EDIÇÃO EXTRA – NOVEMBRO DE 2007
EDITORIAL O SINDICALISMO É FUNDAMENTAL PARA O BRASIL O E PARA VOCÊ!
movimento sindical brasileiro está sendo muito atacado ultimamente, principalmente por setores conservadores, que desejam enfraquecer as entidades sindicais e, desta forma, tirar direitos dos trabalhadores como, por exemplo, o 13º salário, o FGTS, o registro em carteira. Nosso Sindicato foi responsável, nos últimos cinco anos, pela conquista de um reajuste salarial acumulado de 60,73%, que inclui um aumento real de 15,42%. Já pensou se não tivéssemos força para esta luta sindical? Os trabalhadores não iriam ter aumento salarial nem outros benefícios, como a PLR, e os patrões iriam, assim, acabando com todos os direitos trabalhistas. Além destas conquistas, os sindicatos foram, e são, fundamentais na luta pela democracia no País e pela cidadania da população brasileira. Os sindicatos reivindicam mais investimentos no setor produtivo, lutam por mais empregos e qualificação profissional, contra a corrupção na política, por ambientes de trabalho seguros, defendem os direitos dos aposentados e pensionistas, dos desempregados, das crianças e adolescentes em situação de risco... Não vamos permitir que tantas lutas e conquistas sejam rasgadas e jogadas no lixo. Precisamos ficar atentos, mobilizados em Brasília e integrar a 4º Marcha da Classe Trabalhadora.
4ª
MARCHA DOS TRABALHADORES PARA BRASÍLIA
O
ELENO BEZERRA Presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
Trabalhadores já fizeram marcha a Brasília pelo aumento do mínimo e correção da tabela do Leão
Força Sindical e as demais centrais sindicais vão realizar, no dia 5 de dezembro, a 4ª Marcha dos Trabalhadores para Brasília. A marcha vai reunir trabalhadores de todo o País, numa grande manifestação pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução Salarial, por Mais e Melhores Empregos, pela Aposentadoria por Tempo de Contribuição e por Políticas Públicas. Os trabalhadores vão entregar as reivindicações aos presidentes da República, da Câmara dos Deputados e do Senado, e cobrar um calendário de negociações para estas questões. Na prática, esta é uma marcha em defesa dos direitos dos trabalhadores, que estão sendo ameaçados no Congresso Nacional. É uma jornada pelo fortalecimento das entidades sindicais, contra a terceirização, contra a reforma da Previdência, que quer impor uma idade mínima de 67 anos para a aposentadoria e aumentar para 40 anos o tempo de contribuição, e outros direitos sagrados. Esta jornada é muito importante, sobretudo neste momento crucial para o movimento sindical, em que setores políticos e patronais conservadores tentam proibir as entidades sindicais de terem financiamento para suas lutas, com objetivo de quebrar os sindicatos e tirar direitos dos trabalhadores. Já pensou se o trabalhador, dentro da
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fábrica, tiver que negociar seu aumento salarial direto com o patrão? Sabe o que vai acontecer? Sem organização sindical não há luta nem conquistas, e só os trabalhadores perdem. Tramita no Congresso Nacional uma emenda que acaba com a contribuição sindical das entidades dos trabalhadores, mas não mexe na contribuição dos sindicatos patronais. Para o presidente do Sindicato, Eleno Bezerra, esse movimento que busca atingir o financiamento das entidades sindicais é “uma articulação política anti-sindical”. “Tentaram aprovar a Emenda 3, que tirava direitos e acabava com a carteira de trabalho. Como não conseguiram, estão tentando acabar com a contribuição
sindical, que financia as lutas dos trabalhadores”, afirma Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal. A atuação de Paulinho no Congresso tem sido fundamental para barrar as investidas de patrões e parlamentes conservadores contra os trabalhadores.
EM DEFESA DA CONTRIBUIÇÃO No dia 1º de novembro, o senador Cristovam Buarque (PDT) fez um discurso no Senado, lembrando que nenhuma instituição sobrevive sem recursos. Ele disse: “Para haver democracia numa sociedade são necessários os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os partidos políticos e os sindicatos. Os poderes são financiados pelos impostos pagos pela sociedade, de forma não voluntária. Os partidos recebem verba do fundo partidário, enquanto que os sindicatos não possuem nenhuma fonte de recurso do governo e necessitam de financiamento para continuarem existindo.” Vale lembrar que outras instituições, como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), conselhos regionais (de medicina, engenharia etc.) recebem contribuições obrigatórias dos respectivos profissionais das áreas, independentemente deles serem ou não sindicalizados. Os sindicatos são as únicas instituições que defendem os direitos e os interesses dos trabalhadores. Por isso, querem acabar com eles.