My Cooprofar Abril 2020

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Edição Especial Covid-19

abril 2020

OBRIGADO!

#vaificartudobem

A bem da Saúde de todos mantenhamo-nos calmos, com uma atitude positiva, atentos e cumpramos as medidas de prevenção e segurança, pois o valor das pessoas e o valor da vida prevalecem sobre tudo neste momento.

EQUIPA COOPROFAR-MEDLOG

hospitais e profissionais de saúde

Laboratórios

DISTRIBUIÇÃO

COOPROFAR farmácia

Utentes FARMÁCIAS

www.cooprofar.pt



Prof. Doutor Delfim Santos Presidente da Direção

EDITORIAL

Papel da Cooprofar, das Farmácias e dos Farmacêuticos na Comunidade De todos para todos. Vivemos uma época única, inédita na vida de todos nós. A pandemia do Covid-19 ameaça não apenas a nossa saúde, mas o nosso modo de vida. Este é um problema global, de todos. Por este motivo, exige uma resposta de todos. Sem falhas! O Grupo Cooprofar-Medlog não fica indiferente às circunstâncias atuais. Fazemos parte de uma cadeia de distribuição perfeitamente integrada e harmonizada, que assenta em relações sólidas e de confiança. Se um falha, falhamos todos. A responsabilidade que carregamos é, hoje ainda mais do que sempre, de uma importância sem igual. Por este motivo, todo o Universo do Grupo – Equipa Cooprofar-Medlog, Fornecedores, Parceiros, Farmácias e Equipas das Farmácias – adaptou e ajustou os seus procedimentos internos, para que a cadeia se mantenha forte e inquebrável. Os processos nos quais estas mudanças tiveram efeito estão já a decorrer há várias semanas, desde o primeiro momento em que se identificaram os potenciais danos que esta pandemia poderia provocar. A Cooprofar tem introduzido e apelado a que todos adotem medidas preventivas, para minimizar os impactos no circuito do medicamento. Hoje, mais do que nunca, é fundamental garantir que a engrenagem não pare e que os Produtos de Saúde continuem a chegar as Farmácias e aos seus Utentes. Continuaremos a fazer o nosso papel em defesa da Saúde Pública, para que esta situação de exceção seja o mais breve e menos impactante possível. Este é um esforço de todos, para todos.


Análise de Mercado CRESCIMENTO FACE AO PERÍODO HOMÓLOGO Crescimento Mercado fevereiro 2020 vs. mês homólogo 20 18 16,2

16 14 11,9

12 10

-0,6

Viseu

1,0

Vila Real

Setúbal

Açores

Santarém

-0,8

2,2 0,8

Madeira

Portalegre

Leiria -1,2

3,8

Porto

Guarda

-2,1

0,3

Lisboa

Évora

0,4

Faro

-0,1

3,7 1,7

Coimbra

2,4

-0,6

1,3

Mercado Total

-4,3

Bragança

-4

0,1

Braga

-2

0,3

Aveiro

DEZ

NOV

SET

OUT

JUL

% 0

AGO

JUN

ABR MAI

MAR

JAN FEV -5%

2

Beja

4 1,3

Castelo Branco

6 5,5

5%

Viana do Castelo

8

10%

Comissão Europeia cria reserva comum de equipamentos médicos A Comissão Europeia decidiu criar uma reserva estratégica comum de equipamentos médicos para ajudar os Estados-membros da União Europeia a fazer face à pandemia de Covid-19. A primeira reserva europeia comum de sempre de equipamento de emergência médica – que será criado no quadro do «rescEU», o novo sistema europeu de resposta a desastres naturais – incluirá equipamento médico para cuidados intensivos tais como ventiladores, equipamento de proteção pessoal como máscaras reutilizáveis, vacinas e meios terapêuticos e material de laboratório. O executivo comunitário aponta que a reserva ficará depositada num ou mais Estados-Membros, ficando o concurso para a aquisição do equipamento a cargo de cada um desses Estados-Membros. A Comissão financiará 90% do custo da reserva, atribuindo ao Centro Europeu de Coordenação de Resposta de Emergência a gestão da distribuição do equipamento, “de modo que este chegue onde seja mais necessário”.

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CIRCUITO DO MEDICAMENTO Distribuidores querem plano de contingência específico A Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA) apelou às autoridades de saúde para definirem um plano de contingência para este setor, de forma a que uma eventual infeção num armazém não implique a sua paragem e consequente quebra de abastecimento de farmácias. "No que diz respeito ao plano de contingência, o que nos preocupa é que a nossa atividade assegura a continuidade de abastecimento, pelo que os nossos funcionários não podem parar a atividade. As nossas empresas adotaram planos com base nas recomendações, mas queremos que exista um plano de contingência específico das autoridades, para que no caso de infeção não seja colocada em causa a paragem de um armazém", afirma a ADIFA.

Necessária gestão de stocks As encomendas de medicamentos por parte das farmácias aumentaram devido ao surto de Covid-19, o que obrigou os distribuidores farmacêuticos a adotar medidas de gestão de stocks que assegurem o abastecimento. "Por um lado, as farmácias têm tido um pico de procura por parte dos cidadãos, por outro lado, são as próprias farmácias a fazerem atividade de prevenção e a aumentar os níveis de “stockagem”, o que é totalmente compreensível", afirmou a ADIFA, que de ainda nota de que vai reduzir a frequência das entregas para duas vezes ao dia, adaptando os recursos humanos, de forma a otimizar o serviço e mitigar risco de falhas. Segundo os responsáveis, esta gestão permite "aumentar a eficiência” e "garantir que a operação funcione de forma mais eficiente e limpa".

Farmácia única: Atendimento por postigo ou à porta

CORONAVÍRUS

As farmácias únicas nas localidades sem cobertura farmacêutica a um raio de dois quilómetros devem garantir o atendimento ao público por postigo ou sem entrada de utentes nas instalações. As farmácias podem pedir aos utentes que tirem senha e aguardem no exterior, para evitar o acumular de pessoas junto à zona de atendimento ao público. A entrega de encomendas deve ser feita sem entrada do funcionário do armazenista nas instalações da farmácia e deverão ser desinfetadas no exterior as caixas e medicamentos e produtos de saúde, antes de entrarem nas instalações. Nos casos de entregas ao domicílio, as farmácias comunitárias podem colaborar com os hospitais na entrega dos medicamentos ao utente. 5


Análise de Mercado

SEGURANÇA NA FARMÁCIA

Bastonária dos Farmacêuticos apela para que se cumpram regras A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos apelou aos portugueses para que cumpram as regras de segurança criadas para as farmácias, como, por exemplo, aguardar o atendimento no exterior, para se protegerem e proteger os profissionais. “Temos de ter uma corrente de bom senso e estar todos juntos nesta luta. Onde não existir postigo por favor cumpram as regras”, disse Ana Paula Martins.

Técnicos devem ter formação sobre doença A DGS avisou que todos os técnicos que fazem atendimento ao público nas farmácias devem receber formação apropriada, para estarem capacitados a informar adequadamente os utentes e esclarecer as suas dúvidas sobre a Covid-19, nomeadamente sobre a forma de transmissão do SARS-CoV-2, o seu período de incubação, as medidas a adotar de forma a evitar o contágio e o que fazer em caso de suspeita de infeção.

FARMÁCIAS QUASE SEM EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO A bastonária da OF informou que se vive uma “situação muito difícil nas farmácias”, que estão “a ficar sem máscaras, sem desinfetantes e sem luvas”. “O Governo está a comprar materiais para o SNS e não se pode esquecer das farmácias. Temos de ter proteção. Quando as máscaras aparecerem, (as farmácias) têm que ser contempladas ou algumas podem fechar”. Segundo Ana Paula Martins, a resposta que as autoridades têm dado a quem pede esses equipamentos é "peçam à Ordem dos Farmacêuticos".

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FARMÁCIA: NOVOS PROCEDIMENTOS

Medicamentos sem receita médica

Doentes Crónicos

A venda de medicamentos sem receita médica vai ser restringida nas farmácias para evitar a compra de "quantidades anormais" de fármacos, segundo uma norma conjunta do Infarmed e da Direção-Geral da Saúde (DGS), atualizada a 22 de março.

Já os doentes crónicos são alvo de um tratamento especial, estando previsto que possam aviar os seus medicamentos habituais, mesmo sem receita médica, como medida excecional no contexto da pandemia de covid-19.

Passa assim a caber às farmácias e aos locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica a adequação da quantidade de medicamentos disponibilizada aos utentes, em função da sintomatologia do caso concreto, da posologia e do tempo previsível de toma do medicamento.

A norma estabelece que o diretor técnico da farmácia, ou o farmacêutico por ele designado, "deve ceder a medicação necessária ao doente, de acordo com as suas necessidades e disponibilidade do medicamento em causa, para um prazo máximo de três meses".

Paracetamol: Vendas disparam As vendas de paracetamol dispararam nas farmácias e parafarmácias nos últimos dois meses e a Direção-Geral de Saúde decidiu racionar a dispensa do fármaco. A nova regra estabelece que a "dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica" seja restrita a "uma embalagem por substância ativa". O paracetamol é singularizado pela DGS, por ser um fármaco de primeira opção no tratamento da febre. "Deve ser dada especial atenção na observação desta orientação a todas as apresentações de paracetamol", lê-se na norma. O objetivo é evitar o açambarcamento de fármacos, sobretudo dos que podem ser usados no tratamento dos sintomas da infeção por Covid-19. Apesar destes cuidados, a DGS garante que não está em causa o abastecimento de medicamentos e que estas medidas possuem apenas um "caráter preventivo". 7


COVID-19 Especial Saúde

“A maior crise sanitária global no nosso tempo”

A Organização Mundial da Saúde classificou a pandemia de Covid-19 como “a maior crise sanitária global do nosso tempo” e apelou para que sejam realizados testes a todos os casos suspeitos. A OMS informa que verificou “um rápido aumento das medidas de distanciamento social, tais como o fecho de escolas e o cancelamento de provas desportivas e outras concentrações de pessoas”. Contudo, ainda não se viu “progresso suficiente nos testes, identificação de contactos e isolamento”, que são “o eixo da resposta” à pandemia.

Estado de Emergência Nacional O que é? Portugal decretou o Estado de Emergência Nacional. Trata-se de um regime excecional, previsto na Constituição. Ao seu abrigo, ficam suspensos alguns direitos, com a exclusiva finalidade de adotar as medidas necessárias para a proteção da Saúde Pública. O Governo pode, assim, adotar as seguintes medidas: • Confinamento compulsivo no domicílio ou em estabelecimento de saúde; • Estabelecimento de cercas sanitárias; • Interdição das deslocações e da permanência na via pública injustificadas; • Requisição de serviços e utilização de bens móveis e imóveis de unidades de prestação de cuidados de saúde, de estabelecimentos comerciais e industriais, de empresas e outras unidades produtivas; • Imposição da abertura, laboração e funcionamento de empresas, estabelecimentos e meios de produção; • Encerramento ou limitação às atividades de empresas, estabelecimentos e meios de produção; • Imposição a colaboradores de entidades públicas ou privadas de se apresentarem ao serviço e, se necessário, passarem a desempenhar as suas funções em local diverso, em entidade diversa e em condições e horários de trabalho diversos dos que correspondem ao vínculo; • Suspensão do direito à greve; • Controlos transfronteiriços; • Limitação ou proibição de realização de reuniões ou manifestações que, pelo número envolvido, potenciem a transmissão do novo Coronavírus; • Limitação ou proibição de realização de celebrações de cariz religioso e de outros eventos de culto que impliquem uma aglomeração de pessoas; • Proibição de resistir às ordens emanadas pelas autoridades públicas competentes.

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Portugal Casos confirmados

7 443

Casos recuperados

43

Óbitos

160

Suspeitos

52 086

(última atualização: 31/03/2020)

Testes – A importância da identificação precoce “Temos uma mensagem simples para todos os países: testar, testar, testar”. Foi assim que o Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde terminou a sua conferência de imprensa, no dia 16 de março. “Testem todos os casos suspeitos, se testarem positivo, isolem-nos e descubram com quem estiveram em contacto dois dias antes de desenvolverem sintomas e depois testem essas pessoas também". “Não pode combater um fogo com os olhos vendados. E não podemos parar esta pandemia se não soubermos quem está infetado”, concluiu o Dr. Tedros Ghebreyesus.

Prevenção – Fator crucial para reduzir hospitalizações É sabido que um dos maiores desafios relativos ao novo coronavírus se prende com o seu potencial de expansão, que aparenta ser bastante superior ao dos seus pares. Isto explica o crescimento exponencial da curva epidemiológica, que à medida que aumenta, induz nos serviços hospitalares uma pressão imensa. É este o motivo pelos quais o número de mortes tem tido um crescimento muito acentuado em países como Itália ou Espanha. À medida que o número de infetados a necessitar de hospitalização aumenta, os Serviços de Saúde aproximam-se da rotura, ou seja, tornam-se incapazes de tratar todos os doentes. Por este motivo, é fundamental reduzir o número de infetados e, consequentemente, o número de doentes que recorrem aos hospitais. Há duas formas de alcançar este objetivo: 1) Medidas de contenção para redução de contágio, através do distanciamento social; 2) Medidas de identificação precoce de doentes, através de testes.

Mais testes, menos hospitalizações Kit made in Portugal “Elevar a atual taxa de 1.000 testes para uma taxa de 3.000 testes por milhão de habitantes permitirá poupar mais de quatro milhões de euros, só em hospitalizações evitáveis, o que se traduzirá em menor pressão para o SNS, mais vidas salvas e menos oportunidades de contágio”, indica um estudo realizado na Faculdade de Medicina do Porto (FMUP).

O Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa criou uma versão própria de um kit de diagnóstico do vírus adaptando um protocolo para os testes desenvolvido pelos Centros para Controlo e Prevenção das Doenças dos Estados Unidos. Os cientistas do IMM adaptaram essa “receita” usando reagentes fabricados em Portugal. Os reagentes são essenciais a todo o processo dos testes, tanto na extração do material genético do vírus como depois na sua deteção nas amostras. Mas correm agora risco de se esgotar, uma vez que têm grande procura a nível mundial para os testes de diagnóstico.

O trabalho assumiu que pelo menos 7,5% dos testes teriam resultado positivo, uma taxa consideravelmente mais baixa do que a atual, que se se situa nos 15%. Os investigadores concluíram que investir em mais testes é uma “estratégia custo-efetiva, capaz de gerar poupanças diretas na ordem dos milhões de euros em hospitalizações”.

O IMM poderá produzir em breve 300 testes por dia e, mais tarde, chegar aos mil testes diários. 9


Especial Saúde

Centros de Rastreio em Portugal

Bragança

Vila Real

Braga Guimarães Santo Tirso

Guarda

Porto Vila Nova de Gaia Santa Maria da Feira

Castelo Branco

Leiria

Viseu Coimbra

Santarém

Torres Vedras

Portalegre

Mafra Lisboa

Évora

Cascais

Setúbal

Faro Beja

Objetivo Os Centros de Rastreio têm como objetivo verificar, através de uma colheita, a contaminação ou não de um indivíduo pelo novo coronavírus. Para isso, é feita uma zaragatoa nasofaríngea. Algumas destas unidades móveis funcionam em modelo “Drive Thru”, ou seja, o suspeito de Covid-19 dirige-se de carro ao centro e é submetido ao teste sem nunca sair do carro. A realização e análise destes testes são feitas com toda a segurança, conforto e fiabilidade. A grande vantagem destes centros é evitar que o indivíduo, potencialmente contaminado, entre em contacto com pessoas desprotegidas, diminuindo assim significativamente o risco de contágio.

Destinatários

Colheita e resultados

Os Centros de Rastreio Covid-19 APENAS atendem os casos suspeitos de infeção, previamente referenciados e encaminhados pelo SNS.

A realização do teste em si não demora mais de 5 minutos. Após ser feita a colheita, o indivíduo volta para casa e aguarda até os respetivos resultados lhe serem enviados (por e-mail), assim como às autoridades de saúde pública competentes, num prazo entre 24 e 72 horas.

Os indivíduos previamente referenciados devem, também, apenas comparecer no local à hora que lhes foi indicada, de modo a evitar filas e a aglomeração de pessoas.

Se o resultado for positivo, um médico entrará em contacto com o doente.

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Ibuprofeno e Covid-19 – O que se sabe Não há evidência de que agrave infeção A Autoridade Nacional do Medicamento indicou que não existe evidência clínica de que a toma de ibuprofeno esteja relacionada com o agravamento da infeção por coronavírus. “Tal como afirmou o porta-voz da Organização Mundial de Saúde, Dr. Cristian Lindemeier, numa conferência de imprensa recente, não existem dados clínicos que comprovem existir uma relação entre a toma de ibuprofeno e o agravamento de Covid-19”.

Automedicação desaconselhada A OMS recomendou que as pessoas que apresentem sintomas semelhantes aos associados à Covid-19, como febre ou tosse seca, não tomem ibuprofeno sem prescrição médica. O apelo surge depois de, no fim de semana, o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, ter desaconselhado numa publicação nas redes sociais o uso de medicamentos anti-inflamatórios, como o Brufen, afirmando que poderiam agravar a infeção dos doentes.

Doentes crónicos não devem deixar de tomar A Agência Europeia do Medicamento (EMA) apelou para que os pacientes que estejam a tomar ibuprofeno para tratar uma doença crónica não interrompam a toma sem conselho médico. A EMA acrescenta que "não há, atualmente, nenhuma prova científica que estabeleça uma ligação entre o ibuprofeno e o agravar da Covid- 19", afirmando também que vai estudar todas as novas informações que surjam.

Vendas oscilam Na sequência das dúvidas lançadas sobre o ibuprofeno, as farmácias portuguesas registaram uma quebra de cerca de 30% da segunda para a terceira semana de março, de 60 mil para 40 mil unidades diárias vendidas. A quebra aconteceu depois das vendas de ibuprofeno terem escalado dia após dia na semana anterior, ao passarem das 40.000 unidades, a de março, para um pico ligeiramente superior a 140.000, a 13 de março - uma variação a rondar os 250%.

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Indústria Farmacêutica

UE e indústria farmacêutica financiam novos tratamentos A União Europeia (UE) e a Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores, da Comissão e da indústria farmacêutica, lançaram um concurso para a apresentação de “propostas de investigação para desenvolvimento de tratamentos e diagnósticos em resposta ao surto de Covid-19”, num financiamento base de 45 milhões de euros. A Comissão afirma esperar um “compromisso de escala semelhante da indústria farmacêutica, para que o investimento total possa chegar a 90 milhões de euros”, mas esta verba do setor privado ainda não está acertada. O objetivo deste apoio é desenvolver novos tratamentos e métodos de diagnóstico para evitar infeções com o novo coronavírus, visando dar respostas mais rápidas a este surto e fazer testes de despiste mais rápidos, com recurso à tecnologia.

MEDICAMENTOS

Sem registo de falhas

Circuito deve ser protegido

As autoridades do medicamento da União Europeia estão a monitorizar o abastecimento de medicamentos por causa do Covid-19, apesar de ainda não haver falhas, e recomendam às empresas farmacêuticas a implementação de medidas de resiliência apropriadas.

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) reiterou a importância de “proteger e agilizar” a cadeia de produção e distribuição de medicamentos.

Relembrando que “à medida que a emergência de saúde pública se desenvolve, a escassez ou interrupções de abastecimento de medicamentos não podem ser excluídas", as autoridades recomendam que os fabricantes implementem medidas de resiliência apropriadas, como o aumento de ”stocks” ou o fornecimento duplo de produtos e materiais.

"É essencial e premente assegurar que os medicamentos e os dispositivos médicos para diagnóstico ‘in vitro’ chegam a todos os cidadãos, nomeadamente aos mais vulneráveis e aos doentes", indicou a Apifarma. "Assim, quer o fornecimento de matérias-primas necessárias a cada uma das unidades – seja por estrada ou por outras vias de comunicação –, quer a deslocação de pessoal essencial à produção, devem ser totalmente protegidas para evitar o estrangulamento de partes deste setor absolutamente estratégico para a prossecução dos fins dos Serviços de Saúde", concluiu.

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Indústria Farmacêutica

VACINAÇÃO

EMA estima 12 a 18 meses até comercialização

Bruxelas disponibiliza 80 milhões para laboratório alemão

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) estimou que “demore seis ou mais meses até potenciais vacinas poderem ser testadas clinicamente, a uma maior escala, e entre 12 a 18 meses até a vacina contra o Covid-19 estar pronta para aprovação”.

A Comissão Europeia disponibilizou cerca de 80 milhões de euros à CureVac, uma empresa inovadora de Tübingen, na Alemanha, para “amplificar o desenvolvimento e produção de uma vacina contra o novo coronavírus na Europa”. O executivo deu nota de que “nesta crise de saúde pública, é de extrema importância apoiarmos os nossos principais investigadores e empresas de tecnologia”.

Frisando que estes prazos são, normalmente, “difíceis de prever”, a EMA estima que “os testes clínicos deverão iniciar-se nos próximos meses”.

“Estou orgulhosa por termos empresas líderes como a CureVac na UE. A casa deles é aqui, mas as suas vacinas beneficiarão todos, na Europa e fora”, referiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A Agência Europeia do Medicamento aponta, ainda, ter “uma equipa a trabalhar sobre esta questão (...) para garantir as ferramentas regulatórias necessárias para acelerar a aprovação”, visando assim “uma resposta rápida ao Covid-19”.

Farmacêutica canadiana quer testar em humanos no verão

China anuncia primeiro ensaio clínico de vacina

A Medicago anunciou ter criado uma potencial vacina para o novo coronavírus. A biofarmacêutica canadiana vai sujeitar a partícula a “testes pré-clínicos de segurança” e conta “iniciar os testes da vacina em humanos neste verão”.

A China iniciou o primeiro ensaio clínico para testar uma vacina contra o novo coronavírus, numa altura em que vários países estão numa corrida para encontrar um tratamento eficaz contra o patógeno.

O processo começou com a identificação do gene do vírus que causa a doença Covid-19 e a empresa usa plantas na sua investigação.

Os 108 voluntários, todos entre 18 e 60 anos e oriundos de Wuhan, foram divididos em três grupos, tendo recebido as primeiras injeções no dia 20 de março. Serão agora acompanhados ao longo de seis meses.

Em vez de injetar o vírus em ovos para este se propagar, como outras empresas farmacêuticas, esta não usa um vírus vivo, mas introduz a sequência genética do vírus numa bactéria encontrada no solo que é absorvida por plantas da família da planta do tabaco.

O anúncio dos testes ocorre numa altura de renovadas tensões entre os Estados Unidos e a China sobre a pandemia.

Depois disso, a planta começa a produzir uma proteína que pode ser usada como vacina, que pode acompanhar eventuais mutações do vírus usando plantas novas.

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Sanofi oferece medicamento para tratar doentes O laboratório francês Sanofi informou estar preparado para oferecer às autoridades francesas milhões de doses do anti-palúdico Plaquenil, que podem potencialmente tratar 300 mil doentes, após testes considerados promissores em doentes de Covid-19. Na sequência de resultados promissores de um primeiro estudo, a Sanofi comprometeu-se em pôr o tratamento à disposição de França e a oferecer milhões de doses. O laboratório disse estar pronto para trabalhar com as autoridades de saúde francesas para “confirmar estes resultados”.

FRANÇA Arranca ensaio clínico europeu Um ensaio clínico para lutar contra a covid-19, que engloba quatro tratamentos experimentais, incluindo a hidroxicloroquina, utilizada no tratamento da malária, começou em França, anunciou o Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica (Inserm). O projeto, batizado de Discovery, envolve cerca de 3.200 pacientes em França, Bélgica, Holanda, Espanha, Luxemburgo, Alemanha e Reino Unido, tendo como objetivo “analisar a eficácia e a tolerância das opções terapêuticas para os pacientes num tempo limitado”. Em França, este estudo vai envolver 800 pacientes diagnosticados com a covid-19 e em estado grave. Os dados deste estudo vão ser partilhados com outro estudo internacional, Solidarity, que está a ser conduzido através da Organização Mundial da Saúde.

Teva envia 10 milhões de doses de antimalárico aos EUA A israelita Teva ofereceu 10 milhões de doses do seu medicamento usado para a malária, que pode ser eficaz no combate à pandemia de Covid-19, a hospitais norte-americanos. As primeiras seis milhões de doses foram entregues até 31 de março e as restantes serão entregues até final de abril. "Estamos comprometidos em participar nesta doação (…) pois a procura por este medicamento está a acelerar”, disse o vice-presidente executivo da Teva, Brendan O'Grady. A hidroxicloroquina, também usada durante décadas em doenças autoimunes como o lúpus ou artrite reumatóide, pode ter efeito na eliminação do vírus, revelou um estudo realizado no Hospital Universitário de Marselha. Segundo estes resultados, em 24 pacientes com o novo coronavírus, seis dias após o início do tratamento com Plaquenil, o vírus desapareceu em três quartos das pessoas tratadas. Com base nestes avanços médicos, a Teva diz também que fará tudo para acelerar a sua produção de hidroxicloroquina e que realizará pesquisas para ver se no seu amplo catálogo de 3.500 medicamentos outros podem ser usados para combater a Covid-19. 15


Indústria Farmacêutica

Laboratório Militar produz 2.000 litros de gel desinfetante por dia O Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF) aumentou a produção de desinfetante para fazer face ao expectável aumento de procura", tendo duplicado a produção para 2.000 litros. Para além deste aumento, tendo como objetivo conseguir “corresponder às solicitações do Serviço Nacional da Saúde, encontra-se em curso a aquisição de novos equipamentos e a constituição de uma nova equipa de produção", informa. Relativamente aos testes, o "procedimento laboratorial" do Laboratório de Defesa Biológica para a deteção do coronavírus "em amostras biológicas", está "na fase de validação junto do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)". Este processo "implica o envio para o INSA de cinco amostras positivas e cinco amostras negativas que, depois de confirmadas pelo Laboratório de Referência Nacional", darão "autonomia ao Exército para a deteção" do novo coronavírus. "Esta técnica laboratorial será efetuada com 'kits' comerciais, validados para a deteção do SARS-CoV-2, estando prevista nesta fase a capacidade para analisar 4.000 amostras", informa o Ministério da Defesa Nacional.

Takeda: Terapia derivada de plasma para tratar doentes A Takeda iniciou o desenvolvimento de uma globulina hiperimune policlonal anti-SARS-CoV-2 (H-IG) para tratar pessoas de alto risco com Covid-19, enquanto está a estudar se os medicamentos que atualmente comercializa podem ser eficazes para doentes infetados. As globulinas hiperimunes são terapêuticas derivadas de plasma que já demonstraram ser eficazes no tratamento de infeções respiratórias virais agudas graves e podem ser uma opção de terapêutica para o covid-19. A responsável acrescenta: “Identificámos ativos e capacidades relevantes em toda a empresa e esperamos poder expandir as opções de tratamento para doentes com covid-19 e para os profissionais de saúde que cuidam deles”, indica a farmacêutica japonesa.

NOVARTIS 20 milhões de dólares para apoio comunitário A Novartis Health Science Accelerator disponibilizou 20 milhões de dólares (18,5 milhões de euros) para apoiar as comunidades mais afetadas pelo novo coronavírus em todo o mundo, através Novartis Covid-19 Response Fund. Este apoio é para “iniciativas de saúde pública, destinadas a ajudar as comunidades a enfrentar os desafios colocados pela pandemia”, anunciou o grupo farmacêutico. Vão ser disponibilizados “apoios individuais até um milhão de dólares”, estando o fundo aberto para receber pedidos de apoio para o reforço de “infraestruturas de saúde locais e nacionais, incluindo o financiamento de mais pessoal médico, medicamentos e equipamentos médicos”, para o estabelecimento de “plataformas digitais para a recolha de dados relacionados com a Covid-19, assistência médica remotamente e disseminação eficaz de informação relevante sobre saúde pública” e para “criar ou reforçar programas de saúde comunitária específicos para dar resposta à pandemia”.

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Breves

SAÚDE MENTAL OMS defende reforço

COVID19ESTAMOSON.GOV.PT Governo lança novo site

O Governo português lançou um "site" na Internet com o objetivo de juntar numa plataforma única "todas as informações relevantes" sobre as medidas de prevenção e contenção do novo coronavírus. "Este site pretende ser um guia prático para apoiar cidadãos, famílias e empresas no combate aos efeitos causados pela Covid-19, dando-lhes a conhecer todos os apoios disponibilizados, bem como a documentação necessária para a efetivação dos seus direitos"

INFETADOS 30% hospitalizados

Cerca de 30% das pessoas contagiadas pelo novo coronavírus nos países da União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega foram hospitalizadas, das quais 4% apresentavam sinais de doença grave. O estudo acrescenta que, entre os países da UE/EEE, 4% dos casos confirmados de contágio pela doença covid-19 apresentavam sinais de “doença grave”.

#FIQUEEMCASA App ajuda cidadãos

Um grupo de médicos e informáticos juntou esforços e criou uma aplicação que "permita que as pessoas fiquem em casa, serenas, a cumprir a sua própria monitorização”. A informação que cada cidadão vai introduzir na aplicação "está a ser analisada por um algoritmo que as notificará no caso de detetar alterações significativas nos seus parâmetros vitais (temperatura, pulso) ou sintomas respiratórios.

O reforço dos cuidados de saúde mental durante a pandemia da covid-19 é essencial para dar resposta a necessidades emergentes e inevitáveis, associadas à deterioração do bem-estar psicológico, defenderam especialistas da Organização Mundial de Saúde. A saúde mental faz parte da resposta da saúde pública à covid-19”.

ÉBOLA E MALÁRIA Tratamentos podem ser aplicados

Os doentes internados em Portugal com Covid-19 podem ser tratados com os medicamentos da malária e do ébola ainda em investigação para uso no novo coronavírus, segundo a nova norma da DGS. Segundo os critérios de abordagem, os doentes internados em enfermarias que apresentem insuficiência respiratória ou evidência radiológica de pneumonia podem ser tratados com hidroxicloroquina ou cloroquina durante pelo menos sete dias.

DIABETES Não há falta de insulina

ENSAIOS CLÍNICOS Recomendada suspensão de recrutamento

O Infarmed recomendou a suspensão do recrutamento de doentes para participar em ensaios clínicos, sempre que estes “acarretem justificadamente” um risco adicional de infeção pelo novo coronavírus. Esta recomendação faz parte de um conjunto de “medidas excecionais” sobre realização de Ensaios Clínicos.

Três sociedades científicas na área da diabetes, farmácias e indústria farmacêutica garantiram que não há falhas no abastecimento de insulina e apelaram à população para adquirir apenas as quantidades de medicamentos de que realmente necessitam.

“Isolamento rigoroso" para >60 anos

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal defendeu o isolamento “rigoroso” para pessoas com “diabetes e mais de 60 anos”, por estarem no mesmo “grupo de risco dos idosos com mais de 70 anos sem patologias”.

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EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO Campanha oferece a hospitais A campanha lançada pelo movimento cívico SOS.COVID19.PORTUGAL "permitiu distribuir, equitativamente, entre o Hospital de S. João, no Porto, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e o Hospital Garcia de Orta, em Almada, uma grande quantidade de equipamentos de proteção individual, nomeadamente, 39.025 máscaras cirúrgicas, 3.000 máscaras FFP2 e 3.335 viseiras".


FCT 1.5M€ para Covid

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) lançou uma linha de financiamento para apoiar projetos e iniciativas de investigação e desenvolvimento que respondam às necessidades do SNS. Designado Research 4 Covid-19, este programa tem ainda a parceria da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica e é para projetos já em curso ou a serem desenvolvidos. Ao todo, há 1,5 milhões de euros disponíveis.

PROBLEMAS PULMONARES Anti-inflamatórios testados

Uma equipa de investigadores canadianos lançou um estudo para testar os efeitos de um medicamento anti-inflamatório, o Colchicine, no risco de complicações pulmonares e de morte associadas à Covid-19. Muitas pessoas infetadas com o novo coronavírus tiveram complicações respiratórias graves, e muitas morreram, devido a um fenómeno chamado "tempestade inflamatória".

VACINAÇÃO Prioritária para 1º ano

A DGS definiu como prioritária a vacinação recomendada para o primeiro ano de vida no programa nacional, lembrando que estas vacinas conferem proteção contra 11 doenças potencialmente graves. "A situação epidemiológica do sarampo a nível mundial não permite adiar".

ASMA A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) informou que, embora os dados sejam ainda escassos, estima-se que “a asma que não esteja bem controlada poderá contribuir para uma maior gravidade do quadro que se associe à eventual infeção COVID-19 em asmáticos”.

Avaliações por telefone

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar defendeu que os centros de saúde devem atender as pessoas de porta fechada, sendo as consultas substituídas por “avaliações sumárias” por telefone. “Apenas os doentes previamente contactados pelo seu médico e com situação clínica inadiável deveriam ser atendidos presencialmente”.

PGEU lança portal

Grupo Farmacêutico da União Europeia (PGEU) decidiu desenvolver uma área no seu portal para veicular informações e histórias de farmacêuticos comunitários que estão na linha de frente contra a pandemia Covid-19 em diferentes países europeus. Esta página vai disponibilizar todos os “recursos nacionais e internacionais desenvolvidos por farmacêuticos e associações de farmacêuticos dos Estados Membros”.

EAHP lança centro de recursos

Risco acrescido

MEDICINA FAMILIAR

FARMACÊUTICOS EUROPEUS

A European Association of Hospital Pharmacists (EAHP) anunciou ter compilado toda a informação relevante quanto ao novo coronavírus num centro de recursos, para que os farmacêuticos hospitalares disponham dos desenvolvimentos mais atuais sobre a pandemia e assegurem o melhor cuidado aos doentes.

OFTALMOLOGIA Consultas não presenciais

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) disponibiliza consultas gratuitas a doentes de oftalmologia, através da COESO – Consultórios de Especialistas de Oftalmologia. O Presidente da SPO, Fernando Falcão Reis, explicou que “com esta iniciativa pretendemos responder a questões colocadas pelos doentes, dar conselhos e orientações terapêuticas”.

Poderá consultar a lista de bónus em www.cooprofar.pt ou através da leitura deste código QR Code.

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SANGUE Apelo à gestão

A Society for the Advancement of Blood Management (SABM) realçou a importância da gestão de sangue do doente em tempos de pandemia, onde as doações e o fornecimento de sangue se tornam mais escassos. A entidade salientou ainda que “os princípios de gestão de sangue do doente são aplicáveis e necessários na prática quotidiana, e talvez ainda mais durante este período difícil”.



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