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EDIÇÃO EXTRA
FEVEREIRO DE 2008
REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, JÁ! LANÇAMENTO DA CAMPANHA: DIA 11 DE FEVEREIRO, 10H, PRAÇA RAMOS Força Sindical e as demais centrais sindicais vão lançar no dia 11 de fevereiro, às 10h, na praca Ramos (centro), a Campanha pela Redução da Jornada de Trabalho, Sem Redução Salarial. A luta será levada em âmbito nacional e com a realização de um abaixoassinado para a coleta de 1,5 milhão de assinaturas reivindicando a redução da jornada no País. “Esta será a principal bandeira do movimento sindical neste ano de 2008. Conquistamos as 44h semanais com muita luta, e vamos mostrar que é possível reduzir ainda mais a jornada de trabalho e gerar empregos”, afirma o presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. O abaixo-assinado será levado para as portas das fábrica, bairros, comunidades etc., até o dia 1º de Maio, Dia do Trabalho, e depois, encaminhado ao Congresso Nacional. Vamos pressionar os parlamentares a aprovar emenda constitucional e reduzir a jornada. Os metalúrgicos da Força Sindical são fundamentais nesta luta. Esta categoria foi pioneira na conquista de muitos direitos trabalhistas, e sua atuação, agora, será fundamental para a conquista da redução da jornada. “Fomos a primeira categoria a conseguir baixar a jornada de 48h para 44h semanais, por meio de greves e negociações, até que, na Constituição de 88, essa redução foi estendida para todos os trabalhadores. Vamos continuar sendo o carro-chefe dessa bandeira”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos).
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MOBILIZAÇÃO E PRESSÃO Sabemos que o benefício será alcançado somente com muita pressão sobre o Congresso Nacional. Por isso, a conscientização e a mobilização dos trabalha-
dores de todas as categorias é muito importante. “A redução da jornada só vai trazer vantagens, tanto para os trabalhadores como para as empresas, mas vamos precisar do engajamento de todos nesta luta para convencer os patrões dessa verdade”, afirma Eleno. Acesse www.metalurgicos.org.br, imprima o abaixo-assinado e distribua para os colegas de fábrica. Depois, entregue ao diretor do Sindicato. Eleno em assembléia realizada em 2003, quando ainda não era presidente do Sindicato
Paralisações dos metalúrgicos vão marcar início da Campanha Os metalúrgicos da Força Sindical no Estado de São Paulo vão iniciar a Campanha, no dia 11, com paralisações de até uma hora nas maiores fábricas metalúrgicas do Estado. A decisão foi aprovada pelos dirigentes dos 52 sindicatos metalúrgicos da Força Sindical no
Estado durante plenária na Paulinho, à frente de uma das campanhas dos metalúrgicos pela jornada menor nossa Federação. “Não vamos nos limitar ao abaixo-assinado. Vamos fazer mais, mão-de-obra e da contratação de tramobilizar os metalúrgicos em âmbito balhadores com salário menor, da nacional, porque esta reivindicação é mudança das empresas para regiões muito importante para a geração de que pagam salários mais baixos, enempregos, redução da rotatividade de tre outros fatores”, afirma Eleno.
o metalúrgico
FEVEREIRO DE 2008
REIVINDICAÇÃO JUSTA
Saiba quais são os benefícios da jornada menor A redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, vai melhorar o desempenho profissional dos trabalhadores, que terão mais tempo para estudar, para se qualificar profissionalmente, para o lazer e para a família, e também torná-los mais empenhados no trabalho. Aliada ao fim das horas-extras, a adoção da redução da jornada poderá gerar cerca de 2,8 milhões de novos empregos, segundo o Dieese (departamento de pesquisas econômicas dos sindicatos). O aumento do emprego também terá um impacto positivo sobre a redução dos índices de violência. Confira abaixo os benefícios que a redução da jornada pode trazer. 1) REDUÇÃO DE JORNADA, SEM REDUÇÃO DE SALÁRIO: • Geração de emprego, • Inclusão social, • Aumento e distribuição de renda, • Melhor qualidade de vida, • Aumento do consumo, • Aumento dos investimentos, • Aumento da produção, • Crescimento econômico e social.
2) MENOS HORAS-EXTRAS
4) FAZENDO CONTAS:
Aproximadamente, 40% dos trabalhadores fazem hora extra no Brasil. Muitas vezes, em período de crescimento econômico, as empresas, ao invés de contratar, obrigam seus trabalhadores a fazer horas-extras. Assim, nem sempre crescimento econômico significa geração de empregos. É por isso que, em vários países, existem leis que limitam as horas-extras. No Brasil, além da pressão patronal, os baixos salários obrigam os trabalhadores a se sujeitarem a essa pressão. A redução da jornada vai implicar em: • Menos horas-extras e jornadas mais curtas, • Mais tempo para o convívio familiar, • Menos problemas de saúde relacionados ao trabalho, • Menos acidentes de trabalho
• Nos últimos anos, a introdução de novas tecnologias, as novas formas gerenciais e a flexibilização da legislação trabalhista trouxeram um aumento significativo no ritmo de trabalho. O tempo que o trabalhador dedica ao trabalho é bem maior do que a simples soma da jornada legal + as horas-extras. Há o gasto de tempo com o transporte, com os cursos de qualificação fora da jornada, às vezes com o trabalho levado para casa etc. Marque as horas gastas com cada uma de suas atividades diárias e, no final, você ficará espantado com a quantidade de horas dedicadas às atividades relacionadas ao trabalho.
3) TECNOLOGIA AUMENTOU PRODUÇÃO • A produtividade do trabalho triplicou nos últimos 20 anos, • O custo dos salários no Brasil é um dos mais baixos do mundo, • O peso do salário no custo total da produção é baixo. Exemplo: Em 1990, a indústria automobilística brasileira produziu 914.466 veículos empregando 138.374 pessoas. Isso dá uma produção de 6,6 veículos por funcionário. Em 2006, essa mesma indústria produziu 2.611.034 unidades, empregando 106.350 pessoas, com uma média de 24,5 veículos por empregado. Em outras palavras, a produtividade triplicou com as novas tecnologias.
JORNADA MÉDIA SEMANAL EM OUTROS PAÍSES PAÍS
JORNADA SEMANAL
BRASIL
44,0 HORAS
Alemanha
41,5 horas
Argentina
39,2 horas
Canadá
31,9 horas
Chile
43,7 horas
Espanha
35,7 horas
Estados Unidos
40,5 horas
França
38,3 horas
Itália
38,2 horas
Israel
37,3 horas
Japão
42,2 horas
Inglaterra
39,6 horas
Suíça
35,6 horas Fonte: OIT – Anuário Estatístico do Trabalho
HISTÓRIA
CONQUISTA DOS METALÚRGICOS té 1988, a jornada de trabalho no Brasil era de 48 horas semanais. Sua redução para 44h foi fruto de uma luta pioneira do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, iniciada em 1982. O Sindicato começou a negociar a redução da jornada por empresa, e a conquistar a redução gradativa da jornada, até introduzir o benefício na Convenção Coletiva de Trabalho, em 1986. A partir daí, também com muita luta e muitas greves, mais categorias passaram a conquistar uma jornada menor.
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Em 5/11/1988, a Constituição Federal fixou a jornada de trabalho do País em 44 horas semanais. Mesmo assim, após aquele ano, nosso Sindicato manteve a luta para baixar a jornada para 40h. Hoje, na nossa base, a jornada varia de 44h a 40h semanais. Cerca de 50 mil trabalhadores de mais de 230 empresas da base já trabalham menos de 44h semanais. O Sindicato continua negociando com as empresas, mas é preciso a participação dos trabalhadores nesta luta para ampliarmos este direito pra toda categoria.