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vida como ela é!
from M&E 457
Sempre escutei que ninguém é insubstituível. Esta é a verdade mais nua e crua do mercado de trabalho. Mas, é verdade. Ninguém é mesmo insubstituível. A chegada de novos talentos movimenta o mercado, traz inovação e faz o setor crescer justamente alinhado às tendências que surgem pelo cami- nho. É o aviso de que novos tempos chegaram. Para muitos, de mais idade, é mesmo difícil acompanhar o ritmo das inovações praticamente obrigatórias para o desenvolvimento do setor, como é o caso da tecnologia. Mas temos algo que os jovens talentos demorarão muito para também conseguir: a vivência, a experiência e o legado.
Eu, com os meus 75 anos de idade e mais de 25 de Turismo, vi muitos amigos se despedirem. Tantos outros chegaram, ocuparam seus lugares e conseguiram tocar empresas, cargos e negócios. É realmente a vida. São as novas gerações que chegam atropelando o tempo e utilizando-se de toda a sabedoria da “Velha Guarda” para seguir em frente e perpetuar o sucesso daqueles que estiveram ali, no pontapé inicial, onde tudo realmente começou.
A nova geração nunca apagará os saudosos e belos capítulos que nós da Velha Guarda escrevemos para que o Turismo se tornasse o que é hoje, com esta pujança econômica e social capaz de movimentar mais de 50 atividades da economia. Devemos muito a gran-
TURISMO EM DADOS des nomes que já estão aposentados ou que infelizmente já se despediram de nós.
Nossa mais recente perda foi uma das grandes: Eduardo Vampré Nascimento, de 83 anos, fundador da Nascimento Turismo e presidente de grandes associações e entidades nos mais de 50 anos que se dedicou ao setor. Foi Personalidade do Turismo por mais de uma vez, premiação que era entregue anualmente pelo MERCADO & EVENTOS àqueles que faziam o Turismo acontecer. Lembro bem que, durante a premiação, Eduardo dizia que estávamos contando a história do Turismo.
Quem não conhecia Eduardo Nascimento? De grande coração! Um profissional respeitador, aberto, agregador, parceiro, inovador e que tinha um excelente relacionamento com o trade, inclusive com os grandes concorrentes. Sentiremos saudades! Eduardo Nascimento é mais um que entra no hall eterno das grandes personalidades do Turismo brasileiro, assim como Leonel Rossi, Paulo Gaudenzi, George Irmes, Michel Tuma Ness, Vitor Daniel, entre tantos outros que nos deixaram. Para Eduardo Nascimento e para todos aqueles que marcaram história, a nossa eterna gratidão.
Com carinho, Roy Taylor é presidente do Mercado & Eventos
Avante, mulheres!
Natalia Strucchi
Mais um dia 8 de março se aproxima e faço questão de aproveitar a data para levantar o debate sobre os direitos das mulheres e, principalmente, colocar em evidência todos os desafios que enfrentamos diariamente e só nós, mulheres, sabemos. Você dificilmente vai encontrar uma mulher adulta que não tenha passado por tristes - e corriqueiras - situações como diferentes tipos de assédio, desigualdade de tratamento em virtude de gênero e, em muitos casos, violência. É, meu amigo, você não gostaria de estar no nosso lugar, isso eu te garanto.
Por isso, o Dia Internacional das Mulheres (08/03) precisa sim servir como gancho para evidenciar pautas muito relevantes, entre elas a disparidade existente entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Apesar de competentes, somos poucas em cargos de liderança e muitas vezes preteridas na hora da contratação.
No Turismo, apesar de avanços, a situação não é muito diferente. O primeiro relatório da série, “Os números por trás das mulheres na liderança: Lazer”, realizado pela empresa de consultoria Aptamind Partners, com apoio Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), aponta que apenas 7% dos principais postos de liderança são ocupados por mulheres. O estudo baseou-se em dados publicamente disponíveis dos maiores grupos hoteleiros do mundo, cassinos e empresas de entretenimento, mostrando que a diferença de gênero aumenta quanto mais alto certo profissional sobe na carreira.
As pesquisas servem para comprovar o que já vemos na prática. Olhe ao seu redor, na sua empresa atual ou nas anteriores pelas quais passou. Qual era a proporção de mulheres ocupando a posição mais alta da hierarquia organizacional? Fazendo a lista dos novos secretários de Turismo em janeiro, percebi que entre todos os estados (26 mais o Distrito Federal), apenas cinco indicaram mulheres para comandar as pastas. Já o Ministério do Turismo voltou a ter uma mulher na liderança, ou seja, estamos caminhando, mas ainda há muita luta pela frente.
No que tange ao Brasil, o presidente Lula prometeu que o seu governo apresentará ao Congresso no próximo dia 8 um projeto de lei que vai equiparar os salários de homens e mulheres que exerçam a mesma função no mercado de trabalho. A ideia é exatamente combater a prática da discriminação de gênero no setor privado e público.
Em síntese, apesar dos pesares, temos que seguir em frente para acabar com toda a misoginia que segue enraizada na nossa sociedade. Com competência, educação e resiliência vamos, aos poucos, mostrando do que somos capazes. E, acreditem, não há limites para a nossa força!
Natália Strucchi é jornalista, pós-graduada em Relações Internacionais e diretora de Redação do M&E
Turismo brasileiro cresce 28% e fatura R$ 208 bilhões em 2022
O turismo brasileiro cresceu 28% e faturou R$ 208 bilhões em 2022, exatos R$ 45,4 bilhões a mais quando comparado a 2021. Só no mês de dezembro, início das férias escolares e período de alta temporada, o crescimento foi de 14,4%. Os dados são do levantamento mensal do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Todos os setores analisados pelo estudo registraram alta tanto na variação anual quanto no acumulado do ano. Destaque para transporte aéreo, que cresceu 65,2% em 2022, e 21% em dezembro. O faturamento de R$ 66,5 bilhões, em 12 meses, é R$ 26,3 bilhões superior ao registrado no ano anterior. O fim das restrições causadas pela covid-19, o aumento da demanda e a maior quantidade de assentos ofertados propiciaram este crescimento. Parte disso se deve à inflação das passagens aéreas que, no ano passado, tiveram reajuste médio de 23,5%.
Outro destaque ficou por conta do grupo de alojamento e alimentação, com incremento de 23,3% entre janeiro e dezembro do ano passado, faturando R$ 59,2 bilhões – um crescimento de R$ 11,2 bilhões em relação ao ano anterior.
Rodovi Rio Em Alta
De acordo com a FecomercioSP, ao longo do ano passado, percebeu-se a substituição do modal aéreo para o terrestre rodoviário. O setor encerrou o ano com alta de 13,9% e faturamento de R$ 34 bilhões –em dezembro, o crescimento foi de 12,9%. Além disso, houve uma mudança gradual do perfil do público consumidor, com famílias buscando destinos de curta e média distâncias, via ônibus ou veículo próprio, de forma a reduzir o custo médio da viagem. As demais elevações foram observadas no grupo de atividades culturais, recreativas e esportivas (16,7% no ano) e no grupo de locação de veículos, agências e operadoras de turismo (5,3%).
A expansão mais forte foi registrada ao longo do segundo semestre, consolidando-se ao entrar em 2023 no mesmo ritmo. Apesar das adversidades, o turismo será o grande destaque do ano, pois as famílias voltaram a fazer um planejamento de roteiro mais seguro, bem como as empresas estão ampliando os gastos com viagens e eventos, aponta a FecomercioSP. De acordo com o assessor técnico do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze, o ano de 2022 trouxe boas notícias para o setor, expressas na análise do faturamento e, especialmente, na identificação da importância das viagens tanto para a realização de objetivos empresariais (negócios e eventos) quanto para o bem-estar dos indivíduos (lazer).
“Integrar viagens aos orçamentos passa a ser uma característica das famílias brasileiras de classe C, ao passo que a busca por diversificação de mais destinos e segmentos se torna um atributo das classes A e B. O desafio para 2023 é ampliar a oferta de produtos e serviços com preços diferentes para atender a uma base maior de clientes e, possivelmente, atender ao mercado internacional, que pode voltar a considerar o Brasil uma opção”, afirmou Guilherme.