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O Jornal Metro é impresso em papel certificado FSC, garantia de manejo florestal responsável, e com tinta ecológica elaborada com matérias-primas bioderivadas e renováveis pela gráfica Plural.
STOCKXCHNGE
Sábado, 9 de julho de 2011 Edição nº 12, ano 1
Chegada do frio é oportunidade para repaginar os ambientes Abuse das cortinas, mantas e almofadas {págs 12 e 13}
Bem-vindo, inverno Viver em São Paulo Vila Leopoldina é muito mais do que o Ceagesp {pág 08}
RECICLE A INFORMAÇÃO: PASSE ESTE JORNAL PARA OUTRO LEITOR
Mercado imobiliário Bairros tradicionais viram alvo das construtoras {págs 14 e 15} Colchão versátil Futon já está em todos os cômodos da casa {págs 10 e 11}
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NOTAS & AGENDA
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Cavalo imponente Se não bastasse ser o mais alto da América do Sul, à época com 165 metros, a escultura de um cavalo empinando deixa bem clara a intenção dos fundadores, de manter alto e respeitado o nome da Itália e preservar sua cultura e tradições. A obra, chamada “Cavalo Rampante”, é de autoria de Pericle Fazzini e destaca a belíssima entrada do edifício. O prédio, projetado pelo alemão Franz Heep, foi inaugurado na primavera de 1965, e batizado oficialmente de Circolo Italiano San Paolo. Conhecido como Terraço Itália, o edifício tem como destaque o bar e restaurante com visão panorâmica da charmosa avenida São Luís. Esse marco arquitetônico e cartãopostal de São Paulo atualmente é protegido pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico). Embora tenha perdido o posto de mais alto – agora é o segundo maior da capital –, continua sendo uma grande atração desde sua inauguração, sem perder nem um pouco de sua elegância.
“Cavalo Rampante”, em bronze, dá boas-vindas ao Terraço Itália ANDRÉ PORTO/METRO
Aluguel inflacionado
Manual da reforma
Pesquisa on-line
O valor médio cobrado pelos aluguéis em São Paulo subiu 0,82% em junho. Segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o número representa a maior alta nos últimos 14 anos. A maior elevação registrada antes disso foi em agosto de 1997, quando a inflação dos aluguéis em São Paulo registrou 1,04%. Já o preço de venda de apartamentos aumentou, em média, 2,3%, ante 2,6% registrados em maio. Em relação ao número de dormitórios, desde janeiro de 2008, os apartamentos com um e dois quartos apresentaram variação de 112%.
O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo) vai lançar em agosto uma publicação para orientar e conscientizar moradores e síndicos em obras realizadas nos condomínios. Intitulada “Manual para obras e serviços técnicos em condomínios”, a cartilha tem o objetivo de conscientizar os condôminos sobre a importância de haver uma supervisão técnica responsável pelas obras. A publicação pretende evitar acidentes que causem transtornos aos moradores.
Um novo serviço na internet vai ajudar quem busca o melhor financiamento para comprar um imóvel. Através do www.canaldocredito.com.br, o usuário pode visualizar, simultaneamente, as taxas de juros praticadas pelas principais instituições financeiras do país, para este tipo de empréstimo. Segundo a Canal do Crédito, corretora de crédito imobiliário on-line, o serviço é gratuito e tem como objetivo facilitar a busca de quem quer comprar um imóvel pelas melhores condições na hora de obter o crédito.
A MicTech, empresa especializada na formação de profissionais da construção civil, realiza, nos dias 15 e 16, o curso “Projetar e Construir em Light Steel Frame”. Serão ministradas palestras sobre todas as etapas e perspectivas do sistema que utiliza aço leve. Informações: www.mictech.com.br ou no tel. 2387-6857.
Até o dia 25, arquitetos e urbanistas podem entregar suas propostas para o Renova SP. Lançado pela Secretaria Municipal de Habitação, o concurso vai selecionar os planos urbanísticos para 22 regiões de assentamentos precários na capital. Os vencedores serão responsáveis por todo o trabalho. Informações: www.habisp.inf.br.
Tradições da realeza, história e cultura da Inglaterra foram inspiração para a Collection London, coleção de mobiliários e objetos de decoração da Espaço 204. Com design e cores que remetem à bandeira britânica, os móveis trazem sofisticação e originalidade para diversos ambientes. Shopping D&D (av. Das Nações Unidas, 12551).
Mande perguntas ou sugestões para metroquadrado@metrojornal.com.br. O telefone da redação é o (11) 3528-8578. Para anunciar, entre em contato pelo e-mail anuncie@metrojornal.com.br. O telefone da área comercial é o (11) 3528-8500. O jornal Metro é uma joint venture do Grupo Bandeirantes de Comunicação e da Metro Internacional. Está presente em 23 países e tem alcance diário superior a 20 milhões de leitores. Telefone: 011/3528-8500 E-mail: cartas@metrojornal.com.br
“A tiragem e distribuição desta edição de 100.000 exemplares é auditada pela BDO.”
Expediente Presidente: Cláudio Costa Bianchini. Coordenador de Redação: Irineu Masiero. Editor de produtos: Guilherme Costa. Editores de Arte: Vitor Iwasso e Daniel Lopes. Repórter: Wilson Dell’Isola e Fernando Corrêa. Gerentes Comerciais: Elizabeth Silva e Tânia Biagio. Diretora Financeira: Sara Velloso. Diretor de Operações: Luís Henrique Correa. Editado e distribuído por SP Publimetro S/A. Endereço: rua Tabapuã, 81, 14º andar, Itaim, CEP 04533-010, São Paulo, SP.
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SERVIÇO
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No projeto da arquiteta Débora Aguiar, o nome do que está guardado foi escrito na frente das caixas, para facilitar a busca pelos objetos
DIVULGAÇÀO
Brincadeira organizada Cada coisa em seu lugar Com tudo organizado, fica mais fácil aproveitar o espaço para desenvolver diversas brincadeiras e atividades SEPARAR A primeira coisa a fazer é jogar no lixo os brinquedos quebrados. Depois, separe os brinquedos que não agradam a criança e estão encostados no quarto e retire os que já estão fora da faixa etária dela. Nesse caso, doar é a melhor opção
Crianças e desordem parecem a dupla perfeita e andam sempre juntas, certo? Errado. As crianças são muito mais desapegadas do que pensamos e isso torna tudo mais fácil quando o assunto é organização. Para elas, os brinquedos quebrados ou com peças faltantes se tornam desinteressantes e podem ser rapidamente descartados. Isso significa que ensinar a cuidar, guardar corretamente e doar o que não diverte mais tornará a criança mais organizada.
ORGANIZAR Nessa fase, os brinquedos deverão ser setorizados. Carrinhos pequenos, carrinhos médios, bonecas de pano, bonecas de plástico, pelúcias, artesanato, livros, jogos, fantasias e assim por diante
Doar os objetos que não interessam mais e eliminar os quebrados são os primeiros passos para a organização de uma brinquedoteca Manter caixas e baús ao alcance das crianças é uma maneira de incentivá-las a guardar e organizar os próprios brinquedos
Uma boa saída pra guardar os brinquedos menores são as caixas transparentes, onde fica mais fácil visualizar o que há dentro, principalmente para os baixinhos não alfabetizados. Para caixas coloridas, o ideal é etiquetar com desenho ou colar figuras com o brinquedo correspondente na frente da caixa. No caso de quartos pequenos, é interessante fazer caixas sob medida para colocar embaixo da cama, perfeito para poupar espaço em outras partes do am-
biente, aumentando a área de lazer da criança. É muito importante que a organização do ambiente permita que as crianças se desenvolvam, interagindo com ele, por exemplo, para retirar e guardar os brinquedos. Os brinquedos organizados em caixas plásticas ou prateleiras tornam o visual bonito e atrativo para uma brincadeira. “Estantes abertas com prateleiras e nichos na altura deles, além de baús distribuídos pelo chão, contribuem para que a
ARMAZENAR Cada tipo de brinquedo deve ser guardado em um lugar. O ideal são caixas transparentes, para ficar mais fácil de visualizar o que tem dentro. Se a caixa for colorida, coloque etiquetas indicando o tipo de produto que há ali. Evite colocar os objetos em lugares muito altos, pois a criança precisa ter acesso ao material para brincar e organizar posteriormente
brincadeira se torne mais fácil e gostosa desde o momento de pegar o brinquedo até a hora de guardálo”, explica a arquiteta Débora Aguiar. Para evitar desordem, defina uma regra simples: brincou, tem que guardar. O ideal é que a criança tenha o hábito de pegar o segundo brinquedo só depois que o primeiro estiver guardado. CAMILA.BEM @METROJORNAL.COM.BR
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SERVIÇO
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Vinho para beber e ser visto Montar uma adega em casa é mais fácil do que se imagina Importante é fugir da luz e do calor, os maiores inimigos dos vinhos Para um jantar especial ou simples encontro com amigos, ter uma adega em casa virou o sonho de muitas pessoas, principalmente porque o número de apreciadores de vinho aumenta a cada dia. De acordo com uma pesquisa do Instituto Euromonitor International, o Brasil já é o quinto maior consumidor mundial de vinhos e o segundo na América Latina, atrás apenas da Argentina. A arquiteta Pricilla de Barros ensina que antes de comprar uma adega é necessário analisar o melhor local para colocá-la. “Ela deve ficar no lugar onde se reúne os amigos ou naquele espaço onde se acomodam mais pessoas”, explica. Para Pricilla, o ideal mesmo é a sala de jantar, pois fica mais fácil unir a bebida ao buffet, mas tudo depende do espaço disponível no ambiente. O importante é lembrar que o local escolhido não pode ser muito quente, nem receber luz solar diretamente. “Se a luz
solar bater na garrafa, estraga o vinho. Em caso de muita luminosidade, amenize com uma cortina ou persiana”, alerta. As adegas tradicionais podem ser adaptadas a qualquer espaço da casa, desde que em condições favoráveis para a conservação dos vinhos. Existem empresas especializadas em aproveitar espaço sem perder a estética refinada que uma adega exige. “Algumas empresas aproveitam até o espaço livre embaixo da escada”, diz. O importante é manter as garrafas em uma temperatura de cerca de 15oC. Para isso, existem adegas climatizadas. Elas são protegidas com vidro triplo que não embaça e protege os vinhos dos raios ultravioleta. Dependendo do tamanho, é possível entrar no ambiente onde as garrafas estão armazenadas. CAMILA DO BEM WWW.METROPOINT.COM
Algumas adegas podem conservar até 200 garrafas
Adega portátil é opção prática e barata
Adegas climatizadas podem custar de R$ 300 a R$ 3 mil, de acordo com a qualidade e o tamanho
Segundo a arquiteta Fernanda Negrelli, a melhor opção para quem não consome vinho em grande quantidade é comprar adegas climatizadas prontas (veja foto ao lado). Dessa forma, é possível economizar no espaço e sempre ter uma quantidade ra-
zoável de garrafas à disposição. “Esse tipo de adega é prático, porque, dependendo do tamanho, é possível encaixá-la embaixo de aparadores ou outros móveis, mantendo a estética do local”, explica. Essa também é a melhor opção para
quem está iniciando na arte de manter bons vinhos em casa, pois é uma maneira de analisar o consumo. Se em pouco tempo você consumir as 12 garrafas da adega menor, é sinal de que pode substituir por uma com 24 rótulos. Se ela não for suficiente, procure um
espaço adequado para adaptar uma adega portátil para 36. “O vinho é uma bebida social, não vale a pena comprar uma adega de 36 garrafas, se você não terá eventos suficientes para beber todas elas a curto ou médio prazo”, alerta Negrelli. CB
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VIVER EM SÃO PAULO
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VILA LEOPOLDINA
Cada vez mais atrativa
ANDRÉ PORTO/METRO
Noite de badalação
Jaguará
Av. Imperatriz Leopoldina, que cruza o bairro
Lapa
Bairro encravado entre as marginais Tietê e Pinheiros vem se tornando um dos mais valorizados nos últimos anos na cidade Condomínios e empresas não param de chegar Não faz muito tempo que a Vila Leopoldina passou a ser notada pelos paulistanos. Aquele bairro na zona oeste, “onde fica o Ceagesp”, vem ganhando atenção especial das construtoras e empresas no processo de valorização imobiliária. Localizada entre os rios Pinheiros e Tietê, a Vila Leopoldina desde 1827 pertencia a João Correia da Silva, quando a região era conhecida como Várzea dos Correias. Jesuítas de origem alemã adquiriram a
Vila da Mídia A CRIATIVIDADE É O NOVO FOCO DA VILA LEOPOLDINA. O BAIRRO É O NOVO PONTO COMERCIAL DE PUBLICITÁRIOS, DESIGNERS E PROFISISONAIS DA COMUNICAÇÃO. A REGIÃO JÁ CONTA COM NOVAS AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE E ESTÁ CONHECIDA COMO A VILA DA MÍDIA
área e nela residiram em uma grande casa. Em 1894, para loteá-la, os seus novos proprietários, E. Richter & Company, resolveram, em uma jogada publicitária, colocar barcos à dis-
posição dos interessados na compra. Um piquenique para 500 convidados foi organizado e a região recebeu o nome em homenagem a uma das sócias do empreendimento, dona Leopoldina Kleeberg. Entretanto, a região pantanosa não obteve sucesso de vendas. A partir de 1930, as indústrias, principalmente metalúrgicas, passaram a se fixar no bairro. Na década de 50, o Centro Industrial Miguel Mofarrej deu nova vida à localidade, e a insta-
Vila Leopoldina Jaguaré
Alto de Pinheiros
lação do Ceagesp, em 1966, deu um novo impulso à região. Até o final dos anos 1990, a Vila Leopoldina permaneceu um bairro fabril e residencial, com ruas pequenas e poucos prédios. As maiores construções ficavam concentradas na rua Carlos Weber, enquanto a av. Imperatriz Leopoldina era voltada para o comércio popular. Atualmente, muitas fábricas têm vindo abaixo para dar lugar aos condomínios e estabelecimentos de alto padrão. METRO
SP
A Vila Leopoldina também já começa a agitar a noite dos baladeiros. Duas das grandes casas noturnas da cidade se instalaram no bairro. Com uma área de 10 mil m2, a Pacha é a mais conhecida da região. Por lá, já passaram diversos DJs eletrônicos internacionais, como Fatboy Slim e David Guetta. A matriz da casa é em Ibiza, na Espanha, e tem outras filiais no Brasil, uma em Florianópolis e outra em Búzios. A balada está localizada na rua Mergenthaler, 829 (www.pachasp.com.br) O Di Quinta é outra casa que leva muita gente à Vila. Seus 350 m2 recebem bandas de diversos ritmos brasileiros. O espaço abre três dias por semana, nas noites de quinta-feira a sábado, e tem decoração kitsch – termo usado para categorizar objetos distorcidos ou exagerados. A balada está localizada na rua Baumann, 1.435, e abre a partir das 21h. Mais informações pelo tel. (11) 55060100 ou no site www.diquinta.com. br. METRO
Um parque logo ali Poucos bairros de São Paulo oferecem boas áreas verdes para caminhar, praticar esportes e passar o tempo. Um deles é a Vila Leopoldina, que tem, a menos de dois quilômetros, um dos mais agradáveis espaços públicos de lazer de São Paulo. Com uma área de 732 mil m², o Villa-Lobos – homenagem ao compositor Heitor Villa-Lobos – tem ciclovia, playground, ilha musical para shows e concertos e bosque. A área de lazer inclui
Parque Villa-Lobos, com prédios da Vila Leopoldina ao fundo LUCIANA FIGUEIREDO/METRO
ainda aparelhos para ginástica, pista de cooper, além de campos e quadras poliesportivas. Outro atrativo do VillaLobos é a possibilidade de alugar bicicletas, em barracas na entrada. O parque também promove eventos musicais, especialmente instrumentais, como orquestras e grupos de choro e conta com o Complexo de Tênis do Parque Villa-Lobos, que abriga o torneio internacional Aberto de São Paulo. METRO
Di Quinta tem decoração kitsch
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DECORAÇÃO
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FRANCISCO LOPES/DIVULGAÇÃO
Cores vibrantes diminuem profundidade de espaço
Uma pincelada a mais Paredes coloridas renovam ambientes e podem ampliar ou diminuir espaços Arquiteto fala dos locais mais indicados para receber pintura, de acordo com layout do projeto Você mesmo pode fazer a pintura Tem dias nos quais o desejo de dar nova vida ao lar só arrefece após alguma mudança na decoração. Essa é a melhor hora para arriscar soluções mais ousadas. Nas paredes, por exemplo, nada como perder o medo da tinta. Se o branco total começa a cansar, um toque a mais de cor consegue renovar o ânimo do ambiente. “A aplicação de colorido nas quatro paredes personaliza todo o espaço. No entanto, outra opção, muito bem vista, tem sido destacar apenas uma das paredes do cômodo, usando alguma cor para compor com o branco”, afirma o arquiteto Leonardo Junqueira, há 20 anos na área. Nesse caso, a maior dúvida na elaboração de um cenário harmonioso é saber qual parede deve ser pintada. Afinal, como deduzir se a cor fica melhor nas laterais, no fundo ou nas paredes de maior ou
“Em ambientes interligados, ou sem divisórias, as cores precisam ter semelhança. Espaços vinculados devem sempre falar a mesma língua.” FRANCISCO LOPES, ARQUITETO
menor destaque? Para o arquiteto Francisco Lopes, tudo depende do layout do projeto. Porém, segundo ele, existe uma regra que os designers usam para escolher a parede certa: sempre dar preferência àquela que mais se sobressai no ambiente. “Ao entrar em uma sala, quarto, ou lavabo, percebemos que uma parede sempre se destaca mais que as outras. Se não houver um projeto de arquitetura predeterminado, esta será a parede que deve receber o colorido”, diz o arquiteto.
Funcionalidade Além de renovar e enfeitar ambientes, as cores também podem ser funcionais. “Em cômodos compridos e finos, a aplicação de cor nas duas laterais produz um efeito que parece diminuir o comprimento do espaço, tornando o local mais agradável e aconchegante”, ensina Lopes. Já em situações contrárias, em que se pretende aumentar as dimensões do local, o indicado é pintar apenas a parede do fundo. “Isso cria uma sensação de amplitude” diz o arquiteto. Segundo ele, o colorido pode criar mais efeitos visuais. “Cores frias, como azul e verde-água, dão proximidade e conforto. Em outros casos, é possível eliminar uma parede pintando-a de preto”, afirma.
FERNANDO.CORREA @METROJORNAL.COM.BR
HELENA GARCIA/DIVULGAÇÃO
Parede verde chama atenção para flor branca de madeira
Detalhe ideal Uma cor diferenciada bem combinada com o ambiente tem o poder de destacar detalhes e objetos, além de chamar a atenção, segundo o arquiteto Leonardo Junqueira. Ele não aconselha, por exemplo, a aplicação
de colorido em paredes com muitas portas, tomadas ou recortes. “O equívoco evidencia os detalhes errados. A pintura fica mais apropriada em alguma parede que tenha um belo enfeite na frente”, afirma. FC
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Para deitar e rolar
É possível combinar diversos tipos de futon no mesmo ambiente FOTOS:DIVULGAÇÃO
O colchão tipicamente oriental saiu do quarto e está ganhando espaço pela casa Além de confortável, o futon dá um charme especial aos ambientes “De linho rústico ou de shantung de seda sofisticado, o futon combina com qualquer ambiente e estilo, que seja do decor provençal ao loft contemporâneo, se adequando a qualquer estilo”. BÉNÉDICTE SALLES, DA FUTON COMPANY
Nascido no Japão, onde foi por décadas usado para descanso e meditação nos ambientes zen e como cama pelos orientais, o futon vem se destacando em outras “posições” no Brasil. Foram os imigrantes de olhos puxados que trouxeram este colchão diferente para o país e por aqui ele ganhou novos revestimentos, cores e passou a ter funções em diversos ambientes. Os primeiros futons de que se tem notícia eram feitos com fibras de algodão e encapados com o mesmo material, cuja espessura era de cinco centímetros, em média. Hoje, além de mais grosso (alguns medem até 18 cm de espessura), o futon é fabricado em látex, manta acrílica, espuma e fibras naturais. O revestimento é feito, na maioria das vezes, com seda ou tecidos impermeáveis. Para facilitar a escolha, as novas versões do produto ganharam nomes próprios e invocados: shikibuton, kakibushi, kakebuton
e futon turco. Além das almofadas zabuton e zafu (ver na página ao lado). Além de fazer as vezes de cama, os futons também são usados como cabeceira, decorando o ambiente. Como protagonistas da casa, eles passeiam por todos os cômodos sem perder o estilo e mantendo a leveza do local. Quando empilhados, podem até substituir um sofá convencional, sem perder o conforto. Na sala, os futons também chegaram aos assentos de cadeiras e aos pufes. Agora ganham os espaços externos, como varandas, terraços e jardins com capa e recheio diferenciados. No entanto, o mais divertido do futon é usar a criatividade para escolher o tipo e a estampa e decorar. Eles podem ser colocados no chão, em bancos de concreto ou madeira, poltronas e onde mais a sua criatividade permitir. CAMILA.BEM
@METROJORNAL.COM.BR
Como cuidar do seu futon Para aumentar a vida útil, fique longe da umidade
O futon deve ser colocado para ventilar pelo menos uma vez por mês. Deixe-o em pé, em local arejado, para eliminar qualquer tipo de umidade acumulada no interior
O ideal é utilizá-lo dos dois lados, portanto, vire o futon regularmente para evitar que um lado desgaste mais que outro
Em caso de sujeira, remova o mais rápido possível e com o mínimo necessário de água. Em seguida, coloque o futon no sol para secar e evitar manchas. Se houver dificuldade para resolver em casa, lave à seco em empresas especializadas
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Descubra qual futon mais combina com o estilo da sua casa Versáteis e modernos, eles são ótimos para deitar, sentar, relaxar e até se cobrir
ZAFU Almofada de meditação usada na prática do Zazen (meditação sentada). Redondo, o zafu proporciona a postura exata que exige o budismo zen. Originário da China, o zafu tem por volta de 35 cm, recheio de algodão e em geral é sobreposto ao zabuton. (R$ 175 e R$ 119 na Futon Company)
ZABUTON Za significa assento. Ou seja, futon para sentar. O zabuton é a almofada quadrada que fica no Washitsu (sala revestida de tatames) das casas tradicionais japonesas, usada em diversas ocasiões. Também pode ser usada como apoio de cabeça. (R$ 83 na Futon Brasil)
KAKEBUTON Significa encobrir, forrar. É fininho e parecido com um edredom, ou seja, uma colcha para se cobrir. (R$ 1.082 na Futon Company)
SHIKIBUTON Estender, abrir, esticar. Futon que se estende. Denso ou maleável, este é o tradicional colchão japonês. Por ser mais fino e leve é mais usado para dormir e é superprático para levar em viagens. (R$ 498 de solteiro e R$ 738 de casal na Futon & Home)
TURCO O adjetivo designa as bordas grossas e arredondadas, feitas à mão. É um assento próprio para ser colocado diretamente no chão. Combinado ao trabalho do capitonê, o design lembra os antigos colchões do Oriente Médio. (Assento por R$ 458 e encosto por R$ 328, na Futon & Home)
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Casa bonita e protegida do frio Com a chegada do inverno, é a vez de mantas, tapetes, cortinas, cobertores e almofadas tomarem conta da decoração Arquiteta ensina truques para deixar a casa mais quentinha e confortável O inverno chegou, e com ele a oportunidade de curtir o friozinho no aconchego de casa. Na estação mais gelada do ano, os cômodos também se renovam e é uma boa oportunidade de dar aquela repaginada pra deixar os ambientes mais aconchegantes. É hora de abusar do que há de mais novo em mantas, tapetes, cortinas, capas, cobertores e edredons. “No inverno, algumas medidas servem para deixar a casa mais aquecida e aconchegante. Cortinas de tecidos mais pesados, como o veludo, ajudam a impedir a entrada de vento por eventuais frestas nas janelas, por exemplo”, diz o arquiteto Cauê Bueno. Outra dica para se proteger do frio em casa é
“Uma boa ideia no frio é revestir as paredes com algum tecido de toque agradável. Outra dica é usar roupas de cama com mais fios no tecido, além de tapetes de lã.” CAUÊ BUENO, ARQUITETO
usar materiais com maior capacidade de retenção de calor. “Couro, peles e lã podem ser usados amplamente em almofadas e poltronas”, afirma Bueno. No caso de um sofá de couro, por exemplo, é fácil e prático deixá-lo mais confortável. Uma manta
de lã ou tecido sintético pode quebrar aquele gelo característico do material. Segundo o arquiteto, móveis e pisos de madeira também aquecem o ambiente, pois esses materiais conservam o calor naturalmente. Tricô vai bem Outro artigo indicado no inverno é o tricô. Usado como capa para cobrir sofás, pufes e almofadas, é ótimo para dar sensação de conforto ao ambiente. “Os tricôs são macios e charmosos e trazem um pouco mais de sofisticação para o espaço”, diz Bueno.
FERNANDO.CORREA @METROJORNAL.COM.BR
Cores da estação Segundo o arquiteto Cauê Bueno, o cinza é a cor preferida de arquitetos e designers para o inverno. Por ser um tom neutro, pode ser utilizado na composição de diferentes elementos e estilos. Uma dica é usar um degradê do cinza escuro até o mais claro. Para colorir um pouco o ambiente, vale usar peças em tons de cobre. Combinações de cinza com vermelho, verdeágua e azul royal produ-
Ambiente de inverno projetado pelas arquitetas Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli
zem um belo efeito. Iluminação A iluminação é um item muito importante, pois influencia na percepção emocional dos ambientes. Uma luz amarela e tênue traz bastante tranquilidade e contribui para o descanso. Abajures e luminárias com cúpulas em tons suaves são peças-chave para proporcionar um efeito de repouso, pois filtram a luz. FC
Sala de casa em Campos do Jordão produzida pela arquiteta Débora Aguiar
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No aconchego do inverno
FOTOS:DIVULGAÇÃO
Peças e acessórios preparam a casa para a estação mais gelada e charmosa do ano Com a queda na temperatura, aproveite para dar cara nova ao ambiente
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Bons para o frio
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Manta de solteiro, de microfibra, composta 100% em poliéster. Na Port Casa, por R$ 44,90 Capa de almofada feita em algodão, disponível em diferentes cores no Espaço Til. O acessório é vendido a R$ 26,50. Edredom florença de casal, 100% em algodão. Encontrado por R$ 115 na Teka. Tapete de sala Bucana, feito de poliéster. Encontrado no Magazine Luiza por R$ 449,10. A manta para sofá Safari Lacre é 100% algodão. Com preço sugerido de R$ 58,90, o produto pode ser encontrado na Port Casa.
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Novos ‘vizinhos’ para Tradicionais bairros calmos da capital são alvos do mercado imobiliário Verticalização das regiões valoriza o metro quadrado local Trânsito e falta de infraestrutura para a superpopulação afetam os moradores
MARIANNA.PEDROZO @METROJORNAL.COM.BR
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FOTOS: ANDRÉ PORTO/METRO
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Total de lançamentos: em 2011 Valor do m²:
R$ 8.400
Tamanho médio dos apartamentos:
Avenida Pompeia
69 m
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Preço médio:
R$ 700 mil
Marginal Ti etê
Barra Funda Vila Anglo Vila Ipojuca Americana Ma Pin rgin he al iro s
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de 1.391 unidades em 2010 e já ganhou outros dois empreendimentos este ano, segundo o Secovi-SP. A verticalização desses bairros não traz apenas concreto e arranha-céus para a região. Com os novos prédios, casas e pequenos comércios começam a desaparecer e o trânsito vem crescendo. Fugir pelos caminhos alternativos não é mais uma opção para os antigos moradores, que enfatizam a falta de investimento em infraestrutura local. “O progresso traz isso mesmo, sei que logo vou ter que morar da ponte pra lá”, diz Rogério Humberto, analista, morador da Vila Ipojuca, citando os bairros da zona norte, do outro lado da marginal Tietê. A valorização com os novos empreendimentos não é observada de imediato. Mas a longo prazo, o comércio local, restaurantes e escolas precisam suprir a demanda dos novos moradores.
Vila A
FÁBIO ROSSI, DO SECOVI-SP
Entre o sobe e desce das ruas tortuosas da Vila Anglo, encontra-se um bairro bastante residencial, com pequenas mercearias e bares e moradores antigos. Localizado próximo à av. Pompeia e às ruas Cerro Corá e Aurélia, lembra uma pequena cidade do interior.
Vila I p
“Com o tempo observam-se os investimentos em lojas e mercados, o que valoriza a região”.
ca ju
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Total de lançamentos: em 2011 Valor do m²:
Centro Av .P au lis ta
São Paulo
R$ 5.612
Tamanho médio dos apartamentos:
57 a 77 m2
Preço médio:
R$ 580 a R$ 600 mil
Vista da rua Cerro Corá
Entre a Lapa e o Alto de Pinheiros, a Vila Ipojuca ainda é um bairro residencial, mas que já sente a presença do excesso de carros nas ruas. O crescimento da Lapa foi o fator que motivou a criação do bairro nos anos 20. A rua Cerro Corá é o centro comercial da região.
Mooca
Vila Monumento
f Malu arah lim F Av.Sa
Os dias das tradicionais vizinhanças de São Paulo, onde crianças brincam nas ruas e todos sabem o que acontece na casa do vizinho, estão contados. As poucas regiões da capital que ainda têm cara de interior viraram alvo das grandes construtoras e pegam carona com o prestígio dos bairros vizinhos. Na já entupida zona oeste, as meninas dos olhos do mercado imobiliário são Barra Funda, Vila Ipojuca e Vila Anglo-Brasileira. Esta última fica próxima à avenida Pompeia e começa agora a ver a chegada dos seus primeiros vizinhos verticais. “Aqui, todo mundo se conhece, sempre foi um bairro muito tranquilo. Sinceramente, não gosto de ver essa invasão”, diz Rosana Mota, moradora há 25 anos. “As incorporadoras buscam bairros tradicionais que já possuam escolas, comércio e transporte para construir novos empreendimentos. Por isso, essas regiões estão em alta no mercado”, explica Fábio Rossi, diretor de lançamentos do Secovi-SP. A Vila Monumento, próxima ao Ipiranga (zona sul), e a Mooca, na zona leste, são outras regiões que estão atraindo as incorporadoras e assustando os antigos moradores. “A Mooca é muito grande, mas já dá pra ver as mudanças com tanto prédio junto”, conta o fotógrafo Bruno Rodrigues. O bairro registrou o lançamento
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MERCADO
dividir a tranquilidade Em números
Chamada de “Nova Perdizes”, a Barra Funda ganhou destaque no mercado imobiliário após a construção do terminal rodoviário, na década de 70. A reforma do parque da Água Branca e a presença de centros culturais, faculdades e casas noturnas colaboraram para a verticalização da região.
7.162
é o total de imóveis verticais lançados na cidade de São Paulo de janeiro a abril deste ano, segundo a Embraesp
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170 da n u
mil reais é o valor médio de 25,4% (3.548 unidades) dos apartamentos lançados este ano na capital paulista. Já 74,5% (10.366 unidades) dos lançamentos tinham o valor médio superior a R$ 170 mil, segundo o Secovi-SP.
150
Total de lançamentos: de junho de 2009 a maio de 2011 Valor do m²:
R$ 5.534
Tamanho médio dos apartamentos:
Memorial da América Latina é um centro cultural da região projetado 2 pelo arquiteto Oscar Niemeyer
67 a 80m
Avenida Paes de Barros liga a Mooca ao centro de São Paulo
Preço médio:
Mo o c
a
R$ 400 mil
1.391
Total de lançamentos: em 2010 e 142 até maio de 2011 Valor do m²:
R$ 6.000
Tamanho médio dos apartamentos:
76 m2
Preço médio:
Vila M o
R$ 450 a R$ 700 mil
ento m nu Total de
1
lançamentos: em 2011 Valor do m²:
R$ 4.593
Tamanho médio dos apartamentos:
50 a 70 m2
Próxima ao Museu do Ipiranga, a Vila Monumento é ligação entre o Ipiranga, Aclimação e Cambuci, o que oferece um comércio aquecido. Ainda tem ruas tranquilas e casas antigas.
Preço médio:
R$ 350 a R$ 450 mil
Museu do Ipiranga reúne um grande acervo de objetos, móveis e obras de arte da época da Independência do Brasil
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O clima de interior predominou no bairro de origem industrial até pouco tempo. Há três anos, a região ganhou visibilidade no mercado imobiliário devido a sua localização privilegiada, que dá acesso ao Centro e à zona leste. Os grandes galpões estão dando espaço a condomínios.
941 unidades vendidas este ano tinham três dormitórios, nicho líder, com destaque na Barra Funda e Mooca. O valor médio por unidade é de R$ 300 mil a R$ 600 mil. Apartamentos de dois dormitórios ocuparam 20 lugar com valores médios de R$ 120 mil a R$ 600 mil.
Sem espaço para os arranha-céus A alta de investimentos imobiliários que dominou os principais bairros da capital nos últimos anos esgotou o potencial de construção nessas regiões. Cerca de 11 bairros paulistanos, entre eles Moema, Vila Leopoldina, Cambuci, Pinheiros, Sé, Itaim Bibi e Consolação, não têm condições de abrigar novos empreendimentos devido à falta de infraestrutura. A demora da revisão do Plano Diretor estratégico da capital – que delimita a expansão imobiliária na cidade – é outro fator que dificulta os lançamentos nos bairros saturados. Para limitar as construções, a legislação municipal impõe custos que dependem da localização e finalidade do imóvel. Em alguns
bairros da cidade, como o Morumbi e o Ipiranga, as construtoras praticamente não conseguem mais autorizações para projetos residenciais ou comerciais devido à falta de espaço físico. Como alternativa a essas restrições, as incorporadoras agora apostam nas regiões vizinhas dos bairros saturados. Um dos alvos do mercado imobiliário é a zona oeste, que pega carona com o prestígio de Perdizes, Higienópolis e Pacaembu. Até maio deste ano, foram lançados 2.159 empreendimentos residenciais na região, o que corresponde a 24% do total de vendas de todo o ano passado (8.960), segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). MP
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