O metal 520

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ANO 62 – JULHO DE 2005 – Nº 520

Mangabeira Unger faz palestra sobre crise

Um dos pensadores políticos e sociais mais reconhecidos em vários países, o professor Mangabeira Unger, fez uma palestra no Palácio do Trabalhador sobre a atual crise política, seus reflexos sobre a economia e a alternativa para mudar o rumo no País. PÁG. 6

Assembléia aprova mobilização JÁ da Campanha Salarial E PEDE CADEIA PARA OS CORRUPTOS

Meu Guri celebra o ECA Para comemorar os 15 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, o Meu Guri promoveu a 15ª edição do Estatuto, exposição com quadros feitos pelas crianças e adolescentes da entidade, e apresentações musicais. O Meu Guri também inaugurou consultório dentário na Serra da Cantareira. PÁG. 7

Cursos e convênios O Sindicato está intensificando suas ações sindicais na área de Educação, firmando convênios para proporcionar cursos técnicos, cursos livres, de informática, supletivos, profissionalizantes e de nível superior. Todos com descontos especiais para os sócios do Sindicato. PÁG. 8

Cerca de dois mil delegados e ativistas da categoria participaram da assembléia que aprovou a antecipação da campanha salarial

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erca de 2 mil delegados sindicais e ativistas da categoria participaram de assembléia realizada no dia 10 deste mês, no Sindicato, e aprovaram o início da mobilização para a campanha salarial 2005. Os trabalhadores também protestaram contra a corrupção que envergonha o País e pediram a punição dos culpados que desviaram dinheiro público que poderia estar sendo utilizado em benefício da popula-

ção carente, na produção e na geração de empregos. Vamos começar a campanha mais cedo para ganhar força nas negociações e evitar que o cenário econômico dificulte as nossas conquistas. Vamos lutar pela reposição da inflação aos salários e por aumento real. Do jeito que a economia está, a negociação com os patrões não será fácil. Estamos na contramão da euforia do crescimento e a A

produção está devagar. O brasileiro está até mais endividado, segundo estudo da MS Consulte. O presidente Eleno disse que se os patrões negarem o aumento a categoria irá à greve. E a proposta foi aclamada pela assembléia. Vamos à luta para garantir a valorização da renda, o direito de participação no crescimento, pela moral e a ética. LEIA MAIS NA PÁG. 3

FUTEBOL

Força Esporte Clube passa para a 2ª fase da Segundona

O Força Esporte Clube goleia e pasa para a segunda fase do Campeonato Paulista/2005

Classificado com uma rodada de antecedência para a 2ª fase do Campeonato Paulista da 2ª Divisão, o Força Esporte Clube entrou em campo no domingo (17/07) para disputar, com o União F.C. de Mogi, o 2º ou 3º lugar na chave. Resultado: mesmo com o time reserva (os titulares foram poupados), vitória por 3 a 2, gols de Leandro (1) e Biro (2), e a 2ª colocação no grupo 5. A equipe do Campinas A.C. foi a campeã da chave. Valdir Pereira, diretor de Esportes, explica: “Das 40

equipes que iniciaram o Campeonato, apenas 16 seguem na competição. Nossos adversários na próxima fase serão Catanduvense (Catanduva), Velo Clube (Rio Claro) e Assisense (Assis)”. Os jogos serão ida e volta. “É um campeonato difícil, mas estamos bem. Agora, as coisas vão se afunilando, mas o time tem potencial para chegar lá. Contamos com o apoio de todos”, diz Francisco Tonon, o Tarugo, presidente do Força, convocando torcedores e amigos para os próximos jogos.


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JULHO DE 2005

EDITORIAL

LUTA COMEÇA MAIS CEDO

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e a classe trabalhadora não for para as ruas lutar pela ética na política e pelo crescimento econômico não vai ter salário digno e vai continuará vendo o seu emprego cada vez mais ameaçado. Num País onde se privilegia a malandragem, o trabalhador sempre paga o pato. Por este motivo vamos começar a nossa campanha salarial mais cedo, para mobilizar os trabalhadores e conscientizar sobre as negociações difíceis que vamos ter pela frente. As denúncias de corrupção, que a cada dia revelam novas falcatruas e implicam mais gente de dentro e de fora do PT, estão afetando a economia. Essa situação gera incertezas, que fazem com que os empresários não invistam, as pessoas não comprem e a produção pare.

O governo tem que agir rápido, começar a baixar juros e impostos, investir mais no social, de forma a começar a promover a inclusão dos mais pobres. Está mais do que na hora de o governo mostrar resultados. Afinal, foi para corrigir as injustiças que o presidente Lula foi eleito. Se ele realmente está fora das ‘malacutaias’ e não sabia das armações feitas para desviar dinheiro público para o bolso de políticos sem escrúpulos deve ser coerente com o que sempre pregou, agir e não ficar apenas nos discursos.

Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO

EMENDA PIOR QUE O SONETO om a crise – para não dizer lama – tomando conta do País, o tema do momento é reforma política. Sem dúvida, é preciso mesmo uma reforma geral, organizar a bagunça, porque, do jeito atual, nosso sistema político é um convite para todo tipo de picareta. Por isso, a Força Sindical já propôs lá atrás, em 1991, uma reforma política pra valer. Nunca foi feita. Deu no que deu. O problema é que a reforma que os políticos estão querendo é mais uma fraude. Pela proposta, os eleitores não votariam mais no candidato de sua preferência, mas numa lista proposta pelos partidos. Ou seja, votaríamos em listas apresentadas por Jeffersons, deputados que ganham mesada e outros do gênero. Seria a vitória definitiva da corrupção e do fisiologismo.

A Força Sindical repudia esse engodo e propõe uma reforma política radical, verdadeira solução para crises como essa, que atacam um sistema político que cai de podre. Mas para isso é preciso convocar uma Assembléia Nacional, porque o Congresso que está aí não tem mais moral para tocar as verdadeiras mudanças. E, aí sim, mudar, e mudar pra valer, com a sociedade participando. Os políticos é que têm que servir ao povo, e não o contrário.

o metalúrgico

Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Carlos Tonon (Tarugo), Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Francisco Campos, José

JULHO DE 2005 Ano 62 – Edição nº 520 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br

Neste espaço os trabalhadores têm parte do dia-adia dos nossos diretores, podem acompanhar o que acontece nas fábricas e ficarem melhor informados sobre a atuação do Sindicato na busca de melhorias no ambiente de trabalho e outros direitos. PLR MELHOROU NA GEHAKA Os 91 companheiros da Gehaka, fabricante de balanças de precisão na zona sul, aprovaram a proposta de pagamento de PLR no valor de R$ 950, a ser paga em duas parcelas. A primeira, de R$ 380, será paga em 31/8/05 e, a segunda, condicionada às metas, em 28/02/06. Segundo o DIRETOR GARCIA, os trabalhadores, mobilizados, tinham rejeitado proposta anterior de R$ 700 e obrigaram a empresa a melhorar o benefício. O que foi muito justo!

JORNADA MENOR NA NOVEX

ARTIGO

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A Diretoria nas Fábricas

Os 140 trabalhadores da Novex Ltda, fabricante de rodas e rodízios na zona oeste, conseguiram reduzir um pouco mais a jornada de trabalho. A jornada caiu para 43 horas em 1º de julho, vai passar para 42h30 a partir de janeiro/06, e para 42 horas em julho/06. Eles também garantiram a PLR de 2005 e vão passar a receber a cesta básica em casa, sem nenhum custo, segundo o DIRETOR DAVID. A PLR garante dois pisos da categoria, do Grupo 9. Quem ganha até R$ 2.000 receberá a 1ª parcela em agosto/05 e, a 2ª, em fevereiro/06. Quem ganha acima disso, receberá as parcelas em setembro/05 e março/06.

FORÇA DA MOBILIZAÇÃO A mobilização São Carlos (de usinagem e autopeças), na zona sul, garantiu a conquista de PLR no valor de R$ 1.500 aos 200 trabalhadores da empresa. O pessoal já recebeu a primeira parcela, de R$ 700, no dia 30 de junho. A segunda, de R$ 800, será paga em fevereiro/06. Segundo o DIRETOR MALA, os trabalhadores haviam rejeitado uma proposta anterior de R$ 1.320, e a mobilização garantiu a conquista de um valor maior do benefício.

CORREÇÃO

Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL

O acordo na Armco do Brasil estabelece um benefício de R$ 1.600 de PLR, caso as metas sejam atingidas, podendo chegar a R$ 1.900, se os trabalhadores atingirem o chamado nível 2 de metas. A primeira parcela será paga em 5/8/05 e, a segunda, em janeiro de 2006, segundo o diretor VALDIR PEREIRA.

Lúcio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sales José da Silva, Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém), Paulo Fernandes de Souza (Paulão)

Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Edson Baptista - MTb 17.898 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana, Werther Santana, Iugo Koyama Diagramação e Arte Rodney Simões, Vanderlei Tavares Impressão Gráfica Art Printer Tiragem: 300 mil exemplares


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JULHO DE 2005

LUTAS - CAMPANHA SALARIAL 2005

CAMPANHA COMEÇA MAIS CEDO P

odemos dizer que a campanha salarial dos metalúrgicos está nas ruas. O alerta para a necessidade de começarmos a campanha mais cedo foi dado na assembléia realizada no dia 10 deste mês, no Sindicato, e cerca de 2 mil trabalhadores presentes aprovaram a idéia. Começar a campanha mais cedo significa nos prepararmos para enfrentar dificuldades nas negociações. A crise política está tomando conta do País há dois meses e afetando a produção. “A economia está com o freio de mão puxado e o setor industrial está perdendo fôlego para a geração de empregos. Vamos ouvir muito choro dos patrões, mas não vamos, em nome da crise, abrir mão do aumento real. Se os patrões negarem, iremos à greve. Os trabalhadores não vão pagar o pato dessa história”, disse Eleno, presidente do Sindicato. Apesar das previsões de queda no crescimento econômico para o segundo semestre, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou que a produção industrial está indo bem. “Se é assim, as empresas vão ter que di-

Trabalhadores aprovam a antecipação da campanha salarial e repudiam corrupção

Eleno, no comando da asssembléia que aprovou o início da campanha salarial e pediu punição aos corruptos

vidir o bolo desse lucro produzido pelos trabalhadores”, disse Eleno. O diretor Carlão pediu união em defesa dos salários e falou da importância de não deixarmos que o mar de lama caia sobre os trabalhadores. “Os trabalhadores não podem pagar o preço da crise política criada pelos corruptos”, afirmou. Miguel Torres, secretário-geral, lembrou: “O que vai dar garantia e conquistas ao nosso bolso será a nossa mobiliPaulinho: zação. O que faz um sindicato forte é a “Lula ainda união dos trabalhadores”. pode se salvar, Em agosto, o Sindicato vai realizar se mudar a uma plenária com delegados sindicais política e ativistas da categoria para discutir a econômica e baixar os pauta de reivindicações da campanha juros.” salarial 2005.

Miguel: “Mobilização vai garantir as conquistas.”

Elza falou da importância de educarmos bem os nossos filhos

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assembléia do dia 10 repudiou a corrupção que tomou conta do País, paralisou o Congresso Nacional e está prejudicando a economia. As empresas não estão investindo, não estão contratando, e o desemprego continua alto. “Lula foi eleito com a promessa de mudar o País, mas esqueceu do seu compromisso com os trabalhadores e passou para o lado do sistema financeiro. Tudo o que a população paga de impostos é para

JADSON TEODORO ATAÍDE, montador da Transvoltec

o metalúrgico- Você sempre participa dos eventos do Sindicato? Jadson- Sim, desde que passei a trabalhar nesta empresa, há três anos. Carlão: Trabalhador não pode pagar o pato dessa crise.”

Punição aos corruptos pagar os juros da dívida, e ainda ficamos devendo”, disse Paulinho, presidente da Força Sindical. Paulinho acha que Lula ainda pode se salvar, mas tem que baixar os juros e fazer o Brasil voltar a ter emprego. Elza, tesoureira do Sindicato, pediu aos trabalhadores para refletirem sobre o que está acontecendo. “Lula foi eleito para dar uma grande virada neste País e, hoje, o que assistimos? Ao regime da mala preta e do mensalão. Precisamos investir na educação dos nossos filhos para formar homens honestos, e investir na qualificação profissional. Precisamos de engajamento cívico, de mobilização nacional”, bradou. O vereador Cláudio Prado também falou da corrupção. “Estamos trabalhando e não estamos ligados a esta corrup-

Nesta seção, “o metalúrgico” traz entrevistas feitas com trabalhadores da base. Neste espaço, o pessoal fala o que pensa do Sindicato, sua atuação e envolvimento nas questões políticas, reformas, enfim, sobre assuntos de interesse dos trabalhadores.

ção que parece que torna todos iguais. Somos a favor de mandar os culpados por esta situação para a cadeira. Queremos trabalho, respeito, dignidade”, disse. Carta ao presidente Lula: Os trabalhadores também aprovaram o encaminhamento de uma carta ao presidente Lula, com propostas para tirar o governo do marasmo provocado pela crise política e exigindo mudanças na economia e no sistema de representação política.

Vereador Cláudio Prado defendeu a punição dos culpados pela roubalheira

Companheiro da Prada ganha o carro zero Maelson Bezerra Marreiros, de 26 anos, ajudante geral na Metalúrgica Prada, foi o ganhador do carro zero Km sorteado na assembléia realizada no dia 10 de julho, no Sindicato, como prêmio aos associados, delegados sindicais e ativistas da catetoria pela participação na Campanha de Sindicalização. Maelson é sócio desde 1999. Na foto, Maelson com o diretor Carlão, Eleno (presidente), Paulinho, Elza (tesoureira), Valdir (diretor) e Miguel (secretário-geral).

o metalúrgico- O que você achou da palestra do professor Mangabeira (realizada no dia 7, no Sindicato)? Jadson- Muito interessante. Ele tem muitas idéias que eu nunca tinha ouvido falar, tem uma visão política totalmente diferente do que eu já ouvi. o metalúrgico- O que ele falou que mais chamou a sua atenção? Jadson- A questão da dívida externa. Eu achava que se o Brasil não pagasse sua dívida ia ter sérios problemas econômicos. Esta palestra me deu outra visão e mais esperança, me fez acreditar mais no País. (Mangabeira Unger disse que os próprios banqueiros acreditam que se o Brasil pagasse apenas metade dos juros que paga nada aconteceria ao País. Essa metade ainda seria bem menor que os juros pagos por outros países.) o metalúrgico- Você está desiludido por causa das denúncias de corrupção? Jadson- Com o que está acontecendo, a gente fica meio incrédulo. Ouvindo a palestra vejo que há outras alternativas para o País. o metalúrgico- Você já participou de algum Curso de Delegados? Jadson- Já fiz os níveis 1 e 2 e achei importante. Uma coisa que falta ao povo é se envolver mais na política, não continuar sendo um analfabeto político. Os cursos dão outra visão sobre política e ensinam a orientar os trabalhadores nas fábricas com relação à política.


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SÍMBOLO DE LUTA

A NOVA CASA DOS APOSENTADOS A

assembléia realizada no dia 10 de julho aprovou a transferência do prédio da Rua do Carmo, antiga sede do Sindicato, para o Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical. “Estamos devolvendo o prédio para quem o construiu. Aquele prédio é um símbolo dos metalúrgicos, das lutas da categoria, da luta contra a ditadura”, disse Paulinho, presidente da Força Sindical. Eleno, presidente do Sindicato, explicou o porquê da mudança. “Os custos aumentaram muito. Há dez anos, nossa categoria tinha perto de 450 mil trabalhadores. Hoje, tem cerca de 250 mil. Essa perda tem um custo e estamos procurando a melhor forma de preservar o patrimônio

que esta categoria construiu”. A manutenção do prédio da Rua do Carmo custa R$ 200 mil, só de impostos, e o prédio precisava de reformas. “Não quisemos aumentar a mensalidade do Sindicato, nem fechar o Ambulatório Médico. Passar o prédio para os aposentados foi a melhor alternativa”, disse Eleno. O presidente do Sindicato dos Aposentados, João Inocentini, foi quem propôs fazer do prédio da rua do Carmo a Casa dos Aposentados. “Foram os aposentados, quando estavam na ativa, que organizaram as lutas dos trabalhadores naquele espaço. E aquela casa vai continuar sendo palco da luta de milhões de aposentados e pensionistas do Brasil”, disse o compa-

nheiro João. O prédio foi vendido ao Sindicato dos Aposentados por R$ 1,5 milhão. O dinheiro será investido no próprio patrimônio do Sindicato, na melhoria do Ambulatório Médico, das colônias de férias, do Clube de Campo e na manutenção dos serviços prestados aos associados.

João Inocentini, presidente do Sindicato dos Aposentados

Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, Rua do Carmo, 171, antiga sede do Sindicato

FORÇA SINDICAL

Força realiza o seu 5º CONGRESSO município de Praia Grande será palco, nos dias 2, 3 e 4 de agosto, do 5º Congresso Nacional da Força Sindical, que vai definir os novos rumos da entidade dentro do movimento sindical brasileiro e eleger a nova Direção Nacional da Central, a Executiva Nacional, o Conselho Fiscal e seus Suplentes. Segundo João Carlos Gonçalves,

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o Juruna, secretário-geral da Força, a pauta de discussão será abrangente: “A criação e a efetivação de políticas de retomada do desenvolvimento, de geração de emprego e renda, de formação profissional serão alguns dos temas a serem discutidos. As bandeiras de luta para os próximos anos também serão alvo das discussões”. O 5º Congresso representa um importante evento para a troca de informações entre os sindicalistas partici-

pantes e para a integração das diversas categorias de trabalhadores envolvidas. Ações unitárias para todo o País sobre questões como a organização de secretarias nacionais, a redução da jornada de trabalho como forma de gerar empregos, e mobilizações contra os juros altos, por exemplo, serão algumas das bandeiras que irão nortear a atuação da Central. Propostas para a Reforma Sindical e para um novo estatuto da Força também serão votadas.

CURSO DE DELEGADOS SINDICAIS

Responsabilidade em mudar o País

Miguel (de amarelo) já comandou cursos para mais de 900 trabalhadores

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“tsunami do mensalão”, que transformou o cenário político brasileiro em um verdadeiro mar de lama, que fez cabeças rolarem e malas cheias de dinheiro surgirem do nada, mostra claramente em que se transformaram a nossa confiança e esperança. Os reflexos desses desmandos e abusos afetam as nossas vidas, desestabilizam a economia, arrebentam com os salários, dizimam empregos, nos revoltam e envergonham.

Como acabar com a corrupção no País? Só tem um jeito: conscientizando e preparando politicamente o povo, dando-lhe subsídios para combater esse mal. É esta a principal intenção dos Cursos de Formação de Delegados do Sindicato: conscientizá-los e prepará-los para que sua atuação política se amplie. Os cursos são divididos em três níveis e realizados no Clube de Campo de Mogi. O próximo curso, de Nível 3, será nos dias 29 e 30 deste mês. “É obrigação do Sindicato oferecer aos delegados sindicais informações sobre o que acontece no País. Queremos conscientizar politicamente esses companheiros, aprimorar sua atuação dentro e fora das fábricas, discutir propostas, apresentar soluções. Só assim vamos mudar o Brasil”, afirma Miguel Torres, secretário-geral do Sindicato e coordenador dos cursos.

João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical

Para Paulinho, presidente da Força Sindical, “o Congresso será de grande valia para o sindicalismo brasileiro, que atravessa um período de mudanças em virtude da Reforma Sindical. Queremos e vamos apontar novos caminhos para o sindicalismo”. Cerca de 2.500 dirigentes sindicais irão participar do Congresso.

CENTRO CIDADÃO

Novo posto em Itaquera

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oi inaugurado no último dia 15, em Itaquera, o segundo Centro Cidadão da cidade de São Paulo. O novo centro de apoio ao trabalhador tem o mesmo padrão O Centro Cidadão de Itaquera tem capacidade da unidade de Interlagos, inaupara atender mil trabalhadores por dia gurada em junho. Segundo a Secretaria do Trabalho, os Centros não serão só um banco de empregos, ra e sancionado pelo prefeito. mas também um centro de capacitação Para Cláudio Prado, o Centro Cidadão e de apoio ao pequeno empreendedor. cria mais oportunidades aos desempreO projeto é uma das bandeiras de gados, que não precisam ir até o centro luta de Paulinho, presidente da Força da cidade para procurar emprego. “É uma Sindical, que foi candidato à prefeitura honra ter feito este projeto. Estamos cripela PDT. A criação desses Centros é um ando mais oportunidades e dando digniacordo de José Serra e Paulinho, feito dade às pessoas. Este projeto irá viabino segundo turno das eleições, e con- lizar o desenvolvimento local das regisolidado através de um projeto de lei do ões, capacitando a mão-de-obra dos travereador e diretor do Sindicato, Cláu- balhadores locais para as vagas de emdio Prado, que foi aprovado na Câma- prego”, concluiu.

CENTROS CIDADÃOS: Unidade Itaquera: Rua Gregório Ramalho, 12 – Fones: (11) 6171-4933/6205-3171 Unidade Interlagos: Avenida Interlagos, 6.122 – Fones: (11) 5667-5580/5669-4320


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LUTAS

GREVES VITORIOSAS: É A FORÇA DA UNIDADE Várias empresas metalúrgicas foram paralisadas nas últimas semanas por não respeitarem direitos dos trabalhadores e não pagarem salários, PLR, demitir etc. A diretoria do Sindicato, sempre Fábrica de Parafusos: Chega de calote! alerta, assumiu o comando das greves e a compromissos assumidos pela empremobilização nas fábricas para garantir a solução sa no Tribunal Regional do Trabalho. Desta vez, ou vai ou racha. A emdos problemas. Confira o resultado dessas ações.

Fundição: PLR com greve Os 130 companheiros da Fundesp, na zona oeste, precisaram parar por sete dias úteis para garantir o pagamento da PLR. Segundo o diretor David, os trabalhadores vão receber R$ 550, em três parcelas, nos dias 5/ 08, 5/10 e 20/01/06. Eles vão repor metade dos dias parados e conquistaram 60 dias de estabilidade. O movimento teve o apoio de vários diretores do Sindicato, entre eles, Pereira e Maloca.

Fiel: Pagamento sai após paralisação Só depois de pararem por quatro horas e meia, no dia 6 de julho, os 280 companheiros da Fiel Móveis e Equip. Industriais, no Pari, conseguiram com que a empresa pagasse as férias devidas, os salários atrasados e se comprometesse a regularizar os pagamentos a partir de agosto. O movimento foi coordenado pelo diretor Zé Luiz e, segundo ele, os trabalhadores ainda ganharam as horas paradas.

Os trabalhadores da Fábrica Nacional de Parafusos e Rebites, na zona leste, voltaram ao trabalho no último dia 13, depois de duas semanas em greve. O pessoal não agüentava mais os constantes atrasos de pagamento de salários, de férias, a falta de depósitos do FGTS e o não cumprimento dos

presa pagou os salários e os vales atrasados e, em nova audiência no TRT, assumiu o compromisso de não atrasar mais os salários, sob pena de pagar 30% de multa a cada funcionário; vai pagar os dias parados, garantiu 90 dias de estabilidade, pediu prazo até 30 de novembro para regularizar o pagamento das férias e vai efetuar parceladamente os depósitos do FGTS. Segundo o diretor Jefferson, como não é a primeira vez que os trabalhadores passam por essa situação, o Sindicato pediu o arresto de um imóvel da empresa como garantia para o pagamento das dívidas dela com os trabalhadores.

Italspeed: Justa causa revertida A mobilização dos trabalhadores da Italspeed levou a empresa a reverter a justa causa que havia dado a dois funcionários. Ao saber da dispensa, o diretor Edson encaminhou carta de greve à empresa, e com o apoio de outros diretores do sindicato partiu para a ação. Só isso bastou para a direção da fábrica concordar em pagar todos os direitos trabalhistas dos dispensados. A empresa tem 630 funcionários.

Artok: Trabalhadores readmitidos Os 250 trabalhadores da Artefatos de Arame Artok fizeram uma greve de dois dias contra a demissão de 30 companheiros e o banco de horas que a empresa queria implantar. Ao final, a empresa readmitiu os funcionários e adotou um banco que foi aprovado pelo pessoal. Se o funcionário trabalhar quatro horas por semana além da jornada normal, duas horas irão para o banco e duas serão computadas como horas-extras. Segundo o diretor Valdir Pereira, os trabalhadores também conquistaram estabilidade até dezembro de 2006 e vão receber os dias parados. A assembléia teve o apoio do diretor Carlão e do vereador Cláudio Prado.

Ilumatic: PLR garantida Depois de quatro dias de greve e de uma manifestação em frente ao Tribunal Regional do Trabalho, os 250 trabalhadores da Ilumatic S/A conquistaram o pagamento da PLR, no valor de R$ 600, a ser paga em duas parcelas, nos dias 5 de agosto e 5 de outubro. Segundo o diretor Teco, todos os anos, na época de negociar a PLR, a empresa alegava dificuldades e falta de pedidos e fechava acordo dando menos do que podia. Depois do acordo fechado, a produção entrava em ritmo acelerado. Este ano, os trabalhadores não caíram na conversa, fizeram a greve vitoriosa e ainda conquistaram 60 dias de estabilidade.

TERCEIRIZAÇÃO

Mais terceirizações são regularizadas A

umenta a cada dia o número de empresas metalúrgicas que vêm fechando acordo com o Sindicato e regularizando a situação de trabalhadores terceirizados e temporários. Desta vez os acordos foram fechados com a ThyssenKrupp Molas e a Areva. Na Thyssen, empresa da base do diretor Mala, do total de 302 trabalhadores da fábrica, 32 eram terceirizados de

três empresas diferentes, uma delas, inclusive, registrada na construção civil. Pelo acordo firmado, os 32 trabalhadores passam a seguir a Convenção Coletiva do nosso Sindicato. Passam e a ser por nós representados e a ter direito a PLR e aos reajustes salariais do nosso acordo coletivo. Os trabalhadores também poderão se tornar sócios do Sindicato e usufruir do Ambulatório Médico,

Muitos terceirizados da ThyssenKrupp vão fazer parte do quadro de efetivos da empresa

departamento odontológico, departamento jurídico, Clube de Campo, Colônias de Férias etc. Na Areva, dos 280 trabalhadores, 25 são terceirizados, também de três empresas. A Areva rescindiu o contrato com

uma das terceirizadas e vai efetivar a maioria dos 12 trabalhadores da empresa a partir de agosto. O diretor Edson está negociando com as outras terceirizadas para regularizar a situação dos demais trabalhadores.


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CRISE POLÍTICA

A opinião dos trabalhadores VERGONHA, LULA! Referindo-se ao caixa 2 nas campanhas eleitorais do PT, o presidente Lula declarou, em Paris, que “o PT fez, do ponto de vista eleitoral, o que é feito no Brasil sistematicamente”. Ele admitiu a roubalheira e a ética foi pro ‘saque’.

ESCÂNDALOS A denúncias de corrupção estão abafando o escândalo permanente dos juros altos, que continuam em 19,75% ao ano. Deste jeito, tudo no País fica como está: desemprego, salários baixos, violência, má distribuição de renda. Se o BC já aumentava os juros sem motivo, agora, o banco tem a desculpa de que o mercado financeiro está intranqüilo por causa da política. Se o governo não teve competência para baixar os juros quando não havia crises, agora não terá condições de mudar o rumo das coisas.

O DELFIM VOLTOU Só faltava essa: chamaram o Delfim Neto para resolver as trapalhadas econômicas do governo. Delfim, um dos principais mentores da política econômica da ditadura militar, é aquele que disse que era preciso crescer o bolo econômico primeiro para depois dividi-lo com o povo. Agora ele propõe uma política fiscal para o País atingir nos próximos anos o déficit nominal zero (diferença entre receitas e despesas) e, assim, baixar os juros. Para isso, o governo precisaria congelar ainda mais os investimentos públicos e despesas com a área social. É preciso seguir um caminho completamente diferente deste proposto pelo Delfim. A saída é reduzir os juros e aumentar os investimentos sociais. Acorda, Lula!

PERÍODO DIFÍCIL Enquanto Lula não acorda para realizar o que prometeu, as malas pretas vão fazendo a festa de muitos corruptos. Vamos listar algumas denúncias de esquemas de corrupção. Dizimão: R$ 10 milhões na mala do ex-pefelista e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Cuecão: R$ 200 mil na mala e US$ 100 mil na cueca de um assessor petista. Mensalão: R$ 30 mil mensais para os parlamentares, tendo o publicitário Marcos Valério como principal operador. PT/PTB: Roberto Jefferson recebe R$ 4 milhões, dos R$ 20 milhões prometidos pelo PT. Correios: propinas pagas na estatal para engordar o PTB. Bingos: assessor do ex-ministro Zé Dirceu negocia propinas com o bicheiro Cachoeira. Compra de votos: parlamentares recebem para aprovar a reeleição de FHC.

ão é novidade pra ninguém. O atual e sombrio cenário político foi criado com a omissão ou complacência do Governo Lula, por membros do PT acusados de assaltar os cofres públicos para comprar parlamentares, financiar campanhas políticas e empregar membros do partido e aliados nas empresas estatais. E a sangria não pára. Todo dia surge uma nova acusação, um mensalão, uma mala preta, ou colirida, um dizimão, um cuecão. Qual a saída? Não adianta o governo e a CUT ficarem falando em cons-

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piração e promoverem encontros com as centrais para defender a política econômica e a inocência do Presidente. “Não aceitamos essa farsa de apenas aplaudir e fazer claque para o discurso presidencial. Queremos dizer para o Presidente que os trabalhadores exigem rigor nas apurações de corrupções, anseiam por mudanças na economia e queda nos juros”, adianta o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. É tanta roubalheira que o Congresso

instalou três CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) para apurar denúncias de corrupção nos Correios, do mensalão, da compra de votos, dos bingos etc. O presidente do Sindicato, Eleno Bezerra, é enfático: “As investigações devem ser feitas de forma transparente e rápida, não podem servir de desculpa para bloquear as decisões políticas necessárias para mudar o rumo da economia nem as votações de importantes matérias como a reforma Sindical e outras questões importantes para o País.”

PALESTRA HISTÓRICA

Mangabeira Unger fala sobre a crise professor Roberto Mangabeira Unger, em palestra no 7 de julho, na sede do Sindicato e da Força Sindical, apontou saídas para a crise que o País atravessa. “O Brasil encontrará uma alternativa e nossa tarefa é ser esta alternativa”, disse Mangabeira, referindo-se à platéia composta por mais de 200 delegados sindicais de 141 empresas metalúrgicas, diretores e presidentes de sindicatos de várias categorias filiadas à Força.

O

O PAÍS TEM CONSERTO “Ainda não chegamos ao centro da podridão, que anda em duas pernas: os fundos de pensão, usados como instrumentos de arrecadação partidária, e os acertos secretos do governo com banqueiros e grandes empresários”, disse. Para Mangabeira, “esse regime em que o grande empresário compra o governante e que o governante achaca o empresário existe para impedir a virada do País. É um modelo econômico e social que contestamos. Denunciados e denunciantes vão naufragar juntos”, declarou. DESIGUALDADE E ESTAGNAÇÃO Segundo o professor, de 1880 a 1980, o Brasil foi um País muito desigual, que crescia muito. Nos últimos 25 anos, o Brasil foi um País desigual que não cresceu. “O País precisa acordar desta mistura venenosa de extrema desigualdade e estagnação econômica. Em 2002, o País votou pela mudança baseada nos projetos do PT e do PSDB. No entanto, estes projetos privilegiam os especuladores e subordinam o trabalho e a produção. Ao setor social dão migalhas. Foram feitos acertos com endinheirados para perpetuar esta política. É um modelo que avilta os salários e condena 2/3 dos trabalhadores à informalidade. Há 40 anos que a participação dos salários na renda nacional encolhe”, enfatizou. A GRANDE TAREFA Segundo Mangabeira Unger, é preciso implementar um projeto para prevalecer os interesses do trabalho e da produ-

ção, resgatar o trabalhismo nacional brasileiro, promover a democratização de oportunidades econômicas e de educação, sem trazer a inflação de volta. Na sua opinião, deve-se usar os poderes do Estado para adotar práticas Trabalhadores e dirigentes sindicais da econômicas mais Força e de outras categorias lotaram o auditório do adiantadas, abrir Sindicato para ouvir o professor Mangabeira acesso ao crédito à nova classe média que está surgindo (a meça com a necessidade de sanear o fichamada classe média emergente), que nanciamento das campanhas eleitorais. trabalha durante o dia, estuda à noite e “Para isso é preciso caneta e coragem.” tenta abrir um negócio próprio; reverter a queda dos salários na participação nacioNOVAS AÇÕES nal; resgatar os trabalhadores da informaMangabeira considera que é preciso lidade; levar a sério a participação nos combinar duas práticas: negociar com as lucros ou resultados; e fortalecer os direi- minorias organizadas e mobilizar a maiotos dos trabalhadores organizados para re- ria desorganizada de trabalhadores e as presentar os não organizados. duas classes médias (a tradicional e a Como preliminares para adotar essa emergente), até que sejam aperfeiçoadas política, Unger destacou a necessidade de as instituições. Ele reconhece que é difíse reenquadrar o capital financeiro - se- cil furar o bloqueio do desconhecido e da gundo ele, se o Brasil pagasse apenas me- desinformação. “Mas quando se fura é rátade dos juros da dívida nada aconteceria pido. Temos de acordar o País e mostrar a ao País-, condicionar a permanência das alternativa”, afirmou. multinacionais à transferência de tecnoO professor viajará pelo País como logia e qualificação dos trabalhadores, pré-candidato do PDT (Partido Democráaprofundar a democracia brasileira, com tico Trabalhista) à presidência da Repúa participação popular direta. E tudo co- blica nas eleições de 2006.

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o metalúrgico - 7

JULHO DE 2005

MEU GURI COMEMORA 15 ANOS DO ECA

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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 15 anos no dia 13 deste mês e ganhou uma edição especial (veja acima) do Centro Meu Guri, entidade que abriga crianças e adolescentes em situação de risco social mantida pelo nosso Sindicato e pela Força Sindical, em parceria com empresários e trabalhadores. Em comemoração aos 15 anos do ECA, o Meu Guri inaugurou nos dias 11 e 13 passados, duas exposições, com trabalhos feitos pelas crianças e adolescentes abrigados e de outros artistas. O tema das apresentações é: “Está Tu com a criança e o adolescente?” Durante os eventos, as crianças apresentaram a peça “O abrigo no floresta”. Baseada no livro homônimo ilustrado pelos meninos e meninas do Meu Guri, o livro retrata o Artigo 92 do Estatuto.

As exposições foram organizadas pelo arte educador da entidade, Luís Pereira de Souza, em parceria com o Santander/ Banespa, na sede do banco, que fica na rua João Brícola, 24, centro velho da cidade. Durante o evento os jovens Jonilson e Dayane cantaram raps de autoria deles, que falam da situação dos menores hoje (veja abaixo). A segunda exposição foi no Fórum João Mendes, na praça João Mendes, centro. “Queremos, com estas exposições, refletir sobre o papel do ECA, o que ele representa e o que podemos fazer. Todos nós vemos o que acontece na esquina da nossa rua, do nosso bairro, da nossa cidade. Temos que passar a agir como sociedade, como empresas, como cidadãos. Podemos, com nossas ações, com projetos como o Meu Guri, mudar uma cidade, construir uma sociedade melhor”, disse Elza Costa Pereira, presidente do Meu Guri. A entidade abriga hoje 44 crianças e adolescentes, trabalha pela reestruturação das famílias e a reintegração das crianças ao lar.

As crianças e adolescentes se apresentaram durante a exposição no Banespa/Santander, orientados pelo arte educador Luís (ao fundo). Ao lado, Elza e Paulinho com algumas das crianças, no dia do evento

Jonilson e Dayane: a oportunidade está transformando a vida desses adolescentes

HIDROPONIA O Meu Guri, por intermédio de vários mutirões, está trabalhando para finalizar a montagem, em sua sede, na Serra da Cantereira, das seis estufas onde serão produzidas hortaliças hidropônicas (cultivadas na água) que irão propiciar às crianças e adolescentes uma ferramenta As sementes que já estão germinando neste berçário para se desenvolverem como serão transplantadas... empreendedores sociais e responsáveis pelo cultivo de boa parte de sua própria alimentação. Depois que as estufas estiverem prontas, a cada 21 dias será feita a colheita de mais de 4 mil plantas, totalizando 6.300 por mês. Além do consumo interno, parte da produção será destinada aos mercados da região, como forma de arrecadar ...para estufas como esta, onde irão crescer recursos para o Meu Guri.

DENTISTA O Meu Guri inaugurou no último dia 16, em sua sede, na Serra da Cantareira, o atendimento odontológico infanto-juvenil. O consultório foi doado pela WI Assistência Ambulatorial Médica e Odontológica, e os equipamentos de mão, doados pelo nosso Sindicato. O atendimento será feito por dentistas voluntários da WI e prestado, inicialmente, às crianças, adolescentes e funcionários do Meu Guri. Depois, às crianças e jovens carentes da comunidade local. “O Meu Guri quer ajudar a combater a cárie, principal problema bucal da infância, e outros problemas desta população. Queremos ajudar a preservar a saúde das crianças. A falta de cuidados com os dentes muitas vezes traz problemas de saúde que a gente nem imagina”, disse Elza Costa Perei-

SONHOS - (autor: Jonilson, 17 anos)

O RESGATE - (autora: Dayane, 17 anos)

Hoje eu acordei com um mau pressentimento, que tudo dava errado em minha vida. Só lamento. Nunca deixei de acreditar. Sei que meus sonhos vão se realizar. Cantar rap e poder expressar meus sentimentos viver a vida e curtir cada momento, encarar os problemas de cabeça erguida, Sem medo de arriscar como a vida nos ensina. Ter fé em Deus e confiar em mim, ser persistente e ir até o fim.

Logo cedo já fui pra rua, conheci a verdade nua e crua, o sol bem quente, a noite fria, o nosso alimento era o pão do outro dia. Fui no farol comerciante, mas o dinheiro só ficava com gente grande. Me dá um real, me paga um pão, Conheci gente de bom coração, encontrei um lugar que me abriu as portas, que me resgatou deste mundo sem glória. Eu agradeço a Deus por estar aqui e muitas coisas com eles aprendi.

Sonhos... é necessário sempre acreditar Quem sabe um dia eles possam se realizar

Me tiraram das ruas, me tiraram das drogas, me tiraram de uma vida que não tinha volta (bis)

Muitos disseram que no rap eu não ia conseguir, mas sei que Deus é maior e tá olhando por mim. Com os meus amigos dando forças pra eu não parar, com os meus pais aqui por perto pra me espelhar. Ainda que tudo não esteja bem levanto as mãos pro céu e digo: Aleluia, amém. Ter o bom hábito de agradecer e nunca esquecer que Deus está com você. Sonhos... é necessário sempre acreditar Quem sabe um dia eles possam se realizar Guerreiro, é assim que eles me chamam por ter lutado por todos os meus planos e nunca ter pensado em desistir. O sofrimento veio, mas firmão, tô aqui. firme e forte. Irmão, aí, tô na correria. Só basta crer que amanhã será um novo dia. Ter em Deus o nosso Pai criador, e que Ele te ilumine onde quer que você vá. Na alegria ou na tristeza, só basta crer, E nunca esquecer que Ele está com você. É isso aí, irmão, Deus sempre está com você onde quer que você esteja, seja no paraíso ou nas profundezas do inferno. Aí, quando o mundo vira as costas pra você, é aí que você tem que levantar a cabeça, tá ligado, e ir em busca dos seus sonhos. Nunca esqueça disso, irmão!

ra, presidente do Meu Guri. Levantamento da Secretaria Municipal de Educação da capital revelou que 72% dos estudantes da rede paulistana têm algum tipo de doença bucal. O Meu Guri está buscando outros parceiros, que doem material, e convênios com órgãos públicos para o atendimento às crianças e adolescentes da região.

Lá, eu aprendi a ter educação respeitar as pessoas, sua opinião. Que malandragem é viver e ir pra escola, que ser criança é empinar pipa e jogar bola e não ficar na rua olhando carro se humilhando no sol quente pra ganhar um só trocado. Hoje eu cresci, me tornei um homem de bem. E tudo o que passei não desejo pra ninguém. Não tô reclamando da vida que vivi. Sei que meus pais deram o melhor de si. Eu agradeço a Deus por existir e que no caminho certo eu siga até o fim. É, me tiraram as ruas, me tiraram das drogas, me tiraram de uma vida sem futuro e glória. Me deram um lar, uma vida melhor, sem armas, sem drogas, sem bebida e pó. Hoje agradeço ao Meu Guri por me ajudar, minha família construir. O meu objetivo eu consegui, mas sei que muitas barreiras ainda estão por vir. Eu agradeço a todos da corporação, professor Luís, de arte-educação, aqui vai meu abraço lá pra tia Neusa, que nos apoiou nos momentos de tristeza. E pra tia Elza, que siga em frente ajudando as crianças carentes.

BAZAR BENEFICENTE Todo sábado, das 9h às 13h, o Meu Guri realiza um bazar beneficente, na avenida Guapira, 920, Tucuruvi, zona norte, antiga subsede do Sindicato. O bazar aceita doações e vende roupas, calçados, brinquedos,

móveis etc, bem baratinhos. Quem quiser fazer doações pode entrar em contato pelo telefone 4485-5553, com Renata ou Tatiana. O Meu Guri retira a doação no local indicado.


8 - o metalúrgico

JULHO DE 2005

LANÇAMENTO

CURSOS COM DESCONTO ESPECIAL PARA SÓCIOS A

diretoria do Sindicato está ampliando as oportunidades para milhares de pessoas que, por não terem um diploma escolar nem qualificação profissional, têm dificuldades em arrumar emprego. Em razão disso, o Sindicato vai inaugurar uma nova escola em sua sede, na Liberdade, com cursos administrados pelo Instituto DataBrasil, destinados aos sócios e ao público em geral. As matrículas podem ser feitas até o dia 26 de agosto, das 8 às 19 horas, no 3º andar do Palácio do Trabalhador, rua Galvão Bueno, 782, Liberdade. Basta trazer CIC, RG e endereço completo.

Segundo o DataBrasil, os cursos têm um custo bem abaixo do mercado. Além disso, haverá um período promocional de inauguração (julho/agosto), com descontos de 30% para o público em geral e de 50% para os sócios do Sindicato. Também serão realizadas provas de português, matemática e conhecimentos gerais para a obtenção de bolsas de estudo no valor de até 100% (somente para cursos técnicos). As provas, que devem ser marcadas até o dia 26/08, vão ser aplicadas no dia 27 de agosto, às 9 horas, no 3º andar. Os candidatos devem trazer caneta, lápis e borracha.

Conheça nossos cursos ENSINO TÉCNICO (reconhecido pelo MEC) • Mecânica Industrial e Automação • Segurança no Trabalho e Meio-Ambiente • Logística • Eletrônica Início: setembro/2005 Descontos: os sócios do Sindicato terão descontos promocionais de 50% nas parcelas. O período promocional de inauguração dos cursos abrange os meses de julho/agosto.

O Sindicato disponibiliza sua estrutura patrimonial, no Palácio do Trabalhador, para diversos cursos técnicos, profissionalizantes e de educação para jovens e adultos

“O Sindicato reconhece que investir em educação é uma ação social de extrema importância para o crescimento profissional dos trabalhadores e para o desenvolvimento na nação brasileira. Por isso, estamos intensificando nossas ações sindicais na área educacional”,

INFORMÁTICA • Windows XP (pacote Office) • Internet • Corel Draw • Manutenção de Micros • Redes (Básico) Início: agosto/2005 – Valor: parcelas de R$ 49. CURSOS LIVRES • CNC • Metrologia • Automação • Desenho Técnico • Instalações Elétricas Início: agosto/2005 – Valor: R$ 900. No período promocional, sócios do Sindicato têm desconto de 50% (em até 5 parcelas de R$ 90).

afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi das Cruzes e região. Outros cursos, além dos aqui divulgados, estão sendo estudados para ampliar as opções para os trabalhadores, sócios do Sindicato e público em geral. Aguarde!

PROFISSIONALIZANTE • Auxiliar de RH • Auxiliar Contábil • Auxiliar Administrativo • Auxiliar de Departamento Pessoal • Recepção e Atendimento ao Cliente • Telemarketing e Técnicas de Vendas • Técnicas de Publicidade e Propaganda Início: agosto/2005 – Valor: parcelas de R$ 39. EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS (ANTIGO SUPLETIVO) • Ensino Fundamental: 1ª a 8ª série (antigo 1º grau) • Ensino Médio: 1º ao 3º ano (antigo 2º grau) Sócios do Sindicato terão desconto promocional de 50%.

************ MAIS INFORMAÇÕES: TELEFONE 3277-3044 ************ FACULDADES

OUTROS CONVÊNIOS PARA OS SÓCIOS Para facilitar o acesso e a permanência dos sócios e seus dependentes nas universidades, com descontos no valor das mensalidades, o Sindicato continua firmando convênios com diversas instituições de educação. Esse trabalho está sendo feito pelos diretores Tadeu Morais de Sousa, vice-presidente do Sindicato, e Eufrozino Pereira, terceiro vice-presidente. Confira ao lado outras faculdades que firmaram convênio com o Sindicato.

• UNICAPITAL Centro Universitário Capital Telefone: (11)6165-1000 ou pelo site www.unicapital.edu.br Sede - Rua Ibipetuba, 130 – Parque da Mooca – São Paulo – SP

• FEBASP – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Telefone: (11)5576-7300 ou pelo site www.belasartes.br Sede - Rua Dr. Álvaro Alvim, 76 – Vila Mariana – São Paulo – SP

• FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Telefone: (11)3872-4057 ou pelo site www.fespsp.org.br Sede - Rua General Jardim, 522 – Vila Buarque – São Paulo – SP

• UNIA Centro Universitário de Santo André Telefone: (11)4438-0851 ou pelo site www.unia.br Sede - Rua Santo André, 627 – Vila Assunção – Santo André – SP

• FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO Telefone: (11)3170-5875 ou pelo site www.fcl.com.br Sede - Avenida Paulista, 900 – 5º andar – São Paulo – SP

• UNINOVE Associação Educacional Nove de Julho Telefone: (11)6633-9192 ou pelo site www.uninove.br Sede - Rua Guaranésia, 425 – Vila Maria – São Paulo – SP

Tadeu Morais de Sousa, vicepresidente do Sindicato

Eufrozino Pereira, terceiro vicepresidente do Sindicato

SAIBA MAIS SOBRE OS CONVÊNIOS PELOS TELEFONES: (11) 3388-1000, ramal 211, Cristina (cxandu@metalurgicos.org.br) – (11) 3388-1112, Secretaria Expediente (para obtenção da carta de apresentação)


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