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ANO 64 – MARÇO DE 2007 – Nº 532

PLENÁRIA DE DELEGADOS SINDICAIS DECIDE:

GREVE NAS EMPRESAS QUE NÃO NEGOCIAREM DIREITOS PARA TERCEIRIZADOS Ação integra Bandeiras de Luta de 2007

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Encontro de Delegados Sindicais, realizado no dia 26 de fevereiro, no auditório do Sindicato, aprovou as Bandeiras de Luta da categoria para 2007, com destaque para o combate à terceirização, para garantir os mesmos direitos da nossa Convenção Coletiva de Trabalho aos companheiros terceirizados. Vamos intensificar esta luta e fazer greve nas empresas que não quiserem negociar a garantia dos direitos dos terceirizados ou o fim desta forma de contratação. “Queremos que as prestadoras de serviço cumpram a Convenção Coletiva de Trabalho, garantindo salários iguais e todos os demais benefícios da convenção aos terceirizados”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato. O Encontro aprovou, ainda, outras 16 Bandeiras de Luta fundamentais para o fortalecimento da categoria, pois são de grande alcance social e exigirão muita garra e união para enfrentarmos os desafios na busca de melhorias nas condições de trabalho e de salário e da manutenção de direitos sagrados, não só no âmbito da nossa categoria, como

Delegados lotaram o Palácio do Trabalhador para aprovar o Plano de Lutas 2007. Eleno Bezerra (centro) comandou o encontro

na esfera política, no Congresso Nacional. Veja abaixo as principais bandeiras de luta que foram discutidas e aprovadas no Encontro. Leia mais sobre o evento na Pág. 3.

BANDEIRAS DE LUTA • Garantia de todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho aos terceirizados, temporários e cooperados • Estabilidade para o Delegado Sindical – negociação fábrica por fábrica • Aumento real de salário • Valorização do piso salarial – a melhoria do piso contribui para aumentar o valor médio dos salários da categoria • PLR – lutar para que o benefício mínimo corresponda a um piso da categoria e intensificar as negociações para garantir a PLR nas empresas que não pagam o benefício • Redução da jornada de trabalho sem redução salarial • Equiparação Salarial e Plano de Cargos e Salários • Cesta básica e convênio médico • Valorização dos cipeiros • Regularização da mão-de-obra dos presidiários • Isenção das tarifas bancárias • Qualificação profissional • Políticas para os jovens e para as mulheres metalúrgicas • Defender e preservar o meio ambiente e a qualidade de vida

“Os cursos e os encontros de delegados sindicais são extremamente importantes para o crescimento profissional e pessoal de todos os trabalhadores de nossa categoria. Esta união também fortalece o nosso Sindicato na luta permanente por melhores salários e nas ações sociais que pretendemos intensificar como, por exemplo, na questão ambiental em defesa das presentes e futuras gerações.” Elza Costa Pereira, tesoureira-geral do Sindicato e presidente do Centro de Atendimento Biopsicossocial Meu Guri

“O Plano de Lutas aprovado pelos delegados sindicais é um instrumento essencial para a ação do Sindicato durante o ano todo. Vamos agora colocar em prática o que foi deliberado para a conquista de novos benefícios para a categoria, incluindo a ida dos delegados sindicais ao Congresso Nacional, em Brasília, como forma de pressionar os parlamentares, com o apoio do deputado federal Paulinho, em defesa dos direitos trabalhistas.” Miguel Eduardo Torres, Secretário-geral do Sindicato

1º DE MAIO DA FORÇA SINDICAL A Força Sindical vai empunhar a bandeira da defesa do meio ambiente nas comemorações do 1º de Maio de 2007. Esta questão é tão importante quanto a luta por emprego e renda, melhores condições de trabalho, distribuição de renda, pois afeta diretamente todas as formas de vida do planeta. Durante a comemoração haverá o sorteio de 5 apartamentos e 10 carros aos trabalhadores presentes. A festa será na praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital.


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MARÇO DE 2007

EDITORIAL

EM DIREITO ADQUIRIDO NÃO SE MEXE

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epois de 100 anos do decreto presidencial de Afonso Pena criando o movimento sindical, o que podemos observar é que a nossa luta foi muito difícil. Em alguns momentos diríamos até sangrenta, com mortes. Mesmo assim, nós, trabalhadores, avançamos. Mas as lutas que foram duras e conquistas obtidas com muito esforço não podem ser mexidas. Aquilo que conquistamos não podemos perder. Em direitos adquiridos não se mexe. O auxílio-doença é um direito que está para ser modificado. É injusto que um trabalhador veja seu ganho ser diminuído. Digamos que ele tenha trabalhado nos últimos 20 anos com um ganho mensal de 1 mil reais. Ele é demitido e em outro emprego ganha R$ 500. Se ele contribuiu por 20 anos sobre mil reais, não é justo que ele ganhe um auxílio tendo como base os

atuais R$ 500. Outro problema que temos debatido na categoria é a terceirização. Esta é uma questão que deve ser combatida em todos os sentidos. Não podemos compactuar com a terceirização. Não podemos ter em uma mesma empresa funcionários classe A, B ou C, ou seja, trabalhadores com salários já ruins convivendo ao lado dos que ganham pior ainda. As empresas estão demitindo para contratar o mesmo trabalhador com a metade do seu salário, sem os mesmos direitos dos efetivo da empresa. Nossa luta é por salários e direitos iguais para efetivos e terceirizados.

CONHEÇA A OPINIÃO DO TRABALHADOR SOBRE O ENCONTRO DE DELEGADOS SINDICAIS “Neste encontro de delegados senti muita firmeza das pessoas que falaram sobre a Previdência, a economia, e senti que o Sindicato está trabalhando mesmo para melhorar as nossas condições de trabalho. Sou presidente da Cipa e quero melhorar cada dia mais as condições de segurança dos meus colegas de trabalho.” LUCIANA NASCIMENTO DE ANDRADE, auxiliar de montagem da Audio Sync “É muito importante que o Sindicato amplie a luta pelos direitos dos trabalhadores. Fiquei satisfeito em saber que faz parte dos cursos de formação dos delegados a ida a Brasília para ver de perto o que nossos políticos no Congresso estão fazendo pelo País. Este conhecimento enriquece nossa categoria e serve como pressão popular. Aprovo também o posicionamento do Sindicato com relação ao meio ambiente.” RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA, prensista da Fiel Móveis “Acho importante esses encontros, como também o que o Sindicato realizou no dia 8 de março, pela valorização da mulher, porque a gente é submissa em tudo. É importante lutarmos para termos uma posição firme entre os homens. Os encontros nos fortalecem; é uma forma da gente se instruir e poder passar os conhecimentos para os outros.” MARA GALVÃO, auxiliar de montagem da Audio Sync

Eleno Bezerra PRESIDENTE DO SINDICATO E DA CNTM

ARTIGO

OPÇÃO SOBRE FGTS TEM QUE SER DO TRABALHADOR

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inha primeira medida na Câmara dos Deputados foi apresentar uma emenda à medida provisória 349, que autoriza o uso de recursos do FGTS em fundos de infra-estrutura. Minha proposta é que o dinheiro do FGTS só possa ser utilizado caso o trabalhador decida aplicar sua própria cota nesses fundos. Quero garantir o direito de optar do trabalhador. A proposta do governo na MP 349 é arbitrária, absurda e coloca em risco o dinheiro do trabalhador. O governo quer utilizar, inicialmente, R$ 5 bilhões do FGTS em investimentos de infra-estrutura. Estes R$ 5 bi sairão do patrimônio líquido do FGTS e, pela proposta do governo, o trabalhador não será consultado. No futuro, esse valor poderá subir para R$ 17 bilhões, se os projetos iniciais mostraram-se lucrativos.

Hoje, os recursos do fundo só podem ser aplicados em saneamento básico e habitação, e não em qualquer projeto de infraestrutura, como quer o governo. A Medida Provisória do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não dá garantias aos trabalhadores. Esses investimentos podem dar prejuízo ao FGTS, se o projeto der um retorno abaixo do previsto. Para preservar os direitos dos trabalhadores atuamos em várias frentes. Entramos também no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação de inconstitucionalidade e estamos negociando com o governo.

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Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra, Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Juruna), José Francisco Campos, José Lú-

MARÇO DE 2007 Ano 64 – Edição nº 532 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP Home Page: www.metalurgicos.org.br E-mail: info@metalurgicos.org.br

Paulo Pereira da Silva, Paulinho PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E DEPUTADO FEDERAL

“Acho fundamental esta integração para que a nossa categoria continue forte, atuante e representativa. As questões econômicas, políticas, sociais e sindicais andam juntas, isto é, além de lutar por melhores salários, temos que crescer politicamente para termos mais influência nos destinos do País. A ida dos delegados a Brasília para conhecer o Congresso, e a defesa do meio ambiente, também merecem destaque.” MÁRCIO ANTUNES SILVA, mecânico de manutenção da Metalúrgica Central

ENCONTRO DA MULHER METALÚRGICA Sindicato vai empreender ações para a mulher e os jovens metalúrgicos, como forma de envolver estes companheiros na luta sindical e fortalecer a sua luta dentro das fábricas. A proposta foi aprovada no Encontro dos Delegados e a primeira destas ações foi realizada no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. O Sindicato realizou um encontro com as trabalhadoras metalúrgicas, com temas como merca-

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cio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Ricardo Rodrigues (Teco), Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva

Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém) , Paulo Fernandes de Souza (Paulão) e Sales José da Silva

do de trabalho, discriminação, a mulher na política, violência contra a mulher e direitos. O evento aconteceu no auditório do Sindicato com a participação de cerca de 500 companheiras. Meio Ambiente - Os delegados decidiram também incorporar a questão ambiental nas lutas da categoria. A primeira ação do Sindicato neste sentido será plantar árvores em áreas da cidade carentes de verde. Diretor Responsável Eleno José Bezerra Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão Bangraf Tiragem: 300 mil exemplares


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“Só não defende seus direitos quem não os conhece. Então, procure se informar. Isto é obrigação do movimento sindical e do trabalhador, individualmente.”

Combater a terceirização e defender direitos: são as nossas bandeiras em 2007 Encontro de Delegados Sindicais, realizado no dia 26 de fevereiro, no Sindicato, aprovou as metas da categoria para 2007. As Bandeiras de Luta aprovadas significam mais benefícios e conquistas para todos os trabalhadores metalúrgicos, mas vão exigir muito empenho e mobilização. Vamos buscar a melhoria dos salários; a estabilidade do delegado sindical; a valorização dos cipeiros, para que possam exercer sua função com autonomia; a redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Vamos combater a terceirização, que precariza as condições de trabalho e discrimina os trabalhadores. Os terceirizados devem ter direito a todos os benefícios da convenção coletiva de trabalho, sobretudo salário igual

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ao dos efetivos, ou a sua efetivação pelas empresas. Essa condição já está sendo implantada em várias empresas, como a Siemens. Na negociação, feita pelo diretor David, os terceiros passaram a ser metalúrgicos e a receber todos os direitos previstos na convenção. “A empresa que não negociar esta questão vai ser paralisada”, afirma Eleno Bezerra, presidente do Sindicato. Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal, está levando estas questões para o Congresso Nacional e elaborando dois projetos de lei: um para regularizar a questão da terceirização e, outro, sobre a redução da jornada de trabalho. PREVIDÊNCIA SOCIAL Os delegados aprovaram, também,

Acima, Eleno, com o diretor David, que negociou melhoria para os terceirizados na Siemens, e ao lado, falando aos delegados

que o Sindicato, junto com a Força Sindical e a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), façam uma ampla mobilização em defesa dos

direitos dos trabalhadores na reforma da Previdência, a partir do Fórum Nacional, contra a idade mínima para a aposentadoria e o corte de benefícios.

Greve vitoriosa contra a terceirização na Voith s companheiros da Voith (zona oeste) fizeram greve para exigir que os terceirizados da Voith Vipa tenham os mesmos benefícios dos efetivos. Toda a diretoria do Sindicato ajudou na mobilização. A empresa cedeu em algumas reivindicações e os trabalhadores voltaram ao trabalho. Mas as negociações vão continuar, porque a Voith tem outras prestadoras de serviço. A Voith vai fazer um mapeamento dessas

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Miguel, secretário-geral, e o diretor Teco na mobilização da Voith

empresas e apresentar o resultado em 45 dias. Aí o Sindicato vai saber qual a situação dos demais terceirizados, se eles têm ou não algum tipo de benefício, e brigar para que todos tenham os mesmos direitos, segundo o diretor Teco, que comanTRABALHADORES Efetivos Terceirizados

da a luta. “A mobilização é fundamental para o êxito do movimento e a resposta para esse tipo de abuso”, afirma Miguel Torres, secretário-geral do Sindicato. Veja abaixo algumas diferenças de benefícios entre efetivos e terceirizados na Voith.

VALETRANSPORTE

CESTA BÁSICA

CONVÊNIO ODONTOLÓGICO

Gastam 1% do salário

Valor: R$ 96

Têm convênio

Gastam 6% (passará para 1%)

Valor: R$ 44 (vai para R$ 65)

Não têm convênio

Especialistas alertam para a ameaça aos direitos O Encontro de Delegados Sindicais trouxe especialistas para falar de outras questões de interesse dos trabalhadores, como Previdência Social, Política Econômica, Congresso Nacional e Direitos Trabalhistas. Em cada tema abordado, os analistas deixaram claro as ameaças que pairam sobre os direitos trabalhistas e a necessidade do movimento sindical se articular mais fortemente para derrubar as medidas, que não são poucas, que tiram ou reduzem direitos dos trabalhadores. ADEMIR FIGUEIREDO, coordenador técnico do Dieese Tema: Política Econômica “O ambiente é sempre difícil para os trabalhadores nas negociações salariais, principalmente porque os empresários costumam ´chorar`, dizendo que o crescimento econômico é pequeno. Se o futuro cenário econômico do País for realmente de crescimento, o movimento sindical terá mais facilidade para derrubar os habituais argumentos dos patrões e obter importantes conquistas salariais. A luta dos metalúrgicos de São Paulo é fundamental, pois fortalece a das demais categorias.” ANTONIO AUGUSTO DE QUEIROZ, analista político e diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) Tema: Congresso Nacional “Temos um ambiente favorável de crescimento e os trabalhadores têm que ir para a ofensiva para aumentar sua participação na renda nacional. Um deputado pode representar interesses e mediar conflitos. Este novo Congresso Nacional tem menos representantes dos trabalhadores e mais representantes dos empresários. É um Congresso com perfil conservador. O Paulinho pode levar para lá sua experiência como sindicalista e sua capacidade de articulação para defender os direitos trabalhistas. Não temos, por exemplo, uma lei que proteja o trabalhador da automação, nem da terceirização perversa. Há no Congresso um projeto que permite que a prestadora de serviço contrate um profissional por seis meses e renove este contrato por mais seis meses sem registrar a carteira. O trabalhador corre o risco de passar a vida sem vínculo empregatício.”

SÉRGIO MIRANDA DE BRITO, professor e ex-deputado Tema: Previdência Social “Querem fazer uma reforma da Previdência para tirar direitos. Querem desvincular o salário mínimo do piso da Previdência. Com isso, o piso da aposentadoria poderá ser menor que um salário. Querem impor uma idade mínima para a aposentadoria. Temos mais de dois milhões de brasileiros com menos de 14 anos de idade que já trabalham, e grande parte dos trabalhadores chega aos 60 anos sem uma formação, e não consegue mais emprego. Querem acabar com a diferença do tempo de contribuição entre homens e mulheres. Se as mulheres não se organizarem no sindicato, com o apoio dos homens, significa que elas não compreenderam sua posição no mercado de trabalho.” JOÃO GUILHERME, comentarista político Tema: Conjuntura Política “Temos uma conjuntura favorável de crescimento econômico, mas não sem problemas. Muitas bandeiras de luta não estão totalmente implementadas. A luta pela redução da jornada tem que ser política, tem de ir para o Congresso, sem reduzir salário e com alívio fiscal para as empresas. No caso da terceirização, ainda estamos no estágio de ter que pressionar empresa por empresa. A história mostra que o que vocês decidem se transformam, ao longo do tempo, em bandeiras de outras categoria. É essencial, neste ano, uma unidade de ação entre diretores, companheiros da mesma empresa, associados. Uma conjunção de bandeiras definidas, mais a unidade fará de nosso esforço uma coisa impossível de ser destruída.”


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AÇÕES POLÍTICAS

Governo quer reduzir valor do auxílio-doença N osso Sindicato, a Força Sindical e a CNTM estão lutando para evitar que o projeto do governo, que muda o cálculo do auxílio-doença e reduz o valor do benefício, seja aprovado no Senado. Graças à intervenção de Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal, o projeto da mudança não foi aprovado por decurso de prazo (sem votação no plenário), e vai para votação na Casa. Eleno, presidente do Sindicato, e Paulinho, já se reuniram com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o relator do projeto, senador Romero Jucá, para discutir o problema. No dia 6 de março, Eleno e Paulinho voltaram ao Senado para falar com os líderes dos partidos e propuseram que a questão seja debatida no Fórum Nacional da Previdência Social, criado exclusivamnete para tratar das questões previdenciárias, inclusive sobre benefícios.

FIQUE LIGADO DANIEL CARDOSO

Paulinho e Eleno, ao centro, na primeira audiência com o presidente do Senado, Renan Calheiros

NOVO CÁLCULO O auxílio é calculado pela média dos 80 maiores salários de contribuição do trabalhador desde 1994. O governo quer que a média seja feita pelas 12 últimas contribuição, e fixar o último salário do trabalhador como teto do benefício. A mudança pode provocar queda de até 86% no valor do auxílio. O governo alega que muitos trabalhadores recebem auxílio maior do que o úl-

timo salário. Isto ocorre quando o trabalhador perde o emprego e arruma outro com salário menor. Mas o trabalhador contribuiu para receber um auxílio maior. O governo também diz que existem fraudes. Mas este argumento também é furado. “Se há fraude, o governo tem que combater, para não prejudicar quem precisa do auxílio por direito. Só mudar o cálculo para reduzir o auxílio significa oficializar as fraudes”, afirma Eleno.

FGTS AMEAÇADO

Paulinho critica cobrança do Fundo

Medeiros é secretário de Relações do Trabalho Luiz Antonio de Medeiros foi nomeado secretário de Relações do Trabalho, no Ministério do Trabalho e Emprego. A secretaria é responsável pelas relações entre governo, sindicatos e centrais. Medeiros foi deputado federal em duas legislaturas (1998 a 2006). Na Câmara dos Deputados foi relator de projetos do acordo para pagamento das perdas do FGTS, da regulamentação das centrais sindicais e presidente da CPI da Pirataria. Foi presidente do nosso Sindicato de 1987 a 1998, fundador da Força Sindical e presidente da central de 1991 a 1998.

Você na faculdade: sócios têm descontos! Há dois anos, o nosso Sindicato iniciou uma ação para garantir aos sócios e seus dependentes descontos nas mensalidades de cursos superiores. Desde então, firmou convênios com mais de 40 faculdades. E novos convênios serão firmados em breve. Se você é sócio e quer saber se a faculdade que você pretende fazer está conveniada, ligue para 3388-1011 (Roberta) ou acesse o site www.metalurgicos.org.br Se você ainda não é sócio, filie-se! Aproveite os descontos e benefícios que o Sindicato oferece à categoria!

VICTOR SOARES

rimeiro, o governo quer pegar trabalhadores. É um absurdo o direcursos do FGTS – R$ 5 binheiro do próprio FGTS pagar pela lhões- para investir em projetos de garantia de ter ganho mínimo”, infra-estrutura, sem dar nenhuma afirma Paulinho. Para nosso Sindigarantia de rendimento do dinheicato e a Força, quem tem que dar ro dos trabalhadores. Depois, com as garantias é a Caixa Econômica a pressão do movimento sindical, Federal, que administra o FGTS. o governo concordou que o dinheiPara impedir que o dinheiro do ro vai ter um seguro, mas quer que trabalhador corra risco, a Força Sindical e a nossa confederação os trabalhadores paguem este ele. Os trabalhadores não têm de (CNTM), presidida por Eleno, entraDeputado Federal Paulinho em ação no pagar o seguro de um dinheiro que Congresso para defender o FGTS dos trabalhadores ram com uma ação no Supremo Triserá utilizado em um programa do bunal Federal contra a medida. governo, no caso o Programa de Acelera- tem o rendimento de TR mais 3%. “Nas Segundo o governo, o Tesouro Nacioção do Crescimento (PAC). “Mais uma vez negociações entre o governo e as cen- nal não poderá garantir a rentabilidade o governo quer repassar a conta para o trais sindicais ficou decidido que as dos recursos porque isso causaria impactrabalhador”, critica o deputado federal aplicações em infra-estrutura renderi- to nas despesas do governo. Para nós, a Paulinho, presidente da Força Sindical. am, no mínimo, este mesmo percentu- medida que institui a garantia terá nosso Para Paulinho, o FGTS é um direito al. Em nenhuma hipótese discutiu-se o apoio, mas sem que o ônus seja pago pelo adquirido com regras claras que garan- ônus do pagamento de uma taxa pelos trabalhador.

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Convênio odontológico Nosso Sindicato aderiu ao Programa de Benefícios da Força Sindical administrado pela Benefix Consultoria, com o objetivo de oferecer assistência odontológica de qualidade, com preços e condições especiais, ampla rede credenciada e coberturas para mais de 100 procedimentos para o trabalhador metalúrgico e seus dependentes. A assistência será dada por meio do parceiro Prodent (www.prodent.com.br), uma das maiores operadoras de assistência odontológica do País e com larga experiência neste segmento. Para o trabalhador usufruir dos serviços é preciso que a empresa faça sua adesão ao programa. O trabalhador interessado pode ligar para 3271-3208, com Tarcila, ou entrar em contato com o diretor do Sindicato responsável pela sua empresa para saber mais sobre esta nova parceria.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Meu Guri forma novas costureiras

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Núcleo de Atendimento Comunitário Meu Guri formou, no dia 28 de fevereiro, a sua segunda turma da Oficina de Corte e Costura. A maioria das alunas não tinha uma profissão definida e recebeu o seu primeiro certificado profissional, sentindo mais condições de buscar um emprego ou trabalhar por conta própria. O Núcleo, criado pelo Centro de Atendimento Biopsicossocial Meu Guri, oferece cursos profissionalizantes com o objetivo de promover geração de renda, e é desenvolvido em parceria com o Sindicato das Costureiras

de São Paulo, que doou as máquinas de costura, e cedeu a professora, que ensina corte e costura e noções de empreendedorismo às mulheres. “Neste Núcleo, estamos ampliando nossas ações. Além de trabalhar com a criança e o adolescente e suas famílias, para que cresçam como cidadãos conscientes, estamos oferecendo oportunidades para a comunidade, mostrando um rumo a estas pessoas que precisam de apoio para crescer profissionalmente”, afirma Elza Costa Pereira, presidente do Meu Guri e tesoureira do Sindicato. O Núcleo atende, gratuitamente, fa-

Elza, presidente do Meu Guri, com as formandas da segunda turma da Oficina de Corte e Costura

mílias da comunidade encaminhadas por órgãos de proteção aos direitos da criança e do adolescente, vítimas da violência doméstica, e trabalha a prevenção do abrigamento dos menores das famílias. O local também possui um posto do Cen-

tro de Solidariedade ao Trabalhador, com prioridade para o 1º emprego; um bazar beneficente, que recebe doações de roupas, calçados, brinquedos, utensílios domésticos, móveis etc.). Conheça mais acessando www.meuguri.com.br


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