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MARÇO DE 2009

ANO 66 – Nº 553

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ACORDOS

GARANTEM EMPREGOS

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Sindicato está mantendo uma luta diária e de resistência às demissões e negociando com as empresas alternativas para evitar o facão nas fábricas e garantir o emprego e os salários dos trabalhadores. Essas negociações já resultaram em mais de 30 acordos diversos: de banco de horas, férias coletivas, licença-remunerada, suspensão de contrato de trabalho e de redução de jornada de trabalho e de salários. Apesar da redução da renda em muitos acordos, eles estão garantindo o emprego de mais de 16 mil companheiros e estabilidade no emprego pelo

dobro do tempo de duração do acordo. São acordos exaustivamente negociados e celebrados com empresas que estão sofrendo os efeitos da crise financeira global, como as autopeças, por exemplo. Os acordos contam com a mobilização dos trabalhadores e são resultado da nossa luta. A crise está mostrando, mais uma vez, que somos uma categoria que enfrenta qualquer dificuldade, e que os acordos que estamos negociando, com a participação dos trabalhadores, representam uma nova conquista. Págs. 3 a 5

Presidente Miguel Torres na assembleia de aprovação do acordo na Sabó

EMPRÉSTIMO CONSIGNADO

CLUBE DE CAMPO

A Força Sindical fechou acordo com a Federação dos Bancos, que recomenda a redução ou suspensão da parcela mensal do empréstimo consignado para os trabalhadores que tiveram a jornada e o salário reduzidos ou o contrato de trabalho suspenso. A parcela será reduzida na mesma proporção da redução salarial. PÁG. 7

O Carnaval no Clube de Campo foi só animação e descontração. Os chalés, piscinas, churrasqueiras e todas as dependências ficaram lotados. O clube está com mais espaço para as atividades recreativas. O trenzinho, que leva pra lá e pra cá, foi uma diversão à parte, principalmente pra criançada. PÁG. 7

ENCONTRO DE DELEGADOS SINDICAIS 27 de março - 18h - Auditório do Palácio do Trabalhador

Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade, próximo ao metrô São Joaquim. Venha discutir e aprovar as Bandeiras de Luta para 2009. Traga suas sugestões.


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EDITORIAL

LUTAR PELO EMPREGO E SUPERAR A CRISE!

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nosso Sindicato tem um exemplar histórico de lutas e conquistas para a categoria metalúrgica, tanto em tempos de crescimento econômico quanto em períodos como o atual, de crise financeira global afetando negativamente alguns setores produtivos no Brasil. Neste sentido, vale ressaltar os acordos emergenciais que estamos fechando para garantir os empregos de muitos companheiros metalúrgicos. Fomos pioneiros em buscar estas alternativas contra as demissões, negociando de forma muito criteriosa, com respaldo jurídico, exigindo provas que demonstrem concretamente se as empresas estão com dificuldades financeiras e/ou produção reduzida. Tudo, porém, com a participação de representantes dos trabalhadores nas empresas e com a aprovação da categoria em assembleia. Continuamos mobilizados para enfrentar e superar a crise em nosso País, participando de manifestações em defesa

ARTIGO

O trabalhador que utiliza transporte público para ir trabalhar tem direito ao valetransporte, custeado pela empresa. O trabalhador também paga uma parcela desse custo, de, no máximo, 6% do salário, que é descontado no holerite. O trabalhador deve solicitar o benefício junto à empresa e informar onde mora e que condução utiliza (ônibus, metrô, trem) para ir trabalhar e voltar pra casa.

do emprego e dos direitos trabalhistas e exigindo contrapartidas sociais das empresas que recebem financiamento público, e medidas governamentais que garantam os investimentos nos setores produtivos. Sua participação nesta luta contra a crise e em defesa do emprego e do desenvolvimento econômico é imprescindível! Miguel Torres PRESIDENTE DO SINDICATO

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epois de muita luta e união das entidades sindicais, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15º Região (Campinas) mandou suspender as 4.200 demissões na Embraer. A decisão atende a ação da Força Sindical, Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e outras entidades de São José dos Campos. Na ação, as entidades alegavam que a empresa se recusou a abrir negociação com as entidades, antes de demitir. A decisão da Justiça é uma resposta à intransigência da empresa, que se recusava abrir negociação com o sinditrabalhadores e os sindicatos. cato da categoria. Um basta na atitude A luta ainda não acabou. Mas conquisautoritária da empresa, e uma importante tamos uma importante vitória e demos vitória das entidades representativas dos exemplo de luta na defesa do emprego. trabalhadores. Além disso, esta decisão da Justiça poderá servir de parâmetro e exemplo para Paulo Pereira da Silva, Paulinho os empresários que pensam em demitir PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E em massa, sem abrir negociação com os DEPUTADO FEDERAL – PDT/SP

MARÇO DE 2009 Ano 66 – Edição nº 553 “o metalúrgico” é o órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo e Mogi das Cruzes. Sede SP - Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade CEP 01506-000 - São Paulo - SP - Fone (011) 3388-1000 Sede Mogi - Rua Afonso Pena, 137, Vila Tietê CEP 08770-330 - Fone (011) 4791-1666 Fax (011) 4791-2516 - Mogi das Cruzes - SP

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Nesta edição, “o metalúrgico” traz informações sobre vale-transporte e o ‘feriado’ de Carnaval. O vale é um direito conquistado com muita luta pelos trabalhadores brasileiros, inclusive a categoria metalúrgica, enquanto a terça-feira de Carnaval não é considerada feriado. Confira abaixo.

VALE-TRANSPORTE (LEI 7.418, DE 1985)

A LUTA PELO EMPREGO NA EMBRAER

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DIREITOS TRABALHISTAS

Diretores (Sede de São Paulo) Adnaldo Ferreira de Oliveira, Antonio Raimundo Pereira de Souza (Mala), Carlos Andreu Ortiz (Ortiz), Carlos Augusto dos Santos (Carlão), Cícero Santos Mendonça, Cláudio do Prado Nogueira, David Martins Carvalho, Edson Barbosa Passos, Eleno José Bezerra (In Memorian), Elza Costa Pereira, Eraldo de Alcântara, Eufrozino Pereira da Silva, Francisco Carlos Tonon (Tarugo - In Memorian), Francisco Roberto Sargento da Silva, Geraldino dos Santos Silva, Ivando Alves Cordeiro (Geléia), Jefferson Coriteac, João Aparecido Dias (João DD), João Carlos Gonçalves (Ju-

TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL

Muitos trabalhadores pensam que terça-feira de Carnaval é feriado. Não é! São feriados civis e religiosos os declarados nos artigos 1º e 2º da Lei nº 9.093/1995, que não prevê a terça-feira de Carnaval como feriado. Ou seja, este é dia normal de trabalho. As empresas podem fazer compensação para dar a segunda e a terça-feiras de Carnaval aos funcionários, mas também pode exigir trabalho neste dia. E o trabalhador não pode reclamar.

DIA INTERNACIONAL DA

MULHER

A Força Sindical e o nosso Sindicato comemoraram o Dia Internacional da Mulher – 8 de março – com um ato no Palácio do Trabalhador, que teve como tema a igualdade salarial entre mulheres e homens; o combate à violência contra a mulher, Diretora Leninha fala no evento das mulheres soberania alimentar e trabalho Elza Costa Pereira, diretora-financeira decente. Pesquisa realizada pela Confederação do Sindicato, lembra que uma das páginas Sindical Internacional (CSI) em 20 países mais bonitas da História da Humanidade revela que o salário médio das mulheres é a da luta pela emancipação da mulher, no Brasil é 38,5% inferior ao dos homens pelo fim da discriminação, o combate à nos mesmos cargos. Em outros países, a violência, por emprego, renda, inclusão social, cidadania, justiça e dignidade. diferença média é de 22%. A diretora eleita do Sindicato, Leni- Neste sentido, é fundamental lembrarmos nha, participou do evento e falou da im- as pioneiras na luta contra as desigualdades portância das mulheres participarem das e as péssimas condições de trabalho, que morreram queimadas, em Nova Iorque. lutas e ações do movimento sindical. “As mulheres têm muitas conquistas “Avançamos nas conquistas à medida que lutamos, que nos conscientizamos a comemorar. Elas consolidaram um novo dos nossos direitos e da importância de papel na sociedade, sua independência participar das lutas para defendê-los. financeira e têm presença cada vez Sou metalúrgica há 20 anos, sempre fui maior no trabalho e na política munuma militante e fui eleita diretora do dial. Mas ainda temos muito pelo que Sindicato dos Metalúrgicos. Agradeço lutar e precisamos manter a unidade e à Força Sindical e ao Sindicato por esta a mobilização contra a intolerância e a discriminação”, afirma Elza. oportunidade”, disse. runa), José Francisco Campos, José Lúcio Alves (Mineiro), José Luiz de Oliveira, José Maurício da Silva (Ceará), Juarez Martelozo Ramos, Luiz Antonio de Medeiros, Luiz Carlos de Oliveira (Luizinho), Miguel Eduardo Torres, Milton Eduardo Brum, Nelson Aparecido Cardim (Xepa), Paulo Pereira da Silva, Ricardo Rodrigues (Teco), Sebastião Garcia Ferreira, Sílvio Bernardo, Tadeu Morais de Sousa e Valdir Pereira da Silva Diretores (Sede de Mogi das Cruzes) Jorge Carlos de Morais (Arakém), Paulo Fernandes de Souza (Paulão) e Sales José da Silva

Diretor Responsável Miguel Eduardo Torres Edição e Redação Débora Gonçalves - MTb 13.083 Val Gomes - MTb 20.985 Fotografia Jaélcio Santana Diagramação Rodney Simões Vanderlei Tavares Impressão BANGRAF Tiragem: 300 mil exemplares


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Acordos garantem EMPREGOS S E Õ S S I ÀS DEM

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Sindicato está numa luta incansável pela garantia dos empregos, negociando com as empresas alternativas às ameaças de demissões e fechando acordos que estão garantindo os empregos de milhares de companheiros. Já fechamos cerca de 30 acordos, que envolvem mais de 16 mil trabalhadores e garantem estabilidade no emprego. São acordos de redução da jornada de trabalho e de salários, de suspensão de contrato de trabalho, de banco de horas. Nosso Sindicato e a Força Sindical foram criticados por outras correntes do movimento sindical, por fazer este tipo de acordo, “mas esses acordos salvaram o emprego de muita gente”, enfatiza Pau-

linho, presidente da Força Sindical. Muitos sindicatos que nos criticaram também fizeram acordos iguais aos nossos, mas às escondidas. Nós estamos fazendo tudo abertamente, e acreditando que a crise vai passar. Muitas empresas já estão chamando os trabalhadores e retomando a produção. “Os trabalhadores não são responsáveis pela crise financeira, mas estão sendo vítimas dela. Muitas empresas ameaçaram demitir porque estavam com a produção parada. Nós não aceitamos, levamos a questão para a mesa de negociação e estamos conseguindo evitar demissões em massa”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato.

SABÓ (ZONA OESTE) Paulinho, Miguel e diretor Ceará na assembléia decisiva Na Sabó, 1.600 trabalhadores estão com a jornada de trabalho reduzida em um dia por semana e, os salários, em 12%, respeitado o piso salarial de R$ 920. Ou seja, ninguém pode ganhar menos que o piso. O acordo é válido por até 90 dias e garante estabilidade no emprego após a vigência do acordo. Outros 300 companheiros da fábrica estão com o contrato de trabalho suspenso. Eles estão recebendo segurodesemprego, complementação salarial da empresa e fazendo curso de qualificação. Os acordos foram aprovados por unanimidade pela assembleia.

NEGOCIAÇÃO TEM CRITÉRIOS Os diretores Pereira, Ortiz e Sílvio, e o economista Airton, do Dieese, integram a equipe de negociações

Os diretores participam das negociações quando a empresa do seu setor alega problemas

Seminário da diretoria aprova Bandeiras de Luta para 2009 Aconteceu nos dias 2, 3 e 4 deste mês, em Mogi das Cruzes, o seminário da diretoria e assessoria do Sindicato que discutiu as Bandeiras de Luta da categoria para 2009. As propostas aprovadas serão submetidas aos delegados sindicais no ENCONTRO a ser realizado no DIA 27 DE MARÇO (sexta-feira), no Palácio do Trabalhador. “A categoria precisa conhecer as propostas para poder defendê-las e se mobilizar. Estabelecemos metas a serem atingidas e só teremos êxito nesta luta com a participação dos trabalhadores”, afirma Miguel Torres,

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As negociações dos acordos de redução de jornada de trabalho e de salários seguem um critério rigoroso. Exigimos que as empresas comprovem que estão com dificuldades, as negociações contam com a participação da uma comissão de trabalhadores, advogado, economista e técnicos do Dieese e diretores do Sindicato, e os acordos são submetidos às assembléias. Os acordos têm prazo máximo de 90 dias, a redução salarial não ultrapassa 17% e os trabalhadores têm garantia de emprego por períodos de até seis meses após o término do acordo. Os acordos de suspensão do contrato de trabalho têm validade de até cinco meses,

os trabalhadores estão fazendo cursos de qualificação, recebendo seguro-desemprego e complementação salarial da empresa e têm estabilidade até cinco meses após a vigência do acordo. Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, neste momento, a manutenção dos empregos é de vital importância para sairmos da crise. “Mesmo com todas as críticas, todas as centrais sindicais tiveram que alinhar os seus sindicatos neste eixo dos acordos. Isso mostra que a nossa categoria continua sendo aquela que tem propostas e que busca saídas para as dificuldades pela negociação”, afirma.

BANDEIRAS DE LUTA • • • • • • • • • • •

Cursos de Cipa e de delegados sindicais Redução da jornada e trabalho sem redução de salário Aumento real de salário Piso por função profissional para inibir a rotatividade Alternância na presidência da Cipa Ações de Segurança e Saúde nas fábricas Qualificação profissional Ações de inserção de jovens e mulheres na luta sindical Estabilidade do delegado sindical Trabalho decente e digno Fim do trabalho terceirizado

BANDEIRAS NACIONAIS

presidente do Sindicato. Uma das bandeiras será a realização do 11º Congresso dos Metalúrgicos, em junho. O congresso também dará a partida para a campanha salarial 2009. Outra, será intensificar a sindicalização. Confira ao lado algumas propostas.

• Ações pela redução das taxas de juros • Criação do Dia Nacional de Luta Contra o Desemprego • Políticas de geração de emprego e renda; de qualificação e requalificação profissional; de garantia de emprego ao trabalhador em vias de se aposentar • Piso único nacional para a categoria metalúrgica • Fim da alta médica programada pelo INSS aos acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais • Contrato Coletivo de Trabalho Nacional • Reconhecimento das convenções 151 e 158 da OIT • Fim do fator previdenciário no cálculo das aposentadorias

ENCONTRO DE DELEGADOS SINDICAIS 27 de março - 18h - Auditório do Palácio do Trabalhador

Rua Galvão Bueno, 782, Liberdade, próximo ao metrô São Joaquim. Venha discutir e aprovar as Bandeiras de Luta para 2009. Traga suas sugestões.


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NEGOCIAÇÃO E ACORDOS GARANTEM EMPREGOS SIDINEI LOPES

De janeiro pra cá, o Sindicato firmou cerca de 30 acordos de redução de jornada de trabalho e de salário, suspensão de contrato de trabalho, banco de horas e férias coletivas, como alternativas às demissões pretendidas pelas empresas que estão enfrentando dificuldades por causa da crise financeira. Os acordos seguem um critério: valem para todos os cargos das fábricas, dão estabilidade no emprego para mais de 16 mil trabalhadores após a vigência dos mesmos e foram aprovados em assembleias nas fábricas. Confira ao lado alguns desses acordos.

Diretores Milton Brum e Pereira na organização dos trabalhadores

NGK SEGURA DEMISSÕES A mobilização na NGK do Brasil, em Mogi, levou a empresa a suspender as demissões e negociar com o Sindicato. A empresa queria demitir 250 dos cerca de 1.200 funcionários, mas decidiu conceder férias coletivas para cerca de 600 trabalhadores do setor de velas e cabos, de 16 a 25 de março. O pessoal do setor de cerâmica está mantendo a produção, segundo Arakém, secretário-geral do Sindicato, que comandou a mobilização na fábrica.

MWM (ZONA SUL) Na fábrica de motores, a jornada de trabalho dos cerca de 2.000 funcionários foi reduzida em um dia da semana e, os salários, em 17,5%, desde 2 de fevereiro. A medida, aprovada por unanimidade pela assembleia, vale por 90 dias e garante estabilidade no emprego para todos os funcionários após a vigência do acordo.

BASTIEN (ZONA SUL) Os trabalhadores da Bastien aprovaram o acordo de suspensão de contrato de trabalho pelo prazo máximo de cinco meses e estabilidade no emprego por igual período após a volta ao trabalho. Neste período, os trabalhadores recebem seguro-desemprego, complementação salarial da empresa e fazem cursos de qualificação.

ARMCO (ZONA LESTE) Na Armco do Brasil, os 550 trabalhadores aprovaram o acordo de redução da jornada de trabalho em um dia por semana, e de 15% no salário, por 90 dias, ficando garantida a estabilidade no emprego após a vigência acordo, segundo o diretor Valdir Pereira.

RAYTON (ZONA OESTE) Na autopeças Rayton Industrial, na Lapa, o acordo é de redução da jornada em um dia da semana, e de 7,73% a 18% nos salários, por 90 dias, mais estabilidade no emprego. Quem ganha até R$ 920 está isento da redução salarial. Segundo o diretor David, o acordo vale para cerca de 680 trabalhadores das três unidades da empresa, na capital, em Barueri e Jandira. Na METALÚRGICA MAUSER, os 360 trabalhadores aprovaram o acordo que reduziu a jornada e os salários de uma parte dos funcionários. A outra parte vai cumprir banco de horas e compensar as horas não trabalhadas após a vigência do acordo.

VALEO (ZONA SUL) Os 800 trabalhadores da produção e da administração da autopeças Valeo estão com a jornada de trabalho reduzida em um dia por semana e, os salários, em 15%, respeitado o piso da categoria. O acordo vale por 90 dias e garante estabilidade no emprego após o término do acordo. LÂMPADAS KOOMEI (ZONA SUL) Os 22 trabalhadores estão com a jornada reduzida em 40% e, os salários, em 17%, durante 90 dias. O acordo também garante a estabilidade no emprego para esses companheiros após a vigência do acordo, segundo o diretor Garcia.

MTU DO BRASIL (ZONA OESTE) Na MTU, o acordo aprovado prevê redução da jornada em um dia da semana, e de 17% nos salários, garantido um ganho mínimo mensal de R$ 1.500, mais estabilidade no emprego após o término do acordo, segundo o diretor David.

Presidente Miguel, diretor Edson e vereador Cláudio Prado na assembléia de aprovação do acordo

MULTEK (ZONA SUL) Primeiro, a empresa deu férias coletivas, pela primeira vez, aos 400 funcionários. Depois, negociou o acordo de redução da jornada em um dia da semana, e dos salários em 10%, sendo que nenhum trabalhador poderá ganhar menos que o piso da categoria, segundo o diretor Milton Brum. O acordo vale para todos os cargos da empresa e dá estabilidade no emprego.

O presidente Miguel, o diretor Carlão, que comandou a assembleia, e o vice-presidente Tadeu

HIGVAL (ZONA SUL) O acordo aprovado na Higval Ind e Com. estabelece redução da jornada em um dia por semana e de 16% no salário, mais estabilidade a partir do término do acordo, segundo o diretor Garcia. A empresa tem cerca de 30 funcionários.

BANCO DE HORAS Os 70 trabalhadores da Indústria de Evaporadores, na zona leste, aprovaram, em assembleia, o acordo para o cumprimento de banco de horas, por um período de até seis meses, ficando garantida estabilidade no emprego após a vigência do acordo, segundo o diretor José Luiz, que participou das negociações com a empresa.

Miguel Torres na assembleia de aprovação do acordo

COMBUSTOL E METALPÓ (ZONA OESTE) Os 580 trabalhadores da Combustol e Metalpó também concordaram com o acordo de redução da jornada em um dia por semana, e redução salarial de 17%, respeitado o piso salarial, ou seja, ninguém pode ganhar menos que o piso, segundo o diretor David.

SAMOT (ZONA SUL) Na autopeças Samot, a jornada foi reduzida em um dia por semana, e os salários em 15%, durante 90 dias. Os 1.600 trabalhadores terão estabilidade após o período de redução, totalizando 180 dias de garantia de emprego. A redução é válida para cerca de 650 trabalhadores das duas unidades da empresa na capital.

KONORR BREMSE (ZONA SUL) Na autopeças KnorrBremse, os cerca de 700 funcionários estão trabalhando um dia a menos por semana e com o salário reduzido em 15%, sendo que ninguém pode receber menos que o piso salarial. O acordo foi celebrado depois que os trabalhadores paralisaram as atividades por cinco horas, no dia 3 de fevereiro, contra o anúncio de 70 demissões. A empresa recuou, negociou a redução da jornada e ainda garantiu estabilidade no emprego para todos, segundo o diretor Edson.

NOVEX (ZONA OESTE) Os companheiros da fabricante de rodas e rodízios também estão com jornada e salário reduzidos até abril e com estabilidade no emprego. A jornada foi reduzida em um dia da semana, enquanto a redução salarial é de até 17,82%, pois só é aplicada para quem ganha mais de R$ 1.200. Quem ganha até este valor terá somente a jornada reduzida, segundo o diretor David. Quem ganha acima dessa faixa terá a redução salarial calculada sobre o que ultrapassar o piso de R$ 1.200. Exemplo: Se o salário é de R$ R$ 1.315,00, a redução será de 20% sobre R$ 115, o que dá R$ 23 a menos no salário mensal. Isso corresponde a 1,75% de redução salarial. PARKER HANNIFIN (ZONA OESTE) Os companheiros da Parker estão trabalhando um dia a menos por semana e com o salário reduzido em 12%. O acordo aprovado em assembleia também garante estabilidade para todos os funcionários, segundo o diretor David. HOGANAS (MOGI DAS CRUZES) Na Hoganas, em Mogi, os 120 trabalhadores aprovaram a redução da jornada em um dia da semana e, dos salários, em 15%, por 90 dias, com estabilidade no emprego após o período de redução. O acordo, aprovado em assembleia, vale para todos os cargos da empresa, segundo o diretor Paulão. REVENAÇO (ZONA LESTE) Na fábrica de aço, a jornada de trabalho dos companheiros foi reduzida em um dia por semana, e os salários em 15%, ficando garantida estabilidade no emprego após a vigência do acordo, segundo o diretor Jefferson. RIVETS E A. CESAR (ZONA SUL) O acordo nas duas autopeças estabelece redução da jornada em 22%, e dos salários em 17,5%, mais estabilidade no emprego após o término do acordo, segundo o diretor Mala.

Greves contra demissões STAMPITEC (ZONA LESTE) Os 120 companheiros da autopeças paralisaram as atividades por um dia contra 45 demissões, e voltaram ao trabalho após negociação com a empresa e aprovação, da assembleia, de adoção de banco de horas por dois meses, com estabilidade no emprego, segundo o diretor Valdir. Com o banco de horas, a empresa suspendeu outras 50 demissões.

ETELBRAS (ZONA LESTE) Os trabalhadores da Etelbras, empresa de eletroeletrônicos e fornecedora da OI, fizeram três dias de greve contra a demissão de 9 companheiros temporários e o caso foi parar no Tribunal do Trabalho. Na audiência, segundo o diretor Luisinho, a empresa readmitiu e registrou dois trabalhadores. Para os demais demitidos, que não quiseram voltar pra fábrica, o Sindicato negociou um pacote de benefícios que garante três salários extras e três meses de cesta básica e mudança nos contratos de trabalho de prazo determinado para indeterminado (o que garante receber o seguro-desemprego). Para os cem trabalhadores que continuam na empresa, o TRT determinou o pagamento dos dias parados e ficou acertado que em oito meses a empresa adotará uma política de equiparação salarial, vai negociar a melhoria do ambiente de trabalho, e pagar PLR de R$ 600 ainda este ano. A luta teve o apoio da diretora Leninha. IUGO KOYAMA

ROLAMENTOS FAG (ZONA SUL) Depois de cinco dias de greve, os trabalhadores da Schaffler Brasil (Rolamentos Fag), aprovaram proposta da empresa, de suspender as demissões programadas, e garantir a 62 demitidos, além das verbas rescisórias, um pacote de benefícios que inclui um ano de cesta básica e de assistência médica e indenização de dois a cinco salários extras, de acordo com o tempo de casa do trabalhador, mais estabilidade de 90 dias para os que ficaram. Segundo o diretor Martelozo, no acordo, negociado pelo Sindicato e uma comissão de funcionários, ficou acertada ainda a abertura de um Programa de Demissão Voluntária, sendo que para cada trabalhador que aderir ao programa, a empresa readmitirá um que foi demitido. TUBOCAP (ZONA OESTE) Os trabalhadores da Tubocap fizeram três dias de greve em fevereiro contra a demissão de 30 companheiros. O caso foi parar no Tribunal do Trabalho, que determinou a reintegração de 23 trabalhadores e deu estabilidade no emprego por 90 dias. Segundo o diretor Teco, a empresa queria parcelar as rescisões em até dez meses, mas o tribunal limitou em três parcelas. A greve teve o apoio do secretário Arakém e diretores Mendonça, Lourival e David.


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AÇÃO DA FORÇA SINDICAL SEGURA DEMISSÕES NA EMBRAER A

atuação da Força Sindical no caso das 4.200 demissões feitas pela Embraer, de São José dos Campos, mobilizou a Justiça e o governo e levou empresa para a mesa de negociação. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, está se empenhando pessoalmente na questão e participando das manifestações e negociações na Justiça pelo emprego dos trabalhadores. A central e o nosso Sindicato estão juntos com o Sindicato

BSH CONTINENTAL REINTEGRA TRABALHADORES

Diretor Luisinho com os demitidos

A defesa firme do Sindicato levou a BSH Continental, de Hortolândia, a reintegrar dez trabalhadores com doenças profissionais e seqüelas de acidente de trabalho. Esses trabalhadores não pertencem mais à nossa base, mas procuraram o nosso Sindicato porque conhecem o nosso trabalho na área de saúde e segurança. “Chamamos a empresa, denunciamos o caso e conseguimos resolver o problema”, afirma o diretor Luisinho, coordenador do Dep. de Segurança e Saúde do Trabalhador. A Continental transferiu sua produção de São Paulo para Hortolândia há um ano, e levou os trabalhadores com problemas de saúde. Agora, achou que poderia demiti-los. Antes de denunciar a empresa, Luisinho procurou o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, que não deu a devida atenção ao caso, o que fez com que os trabalhadores voltassem a pedir a ajuda do nosso Sindicato.

dos Metalúrgicos de São José nesta luta, por entender que a Embraer poderia ter buscado outras alternativas para enfrentar suas dificuldades. “Sabemos que o momento é difícil, mas não dá para aceitar a demissão em massa de 4.200 chefes de família. Muitas empresas estão começando a retomar a sua produção, e demitir esses trabalhadores é alimentar a crise”, afirma Paulinho. O Tribunal Regional do Trabalho de Campinas suspendeu as demissões, e na

Paulinho na manifestação na porta da empresa, em São José

segunda audiência, no dia 13 passado, manteve a suspensão das demissões. Na audiência, o juiz apresentou duas propostas, uma de suspensão do contrato de trabalho por 12 meses e, outra, de rescisão dos contratos com manutenção dos benefí-

cios, mais indenização. Não houve acordo entre as partes, e o caso vai a julgamento. A Embraer tem 21.300 funcionários. Ela alega que demitiu por causa da crise financeira e recorreu da decisão judicial para manter as demissões.

LUTA PELOS DIREITOS

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Trabalhadores acampam na Bekum

s cerca de 84 trabalhadores da Bekum do Brasil, fábrica alemã de motores, na zona sul, estão acampados na empresa, em protesto à falta de pagamento das verbas rescisórias de 60 trabalhadores demitidos no dia 20 de fevereiro. No dia 3 de março, os trabalhadores participaram de uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho e, diante da falta de uma solução imediata para o problema, eles iniciaram o acampamento na fábrica. “O pessoal está revoltado”, disse Edson, diretor do Sindicato. O Sindicato denunciou o caso ao IG Metall (sindicato dos metalúrgicos da Alemanha), para que eles pressionem a matriz da empresa a tomar uma decisão favorável aos trabalhadores. No dia 9/3, o Sindicato promoveu um protesto com salsichada, música e personagens vestidos em trajes típicos alemães, em frente ao Consulado da Alemanha, na zona sul de São Paulo, com a participação dos trabalhadores e de suas famílias. O presidente do Sindicato, Miguel Torres, entregou uma carta ao cônsul da Alemanha denunciando a empresa de demitir sem procurar o Sindicato para discutir alternativas às demissões. O cônsul comprometeu-se a encaminhar ao Ministério do Trabalho da Alemanha as informações sobre a situação dos trabalhadores da Bekum aqui no Brasil.

Diretor Edson com os trabalhadores no acampamento na fábrica

Miguel Torres falou aos trabalhadores e entregou uma carta ao cônsul

Protesto bemhumorado teve salsichada na porta do consulado

MOBILIZAÇÃO

Trabalhadores pressionam e governo corta juros

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Manifestação em frente ao Banco Central, na Av. Paulista

Força Sindical e as demais centrais promoveram acampamento nos dias 11 e 12 passado, em frente ao Banco Central (BC), em Brasília, e manifestações em todos os Estados, para pressionar o Copom (Comitê de Política Monetária) a baixar a taxa de juros da economia (Selic). Em São Paulo, o ato foi realizado em frente ao BC, na Avenida Paulista, e reuniu

trabalhadores e sindicalistas de várias categorias, sobretudo metalúrgicos. Durante o ato em Brasília, os manifestantes malharam o “Judas” Henrique Meirelles, presidente do BC. O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulinho, liderou o acampamento e denunciou que Meirelles mantém o Brasil como campeão dos juros altos. Pressionado pela sociedade, e diante da queda do PIB (soma das riquezas do País) no último trimestre de 2008, e da produção

da indústria, em janeiro, o Copom cortou a Selic em 1,5 ponto percentual, reduzindo-a de 12,75% para 11,25% ao ano. Para Paulinho, a redução foi pequena. “O Banco Central perdeu a oportunidasde de afrouxar a corda que está estrangulando o setor produtivo, que gera emprego e renda.” “Com esta crise, a trajetória de queda dos juros precisa ser acelerada, por isso, vamos continuar pressionando o governo para que corte drasticamente os juros”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato.


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Empréstimo consignado

Alívio no bolso do trabalhador O

s trabalhadores que participam de acordos de redução de jornada de trabalho e de salário e que fizeram empréstimo consignado (com desconto no holeite) terão as parcelas do empréstimo reduzidas pelo tempo que durar o acordo. No caso dos trabalhadores que tiveram o contrato de trabalho suspenso, as prestações serão suspensas durante os meses de vigência do contrato de suspensão. A medida está garantida no acordo assinado pela Força Sindical com a Febraban (federação de bancos), que prevê a redução da parcela do empréstimo na mesma proporção da redução do salário. Exemplo: se o salário foi reduzido em 15%, a parcela do empréstimo descontada em folha também deve ser reduzida em 15%. Ou seja, se o trabalhador paga R$ 100 por mês de prestação e teve o salário reduzido em 15%, deve ter a

prestação reduzida para R$ 85. A empresa deverá enviar ao banco responsável pelos empréstimos os nomes dos afetados pela medida e os respectivos valores descontados em folha. Mas, atenção, a redução da parcela não será automática. O empregado que quiser o benefício deve procurar o banco para pedir a mudança nos valores das prestações e no prazo final de pagamento do empréstimo. Segundo Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, o acordo já está em vigor e vale para os trabalhadores ligados a todas as centrais sindicais. “Todos podem pedir a redução”, disse Paulinho. Para Miguel Torres, presidente do nosso Sindicato, a medida “vai dar um fôlego aos trabalhadores para honrar seus compromissos quando uma parte do salário é reduzida para manter o emprego”.

Paulinho, Juruna, Miguel e Elza assinaram o protocolo firmado com os bancos, que garante a redução das parcelas do empréstimo consignado pra quem teve redução de salário

lazer

Carnaval de muita curtição no Clube de Campo O

s trabalhadores e trabalhadoras associados que foram ao Clube de Campo do Sindicato, em Mogi, no Carnaval curtiram quatro dias de muita alegria, sossego e segurança. O tempo bom contribuiu para que as famílias dos associados aproveitassem bastante as várias opções de lazer e se divertissem muito nas piscinas, nas quadras poliesportivas, de malha e bocha, no pesqueiro, fizessem muito churrasco, passeassem de trenzinho e bicicleta. Muita gente aproveitou para fazer caminhadas, enquanto a criançada se divertia andando de bicicleta e no playground. A preocupação ficou do lado de fora. A equipe de organização do clube promoveu baile de carnaval, recreação infantil, torneio de pesca - quem pescava o maior peixe ou a maior quantidade, ganhava um troféu-, jogos de vôlei, futebol e ginástica para os ocupantes dos chalés. “O clube de campo foi construído com esta finalidade, oferecer oportunidade de lazer, com qualidade, para os trabalhadores da categoria e suas famílias”, disse a diretora de finanças do Sindicato, Elza Costa Pereira. Toda essa tranquilidade vivida pelas famílias dos(as) associados(as) também se deve ao cumprimento do Regulamento do Clube. “O regulamento é uma garantia de preservação e manutenção de todas as acomodações do clube, para que os trabalhadores(as) e suas famílias possam ter lazer com conforto e segurança”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato. Vale lembrar que os associados precisam levar documentos pessoais de todos os membros da família sempre que forem ao clube. “A documentação é que vai permitir que os trabalhadores(as) e dependentes usufruam de todos os serviços do clube”, afirma Arakém, secretário-geral do Sindicato.

Trabalhadores e suas famílias participaram do torneio de pesca promovido pela organização do clube

Jovens e crianças rodaram o clube com as bicicletas

A criançada curtiu andar de trenzinho pra cima e pra baixo

Piscinas cheias todos os dias ajudaram a espantar o calor

Churrasco em família

Os 50 quiosques e as churrasqueiras coletivas ficaram lotados todos os dias


8 - o metalúrgico

MARÇO DE 2009

CONFEDERAÇÃO

METALÚRGICOS DO BRASIL ELEGEM NOVA DIRETORIA DA CNTM O

O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, destacou a liderança de Clementino e a importância da CNTM nas lutas em defesa da categoria metalúrgica em âmbito nacional e internacional, e nas ações políticas pelos direitos trabalhistas no Congresso Nacional e pelo desenvolvimento econômico do País. O evento foi prestigiado por Miguel A nova diretoria da CNTM tem o companheiro Geraldino como Secretário de Finanças da entidade Torres, presidente do Sindicato, e João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário- mos lutando pela implantação do Contrato trabalhadores metalúrgicos em diferentes geral da Força Sindical, que presidiram Coletivo Nacional de Trabalho para reduzir regiões do País”, disse Clementino. A direo processo eleitoral, por Elza Pereira, as diferenças salariais e sociais entre os toria foi empossada no dia 10 de março. diretora financeira, e Tadeu Morais, diretor ENTREVISTA: CLEMENTINO VIEIRA, PRESIDENTE DA CNTM do Sindicato e presidente do Dieese, entre outros diretores do Sindicato. Assim que o resultado do pleito foi anunciado, Clementino falou dos objetivos da nova diretoria. “Vamos continuar mobilizando e apoiando a categoria metalúrgica em todas as suas ações, defendendo o emprego, Clementino Vieira, secretário-geral do lutando contra as demissões, Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba/ repudiando as ameaças de PR, foi eleito presidente da CNTM. Desde redução dos direitos em função 2005, ele exercia o cargo de secretário da crise financeira. Continuare- de finanças da Confederação e, após o Paulinho, Clementino, Miguel e Juruna na plenária da CNTM falecimento do companheiro Eleno Bezerra, assumiu o cargo de vice-presidente. Nesta entrevista, ele destaca os novos desafios da CNTM e as medidas que julga serem necessárias para o Brasil superar a crise global.

ano de 2009 está sendo de fundamental importância para a CNTMConfederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. Com destaque para o processo eleitoral, com a formação de uma chapa única “Ampliando Conquistas”, integrada por líderes dos metalúrgicos de todas as regiões brasileiras. Já no dia 18 de fevereiro aconteceu a eleição da nova diretoria, e de Clementino Vieira como presidente, para o período de 2009 a 2013. Clementino foi eleito por unanimidade pelos 150 delegados reunidos em plenária no Palácio do Trabalhador, sede do nosso Sindicato e da Força Sindical, em São Paulo.

LÍDER DOS METALÚRGICOS DO BRASIL DEFENDE AÇÕES PELO EMPREGO

HOMENAGEM DOS METALÚRGICOS DE SP

Dal Prá recebe a homenagem de Miguel Torres

O

Secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Francisco Dal Prá, recebeu o título de sócio-benemérito do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes durante a eleição da nova diretoria da CNTM, no dia 18 de fevereiro de 2009 no Palácio do Trabalhador, em São Paulo.

O título foi entregue pelo presidente do Sindicato, Miguel Torres, que enalteceu a lealdade e a trajetória sindical de Dal Prá em defesa dos metalúrgicos brasileiros. Dal Prá agradeceu a homenagem, considerando-a um “momento ímpar em sua vida.” “Receber este título de sócio do maior Sindicato da América Latina é uma honra. Agradeço o companheiro Miguel Torres e toda a diretoria do Sindicato por esta iniciativa, que me deixa muito feliz, assim como aos mais de 150 dirigentes sindicais dos metalúrgicos de todo o Brasil que, presentes à eleição da CNTM, também participam desta homenagem. Se eu tinha obrigações para com os metalúrgicos, a responsabilidade agora tornou-se ainda maior. Muito obrigado!”, disse Dal Prá.

o metalúrgico: Qual o principal plano de ação da nova diretoria da CNTM? Clementino Vieira: Nossa prioridade é a unificação nacional das datasbases da categoria, rumo ao Contrato Coletivo Nacional de Trabalho. São fundamentais também a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, para a geração de emprego, a ratificação da Convenção 158 da OIT (contra as demissões imotivadas) e os programas de qualificação e treinamento de dirigentes sindicais. Outro item importante são as ações por mais segurança e saúde do trabalhador nos locais de trabalho e em defesa das políticas do trabalho decente. E, de forma emergencial, a mobilização contra as demissões, provocadas pela crise financeira global, e por contrapartidas sociais que garantam os empregos nas empresas que obtiverem recursos públicos.

o metalúrgico: Que medidas você considera importantes para a defesa do emprego? Clementino Vieira: A primeira seria uma redução forte da taxa de juros. Outra seria a renovação da frota automobilística. O governo poderia dar o exemplo, tirando de circulação os carros oficiais com mais de 15 anos de uso. Em um prazo de até 90 dias, isso traria uma amenização da crise. A inspeção veicular adotada em São Paulo poderia ser instituída em todo o País, para tirar das ruas os carros sem condições de uso. É preciso incentivar também a produção da linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar), que vise a economia de energia elétrica. Assim, haveria produção maior, vendas por preços mais atrativos e geração de empregos. Do nosso lado, temos lutado pelo aumento do tempo do seguro-desemprego, defendido o emprego dos trabalhadores e resguardado os contratos de trabalho.

MINISTRA DILMA ROUSSEFF faz palestra sobre geração de emprego

A Ministra Dilma Rousseff no Palácio do Trabalhador

ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, participou do encerramento das eleições da CNTM e ministrou, no Auditório do Palácio do Trabalhador, uma palestra sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), para centenas de trabalhadores e dirigentes sindicais.

Além de parabenizar a nova diretoria eleita da CNTM, Dilma destacou a importância histórica da categoria metalúrgica para o desenvolvimento do Brasil e adiantou o anúncio de medidas efetivas na direção do crescimento econômico e do emprego. Para as principais lideranças do nosso

Sindicato, da Força Sindical e da CNTM, a palestra colaborou com o debate sobre este momento de crise financeira global, fechamento de postos de trabalho em alguns setores econômicos do País e mobilização do movimento sindical em busca de alternativas para enfrentar e superar a crise.


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