Meia-Calça Furada - #6 Adeus, sapatinhos de cristal!

MEIA-CALÇA furada

#6 - adeus, sapatinhos de cristal!

QEQUIPE MEIA-CALÇA FURADA

clarissa wolff

Marina Teixeira

cristina fragata

Priscila Leal

PRISCILA pedroNUNES veloso

alice silveiro

o

#6 - ADEUS, SAPATINHOS DE CRISTAL!

EXPEDIENTE

o Editoras-chefes

(também conhecidas como meninas más)

Marina Teixeira

(marina@meiacalcafurada.com)

Priscila Leal

(priscila@meiacalcafurada.com)

Colaboradores dessa edição Alice Silveiro, Clarissa Wolff, Cristina Fragata, Pedro Veloso Design gráfico, diagramação e finalização Marina Teixeira Fotografia Priscila Leal Gerente de mídias sociais (lobinha)

Clarissa Wolff Para falar com a gente, manda e-mail para comercial@meiacalcafurada.com A edição não foi o suficente?

Nos segue em twitter.com/meiacalcafurada e curte nossa página facebook.com/ revistameiacalcafurada

Adeus, sapatinhos de cristal! Princesas modernas ganham o mundo de Louboutin. Ou de All-Star surrado. Ou de sapatilhas de balé. Governam com a mesma nobreza requerida na Idade Média, só que sem a frescura do tal “sangue azul”. A realeza pode estar em levar o sobrenome dos palcos de rock para desfiles internacionais, dançar com a graça e a leveza do balé clássico, ou quebrar tradições familiares encarando novos desafios empreendedores.

Nessa edição analisamos quem são as verdadeiras princesas contemporâneas. O editorial fotográfico mostra as piruetas da linda Marina Guaragna em vestidos Victoria Seger dignos de bailes reais. Clarissa Wolff conta quem são e o que fazem as herdeiras do rock, dissertamos sobre os filmes e séries que transformaram contos de fadas e conversamos com It girls do nosso pequeno principado porto-alegrense. De quebra, você também poderá ler a entrevista que Pedro Veloso fez com a ex-blogueira e repórter da MTV, Jana Rosa, sobre fama. A nossa jornalista de moda Cristina Fragata analista o estilo da princesa preferida dos estilistas, Kate Middleton, Alice Silveiro reflete sobre o príncipe encantado, e ainda temos um conto sobre princesas vistas sob a ótica moderna de meninas independentes dos dias de hoje. Vira logo essa página!

Marina e Priscila

Q

CARTA DAS EDITORAS

Q SUMÁRIO

5

Mundinho Pop

Quase famosos, por Pedro Veloso

6

Música

Playlist da Meia-Calça Furada

7

Principal

It Girls

13

Editorial de moda

Batalha real

33

Literatura

Síndrome de Estocolmo, por Marina Teixeira

35

No ar

37

Coluna

O príncipe ideal, por Alice Silveiro

Coluna

As Princesas do Rock, por Clarissa Wolff

29

Comportamento

Era uma vez ao contrário

Plié

25

31

Moda

De plebeia à duquesa, por Cristina Fragata

39

Quem é a modelo

Conheça Marina Guaragna

41

O que rolou na nossa fan page

facebook.com/revistameiacalcafurada

o

MCF o

Q MUNDINHO POP

Gente fina, elegante e sincera: Jana fazendo a tiete de Bombom, Felipe Dylon e Valesca Popozuda (my pussy é o poder!)

Quase famosos

T Z

Texto por Pedro Veloso

á, esse é o nome daquele filme com a Kate Hudson que a gente não aguenta mais ver reprises na TV à cabo, mas também serve para descrever o grupo do qual a nossa entrevistada faz parte.

Jana Rosa, 27 anos, podia muito bem ser considerada famosa: apresentadora da MTV e da Jovem Pan, com mais de 100 mil seguidores no Twitter @janessacamargo, já atacou de DJ, saiu no Ego e na Caras e tem até fotinho de divulgação em alta resolução – essa aí da matéria foi enviada pelo assessor dela.

Mas na verdade ela é muito legal pra ser uma famosa dita, e também nem faz questão. Conta no Twitter quando pega busão, tá de ressaca ou com preguiça de ir à academia, e nem é adepta de egoshot no Instagram, mania de 45 entre 10 celebs. A gente trocou uma ideia com ela sobre a vida de uma “quase famosa” e tal. Além de engraçadíssima, Jana ganhou nosso respeito eterno só por saber quem são as pampacats.

MCF - O que você pensou quando alguém pediu pra tirar uma foto contigo pela primeira vez?

JR - Devo ter ficado me achando e pensado que o momento seria inesquecível, faz uns 5 anos, na minha época de blogueira, mas olha como o cérebro é uma porcaria nessa parte, não lembro e nem faço ideia.

MCF - O que você pensou quando alguém veio lhe xingar pela primeira vez?

JR - Ai, que triste, devo ter chorado muito porque era novinha e não sabia lidar com rejeição online ainda (depois de um tempo, você se acostuma e parece que é normal ser ofendida por alguém que não lhe conhece, uóoo).

MCF - Como é quando você pede pra tirar foto com alguém?

JR - Fico com muita vergonha e me arrependo em seguida. Por isso não peço mais, mesmo que seja um ídolo internacional. Sempre dá merda e saio bizarra.

MCF - Já li você dizendo que não curte muito conhecer os seus ídolos, por quê?

JR - Poucas pessoas são maravilhosas e brilhantes de perto.

MCF -Você acha que a vida é mais fácil para as famosas?

JR - Acho. Elas tem muito dinheiro, conseguem ser magras e fazer dieta sem carboidrato, tem uma equipe de oito pessoas que faz tudo por elas e os playboys coxinhas e atores querem pegar elas, mesmo sendo toscos. A vida amorosa delas é mais agitada do que a da gente que frequenta o Beco e disputa um único hetero do rock com 35 pampacats.

Foto: Du Borsatto

A Jana tem um site onde ela conta sobre seus projetos, incluindo um livro que vem por aí com a amiga escritora Camila Fremder – janarosa.com.br

Playlist MCF Preparamos uma listinha amiga do que anda tocando nos iPods da equipe ultimamente.

Nossa humilde opinião sobre o que é música boa.

Get It Up - M.I.A. ft. Santogold: Como toda música da M.I.A., tem uma pegada world music que deixa você balançando o pé embaixo da mesa do escritório, enquanto todos trabalham e não fazem ideia do que você está escutando nos fones de ouvido.

Blurred Lines - Robin Thicke: O clipe deu o que falar por mostrar modelos nuas (foi banido do YouTube!) e apareceu até na nossa fan page. Mas a música é sensacional, daquelas que grudam na cabeça e não saem nunca mais.

Young & Beautiful / Summer Wine / Chelsea Hotel No. 2 - Lana Del Rey: Desde a edição passada, onde recomendamos Cola, a cantora lançou três músicas novas: dois covers de seus ídolos (Summer Wine, de Nancy Sinatra, e Chelsea Hotel No. 2, de Leonard Cohen), e Young & Beautiful para a trilha de The Great Gatsby. Não para, não para, não para, não, Laninha!

Over the Love - Florence and the Machine: por falar em The Great Gatsby, a música da Florence para a trilha sonora do filme foi outra que vazou. Nem precisa dizer que é genial, né?

Mirrors - Justin Timberlake: Não somos lá muito fãs do novo álbum do cantor, o The 20/20 Experience, mas tem uma ou outra música que se salvam. Afinal, o Timberlake é o único Justin que interessa, não é?

Q

MÚSICA

Q PRINCIPAL

IT girls Z Texto por Marina Teixeira e Priscila Leal Por definição, It girls são aquelas meninas que encantam por seu carisma e bom gosto, que causam admiração e influenciam as pessoas ao redor. Nessa edição da Meia-Calça Furada, nós percorremos nossa querida província em busca de gaúchas que se encaixassem no perfil.

O que nós não esperávamos, no entanto, é que encontraríamos gente tão simples, inteligente e dedicada. Nas próximas páginas você descobrirá um pouco mais sobre as vidas de Laura Bier Moreira e Julia Teixeira Coufal.

Detalhes do vestido.

JULIA TEIXEIRA COUFAL Um bom vinho, a família e o namorado são tudo o que Julia Teixeira Coufal precisa para aproveitar a noite em casa. Mas não se engane: Julia adora estar em movimento, seja viajando ou à trabalho. O amor por conhecer lugares novos e mudar de ares a levou a fazer intercâmbio na Europa, em 2008. Seis meses foram em Londres, sem planejar.

“Conheci um grupo de pessoas de vários lugares e resolvemos nos mudar. Foi uma experiência única”.

A vida fora de Porto Alegre a atrai, mas não é uma necessidade. Seu trabalho na Casa NTX com a mãe, Nora Teixeira, e com a tia, Bettina Becker, gerou tantos frutos em menos de seis meses que até pensam em abrir uma filial em São Paulo. “Eu até moraria lá, mas não para sempre. Gosto da nossa cidade”.

Cursando a Faculdade de Administração na PUCRS, Julia cuida da parte financeira da empresa. “Não me envolvo com a organização dos eventos, mas amo ver a felicidade das noivas, por exemplo. A gente trabalha com sonhos”. Foi com esse carinho e admiração pelo trabalho que a musa nos mostrou a casa de eventos. Ao lado do aeroporto, tem infraestrura para abrigar até 1.400 convidados. É o lugar perfeito para festas deslumbrantes. Com cadeiras Philippe Starck, oliveiras maravilhosas de 300 anos e lustres vindos de Murano, na Itália. Até os banheiros são decorados. O masculino é todo em mármore preto, enquanto o feminino é mais iluminado e conta com cubas individuais para as convidadas terem mais privacidade e não precisarem esperar em filas. Também há espelhos gigantescos para retocar a maquiagem.

“Me dedico muito a tudo que faço”, conta, com brilho nos olhos. Seu envolvimento no emprego e com os estudos é evidente. Mas mesmo com tantas atividades e a necessidade de passar bastante tempo com a família, Julia não dispensa uma boa festa. Sai pelo menos uma vez por mês. Ela adora o Club 688, e acha que não tem nada melhor do que comemorar um aniversário bebendo cerveja e ouvindo um pagodinho com as amigas. “Não que seja o meu estilo musical favorito, mas não dá pra resistir, né?”

Seus valores são atribuídos à tudo que a família lhe ensinou. Considera a mãe e as irmãs suas melhores amigas. Além de ter dois pais.

“Não é todo mundo que tem esse privilégio”. Um, surfista, que mora na praia; outro, empresário do mundo. Valores diferentes que formam uma mesma Julia: inteligente, segura de si e ao mesmo tempo humilde e simpática, é impossível não se encantar por essa princesa moderna.

Oliveiras de 300 anos da Casa NTX.

LAURA BIER MOREIRA Laura Bier Moreira não troca as amigas por nada. Namora, mas garante ser uma amiga presente. Seu engajamento nas redes sociais é visível. Posta fotos com todo mundo, dedicatórias e comentários expressando o que sente. Não sabe dizer não. Quer estar sempre com todo mundo e atender todos os programas pros quais é convidada. Mas também é super família. “Minha mãe e minha irmã são as minhas melhores amigas”, conta. Ela sabe como ser uma rainha amada e conhecida. Mas colocá-la em comparação à antiga corte não condiz com a sua personalidade. Sua nobreza é de coração, e não colocaria ninguém na posição de súdito.

Intensidade é a palavra perfeita para descrevê-la. Gesticula, abraça as pessoas, sorri para todo mundo. Ela é exatamente o que o signo de Touro e o ascendente em Gêmeos apontam. Na verdade, poderia descrevê-la usando apenas isso, e esse deve ser o motivo para a crença dela nos astros. Além da beleza, algo nela atrai os outros de forma inexplicável. É ativa, do tipo que não para quieta um segundo sequer. Quando se bronzeia, não é por ficar torrando no sol por tempo demais, mas pela habilidade de jogar frescobol e tomar banho de mar por horas. Durante a infância, já era comunicativa, conversava com todo mundo.

Aprendeu a gostar de música com um funcionário da fazenda de sua família.

Adora o indierock do The Killers, e não troca Foster The People por nada, mas os tempos no campo a fizera tomar gosto pelo sertanejo. Seu pai não tem o mesmo estilo musical, mas ele a ensinou algo que foi indispensável para torná-la quem é hoje: o tênis.

“O Juvenil era o quintal de casa”, admite. Morou a infância e adolescência inteiras na frente do clube e conta que só saía quando a mãe ligava e a chamavam pelos autofalantes. O pai treinava com ela, mas a competitividade a fez querer entrar na escolinha. Com seis anos, ganhou a primeira competição. Isso a motivou a continuar no esporte. Foi boleira na Copa Davis com a mesma idade.

Era tão viciada que não queria sair de dentro da quadra. “Foi uma experiência mega marcante também”.

Tantas boas recordações levaram Laura a seguir os passos do pai e a jogar profissionalmente. Amava as quadras, mas deixou a carreira de lado depois de fraturar fêmur, tíbia e fascite plantar e romper o ligamento do joelho esquerdo. “O médico disse que, se eu continuasse, em pouco tempo não poderia nem correr mais quando quisesse”, diz ela. Mas a fatalidade não se reflete como frustração. Com o diploma de Administração de Empresas em mãos, tornou-se sócia da Protenis Promoções Esportivas, empresa da família que organiza torneios e competições, principalmente do seu esporte preferido. No fim da entrevista, perguntamos se valeu a pena tanto esforço no saibro para ter que deixar a carreira tão cedo. A resposta? “Valeu muito! Me ajudou a formar personalidade, espírito esportivo e responsabilidade.” Mas a força de vontade da guria mostra que o principal é ter o esporte como filosofia e estilo de vida.

Boleira na Copa Davis, Laura é a segunda da direita para a esquerda.

Abraçada no tenista Guga Kuerten.

Q EDITORIAL DE MODA

Plié Fotografia PRISCILA LEAL l Vestidos VICTORIA SEGER Modelo MARINA GUARAGNA Locação VERA BUBLITZ

Q COLUNA Por Clarissa Wolff

n

As princesas do rock

n

Nada de Miley Cyrus fazendo cover de Joan Jett, por favor.

E

u quero falar é das meninas que foram filhas de grandes bandas, uma criança prodígio de gente que mudou a história da música. Já pensou chamar o Keith Richards de papai? Ou como seria incrível ser o bebê do Kurt Cobain? Tá legal, talvez não tão incrível assim com toda a história da heroína e do suicídio, mas enfim: muita gente que marcou o mundo há uma ou outra década deixou aqui, de herança, uma prole perfeita. E nada de obviedades como Stella McCartney, que, blazers impecáveis à parte, foi citada na série de livros Becky Bloom como tendo feito sucesso apenas pelo sobrenome. Deixando de lado as declarações polêmicas, as modelos Daisy Lowe, as atrizes Lily Collins e Minka Kelly, a participante do reality show The Hills Erin Lucas, todas são filhas do rock e a gente nem imaginava.

Essa geração herdeira do Rolling Stones, Nirvana, Sonic Youth, Duran Duran e várias outras bandas está lá pelos 20 e poucos anos, ganhando o mundo. Selecionei as mais gatas e legais para servirem de exemplo! Vamos lá:

ALEXANDRA E THEODORA RICHARDS Mick Jagger não foi o único stone a casar com uma modelo.

Keith Richards, depois da conturbadíssima relação de mais de 10 anos com Anita Pallenberg, encontrou o amor com a deslumbrante Patti Hansen. Os dois casaram em 83 e tiveram duas filhas, ambas loiras e lindas como a mãe. As duas começaram a modelar com 15 e 16 anos, para a Tommy Hilfiger e ao lado da irmã mais velha de Georgia May, Elizabeth. Theodora adora pintar e desenhar e foi notícia no mundo inteiro em 2011 quando foi presa por pichar um convento em New York. Alexandra, a caçula, é DJ e garante que não tem um estilo de vida rock’n’roll, embora não deixe de gerar polêmica: seguindo os passos da mãe, ela tirou toda a roupa para a Playboy francesa.

GEORGIA MAY JAGGER Loira, de olhos azuis e com um ar meio Brigitte Bardot, ela é a prova viva de que algumas combinações genéticas são declaradamente injustas com o resto do mundo. Filha de Mick Jagger e Jerry Hall, que foi supermodelo na época que o papai Jagger ganhava os palcos do mundo todo, Georgia seguiu os passos da mamãe e da irmã no mundo da moda. Já trabalhou para Chanel, H&M, Just Cavalli, Macy’s, Versace e Vivienne Westwood. O mais recente foi Louis Vuitton, e as ambições da jovem vão longe: confessa que seu sonho é ser uma angel da Victoria’s Secret. Quem quisesse ver ela mais de perto poderia aproveitar o tempo em que ela ilustrou a fachada da Bo.Bô no Shopping Moinhos: fotografada por Terry Richardson, ela foi a estrela da campanha de 2011 da marca. Mas quem perdeu a chance não precisa chorar, afinal, de vez em quando ela pisa no Brasil, pra visitar o irmão, é claro.

26

Q COLUNA Por Clarissa Wolff

FRANCES BEAN COBAIN Filha de Kurt Cobain, que dispensa apostos, e Courtney Love, que, juro, é bem mais que a mina que mostra os peitos e xinga o Dave Grohl, Frances é linda, linda, linda. Com os olhos imensos, azuis e penetrantes do pai, e a boca carnuda e quase vulgar da mãe, ela foi estagiária da Rolling Stone, já apareceu na Elle e na Harper’s Bazaar, e modelou para uma série de fotos online de Hedi Slimane.

Porém, não é na moda que a filha do Nirvana se encontrou: em vez disso, foi na arte. Em 2010, ela exibiu o trabalho Scumfuck em uma galeria de Los Angeles sob o pseudônimo “Fiddle Tim”, e no ano passado ela participou da exposição conjunta MiXTAPE, em que artistas deveriam escolher uma música e criar algo inspirado nela. Frances escolheu a canção Black, do Jesus And Mary Chain. Vale comentar, porém, que a primeira morena das cinco tem a rebeldia no sangue: já xingou a mãe via Twitter publicamente e teve o controverso tema suicídio para a sua festa de Sweet 16, chamada “RIP Infância”.

RILEY KEOUGH

COCO HAYLEY GORDON MOORE

Também loira e de olhos claros - olhando as mamães dessa geração do rock, dá pra se refletir que a sabedoria pública de que os homens preferem as loiras pode ser verdade, pelo menos dentro desse gênero musical Riley é neta de ninguém mais, ninguém menos que Elvis Presley. Obviamente lindíssima, começou em uma carreira como modelo - onde foi o rosto de marcas como Christian Dior e Dolce&Gabbana - e em 2010 estreou nas telas de cinema fazendo Marie Currie, irmã da personagem de Dakota Fanning em The Runaways, sobre a banda homônima da década de 70. No ano passado ela foi uma das protagonistas de Jack&Diane, um filme sobre o crescimento individual e o relacionamento amoroso das duas meninas.

O Sonic Youth acabou quando o relacionamento entre Thurston Moore e Kim Gordon também acabou (responsável por um dos álbuns mais doloridos de todos os tempos, como vocês podem ver na minha coluna para a Meia-calça Furada #4 - You Know You Love Me), mas a filha deles ta aí fazendo um punk rock barulhento com a sua banda Big Nils, que traz músicas até mesmo sobre assuntos como herpes! Coco, a caçula das cinco, ainda não completou 20 anos e estuda na escola de arte de Chicago.

Menção honrosa: impossível esquecer que Liv Tyler, que encarnou até mesmo uma elfa no cinema, em Senhor dos Anéis, é filha de Steven Tyler, do Aerosmith. Vale procurar o vídeo que ela fez cantando Need You Tonight, do INXS. E se você nunca assistiu ao videoclipe de Crazy, em que ela passeia ao lado de Alicia Silverstone deixando um rastro de caras babando, pára tudo e vai lá. Agora.

Q MODA

De plebeia à duquesa Conheça o estilo da princesa preferida do mundo da moda

E

Z Texto por Cristina Fragata

ra uma vez uma menina que sonhava em ser parte da realeza. Enfeitava a parede do quarto com o pôster do príncipe William em uniforme de pólo. Não queria saber de sapos, pois não considerava nenhum garoto da sua idade à altura do herdeiro real. Esta poderia ser a história de qualquer garota britânica, mas não é. Kate Middleton fez do sonho realidade e se tornou um ícone de moda e beleza.

O closet da Duquesa de Cambridge é digno de uma princesa moderna. Clássica e chique, as aparições públicas de Kate lembram ao mundo da moda que é possível ser básica e refinada. O vestido Issa London, grife da estilista brasileira Daniella Hellayel, usado no anúncio do seu noivado com William, não deixa dúvidas. O look já evidenciava o estilo da Duquesa, com preferência por cortes simples, decotes elaborados e acessórios discretos.

A imagem de Kate Middleton não caiu só nas graças da realeza britânica. Segundo o jornal inglês Daily Mail, uma pesquisa elegeu a esposa de William como a mulher mais bem vestida do país. Pela Vanity Fair, foi considerada a famosa mais bem vestida. Conheça o estilo da princesa: DIA-A-DIA Não são só os vestidos que fazem a moda das princesas modernas. Os looks casuais de Kate sempre contam com jeans, camisas e suéters.

CORES O queridinho é o azul royal. Não é difícil ver a duquesa usando o tom que se tornou sua assinatura.

CACHE COEUR A expressão francesa que significa “esconde o coração” dá nome a um dos decotes mais usados. As peças afinam a silhueta e garantem a delicadeza para os looks mais básicos.

TERNINHOS Os terninhos mais formais não precisam ser chatos. Lição valiosa ensinada pela realeza. Com cores vibrantes e acessórios, Kate encontrou o aliado perfeito para as formalidades da sua agenda.

Foto: Divulgação

SAPATOS Aposta nas cores sóbrias. Salto médio, nas cores preta e azul, e botas de montaria compõem os looks da duquesa.

APLICATIVO Para as fãs do estilo de Kate, ficou mais fácil acompanhar suas escolhas fashion. Com o aplicativo Kate Style List, disponível na App Store, é possível saber o que a duquesa usa, quando usa e onde comprar cada peça.

Terninho, camisa e calça jeans, bem casual.

Cache coeur, ou “esconde coração“.

O decote elaborado do vestido tem renda e drapeados.

Aqui o terninho aparece outra vez, acompanho do vestido azul royal.

Sapatos pretos de salto médio.

Q COMPORTAMENTO

Batalha

real

S

Z

Texto por Marina Teixeira

e antigamente o sonho das meninas era o de se tornar uma princesa, como Grace Kelly e Lady Di, hoje elas aspiram a outros tipos de musas. Quem quer uma vida regrada, cheia de protocolos e imposições, quando se pode ter o mesmo estilo de vida luxuoso, com bailes de gala, tapetes vermelhos e viagens ao redor do mundo na primeira classe, não por causa de sangue e alianças matrimoniais, mas graças ao próprio trabalho?

As verdadeiras princesas da atualidade são aquelas que lotam estádios e esgotam ingressos, estrelam produções cinematográficas bem-sucedidas e despertam o interesse do público e dos tabloides por causa da vida pessoal agitada. Claro, nós ainda admiramos o estilo clássico e acessível de Kate Middleton, mas a bem da verdade, o príncipe William está ficando cada vez mais careca.

GRACE KELLY Grace Kelly não é muito diferente das princesas modernas que figuram na nossa lista: a bela ficou conhecida pelo público graças à carreira de atriz e às parcerias que fez com o diretor Alfred Hitchcock em Disque M para Matar e Janela Indiscreta. Em 1955, ganhou um Oscar por Amar é Sofrer. Mas sua história tomou um rumo inusitado quando conheceu o príncipe-soberano de Mônaco, Rainier III, por quem abandonou Hollywood e se mudou para outro continente. Ciumento, Rainier chegou a banir todos os filmes da esposa no principado.

Durante seu tempo afastada das telas de cinema, Grace se dedicou à família e às causas sociais. No entanto, dizem que a princesa sentia muita saudade de atuar e dos Estados Unidos, sua terra natal. Toda a tristeza se refletia no vício pelo álcool que desenvolveu ao longo dos anos. A eterna musa morreu num acidente de carro em 1982.

LADY DIANA A ex-princesa de Wales é uma das mulheres mais queridas e emblemáticas dos últimos tempos. Famosa devido ao casamento turbulento com o príncipe Charles e ao engajamento nas causas humanitárias, Diana sofreu com o assédio da mídia a sua vida privada. Suas fotos estampavam diariamente as capas de jornais e revistas.

Apesar de descender de uma das famílias mais antigas e importantes da aristocracia inglesa, ela não era bem vista pela realeza, o que lhe causou diversos problemas - incluindo inseguranças que a levaram à depressão e à bulimia. Porém, Diana era amada não só pelo povo de seu país, mas pelo mundo inteiro. Além de arrecadar dinheiro para caridades, também presidiu um hospital para crianças.

Assim como Grace Kelly, a princesa também perdeu a vida num acidente de carro, em 1997, ao tentar fugir dos fotógrafos. As circunstâncias de sua morte foram exaustivamente discutidas pelo público e pelos tabloides. Alguns dizem que Diana foi morta pelo MI6 a mando da família real, enquanto outros dizem que ela estava grávida do namorado bilionário, Dodi Fayed. Foi a primeira vez que o trabalho dos paparazzi começou a ser questionado - apesar de não terem surgido muitas mudanças desde aquela época.

KATE MIDDLETON Kate Middleton nasceu para ser princesa. Sem brincadeiras: desde que conheceu William na universidade, a duquesa não fez muita coisa além de esperar pelo pedido de casamento. A mídia até lhe deu o apelido sacana de “Waity Katie”. Hoje em dia, Kate viaja o mundo com o marido em encontros diplomáticos e espera o primeiro herdeiro do casal. Desperta bastante simpatia do público por vir de uma família comum e ter um ótimo senso de moda, tanto é que volta e meia seu nome aparece entre as mais bem vestidas das revistas e sites do ramo. O estilo de Kate você pode conferir nessa edição da Meia-Calça Furada! (página 29).

vs.

ANGELINA JOLIE

A atriz e sex symbol mundial causou muito quando tinha seus vinte e poucos anos. Ganhou um Oscar, beijou o irmão na boca, pegou meninas e, de quebra, andava com o sangue do namorado Billy Bob Thorton em uma capsula de vidro ao redor do pescoço. Mas toda a rebeldia tem seu fim e, desde que adotou o primeiro filho, Angelina virou uma grande ativista e sossegou ao lado do seu (e nosso) príncipe encantado Brad Pitt, com quem construiu uma família linda. Atualmente, os Jolie-Pitt vivem numa enorme propriedade no interior da França, digna de contos de fadas, e estão prestes a lançar uma nova marca de vinhos no mercado.

BEYONCÉ Além de ser uma das maiores cantoras de sua geração, dançar como ninguém e ser feminista assumida, Beyoncé, ao lado do marido Jay-Z, forma o maior casal da indústria musical, com lucros de mais de um bilhão de dólares. Está certo que o rapper está mais para sapo do que para príncipe (ao menos no quesito beleza), mas vamos recorrer àquele velho ditado de que “quem vê cara, não vê coração”. No ano passado, os dois tiveram a filhinha Blue Ivy, que com quinze meses já viajou para mais lugares do mundo do que muita gente irá durante a vida inteira.

RIHANNA Rihanna foi descoberta ainda adolescente em Barbados por um famoso produtor musical. Desde então, a protégée de Jay-Z colocou várias músicas no topo das paradas e estampou as capas de diversas revistas de moda e de fofocas, principalmente por causa do relacionamento conturbado e nada saudável com Chris Brown.

Ninguém aprovou o fato da princesinha ter voltado com o ex-namorado depois da surra que levou em 2009, mas Rihanna deixou bem claro que não dá bola para o que os outros pensam, que é uma bad girl e que faz o que bem entender. Inclusive postar fotos sensuais no Instagram, onde faz poses com pouquíssimas roupas em meio à névoa de seus inseparáveis baseados. Por amar as câmeras, RiRi foi comparada à Lady Di pela jornalista Camila Paglia, no The Sunday Times Magazine. A matéria não foi nada lisonjeira, mas Rihanna parece ter amado.

A montagem feita pelo The Sunday Times Magazine mescla o rosto de Diana com o de Rihanna, como se as duas fossem uma só.

Q LITERATURA

Foto: Marina Teixeira

Por Marina Teixeira

SĂ­ndrome de

estocolmo

Foto: Reprodução

F

oi depois de alguns drinques numa sexta-feira à noite que a discussão entre as duas amigas surgiu.

— Síndrome de Estocolmo.

— O quê?

— Foi o que a Bela teve. A Bela de A Bela e a Fera, sabe, já que todas as princesas são belas.

— Não sei o que é isso.

— Pesquisei no Google hoje. É quando a vítima de um sequestro, depois de muito tempo, começa a desenvolver simpatia pelo raptor, a fim de tornar sua realidade mais aceitável. Se você parar para pensar, a Fera não é muito diferente daqueles europeus nojentos que trancam a filha no porão por vinte anos. A diferença é que a história tem um palácio, objetos falantes e o monstro virou um lindo príncipe no final.

— Em primeiro lugar, a Bela se ofereceu para ficar no castelo por livre e espontânea vontade...

— Para salvar o pai doente!

— Em segundo, ela nunca foi tratada como prisioneira. Vivia muito melhor do que os camponeses da vila.

— Isso não muda o fato de que era proibida de sair do palácio e devia obedecer a todas as ordens da Fera. Pensa bem! Se ele não fosse rico, se vivesse numa caverna e virasse um homem completamente comum no final, será que a história faria o mesmo sucesso? É a mesma coisa com o Christian Grey.

— Meu Deus, eu estou bêbada demais para discutir Cinquenta Tons de Cinza.

— Ah, eu também não gosto desses livros, mas o meu ponto é: o apelo do Christian Grey é que ele é bonito e bilionário, e apesar de esquisito, a tal da Anastasia sonha com o dia que vai conseguir transformá-lo. E ela consegue, assim como a Bela. Todas essas histórias ensinam que, com muita insistência, o príncipe encantado vai mudar por você no final, e isso não é verdade. Ninguém muda sua essência por ninguém, e nem deveria.

As duas ficaram em silêncio por um momento.

— Bom, eu não tenho desculpas para o Christian Grey, afinal, é uma história machista criada por uma mulher em pleno século vinte e um. Nunca vou entender uma coisa dessas! Mas a maioria dos contos

de fadas foi feita na idade média para adultos e não é exemplo para ninguém. Sabia que, numa das versões de Chapeuzinho Vermelho, ela fazia strip-tease para o lobo?

— Aonde você viu isso?

— Wikipédia.

— Que demais. Esse filme eu veria.

— Acho que faltam mais personagens fortes nos livros e filmes feitos para mulheres. Até a Pocahontas, na continuação, abandonou toda sua vida na América para ficar com o John Smith. E nem me deixa começar a falar sobre a Ariel.

Ao ouvir o nome da última princesa, a menina da mesa ao lado se virou para as duas, sem conseguir se controlar: — Puxa, mas a Ariel é a minha princesa preferida! ela sorriu, um pouco encabulada. - Me desculpem, eu ouvi a conversa de vocês. E eu entendo porque a Ariel pode ser vista como sem personalidade, mas me deixem mostrar o meu ponto de vista: ela era muito diferente da família e se sentia completamente deslocada. No fundo, ela sabia que tinha um lugar ao qual pertencia e estava disposta a lutar por isso. Aí ela se apaixonou e resolveu arriscar, mas foi ingênua e caiu na falácia da bruxa má. Depois que tudo se resolveu, ela encontrou amor e um lugar em que se sentia em casa. Acho que me identifico com a história. Eu larguei a minha cidade natal e vim para cá morar com o meu namorado. Tudo bem, eu não deixei a minha voz no meio do caminho, mas larguei a vida de filet mignon e empregada da casa dos meus pais para lavar banheiro, o que é praticamente a mesma coisa que perder a voz, se vocês forem pensar.

— Mas suponho que você trabalha e tenha projetos próprios, não é? A Ariel simplesmente foi para a terra ser mãe e cuidar do maridinho.

— É verdade, mas quem sabe? De repente a Pequena Sereia virou a rainha da mímica.

As três riram, sem saber se era por causa do álcool ou pela ideia de Ariel andar pelo palácio com a cara pintada de branco e camiseta listrada.

— Sabe de uma coisa? Acho que princesa é como time de futebol. Cada um tem a sua.

34

Foto: Reprodução

Q NO AR

Por Priscila Leal

Era uma vez ao contrário Contos de fada adaptados podem não ser novidade, mas ganharam força nos últimos tempos. Toda vez que vamos ao cinema existe uma Cinderela mais moderna em cartaz, ou uma Chapeuzinho Vermelho caçadora de vovozinhas para estrear no mês que vem. Chegaram a estar em exibição duas versões da Branca de Neve ao mesmo tempo. O que causou este aumento na oferta de filmes mágicos que resgatam personagens clássicas? Talvez o mundo contemporâneo peça personagens menos ingênuas e mais seguras de si. Eu podia criar várias teorias, inclusive algumas conspiratórias, mas relaxa, não vou ser essa chata. A única intenção é dar a minha opinião sobre estas novas versões.

ONCE UPON A TIME Não é filme, mas merece a minha avaliação aqui. O título é justamente como começa a maioria dos contos de fada (era uma vez, para quem nunca fez Yázigi), mas essa é a única semelhança, já que a série muda completamente o resto das histórias. A terra das princesas, príncipes e fadas, entre outros seres mágicos, é uma só, e eles são mandados para o nosso mundinho sem graça quando Regina, a rainha má da Branca de Neve, lança uma maldição que promete tornar o reino infeliz para sempre. Eles ficam aprisionados e sem memória de suas antigas vidas em Storybrook, uma cidadezinha que surge do nada no mapa. Porém, Emma, filha do Príncipe Encantado e da Branca de Neve, está destinada a tirá-los desse feitiço.

Nos Estados Unidos, a série é uma das de maior audiência do Canal ABC, que pertence à Disney. Vale muito a pena, juro! A história é contada de forma não-linear, misturando momentos do presente com flashbacks da época em que as personagens moravam no mundo mágico. A série ainda ganhará um spin-off sobre o País das Maravilhas, que terá uma única temporada. Só resta saber se o Chapeleiro Maluco mais gato da história dos chapeleiros, Sebastian Stan (meu namorado), fará parte do elenco.

35

Foto: Reprodução

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Foto: Reprodução

Esse você só não viu se estava em um programa de expedição para Marte nos últimos quatro anos. Neste caso, está perdoado.

O filme foi lançado em 2010 e faturou 1 bilhão de dólares. Ouvi muitas críticas negativas na época, apesar da bilheteria. “É muito sombrio”, alguns argumentavam. Sim, é claro que é, e também é dramático. O diretor é o Tim Burtom, o que você esperava? Os personagens são os mesmos dos clássicos de Lewis Carrol, mas o que o filme conta é uma continuação. Alice (Mia Wasikowska), se lembrava do País das Maravilhas apenas como sonhos que tinha na infância, mas vê o coelho passar pelo jardim quando está sendo pedida em casamento por um cara muito nada a ver. Ela foge e acaba encontrando a toca, onde cai e reencontra o mundo mágico. A história se completa perfeitamente com a trilha sonora sombria e alucinatória. Então, se você estava em Marte, dê um jeito de assistir ao filme. Até porque a Disney já confirmou uma continuação para a história.

BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR Aqui eu só tenho uma pergunta para fazer: Por que Ravenna (Charlize Perfeita Theron), a rainha má, acreditaria no Espelho quando ele diz que Branca de Neve (Kristen Sem Expressão Stewart) é mais bonita do que ela? É impossível! Não entendi a escolha da personagem principal. Mas deixando as implicâncias de lado, a adaptação é uma superprodução cheia de cenas de tirar o fôlego visualmente e é centenas de vezes melhor do que o fraquíssimo Espelho Espelho Meu. Ah, e tem Chris Hemsworth na pele do caçador. Sim, sou fútil, me julgue.

Está aí um filme que eu não esperava ver adaptação. A história original nunca me chamou atenção. O pai abandona os filhos porque não tem como alimentá-los, eles acham uma casa de doces e são sequestrados pela bruxa que mora lá. A bruxa faz Maria de escrava e quer comer João. Na adaptação, os dois não fogem, eles matam a bruxa incinerada e tomam gosto pela coisa.

O filme começa bem, quando eles passam de coitadinhos para matadores de bruxas super bad ass, mas desanda. Apesar dos poucos minutos de duração, o longa parece enorme de tanta linguiça que enche.

O figurino, maquiagem e animação são bonitos, interessantes. Vale assistir despretensiosamente.

Foto: Reprodução

JOÃO E MARIA: CAÇADORES DE BRUXAS

O príncipe ideal

Foto: Reprodução

Q COLUNA Por Alice Silveiro

Foto: Reprodução

V

erbalizar sentimento sempre pareceu mais difícil do que botá-los no papel. Admitir que estava se apaixonando, então... Ninguém nunca foi suficiente para ela. Pelo menos ninguém real. Personagens de filmes, livros ou seriados sempre foram alvos de paixões platônicas, amores que duravam anos - ou temporadas. Mas as coisas estavam mudando. Ele não era sarado, nem tinha fotos sem camisa na internet. Ela não decorava suas falas em seriados. O corte de cabelo barato nem era um problema.

Eles não estavam namorando nem nada, mas era a primeira vez que sentia algo de verdade; não ficava buscando defeitos e o comparando com o Ashton Kutcher. Ah, como ele estava lindo em De Repente é Amor. E ninguém nunca era melhor na vida real. Hollywood sempre a atraiu mais.

Atores reuniam todos os requisitos necessários do cara ideal.

Começou a escrever. Os dedos ágeis sobre o teclado colocavam em ordem seus pensamentos. As letras deslisavam facilmente pela tela. Todas aquelas palavras estavam engasgadas. Já estava na hora de parar de se esconder da vida real. Deixar de ser espectadora, ter a sua própria história. Finalmente ser a personagem principal. Colou o texto na janela do Facebook e apertou enviar. Agora era só esperar.

Três horas se passaram e estava na cama lutando contra a inquietação.

Checava o celular a cada minuto, buscando o sinal na janelinha de que ele tivesse lido. E uma hora leu. Mas a resposta não chegava. Tentou dormir.

Se revirava na cama. Formulava mil hipóteses.

As pálpebras estavam pesadas quando a campainha tocou. Olhou as horas no celular, que marcava duas da madrugada. Seguiu pelo corredor de madeira fria que rangia a cada passo. O som parecia amplificado no silêncio da madrugada. Passou pela sala e colocou mão no trinco da porta da frente. “Quem é?” perguntou, hesitante. “Sou eu”, respondeu aquela voz familiar, aconchegante. Ela sorriu e girou a maçaneta.

Ao abrir a porta, encontrou aqueles olhos verdes. O rosto não era perfeito e as roupas não eram de marca. Mas ela o queria tanto. Ele respondeu seu olhar com um sorriso quente. Se abraçaram por algum tempo, só sentindo um ao outro. Não havia anel de brilhantes ou promessas de amor eterno.

Mas estava tudo exatamente como devia.

Podemos passar a vida inteira atrás da pessoa perfeita; ou podemos aceitar que a relidade não é uma comédia romântica. Sinto muito, amiga, você também não é uma estrela multimilionária. Caia na real. Todo mundo tem defeitos, até o Ashton Kutcher deve ter os dele. Mas relaxa, isso não é ruim: são os defeitos das pessoas que as tornam únicas e interessantes.

Perfeição cansa e enjooa. Procure uma relação paupável. Por melhor que seja imaginar um beijo com o Ash, não se compara a um cara real te beijando na porta de casa durante a madrugada.

38

Q QUEM É A MODELO

NOME: Marina Marchioro Guaragna IDADE: 18 SIGNO: Virgem, mas não dou bola. Sou meio cética em relação a signos.

O QUE EU FAÇO DA VIDA: estudo Economia na UFRGS PARTE FAVORITA DO CORPO: nunca pensei nisso, mas tenho covinhas quando sorrio e costumo gostar disso nos outros. Então, é o meu sorriso.

NAO SAIO DE CASA SEM: rímel, indispensável.

QUANDO QUERO ME SENTIR SEXY, EU PONHO: um biquíni e vou para o sol.

QUANDO EU CRESCER, QUERO SER: feliz!

MEU GUILTY PLEASURE: eu tô sempre falando sozinha!

Porqueeu to sempre falando, então se não tem ninguém pra conversar eu falo sozinha de qualquer jeito.

SE EU PUDESSE, MUDAVA: muuita coisa! Em mim e no mundo; nos outros eu não tenho como mudar.

MINHA ROTINA: eu não gosto de rotina, mas sempre faço academia, inglês e pratico yôga.

AS PESSOAS DIZEM QUE SOU PARECIDA COM... Não lembro de ninguém que tenha me confundido com alguém.

CURTO HOMEM QUE... não é grudento.

MEU ENCONTRO PERFEITO É: simples, na praia.

FRASE DE FILME: Não lembro de nenhuma marcante, mas de música tem “and in the end the love you take is equal to the love you make”, dos Beatles. O dia que eu fizer uma tatuagem, vai ser essa!

A MÚSICA QUE NÃO SAI DA MINHA PLAYLIST: Another Kind of Green, do John Mayer. É muita covardia escolher só uma dele. Amo várias!

Q O QUE ROLOU NA NOSSA FAN PAGE facebook.ccom/revistameiacalcafurada

lembrancinha no encontro das meninas mรกs da revista.

Cobertura do lollapalooza.

cobertura da palestra com lala rudge e cristiana arcangeli.

os podres do mundo da moda, segundo a ex-editora da Vogue australiana Kirstie Clements.

coluna da lola! proibida para menores.

o vestido de ouro feito por zac posen.

bolsa da priscila.

MEIA-CALÇA

furada