6 minute read
O nosso papel fundamental! A força do Turismo
from M&E 459
Roy Taylor
O Turismo tem um papel social e econômico fundamental. Se muitos que trabalham no setor não sabem da devida importância do nosso trabalho, imagina aqueles que não convivem com todos os imbróglios, desafios e conquistas do nosso dia a dia. Mais de 50 atividades econômicas são movimentadas diariamente por conta do Turismo. É um número que só traduz em realidade quando vemos de perto a nossa importância. Não tem aquele ditado: “Só damos valor quando sentimos falta”. E é exatamente isso!
Adivinha quem vai ser FUNDAMENTAL para a recuperação moral, social e econômica do Litoral Norte de São Paulo? Sim, o Turismo. As cidades de Bertioga, Caraguatatuba, Guarujá, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, por exemplo, devidamente afetadas pelas chuvas de fevereiro, terão de volta seu sustento e sua dignidade muito por conta das ações que poderes público e privado ligados ao Turismo estão preparando, embora saibamos que a tarefa não será fácil.
O Ministério do Turismo, por exemplo, anunciou benefícios excepcionais, via Fungetur, para atender os empreendedores dos municípios paulistas mais atingidos. Ao todo, o MTur repassou mais de R$ 150 milhões para a Caixa Econômica Federal com o intuito de priorizar às áreas afetadas. Neste caso, ponto para o governo federal. Entre os benefícios, por exemplo, estão a renegociação dos financiamentos concedidos aos empreendimentos situados na região, a fim de prorrogar seus períodos de carência e amortização em até seis meses.
Ponto também para a CVC Corp, que anunciou um grande pacote de medidas, em parceria com a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo (Setur-SP), com o Visite São Paulo e com a ABIH-SP, para ajudar socialmente e economicamente os municípios. O pacote de medidas inclui ainda um grande plano de mídia para a promoção da região em âmbito nacional; workshops com a hotelaria da região para que possam se capacitar; e o cadastro de novos hotéis e pousadas das cidades na plataforma do Grupo CVC.
E se depender do Turismo, vem mais por aí. Em entrevista ao M&E agora durante a AbavTravelSP, que aconteceu em Águas de Lindoia, o secretário de Turismo de São Paulo, Roberto de Lucena, anunciou que a BeFly e com outras plataformas deverão se juntar a CVC Corp para continuarmos com este trabalho de recuperação do Litoral Norte. Concordo com Roberto no sentido de ser um objetivo que temos que perseguir, estender as mãos e ajudar na recomposição do ambiente turístico.
É o Turismo fazendo o seu papel!
Roy Taylor é presidente do Mercado & Eventos
Natalia Strucchi
Em pleno ano de 2023 ninguém duvida da força do Turismo brasileiro. Contudo, cada novo número oficial divulgado serve para reforçar a importância e o peso que o setor tem para o país. Quer um exemplo? O Turismo foi responsável por um em cada dez empregos criados no Brasil durante o mês de fevereiro. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) indicaram que as atividades turísticas empregaram mais de 27,2 mil pessoas em todo o país.
De acordo com o MTP, o maior crescimento do emprego formal no mês ocorreu no setor de Serviços, no qual o Turismo está incluído, com um saldo de 164.200 postos. Ao todo, o país gerou mais de 241,7 mil empregos. Analisando as informações de forma mais detalhada, vemos que as empresas de alojamento e alimentação foram as que mais criaram empregos no mês de fevereiro no setor. Foram mais de 15,4 mil vagas formais geradas pelos dois segmentos. O saldo foi positivo também para o segmento rodoviário, com a criação de 6,3 mil postos de trabalho.
Somente São Paulo foi respon - sável pela criação de 9.898 postos de trabalho ligados ao Turismo em fevereiro. Os dados foram compartilhados pela Secretaria de Turismo e Viagens de São Paulo. Todas as atividades turísticas monitoradas tiveram saldos positivos em fevereiro, como o setor de alimentação, eventos e transportes. No acumulado de janeiro e fevereiro, foram 8.358 postos formais diretos no turismo. A previsão para 2023 é que o turismo gere 60 mil empregos em São Paulo ao longo do ano. O fato é que o Turismo é sim um dos grandes motores da economia do Brasil e se recebesse a atenção que merece, poderia ajudar ainda mais no crescimento e desenvolvimento do nosso país. O que não faltam são empresas e profissionais dedicados ao setor, mas ainda sim seguimos carentes de mais políticas de incentivo e medidas que facilitem a vida de empresários e trabalhadores. A verdade é que as ações de apoio ao Turismo não têm sido prioritárias e nas direções corretas. Nós temos uma vocação natural para o Turismo e precisamos de uma vez por todas, aproveitá-la.
Natália Strucchi é jornalista, pós-graduada em Relações Internacionais e diretora de Redação do M&E
Viajantes da Geração Z e classes C, D e E impulsionam turismo brasileiro no pós-pandemia, aponta Google
O turismo do pós-pandemia no Brasil está em ritmo de expansão com a entrada de novos viajantes. Passadas as restrições dos últimos anos, grupos de pessoas que, até 2020, não tinham o hábito de viajar agora estão mais dispostos a fazer as malas: uma nova pesquisa mostra que o número de pessoas que querem viajar cresceu 10% em relação ao período pré-pandemia. Além disso, o perfil do novo viajante é de pessoas das gerações Z e Baby Boomers, das classes C, D e E e, em sua maioria, moradoras das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
O estudo encomendado pelo Google à Offerwise entrevistou 1 mil brasileiros com idade a partir de 18 anos, que são viajantes habituais ou pretendem viajar neste ano. Além disso, a análise apresentada também recebeu o complemento de insights coletados a partir das pesquisas feitas por brasileiros Busca do Google no Brasil.
O aumento do interesse em viagens é puxado por brasileiros que, há três anos, não tinham o hábito de viajar, mas alimentaram essa vontade durante a pandemia e, neste ano, planejam pegar a estrada (+14%). A maior parte desse público é composta pela Geração Z (28%), faixa etária que representa uma fração bem menor entre o grupo de viajantes habituais (15%). Os maiores de 65 anos - representados principalmente pela geração dos Baby Boomers -também se destacam: 7% dos novos viajantes são dessa faixa etária que, por outro lado, representa apenas 3% dos turistas recorrentes. No recorte socioeconômico, o estudo revela a importância das classes C, D e E no reaquecimento do turismo brasileiro. Quatro em cada cinco novos viajantes (82%) pertencem a esses grupos. Entre os viajantes re
Foto: correntes, as pessoas com esse perfil socioeconômico compõem menos da metade (41%). Boa parte dos novos turistas são moradores das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
MENOS MOCHILEIROS, MAIS VIAGENS EM FAMÍLIA
Ao mesmo tempo em que um público de novos viajantes desponta no pós-pandemia, o número de mochileiros habituais que projetam viajar neste ano caiu 4% comparado a 2019. Essa queda, porém, é compensada por uma maior disposição entre os remanescentes desse grupo: 79% dos que pretendem viajar querem fazer com mais frequência do que antes da pandemia. A frequência das viagens em família também deve crescer, em especial aquelas compostas por crianças de até 12 anos.
Comparando os destinos de maior desejo pré e pós-pandemia, o estudo aponta uma tendência de interesse pelo Nordeste brasileiro (crescimento de 9 p.p. em relação a 2019), resorts e hotéis fazendas (+ 6 p.p.), cidades brasileiras com ecoturismo (+4 p.p.), países da Europa (+4 p.p.) e Ásia, África ou Oceania (+ 3 p.p.).
“A perda de poder aquisitivo e o aumento de custos fez com que alguns viajantes habituais pré-pandemia deixassem de viajar daqui pra frente”, afirma Aline Prado, líder de insights para o segmento de Viagens no Google Brasil. “Por outro lado, a vontade de explorar novos lugares após o confinamento imposto pela pandemia criou uma nova oportunidade para empresas do setor, com uma demanda superior aos níveis pré-pandemia.”
Buscas Por
Hospedagem Disparam
O Google também apresentou outras tendências do turismo com base em dados da Busca no Brasil. Os insights mostram, por exemplo, que o brasileiro saiu da pandemia mais preocupado com a hospedagem. O número de consultas por hotéis no Google quase dobrou (+97%) no Brasil no período de janeiro a fevereiro de 2022 em relação ao mesmo período de 2019.
Neste contexto, as buscas apontam tendências como o maior cuidado com a localização (as pesquisas por ‘bem localizado’ já cresceram 238% neste ano em relação a 2022) e decisões mais impulsivas (consultas por ‘hotéis perto de mim’ cresceram 412% no mesmo período). Na contramão, o interesse por aluguéis de alta temporada e Airbnb estão menores do que em 2019.
A análise dos dados de Busca revela ainda que o brasileiro está à procura de viagens mais curtas e em distâncias menores. Nos primeiros meses de 2023, as consultas por viagens de 3 dias cresceram 130% em relação ao mesmo período de 2022. No mesmo período, também cresceram 156% as buscas por rotas de até 250 km -- por outro lado, rotas com mais de 3.500 km caíram 77%.
Distâncias curtas levam a uma maior procura por transportes terrestres. Isso é comprovado pelo aumento das pesquisas por viagens de ônibus (+26%) e aluguéis de carros (+44%), na comparação com 2019. Por outro lado, as pesquisas por passagens aéreas, apesar de registrarem queda de 3% no período analisado, estão chegando aos mesmos patamares do período pré-pandemia pela primeira vez.
“As viagens terrestres são a bola da vez”, afirma Débora Bonazzi, head de negócios para o segmento de Viagens do Google Brasil. “Mais do que mostrar que a demanda por viagens está aquecida no Brasil, os dados deixam claro que há uma oportunidade de diversificação de negócios para as empresas do setor.”