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Análise de Mercado

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Especial Covid-19

Especial Covid-19

Maio, mês do Coração

Maio é conhecido por ser o “mês do Coração”. Aproveitamos a ocasião para relembrar a importância de protegermos este órgão vital, principalmente neste momento tão delicado das nossas vidas. Com efeito, a pandemia provocada pelo novo coronavírus veio mudar os nossos hábitos e as nossas rotinas, introduzindo uma incerteza que poderá levar a situações de stress e, consequentemente, ao agravamento dos fatores de risco das doenças cardiovasculares. Aprenda a proteger o seu coração.

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O que são Doenças Cardivasculares?

As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte e são responsáveis por 29,5% das mortes em Portugal. Correspondem a um conjunto de doenças que afetam o coração e os vasos sanguíneos. Muitas das doenças cardiovasculares são provocadas pela deposição de gordura e inflamação das artérias, a chamada aterosclerose, das quais se destacam:

Doença Coronária Doença Cerebrovascular Doença Arterial Periférica

Para além da aterosclerose, as doenças cardíacas podem ter outras causas, tais como alterações do músculo cardíaco, alterações das válvulas, anomalias congénitas, arritmias, entre outras.

Principais Doenças Cardiovasculares

Acidente Vascular Cerebral Isquémico Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico Angina de Peito Enfarte Agudo do Miocárdio Estenose Aórtica Fibrilhação Auricular Insuficiência Mitral Insuficiência Cardíaca Falta de Ar Cansaço Dor no Peito Falta de Força nos Membros Assimetria da Face Alterações de Linguagem Palpitações Tonturas Desmaio Má Circulação

Sintomas

Fatores de Risco

Colesterol Elevado Hipertensão Arterial Excesso de Peso e Obesidade Diabetes Mellitus Erros Alimentares Sedentarismo Tabagismo Consumo Excessivo de Álcool Stress

Retrato do Risco Cardiovascular em Portugal

55% da população entre os 20 e os 79 anos apresenta pelo menos 2 fatores de risco;

Mais de metade da população tem excesso de peso ou obesidade; 40% sofre de Hipertensão Arterial; 13% é a prevalência de Diabetes na população portuguesa com idade entre os 20 e os 79 anos; 30% tem Colesterol muito elevado;

Um quarto da população portuguesa é fumadora.

Os tempos de quarentena provocados pela pandemia da Covid-19 são especialmente desaantes para a nossa saúde física e mental, pelo que é fundamental que tenhamos presentes os riscos que corremos para que possamos fazer-lhes frente. A incerteza e a dúvidas que o momento acarreta juntam-se à pressão levantada pelo isolamento, despertando em nós sensações de medo, ansiedade e, claro, stress.

Isolamento e o Coração

Especial Saúde

O stress pode ser denido como o “conjunto das perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por vários estímulos ou agentes agressores”. É algo indissociável do nosso dia-a-dia e, quando canalizado de forma correta, pode até ser positivo, levando-nos a um estado de superação e introduzindo energia positiva. No entanto, na realidade, na grande maioria das vezes, o stress surge de forma negativa, como resposta siológica a uma ameaça.

Stress associado ao Isolamento

No atual contexto de isolamento, o stress surge precisamente desta última forma, como resposta a medos, dúvidas, incertezas. Nunca nenhum de nós se viu obrigado a car em casa, sem a normal liberdade de sair. É mais um desao, mais uma pressão, mais um “ataque” ao nosso coração.

Coincidentemente, a quarentena que atravessamos cruza-se com maio, mês do coração. Para além da quarentena, também o stress se cruza com o coração, relembrando a preocupação necessária para qualquer sintoma.

Ouvir o coração

É sabido que o stress pode contribuir para despoletar ou agravar problemas cardíacos, uma vez que, entre outras consequências, faz subir a pressão arterial, diculta a cicatrização, torna-nos mais vulneráveis a ataques patogénicos exteriores. É, pois, fundamental estar atento aos sintomas e investir na PREVENÇÃO:

Abrandar o ritmo; Fazer exercício; Desabafar; Pensamento postivo; Intercalar o trabalho com outras coisas; Estabelecer prioridades e objetivos; Socializar, à distância.

Maio, Mês do Coração

Vem de há muitos anos a associação do mês de Maio ao Coração. Cada aniversário que passa a Fundação Portuguesa de Cardiologia tem assinalado este mês, em associação com diversas entidades, realizando diversas actividades dirigidas ao público em geral, salientando a importância dos diversos factores que inuenciam a saúde Cardiovascular. O combate ao Tabagismo, ao Alcoolismo, à Obesidade, ao Sedentarismo, e às doenças resultantes de comportamentos alimentares incorrectos, como sejam a Diabetes, a Hipertensão Arterial, as Dislipidemias, bem como o Stress constituem um tema escolhido especialmente para enfatizar em cada ano. As acções procuram a proximidade do público, a participação em grupos de trabalho especícos, a realização de actividades físicas que vão da dança aos vários desportos. Este ano, em face da fatalidade que tem vindo a abalar o mundo não nos é possível manter este gurino. Vamos ter que nos proteger, actuando à distância. Não haverá a tão importante vivência presencial, e com pessoas que, pelo isolamento que têm estado sujeitas, estão psiquicamente mais frágeis, tudo se complica. Como podemos ver pela gura ao lado, o Stress, a Ansiedade, a Depressão e o Medo são factores interdependentes, sendo por vezes muito difícil quebrar esse ciclo vicioso. Terá que haver por parte de todos uma grande força de vontade para se livrarem desta teia terrível. Mas para além do tratamento destas alterações do foro psicológico em que poderá haver necessidade de recorrer à ajuda de especialistas e eventualmente de alguns fármacos, não podemos esquecer o grande inimigo invisível e silencioso que nos rodeia. A Doença COVID-19. É indispensável mantermos todos as medidas preconizadas pela autoridades sanitárias, como sejam a lavagem frequente e correcta das mãos e o uso de máscaras protectoras, não apenas para a nossa protecção, mas de toda a população. Devemos lembrar-nos sempre que o maior perigo reside nos portadores assintomáticos, que pode ser qualquer um de nós. Mais vale prevenir quecomo diz a sabedoria popular. Por ser uma doença nova não há ainda conhecimentos sólidos sobre a sua propagação e patogenicidade. Há casos descritos em que o vírus se alojou no coração provocando infecções das estruturas cardíacas, com efeitos desastrosos. Estão descritos em crianças lesões coronárias ligadas ao vírus. Sabemos que há doentes de maior risco de contraírem a doença e que neste caso o prognóstico será mais grave, como é o caso dos doentes diabéticos, hipertensos e com insuciência cardíaca. Discute-se qual a relação entre algumas medicações crónicas, que os doentes tomam, e o vírus, mas ainda não há certezas. Portanto, o que podemos aconselhar neste momento, é que mantenham uma vida saudável sob o ponto de vista psíquico, mantenham a medicação habitual, caso tenham sintomas cardíacos, particularmente os doentes com patologia coronária conhecida, se tiverem dor no peito, com a sensação de peso, aperto, com irradiação para o braço esquerdo ou para as costas, que não ceda à colocação de um comprimido sublingual de Nitrogliceria, recorram ao hospital. Não podem ter medo do vírus, o vosso coração está primeiro.

J. Lopes Gomes (Presidente da Delegação Norte da FPC)

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