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Fim das restrições 2.0

Roy Taylor

Foi só a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar que a Covid-19 não configura mais uma emergência em saúde pública de importância internacional, que podemos dar início ao “fim das restrições 2.0”. Embora todo mundo já estivesse de volta ao seu cotidiano normal, ainda existiam e existem restrições relacionadas ao segmento de viagens e turismo que aos poucos vão caindo por terra. Aqui no Brasil, por exemplo, a mais recente delas partiu da decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, de acabar com todas as restrições relacionadas ao embarque em cruzeiros marítimos na costa brasileira, embora continue obrigatória a notificação de casos suspeitos e confirmados de Covid-19, o que é justo e necessário.. No caso do nosso país, era uma das poucas restrições que ainda permaneciam em vigor, já que em outros modais, como o setor aéreo, por exemplo, as exigências ligadas ao Covid-19 já fazem parte do passado.

Em âmbito internacional, também temos grandes novidades. Os Estados Unidos, por exemplo, enfim acabaram com as exigências de vacinação contra a Covid-19 para viajantes internacionais e funcio -

TURISMO EM DADOS nários federais agora no dia 11 de maio, quando acabou a situação de emergência de saúde pública.

O Chile foi outro a anunciar o fim de todos os requisitos de Covid-19 relacionados a viagens e não exige mais um teste de PCR na chegada, não realiza mais testes aleatórios em turistas e nem exige mais certificado de vacinação. A China, por sua vez, reabriu recentemente suas fronteiras para turistas e já retomou a emissão de todos os vistos. O país, inclusive, foi um dos últimos grandes a reabrir suas fronteiras aos turistas.

Caminhamos assim para o verdadeiro fim das restrições de viagens internacionais por conta da Covid-19, uma segunda fase que praticamente erradica todas as exigências criadas pelo coronavírus de nossas vidas e devolve ao Turismo sua conectividade aérea global. Sabemos que a pandemia já faz parte do passado, mas temos que permanecer sempre alertas para não termos que passar novamente por tudo que passamos nos últimos anos. Mantenham-se sempre vacinados e resguardados porque, embora a emergência de saúde tenha acabado, a Covid-19 continua por aí. Saúde e muitas viagens a todos!

Roy Taylor é presidente do Mercado & Eventos

Precisamos de mais eventos

Natalia Strucchi

Um dos maiores eventos multiesportivos da comunidade LGBTQIAP+ será realizado no Brasil, em Curitiba, em novembro de 2024. A expectativa é que o Brazil Pride Games consiga reunir 2,5 mil atletas de vários países. Além das equipes esportivas, a organização do evento estima a participação de outros 4.200 participantes credenciados para acompanhar os jogos internacionais. E por que a informação acima é tão importante? Porque eu quero falar aqui sobre o impacto que os eventos possuem para o setor turístico. Independente de seu tamanho ou segmento, eles são de vital importância para a economia do país e movimentam a cadeia turística em diferentes âmbitos. Portanto, nada mais justo do que impulsionar o segmento para que assim o Brasil consiga captar mais e mais congressos, convenções, shows, feiras… Nesse sentido, o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) foi - e continua sendo - essencial. De acordo com dados da Abrape, com suporte do Perse, o setor de eventos de cultura e entretenimento gera hoje 3,5 milhões de empregos e supera índices pré-pandemia. Enquanto que, em 2019, o estoque de empregos (que representa a quantidade de pessoas com carteira assinada) no hub setorial era de 3.449.288 milhões, neste ano o índice aferido é de 3.546.547 milhões.

Mais do que suposições, os números comprovam o peso do setor. E o que muitos se perguntam é: como garantir mais eventos ao país? É preciso começar ampliando a exposição do Brasil no exterior, deixando clara a sua capacidade de receber eventos internacionais. E para isso a Embratur tem papel vital, assim como os próprios destinos.

O Rio Convention e Visitors Bureau, por exemplo, está trabalhando com a meta de aumentar em 25% o volume de eventos da cidade em relação ao ano passado. O parâmetro já leva em consideração a recuperação do pré-pandemia, quando foram registrados 300 eventos, quase um por dia, ao longo de 12 meses.

E por falar na capital fluminense, o setor hoteleiro já comemora a conquista de um grande evento para a cidade. Estou falando da cúpula de chefes de Estado do G20, o grupo que reúne as principais economias do mundo. O encontro está marcado para novembro de 2024 e terá 20 integrantes do grupo, além de dez nações convidadas, entre elas Paraguai e Uruguai.

Para finalizar, não posso deixar de citar também o ranking da International Congress and Convention Association (ICCA), no qual hoje o Brasil ocupa a 27ª posição, muito distante da 7ª posição que já ocupou um dia. É preciso planejamento, políticas de estímulo por parte do Governo Federal, parcerias entre os setores público e privado e, acima de tudo, ação! Temos que agir e retomar o protagonismo que um dia chegamos perto de ter.

Natália Strucchi é jornalista, pós-graduada em Relações Internacionais e diretora de Redação do M&E

85% dos brasileiros tiveram o visto para os EUA aprovado em 2022: veja dicas

Exatos 14,5% dos vistos norte-americanos de turismo e negócios (B1/B2) concedidos a brasileiros em 2022 foram negados pelos Estados Unidos. O índice de rejeição ficou levemente acima ao do ano anterior (14,3%) e bem abaixo do recorde de 23,2% de 2020, durante a pandemia. Os dados são de um levantamento realizado pela AG Immigration –escritório de advocacia especializado em green cards e com sede em Washington D.C.

Com isso, o Brasil foi o 133º mais rejeitado de uma lista de 199 países, segundo os dados que a AG Immigration levantou junto ao Departamento de Estado americano. Concomitantemente, foi o 67º que mais registrou aprovações. A maioria das rejeições se dá porque as pessoas não conseguem comprovar, durante a entrevista e por meio de documentos, que possuem vínculos fortes com Brasil ou que terão condições de se manter financeiramente durante a viagem.

“É um patamar de rejeição baixo, consonante com a média dos últimos oito anos e que realça como o brasileiro tem conseguido se preparar adequadamente para as entrevistas com os oficiais consulares. No entanto, ainda há muita desinformação e mitos que precisam ser derrubados”, explica Felipe Alexandre, sócio-fundador da AG Immigration. “O agente consular pode achar que existe a intenção de o turista permanecer ilegalmente nos EUA”, completou.

Outros motivos de rejeição incluem informações desencontradas entre o que foi preenchido no formulário DS-160 e o que foi respondido na entrevista consular, eventual histórico de deportação ou violação de status do candidato, gravidez (para evitar o chamado “turismo de nascimento”) e questões de segurança nacional. Entre os mitos citados pelo especialista está o de que as chances de aprovação do visto B1/B2 são maiores quando o turista já tem viagem comprada para os EUA. A recomendação é de que qualquer pacote turístico, passagem aérea ou reserva em hotel sejam adquiridos apenas depois que o viajante estiver com o visto aprovado e em mãos. “As pessoas acham que isso vai pressionar o oficial consular, quando na verdade não há impacto nenhum”, finalizou.

Como vimos aqui no M&E, mais de 748,5 mil vistos de visitantes (B1/ B2) foram emitidos pelos EUA para turistas brasileiros ao longo de 2022, o que representou 91,76% do total de emissões destes documentos no ano passado. Trata-se de um aumento de 944% sobre 2021, ano em que os consulados e a Embaixada ficaram fechados ou com serviços limitados em razão da pandemia.

PAÍSES COM AS MAIORES

TAXAS DE REJEIÇÃO DO VISTO B1/B2 EM 2022

MICRONÉSIA - 100,00%

MAURIT NIA - 89,72%

DJIBOUTI - 74,44%

SOMÁLIA - 73,97%

BURUNDI - 69,52%

CHADE - 69,39%

NAURtzU - 66,67%

PALAU - 66,67%

SENEGAL - 66,48%

MALI - 64,08%

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