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NOVEMBRO-DEZEMBRO DE 2013
EDIÇÃO EXTRA
Protesto em Brasília
JURO ALTO É MAIS
DESEMPREGO
FÉLIX PEREIRA
D
epois das manifestações pelo País exigindo o fim do Fator Previdenciário e a correção da tabela do Imposto de Renda, a Força Sindical e as demais Centrais promoveram outro protesto, em Brasília, contra o aumento da taxa de juros. O ato, realizado em frente ao Banco Central, reuniu cerca de 3 mil manifestantes, que criticaram a política do governo federal de aumentar a taxa Selic, em vez de adotar outras medidas para ajudar a produção nacional, atrair investimentos e gerar empregos. “O Brasil voltou a crescer com o expresidente Lula. Mas hoje a situação está diferente. O governo não dialoga com os trabalhadores, promoveu desonerações (reduziu o peso fiscal e tributário) para aliviar o custo da produção, beneficiando vários setores da economia, sem exigir contrapartidas pra evitar demissões e gerar empregos. Os trabalhadores foram excluídos do processo de negociação”, disse Miguel Torres, presidente do Sindicato, Força Sindical e CNTM.
FÉLIX PEREIRA
Manifestação na porta do Banco Central reuniu cerca de três mil sindicalistas e trabalhadores FÉLIX PEREIRA
FÉLIX PEREIRA
ANTONIO ARAÚJO
JURO SOBE No dia seguinte ao protesto, o Copom aumentou a taxa de juros de 9,5% para 10%. Em seis das oito reuniões que realizou este ano, o Copom aumentou a Selic, fazendo o Brasil voltar a ser o campeão mundial de juros acima da inflação. “Esse juro é um presente de Papai Noel para os banqueiros e uma preocupação para os trabalhadores, porque juro alto prejudica o setor produtivo e gera desemprego”, reforçou Miguel Torres, para quem a falta de diálogo do governo está impedindo o avanço da Pauta Trabalhista. “Nós estaríamos numa situação pior se não fossem as ações sindicais e a conquista de aumentos reais de salários pelos Sindicatos”, completou Arakém, secretário-geral do Sindicato. Para a diretora de finanças Elza Pereira, juros altos “comprometem os avanços econômicos e sociais no País”.
Presidente Miguel Torres
OUTRAS REIVINDICAÇÕES O protesto também foi para pressionar o Congresso por: fim do fator previdenciário e das demissões imotivadas, redução da jornada de trabalho, extinção do projeto de
Paulinho da Força
que amplia a terceirização, valorização das aposentadorias e repúdio às mudanças no Juruna, secretário-geral da Força seguro-desemprego, que prejudicam os desempregados. O deputado federal Paulinho da Força, presidente licenciado da Central, lembrou que o movimento sindical começou o ano com a 7ª Marcha em Brasília e fecha com mais protestos e indignação. Paulinho criticou os burocratas, ligados ao setor financeiro, que impedem o crescimento produtivo, a geração de empregos e a distribuição de renda. “Estão destruindo a indústria nacional. Vamos pressionar o governo e o Arakém, secretário-geral do Sindicato Nossos diretores e assessores em frente ao Banco Central Congresso pela pauta trabalhista Por que o protesto foi em frente ao Banco Central? e bloquear a pauta da Câmara até o Congresso votar o fim do fator”. É no Banco Central que o Copom (Comitê de Política Monetária) se rePara Juruna, secretário-geral da Força, úne para decidir sobre o aumento da taxa Selic. A Selic é a taxa de juros “a sociedade precisa compreender o quanto básicos da economia, ela serve de base para o aumento das demais taxas cobradas pelo mercado, ou seja, é a taxa utilizada como referência pela o juro alto é prejudicial. Desenvolvimento política monetária. não se faz com aumento dos juros”, disse. FÉLIX PEREIRA
ANTONIO ARAÚJO