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JALAPÃO: aventura, ecoturismo e natureza no coração do Tocantins

Rafael Torres

Indescritível? Não. Mas, todo mundo deveria ter a oportunidade de vivenciar esse destino deslumbrante. Simples assim. Mais que uma experiência singular, sem filtro, o Jalapão vai além do ecoturismo e aventura. Essa região icônica no extremo leste do Tocantins, no Norte do Brasil, encanta pelo prazer de conhecer a pegada mais autêntica deste pedaço de paraíso natural, onde quem marca o ritmo do vai e vem por estradas e trilhas de chão é a natureza. E, claro, surpreendentes paisagens a cada curva da expedição, vistas cinematográficas, chapadões imponentes e incríveis formações rochosas, dunas, cachoeiras e, o ápice do destino, os fervedouros, verdadeiras piscinas verde-esmeralda, a principal atração desta obra de arte a céu aberto.

A convite do receptivo Jalapão 100 Limites, o Mercado e Eventos trilhou a região, partindo de Palmas, a capital do Tocantins, e entrando na região do Jalapão pelo portal de Santa Teresa. A expedição feita em veículos 4X4 seguiu, durante quatro dias, pelas principais cidades turísticas e pontos de apoio - Ponte Alta e São Félix do Tocantins e Mateiros, esta considerada a capital da região e onde se concentram os mais procurados atrativos do Jalapão.

“Bela, rude e grandiosa”. Palavras de Guimarães Rosa quando definiu o Jalapão.

A expedição reuniu nesta jornada um comboio de três veículos com guias-condutores credenciados e 15 turistas oriundos de Altamira/PA, Belo Horizonte/ MG, Cascavel/PR, Dourados/MS, São

Paulo capital, Sorocaba/SP, Recife/PE e Rio de Janeiro. Genericamente, entre outros atrativos, destaque para as belezas naturais das Dunas douradas, o Cânion Sussuapara, a Prainha do Rio Novo e a Cachoeira da Formiga, além dos mais bonitos e visitados fervedouros do Jalapão, como o do Ceiça, o primeiro a ser catalogado como atrativo de interesse turístico do Jalapão no início dos anos 2000.

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A expedição Jalapão é uma aventura memorável para quem ama a natureza e quer descobrir atrações incríveis, todas acessadas de carro com muita adrenalina. A impressão é de estar desbravando a região em um rally off-road por estradas de chão sem fim e, ao mesmo tempo, praticando Turismo contemplativo com muita emoção e segurança. Isto é o Jalapão, região também de experiências culturais e curiosidades que só o destino oferece dentro de seus 34 mil km² de área, onde está inserido o Parque Estadual do Jalapão de preservação ambiental.

A região “bela, rude e grandiosa”, como Guimarães Rosa se referia ao Jalapão, é mais conhecida atualmente por suas belezas naturais e selvagens, mas também pelo típico artesanato feito com capim dourado, esta sim, a marca registrada do Jalapão. A produção começou há mais de 100 anos pelas mãos de Dona Miúda, do Quilombo da Mumbuca, que deixou esse legado para as outras comunidades quilombolas do Jalapão - Carrapato, Prata e Rio Novo.

O turista também pode dar uma esticada em seu rolê pelo Jalapão até a Cachoeira da Velha. Por lá, os mais curiosos terão a oportunidade de avistar, de longe, o casarão onde, supostamente, o narcotraficante colombiano Pablo Escobar mantinha seu esconderijo no Jalapão. O local é ponto turístico e, dizem que, caso fosse descoberto, a rota de fuga do narco se daria pelo Rio Sono. Na região ninguém jamais viu ou soube de sua presença.

“A flor Jalapa-do-Brasil deu nome à região tamanha a sua presença e beleza que suas pétalas brancas esbanjam em meio ao Cerrado”

OPINIÃO UNÂNIME DOS TURISTAS Não à toa, no Jalapão costuma-se dizer que o “coração não bate, trepida”! Por isso, vale vivenciar cada experiência de turismo-raiz que o Jalapão oferece, de contemplação e ao mesmo tempo interatividade e imersão no cerrado verde-dourado da região conhecida como “deserto das águas”, de vegetação retorcida e salpicado de cachoeiras e fervedouros de águas cristalinas e temperatura agradável. A ideia é desconectar-se da vida cotidiana, limpar a mente e se reenergizar em meio à natureza, como as amigas paulistas Renata Senne, que se desconectou da tecnologia do dia a dia da capital, Bruna Granato e Isabella Pontes. Juntas, descobriram o paraíso antes somente acessado por fotografias. “Definitivamente, nos encontramos aqui e, claro, superou todas as expectativas”, disse Granato, de Sorocaba. O comentário foi corroborado por Pontes, de Mococa: “Que sorte tivemos da Rê sugerir o Jalapão, e melhor, nas férias das três, para juntas vivermos este sonho”.

“De todos os destinos que já pude experienciar, e não foram poucos, posso afirmar que o Jalapão é o melhor do

Brasil, incluindo aqui o melhor custo-benefício em roteiros nacionais e surpresas a cada atrativo visitado”, comentou a economista Mariana Melo, de Recife, enquanto o palmense André Mota só agora, de fato, conheceu o Jalapão. “Tive que mudar para Altamira para só agora retornar e conhecer os encantos da minha terra”.

PASSEIOS IMPERDÍVEIS

Cachoeira do Formiga - Uma das quedas d’água mais famosas da região, reconhecida pela coloração verde-esmeralda, a Cachoeira do Formiga, no rio Formiga, é um dos atrativos mais visitados do Jalapão. Ela é perfeita para famílias aproveitarem o complexo de relaxamento e diversão em sua piscina natural.

DUNAS DO JALAPÃO - Conhecidas como as douradas, as dunas são um espetáculo à parte, não só pela coloração diferente daquelas mais conhecidas do litoral nordestino, em geral branca, mas pelo lindo acesso para subir ao topo, que transpõe um córrego cristalino cercado de buritis e vegetação de cerrado. As dunas do Jalapão são formadas pela erosão das rochas de arenito da Serra do Espírito, que lhe conferem uma palheta de cores homogênea, única e cintilante.

FERVEDOUROS - Os fervedouros são nascentes d’água a partir de falhas geológicas no lençol freático ou aquífero Urucuia. Eles formam piscinas naturais de águas extremamente cristalinas e temperatura agradável. Os fervedouros do Jalapão são únicos no mundo quando se fala em sensação de prazer eloquente e a materialidade que provocam: a água que brota do fundo com forte pressão impede a pessoa de afundar. Equilíbrio é a palavra-chave para encarar os fervedouros. São mais de 100, mas apenas 20 estão abertos à visitação, com destaque para o Rio Sono, Alecrim, Buritis e, claro, o pioneiro, o Ceiça.

PEDRA FURADA – Distante 35 km de Ponte Alta do Tocantins, Pedra Furada é um monumento natural. Para alcançar o buraco maior basta passar por uma pequena trilha de areia, bem próxima à entrada. O roteiro do entorno da Pedra é cronometrado em razão do grande fluxo de turistas. Em geral, não passa de 15 minutos. O local é dos mais ‘instagramáveis’, perfeito para fotos e lives registrando, por exemplo, os raios de sol passando pela entrada formada pela ação dos ventos.

PRAINHA DO RIO NOVO - Das mais famosas, a prainha do Rio Novo ou Coração do Jalapão, próxima à Cachoeira da Velha, é um dos melhores pontos da região para nadar ou um simples mergulho. Com boa infraestrutura de suporte ao visitante, o complexo oferece vestiários, espaço de convivência e redário. O Rio Novo é um dos maiores de água potável do mundo e ao longo de suas margens forma diversas praias.

SERRA DO ESPÍRITO SANTO - Formação rochosa de arenito avistada em quase todo o Jalapão é responsável pela formação das Dunas douradas. Muitos grupos fazem a trilha de pouco mais de um quilômetro para chegar ao platô no alto da Serra do Espírito Santo. Depois de assistir ao nascer do sol, a vista que se abre de uma das mais espetaculares paisagens do cerrado recompensa o esforço.

DICAS EXTRAS O Jalapão pode ser visitado durante todo o ano. A temperatura média na região fica por volta dos 30°C. O que deve ser observado, contudo, são os períodos de seca e de chuva. A temporada seca vai de maio a setembro, sendo que os meses de maio a julho são os melhores para viajar, pois a região ainda está verde e o clima é bem agradável. As chuvas no Jalapão vão de outubro a abril, sendo o mês de janeiro o período de maior incidência. As agências e operadoras que trabalham com o destino em geral oferecem pacotes de 2 a 7 dias, em média, mas o de 5 dias completos é o mais recomendável para conhecer os principais destinos sem correria.

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