Memória Musical do Sudoeste da Bahia - #001

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Wigwam: a memória
do Cine
MÚSICA AUTORAL Memória Musical TERMÔMETRO DOS TEMPOS E ESPAÇOS Distribuição gratuita - Ano I Nº 01 - Julho de 2022
musical
Madrigal Entrevista Mazinho Jardim
Papalo Mont ei r o . (F o t o: Pr ef eitura Mun icipal de Vit ória da C on quista)

Memória Musical

Editorial

Bem-vindo(a)!Vocêtememmãosamaterializaçãodeumsonho:azinedoprojetoMemóriaMusicaldoSudoestedaBahia, onlinedesde30/12/2019,comoobjetivodepreservaramemóriamusicaldanossaregião,bemcomofomentariniciativasdepesquisa, divulgaçãoe,principalmente,encurtardistânciasentreartistasepúblico, sobretudo artistas independentes, sem o apoio da chamada ‘‘grandemídia’’,enfatizando,ainda,otrabalhoautoral.

Nossazinesurgeapósanosdeexperiênciassemelhantescomo blues brasileiro, através da BLUEZinada!, lançada em 2011 pela bandaDistintivoBlueemumimportantefestivalindependentelocal. Com o tempo, essa zine tornou-se um premiado portal sobre bluesbrasileiroeum podcast (oprimeiríssimodeConquista),que durouumano.Tudofeitocommuitoamor,suoreaeternapremissa do‘‘façavocêmesmo’’,praticamentesemqualquerapoio.

Agora,direcionamosapesquisaànossaterra:osudoestebaianoeseuriquíssimouniversomusical.Chegamosalevarorecorte dorockaouniversoacadêmico,resultandonadissertaçãoAvezdos camisas pretas: memória, formação e consolidação da cena rock de Vitória da Conquista-BA, recém-publicada e disponível para download gratuito em nosso site e no do Programa de PósGraduaçãoemMemória:LinguagemeSociedadedaUESB.Estazine celebra e representa o avanço nessas pesquisas, bem como a consciênciadequeaindaháMUITOasefazernessesentido.E,ainda, que iniciativas individuais e espontâneas são fundamentais: o ‘‘esperarpelooutro’’nãocostumademonstrarmuitaeficácia.

Distintivo Blue - site oficial: Facebook / Twitter / YouTube / Instagram: @distintivoblue Todos os links:

www.distintivoblue.com contato@distintivoblue.com

As zines foram relativamente populares no século passado e funcionarammuitobemcomoveículosindependentesdecomunicaçãoeexpressão.Emtemposdigitais,talvezinspiremcertaestranheza(calma!Tambémtemosumaversãodigital),masaideiaéjustamente(re)lembraraexistênciadetodoumuniversoocultopara alémdasredessociaisesériesdeTV.Hámuitariquezaculturalonde vivemos, e devemos explorá-la. Nem tudo precisa ser tão momentâneo.Porisso,segostardesteconteúdo,guardecomcarinhoe colecione.Senão,semproblema:apenaspasseadiante.

sa

Nosso trabalho se dá de forma inteiramente independente, através de recur sos próprios. Por isso, contamos com o seu apoio. Colabore enviando-nos seu material, sua história, um Pix ou mesmo patrocinando a impressão de uma nova tiragemdezines.Contatoslogoacima. ChavePix:memoria@distintivoblue.com

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memória enquanto
deveserconstruído
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Aqui,falamosdetodosnós:nossacultura,nossahistóriaenos-
comunidade. Por isso, este espaço também ______________
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PlácidoOliveiraMendeséconquistense.Mestreedoutorandoem Memória: Linguagem e Sociedade; licenciado em História e bacharelandoemDireito,todospelaUniversidadeEstadualdoSudoestedaBahia.Cantor,compositoreprodutormusicalindependente háduasdécadas.ÀfrentedabandaDistintivoBlue,sobopseudônimo I. Malförea, desenvolveu a BLUEZinada!, projeto multimídia de fomento ao blues, sobretudo nacional e autoral. Em 2020, passouaseautoproduzirenquanto one-man-band sobocognome JoeMalfsClan.Desde2019,debruça-sesobreoprojeto Memória Musical do Sudoeste da Bahia,comênfasenacenarockconquistense(MuseudoRockConquistense).

Discografia

m clássico da nossa música regional. No

início da década de 1990, os irmãos Gil e Dão Barros (falecido em 2010), em companhiadeamigos,lançaram Primeiro Querer,únicoregistroemestúdiodoGrupoBarros,bastanteconhecido em festivais da época, em uma belíssima homenagem ao irmão Carlos Barros, falecido em 1989,comseiscançõesdesuaautoria.‘‘Cantaras bramurasdeCarlosBarrosérevivertodasasnossas andançasduranteváriosanosporessevastotrecho chamado Brasil’’, dizem Os Barros na contracapa dodisco.Nasonoridade,osinconfundíveistimbres dosinstrumentosfabricadospelosprópriosartistas. Atualmente,épossívelconferirotrabalhocompletonasprincipaisplataformasdestreaming.

A
Café
cartunista
Imagem da vez Memória Musical do Sudoeste da Bahia - 3
banda conquistense
com Blues no traço do
paulistanoBiraDantas,em2007.
Artista:GrupoBarros[Vit.daConquista-BA] Álbum:PrimeiroQuerer[1991] Contracapa-Gil,DãoeNalva Capa-NalvaFernandes Encarte-RomeuFerreira Técnicodegravação-PaulinhoHorta Arranjos-Gil,DãoeCarlosBarros TécnicodeMixagem-SérgioMurilo Estúdio-ÁudioDigital[BeloHorizonte-MG] Mixagem-Gil,Dão,SérgioeCristiano Produção-GilBarros Direçãomusical-GileDão
U

Mazinho Jardim

MorandoatualmentenacidadedeVi-

zela, Portugal, e longe da Bahia há cercadeumadécada,olendáriogaitistaevocalistadabandaSS-433,aos62anos, nosconcedeu,noiníciodoano,umaentrevista decercadeumahora,comopartedanossapesquisasobreacenarocklocal.Confira,emprimeiramão,algunstrechos:

@memoriasudoeste - Quando começou sua relaçãocomVitóriadaConquistaeamúsica?

Mazinho-NasciemCondeúba,em20deagostode1959mas,comunstrêsanosdeidade,fui paraConquista,Nessaocasião,nãotinhanem ideiasobremúsica.Soubeagora,depoisde50 anos,quemeupaitocavatuba,numasreuniões em Condeúba, depois que chegou da guerra. De lá, lembro coisas muito vagas. Eu gosto mesmodelembrarédeConquista,queeume sintoconquistense.FuimorarnaPraçadaSaudade, em frente ao cemitério. E relacionado à música,lembrodoVivaldo,Caetano,músicos veteranos,quenãoseiseaindaestãoematividade.Eugostariamuitodetervividosódemúsicamas,infelizmente,nãofoipossível.

@memoriasudoeste- De onde surgiu o interessepelagaitablues?

Mazinho-Meuirmão,MassaBruta,quemora em Minas, tocava uma Sonhadora, uma gaita enorme,eeuachavaaquilolegalquandoerapequeno.Ouvia,masnãomeinteresseiporfazer, porqueeramuitonovo.Sódepoismeinteresseiportocarumamúsicaououtra,AsaBranca, coisasassim.Blueserockeufuitermesmoem 1982, quando fundei a SS-433 com Arodir Assis,quemoraemSalvadoragora.Eueelena casa de Pepino, o Luiz Alberto, que gostava dos temas que eu tirava, que eu fui desenvolvendo: o forró foi o início, para me interessar pelo instrumento. Estudei no Centro Integrado,em1970, etiveaulademúsica.FuitrabalharemSãoPauloe,quandovoltei,játocavaalguma coisa do Dylan. Nessa época, Mac DonaldtinhaumbarchamadoPôr-do-Sol,echa-

mavaamimeaoArôparafazerumadupla.

@memoriasudoeste-FoiestaagênesedaSS433?

Mazinho - OArô e o Pepino me incentivavam muito.Onomedabandaveioporqueele(Arô) erameioesotérico.Nuncaimagineiquepoderia encontrarmúsicosaí.Eutinhaachoque21anos, fomosfazerumsomnoCarlosJehovah,efalei, no palco: “vamos fazer um som que acho que quaseninguémaquinacidadeconheceoutalvez nãopratique,porquegostademúsicaderaízes, maseu,particularmente,gostomuitoderockn’ roll,entãovoufazerumbluesaqui”.Aí,lánomeiodaplatéia,tinhaumsujeitoquefalou:“euconheço blues sim!”, e era o Kako Santana, que moravaemIpiaú,eaíéqueagentecomeçouase interessar mesmo em fazer uma banda. Minha primeirafoioSS-433,com oArô,oKako,eas composiçõesdele,quetocoatéhoje,porquesão atemporais. E eu achei super legal isso, aquela correriadesairpichandoosmurosdacidade…

@memoriasudoeste-Comofoigravarumvinil àquelaépoca?

Mazinho-FomosaSãoPaulogravar,em1984. EmConquistanãotinhabandadeblues,erauma coisa marginalizada, mas existia um respeito dosmúsicosderaizcomagente.Depoisapareceram bandas como a Depressivos, que era de punk.Eugostavapracaramba.Eueragerentede bancoemSãoPaulo.QuandogravamosJaneFuracão,elacaiunasmãosdeumdiretordaCBS chamado Maluly, e eles estavam pegando uma galeralá.Efomoslá,comodiscodebaixodobraço,falarcomele...[continuanapágina13]

Entrevista 4 - Ano I, Nº 1 - Jan-Mar de 2022
Foto: Divulgação SS-433 2009 (recorte)

WIGWAM: a memória musical do Cine Madrigal

Em Vitória da Conquista existiu, para

aquelesque,comoeu,nasceramatéadécadade80,umlugarespecial,responsávelpelacriaçãodediversasmemóriasafetivas, especialmentedeinfância:falodoCineMadrigal,oúltimocinemaderuadacidade.Inauguradoem1968,funcionouaté2001,sendoreaberto noanoseguintepara,então,fecharasportasdefinitivamenteem2007,comoreflexodeumacrisequeaplacouoscinemasdogêneroemtodoo país.

Minhalembrançamaisantigadeumcinema foijustamentenoMadrigal,paraassistirOsHeróisTrapalhões(1988),commeupai.Daíemdiante, foram incontáveis as vezes em que subi aquela ladeirinha mágica em direção à sala de projeção.Aquicomeçaumadasmemóriasmusicaismaismarcantesdahistóriadacidade:antes de começarem os trailers, era executada uma músicainstrumental,queserviaparaavisaratodososqueaindacompravampipocaouconver-

savam à sala de espera, que chegara a hora de procurarseuslugares:ofilmeiriacomeçar!

A música original foi composta por Bob Dylanelançadanoálbum Self Portrait (1970). Inicialmentetraziaumaversãobemsimples,gravadaemmarçode1970emNovaIorque,comviolão,pianoeopróprioDylansolfejandoamelodia.Poucodepois,oprodutorBobJohnstonadicionoumetaisebateria,sendoestaaversãoque entrouparaodisco.Aoriginalchegouaserlançada como single e, posteriormente, na coletânea The Bootleg Series Vol. 10 - Another Self Portrait(1969-1971).Amúsicaconseguiugrandesucesso,alcançandootop10emdiversospaísesdaEuropa,ganhando,inclusive,umaversão em alemão, gravada por Drafi Deutscher, que chegouaotop20naAlemanhanaquelemesmo ano.

JáaversãodoMadrigalfoigravadapelogrupopaulistaOsCarbonos,formadonosanos60. Eraumadaschamadas bandas de estúdio,sem-

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O Cine Madrigal, provavelmente em 1998 (Foto: autor desconhecido)

precontratadasparagravarinstrumentaispara artistas famosos ou mesmo para chamadas de televisãoerádio.OsCarbonoschegaramagravarcomnomescomoWanderleyCardoso,MorrisAlbert,JoãoMineiro&Marciano,Gilliard, Gal Costa, Leandro & Leonardo, Zezé di Camargo&Luciano.Outrasbandasquetambém se tornaram conhecidas por trabalhos semelhantesforamRenatoeSeusBlueCaps,TheFeverseRoupaNova.Geralmenteessesmúsicos eramchamadosparaprestartalserviçoenãotinham seus nomes creditados nos encartes dos discos.

Outracaracterísticamarcantedaépocaera o fato de, constantemente, os músicos/bandas trocaremseusnomes,especialmenteparacon-

quistar o público interessado em música estrangeira.OsCarbonosusaramdiversospseudônimos, como Makenzie Group, Andróides, Carbono 14 e, finalmente, The Magnetic Sounds,quandogravaramWigwam,que,porsinal,éumdosnomesdeumaespéciedeocacerimonialusadapelosnativosnorte-americanos.

Assim,estafoiatrajetóriadestabelamúsica,deNovaIorqueatéoimagináriomusicale cinematográficodeVitóriadaConquista.OcineMadrigalfoiadquiridopelaPrefeituraMunicipalem2014,mas,atéomomento,permanecefechado.Discussõesjáforamfeitasemdireçãoaumareabertura,nãoapenasvoltadaaocinema,mastambémaoteatroeamúsica,como umcentroculturalmunicipal.

LEIA+

NestetrabalhoapresentaremoscomoamemóriadamúsicaemVitóriadaConquistaesteveas-

sociadaaumaherançareligiosaefamiliar.Baseamo-nosnapesquisaMeioSéculodeHistóriaeMemóriadaMúsicaemVitóriadaConquista:umaherançareligiosaefamiliar(19502000),cujainvestigaçãoapontoucomoasinstituiçõesmusicaispossibilitaramaformaçãomusical demuitaspessoas,inseridasounãonacomunidadereligiosa,vistoopapelquealgumasinstituições (igrejas,conservatórios,filarmônicas,etc.)exerceramnaformaçãomusicaldedeterminadosgrupos emVitóriadaConquista.Nessecontexto,éimportanteapresentarasduasescolasdemúsicaqueforamestudadas,comoadeDonaNairBorgesdeOliveiraeadeDonaAlmerindaFigueiradeOliveira. Constatamosqueemboraestasprofessorastenhamsidoresponsáveispelaaprendizagemmusicalna cidade,aescolaadministradaporDonaNairdeixoupoucosdiscípulos,aocontráriodaescolaadministradaporDonaAlmerinda,quepermitiuumaimensacadeiasucessória.Porcontadisso,tomaremoscomogrupodeanálisenestacomunicação,aFamíliaGusmãoFigueira,tendocomofiguracentralDonaAlmerindaGusmãoFigueiradeOliveira.Porfim,entrecruzamososdadoscoletadosapartirdefontesoraisedocumentais,comojornais,fotografiaserevistas,àluzdateoriadamemória,que nosfezperceberqueocenárioemtornodamúsicanacidadenesteperíodo,faziapartedeumtodo muitomaioreconstruídodeformacoletiva,guardadoporsujeitosunidospelotrípliceliame:música,igrejaefamília.

Leianaíntegraem:

Resumo (textooriginal,pelasautoras)

Publicação:2015
A memória da música em Vitória da Conquista: uma herança religiosa e familiar https://bit.ly/3Hrerr6(pdf)
Autoras:PriscilaCorreiadeSousaCarneiro;AnaPalmiraBittencourtSantosCasimiro

Capa

Qual a sua reação instintiva ao

se deparar, de alguma forma, com uma música completamente desconhecida? Tende à rejeição automática ou à curiosidade? Não seria exagero imaginar que sua resposta, muito provavelmente, se forsincera,seinclinaráàprimeiraalternativa,oquepodesoarnaturalparaalgunseincômodoparaoutros,em

especial os autointitulados “amantes da boa música”.Arejeiçãoaonovoparecesernatural aoserhumano,eaquiresideoprincipalobstáculoaosmúsicosautoraisindependentes(leiase,por“independente”,aquelesquenãopossuemoapoiodegrandesconglomeradosempresariais, incluindo veículos midiáticos amplamente difundidos, como a TV aberta, o rádio FM,jornaiserevistasimpressosdegrandecirculação):sefazerescutar…Porvocê!

raisdaregiãoemfestivaiscompetitivospelopaís:nomescomoEvandroCorreia,PapaloMonteiro, Gutemberg Vieira, Geslaney Brito e AndréaCleonicirculavamemmeioàmusicalidadeproposta/impostapelasgrandesgravadoras,comseusartistasautoraistambémemsuas próprias batalhas pela nossa atenção e gosto. Não nos limitando apenas à chamada “música regional”,gêneros“estrangeiros”comoorock

“Música autoral” é aquela composta pelo artista que também a interpreta. Também pode ser chamada de “música original”. Seu contraponto é a música “cover” (do inglês “cover song”), a música interpretada por um artista que não a compôs e nem foi o primeiro a gravá-la ou executá-la publicamente. Assim, um fator essencial para classificar uma música como “cover” ou “autoral” é quem a toca àquele momento: se o músico paulistano Nando Reis toca a canção “O segundo sol”, trata-se de uma música autoral. Se o cantor Kessller a toca, temos um “‘cover’ de Nando Reis” executado (ou mesmo gravado) por esse artista local. Os termos “autoral” e “cover” também se referem a artistas enquanto conceito, de acordo com a maior ou menorpresençademúsicasoriginaisnorepertório:“bandacover”,“bandaautoral”,“cantorautoral”,“cantor-intérprete”,etc.

AregiãosudoestedaBahiaacostumou-sea receberalcunhascomo“celeirodegrandesartistas”,emreferênciaadécadasdegrandesfeitos, em especial a partir dos primeiros lançamentosfonográficos(álbuns)deElomareXangai,nadécadade1970,queparecemterexercido forte influência sobre os músicos locais. Desdeentão,geraçõesdemúsicosinspiraramseemmostrarsuasimpressõesdomundosoba forma de arte. Aqui nos voltamos especificamenteàmúsica.

Apartirdadécadade1980,tornou-serelativamentecomumapresençadecantoresauto-

eoreggaetambémapresentavamsuascriações, representados por nomes como SS-433, ÑRÜ, Renegados,LadrõesdeVinil,Ramanaia,dentre outrainfinidade.

Façamos,então,umpequenoesforçodereflexão:porqueaspessoascompõemmúsicas? Ora,pensemos,primeiro,sobreoqueseriaarte. Aarte,grossomodoeempoucaspalavras,seria uma forma sofisticada de expressão humana. As pessoas, enquanto seres sociais, coletivos, sentemumanaturalnecessidadedeexpressaro quepensamesentem,emrelaçãoaomundoque os rodeia. A arte, em seus inúmeros formatos

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Evandro Correia. (Foto: divulgação)

abertamente,essastantas.Ascríticasdevalorficamporcontadofreguês,especialmentesepensarmosamúsicamassivaatual.Dopontodevistadopesquisador,étudoumagigantescafonte dedados.

Mas,sevivemosumaespéciede“crise”da músicaautoral,comosaberoquepensaoartistaatual?Ficarámesmoapenasporcontadosartistas“demídia”traçaroperfildosnossostempos?Não,sepassarmosaviverumpoucomenosdenostalgiaedar,aosartistasindependentesatuais(e,consequentementeanósmesmos), aoportunidadedefalar.Osupostosilênciodesses artistas diz, sim, muito sobre nossos tempos.Nãoécontraditório,emumaeraondealiberdadedeexpressãoéprotegidapelaConstituição,algotãocaroemnossahistóriaenquantopaís,nãotermosacessoaoquedizemoscom-

antes,vocêsótinhaacessoaosartistas“adotados” pelosfigurõesdasgravadoras(oque,emsi,nãoé nem um pouco democrático), hoje, grande parte dessesartistasestánamesmaplataformade streamingqueosgigantesdehojeedeontem.Sónãohá a mesma quantia investida em publicidade, para queapareçamdecincoemcincominutosemqualquerquesejaoaparelhocomtelaquevocêuse.

Toca autoral!

Ladrões de Vinil. (Foto: Prefeitura Mun. de Vit. da Conquista) positoresnão-comerciaisequevivemtãoperto de nós? E por puro desinteresse/desestímulo?

Oquediriam,sobreisso,osartistashomenageados nos inúmeros shows-tributo atuais? Aos queaceitamapremissadequenãohámaismúsicadequalidade,informamos:nãoapenasisso éumagrandefalácia,comoessamúsicaémais democráticaeabundantequeoutrora.Nãoémais preciso aguardar por um sonhado “caçatalentos”deumagrandegravadoraparaumartista “passar a existir”. Os avanços tecnológicospermitemqueosartistasconsigamseautoproduzircomaltaqualidade,semsairdecasa, nem gastar rios de dinheiro com softwares de gravação,tampoucopagarosfamosos“jabás” parasuamúsicasertocadaemalgumlugar Se

Passemos,apartirdeagora,aagirde formamaisconscienteemenosautômata:quandovirummúsicoemum palcoqualquer,resistaaomeme“tocaRaul!”(repetido,atualmente,nos mesmos moldes das camisetas dos Ramones,usadasmassivamentepor pessoasquesequersabemquesetratadeumabanda),egrite:“tocaautoral!”.Possoapostarqueelevaigostar.Aproveiteparaincentivarocontratante(odonodobar,porexemplo) acolocarmaismúsicaautoralnaprogramação.Segostoudosom,vejase

oartistalançoualgoporaí.Ainternetéumuniverso. E, claro, continue frequentando os showstributo,afinal,músicatambémédiversão.Sónão seesqueçadequetodosnósvivemosnotempopresente.Deixeparanós,oshistoriadores,essahistóriade“viversódepassado”(contémironia).

¹FrasesretiradasdasériePrefácio(2022),deDanielLeite Almeida, disponível gratuitamente na plataforma Globoplay.

10 - Ano I, Nº 1 - Jan-Mar de 2022
“Euachoquenãoháescolha:comovocêpode serumartista e não refletir os tempos? Essa, pra mim, é a definição de um artista.”(NinaSimone)
“Assim como a educação, a música entra como um veículo para tentar viabilizar uma maneira de ajudar as pessoas. Tentarformar,transformareinformar.”(Gutemba)¹

Nãolembroexatamenteoanoemqueco-

meceiameenvolvercomorockconquistense.Durantepartedaadolescência(1996a1998),quandoestudavanoColégio PauloVI,meugrupodeamigoserapequeno,e tínhamos alguns gostos musicais em comum: Gunsn'Roseseraunânime,maseueraoúnico quegostavadeDireStraits(herançamusicaldo meu tio Robson, durante a infância), dividia o gosto porThe Police e Men atWork com um, BonJovi,Scorpionscomoutro,LegiãoUrbana e Raul Seixas, idem. Raul, por sinal, desde os 14 anos, era considerado o meu pai musical. Elesempreestevenumaltopedestalparamim noBrasil,enomescomoLedZeppelin,nopedestalgringo.EucolecionavafitasK-7,amaioriapirata,daquelasquetodomundocomprava nos camelôs das alamedas próximas ao terminaldeônibus.LembrodeterumastrezefitasdiferentesdeRaul.Naminhasala,naoitavasérie (atual9ºano),lembrodehaveroutrogrupode

garotosqueeramfãsdele,maseraumgruporival:nãonosmisturávamos.Esseeraomeucontatocomorocknessaépoca:praticamentesolitário.Eueraotípicoadolescentequesetrancavanoquartoparaouvirmúsica,colarpôsteres naparedeeescrevercoisas.Foi,aliás,quando despertei para uma característica (durante MUITOtempoencaradacomodefeito)bastantepessoal:encararasolidãocomoalgonatural e agradável que, décadas depois, foi expressa de forma mais amadurecida na música Ame a Solidão¹.

Algumtempodepois,entreumadoisanos, umdaquelesmeusamigos,Jamilton,meapresentou a uns garotos que moravam ao lado do Paulo VI, onde hoje seria em frente à entrada principal. Jamilton morava um pouco acima. Eles tocavam violão, tinham pôsteres de bandasqueeuaindanãoconhecia,econversavam commuitacumplicidadesobreorockcomoutrosatéentãodesconhecidos.Eraumuniverso

Memórias de um roqueiro conquistense #01

completamentenovoparamim:aquelaerauma turmamuitomaisamigávelqueasdocolégio, semaquelacargapesadadebrigaseantipatias acumulada pelos sucessivos anos escolares (o quejátornavameupequenogrupoumaespécie de refúgio a todos os membros, que aparentementetambémnãoseencaixavambememnenhum outro). Passei a frequentar essa turma. Aqueles garotos da casa se chamam Darlan e Bruno e são irmãos. Pertenciam a uma banda chamada A-Divert, a primeiríssima que tive contatotãodepertoe,pormuitasorte,umadas pouquíssimasbandasautoraisautoraisdacidade àquele momento, possivelmente 1999 ou 2000. Pela primeira vez na vida vi alguém de carneeosso(leia-sealguémdaminhaidade,no mesmo patamar que o meu) tocando bem um instrumentomusical.Naverdade,foinessaépocaqueeuviumaguitarra,umbaixo,umabateriadepertopelaprimeiravez.

Meu interesse se deu por dois motivos: 1) eu era roqueiro desde sempre e não sabia; 2) Com aproximadamente 14 anos, meu seleto grupinho escolar de amigos decidiu montar umabanda,mesmosemsabertocarnada.Aideiaseriatodosaprenderemjuntos,comoosTitãs e outras bandas icônicas fizeram. Não sei por que,masmeelegeramcomobaixistaevocalistadessabanda,mesmosemeununcatercantado na frente de alguém antes. O modelo era o Gunsn'Roses.Oqueficouencarregadodeser guitarristasoloaprendeuatocarviolão,osoutrosdoisnuncalevaramasérioeeufiqueicom aquelaideianacabeça(ondediabosarrumaria dinheiro para comprar um contrabaixo?). Passeiapesquisarsobrecontrabaixosnarecémchegadainternetdiscada(imprimiváriossitesnaquelavelhaelerdíssimaHPjatodetinta),ficava encantado ao passar numa loja de instrumentos na rua do Madrigal e ver aquele inal-

Memória Musical do Sudoeste da Bahia - 11

cançávelecaro(caríssimo!)sonhopendurado na vitrine. Sobre cantar, eu sempre acompanhavaasmúsicasemmeuquarto,deformadisfarçada: o som ficava alto, eu acompanhava cantandojuntoemaisbaixo,paraqueninguém de fora escutasse. Tímido demais pra ser flagrado cantando.Assim, sem querer, aprendi a cantarafinadoeadescobrirminhaextensãovocal,mesmosemfazeramínimaideiasequerde queissoexistisse.Aochegarnaqueleuniverso degarotos-músicos,fuiautomaticamenteatraído.

AregiãodobairroBrasilerarepletaderoqueiros, e todos se conheciam.Amúsica unia pessoas.Muitasamizades,namoros,casamentos e parcerias surgiram nesses burburinhos nasportasequartosunsdosoutros.Os VHS de shows eram compartilhados constantemente. Porsinal,haviaaslocadorasdevídeoedeCD. No bairro Brasil, me lembro da Trans Vídeo, próximoàfeirinha,umamaisembaixo,eoutra, que também não lembro o nome, na Avenida Brumado, em frente ao atual Centro Cultural GlauberRocha.AquelesshowsdoGunsn'RosesnoJapãoeramummomentodeêxtasepara um adolescente vivenciar em grupos vestidos depretonos quartosdeumououtromembro. Algunstinhamdoisvideocassetes,então,asvaliosascópiassurgiamdeformamuitobemvinda.AslocadorasdeCDerammaisraras.LembrodeumaentreaPraçadaNormaleaPraça doGil,comumacervoconsiderável,chamada Hot Line. De vez em quando dava para juntar umagranaecompraralgunsarranhadosesem capa por um preço bom (para um moleque). Assim, discos de Eric Clapton, Led Zeppelin, Yardbirds se transformavam em fitas K-7, aumentandoorepertóriodetodaumageração.

Umoutrofenômenomaravilhosoparamim foi o universo das bandas. Como já disse, conheciopessoaldaA-Divert(nomegenialedúbioquetraduziarealmenteamensagembásica do grupo), formada por Leo Gama (chamado deChipàépoca)navoz,DarlanBarbosanaguitarra, Daniel Mendes na guitarra, Bruno BarbosanobaixoeFabianoHarada(Japon)nabateria.Chiperaopoetadogrupo:lembrodever algumasletrasautoraisescritasemmáquinade escrevernumficháriooupasta,eessaseramas músicas da banda. Isso me chamou muito a

atençãoàépoca,comosefosseum veja: assim é uma banda: organizada, com tudo documentado.DarlaneraloucoporbandascomoDream TheatereAngra,comguitarristasdepalhetada rápida (ouvia muito essa expressão nesse período).Danielerabemintrospectivo:nuncativemuitaconversacomele,masparecialegal. MoravanaVilaSerranaII,senãomeengano. UmavezelemedeuumCDduplodoThePolice,quetenhoatéhoje.Mudou-separaaInglaterraumtempodepois.Brunocurtiahardrock, como Darlan, mas também o rock nacional. Uma vez, escrevemos juntos uma paródia de Fátima(CapitalInicial)nacalçadadesuacasa. Japon era primo de Darlan e Bruno. Mais velho,jáeraprofessordematemática,gostavade filosofiaehistória.Teveumpapelespecialem minhatrajetória,comofalareimaisadiante.

Abandafaziaensaiosregularmenteemestúdiosprópriosparaisso.Semprequepossível, láestavaeu,assistindotudodecamaroteeabsorvendo todo aquele aprendizado como uma esponja.Osestúdioseramtemplosdorockconquistense:geralmentecriadospormembrosde bandas e improvisados em algum ponto comercialprovavelmentenãoutilizadopelafamíliaoualgodotipo.TudoeraMUITOimprovisado:algunstinhambateria(obviamente,muitosbateristasnãotinhambateria),compratose pelesempedaços,caixasdesomsofríveis,microfonesidem(quandotinhaalgumfuncionando)eparedesrevestidasporcaixasdeovos.Tudoextremamentetosco,masfoiosuficienteparacriarumacenamusicaldeverdade.Sempre alguém levava bebida, e os ensaios eram uma barulhentacelebraçãoaorockn'roll.NesseslocaiserampreparadososlendáriosshowsdoiníciodoséculoXXIemConquista.Lembro-me de alguns, como o estúdio da banda Parrázio (Urbis II) e o da Mictian (Brasil), que nem se chamavaMictianainda.Algunsensaiosaconteciamtambémemcasas,comoaRepúblicada Fumaça(UrbisI).

HouveumperíodoemqueaA-DivertensaiavanacasadePabloCouto(atualbandadeforróFiáPaví),emalgumlugaràsmargensdaAv. Olívia Flores, num quarto nos fundos. Eu fui umaouduasvezes.Comodisse,emcasa,trancadonoquarto,eutentavaacompanharasmúsicascantando,deumaformaqueaminhavozse

12 - Ano I, Nº 1 - Jan-Mar de 2022

misturasse/confundisse com a gravação, para queninguémmenotassecantando.Fuipegando ojeitobemaospoucos.Numdessesensaios,no intervalo,alguémcomeçouatocarCowboyForadaLeiaoviolão,nojardim.Eucrieicoragem ecanteijunto.Nessa,percebiqueJaponobservavaacena.Algumtempodepois,tocaacampainhaemminhacasa,naVilaSerranaI.EraJaponemaisalguém.TalvezBrunoeNinildo,um cara que sempre estava por perto, mas não era músico.DisseramqueabandabrigoueChiphavia saído. Estavam... Me convidando... Para substituí-lo!(!!!)

Foi uma conversa longa. Lembro de algumasfrases,como‘‘éalgoquevocêgostaesabe fazer,nãovaiteatrapalhar’’,coisasmaisoumenosassim.Enfim,topei.Fuiaoprimeiroensaio, ainda na casa de Pablo. Eu estava em pânico. Cantei muito mal (aquecimento vocal era algo que nunca tinha chegado perto de ouvir falar). Fiqueicomtantavergonha,queestiqueiocabo do microfone (nunca tinha sequer pegado em umantes,nemparasaberqualopeso)aomáximoefiqueiforadoambienteondeestavaoresto da banda, com medo de vê-los torcer o nariz. LembrotambémdeouvirPablodizer:‘‘Vei,tá feio.Táfeio!’’.Nasaída,estavaacontecendoalgumafestaderuanaOlívia,talvezumamicareta e, ao encontrarmos pessoas desconhecidas, Japon me apresentava como o novo vocalista. Bem,opânicofoigrande,acoisanãodeucerto enãopassoudaqueleensaio.Nãomelembrose

ChipvoltouousefoilogodepoisdissoqueJapon passou aos vocais. Ele chegou a cantar na FestadaBabilôniaII,aoladodoestacionamentodoBradesco,emfrenteaoCineMadrigal.Teve Samba Maioral e Sociedade Alternativa no repertório,ebrigadecorrentesnarua.Essafestaaconteceuem16demarçode2002,logo,esseepisódiodoensaioaconteceu,possivelmente,nofinalde2001.

Ofatoqueficoumarcadoparasempreé:Japon foi a primeira pessoa que viu em mim algumpotencialmusical.Euatépensavaquelevavajeito,semterideiadoquãocruera,massemprefuimuitocríticoquantoàsminhaspróprias ideias:atéquepontoalgoerarealounãopassavademaisumaviagemdeminhasonhadoracabeça?Bem,ele,aomeconvidarparaassumiro vocalprincipaldeumabandaqueeuadmirava tanto,destravouaprimeirabarreiramentaldentreasmuitasexistentesnacabeçadealguémextremamente tímido, mas cheio de ideias.AADivert,infelizmente,nuncachegouagravarsuasmúsicas.Paramim,aindahoje,eraamelhor bandadeVitóriadaConquistaeseufimfoiomaiordesperdíciodaquelametadedadécada.

Cenas dos próximos capítulos [no site]: mais bandaseshows,osprogramasderádioeocrescimentodacenaroqueiradacidadenaprimeira metadedosanos2000.

Agoraéasuavez:envie-nossuahistóriaatravésdoscontatosàpágina2.Elapoderáserpublicada napróximaedição,ouemnossosite.Nãoéprecisosermúsico.Otemapodeser,porexemplo, suarelaçãocomorádio,algumshowqueassistiu,dentreoutros.

[continuação da página 4] ...naAvenida Paulista,noColégioObjetivo,masbatemosnatrave:entrouSoníferaIlha,eagentenão,mascontinuamosfazendoosom.Convideiduasamigas para fazer backing vocal, aAline Joint e a Rita Killer.FoiaépocaqueoRPMestavalançando Loiras Geladas.Umpoucoantes,tínhamosum showmarcadonoBixiga,no710Bar,eoIsaactinha desaparecido. Uma das meninas disse conhecerumbaterabom,oPauloPA,falecidohá poucotempo,eraobateristadoRPM,queainda não havia estourado, e o Paulo PA fez vários showscomagente.Foibemlegalessafaseem

SãoPaulo.DepoisqueoSS-433acabou,asmúsicas foram melhorando e eu mudei o nome da banda.Em99,monteioDragster Antesteveoutrabanda,aOnJackTallBack,massemprenessa linha. Eu não queria deixar de tocar minhas músicas.Eragerentedebanco,masorockn’roll semprenaveia. @memoriasudoeste - Quando você aparece novamenteporaqui?

Mazinho-Pretendopassar30diasaíem2023e gostariadefazermaisumRockContraaFome: trazerbonsmúsicos,verseoArôvemefazero somnovamente.Essaéaintenção.

Memória Musical do Sudoeste da Bahia

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Ocantor, compositor e violonista bru-

madense começou sua carreira em 2007.ApósumatemporadaemVitóriadaConquistaeSãoPaulofinalizou,emjaneiro de 2013, o CD Autofagia, contendo onze músicas. Esse primeiro registro musical permiteconhecerumpoucodeseutrabalhoautoral,quetemcomoinfluêncianomescomo:GilbertoGil,Lenine,ChicoCésar,JorgeBen,LuizGonzaga,dentreoutros.

O músico traz em seu show um repertório de músicas próprias e experimenta novas interpretaçõesparacançõesdaMPB.EmsuapassagemporSãoPaulocompôsamúsicaOquemove é o querer, vencedora do primeiro festival daEtecdeArtesegravadaporJoabeosRetalhos.Além do trabalho solo, Bruno também é umdosintegranteseidealizadoresdabandade forró Curiscada, formada ao final de 2017 em Lençóis,naChapadaDiamantina.

Assista!

Xangai em ‘‘Cantingueiros’’

Entreagostoesetembrode2007foilançada,noYouTube, Xangai em ‘‘Cantingueiros’’,série

emquatrocapítulossemanais,gravadosdurantedezdiasdeabrildomesmoano,noSítioPontadaTorta,emSantoAmaro.Otítulo,autoexplicativo,resumeestabelahomenagemàfigura docantadorcaatingueiro,típicodanossaregião.Cadaepisódio,compoucomenosde30minutosde duração, édedicadoaumgrandeícone,abordadocommaestriapeloilustreprotagonista,comaparticipaçãodedoisdoshomenageados:Bule-BuleeMateusAleluia.Asérietambémgerouumálbum comdozecanções,sendotrêsdecadapersonagem,jádisponívelnasplataformasdestreaminge,surpreendentemente(paraostemposatuais),lançadotambémemmídiafísica(CD).Trata-sedeumtesouroaudiovisualdenossacultura,disponibilizadogratuitamente.Owebsiteoficialnãomaiséacessível,restandoapáginanoFacebookeocanaloficialnoYouTube,contendotodososvídeosefaixas musicais.

Episódio1:"DaOrigemaoPopular"-BuleBule;Episódio2:"Orecôncavoafrobaiano"- Mateus Aleluia;Episódio3:"Ocronista"- Gordurinha;Episódio4:"OBodeeoCantador"-Elomar.

Linkdeacesso:https://bit.ly/xangaiserie
Realização:LuzdasArtes Co-produção:MaracujáCultural;2NAudiovisual Patrocínio:NaturalMusicaleGovernodaBahia Produção:2017
Imagem: reprodução
Release
Foto: Juan Domingues
Bruno Lima

Palavras cruzadas

1)Gilmara[...],cantoramirimconquistense(décadade1990),hojeGilFerraz;2)Terno de[...],manifestaçãomusicalreligiosaefolclóricadaregião;3)Bandaconquistensedereggae;4)ProgramaradialísticomatutinocomandadoporJânioArapiranga;5)Larissa[...],vocalistadabandaLiatris; 6)[...] da Vida,poesiadeJeanCláudio,musicadaelançadaem1991porEvandroCorreia; 7)[...]Blue, bandaconquistensedeblues;8)[...]Avelino,ocantadorXangai;9)FestivaldeInvernoBahia,iniciado em2005;10) Venha e traga meu [...],cançãodobrumadenseBrunoLima;11)Shau[...],cantorecompositorjequieense;12)[...]Assis,baixistadabandaSS-433;13)CentrodeCulturaCamillodeJesusLima, inauguradoem1987. ●BandadeMúsicaMaestroWalterdeSantaRosa,do[...];●[...]

VERTICAIS

HORIZONTAIS MãoBranca,forrozeiromacaraniense;●Cidade-nataldabanda5Contra1;●Festivalda[...]trouxe,em trêsedições,música,palestraseoutrascomunicações;●Ruídosdo[...],festivaldemetalproduzidoerealizadoemPoções;●Emílio[...],conhecidopercussionistajussiapense,resideemConquistadesdeadécadade1970;●Programa[...],criadoem2007pelopianista,educador,regenteegestorculturalRicardoCastro;●[...]Bar,espaço‘‘alternativo’’fechadoem2008;●[...],cançãodajequieenseIracema Miller;● [...]Monteiro,compositorecantadorconquistense;●AlissonMenezesea[...],grupomusical conquistense;●Projeto[...],daTVSudoeste,reuniugrandesmúsicosnadécadade2000;●‘‘Tudobem, tudo[...]’’, slogan daRádioFM100,1(décadade1990);● Miguel[...],grandearticuladordacenarock conquistense;●[...]Barros,autordascançõeslançadasnoEPPrimeiroQuerer(1991);●Andréa[...],cantora, compositora e educadora mineira, residente em Conquista. ● O poeta conquistense Carlos [...] (1944-2021)dánomeaimportanteespaçoculturalpúblicoinauguradoem1982.

Memória Musical do Sudoeste da Bahia - 15
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N E O J I B A Gabarito em https://bit.ly/memoriasudoeste001
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Memória Musical

Distribuição gratuita - Ano I Nº 01 - Julho de 2022

NESTA EDIÇÃO:

Imagem da vez | Café com Blues Discografia | Grupo Barros

Entrevista | Mazinho Jardim

Wigwam: a memória musical do Cine Madrigal

Leia+ | A memória da música em Vitória da Conquista: uma herança religiosa e familiar

Capa | Música autoral: termômetro dos tempos e espaços

Memórias | Memórias de um roqueiro conquistense - #1 Release | Bruno Lima

Palavras cruzadas Assista | Xangai em ‘‘Cantingueiros’’

Todos os textos por Plácido Oliveira Mendes, exceto quando indicado

Versão digital e mais informações em: https://bit.ly/zinememoria001

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