Agosto 2014
Farmácias que aumentem quota de genéricos vão receber incentivos EDOL: «Aqui não há generais, só há soldados» Ir de férias faz bem à Saúde
MY COOPROFAR Agosto 2014
EDITORIAL 04 Análise de mercado 06 Especial Saúde
Compromisso
13 Entrevista
A nova ordem mundial, comandada pelo setor de serviços, aponta o compromisso
14 Novos
com o cliente como um factor, cada vez mais, decisivo no sucesso das organizações.
14 Cosmética e Higiene Corporal
Este reconhecimento acompanha o Grupo Medlog há quase quatro décadas. O focus
16 Diagnóstico
no cliente está, sempre, no âmago do nosso perfil empreendedor. Cultivamos, por
16 Dispositivos Médicos 17 Éticos
isso, a satisfação do cliente como uma peça fundamental à engrenagem de um longo alcance.
22 Galénicos
A suportar esta estratégia está um trabalho exaustivo de bastidores, onde
22 Higiene Bebé 22 Higiene Oral
auscultamos as preocupações e registamos as necessidades dos clientes. É na
22 Homeopáticos
antecipação dessas necessidades que conseguimos marcar a diferença.
22 Interapothek
Fomos pioneiros no nosso setor de atividade – através da empresa Cooprofar -
23 Med. Não Suj. a Rec. Médica
a lançar um Manual do Cliente, destacando-nos pelo processo de partilha de
25 Nut. e Prod. à Base de Plantas 26 Nutrição Infantil
informação geral sobre os nossos serviços. Este foi um passo que distinguiu o Grupo pela sua transparência e traduziu-se no reforço da relação com o cliente.
26 Parafarmácia
Criar relações fortes, este é o nosso compromisso.
26 Químicos 26 Veterinária 27 Breves
Celso Silva Diretor Geral
Administração e propriedade: Cooprofar Rua José Pedro José Ferreira, 200 - 210 4424-909 Gondomar T 22 340 10 00 F 22 340 10 50 cooprofar@cooprofar.pt www.cooprofar.pt
Direcção: Celso Silva
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Coordenação Editorial: Natércia Moreira
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Produção Redactorial: Cooprofar Publicidade assessoria@cooprofar.pt 22 340 10 21
Publicação: Mensal Tiragem: 1500 exemplares
O Período de vigência das Bonificações decorre entre 1 de Agosto a 31 de Agosto, inclusive. Os Preços indicados estão sujeitos a alterações de acordo e devido as condições de mercado. Os Valores indicados são vingentes, salvo erro tipográfico. Aviso: Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico.
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/Análise de Mercado
Crescimento face ao período homólogo Crescimento Mercado Junho 2014 vs. mês homólogo
13,9%
14 12
4,6%
4
5,0%
4,1% 4,2%
Leiria
6
8,6%
7,8%
6,8%
2,3%
2 % 0
-8
Beja
Faro
Évora
Lisboa
Mercado Total
-6
Setúbal
-4
Portalegre
-2 Santarém
Dez
Coimbra
Nov
6,7%
Viseu
Out
Aveiro
Set
8,2%
7,3% 7,0%
Porto
Ago
Vila Real
-10,6
Jul Jun
-2,6 -6,4
-6,5
Mai
6,6%
Bragança
Abr
-0,6
-5%
-15%
Mar
Braga
Fev
Viana do Castelo
Jan
6,9%
9,9%
8,5%
7,4%
Castelo Branco
8
5%
-10%
10,2%
10
Guarda
10%
-10
Farmácias que aumentem quota de Redução da despesa feita à custa de genéricos vão receber incentivos cortes nos gastos com medicamentos As farmácias que aumentarem a quota de medicamentos genéricos vão receber incentivos financeiros, que serão ainda definidos no futuro, segundo um acordo assinado entre o Ministério da Saúde e uma associação no setor. O Ministério da Saúde vai atingir uma quota de mercado dos medicamentos genéricos de 60%, quando atualmente ronda os 45%. “Se passarmos a quota, isso pode significar uma poupança atingir uma quota de mercado dos medicamentos genéricos de 60%, quando atualmente ronda os 45%. “Se passarmos a quota, isso pode significar uma poupança de 100 milhões de euros para os utentes”, estimou o ministro Paulo Macedo. Caso a meta pretendida pelo Governo seja alcançada, os ganhos ou poupanças serão partilhados com as farmácias, mas só com as unidades que aumentarem a quota dos genéricos. Contudo, a regulamentação a este regime de incentivos ainda terá de ser objeto de regulamentação por parte do Governo. Para a associação, o importante é que “haja partilha de ganhos”, garantindo que “pelo menos as farmácias não são penalizadas” ao venderem mais medicamentos que são mais baratos. Para já, no âmbito do acordo assinado, avançam nas farmácias os programas de troca de seringas, a administração terapêutica de substituição opiácea e a vigilância da diabetes. Durante mais de um ano, estes serviços serão prestados sem quaisquer custos pelas farmácias, havendo uma avaliação dos ganhos que estes programas trazem à população. Com este acordo assinado, as farmácias recomeçam a trocar seringas, no âmbito da prevenção da transmissão do VIH/ sida a utilizadores de drogas injetáveis, um processo que já fizeram durante cerca de 15 anos.
O Observatório da Saúde alertou para o facto de a redução da despesa na saúde ter sido feita sobretudo à custa dos cortes na despesa com medicamentos e criticou as dificuldades crescentes de acesso aos fármacos. No Relatório da Primavera 2014, o Observatório Português para os Sistemas de Saúde (OPSS) reconhece algumas vantagens da intervenção do Ministério da Saúde relativamente à política do medicamento, mas sublinha que esta “não está isenta de efeitos secundários, alguns dos quais perniciosos”. O documento enaltece o aumento contínuo da taxa de penetração dos genéricos e a diminuição da despesa pública com medicamentos. Os técnicos do Observatório dizem ainda que é urgente remodelar o sistema de comparticipação e financiamento, considerando que este é um dos principais eixos de ineficiência do atual modelo de acesso e disponibilidade dos medicamentos inovadores aos doentes. O relatório alerta para o facto de a contração da despesa na saúde ter sido feita sobretudo à custa dos cortes na despesa com medicamentos, mas simultaneamente questiona como é possível continuar a haver um agravamento da dívida da saúde, quando o “equilíbrio financeiro foi a justificação para os cortes na saúde. Citando a “Síntese de Execução Orçamental” de abril de 2014, da Direção Geral do Orçamento, o relatório salienta: “O saldo do SNS no final de abril situou-se em -104 milhões de euros, representando um agravamento de 28,4 milhões de euros face a igual período do ano anterior”. “Estes dados não se constituem como exceção, mas sim como regra. Ou seja, o ritmo de agravamento da dívida da saúde mantém-se, grosso modo, inalterado, malgrado as regularizações periódicas de dívidas conseguidas pelo Ministério da Saúde”, acrescenta. O Relatório da Primavera 2014 indica ainda que a margem do setor da distribuição (farmácias e grossistas) reduziu 334,1 milhões de euros em apenas três anos, sublinhando que “o objetivo definido no Memorando de Entendimento era de 50 milhões de euros” e lembrando os casos de insolvência de farmácias.
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/Análise de Mercado
Bruxelas quer que farmácias portuguesas também aviem receitas médicas estrangeiras A Comissão Europeia enviou um pedido formal a Portugal para que notifique a plena aplicação da legislação comunitária que estabelece medidas para facilitar o reconhecimento de receitas médicas emitidas noutro Estado-Membro, ameaçando levar o caso a Tribunal. A diretiva em causa tem por objetivo aumentar a capacidade de os farmacêuticos compreenderem e aviarem as receitas emitidas noutro país da UE aos doentes que exerçam o direito à prestação de cuidados de saúde transfronteiriços, e exige que os países assegurem que as receitas médicas a utilizar noutro Estado-Membro incluam um determinado número de elementos que figuram no anexo da diretiva. Segundo a Comissão, até à data, Portugal e três outros países, designadamente Bélgica, Irlanda e Luxemburgo, não transpuseram, ou ainda não transpuseram totalmente esta diretiva para o direito nacional, não obstante estarem obrigados a fazê-lo até 25 de Outubro de 2013, pelo que lhes deu um prazo de dois meses para informar Bruxelas das medidas tomadas para a efetiva aplicação da lei. A não notificação de medidas adequadas pode levar a Comissão a submeter o assunto à apreciação do Tribunal de Justiça da União Europeia, adverte o executivo comunitário.
Europa investe 3,3 mil milhões de euros para a descoberta de novos medicamentos Acelerar o processo de descoberta de novos medicamentos em áreas onde não existem tratamentos 100% eficazes e para doenças que afetam milhões de pessoas na Europa e no mundo é o objetivo da Iniciativa Medicamentos Inovadores (IMI). A Comissária Europeia responsável pela Investigação, Inovação e Ciência, afirma que “um dos maiores desafios que enfrentamos é fornecer melhores medicamentos e tratamentos aos europeus e, ao mesmo tempo, diminuir os custos nos nossos sistemas de saúde”. Neste sentido, afirma a Comissária, “a cooperação entre os atores públicos e privados nos setores das ciências da vida pode ajudar a alcançar este objetivo”. Já o Presidente do Conselho de Governação da IMI e CEO da empresa farmacêutica UCB afirma que “a saúde vai ser um grande desafio económico para a Europa nas próximas décadas”, pelo que “a IMI é um investimento inteligente”.
Regime de comparticipação de medicamentos aprovado num diploma único PSD, PS e CDS aprovaram uma proposta que partiu do Governo para concentrar num único diploma o regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos. O texto final, agora aprovado, condensa num único diploma vários decretos de lei dispersos sobre o regime geral de comparticipação pelo Estado de medicamentos, não alterando em nenhum caso o custo dos medicamentos para os utentes. Foi ainda aprovada a transposição de uma diretiva da União Europeia que estabelece normas de acesso a cuidados de saúde transfronteiriços e promove a cooperação em matéria de cuidados de saúde transfronteiriços.
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Medicamentos: Peru reconhece alta vigilância de Portugal O ministro da Economia reuniu com os ministros do Transportes e Comunicações, Educação e Economia e Finanças do Peru e a visitou a Pharbal, farmacêutica do grupo AtralCipan. “Foi um dia no qual se mostrou a importância daquilo a que nós chamamos a diplomacia económica. É mais fácil construir relações comerciais e de investimento com países onde construímos uma relação política”, afirmou o ministro. Segundo Pires de Lima, “é já um dado adquirido que Portugal vai pertencer à lista de países que o Peru considera como de alta vigilância do ponto de vista de produtos de saúde, o que significa que o processo de exportação de produtos farmacêuticos de Portugal para o Peru vai ser notavelmente agilizado, em vez dos 18 ou 24 meses que atualmente as empresas farmacêuticas portuguesas tardam em certificar um produto para poderem exportar para o Peru”, disse. Assim, passam a “ser precisos apenas três meses, o que vai melhorar muito a capacidade de exportação desta indústria”. Atualmente, o setor farmacêutico português exporta para todo o mundo cerca de mil milhões de euros.
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/Especial Saúde
FÉRIAS COM SAÚDE
Férias fazem bem à Saúde
Ir de férias faz bem à saúde: reduz a pressão arterial, alivia o stresse, melhora a qualidade do sono e, de certa forma, rejuvenesce o corpo. Qual o destino de férias para retirar mais benefícios para a saúde: praia, campo ou montanha? Quais os produtos de primeiros socorros para levar na bagagem? A My Cooprofar dá-lhe a resposta.
A conclusão de um estudo realizado por um grupo de investigadores britânicos atesta que ir de férias contribui para reduzir a pressão arterial, aliviar o stresse, melhorar a qualidade do sono e, de certa forma, rejuvenescer o corpo e os benefícios podem sentir-se durante vários meses. A investigação desenvolvida no contexto do projeto «The Holiday Health Experiment» refere mesmo que os efeitos se prolongam por vários meses. O grupo de investigadores comparou a saúde de doze voluntários. Os participantes responderam a um inquérito sobre a sua saúde e estiveram ligados a monitores cardíacos para a medição dos seus padrões de sono, a sua resistência ao stresse, foram submetidos a testes psicoterapêuticos e aconselhados a seguir uma determinada dieta e estilo de vida ao longo do verão de 2013. Depois, metade dos participantes viajou para lugares exóticos, como Tailândia, Peru ou Maldivas durante duas semanas, ao passo que a outra metade ficou em casa, continuando a trabalhar. No final das férias, os investigadores conduziram uma
segunda série de testes clínicos e psicológicos, e os voluntários foram novamente a monitores cardíacos durante três dias. Segundo os resultados, a pressão arterial daqueles que saíram de férias diminuiu seis por cento, já a dos trabalhadores aumentou dois por cento, durante o mesmo período. Quanto ao descanso noturno, os viajantes apresentaram uma melhoria de 17 por cento e os trabalhadores perderam 14 por cento da sua qualidade do sono. Entre o grupo que viajou houve uma diminuição significativa nos níveis de glicose no sangue, o que contribui para a redução do risco de diabetes e obesidade. De acordo com os responsáveis pela investigação, a capacidade de recuperação de níveis de stresse dos que foram de férias aumentou 29 por cento, tendo-se registado uma queda de 71 por cento entre os que mantiveram a rotina. O projeto «Holiday Health Experiment» foi conduzido pela agência de viagens britânica Kuoni em parceria com o Nuffield Health, um dos maiores institutos de saúde do Reino Unido.
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Quem não tira férias pode ter depressão e outros males A pessoa que não se permite esta paragem necessária, provavelmente, está vivendo com stresse elevado, o que faz com que a glândula suprarrenal liberte hormonas, como adrenalina e cortisol, na corrente sanguínea. “Tais substâncias podem prejudicar o organismo como um todo, originando sintomas como queda de imunidade, alteração do sono, mudança do apetite, elevação da pressão sanguínea, diabetes, problemas vasculares e cardíacos, tontura e depressão, entre outros sinais”, adverte Cynthia Boscovich, psicóloga clínica pela Universidade de São Marcos e psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Winnicottianna (SBPW). Um profissional que não descansa é, em geral, um indivíduo ansioso e inseguro. “As consequências para sua saúde são óbvias: desgastes físicos e mentais, além do risco de doenças”, considera António Macedo, acrescentando que, além de parar, é recomendável realizar atividade física regular e seguir uma dieta equilibrada. “Tudo isso é importante para a saúde e, também, para o bom desempenho no trabalho. Na pausa, o indivíduo recupera do ponto de vista profissional e desenvolve a habilidade de limpar o cérebro de todos os pensamentos parasitas que o impedem de agir de forma focada e concentrada”, refere António Macedo. De acordo com o especialista, uns dias de descanso, renovam o funcionário e permitem uma melhora na performance. Para Fernanda Mion, é o momento em que os pensamentos desaceleram, a pressão arterial diminui e a qualidade do sono aumenta, proporcionando bem-estar. “Quando a pessoa está em franca atividade, o organismo é muito exigido e, dessa forma, atua no limite da força física e mental.” De facto, alguém que está exausto, com visível fadiga, dificilmente conseguirá exercer suas funções com qualidade – bem diferente do trabalhador feliz, produtivo e que atinge resultados. É o que mostra o projeto Holiday Health Experiment, conduzido pela agência de viagens britânica Kuoni em parceria com o Nuffield Health, um dos maiores institutos de saúde do Reino Unido: sair de férias contribui para reduzir a pressão arterial, aliviar o stresse, melhorar o sono e, de certa forma, rejuvenescer o corpo, benefícios que são estendidos por vários meses. Antes de partir, prepare-se! Pode dizer-se que férias é sinónimo de descanso, lazer e viagem. É um tempo dedicado a nós próprios e à família, e cujas expectativas são sempre fundadas na oportunidade para descontrair, conhecer novos lugares e aproveitar a beleza dos ambientes naturais. Naturalmente, ninguém espera ter problemas de saúde durante as férias, longe de casa e da assistência mais adequada. É, pois, importante reduzir qualquer risco que possa estragar umas férias de sonho. As medidas preventivas devem integrar o planeamento da viagem. Deve-se considerar o destino, a duração da viagem, os padrões de alojamento e de higiene alimentar e o próprio comportamento. Os destinos tropicais são uma opção frequente, o que corresponde maioritariamente a países em vias de desenvolvimento. Recolher informações sobre as condições sanitárias e o acesso a cuidados de saúde deve fazer parte dos preparativos para a viagem. Fazer um seguro de saúde em viagem é uma decisão sensata. Este seguro deve considerar o risco de saúde associado ao próprio destino, a possibilidade de precisar de cuidados médicos dispendiosos ou de difícil acesso e eventuais alterações no itinerário. Outro aspecto importante é confirmar a existência de convenções entre o país de destino e o de residência, e qual a sua abrangência. Se viaja de carro, leve o cartão de identificação do grupo sanguí-
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/Especial Saúde
neo. Se vai viajar de avião ou barco, evite os enjoos com a medicação adequada. Seja qual for o destino, não parta de férias com assuntos de saúde pendentes. Se estiver a fazer tratamento dentário, termine-o. Se usar óculos, leve um par extra. No caso de sofrer de alergias, é conveniente usar uma pulseira de identificação da condição atópica. É particularmente importante consultar o seu médico, antes de viajar, caso exista uma doença crónica. Patologias como as doenças cardiovasculares, inflamatórias intestinais, respiratórias crónicas ou a diabetes requerem cuidados especiais. Além da medicação e indicações médicas, o viajante deve obter informação sobre os serviços médicos no destino. Todos os medicamentos devem ser levados na bagagem de mão. Assim evita a sua perda ou o extravio. No destino, certifique-se que a qualidade da água é segura. Embora a água para consumo seja frequentemente engarrafada, o gelo colocado nas bebidas ou a escovagem dos dentes podem ser oportunidades de infeção por microrganismos. A qualidade dos alimentos e sua confeção são igualmente decisivas. Em caso de dúvida, evite os ovos, molhos e peixe, crustáceos e marisco. Os idosos, crianças e grávidas são mais vulneráveis às mudanças de clima, níveis de humidade e exposição solar. Recomenda-se a ingestão frequente de líquidos e proteção solar. Nos passeios junto ao mar, sobretudo em costas rochosas, use calçado adequado.
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/Especial Saúde
Qual o destino de férias para retirar mais benefícios para saúde? Praia, campo ou montanha? Escolher o destino de férias não é tarefa fácil. Pensa-se num local, nos preços, nas horas de viagem e, depois de tudo isto, pesam-se os pós e os contras e a decisão está tomada. Se esse é o seu caso, ponha mais um peso na balança, a sua saúde e o seu bem-estar.
Campo É sinónimo de ar puro e de tranquilidade, só pontos positivos para a sua saúde e até mesmo quem sofre de alergias respiratórias pode beneficiar do ambiente campestre. “Nesta altura do ano os níveis de pólen diminuem, logo, as crises de alergia são raras”, acrescenta o imunoalergologista. “No campo, há menos exposição ao sol mas mais riscos de picadas de insetos, como mosquitos, abelhas, carraças”, assegura Jorge Atouguia. Neste caso, como refere Pedro Martins, ”quem tem uma reação sistémica às picadas deve ter especial atenção”. Essas pessoas devem evitar piqueniques, não usar roupas coloridas, dar preferência às calças e mangas compridas e evitar perfumes e cosméticos muito ativos. Jorge Atouguia alerta também para o facto de em alguns destinos campestres poder não haver água potável, o que traz consigo riscos de variadas doenças. Por fim, o infecciologista refere ainda que “no campo, mas também na praia, há tendência para se cometer excessos alimentares” que podem ser prejudiciais. Montanha É o local ideal para quem quer passar umas férias rodeada pela natureza, com a vantagem de, nesta altura do ano, haver menos gente nas estâncias turísticas. Tem é de ter em conta que, em altitude, há menos quantidade de oxigénio no ar, e que a quantidade daquele gás que é transportada pela hemoglobina também decresce e, como tal, o organismo passa por um processo de adaptação. Durante os primeiros dias, a frequência cardíaca aumenta, o que pressupõe um grande esforço por parte do coração. “É o destino mais exigente do ponto de vista físico, sobretudo acima dos dois mil metros de altitude”, afirma Jorge Atouguia. Por este motivo, “quem tem problemas cardíacos e pulmonares deverá ter especial atenção”, aconselha o infecciologista. Se esse for o seu caso, faça uma avaliação clínica antes de partir para férias, pois poderá haver necessidade de ajustar a medicação. “Como os ácaros não se adatam muito bem à altitude devido à temperatura e à humidade, as pessoas que sofrem de alergias podem ir para a montanha, mas convém lembrar que, como o ar é mais seco, as vias respiratórias podem ficar desidratadas, o que pode desencadear algumas queixas, por isso, é importante que estejam atentas aos sinais de alerta”, refere Pedro Martins.
As férias, “de uma forma geral, são benéficas para a saúde, nem que seja só pelo facto das pessoas saírem das cidades e de ambientes poluídos”, sublinha Pedro Martins, imunoalergologista. Mas as vantagens não se ficam por aqui. “Passa-se mais tempo ao ar livre e as pessoas correm, caminham e nadam mais nesta altura”, acrescenta. No entanto, cada destino tem particularidades distintas, umas mais benéficas para o seu caso específico do que outras mas, como afirma Jorge Atouguia, infecciologista, o importante é escolher um destino que goste. “Ir contrariado é a primeira contraindicação”, afirma. Praia Este é o destino preferido dos portugueses quando se fala de férias de verão. “Uma ida à praia é sempre bem-vinda”, afirma Pedro Martins. Este especialista não encontra contraindicações neste destino mas aponta cuidados acrescidos para as pessoas que tenham urticária solar ou ao frio. “A primeira é provocada pelo sol e manifesta-se durante os primeiros dias de praia através do aparecimento de borbulhas, enquanto a segunda é provocada, neste caso, pelas baixas temperaturas da água do mar ou da piscina e pode manifestar-se através de babas mas também desmaios e falta de ar. A nível geral, as pessoas só devem apanhar sol no horário mais adequado e proteger a pele com protetor solar”, explica. Jorge Atouguia acrescenta ainda que “os idosos, as crianças e quem tem doenças debilitantes deve ter mais cuidados na praia, sendo que a hidratação constante é essencial”.
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/Especial Saúde
Farmácia do Viajante Altitude. Humidade. Temperatura. Micróbios. Stress. Fadiga. Fatores como estes fazem das viagens internacionais um contexto de adversidade para o organismo. Muitas mudanças ambientais e físicas conjugadas podem resultar num estado de saúde fragilizado. O que fazer?
Anti-histamínico tópico Permite tratar zonas afetadas pelas picadas de insetos. A menos que a área seja muito extensa, opte por um gel ou emulsão. Proteja as áreas afetadas da exposição solar e não aplique em feridas. Os efeitos secundários incluem ardor e risco de hipersensibilidade. Estão contra-indicados em caso de gravidez e amamentação. Se o problema persistir, terá que recorrer a outro tipo de medicamento, sempre sob supervisão médica: um corticosteróide tópico.
A resposta pode estar em objetos tão simples como uma pinça ou num saco de gelo instantâneo, mas também em medicamentos básicos ou fármacos específicos relacionados com o destino e a duração da estadia. Encontra, de seguida, objetos essenciais e fármacos de venda livre que podem ser úteis em situações SOS. Soro fisiológico Útil na lavagem de feridas superficiais, na falta de água corrente limpa, e para lavar feridas mais profundas, em que não é aconselhado o recurso a água e sabão. É também ideal para a lavagem ou hidratação dos olhos e nariz, podendo ser utilizado por qualquer pessoa. “O ideal é comprar versões unidose, que se mantêm estéreis antes de cada utilização, caso contrário não deve ser aplicado nos olhos. O objetivo é estrear uma embalagem para cada utilização”, explica Cristina Azevedo, farmacêutica.
Analgésico, antipirético e anti-inflamatório Analgésicos e antipiréticos aliviam, respectivamente, as dores e a febre. Ambos os efeitos estão presentes tanto no paracetamol como no ácido acetilsalicílico. Contudo, como esclarece Cristina Azevedo, farmacêutica, “o paracetamol está contra-indicado a pessoas com insuficiência renal, indivíduos com problemas hepáticos e em casos de dependência do álcool”. “Já o ácido acetilsalicílico tem outras contra-indicações: casos de asma, úlcera péptica e doença alérgica e, no caso das crianças com menos de 12 anos, há risco de ocorrer síndrome de Reye, uma encefalopatia que pode provocar a morte”. Se a febre for o único sintoma aconselha-se a toma do analgésico e o mesmo se aplica se estiver em causa uma dor muscular. Se, quatro horas depois, a dor não ceder, pode alternar com um anti-inflamatório. O ibuprofeno, naproxeno e diclofenac são os únicos anti-inflamatórios não sujeitos a receita médica. Estão indicados para dores ligeiras a moderadas com inflamação e contra-indicados em caso de gravidez, aleitamento, doença inflamatória renal e úlcera péptica. Se verificar que os sintomas se mantêm ou agravam, deverá procurar um médico.
Anti-sético tópico No caso de feridas menos superficiais, lavar não chega – há que desinfetar. Para isso, a resposta mais comum são as soluções de iodopovidona dérmica. Podem ser utilizadas em crianças, mas com cuidado se a área de desinfeção for muito grande. Estas soluções estão contra-indicadas em caso de gravidez e aleitamento. Gotas oftálmicas emolientes Indicadas para problemas de vermelhidões e irritações nos olhos provocadas por poeiras, para lavar e hidratar. “Os produtos à base de água de hamamélis são uma alternativa ao soro fisiológico”, diz Cristina Azevedo, farmacêutica. Pode-se aplicar uma a duas gotas, no máximo, três vezes por dia. Para casos mais específicos, como a insuficiência lacrimal, leve a solução que lhe foi recomendada pelo seu médico oftalmologista e siga as suas indicações.
Antinfúngico “É usado para prevenir e tratar micoses, ou seja, infeções provocadas por fungos (denunciados por manchas ou pequenas borbulhas), normalmente ligadas a situações com água ou humidade. É o caso do pé de atleta, associado às piscinas e a uma má secagem dos pés”, esclarece Cristina Azevedo, farmacêutica. Se tem tendência para ter este tipo de problema, deve precaver-se com um creme ou um pó antifúngico e ir aplicando para prevenir
Descongestionante nasal Pode ser soro fisiológico, para crianças, ou água do mar isotónica, para crianças e adultos. Se estas soluções não resolverem a situação, existem vasoconstritores, em gotas ou nebulizadores.
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uma reinfeção. Caso queira tratar uma infeção instalada, os tratamentos duram, no mínimo, uma semana, pelo que se for fazer uma viagem curta poderá aguardar o regresso e só depois iniciá-lo.
Em relação aos possíveis efeitos adversos, «o carbonato de cálcio pode causar obstipação, enquanto o hidróxido de magnésio pode provocar diarreia. O hidróxido de alumínio, embora menos eficaz, tem menos efeitos secundários», acrescenta.
Sais de re-hidratação oral “Estão indicados para evitar a desidratação provocada por diarreias agudas e vómitos, mas também podem ser usados em situações de desidratação solar. O formato mais comum são carteiras de pó solúvel em água, tomadas após cada vómito ou dejeção diarreica”, explica Cristina Azevedo, farmacêutica. Caso não tenha total confiança na qualidade da água, ferva-a. Depois, espere que arrefeça antes de fazer a mistura ou os sais perderão as suas propriedades. Em caso de vómito, para garantir que o medicamento não é rejeitado, espere 30 minutos a uma hora para tomar a solução.
Laxante “Considera-se que uma pessoa tem prisão de ventre quando tem menos de duas dejeções por semana. Neste caso, é indicada a toma de um laxante», explica Cristina Azevedo, farmacêutica. Existem soluções em drageias, comprimido e clistéres entre outras. Em todo o caso, esclarece Cristina Azevedo, “deve-se tomar apenas o estritamente necessário até a situação se normalizar”. Protetor Solar Os protetores tradicionais são químicos e demoram algum tempo a atuar, pelo que devem ser aplicados pelo menos meia hora antes da exposição solar. Segundo Cristina Azevedo, farmacêutica, “existe também uma proteção física ou mineral, à base de óxido de zinco ou dióxido de titânio. Está presente nos produtos para crianças e na maioria dos destinados a peles intolerantes ou alérgicas. Neste caso, a pessoa fica revestida de uma camada branca e a proteção funciona imediatamente.” O fator de proteção mínimo recomendado é quinze, mas o ideal é ser superior e resistente à água.
Antidiarreico Trava a diarreia, mas só deve ser usado caso a dieta e os sais de hidratação não surtam resultados. “A diarreia é uma reação do organismo para expulsar um parasita ou microorganismo invasor. O risco associado aos antidiarreicos é o parasita ficar retido no organismo em vez de ser eliminado”, esclarece Cristina Azevedo, farmacêutica. Este tipo de medicamento só está indicado se houver mais do que três dejeções em 24 horas. Caso as fezes tenham sangue e a diarreia seja acompanhada de febre deve consultar um médico. Não deve ser tomado mais do que dois a três dias, caso contrário provocará obstipação. Está contra-indicado a pessoas com doença inflamatória intestinal, como a doença de Crohn.
Repelente de insetos Há várias soluções para afastar melgas, mosquitos e outros insetos. As mais comuns são os sticks e sprays, aplicados em todas as áreas expostas do corpo, evitando o contacto com olhos, nariz e boca. Segundo Cristina Azevedo, farmacêutica, o tempo de proteção é variável: «Normalmente são três horas, mas depende da concentração do repelente: quanto maior for, maior o tempo de proteção, mas maior também o risco de irritação cutânea», explica. Existem também à venda soluções de essências naturais mas, segundo a farmacêutica, a sua eficácia não está demonstrada cientificamente. Todos estes produtos, em particular os sprays, não devem ser usados por pessoas asmáticas.
Antiácido Neutraliza o excesso de acidez produzido pelo estômago. Segundo Cristina Azevedo, farmacêutica, “os mais eficazes têm carbonato de cálcio, mas também podem ser à base de hidróxido de magnésio ou de alumínio”. Destinam-se a tratamento imediato, pelo que deverá consultar um médico se sofrer sistematicamente de excesso de acidez gástrica.
Produtos de primeiros socorros para levar na bagagem - Fita adesiva - Ligaduras (não elástica e elástica) - Tesoura - Compressas esterilizadas - Termómetro - Preservativos - Seringas e agulhas esterilizadas - Pinça - Pensos rápidos esterilizados - Saco de gelo instantâneo - Luvas esterilizadas - Tampões para ouvidos - Artigos relacionados com o destino e duração da estadia (por exemplo, desinfectante para água e rede mosquiteira)
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/Entrevista
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Mostrou várias vezes preocupação em relação à redução do preço dos medicamentos e às taxas de IVA. Continua a ser a uma grande preocupação? Sem dúvida. Nos 35 anos que ando nesta vida nunca vi a indústria farmacêutica numa situação tão crítica. Porque o abaixamento progressivo de preços de medicamentos não é compatível com as exigências que nos são impostas. Para fazermos uma produção de medicamentos temos que gastar muito dinheiro diariamente e, se queremos ter medicamentos de qualidade, não podemos pensar que a indústria farmacêutica é uma instituição de caridade. Não é e nem pode ser.
EDOL: “Aqui não há generais, só há soldados”
Na sua opinião, e já a transmitiu várias vezes, o que faria? Modificava completamente as comparticipações dos medicamentos. Há pessoas que usufruem da comparticipação de medicamentos sem necessidade nenhuma. As comparticipações deviam ser em função dos ordenados e quem ficasse sem comparticipação poderia repercutir no IRS o custo dos medicamentos.
«Pela sua saúde trabalhamos mais e melhor». Desde 1952 que este tem sido o compromisso assumido pelo Laboratório EDOL, uma empresa que começou numa farmácia de Lisboa e que conquistou o respeito de todos nesta vasta cadeia que caracteriza a indústria farmacêutica em Portugal. Adotando um crescimento sustentado que não leva a cometer grandes loucuras, a empresa tem acompanhado os altos e baixos que a saúde enfrenta, assumindo um lugar de liderança no mercado de vendas no setor de oftalmologia e com uma sólida implementação em dermatologia. Definindo-se como uma empresa “humana e humanizante”, e familiar, de pessoas para pessoas, a EDOL orgulha-se de ter vindo a passar pela crise financeira e económica que nos envolve, sem ter dispensado qualquer colaborador embora atento a contenção de custos. É uma empresa virada para o mercado global, 100% portuguesa. Às diferentes gerações que se cruzam nos corredores da farmacêutica que conta com mais de 120 trabalhadores, une-as um propósito comum. Não é raro ver a administração descer à fábrica, sempre que é “preciso um reforço para embalar ou etiquetar”. “Aqui não há generais, só há soldados”, garante o presidente, Carlos Setra.
Como é que tem visto o desempenho deste ministro da Saúde? Este ministro da Saúde tem tocado numa área de que há muitos anos eu reclamava. É muito fácil a um ministro vir tocar à porta da indústria e dizer que têm que pagar mais não sei quanto. Mas mexer na corrupção existente na saúde, que é o que ele tem estado a fazer e muitíssimo bem, que é o maior cancro da saúde, evidente nos hospitais em muitas zonas e que representa um desperdício enorme.
Continua a ter a porta aberta na banca? Felizmente continuamos a ter a porta aberta mas somos cautelosos e não queremos criar situações que nos tornem depois a vida muito difícil.
A Edol tem sido referida como uma PME de Excelência porquê? Por causa dos colaboradores. São eles que permitem que a empresa atinja o que desejamos. Com a internacionalização debaixo de olho, o continente africano é o principal alvo. Angola, Moçambique, Cabo Verde e Marrocos são os destinos preferenciais das exportações, numa lista que inclui Benim, Etiópia, Costa do Marfim e Camarões, sem contar com outros países onde os produtos farmacêuticos ainda estão em fase de registo. A EDOL dá também um salto até ao Médio Oriente, chegando ao Iraque e ao Iémen. A maioria dos cerca de 60 produtos divididos entre as áreas de oftalmologia, dermatologia, dermocosmética e otorrinolaringologia são produzidos em Portugal, ainda que a quase totalidade dos componentes seja importada. Só as cápsulas, os produtos sólidos e as monodoses são fabricadas na Alemanha, devido aos altos custos de produção. 3,4 milhões de colírios, pomadas, geles oftálmicos, cremes, pastas, champôs e loções saem todos os anos do labirinto mecânico de linhas de produção do laboratório, em Linda-a-Velha, a escassos minutos das recém-inauguradas instalações corporativas, em Alfragide. O crescimento mantém-se como objectivo: além dos produtos que já levam o selo EDOL, e da comercialização para outras marcas, a capacidade produtiva disponível pode chegar aos 7 milhões de unidades, num único turno de oito horas de trabalho.
Para Carlos Setra, já há sinais de recuperação económica porque já caímos muito fundo. A Edol não despediu mas os efeitos da crise estão à vista. Exportar e novos negócios são palavras-chave da sobrevivência. Foi a crise a travou a conclusão das novas instalações? Pelo menos retardou. Inicialmente, estava previsto começarmos as novas instalações, vendermos as antigas e deslocalizarmos toda a produção para esta instalação. Infelizmente, até agora, não foi possível e a crise impediu a transacção do edifício antigo. Já chegámos à conclusão que é melhor não vender o edifício antigo e continuarmos. A sua sensibilidade como empresário mostra que já se sente a recuperação? Penso que sim. Já caímos tão fundo e ficámos tão em baixo que me dá a sensação que agora começa a haver um ligeiro aquecimento da economia e isso nota-se porque há mais viaturas a circular e gente a frequentar restaurantes.
Fonte: Económico e Visão
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/Especial Saúde
Alerta para doenças em férias Alerta de dengue
Em quatro anos, foram registados em Portugal 217 casos de malária, todos importados de países como Angola, Brasil, Moçambique, México, São Tomé ou Cabo Verde - onde vão de férias ou trabalham milhares de portugueses. Com a chegada do Verão, as autoridades de saúde reforçam os alertas. Em especial para quem vai ao Mundial de Futebol no Brasil, evento que junta pessoas de todo o mundo e decorre num país onde há malária, dengue e febre amarela. Carlos Araújo, diretor clínico da consulta de medicina do viajante do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), diz que “a maior parte das pessoas que vão para destinos turísticos não vêm à consulta”. Muitos só percebem os riscos quando regressam doentes e lhes é dito que deveriam ter tido cuidado com a água ou tomado uma vacina. A subdiretora geral da Saúde, Graça Freitas, alerta que “os portugueses têm de passar a ser mais responsáveis e perceber que, na preparação de uma viagem, escolher o hotel ou a praia é tão importante como ir à consulta do viajante”. Ana Leça, consultora da Direcão-geral da Saúde (DGS) nestas matérias, dá o exemplo da malária: “Na maioria dos casos, passa sem grande problema. Mas pode sempre conduzir a complicações e à morte”. A doença é de notificação obrigatória e os dados da DGS mostram que desde 2000, o número de casos anuais tem oscilado entre 40 e 80 (bem longe dos registos dos anos 70, em que chegaram a registar-se 4.664).
No topo das preocupações nacionais e mundiais estão outras doenças, como o sarampo - para a qual a população nacional está vacinada, mas pode não estar protegida -, a febre amarela - cuja falta de vacina pode até impedir a entrada num país com focos registados - ou a doença dos legionários, que registou 459 casos em quatro anos, mas cuja contaminação é mais difícil de prevenir.
Zonas de conflito a evitar
Além da saúde, a insegurança e os fenómenos climatéricos são fatores a ter em conta antes de viajar. Conflitos e guerras levam a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas a colocar em alerta elevado sete países, e mais 20 em nível moderado. As autoridades desaconselham deslocações para destinos como o Líbano, Israel ou República Democrática do Congo e pedem aos portugueses que aí vão que avisem as embaixadas do seu itinerário. Em zonas como o Congo, os cuidados de saúde também são muito precários e o seguro a fazer deve incluir “evacuação por ambulância aérea”. Na Índia, a “ameaça terrorista e a persistência de conflitos inter-religiosos e separatistas”, bem como o “aumento de agressões sexuais contra as mulheres, não só indianas mas também estrangeiras”, também requerem cuidados redobrados. Na região do Pacífico, o alerta é elevado em zonas turísticas como Bali, na Indonésia, onde, além dos desastres naturais e dos conflitos étnicos, as autoridades alertam para “casos de morte por envenenamento pelo consumo de bebidas alcoólicas artesanais”. Outros países como Moçambique - que não está numa zona de alerta elevado, mas acolhe muitos cidadãos nacionais - devem obrigar a medidas de segurança. No portal das Comunidades Portuguesas, são recordados os raptos em Maputo e os incidentes nas províncias de Sofala: “O viajante deverá procurar integrar-se, sempre que possível, nas colunas escoltadas pelas forças de defesa e segurança”. O Governo lembra ainda que o Verão é a época dos tufões e furacões nas regiões do Pacífico, das Caraíbas e do Atlântico. (Fontes: RCMPharma; Sapo Saúde)
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MY COOPROFAR
anticoagulante
JEVTANA®
diabéticos
gripe
hepatite C
app
nova comparticipação O Governo comparticipa novos anticoagulantes orais. Até agora os doentes com fibrilhação auricular, um tipo de arritmia cardíaca com risco elevado de AVC, tinham que pagar por inteiro estes medicamentos inovadores.
metade dos idosos vacinou-se As estimativas da Direcção-Geral de Saúde apontavam para uma adesão de 60% mas um relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge revela que só 49,9% dos idosos com mais de 65 anos recebeu a vacina contra a gripe na época 2013-204.
800 mil
doença pulmonar pelo tabaco O tabaco é a principal causa da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), que se estima afetar 14% da população acima dos 45 anos - cerca de 800 mil pessoas. É uma patologia de caráter progressivo, que leva à obstrução dos brônquios.
55%
não faz atividade física e desporto Portugal e Espanha tornaram-se países europeus mais sedentários, e encontram-se em terceiro e em décimo primeiro lugar, respetivamente, entre os 28 países da UE que menos atividade física e desporto fazem.
medicamento
diminuir até 100% contágio HIV O medicamento ainda não foi disponibilizado e haverá critérios para selecionar quem poderá utilizá-lo, dando prioridade a homens que têm relações sexuais com outros homens e mulheres transexuais, já que são os grupos de maior risco.
Infarmed aprova A Sanofi acaba de receber do Infarmed a aprovação da avaliação prévia do JEVTANA® (Cabazitaxel) em combinação com a prednisona ou prednisolona para o tratamento de doentes com cancro da próstata metastático hormono-resistente previamente tratados com regime que inclua docetaxel.
aplicação ajuda O projeto “Glück” monitoriza e analisa os níveis de glicose do sangue de portadores de diabetes tipo I e II, em tempo real. Segundo um dos criadores portuenses da aplicação, ela “é responsável por processar em tempo real os dados que lhe são transmitidos através de um sensor subcutâneo”.
hora do comprimido A PharmAssistant foi criada para chegar onde a memória não chega, com uma app e um dispensador de medicamentos que comunica com telemóveis através de Bluetooth e desencadeia alertas son.
reduzir preço em 14 países Catorze países europeus uniram-se pela primeira vez para negociar a redução do preço de um novo medicamento contra a hepatite C, o Sovaldi®, informou a ministra da Saúde da França, Marisol Touraine, avança a AFP.
emagrecer 5%
/Breves
antibióticos
resistência de volta à Idade Média O mundo poderá ser “lançado de volta à Idade Média da medicina” caso não sejam tomadas medidas para enfrentar a crescente resistência aos antibióticos, disse o primeiro-ministro britânico David Cameron. O governante anunciou a criação de um grupo para analisar por que tão poucos medicamentos do tipo têm sido criados nos últimos anos.
natalidade
taxa mais baixa da UE Portugal registou no ano passado a taxa de natalidade mais baixa da União Europeia, de 7,9 crianças por mil habitantes, inferior à de mortalidade (10,2), contrariando o aumento da população na Europa, revelam dados do Eurostat.
fome oculta fertilidade
humor e qualidade do sono Emagrecer faz bem para a saúde, mas também contribui para uma melhor noite de sono. Adultos obesos que emagreçam 5% do peso corporal total depois de seis meses relataram que dormem por mais tempo.
falta crónica de vitaminas e minerais Quando uma pessoa não ingere a quantidade de nutrientes que precisa para manter o bom funcionamento do organismo, pode desenvolver o que os nutricionistas chamam de “fome oculta”, problema caracterizado pela falta crónica de vitaminas e minerais, ingerindo alimentos com elevada densidade nutricional.
AVC
pessoas agressivas e cínicas mais propensas Ter sentimentos de agressividade, cinismo ou hostilidade pode duplicar o risco de um acidente vascular cerebral (AVC) em pessoas da meia idade ou em adultos mais velhos, revelou um estudo divulgado no periódico Stroke, da Associação Americana do Coração, revelando também que a depressão e o stress aumentam o risco de derrame cerebral.
vacinas infantis
autismo, leucemia ou cancro As vacinas infantis para o sarampo, papeira ou rubéola não causam autismo, revela um novo estudo, que conclui ainda que são raros os efeitos secundários graves associados à vacinação das crianças.
Porto pioneiro
anti-histamínicos
vacina neonatal Vacina para proteger o bebé antes de nascer está a ser desenvolvida no Porto Será a primeira vacina neonatal do mundo. É para ser aplicada às mulheres e, assim, evitar que os filhos recém-nascidos, ou na sua barriga, desenvolvam infeções que podem ser fatais.
efeitos anticancerígenos Anti-histamínicos interferem na atividade de células que suprimem resposta do sistema imunitário contra o cancro. Investigadores indicam que, pela primeira vez, um estudo revela que os anti-histamínicos têm um forte potencial anticancerígeno. 27
pílula pode afetar Cientistas do Hospital Universitário de Copenhaga mostraram que a pílula contraceptiva pode prejudicar, temporariamente, a fertilidade futura de uma mulher.
quimioterapia na infância
problemas cognitivos Um estudo preliminar do Instituto de Ciência do Cancro de Manchester, no Reino Unido, confirma as evidências de que os tratamentos de quimioterapia durante a infância podem gerar efeitos secundários cognitivos nas crianças que conseguem superar a doença, avança o PIPOP - Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica.
microchip
anticoncecional Bill Gates está a financiar uma ideia com potencial para mudar os métodos anticoncecionais femininos. Trata-se de um microchip, cujos testes se iniciarão em 2015 e que pode chegar ao mercado em 2018. Este microchip, com capacidade para ficar 16 anos no corpo de uma mulher.