobre a ingerência não autorizada na sua infraestrutura eletrônica. Como sempre, respondemos rapidamente e compartilhamos a informação técnica relevante. O nosso Centro Nacional de Coordenação das emergências informáticas, que se encarrega do funcionamento desta linha declarou já em Dezembro passado que estava disposto a tornar pública essa correspondência se a Parte Norte-Americana estava de acordo. A princípio do ano enviamos essa proposta a Washington de modo oficial por via diplomático. Foi rejeitada. A porta-voz oficial do MNE da Rússia apresentou uma explicação detalhada neste contexto durante uma das suas briefings em Março. Da minha parte só posso adicionar que a nossa proposta de publicar a correspondência é o passo impar, é a verdadeira transparência, cuja importância é frequentemente realçada pelos nossos parceiros. A Rússia não tem nada a recear. E não tem nada a ocultar. Estamos preparados para que a correspondência seja analisada pela sociedade civil na Rússia e os EUA, os meios de comunicação e os peritos que retirarão as suas próprias conclusões relativamente ao que aconteceu. Mas naquela altura ainda não podemos divulgar esta informação como a parte norte-americana nos recusou fazer isso. O seu pretexto é de caráter delicado destes materiais. É pouco provável que sejam mais delicados para os EUA do que para a Rússia. É mais provável que este enfoque demonstra uma falta de confiança na sua própria posição, porque será muito mais difícil continuar

fazendo acusações sobre a “mão russa” detrás das ingerências cibernéticas quando os factos se tornarem públicos. Mas a absurdidade não acaba aí. Depois de sermos rejeitados pelas autoridades norte-americanas, decidimos levar diretamente ao conhecimento da sociedade civil nos EUA a visão de Moscovo sobre a situação com a linha direta e propusemos que alguns principais meios de comunicação norteamericanos publicassem o artigo. Dissemos: “só compartilhamos com vocês as nossas próprias palavras e podem comentá-los como quiserem. Se vocês não gostam das nossas propostas, se não nos confiam podem escrever assim, serão os mesmos leitores que nos vão julgar. É o aspeto emocional da questão mas temos mais interesse no aspeto pragmático. Outra vez concordo com os meus colegas norteamericanos (Michael Daniel, Chris Painter y Luke Dembosky), cuja opinião se citava no artigo mencionado. Não é suficiente só ter em mão as linhas de comunicação de emergência para garantir a sua eficiência, é preciso travar o diálogo entre aqueles que se encarregam do seu funcionamento diário, deve existir uma conversa mais ampla sobre as questões de segurança internacional da informação. Washington oficial frequentemente nos diz que alegadamente “não temos confiança suficiente”. Queremos perguntar: “Mas como aparecerá se sempre evitam falar sobre isso?” Já muitas vezes proponhamos a realizar as consultas bilaterais e fomos rejeitados. As

vezes trata-se das coisas completamente absurdas, como há uma ano em Genebra, quando a parte norte-americana cancelou o encontro duas horas antes do seu começo quando ambas as delegações já estiveram ali. Qualquer um pensaria involuntariamente que uma conversa cara a cara assusta os nossos parceiros de tal maneira que estes preferem exprimir os seus ressentimentos através dos meios de comunicação. No entanto a questão não é uma coisa da política convencional, intercâmbio de picadas mútuas ou fatores subjetivos. Se as linhas de comunicação de emergência apoiadas por um diálogo de peritos fracassarão por razões políticas, existe o risco de ter uma segunda crise dos mísseis de Cuba, só que esta vez será provocada não por ogivas mas por tecnologias de informação e comunicação e os acontecimentos surgirão nos instantes, deixando ambas as partes com uma catastrófica falta de tempo para tomar decisões. Já há muito tempo não é um enredo de um filme da ficção científica, mas a nossa realidade. Queria acreditar que os Estados Unidos tomam consciência disso da mesma maneira como a Rússia. Pelo menos assim constam as opiniões exprimidos pelos peritos norte-americanos. Buscamos promover o mesmo curso orientado à transparência, democracidade e ao diálogo construtivo nas relações com os EUA no domínio das questões cibernéticas nas plataformas multilaterais. Como se sabes, duas estruturas dedicadas exclusivamente às negociações sobre a segurança da informação internacional devem ser estabelecidos na ONU neste ano: O Grupo de Trabalho de Composição Aberta (GTCA) para todos Estados-membros da organização e o Grupo dos Peritos Governamentais (CEG). Há que assinalar que apesar de que o primeiro deles ser criado por iniciativa da Rússia e outro, tecnicamente, por iniciativa dos EUA, na realidade foi a Rússia que propôs inicialmente e apoiava ambos os formatos, enquanto os países ocidentais manifestaramse céticos em relação a esta ideia criticando-a em todas as oportunidades. De todos os modos, a reali-

dade é que a partir de agora na ONU funcionarão simultaneamente dois grupos e é importante determinar hoje os princípios da sua interação. Rússia, assim como o resto do mundo tem o interesse de assegurar que o trabalho destes grupos tenha o caráter complementário, não contencioso, construtivo e cooperativo. Por razões de bom senso propomos que “partilhem do fardo”. O GTCA deve focalizar em grandes assuntos políticos que preocupam a maioria dos membros da comunidade internacional: as normas de comportamento responsável do Estados no espaço de informação, as medidas de fomento da confiança neste domínio, assistência aos países emergentes, bem como os debates sobre o futuro do mesmo formato de negociação sobre este tema (como um comité permanente da Assembleia Geral ou do Conselho de Segurança da ONU ou alguma outra opção). Por sua vez, o GPC poderia priorizar o tema mais especializado, porém não menos importante: aplicabilidade das normas de direito internacional vigentes no espaço da informação. Outro princípio essencial da “coexistência pacífica” dos grupos é harmonização dos seus esforços. As discussões nas ambas as plataformas devem ser de índole não politizado e pragmático e os seus resultados não devem competir mas complementar um a outro. É visível da descrição das responsabilidades da GTCA e GPC que terão que abordar um vasto leque das questões o que será possível só quando todos os participantes estiverem dispostos a trabalhar de maneira construtiva. Quero ressaltar que apresentamos este plano na qualidade de um programa de ação conjunta aos norte-americanos já em Novembro do ano passado. Como antes propusemos reunir-nos para abordar estas questões. Como sempre não recebemos nenhuma resposta. Temos muito pouco tempo antes do lançamento de ambas as estruturas. Cabe-nos esperar que o bom senso dos nossos parceiros prevaleça e que eles se aproveitem desta “janela de oportunidades” antes de que se feche. Pela nossa parte estamos dispostos ao diálogo.


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SOCIEDADE

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Cinco dias úteis de tensão

O

s cinco dias úteis decretados por lei para que as partes envolvidas em qualquer processo judicial recorram da sentença, estão a deixar os dez arguidos do Caso Burla à Tailandesa bastante expectantes, uma vez que se qualquer um deles assim proceder, os demais voltarão a estar privados da liberdade porque terá efeito suspensivo. Os dias úteis começaram a contar a partir de Quartafeira e o prazo terminará na Terça-feira. O tribunal absolveu Norberto Garcia, antigo director da extinta Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP), Million Isaac Haile e André Louis Roy. Por outro lado, condenou o general José Arsénio Manuel, Christian Albano de Lemos e Celeste de Brito à pena de sete e seis meses de prisão e de dois anos. Já Monthita Pribwai, Manin Wanitchanon e Theera Buapeng a três anos de prisão maior e o alegado bilionário Raveeroj Rithchoteanan, teve a pena mais alta: a sete anos e seis meses de prisão

maior. Os condenados deverão pagar 80 mil Kwanzas de taxa de justiça. Com excepção de Carlos Salumbongo, advogado de Celeste de Brito e dos tailandeses, que manifestou que vai reunir com os seus constituintes para analisar se vão ou não recorrer da decisão, os demais consideram que fez-se justiça. Questionado pelo OPAIS, Sérgio Raimundo disse ter aconselhado ao seu constituinte, André Louis Roy, a não mover ainda a acção judicial, uma vez que a sentença proferida na Terça-feira, 16, ainda não transitou em julgado. No seu entender, qualquer um desses processos vai ter como questão prejudicial este processo recém-sentenciado. André Louis Roy está neste momento a esperar que os cinco dias úteis que os advogados têm para recorrer expire para decidir o passo subsequente. Isto porque se qualquer um dos advogados interpor recurso tornarão a decisão proferida pelo juiz presidente da causa, Domingos Mesquita, provisória e não se pode dizer que os tailande-

ses tentaram burlar alguém. De realçar que Raveeroj Rithchoteanan pediu desculpa, em tribunal, a André Louis Roy por o ter envolvido nesse escândalo. Sérgio Raimundo explicou que, quando a decisão transitar em julgado, terão que pedir uma certidão dessa decisão para o André Louis Roy intentar a acção criminal e a cooperativa Njango Yetu juntar ao processo já aberto. Qualquer um desses processos poderá parar, na eventualidade de não se observar esse pormenor. Neste caso, Raveeroj Rithchoteanan está em condições de invocar que tem dinheiro e que só não está em condições de honrar os compromissos financeiros por se encontrar preso. Poderá sustentar a sua posição com o facto de ter juntado ao processo, já na recta final, um documento emitido pelo Banco Central das Filipinas, em Mamila, que atesta que possui os 50 mil milhões de dólares. Este documento vem acompanhado por outros certificados assinados pelos ministros das Finanças, do Interior, da Justiça e pelo governador do referido ban-

JAciNTo FiGueiRedo/ARquivo

co filipino. De realçar que o tribunal excluiu esses documentos das provas, sem enviar uma carta roga-

tória aos órgãos de justiça das filipinas, pedindo para averiguar a autenticidade ou não destes documentos.

52 em cada 100 jovens estão desempregados 52 em cada 100 jovens encontram-se desempregados, revelou ontem, em Luanda, a directora adjunta do instituto Nacional de estatística (iNe), Ana Paula Machado, ao proceder à apresentação dos “indicadores sobre emprego e desemprego 2018-2019” cARLoS AuGuSTo

Maria Teixeira

N

o período de Março de 2018 até Fevereiro de 2019, a população desempregada, de 15 ou mais idade, está estimada em 3 milhões, 583 mil e 143, sendo 1 milhão, 557 mil e 394 homens e 2 milhões, 005 mil e 749 mulheres. Essa informação consta no referido estudo divulgado ontem, no âmbito da realização do Inquérito sobre Despesas e Receitas em Angola (IDREA 2018-2019), que decorreu em todo território nacional durante em 12 meses. De acordo com o estudo, a taxa de desemprego diminui à medida que a idade aumenta, atingindo o valor máximo nos jovens com 15-24 anos, com 52,4%. Já no grupo ectário de 25-34 anos é de cerca de26,6

pontos percentuais e diminui para 10,3 pontos percentuais entre grupos etários de 25-34 anos e 35-24 anos. A directora adjunta do Instituto Nacional de Estatística, Ana Paula Machado, explicou que a taxa de desemprego é, sem dúvida, o indicador do mercado de trabalho mais amplamente usado para a tomada de decisão e referência para os Programas de Desenvolvimento. Esclareceu que a taxa de desemprego transmite a percentagem de pessoas (força de trabalho) que não têm emprego, mas estão disponíveis. “Em outras palavras, expressa a capacidade do mercado de trabalho de satisfazer a demanda explícita das pessoas por emprego”, frisou. Ana Paula Machado disse que entre os jovens com 15-24 anos, a taxa de desemprego é bastante eleva-

da e atinge níveis mais elevados no grupo etário de 18-19 anos, com 60 por cento. “É neste grupo etário que o jovem atinge a maioridade e inicia e a entrada no mercado formal de trabalho. Por outro lado, é neste idade ainda que o jovem termina o ensino médio ou 2º ciclo do ensino e, em alguns casos, tem a necessidade de trabalhar par apoiar a família e ou de suportar o seu ensino superior”, explicou. A população angolana é maioritariamente jovem e os dados mostram que esse é um dos seguimentos mais afectados. Assim, a informalidade no trabalho na juventude é um desafio a ter em atenção nos programas de Desenvolvimento do país, de acordo com o estudo. Ana Paula Machado considerou ainda preocupante o facto de 11,9% dos jovens com idades compreendidas entre 15-17 ano estarem somente a trabalhar. E, por outro lado, que 24,9% dos jovens com 15-24 anos não trabalham e nem estudam.



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cedidA

Luxemburgo, conheces Angola? O Dj Djeff responde e mostra-te!!! Que o dj djeff leva os amantes de house music em Angola ao rubro, toda a gente já sabe. Talvez, o que ainda nem todos tenham notado é o furor causado por este dj luso-angolano, quando assume o controlo da cabine nos palcos da europa e América. e, a 13 de Abril, Sábado, a reacção dos luxemburgueses foi a melhor, tal como acontece sempre que djeff toca na discoteca Lenox, no Luxemburgo Zuleide de Carvalho

N

o coração da Europa, na capital luxemburg uesa, há uma discoteca afamada com dois andares, chamada Lenox que, abarrota a cada vez que o Dj Djeff lá vai tocar. E, no último Sábado, não foi diferente. Tendo tocado no Lenox já meia dúzia de vezes, a noite de 13 de Abril foi desfrutada com euforia, vigor, pelas 1000 pessoas que quiseram curtir a noite ao som do seu Dj preferido, Djeff.

Foi uma noitada fantástica pois, para Djeff, não há melhor recompensa do que ver o público a dançar, sentir a vibe, e deixar-se levar, com ele no comando dos ritmos que guiam essas almas dançantes. E, quando toca, dentro do estilo de música electrónica, o Dj e Produtor faz permanentes viagens temáticas, transportando quem o ouve e vê para diversas vertentes do house music, como Afro Tech, Deephouse e Techno. Essa actuação do artista lusoangolano, é mais um marco na

célebre carreira internacional, assinala o lançamento da habitual tour de Verão pela Europa, passando por paraísos como Santorini, na Grécia, Croácia, Itália e Martinica, na América. Ritmos angolanos na sua bagagem musical Djeff orgulha-se de ser filho de mãe angolana e pai cabo-verdiano, manifestando que o seu prato favorito é a apetitosa cachupa. Nascido, criado e crescido em Portugal, identifica-se igualmente com as duas heran-


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“Normalmente, costumo representar mais a bandeira angolana, porque, quando saí de Portugal e vim viver para Angola, foi em Angola que a minha carreira despoletou para o mundo” ças africanas. Na promoção do seu trabalho e ascensão na carreira artística no djing, estando e tocando no seio dos melhores, mundialmente, no house music, Louie Vega, Boddhi Satva, entre outros, Djeff apresenta-se como vindo de Angola. Entre as duas, “normalmente, costumo representar mais a bandeira angolana, porque, quando saí de Portugal e vim viver para Angola, foi em Angola que a minha carreira despoletou para o mundo”, relembrou Djeff. É com grande espanto que os Djs de outras latitudes recebem essa informação, sendo Angola, para a maioria, um destino desconhecido, pelo que, Djeff dá por referência a África do Sul, que fica aqui ao lado, situando-os. Essa surpresa revelada, seguida de satisfação e reconhecimento por parte deles “ainda me dá mais prazer”, explicou o Dj e Produtor, pois incentiva-o mais e mais a mostrar e elevar a sua herança rítmica angolana. Na publicitação do nosso país que tem vindo a fazer há sensivelmente uma década, aos poucos, o Dj luso-angolano vai sentindo que há interesse dos seus pares internacionais em saber onde e como é Angola. Estando a cultura angolana no seu sangue e ADN, nas composições musicais que produz na vertente electrónica Afrohouse, Djeff tem evidenciado instrumentos e ritmos angolanos, que são apreciados e dançados nos quatro cantos do mundo. Na Europa ou América, ouvidas e aprovadas músicas de Djeff, a partilha expande-se pelo globo, por redes sociais, rádios, TVs, sites e rankings musicais bem conceituados, tendo sempre o selo “Made in Angola” à boleia.

Uma tour de Verão dançante pela Europa Para os fãs que estiverem nas redondezas ou simplesmente possam seguir o seu ídolo no djing pelo mundo, amanhã, Sábado, 20 de Abril, o Dj Djeff actuará na discoteca Faraó, em Santa Cruz, Portugal. Sem descansar nem dar descanso aos amantes de música electrónica, na noite seguinte, a 21 Abril, Domingo, o Dj arrastará as suas raízes angolanas para o Suicide Club, em Roterdão, na Holanda. A 27 de Abril, Djeff actuará na Martinica, nas Caraíbas, no The Kinky, onde comprovará novamente que, para alimentar a alma com música, não interessa a língua falada, sendo a oficial na Martinica o francês. Dj Djeff, para este ano, o que tem previsto para a famosa tour de Verão na Europa? Neste Verão, estarei na Croácia, num festival habitual, o SuncéBeat, em Tisno, que durará uma semana e tem um cartaz de Djs impressionante, pois é uma celebração anual da música electrónica e R&B, que reúne todos os anos pesos pesados do djing. Além disso, participarei pela primeira vez no Latin Village, um festival muito grande, na Holanda. Mais para Este, estarei a tocar em Santorini, na Grécia, passarei também por Bucareste,

na Roménia, para lá actuar pela primeira vez. Cá mais para Oeste, tocarei em Madrid, Espanha, vou voltar à Sicília, em Itália, para participar noutro festival, que será o Dream Experience, enfim, estes são apenas alguns pontos pois, como é regular, estarei o Verão inteiro a viajar e a tocar pela Europa. No início, terá sido árduo chegar a tantos festivais internacionais. Agora, como funciona? É muito requisitado, como se vê… Hoje em dia, a posição em que eu apareço no cartaz de Djs já é seleccionada de forma diferente. Antigamente, se calhar, eles convidavam-me mais por curiosidade, ou por referências de pessoas próximas que gostavam da minha música. Mas as coisas evoluíram para melhor pois, hoje, o meu nome já funciona como um chamariz, fica na lista dos destaques porque, felizmente, ao nível internacional o meu trabalho também é respeitado e valorizado, e a marca Djeff atrai muita gente que frequenta os festivais europeus. O que pensa que o seu reconhecimento internacional propicia à juventude angolana? Não sei… Em parte, acho que a juventude angolana sente-se orgulhosa porque, com grande regularidade, recebo mensagens nas redes sociais onde é espelhado o carinho, estima e mesmo admicedidA

ração que têm por mim. Um lado curioso é que, muitos agradecem-me, pelo exemplo e inspiração que sirvo para eles e para as suas vidas, o que me faz extremamente humilde e feliz. Por outro lado, quando vou tocar fora, as comunidades angolanas que lá residam, fazem questão de estarem presentes nas noites e mostram-me o seu apreço, dizem “força” (Risos) e coisas do género. Muitos deles não estão assim tão perto, mas, deslocam-se de uma cidade para outra, ou para um país vizinho, dentro da Eu-

A 27 de Abril, Djeff actuará na Martinica, nas Caraíbas, no The Kinky, onde comprovará novamente que, para alimentar a alma com música, não interessa a língua falada

ropa, para ver um artista angolano longe de “casa”. De Angola, recebo também mensagens privadas de jovens a pedirem-me conselhos para os seus futuros, mesmo que tenham uma carreira e sonhos totalmente diferentes dos meus, mas vêm em comum a vontade de conquistar esses sonhos, por isso, pedem-me conselhos e, dessa forma, para mim, é o melhor impacto e exemplo que posso dar à juventude. Um Dj que enfrenta e domina multidões noite após noite mas, Djeff, é tímido? (Risos)… Sim, sim, sou tímido. Nunca fui uma pessoa que gostasse de ficar à frente. Contudo, com o avançar dos anos, não direi que aprendi a deixar de o ser mas, ganhei técnicas para gerir muito melhor a minha timidez. Uma boa fatia dessa aprendizagem foi adquirida a trabalhar em frente às câmaras, na TV Zimbo, a apresentar o “Made in Angola”. Levei e levo isso para todos os campos do meu trabalho artístico porque, com a minha profissão, estar na cabine, ter milhares de pessoas a olhar para ti, a focarem-te com os olhos, tipo… Tive de adaptarme mas, a timidez ainda cá mora. (Risos)


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Conto ANTÓNIO QUINO

inesperdamente, Mayembe (ii)

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professora ainda tinha uma mão acariciando a cabeça do aluno e a outra já no bolso da bata, quando decidiu reagir. Suspirou ruidosamente, ganhou fôlego e, com o coração palpitando, falou ao seu aluno Mayembe Sange: - Meu querido… - fez uma curta pausa, pigarreou com glamour, e prosseguiu - amanhã não me venhas a escola sem o teu encarregado de educação. E pelo teu atrevimento, vais fazer dez cópias do texto que estudamos hoje! Mayembe notou, na professora, a substituição da meiguice por uma rispidez e autoridade na voz que o intimidou. Caiu em si e percebeu que a professora via nele um aluno e nada mais. Na adolescência e na juventude, Mayembe Sange coleccionava troféus. Mulheres, melhor dito. Já a concluir o ensino secundário, numa aula de língua portugue-

sa, os alunos encenavam profissões e funções de personagens adultas. Produziam uma redacção e liamna. Mayembe escolheu ser deputado. E escreveu um discurso: - Como deputado, defendo a criação de uma lei que protege os homens que assumem mais de uma mulher. Essa lei deve estabelecer também um subsídio de incentivo para esses homens, pelo benefício que eles produzem na sociedade, não permitindo que haja mulheres solteiras. Senhor de um bom verbo e alguns truques de enrolar filhas alheias nas conversas de planista, quem escapasse das suas ardilosas emboscadas poderia dar-se por feliz. Algumas mães usavam mesmo a fotografia dele tipo passe para mostrar às filhas: - Evitem este senhor. Tem feitiço! Mucinda ignorou o alerta da sua mãe e foi driblada pelas palavras cheias de mel que Mayembe pôs nos seus ouvidos. Perdida de amores, descuidou-se e até esqueceu

que tinha noivo. - Vou matar o amor da tua vida, vais ver! Essa ameaça proferida pelo Hélder, noivo da Mucinda, foi feita quando descobriu, no telemóvel dela, mensagens que provavam a infidelidade da parceira. Assomou-se-lhe um plural sentimento de corno. De nada adiantou os pedidos de desculpa e os desmentidos de Mucinda. - Não é o que estás a pensar… Depois duma valente surra que apanhou do noivo, Mucinda precipitou um encontro com Mayembe. Precisava mantê-lo informado sobre as ameaças do Hélder. Hora e local devidamente acertados. Como poderia ela imaginar que o seu noivo, um operacional dos serviços de informação, tinha já clonado o seu telemóvel e, por isso, tinha a oportunidade de dar um sumiço ao seu opositor? Hélder foi à gaveta do camiseiro e retirou a beretta; pistola de cor cinza sem brilho. Gostava dela por ser

leve, de cano curto e de fácil manuseio. - Alguém precisa de aprender a não se meter com mulher alheia! Hélder saiu de casa, seguindo a Mucinda sem ser visto. Por lhe ter roubado a noiva, estava determinado a mandar o Mayembe para o inferno. Achava que ela não carregava qualquer culpa. Estava enfeitiçada. A morte do bruxo poderia libertar o coração dela para voltarem a ser felizes. Iludia-se. Mucinda chegou à pensão pouco depois do Mayembe. Saudou amistosamente o recepcionista, recebeu um par de chaves e subiu as escadas. De fora apreciando, Hélder reparou que ela parecia conhecer bem o edifício e o recepcionista. Chegou-se ao balcão e exibindo o seu passe de agente dos serviços de informação, sacou o número do quarto que a sua noiva estaria a utilizar. Seleccionado o objectivo decisivo e o alvo, definiu uma estratégia de aniquilação flexível para poder se adaptar aos imprevistos da sua investida.

Com a pistola empunhada, Hélder aproximou-se da porta. Encostou o ouvido e do quarto vinham alguns ruídos que lhe pareceram gemidos surdos. O seu ódio cresceu. Iria matar o sacana. Lavar a sua honra com sangue. Essa reafirmação do seu subconsciente encheulhe ainda mais de ira no momento em que iniciou o assalto táctico. Arrombou a porta e entrou com a pistola em posição de tiro. Na cama, seminua, Mucinda assustou-se. Como foi que o Hélder a descobriu aí? Tremia de medo não conseguindo tirar os seus aterrorizados olhos dos olhos encolerizados do Hélder. Hélder transpirava ódio. O seu braço da mão principal estava totalmente estendido, propiciando maior estabilidade à pistola quanto ao recuo. E fez o disparo mortal!

EXIBIÇÃO

CINEMA

EXIBIÇÃO

CELEBRIDADE

MÃE

Canal Fox propõe filmes para o período pascal

Ciclo de cinema brasileiro encerrou ontem no CCBA

Catarina Furtado viaja com a família para “ir à procura das [suas] raízes indianas”

Enzo Celulari declara-se à actriz Cláudia Raia: “Minha Rainha”

O grande destaque desta Páscoa vai para o filme ‘Dunkirk’, o filme galardoado com três Óscares, vai transportar os espectadores para um dos mais marcantes momentos da Segunda Guerra Mundial, às 21h20, no Domingo de Páscoa.No entanto, o cinema na FOX começa logo na Sextafeira Santa, a 19 de Abril, às 23:15, com a estreia do filme ‘Victor Frankestein’, que conta com Daniel Radcliffe e James McAvoy no seu elenco. No Sábado, o destaque vai para o filme ‘O Caçador e a Rainha do Gelo’, às 21:20, que relata a história de um amor proibido entre as personagens interpretadas por Chris Hemsworth e Jessica Chastain.

O Ciclo de Cinema Brasileiro de Animação, um festival que decorreu naquele espaço de 9 a 18 de Abril, trouxe a Luanda seis curtas e oito longas-metragens de animação, escolhidas entre as mais premiadas produções brasileiras dos últimos anos. O evento contou ainda com oficinas, sessões comentadas e votações, ressaltando-se que a entrada foi gratuita. A abertura do festival contou com discursos por parte do Embaixador do Brasil em Angola, Sr Paulino Neto, seguido do responsável pelo Sector Cultural da Embaixada, Sérgio de Toledo, e da directora do CCBA.

Catarina Furtado está de férias na Índia, lugarquelhediztantoe ondea“forçado sangue fala mais alto”. Na aventura de procurar as suas “raízes indianas”, embarcou a família. Na sua conta de Instagram, a apresentadora, de 46 anos, deu a notícia de que estava num lugar tão intenso quanto os cheiros e os sabores que o caracterizam começando por dizer: “Índia é a cores. Aspessoas e os seusolhosprofundos,os cheiros, as comidas, as paisagens. Várias Índias dentro de uma só. O segundo país do mundo com mais pessoas.” Catarina acrescentou ainda que já está no país pela segunda vez, mas revelou queestaéespecial:“Éasegundavezque o visito. A primeira foi a serviço”.

Enzo Celulari completou 22 anos no último dia 15 de Abril, mas parece que o clima de festa vai durar a semana inteira. Nas redes sociais, ele decidiu homenagear a sua mãe, Claudia Raia, ao postar uma foto em que eles aparecem juntos.”EU TE AMO, MINHA RAINHA! Obrigado por tudo, sempre!”, disse na legenda.Vale lembrar que o bonitão ainda ganhou uma linda declaração da namorada, Victoria Grendene, no dia do aniversário.”No dia 15 de Abril de 1997, o mundo ganhou um presente. Um ser honesto, dedicado, amoroso, apaixonado pelo que faz. A vida me deu a sorte de receber esse presente.

(CONTINUA)

CINEMAX NOVA VIDA SALA VIP

After

13H10, 15H30, 18H10, 20H30, 22H50 (1) (1) Apenas dias 19 e 20 de Abril

SALA 1

A Maldição da Mulher que Chora 13H00, 15H10, 17H20, 19H30, 21H40 SALA 2

Parque das Maravilhas 14H00, 16H00, 18H20 SALA 5

Shazam! 2D 12H50, 15H40, 18H30, 21H20 Esquebra da semana - 800 Kwanzas

SALA VIP 3D 13H00, 16H40, 20H20 SALA 1 3D 14H20, 18H00, 21H40


TEMPO

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Abril de 2019

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Fonte: INAMET

PReviSão do TeMPo *** 3 diAS *** PARA AS PRiNciPAiS cidAdeS válida de 19 a 21 de Abril de 2019 Ê Ê

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)Ê

Ê

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, validade 19 à 21 de Abril de 2019Ê Data 19 / 04 / 2019

CIDADE

Mín

Máx

LUANDA

25

33

CABINDA

25

SUMBE

Data 20 / 04 / 2019

Estado do Tempo

Mín

Máx

Nublado, chuva fraca ou chuvisco/trovoada.

25

32

31

Céu nublado, chuva fraca a moderada.

25

25

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Nublado, chuva com trovoada.

CAXITO

25

33

MBANZA CONGO

24

31

UIGE

18

NDALATANDO MALANJE

Data 21 / 04 / 2019

Estado do Tempo

Estado do Tempo

Mín

Máx

Nublado, chuva fraca ou chuvisco

25

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Nublado, chuva fraca ou chuvisco

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Céu nublado, chuva fraca a moderada.

25

33

Nublado, chuva fraca a moderada.

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Nublado, chuva com trovoada.

25

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Nublado, chuva fraca ou moderada.

Nublado, chuva fraca ou moderada/trovoada.

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Nublado, chuva fraca ou moderada/trovoada.

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Nublado, chuva moderada/ trovoada.

Nublado, chuva fraca a moderada/trovoada.

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Nublado, chuva fraca a moderada/trovoada.

24

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Nublado, chuva fraca a moderada.

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Nublado, chuva com trovoada.

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Nublado, chuva com trovoada.

18

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Nublado, chuva fraca a moderada.

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Nublado, chuva fraca ou chuvisco/trovoada.

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Nublado, chuva fraca ou chuvisco/trovoada.

17

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Nublado, chuva fraca a moderada.

16

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Parcialmente nublado, chuva fraca.

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Nublado, chuva fraca a moderada.

16

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Nublado, chuva moderada com trovoada.

DUNDO

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Parcialmente nublado.

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Parcialmente nublado.

22

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Parcialmente nublado.

SAURIMO

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Parcialmente nublado, chuva fraca.

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Parcialmente nublado, chuva fraca.

19

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Céu nublado, chuva moderada.

BENGUELA

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Nublado, chuva moderada com trovoada.

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Nublado, chuva moderada com trovoada.

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30

Céu nublado, chuva moderada.

HUAMBO

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Nublado, chuva moderada a forte trovoada.

10

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Nublado, chuva moderada a forte trovoada.

10

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Céu nublado, chuva moderada/trovoada.

CUITO

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Nublado, chuva moderada a forte trovoada.

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Nublado, chuva moderada a forte trovoada.

14

27

Céu nublado, chuva moderada/trovoada.

LUENA

10

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Nublado, chuva fraca com trovoada.

10

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Nublado, chuva fraca com trovoada.

10

29

Céu nublado, chuva moderada.

LUBANGO

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Nublado, chuva moderada com trovoada.

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Nublado, chuva moderada com trovoada.

17

28

Céu nublado, chuva moderada/trovoada.

MENONGUE

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Nublado, chuva fraca ou chuvisco.

16

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Nublado, chuva fraca ou chuvisco.

16

29

Céu nublado, chuva moderada/trovoada.

MOÇÂMEDES

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Parcialmente nublado, chuva fraca ou chuvisco.

17

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Parcial nublado, chuva fraca ou chuvisco.

17

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Céu nublado, chuva moderada.

ONDJIVA

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Parcialmente nublado, chuva fraca ou chuvisco.

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Parcial nublado, chuva fraca ou chuvisco.

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33

Nublado, chuva fraca a moderada.

Das 18 horas do dia 18 às 18 horas do dia 19 de Abril de 2019. Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: céu parcialmente nublado, tornando-se nublado em toda região, Períodos de ocorrência de chuva moderada ou forte acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias de cabinda, Zaire, Luanda, Bengo Malanje, uíge, Lunda Norte, Lunda Sul e cuanza Sul. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de cabinda, uíge, Malanje, cuanza Norte e Lunda Norte. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico céu parcialmente nublado, tornando-se nublado durante a madrugada e manhã em toda região. Períodos de ocorrência de chuva moderada a forte acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal em alguns municípios das províncias de Benguela e Huambo. REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango céu parcialmente nublado. Possibilidade de ocorrência de chuva fraca a moderada, acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias da Huila e cuando cubango.

Os Meteorologistas: Rita Ndoki e Úrsula Gonçalves. Luanda, 18 de Abril 2019 Ê Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro Ð Tel. 949320641 Ð Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ

TEMPO NO MAR Fonte: INAMET

BoLeTiM MeTeoRoLÓGico PARA A NAveGAÇão MARÍTiMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 18 DE ABRIL DE 2019: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA Ð INAMET

circulação de Sul-Sudoeste fraca a moderada entre os paralelos Centro Nacional de Previsão do Tempo 4°S a 12°S, sendo do Sul-Sudoeste moderada a forte entre os paralelos 14°S a 18°S. BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 19 DE ABRIL DE 2019:

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 18 DE ABRIL DE 2019: Circula• ‹ oÊ deÊ Sul-SudoesteÊ fracaÊ aÊ moderadaÊ entreÊ osÊ paralelosÊ 4¡ SÊ aÊ 12¡ S,Ê sendoÊ doÊ Sul-SudoesteÊ moderadaÊ aÊ forteÊ entreÊ osÊ paralelosÊ 14¡ SÊ aÊ 18¡ S.Ê

SEM AVISO.

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 19 DE ABRIL DE 2019: SEM AVISO.Ê

ESTADO DO TEMPO

REGIÃO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

Cabinda (4°S Ð 6°S) Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S Ð 12°S) Benguela (12°S Ð 14°S)

ÊÊ

VENTO

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

DIRECÇÃO FORÇA (KT) Chuva fraca Chuva fraca

Sul Sudoeste

Até 12

Até 1.4

Agitado

Moderada a boa (Superior a 4)

Sudoeste

Até 17

1.4 à 1.6

Agitado

Moderada a boa (Superior a 4)

Sudoeste

Até 14

Até 1.8

Agitado

Moderada a boa (Superior a 4)

Sul a Sudeste

Até 23

Até 2.2

Muito agitado

Ê Ê

Chuva fraca Ê Ê

Namibe (14°S Ð 18°S) Ê

Chuva fraca Ê

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)Ê

Moderada a boa (Superior a 4)

3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 TU DO DIA 18/04/2019 ÀS 18:00 TU DO DIA 19/04/2019.

depressão, com pressão central de 1010hPa, o seu vale depressionário estende-se em toda costa marítima de Angola. o Anticiclone de Santa Helena, localizado a 37S20W, com central de 1025hPa, irá delocar-se para o LeSTe. Assim, prevê-se ondas maximas até 2.2 metros de altura para a região marítima de Namibe. Para as regiões marítimas de cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, cuanza Sul e Benguela prêve-se ondas maximas de 1.4 até 1.8 metros de altura.

4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA

os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


ECONOMIA

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O PAÍS Sexta-feira, 19 de 2019

Guillaume Doane, director-geral da Africa Oil & Power

O sector petrolífero vai dominar a economia angolana por muito tempo” entrevista de Miguel Kitari fotos de DR

Q

ual é a sua análise da indústria de petróleo e gás no mundo neste momento?

A indústria de petróleo e gás transitou de um período de baixa rentabilidade do petróleo para um período de relativa estabilidade. Os preços actuais são suficientemente altos para justificar gastos de capital em novas explorações mas há uma incerteza contínua que está a prejudicar o investimento. Para produtores africanos como Angola, que estão comprometidos em reverter o declínio da produção, o actual ambiente de preços pressiona os países a reformar as suas indústrias e modificar os termos de investimento que os tornarão mais competitivos em comparação com outras jurisdições. Qual é o papel que Angola pode desempenhar em termos de quota de produção de gás natural a nível mundial? A indústria de gás de Angola tem um enorme potencial. O Angola LNG foi uma incursão crucial no sector do gás natural e os esforços do Governo para monetizar o gás natural irão catalisar um maior desenvolvimento. Considera que a criação da Agência de Petróleo e Gás facilitará o processo de licenciamento e permitirá a entrada de novos agentes no negócio angolano de petróleo e gás?

Na antecâmara do Fórum internacional de Petróleo e Gás que Luanda acolhe em Junho, o ceo da da Africa oil & Power (AoP) Guillaume doane disse que a indústria de gás de Angola tem um enorme potencial, e que o Angola LNG foi uma incursão crucial no sector do gás natural. Afirma ainda que o sector petrolífero é a fonte dominante de rendimento para a economia de Angola e continuará assim por muito tempo


O PAÍS Sexta-feira, 19 de 2019

Não podemos subestimar a importância da criação desta agência. O estabelecimento da agência e a liderança destacada que foi escolhida para gerila envia uma forte mensagem de que Angola está seriamente empenhada em adaptar a sua indústria a um mundo energético em mudança. Através da nova agência, Angola poderá gerar muito interesse das empresas de exploração e produção que pretendam obter licenças no país. Isso resultará numa maior diversidade de operadores no país, algo de que o país realmente precisa. Além disso, a transferência de responsabilidades concessionárias da Sonangol para a agência permitirá que ela se concentre no trabalho principal de ser uma companhia petrolífera nacional e num programa vital de regeneração que fortalecerá consideravelmente a empresa. O projecto Angola LNG foi criado para impulsionar o gás natural em Angola. Qual é a sua avaliação sobre o funcionamento deste projecto? O Angola LNG proporcionou ao país uma base sólida para desenvolver ainda mais o sector do gás natural. A dependência do projecto em mercados à vista, em vez de contratos de vendas de longo prazo, é única no mundo do GNL. Isso apresenta ao sector um modelo de negócios alternativo, mas também os desafios de um mercado e ambiente de preços de gás incertos. O sector petrolífero continua a ser o principal suporte da economia angolana. Você acha que essa “força” do petróleo nos países produtores continuará por muito tempo? O sector petrolífero é a fonte dominante de rendimento para a economia de Angola e continuará assim por muito tempo. A mensagem que ouvimos da recente reunião da Organização dos Produtores Africanos de Petróleo, em Malabo, no início deste mês, é que, para o melhor ou pior, o petróleo continuará a ser a principal fonte de riqueza dos produtores africanos para o futuro e os países têm a responsabilidade de proteger as suas indústrias. Como disse o ministro de Minas e Hidrocarbonetos da Guiné Equatorial, os países não sobreviverão com “vento e tomate”. Por causa dos cortes da OPEP,

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Nós hesitamos em fazer previsões sobre os preços do petróleo, mas um barril de 100 dólares em 2019 é improvável que começaram em Janeiro passado, e da situação política na Venezuela, o preço do barril de petróleo tende a subir. Você acha que este ano o barril pode chegar a 100 dólares? Nós hesitamos em fazer previsões sobre os preços do petróleo, mas um barril de 100 dólares em 2019 é improvável. Os efeitos dos cortes na produção da OPEP parecem ter atingido os seus limites - com os preços do Brent a subirem acima de 70 dólares no início de Abril. A adesão entre os membros da OPEP às suas quotas de produção irá aumentar os preços, mas isso será compensado pelo contínuo aumento da produção de petróleo na América do Norte, especialmente o boom contínuo na Bacia do Permiano, cujo aumento é limitado apenas pela capacidade do sector expandir a capacidade do gasoduto. O mantra “America First”

e o coro de críticas anti-OPEP nos EUA continuarão a desafiar a capacidade dos produtores de petróleo de manter a estabilidade do mercado. E se o barril de petróleo atingir 100 dólares, pode ser bom ou mau para os países que precisam diversificar as suas economias? É muito sedutor o petróleo estar a 100 dólares para os países produtores de petróleo, mas isso gera um comportamento de procura de renda e uma superdependência das receitas do petróleo para alimentar o crescimento económico e encher os cofres do governo. Angola estava entre os países desafortunados que aprenderam mais uma dura lição sobre o que acontece quando os preços chegam ao limite mínimo. Uma economia diversificada e uma cadeia diversificada de fornecimento de

Queremos que o mundo veja que este é um momento inacreditável para ser angolano e trabalhar no sector de petróleo e gás de Angola

petróleo e gás cria uma valiosa rede de segurança. Dada a sua experiência no sector petrolífero, o que será transmitido em Junho aos angolanos na Conferência Internacional sobre Petróleo e Gás? Queremos que o mundo veja que este é um momento inacreditável para ser angolano e trabalhar no sector de petróleo e gás de Angola. Angola foi num curto espaço de tempo o maior produtor de petróleo da África e pode sê-lo novamente através das reformas iniciadas pelo governo do Presidente João Lourenço. Acrescente facilidade de criação de uma empresa em Angola e a uma maior eficácia dos regulamentos de vistos tornaram o país mais aberto do que nunca. Esperamos que a conferência seja uma porta de entrada para novos participantes e um catalisador para novas actividades.


Grande Entrevista

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O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

O ministro Manuel Augusto precisa ouvir mais os diplomatas mais velhos” depois de um período conturbado, provocado pela tentativa de impugnação do pleito que lhe permite hoje dirigir, uma vez mais, os destinos da Associação de diplomatas Angolanos (AdA), o embaixador de carreira António Luís de Sousa de Lima Viegas, 71 anos, tomou posse no passado dia 12 deste mês. Frontal como sempre, o diplomata espera por maior colaboração do Ministério das Relações exteriores, cujo titular, o ministro Manuel Augusto, precisa de ‘escutar mais os diplomatas mais velhos’. o nosso entrevistado mostrou-se reticente com o concurso público aberto nesta instituição, onde, segundo ele, nos últimos 10 anos muitos responsáveis aproveitaram-se para colocar familiares directos longe dos expedientes legais. entrevista de Dani Costa fotos de Lito Cahongolo

Q

uem é o António Lima Viegas? Eu sou o António Luís de Sousa Lima Viegas. Sou embaixador de carreira. Estou há 41 anos no Ministério das Relações Exteriores. Fiz três cursos de diplomacia. Fui para o Ministério das Relações Exteriores vindo do Ministério das Finanças com a missão de reorganizar a sua área administrativa e fi nanceira. Quais eram os problemas que encontrou naquela altura? A nível da gestão fi nanceira era necessário arranjarmos modelos próprios para que a gestão fosse feita em função da movimentação de dólares e outras moedas. Isto foi tudo um trabalho que eu e outros colegas fi zemos. Por fi m, acabei por ficar no Ministério das Relações Exteriores. O que o levou a permanecer? Eu entendi que para uma pessoa fazer um trabalho profícuo em termos fi nanceiros, tinha que saber exactamente o que era a diplomacia. E é assim que peço a minha transferência para o quadro do Ministério das Relações Exteriores. Sou colocado em Roma, na Itália, em 1981. Quatro décadas depois podemos concluir que já entende perfeitamente o que é a diplomacia? Entendo perfeitamente e é ne-

cessário para que haja formação de diplomatas, para as pessoas representarem condignamente o país. Tomou posse a 12 deste mês para mais um mandato à frente da Associação dos Diplomatas de Angola (ADA), num processo um pouco conturbado com recurso aos tribunais. Quais são os desafios da associação para o presente mandato? Para este mandato, queremos evoluir e ter uma ADA muito activa. Uma parceira privilegiada da direcção do Ministério das Relações Exteriores. Não tem sido uma parceira do Ministério das Relações Exteriores? A ADA, de facto, tem encontrado alguns entraves nas direcções anteriores, porque nós pugnamos pela defesa dos interesses dos trabalhadores. Talvez se confunda um bocado a nossa posição com a de um sindicato, mas não somos um sindicato. Somos acima de tudo uma associação que pretende que se respeite o trabalhador em toda a sua amplitude. É isso que pedimos à nova direcção da ADA. Em princípio, queríamos que fosse uma lista única, eu estaria numa outra posição, como presidente da mesa da assembleia-geral, e a nossa candidata era precisamente a que se tornou posteriormente minha oponente.

O que se passou para que ela não aceitasse liderar a lista única da Associação dos Diplomatas Angolanos? Não se sabe porquê. Ela disse que já não queria mais e criou uma outra lista. Não sabemos exactamente porque quis fazer isso, mas, em princípio, achamos que é muito chegada à direcção do Ministério das Relações Exteriores. Quando se refere à direcção do Ministério das Relações Exteriores está a dizer concretamente ao ministro Manuel Augusto? Ao ministro (Manuel Augusto) e ao seu próprio director de gabinete, que foi a sua testemunha a nível do tribunal. A defesa que pretendem fazer é apenas para os diplomatas? Defendemos, de uma forma geral, os diplomatas e todos os trabalhadores do Ministério das Relações Exteriores. Pretendemos a unidade de todos os trabalhadores e acima de tudo que se crie um conselho de direcçãoou um conselho de diplomatas – onde possamos discutir todos os problemas com a direcção do ministério, desde concursos públicos, as promoções dos trabalhadores, os direitos e deveres destes. A direcção da ADA toma posse numa altura em que foi lançado um concurso público no Ministério das Relações Exteriores? Sobre esta matéria, a ADA já manifestou junto do senhor ministro por escrito a sua posição em relação ao concurso público.

Qual é a posição que defendem? Pretendemos primeiramente que se organize o Ministério das Relações Exteriores. Todo funcionário quando entra para a função pública deve ser através de um concurso público e nos deparamos com uma situação em que os trabalhadores que entraram desde 2010 não fi zeram o concurso público. Entraram directamente em categorias superiores. Constatamos pessoas que entraram directamente como embaixadores, ministro-conselheiros, conselheiros e primeiros-secretários. Interrogamos a direcção: estes indivíduos podem ou não concorrer no referido concurso público e como é que isso deve ser feito? Qual é a resposta que tiveram? Até agora não tivemos nenhuma resposta. No ponto de vista da ADA, podem ou não concorrer? Não podem concorrer. E mais: a ADA toma esta posição em função de uma orientação de sua excelência Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, que, por altura da reunião dos embaixadores fez o discurso de abertura. Ele deixou orientações expressas que o senhor mi-


O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

nistro tinha a grande oportunidade de poder reajustar todos os funcionários do Ministério. Esta foi uma das bandeiras que tivemos durante a campanha nas eleições da ADA. Foi bem acolhida por todos os trabalhadores e é o que nós queremos. Há pessoas que entraram em 2002, hoje são primeiros-secretários. Há indivíduos que entraram em 2004 ou 2005, hoje já são embaixadores. Não pode. Face ao que nos está a narrar: qual é o perfil do diplomata angolano? O perfi l do diplomata angolano está no decreto presidencial que estabelece o Estatuto do Diplomata. Trata-se do decreto 209/11 de 3 de Agosto. Lá está bem expresso qual é o perfi l. A carreira diplomática é

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especial. Nós, que exercemos a carreira diplomática dentro e fora do país temos que dignificar Angola acima de tudo. A ADA tem constatado, com muita apreensão, que uma grande parte dos nossos diplomatas no exterior não tem sabido representar condignamente o país. Trata-se de uma minoria ou maioria? No volume de trabalhadores que o Ministério tem, que são mil e tal, eles devem andar a volta dos 200 ou 300 trabalhadores. É uma minoria grande que entrou logo para exercer funções diplomáticas. Nós, na ADA, entendemos que este estatuto do diplomata deve ser alterado, porque pensamos que eles devem ter uma melhor especialização. Não devem ser diplomatas generalistas como hoje. Pensamos que se deveria dividir em duas, carreira diplomática e carreira consular, por forma a especializarmos melhor os nossos diplomatas. Defendemos também que se estruture melhor a carreira diplomática e que se enquadre no âmbito de todos os países da CPLP.

Um técnico que é admitido hoje no Ministério das Relações Exteriores pode almejar chegar ao topo da carreira diplomática por mérito próprio ou há outros factores que têm facilitado esta ascensão? Por isso defendemos a divisão da carreira diplomática. É para dar a possibilidade a estes colegas que estão nas carreiras auxiliares, técnicas superiores poderem concorrer para esta carreira especial. Queremos dar a possibilidade a toda a gente para poderem trilhar dentro do Ministério das Relações Exteriores. Hoje não se verifica isso. Qualquer pessoa que seja escriturário, técnico médio ou superior exerce no exterior funções consulares. Não pode ser assim. A carreira consular é de muita responsabilidade, porque é a continuação de todo o serviço administrativo que está dentro do país. E pretendemos que todos os nossos funcionários estejam bem formados. Neste sentido, nós pretendemos que se aproveite melhor o Instituto Superior de Relações Internacionais por forma a se preparar condignamente estes quadros e nós, diplomatas mais velhos, podemos inclusive leccionar nesta instituição, passando a nossa experiência. Muitos de nós estão na reforma e a experiência que colhemos no exterior e interior do país é importante transmiti-los à nova geração. Quem são os indivíduos que ocupam os cargos de conselheiros, ministrosconselheiros e secretários? Apenas pessoas ligadas ao vosso ministério ou contam com o

concurso de outras instituições? O Ministério das Relações Exteriores tem uma carreira em que a pessoa entra como adido por seis meses e depois é nomeado terceiro secretário. Fica quatro anos e depois é nomeado segundo secretário com concurso público sempre. E por aí adiante. Passam para primeiro, conselheiro e ministro-conselheiro, mas sempre com concurso público. É esta progressão que todo o diplomata deve fazer, só que hoje não se verifica isso. Até a nível do Ministério das Relações Exteriores nomeiam-se pessoas directamente como ministro-conselheiro e não conhecem nada de diplomacia, não fi zeram nenhum curso nem trajectória. Isto não pode ser. Há outros organismos que concorrem também para a diplomacia. Quais são estas instituições que também concorrem para a diplomacia? O Ministério da Comunicação Social com os adidos de imprensa e o Ministério da Cultura com os adidos culturais. E temos outras instituições afi ns, com os seus quadros, alguns dos quais são enquadrados como primeiro ou segundo secretários. Fala-se que são lugares reservados sobretudo para o pessoal dos Serviços de Inteligência Externa. É verdade? Eles fazem parte da carreira diplomática no desempenho das suas funções. É uma carreira muito especial. Já fui abordado por alguns colegas desta área que gostariam que houvesse uma integração. Eu não discordo porque até poderíamos prestar um melhor serviço e acho que é muito importante para o desenvolvimento da actividade diplomática. O Presidente da República dirige a política externa do país. A vontade deste tem às vezes suplantado as apostas do Ministério das Relações Exteriores para determinados países? Não vejo isso sobre este prisma. Como entender que muitas das vezes a aposta passe por pessoas que foram afastadas a nível interno, em cargos de governadores, da Polícia ou até mesmo das Forças Armadas, e são enquadradas nas missões diplomáticas? Nós, como ADA, já manifestamos a nossa posição. Entendemos que no global das chefias diplomáticas e consulares, que são

cerca de 90, dez por cento devem ser para embaixadores políticos. E estes que são nomeados directamente pelo Presidente da República como embaixadores extraordinários e plenipotenciários são, na verdade, embaixadores políticos. Isso existe em qualquer parte do mundo. Agora, é preciso dar oportunidade aos embaixadores de carreira poderem fazer a sua progressão e também serem chefe de missão. Penso que neste momento, a nova direcção do país está a pugnar por isso. Já há muitos embaixadores de carreira em postos de embaixadores extraordinários e plenipotenciários. Então já não se pode ver o Ministério das Relações Exteriores como o ‘vale dos caídos’? Acho que, com a nova direcção do país não podemos ver a coisa nesse prisma. Penso que estão a ser colocadas pessoas em países estratégicos, onde há uma maior actividade política e que requer exactamente a colocação de embaixadores de caracter político. A reforma dos embaixadores a que assistimos recentemente teve como base a idade ou fundamentos políticos, uma vez que ainda observamos alguns embaixadores já na casa dos 80 anos de idade? Os primeiros embaixadores a irem para a reforma foram os de carreira do próprio ministério. Fomos cerca de 70. Penso que agora chegou o momento de os embaixadores políticos também poderem ir para a reforma. Deve acontecer, se calhar, alguns já foram para a reforma. Foi por idade avançada, porque a lei diz que são 60 anos, mas na diplomacia, segundo prevê o Estatuto do Diplomata, os embaixadores podem ser jubilados. Neste momento, o Ministério das Relações Exteriores não tem cumprido isso. Quando fui para a reforma lutamos para que isso acontecesse, porque o embaixador jubilado é aquele que reúne determinadas características: tem que ser licenciado, ter uma carreira limpa feita no ministério sem quaisquer problemas, e continuaria a dar o seu contributo mesmo jubilado. Poderia inclusivamente cumprir missões no exterior do país por orientação do Presidente da República ou do ministro das Relações Exteriores. No fundo, queremos que os embaixadores de carreira tenha a possibilidade de fazer carreira e de chegarem ao topo. O indivíduo


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Grande Entrevista

O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

‘Temos que reduzir o pessoal das missões diplomáticas’ A crise financeira que se vive justifica o encerramento de muitas das embaixadas, como por exemplo no Canáda, mas mantemos uma em Kinshasa, na República Democrática do Congo, e do outro lado do rio, em Brazaville, uma outra representação diplomática. As escolhas foram bem feitas? Esse é um problema que deveríamos ter discutido melhor. A direcção do Ministério entendeu que a redução ou o encerramento de muitas missões seria o melhor, mas a ADA pensa que o que deveríamos e temos que fazer é a redução dos quadros previstos para as missões diplomáticas. Em muitas missões diplomáticas com oito ou 10 funcionários poderíamos ter quatro ou seis. Depois há ainda os problemas dos imóveis, porque se for fechado vai-se deteriorando. Portanto, se a direcção do país entendeu que a melhor maneira era encerrar, nós cumprimos.

que começa a carreira diplomática deve chegar ao topo e para isso é necessário que haja concurso público.

um indivíduo muito rigoroso, porque sou jurista e defendo o cumprimento da lei, não tivesse sido bem entendido.

Actualmente, ainda é possível ver alguns embaixadores do exercício das suas funções que já são quase octagenários. Há os casos de Hendrik Vaal Neto, Jaime Vilinga, Tony da Costa Fernandes, António Tavares e outros. Por outro lado, alguns mais novos já estão na reforma. Isso demonstra que este processo não tem sido pacífico? Na verdade não tem sido pacífico, até na própria direcção do ministério. Gostaríamos que as funções de secretário-geral e inspector-geral do ministério fossem ocupadas por diplomatas de carreira já com uma determinada idade que pudessem conduzir melhor os destinos do Ministério das Relações Exteriores.

O subsídio de reforma dos embaixadores não permite que vivam com alguma dignidade? Acho que a reforma permite que vivam com dignidade. Mas o problema não é esse. Penso que a nova direcção do país vai tomar algumas definições em relação. Vamos aguardar.

O embaixador já foi inspectorgeral do ministério? Fui inspector, sim senhor. Penso que cumpri muito bem o meu papel. Talvez por ser

Quando recebe um embaixador reformado? A volta de 500 mil Kwanzas. Havia informações de que alguns embaixadores tentaram apropriar-se de alguns bens do Estado angolano nos países em que trabalhavam. É verdade? Não se trata de apropriação dos bens. O Ministério das Relações Exteriores é que deve definir bem o que é que um funcionário diplomático ou chefe de missão pode levar. Isso deve ser definido no Estatuto do Diplomata para que não haja problemas maiores.

A nível pessoal, foi uma medida acertada? Do meu ponto de vista temos que reduzir o pessoal das missões diplomáticas, por forma a reduzirmos as despesas. Gasta-se muito dinheiro nas missões diplomáticas? Sim, gasta-se muito dinheiro. O funcionário quer casa, carro, paga-se água e luz. Entendemos que se deve discutir isso com a direcção do ministério. Somos de opinião que seja estipulado um salário e que ele encarrega-se das suas despesas. Não é assim que acontece? Não. Neste momento o ministério paga o salário, um percentual, a renda de casa, a água e a luz. Gostaríamos de inverter esta realidade. Como é que estipula esse percentual pago? Nas missões diplomáticas, de acordo com a região onde se encontram, é atribuído um percentual de 500, 800 ou mil por cento. Quem fixa é o Ministério das Finanças e é enquadrado dentro do orçamento de cada missão diplomática. Normalmente, os embaixadores e responsáveis de outras missões diplomáticas enquadram parentes seus, como esposas, filhos, sobrinhos e até outros parentes. Tem

conhecimento disso? Existe um decreto lei que estipula o pessoal que deve estar afectos aos gabinetes dos membros do Governo. É o pessoal de confiança e de uma forma geral colocam aí pessoas de família. Uma das coisas que reparamos é que isso tornou-se extensivo às missões diplomáticas e missões consulares. O decreto não diz isso. É preciso que o Ministério das Relações Exteriores estanque esta posição. É mau para a imagem do país. Ainda se assiste a isso hoje? É muito visível. Acho que a ADA, neste conselho de quadros que pretendemos participar ou nos conselhos de direcção onde se discute os direitos e deveres dos diplomatas, possamos dar a nossa opinião. Esta promiscuidade, se assim podemos considerar, é apenas nas missões diplomáticas ou até mesmo no próprio Ministério das Relações Exteriores? É visível no Ministério e nas missões diplomáticas. Há alguns meses apresentou uma

Eu penso que o ministro Manuel Augusto é, na verdade, um bom diplomata. Mas, em minha opinião, ele deveria ouvir mais os diplomatas mais velhos e aqueles que fizeram carreira dentro do ministério

queixa à Procuradoria-Geral da República relacionada com coisas que acontecem no Ministério das Relações Exteriores. Como está o processo? São coisas que tinham a ver com a minha actividade como inspector, mas isso está entregue às autoridades competentes e aguardamos que elas dêm o despacho final. O que pensa do ministro Manuel Augusto e da sua gestão à frente do Ministério das Relações Exteriores? Eu penso que o ministro Manuel Augusto é, na verdade, um bom diplomata. Mas, em minha opinião, ele deveria ouvir mais os diplomatas mais velhos e aqueles que fizeram carreira dentro do ministério. O que a ADA pensa é que o ministro Manuel Augusto e as pessoas que o rodeiam, principalmente as duas mais afectas, não são as mais indicadas. Refere-se concretamente a que entidades dentro do ministério? Refiro-me concretamente ao secretário-geral e ao director do seu gabinete. São pessoas muito jovens, não conhecem a realidade das missões diplomáticas. Muitas vezes chamamos atenção por alguma coisa que tenham feito, eles não acatam isso de bom grado. Dou-lhe um exemplo concreto: foram nomeados cônsules gerais interinos. Não podem ser nomeados. Isso é uma violação da Convenção de Viena sobre relações consulares. Não pode haver cônsul interino. A situação era diferente na época do ministro George Chikoty? Acho que a situação agora é pior. Surgiram no passado informações de que o então ministro George Chikoty havi supostamente colocado muitos parentes no Ministério das Relações Exteriores. É verdade e hoje se vive o contrário? É uma questão latente, por isso é que nós, a ADA, estamos a levantar questões em relação ao concurso público. Este concurso, para ser realizado tem que se clarificar tudo, porque os familiares destes ministros entraram como primeirossecretários, ministros-conselheiros. Que tipo de familiares são? Irmãos, filhos, primos e outra linha de familiares.


O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

23 direcção do Ministério vai ter que se sentar e negociar com a ADA. Nós somos o parceiro privilegiado do Ministério das Relações Exteriores. Não deve guardar nenhum rancor em relação ao presidente da ADA e dos seus responsáveis. Há algum rancor? Eu sinto que sim, porque o verdadeiro problema nestas eleições é precisamente a minha vitória. Porque os trabalhadores do ministério querem que eu seja o presidente da ADA. Se hoje fizéssemos uma eleição de todos os funcionários, eu ganharia por mais de 90 por cento. Mas, a direcção do Ministério, talvez por eu ser uma pessoa aberta, que faz críticas positiva, não seja bem vista.

Não há dúvidas de que o Presidente José Eduardo dos Santos jogou um papel importante na diplomacia angolana Os angolanos no exterior queixam-se quase sempre do tratamento que lhes é dado nas missões diplomáticas angolanas. O que se tem passado? É o problema da formação dos nossos diplomatas. Muitas das pessoas que estão a exercer funções no exterior não são diplomatas de carreira. Por isso, é que exigimos que haja concurso público, formação e que seja contínua. Para que os nossos diplomatas no exterior saibam desempenhar todas as suas actividades. Falo isso por experiência própria, porque enquanto diplomata no exterior eu ia às cadeias e noutros sítios. Aprendemos isso quando estamos na formação para diplomatas e é isso que falta. O diplomata não tem hora de trabalho e deve ir onde for necessário, mas para isso temos que lhes dar as ferramentas. Elas são dadas na formação. Quando entram para o ministério tem um curso de preparação durante seis meses, a estudar as convenções e todas as outras matérias do direito internacional público e privado, para que ele possa condignamente desempenhar as suas funções. É isso que a ADA exigiu e vamos continuar junto da direcção do ministério para que is-

so seja uma realidade. Como é que os angolanos o viam quando esteve a exercer funções em Roma? Eu não gosto muito de falar de mim, mas penso que os outros poderão fazê-lo. Estive na Itália e em Moçambique, posso dizer que vivia o problema de todos os angolanos com muito fervor. Qual é a imagem que os angolanos têm da nossa diplomacia? Pelo que tenho observado, há muita inquietação da comunidade angolana no exterior. É preciso reconhecer o papel dos angolanos no exterior. É preciso acompanhá-los, apoiá-los e ajudá-los em todos os domínios. Isto é fundamental para que possamos levar a bom porto a nossa diplomacia.

to privilegiada e os nossos diplomatas devem ter muita acuidade em toda a sua actividade na República Popular da China. O que pensou do encerramento de uma representação comercial na China? Sim, em Hong Kong. É uma praça financeira forte. Foi uma representação onde tínhamos muitos diplomatas sem necessidade. Por isso, digo que temos que rever o quadro de todas as missões diplomáticas. Na diplomacia gasta-se muito dinheiro. É preciso reduzir os gastos.

Portugal, Estados Unidos, Rússia e Cuba continuam a ser as prioridades da nossa diplomacia? Eu penso que sim. São países muito especiais e com muitas particularidades. Acho que a nossa diplomacia está atenta a isso e mantém esta posição.

Vai ser possível vender bem a imagem de Angola quando se reduz os adidos, de imprensa e cultural? O que está previsto neste momento é a cobertura regional. Não quer dizer que ao tirarmos um adido cultural de uma zona e coloca-lo noutra não vai haver cobertura. O adido que estiver num país próximo vai cobrir a outra área. O que é necessário é que os diversos adidos de imprensa ou cultural possam fazer estas coberturas regionais.

E como vê a viragem à China? A China é, na verdade, o novo gigante. É um país com o qual Angola mantém uma relação mui-

A ADA tem noção de quantos diplomatas já regressaram ao país no âmbito do encerramento de algumas missões diplomáticas?

Neste momento não temos o número exacto de funcionários que regressaram. Sabemos que regressaram muitos, outros hãode regressar e alguns que não terminaram serão transferidos para outras missões diplomáticas. Há outros que foram nomeados há mais de um ano e não seguiram. O que se passa? Penso que o problema é financeiro. Está-se à espera que se liberte a quota financeira para poderem avançar. Penso que dentro de poucos dias as direcções dos vários ministérios vão resolver a situação. Qual foi o período mais áureo da nossa diplomacia? O período áureo da nossa diplomacia foi, precisamente, nos anos 90-2000, em que se intensificou a actividade diplomática no sentido de se acabar com a guerra. Foi muito importante o papel desempenhado pela diplomacia. E é bom ressaltar aqui que o diplomata bem preparado pode acabar com uma guerra. Mas as ‘guerras’ no Ministério das Relações Exteriores não têm sido fáceis de se solucionar? Uma das funções do diplomata é a negociação. E penso que esta

Pensa desistir da queixa que apresentou à ProcuradoriaGeral da República? (Risos). São questões de um outro carácter. Só a ProcuradoriaGeral da República é que deve decidir. Estou disposto a ser ouvido, acho que tive que tomar uma posição porque senti um determinado período na minha vida. Achei que deveria tomar a posição que tomei. Mas isso é passado, agora devemos nos ater aos problemas da organização interna do ministério e defendermos os reais interesses dos diplomatas. Qual foi o papel de José Eduardo dos Santos para termos a diplomacia que temos hoje? Não há dúvidas de que o Presidente José Eduardo dos Santos jogou um papel importante na diplomacia angolana. Fui do tempo em que ele era o Presidente da República, interagi muito com ele porque fui encarregado de negócios em Roma. Acho que o papel dele foi determinante para terminarmos a guerra. E o que se reserva a João Lourenço para o país do futuro? Nós os diplomatas devemos ajudar o Presidente da República, João Lourenço, e o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, no sentido de desempenharem toda uma actividade diplomática condigna. E acho que estamos na linha correcta. O Presidente também está na linha correcta. O que é preciso agora é prepararmos os novos diplomatas para estabilizarmos a nossa diplomacia.


MUNDO

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O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

Mergulhador que salvou meninos da Tailândia é salvo após também ficar preso em caverna Um dos mergulhadores britânicos que ajudaram a salvar, no ano passado, os 12 meninos e o seu treinador presos numa caverna na Tailândia teve que ser resgatado de uma caverna nos estados unidos.

N

a Terça-feira, Josh Bratchley estava a explorar uma caverna inundada no condado de Jackson, no Tennessee (EUA), mas não conseguiu voltar à sua entrada. Bratchley ficou 28 horas preso no local até ser resgatado por colegas mergulhadores. Ele foi encontrado a esperar, calmamente, numa bolsa de ar. O britânico deveria ter retornado por volta das 15horas (horário do Tennessee) de Terça-feira. Como não apareceu, foi accionado o alarme. As autoridades foram informadas ainda na madrugada de Quarta-feira sobre o desaparecimento de Bratchley e mergulhadores de

diferentes lugares dos EUA foram ajudar na busca do colega. As equipas de resgate entraram no sistema de cavernas de 120 metros de profundidade por volta das 18:00, hora local, e Bratchley foi trazido de volta cerca de uma hora depois. “Ele estava acordado, alerta e orientado”, disse Derek Woolbright, um dos responsáveis pelo resgate. “O seu único pedido quando retornou foi que ele queria comer pizza”, acrescentou Woolbright. Edd Sorenson, um dos mergulhadores que participou no resgate do britânico, disse que a caverna onde Bratchley ficou preso é de paredes baixas e arenosas, e, por isso, perigosa. “Chegamos à bolsa de ar e, chocantemente, lá estava

Após incêndio de Notredame, Macron diz que Papa visitará a França

O

Presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta Quinta-feira que o Papa Francisco visitará a França em data ainda a ser definida, depois de o país ter sofrido um catastrófico incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris. “Falei ontem com o Papa por telefone. Obviamente, eu o convidei para vir, e ele virá no momento em que for adequado”, disse Macron. No início desta semana, o Papa Francisco expressou a sua tristeza pelo incêndio e agradeceu aos bombeiros que colocaram as suas vidas em risco para salvar a catedral secular e seus

ele, calmo”. “Ele apenas disse: ‘obrigado, obrigado. Quem é você?’”, contou Sorenson. Bratchley foi examinado por médicos que atestaram que ele estava “estável”. O britânico recusou tratamento adicional. Ex-membro da Associação de Resgate da Caverna Devon, no Reino Unido, Bratchley fez parte da equipa de especialistas em mergulho que ajudaram a salvar os 12 estudantes e o treinador de futebol da caverna inundada na Tailândia, em um Junho do ano passado. Os meninos da equipa de futebol Wild Boars foram passear pela província tailandesa de Chiang Rai com o seu técnico e terminaram presos dentro de uma caverna

Vista da caverna inundada do condado de Jackson, Tennesse, nos EUA

numa montanha. Ficaram 18 dias presos no local, mas foram todos resgatados com vida. na caverna da Tailândia, no ano passado Bratchley trabalha como meteorologista da força aérea britânica no País de Gales.

Ele foi condecorado pelo trabalho de resgate na Tailândia e entrou, em 2019, para a lista dos agraciados com o título da Ordem do Império Britânico, uma das principais honrarias do Reino Unido.

Grupo armado ataca base aérea controlada por Haftar no Sul da Líbia Nesta Quinta-feira (18), a organização Mundial da Saúde anunciou que ao menos 205 pessoas foram mortas e outras 913 foram feridas desde o início da ofensiva do exército Nacional Líbio (LNA) em Trípoli, região controlada pelo Governo do Acordo Nacional (GNA).

Papa Francisco e Macron

artefactos inestimáveis. O pontífice disse que estava ansioso para ver a catedral restaurada. O Vaticano disse estar disposto a oferecer ajuda técnica em restauração para ajudar a reconstruir Notre-Dame.

U

m grupo armado atacou nesta Quinta-feira (16) uma das principais bases aéreas no Sul da Líbia sob o controlo do marechal Khalifa Haftar, segundo informa uma fonte à Reuters. O ataque foi seguido por confrontos na Base Tamanhint, próxima de Sabha, uma cidade estrategicamente importante no Sul da Líbia.

No momento, não há mais informações disponíveis. Anteriormente, o Conselho de Segurança da ONU instou todas as partes num documento provisório para “diminuir imediatamente a escalada da situação, através de um cessar-fogo vinculado às Nações Unidas para assegurar completo e alargado cessar das hostilidades na Líbia”. Uma nova onda de confrontos na Líbia teve início no dia 4 de

Abril, quando Haftar ordenou o avanço das tropas para a capital líbia, com o objectivo de libertar o país do que ele chamou de terroristas. Como resultado, o LNA obteve controlo sobre as cidades de Surman e Gharyan, localizadas próximo de Trípoli. Após a movimentação, o GNA anunciou uma contra-ofensiva no dia 7 de Abril, baptizada de “Vulcão de Raiva”, para confrontar o LNA.


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MERCADOS

O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

BREVES

Mercado TAXA DE JURO Taxas de Juro Taxa BNA Libor uSd 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M euribor 6M Luibor 6M

Cot. 16/04/19 15,750% 2,638% 0,948% 0,001% -0,231% 16,230%

∆ Diária (p.p) 0,000 0,000 0,006 -0,004 0,001 -0,020

17,18% 17,12% 17,06% 17,00% 10/Abr

Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 16/04/19 dow Jones (euA) 26 452,66 S&P 500 (euA) 2 907,06 FTSe 100 (inglaterra) 7 469,92 iBovespa (Brasil) 94 333,31 cSi 300 (china) 4 085,79 Nikkei 225 (Japão) 22 221,66

∆ Diária (%) 0,257 0,051 0,444 1,343 2,774 0,237

Cot. 16/04/19 318,0989 1,1284 1,3051 112,0000 14,0205 3,9042

Cot. 16/04/19 64,05 71,72 1 272,60 14,92 2,57 293,90

∆ Diária (%) -0,385 -0,203 -0,435 0,027 -0,125 0,839

∆ Diária (%) 1,025 0,759 -1,104 -0,401 -0,695 -0,119

Luibor Taxas BNA Luibor o/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano

14/Abr

16/Abr

26 460 26 340 26 220 26 100 10/Abr

12/Abr

14/Abr

Mercado Cambial As incertezas nas negociações do Brexit penalizaram a cotação da libra. A cotação da moeda do Reino Unido, na última sessão, depreciou 0,43% ao fixar-se em 1,3051 USD por unidade da moeda.

1,132 1,129 1,126 1,123 10/Abr

12/Abr

14/Abr

16/Abr

Brent C rude F ut.

71,8 71,0

∆ Diária (p.p) 0,000 -0,020 -0,020 -0,010 0,000 -0,020

Mercado de Matérias-primas As expectativas dos investidores, de sucesso do acordo da OPEP, impulsionaram o crude. O WTI e o Brent reduziram 1,03% e 0,76% ao fixarem-se em 64,05 e 71,72 USD/ barril, respectivamente.

70,2 69,4 10/Abr

12/Abr

14/Abr

2,650 2,635 2,620 2,605 10/Abr

12/Abr

14/Abr

A china vai financiar a modernização e expansão do aeroporto internacional da capital de São Tomé e Príncipe, devendo as obras iniciar-se no final do ano, anunciou quartafeira em São Tomé o conselheiro económico e comercial da embaixada da china. Gao Jinbao anunciou o apoio financeiro do seu país no decurso da cerimónia de apresentação do projecto, que contou com a presença do primeiroministro Jorge Bom Jesus e dos membros da missão

governamental chinesa que se encontra em São Tomé e Príncipe para conclusão dos estudos técnicos da obra. Além da extensão da pista de 2170 para 2800 metros, o conselheiro da embaixada chinesa disse que o projecto contempla ainda a ampliação do parque de estacionamento das aeronaves, recuperação do sistema de iluminação, actualização do controlo de tráfego aéreo e do terminal de carga, entre outras intervenções.

16/Abr

Moçambique será a prazo um dos 10 maiores produtores mundiais de gás natural liquefeito Moçambique deverá vir a ser um dos 10 maiores produtores mundiais de gás natural liquefeito nos próximos anos, a par da Nigéria e da Argélia no continente africano, segundo uma nota de análise divulgada terçafeira pela empresa Globaldata. “dentro de alguns anos, cerca de 30 milhões de toneladas por ano estarão a ser extraídos, devido aos depósitos existentes na bacia do Rovuma, onde

foram já descobertos 125 biliões de pés cúbicos de gás natural”, pode ler-se no documento. A nota, que acaba por ser um apanhado do muito que tem sido escrito sobre o assunto, salienta que os intervenientes nos dois consórcios dos blocos Área 1 e Área 4 deverão dentro de pouco tempo anunciar as decisões finais de investimento, estando as despesas de capital estimadas em 40 mil milhões de dólares.

Angola realiza fórum de negócios sobre energias renováveis

16/Abr

Luibor 1 Ano Cot. 16/04/19 15,73 15,51 16,03 16,20 16,50 17,02

Mercado Accionista A divulgação de resultados trimestraispositivosdealgumasempresas, com destaque para as norte-americanas, impulsionou o desempenho dos índices bolsistas. O Dow Jones aumentou 0,26%, situando-se em 26.452,66 pontos, enquanto o S&P 500 fixou-se em 2.907,06 pontos, um incremento de 0,05%.

China financia obras de expansão do aeroporto internacional de São Tomé e

16/Abr

EUR / USD

Mercado DAS COMMODITIES Commodities WTi crude Fut. Brent crude Fut. Gold 100 oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. cobre Fut.

12/Abr

Dow Jones (EUA)

Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio uSd/AKZ euR/uSd GBP/uSd uSd/JPY uSd/ZAR uSd/BRL

Mercado Interbancário As incertezas nas negociações entre o partido Conservador e Trabalhista no Reino Unido poderá ter penalizadoasexpectativasdosinvestidores, com efeitos sobre a Libor GBP a 6 meses que aumentou 0,6 p.b., para 0,948%.

Libor USD 6 Meses

Luibor As taxas de juro no mercado monetário interbancário continuam a seguir tendência decrescente na generalidade das maturidades. A excepção registou-se na Luibor Overnight e a 9 meses que se mantiveram inalteradas, em 15,73% e 16,5%, respectivamente.

A cidade de Luanda será palco em Junho próximo de um fórum de negócios sobre energias renováveis, que se prevê venha a atrair mais de 200 investidores, disse uma administradora da Agência de investimento Privado e Promoção das exportações (Aipex) de Angola. Sandra dias, administradora da instituição para a área de Promoção e captação de investimento e Promoção das exportações, disse ao Jornal de Angola estar prevista, para já, a participação de

empresários alemães e israelitas, além dos nacionais. o fórum servirá para a Aipex para mostrar à comunidade empresarial o quadro geral da situação energética do país, incluindo a produção de energia eléctrica, os objectivos públicos dos investimentos no sector, as áreas prioritárias, o tipo de investimentos e os valores financeiros para o efeito. “com este evento, esperamos atrair o maior número de empresários


DESPORTO

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O PAÍS Sexta-feira,1 9d eA brild e2 019

“Eu encaro o jiu-jitsu como uma terapia” A atleta de jiu-jitsu da academia Aliança do Tatame de Angola (ATA), na categoria de faixa branca, cláudia dos Santos “cacau”, de 20 anos, falou a o PAÍS do seu percurso no mundo deste desporto. A lutadora, duas vezes campeã nacional, sonha um dia disputar uma prova mundial

texto de Kiameso Pedro fotos de Pedro Nicodemos

C

omo foi que tudo começou? A princípio treinava andebol, mas tive de parar por causa da escola, porque o horário não permitia. Comecei a praticar jiu-jitsu a convite de Yuri Alexandre para uma aula experimental. Gostei da aula, e a partir daí nunca mais parei. Qual foi a reacção dos pais quando decidiu seguir para este desporto de luta? A minha mãe gostou muito. Os meus familiares aceitaram normalmente, porque eu quando parei de treinar andebol, estava a engordar muito, razão pela qual tive de arranjar uma maneira de estancar a situação. O jiu-jitsu foi a solução. Comecei a dedicar-me aos treinos até hoje. Alguns atletas abusam desta arte marcial. Concorda com esta afirmação? Concordo. Por quê? Olha, esta arte exige muita responsabilidade. A maioria dos atletas, sobretudo do sexo mas-

É complicado, visto que é raro uma mulher praticar artes marciais, não é mesmo? Olha, as vezes chamam-me nomes

culino, não faz o uso correcto desta modalidade. Alguns dão-se ao luxo de lutar nas ruas normalmente. Não se compreende porque razão muitos pensam dessa maneira. Era bom que as pessoas soubessem que esta arte serve também para nos defender nas ruas.

Já participou em alguma prova internacional? Ainda não! Só a nível nacional. Já conquistei duas provas nacionais e arrebatei também uma medalha de prata e outra de bronze. Sempre sonhou ser uma lutadora? Não! Eu sempre quis ser uma atleta de andebol. Mas a escola não ajudou. Por isso optei pelo jiu-jitsu. E penso chegar mais longe e estou a caminho de dois anos nesta modalidade. Ainda sou nova. Antes de praticar o jiu-jitsu o que se deve fazer primeiro? O que tens feito? O atleta tem de fazer primeiramente uma preparação antes de partir para uma luta. Alongamentos são essenciais para que se evite possíveis lesões. Feitos os alongamentos, só assim se deve partir para uma luta/treino. Quem deve praticar o jiu-jitsu? Há pessoas que não devem praticar esta modalidade, porque isso não é para todos. A partir do momento que a pessoa faz a inscrição no sentido de fazer parte da nossa academia tem de se fazer acompanhar de um justificativo médico. Quais são as suas principais referências nesta arte? Se tiver internacionais, pode nos dizer... Só tenho nacionais. Anderson Gouveia, Yuri Alexandre (meu mestre), Evandra Pinheiro e Vedeza Zacarias. São essas as pessoas que mais aprecio. Ainda se lembra da sua primeira luta? Como foi? Já não me lembro! Foram muitas as lutas (risos).


O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

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1º de Agosto e interclube discutem o título da Taça de Angola no Pavilhão do Kilamba dANieL MiGueL/ARquivo

Interior, Alberto de Carvalho “Ginguba”, acredita que é possível a sua formação conquistar pela primeira vez o troféu. “Na verdade, quem chega à final tem obrigação de vencer e nós não vamos fugir à regra”, disse Ginguba. Nas hostes dos militares do Rio Seco, o técnico, Paulo Macedo, garantiu que o pensamento é a revalidação do título da segunda maior prova basquetebolística do país. Atleta do Interclube (azul) tenta passar pelo opositor do 1º de Agosto

Mário Silva

O Se fosse chamada a participar numa competição mundial neste momento qual seria a tua reacção? Na verdade, não iria participar por causa do estágio em que estou submetida na escola. Qual tem sido o feedback das amigas e dos amigos? Epá! (Risos) É complicado, visto que é raro uma mulher praticar artes marciais, não é mesmo? Olha, às vezes chamam-me nomes. Lésbica, por exemplo, tem sido o termo mais sonante, por parte daqueles que acompanham o meu trabalho. Mas eu não ligo. Não me importo com isso, porque o meu mestre ensinou-me que não devemos dar atenção àquilo que as pessoas dizem de nós. Temos de estar focados nos treinos e que o Jiu-jitsu é bom, sobretudo para a nossa saúde. Se tivesses que mudar algo nesta modalidade o que alterarias? Se tivesses competência para o fazer, claro! Nada, eu acho que está perfeito assim. Nunca lhe passou pela cabeça mudar de modalidade? Por exemplo, futebol, ténis, nunca? Nunca! Porque quero ser uma profissional na área. Estou a encarar o jiu-jitsu com muita seriedade. Conor McGregor, Katharina Araújo, dizem-lhe alguma coisa?

É o seguinte! Francamente, eu só acompanho as atletas da nossa academia. Esses nomes que acabou de citar agora não conheço. Mas pareceme que já ouvi falar deles. Conte-nos, tem conseguido conciliar a escola e a academia? Sim! Normalmente!

1º de Agosto, detentor do título, e o Interclube decidem hoje, às 18:00, no Pavilhão Multiusos do Kilamba, em Luanda, o título da Taça de Angola de basquetebol sénior masculino. Para esta final, os militares partem como favoritos à conquista do ceptro e a consequente revalidação.

Quais são as dificuldades que vocês encontram? São os patrocínios. Temos feito algum esforço. É nos campeonatos que aproveitamos para termos alguns patrocínios. Não conseguimos nenhum até ao momento

Barcelona e Sociedad agitam Espanha As equipas do Barcelona e da Real Sociedad protagonizam amanhã o encontro de maior realce da 33ª jornada da La Liga, às 19:45 (hora de Angola).

D

Palanquinhas jogam cartada decisiva do cAN dR

Quando ouve a palavra jiujitsu, qual é a primeira coisa que lhe vem na mente? Terapia! Olha, eu pelo menos encaro o jiu-jitsu como uma terapia, porque quando tenho problema em casa, a única maneira de resolver a situação é vir até à academia. Só me sinto bem quando venho treinar. Tem filhos? Deseja que algum dia o seu filho pratique essa arte? Não, não tenho ainda! Mas pretendo ter, claro. Quando tiver desejo que o meu filho pratique o Jiu-jitsu. Eu aceitaria se ele/ela enveredasse para esta modalidade, sem problemas.

Para isso, Emmanuel Quezada, Eduardo Mingas, Islândo Manuel e Hermenegildo Santos terão de entrar concentrados na quadra, porque o opositor em campo comandado por Gerson Domingos já demostrou nos jogos anteriores que não é uma “pera doce”. Mesmo reconhecendo o poderio da equipa central das Forças Armadas Angolanas, o treinador da equipa afecta ao Ministério do

epois de perder, por uma bola sem resposta, frente à Nigéria na Quarta-feira, a Selecção Nacional de futebol sub-17 decide amanhã, às 15:00, diante da Tanzânia o passe à outra fase do Campeonato Africano das Nações (CAN), prova que decorre na cidade tanzaniana de Dares-Salaam. Hoje, o combinado angolano às ordens de Pedro Gonçalves vai aproveitar a sessão para corrigir os erros cometidos no embate diante dos nigerianos. Aliás, Zito, atleta fundamental na manobra ofensiva da equipa, Osvaldo Capita e colegas sabem que o jogo frente aos anfitriões é de capital importância para aquilo que são os objectivos do grupo na competição. Por essa razão, os jogadores são obrigados a redobrar os esforços na sessão de treinos para conseguirem os três pontos e o apuramento para a outra fase do Campeonato Africano das Nações. Na jornada inaugural, a Selecção Nacional venceu, por 1-0, o Uganda com único golo apotando por Osvaldo Capita.

Cabo-verdiano nega participar em esquema ilícito na CAF

O

presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, desmentiu a sua participação num alegado esquema ilícito junto da Confederação Africana de Futebol (CAF) para benefícios pessoais na ordem de 20

mil dólares americanos. O desmentido do líder da FCF segue-se à publicação de uma noticia da Reuters, agência britânica de notícias, a denunciar a corrupção no seio da CAF que partiu do então secretário-geral, Amr Fahmy, e que acusa o presidente da CAF, Ahmad Ah-

mad, de depositar 20 mil dólares americanos em contas bancárias dos presidentes das Federações de Futebol de Cabo Verde e da Tanzânia, numa altura que os dois países disputavam as eliminatórias para o CAN’2019.


CLASSIFICADOS

emprego

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O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

imobiliário

diversos

A GRANDIOSA HOMENAGEM AOS HEROIS DO 4 DE FEVEREIRO DE 1961 Lista Nominal dos Participantes ao II* Concurso Nacional de Poesia em Homenagem aos Heróis do 4 de Fevereiro Atribuição de Troféu (Estatueta) por Categoria: • Concorrente mas velho • Concorrente mas novo

• Melhor estruturado • Melhor dupla

• Melhor titulo • Mérito e excelência

• Reconhecimento • Menção honrosa a uma escola

• Vencedor 500.000.00 Kz

AO VENCEDOR PARA ALÉM DA ESTATUETA SERÁ ATRIBUÍDO O PRÉMIO NO VALOR DE 500.000.00 KZ. AOS 60 MELHORES CLASSIFICADOS OS POEMAS SERÃO PUBLICADOS EM UM LIVRO.

NOME

HUILA

TÍTULO DO POEMA

João Bernardo Calepete

Kaluquembe

Os heróis não marcham lutam

Rosado doCarmo CarmoMiguel MiguelM’buale M’buale Rosa

BºBºBºComercial Comercial

A hora mas negra

Samunda Samunda

Lubango

O preço de um sangue

MALANGE Raúl Avelino A. Gomes

Bº Ritondo

A catana sangrenta dos heróis

MOXICO Miranda Lucas Garcia

Luena

Ainda guardo-vos na memória

Rosário Francisco Panzo

Luena

Nunca pensei

UÍGE Yamba Francisco

Uíge

Heróis esquecidos

HUAMBO Valentim Dumbo Chimbinde

Huambo

Vitória eterna

Daniel Lofa Wissi

Camussumba

Grito de um Heroi

NAMIBE Mahapi Emérito Mucuvale Mahapi

Moçâmedes

Lágrimas de um herói

KWANzA - SUL Domingos Andrade

Sumbe

Passos de sangue

Emanuel João dos Santos

Sumbe

O último pioneiro

Marcolino Gumbe Cayala

Sumbe

Angola é nossa terra

LUNDA-SUL

Carlos Silva

Txicumina

Saco roto

BENGUELA Belarmino Jorge

Lobito

A catana derramada do sangue de Angola

Domingos Chicamba

Bº Ekuikui II

A lágrima de um herói

Eduardo Domingos Tchisssinda

Bº 71

Bússolas solenes


Martinho Sassonga

Cubal

O heroísmo de um povo martirizado

KWANzA NORTE

António joão da Silva

Ndalatando

Uma rainha no mundo do esquecimento

LUANDA

Adilson Eugénio & Rodrigo João

Benfica-Belas

A História de um povo

Alberto José Massanda

Viana

Continência

Alcino Agostinho Pimpão

Cazenga

Relembrar

Amilton Sermão

Maianga

A voz

António K. Magito

Camama

Começo de uma guerra de paz

Avelino Dianguenza

Kilamba-Kiaxi

Causadores da paz

Azevedo Bosco

Bellas

Bravos guerreiros assim chamo-vos

Belmiro Ngola Mateus Luamba

Calemba - Maianga

Hoje Lembro de glórias

Bernardo Tchivela Hacombo

Estalagem - Viana

Nós somos o 4 de Fevereiro

Cláudio António Pitra de Barros

Cazenga

Lágrimas de 4 de fevereiro

Eduardo da Costa Jorge

Cazenga

Obrigado heróis do 4 de Fevereiro

Elizeu Gaspar Correia

Sapu 2 - Belas

Muito obrigado

Eugénio da Paixão Baptista

BºCaop C-Viana

Herois que resgataram a Liberdade

Fernando Artur Gomes

Cazenga

Um canto de ngoma por saudosos camaradas

João Samuel Tomás Herculano

Viana

A catana cheia de esperança

José Domingos Ngombo

Cazenga

Legado inspirador

Marinela José Esteves Caetano

Maianga

Lágrimas invisíveis

Manuel Zungula Lopes

Cacuaco

A luta pela nossa liberdade

Maurício Capunda Calembe

Cacuaco

Salvaram a mãe patria

Pedro Alexandre de Jesus Céu

Cazenga

Esperança do angolano

Pedro Belarmino Tiago

H. Ya Henda – Cazenga

Meu país minha pátria

Pinto Gouveia

Rocha Pinto

Vitória sangrenta

Raúl Márcio Manuel Sebastião

Bº Golf 2 – Belas

Caros heróis

Rodrigo João Baptista

Benfica – Belas

O dia da liberdade

Sansão Pedro João Francisco

Golf 2

Conta-me avô

Santos Calonbe Bala

Bº A. A. Neto - Cazenga

De olhos a liberdade

Sebastião Mateus Filho

Cacuaco

As catanas do 4 de fevereiro

Sebastião Augusto Salomão

Ngola Kiluanje Cazenga

Nativos

Sebastião Domingos Vunge

Cazenga

O amor a pátria

Sousa Amílcar Sebastião Ginga

Cacuaco

A morte não vos apaga

Teresa Chiloca Bamba

Golf 2 – Kilamba Kiaxi

Foram eles

Victória Branco Fonseca

Cazenga

Corajosos patriotas

Hermenegildo Simão de Oliveira

Maianga

Ases de victoria

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OPINIÃO

O PAÍS Sexta-feira, 19 de Abril de 2019

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RICARDO VITA

Sobre os Gilets Jaunes em França: o protestar do século XXI?

P

artindo de uma petição, o movimento dos Gilets Jaunes (Coletes Amarelos) cresceu nas redes sociais, ocupou toda a França e instalou-se no tempo até hoje; 5 meses depois. É a primeira vez que o governo francês é confrontado com um movimento social (de cidadãos) espontâneo que nasceu nas redes sociais. O protesto inicial, contra o aumento das taxas ligadas ao combustível, ampliou-se para os domínios social e político. O movimento apareceu em França em 28 de Maio de 2018 com uma petição intitulada « Para uma baixa dos preços do combustível nas bombas! », lançada no site de change.org por Priscillia Ludosky, uma mulher negra de 34 anos de idade. Bem que não tenha exigido nenhuma mobilização nas ruas, a sua petição recebeu 12.000 assinaturas até em Outubro, o que fez da Priscillia Ludosky uma ícone mediática. A petição ultrapassou a barra de um milhão de assinaturas no final de Novembro. Em 18 de Outubro, Jacline Mouraud, mulher branca de 51 anos de idade, até aí desconhecida, publicou um vídeo no Facebook, que se tornou rapidamente viral, no qual denunciava o aumento do preço do combustível, a multiplicação do número de radares ou de projectos de portagem (taxa cobrada pela utilização de auto-estradas) na entrada das grandes cidades. É hoje também uma figura mediática do movimento. Eric Drouet, um camionista de 34 anos de idade, lançou por sua vez um apelo no Facebook, intitulado « Bloqueio nacional contra o aumento do preço do combustível », para bloquear viárias vias rodoviárias de Paris no dia 17 de Novembro. A ideia era, para os manifestantes, encontrarem-se depois em frente ao pa-

lácio presidencial, o Elysée. O apelo foi massivamente compartilhado e replicado em versões regionais. E Ghislain Coutard, automobilista de 36 anos de idade, filmou-se no seu carro pedindo a outros automobilistas para pôr um colete amarelo no pára-brisa dos seus carros a fim de manifestar a sua vontade de ir protestar no dia 17 de Novembro. Milhares de pessoas seguiram o apelo e aí nasceu o símbolo do colete amarelo (gilet jaune em francês) que incarna o movimento. A partir desse 17 de Novembro de 2018, o protesto passou a organizar-se em torno de bloqueios de estradas e rotundas rodoviárias. O movimento tornou-se um ritual de todos os Sábados, já teve lugar 22 vezes e cada manifestação é chamada de « Acto ». O Acto XXII teve lugar no Sábado passado, 13 de Abril de 2019. O movimento dos Gilets Jaunes tem raízes no questionamento da política fiscal, num sentimento de negligência de uma parte do território francês e numa crescente desconfiança do funcionamento das instituições do país. A mobilização causou o ressurgimento da questão social como uma questão central da política francesa. Contestando o alto preço do combustível, o movimento passou também a exigir a implementação da democracia directa e participativa; uma frequente organização de referendos sobre as principais orientações sociais e a adoção do voto proporcional para as eleições legislativas. Exige ainda a introdução de um referendo de iniciativa cidadã (RIC), assim como se faz na Suíça. Tal sistema destina-se a permitir que a legislação seja aprovada sem passar pelo Parlamento. Não sendo nem estruturadas nem centralizadas, as reivindicações do movimento refletem aspirações muito diver-

sas que exprimem a cristalização de uma grande insatisfação sobre o poder de compra, cujo revelador foi o combustível. O movimento ainda é difícil de entender por causa de como se coordena: não tem líder reconhecido nem autoproclamado, é descentralizado, é horizontal. As manifestações mobilizam principalmente os habitantes das áreas rurais e periurbanas, mas se organizam sobretudo em centros de cidades, onde ocorrem vários episódios de violência. O último acto, o Acto XXII, do dia 13 de Abril, teve um número maior de participantes em comparação ao precedente, o Acto XXI; 31.000 pessoas contra 22.300 respectivamente, de acordo com o Ministério do Interior. O Acto da semana passada (Acto XXI) foi o que teve a mais baixa participação desde o início do movimento, mesmo se os organizadores contestam esses números (afirmando terem tido mais do que isso). O Acto I, o primeiro dia de bloqueio de estradas, auto-estradas e bombas de combustível, reuniu oficialmente cerca de 300.000 manifestantes em toda a França. A mobilização desse Sábado começou com uma tragédia: morreu uma manifestante, foi atropelada por um carro. Também houve 227 feridos, entre os quais sete gravemente, tanto do lado dos manifestantes como da polícia, e 227 pessoas ficaram sob custódia policial. A Amnistia Internacional criticou a conduta inadequada na gestão da situação pelas autoridades francesas e a ONU e o Conselho da Europa questionaram o uso de armas como FlashBall ou LBD (armas lançadoras de balas de defesa) e de granadas de mão. No Acto II, vários milhares de manifestantes colidiram com a polícia nos Champs-Elysées, em Paris, onde barricadas foram ergui-

das. Participaram 166.000 pessoas em todo o país e 630 ficaram sob custódia policial. O Acto III, o infame Sábado da guerrilha urbana que criou múltiplas violências, mobilizou oficialmente 136.000 pessoas em todo o país, entre as quais 585 ficaram feridas, 370 sob custódia policial e uma morreu atropelada por um caminhão. O Acto IV, também foi violento. Apesar dos apelos à calma e à mobilização maciça da polícia, apoiada por veículos blindados, surgiram confrontos em Paris e em toda a França. Houve 136.000 manifestantes em todo o país, incluindo 10. 000 em Paris, e cerca de 2.000 pessoas foram interpeladas pela polícia, das quais mais de 1.700 ficaram sob custódia policial. Os confrontos provocaram 264 feridos, incluindo 39 do lado da polícia, e duas pessoas perderam os olhos e uma a mão do lado dos manifestantes. Dada a magnitude do movimento, o governo francês teve que fazer algumas concessões concretas. Em 4 de Dezembro, depois de três semanas de protestos crescentes, o Primeiro-Ministro, Edouard Philippe, anunciou primeiro a suspensão durante seis meses do aumento das taxas do combustível, aliviou o controlo técnico de veículos e congelou as taxas do gás e da eletricidade durante o inverno de 2018. E o Presidente Emmanuel Macron anunciou depois outras medidas cujo custo foi estimado em vários bilhões de euros e começou a pensar em organizar o Grande Debate Nacional, um debate que chamou de « concertação de âmbito nacional que visa dar a palavra aos Franceses para abordar questões ligadas ao desenvolvimento de políticas públicas que os afectam ». Mesmo assim, as medidas foram consideradas insuficientes pela oposição e

os Gilets Jaunes apelaram a continuar o movimento, especialmente em Paris. Em 5 de Dezembro, o Presidente Macron anunciou a anulação do projecto do aumento do imposto sobre os combustíveis para o ano de 2019. Em 10 de Dezembro, anunciou o aumento do salário mínimo de 100 euros, um bónus de fim do ano isento de imposto, a isenção de imposto para as horas extras trabalhadas, a supressão do aumento da Contribuição Social Generalizada (CSG) - um imposto francês obrigatório - para os reformados que recebem uma pensão inferior a 2.000 euros. Em 18 de Dezembro anunciou oficialmente o Grande Debate Nacional que lançou depois, também oficialmente, em 15 de Janeiro de 2019. E esse Grande Debate Nacional já terminou, durou 3 meses. Nesta semana, no dia em que o Presidente Macron previa anunciar as suas conclusões sobre o Grande Debate Nacional e fazer outras propostas aos Gilets Jaunes, começou - uma hora antes do tão esperado discurso televisivo - o incêndio na Catedral de Notre-Dame de Paris. O Presidente adiou o seu discurso. Até agora, ninguém sabe se conseguirá ou não convencer este movimento que inventou há 5 meses a nova maneira de protestar adaptada ao século XXI. Porém, sabemos que o movimento já havia anunciado o seu Acto XXIII enquanto esperávamos o discurso do Presidente. Ricardo Vita é Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.


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