O Jornal Metro é impresso em papel certificado FSC, garantia de manejo florestal responsável, e com tinta ecológica elaborada com matérias-primas bioderivadas e renováveis pela gráfica Plural.
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Sábado, 23 de junho de 2012 Edição nº 37, ano 2
Clássicos na garagem Empresas produzem réplicas idênticas de carros históricos {pág 14} Dicionário do mecânico Saiba onde ficam certas peças dos automóveis e quais são as funções delas {pág 03}
Conheça os obstáculos que travam a popularização dos carros elétricos no Brasil
RECICLE A INFORMAÇÃO: PASSE ESTE JORNAL PARA OUTRO LEITOR
Governo e montadoras ainda têm um longo caminho pela frente {pág 06}
Linha ocupada
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TOME NOTA
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Carrinho de verdade Na semana passada, durante o Salão Internacional de Brinquedos de Tóquio, a Toyota mostrou o Camatte, um carro-conceito voltado para o público infantil. A proposta do carrinho, que não é homologado para trafegar nas ruas como um automóvel convencional, é ajudar no desenvolvimento das habilidades das crianças atrás do volante. Desenhado para parecer um brinquedo, o Camatte apresenta painéis removíveis e instaláveis. O motor é elétrico e desenvolve velocidade de até 40 km/h. O veículo também não tem portas. Para entrar na cabine, basta levantar a carenagem.
DIVULGAÇÃO
Pegando leve
Ingressos à venda
Brasileiro na rede
A partir de janeiro de 2013, infrações de trânsito consideradas leves ou médias, como por exemplo parar na via por falta de combustível, poderão resultar em advertência por escrito em vez de multa para o motorista que não foi pego cometendo essa mesma infração nos últimos 12 meses. A advertência poderá ser determinada pela autoridade de trânsito ou pedida pelo motorista. Nesse caso, ele deve fazer a solicitação em até 15 dias a partir do recebimento da notificação, que é enviada pelo correio.
Os ingressos para o 27º Salão do Automóvel de São Paulo já estão disponíveis por meio do site Ingresso Rápido. O evento acontece entre os dias 24 de outubro e 4 de novembro, no Anhembi, em São Paulo. De acordo com o site do evento, o ingresso individual do primeiro dia custa R$ 40, o para os dias da semana sai por R$ 50 e o para os finais de semana e o feriado (2 de novembro) sai por R$ 70. Há ainda a opção de um kit, que inclui dois ingressos, duas camisetas e um catálogo oficial, que custa R$ 150.
Uma pesquisa realizada pela Oh! Panel em parceria com o MercadoLivre Classificados, revela que 95% dos consumidores brasileiros buscam informações na internet antes de comprar um carro. O levantamento mostra ainda que 62% dos internautas consultados demonstram interesse em trocar de automóvel ainda neste ano. Entre os entrevistados, 30,8% dão prioridade à marca de desejo, e 12,9% citaram a Chevrolet como a fabricante mais cobiçada, seguida pela Volkswagen, com 11,9% da preferência.
Saindo do papel
Estrela do inverno
Olho no estágio
Já começou o processo seletivo da Prefeitura de São Paulo para escolha de empresas de táxis para aquisição de veículos híbridos. A autorização, publicada no Diário Oficial, prevê que 116 modelos do gênero entrarão em operação nas ruas da cidade até o final de dezembro. As propostas devem ser enviadas em até 30 dias à Prefeitura.
A Hyundai vem investindo no lançamento do sedã Equus no Brasil. O carro é uma das atrações da Hyundai Mostra Black, evento de arquitetura e paisagismo que acontece até 24 de julho na rua Professor Fonseca Rodrigues, 664 – Alto de Pinheiros. De 30 de junho a 29 de julho, o carro será exposto no Festival de Inverno de Campos do Jordão.
A Volkswagen do Brasil está com inscrições abertas para o Programa de Estágio 2013. Através do site www.vw.com.br/estagio2013, serão oferecidas aproximadamente 100 vagas para estudantes de cursos superiores e técnicos. Os estagiários atuarão nas unidades de São Paulo e Paraná.
O jornal Metro circula em 22 países e tem alcance diário superior a 20 milhões de leitores. No Brasil, é uma joint venture do Grupo Bandeirantes de Comunicação e da Metro Internacional. REDAÇÃO - 011/3528-8522
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Papo de Mecânico Pino, biela, cabeçote, cebolinha, pistão, alternador Os protagonistas dos problemas mais recorrentes nas oficinas nem sempre são conhecidos de todos Saiba agora quais são, onde ficam e as funções dessas peças
Mesmo quem nunca pisou em uma oficina mecânica já ouviu ao menos uma vez a expressão “Ih! Este carro está batendo pino.” E quando não é o pino é a biela. E se o proprietário do veículo tiver paciência e humor suficiente para ter na garagem um popular “semivelho”, a lista se estende para casos como problema no alternador, queima da junta do cabeçote e por aí vai. Apesar de serem recorrentes, nem todos conseguem explicar ou entender claramente o que aconteceu com a caranga quando ela bate com meia vida na oficina. Segundo o professor do departamento de Engenharia Mecânica da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Silvio Shizuo, para começar, quando se fala em bater pino, de fato, não existe pino nenhum. “É uma anomalia na qual o combustível é queimado numa velocidade supersônica. Uma onda de choque se propaga pela câmara de combustão gerando altas pressões e a queima espontânea do combustível. Esse fenômeno produz um ruído parecido ao impacto numa peça metálica, daí o nome ‘batida de pino’.” Já no caso da biela, o especialista explica que existe uma folga associada. “Ela pode realmente ‘bater’, pois é resultante de uma folga provocada pelo desgaste das bronzinas ou rola-
“Hoje, as montadoras programam as peças para que tenham um desgaste semelhante. A durabilidade melhorou porque os lubrificantes estão melhores para atender as normas de emissão de poluentes. Dependendo do usuário, os motores duram, em média, uns 200 mil km ” SILVIO SHIZUO, PROFESSOR DE ENGENHARIA MECÂNICA DA FEI
mentos (se for uma motocicleta). Isso pode ocorrer por falha na lubrificação ou pela alta rodagem do motor. O uso de óleo de baixa qualidade também pode afetar as bielas, que ficam na parte de baixo do motor.” Se o diagnóstico for o conhecido como “queimou a junta do cabeçote”, a palavra-chave para desvendar o mistério do que levou o poçante a esse trágico fim é superaquecimento. “Neste caso, houve falta de refrigeração do motor. Há várias causas: falha na bomba d’água ou na correia, vaza-
mento de água em mangueiras, conexões, radiador, reservatório de expansão.” E se alguém ainda falar em cebolinha nos dias de hoje, desconfie. Já faz algum tempo que elas são de uso exclusivo dos culinaristas. “A cebolinha hoje quase não existe. Antigamente usava-se uma chave térmica, lembrando vagamente uma cebola. Atualmente, o módulo eletrônico controla os mesmos dispositivos com base em sensores de temperatura”, diz Shizuo. É preciso abrir os olhos também quando o parecer final é “problema no alternador”. Responsável pela geração de energia que tem a função de carregar a bateria, todo alternador tem um regulador de voltagem e é preciso observar quando o problema é no alternador, no regulador de voltagem ou na bateria. “Um bom eletricista sabe identificar onde está o problema.” E se o carro chegou ao extremo de precisar trocar os pistões, o caso é de retífica. “Como é necessário retirar o motor e desmontar completamente, recomenda-se aproveitar para fazer o motor completo, com troca das bronzinas, retífica do virabrequim, assentamento de válvulas etc”, afirma o especialista. PATRÍCIA GUIMARÃES METRO SÃO PAULO
C orte transversal Cabo de vela Balancim
Carburador Coletor de admissão Distribuidor
Coletor de escape
Tucho
Vareta do óleo Motor de arranque Volante do motor
Corte longitudinal
Motor 4 cilindros
Mola das válvulas
Pistão
Mistérios que levam o carro à oficina estão, quase sempre, no motor
Comando de válvulas Bomba de óleo Filtro de óleo Pescador da bomba
Termóstato
Tampa do óleo
Ventoinha
Tampa de válvulas
Bomba de água
Eixo dos balancins
Biela Virabrequim Correia Carter Bujão do óleo
Mola da válvula Vareta da válvula Pistão Volante do motor Cremalheira do volante
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Antes que o óleo afine Trânsito contínuo pode exigir uma troca antecipada Fortes acelerações e pequenas distâncias também causam envelhecimento precoce do óleo Selo colado no parabrisa e hodômetro ainda distante dos próximos cinco mil quilômetros previstos para a seguinte troca de óleo. Nem sempre esses fatores são sinais de tranquilidade. Especialistas em engenharia automotiva alertam: é preciso ficar atento à troca de óleo antecipada em algumas situações. Para os moradores de centros urbanos, uma delas é cotidiana. O trânsito constante implica no uso mais intenso do veículo e na consequente necessidade de troca. “O anda e para faz com que o motor aqueça e desaqueça em um ciclo mais intenso, o que faz com que o óleo envelheça mais rapidamen-
te”, afirma Edson Esteves, professor do curso de Engenharia Automobilística da FEI (Fundação Educacional Inaciana). De acordo com o professor do departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, Marcelo Alves, geralmente há uma indicação no manual do proprietário para que a troca seja observada caso o veículo seja usado em regime de maior exigência. “Como isso pode variar de acordo com o modelo do veículo, é difícil indicar um número que seja genérico para todos”. PATRÍCIA GUIMARÃES
O óleo utilizado deve ser sempre o recomendado pela montadora
Outras dicas Saiba como garantir mais vida útil ao seu motor Pequenas distâncias Tirar o carro da garagem para percorrer pequenos trechos também pode envelhecer o óleo com mais rapidez. Segundo Esteves, o óleo não consegue trabalhar adequadamente no motor em percursos de três ou quatro quilômetros. Filtro A ideia de que o filtro deve ser substituído a cada duas trocas de óleo é mito. O óleo novo pode ser contaminado pelo filtro caso este seja mantido, por isso, a peça também deve ser renovada. Cárter do motor A cada 20 mil quilômetros, em média, é recomendável fazer a limpeza do cárter do motor para evitar a sedimentação. Caso contrário, as impurezas podem entrar em contato com o óleo novo.
METRO SÃO PAULO
MARCELO JUSTO/FOLHAPRESS
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MERCADO
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DIVULGAÇÃO/NISSAN
Escalada verde
LEAF, da Nissan, foi o primeiro elétrico a ser produzido em grande escala
Alto custo do elétrico não é único limitador para ganhar mercado Desafios incluem mudanças na legislação e instalação de pontos de carregamento Montadoras já firmam parcerias Conscientização efetiva da necessidade de redução do consumo de combustível e da melhoria da qualidade do meio ambiente. Para Pietro Erber, presidente da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), esta será a única medida que fará com que os elétricos tenham um mercado significativo o bastante para justificar os investimentos necessários para trazer o modelo para a realidade dos brasileiros. “É assim que acontece na China, por exemplo. Lá, a questão ambiental é prioridade, porque a qualidade do ar é péssima”, afirma. Para Erber, o esforço será grande, levará pelo menos dez anos, mas vale a pena. Entre os desafios que serão enfrentados na longa caminhada está o barateamento dos modelos, com redução da taxa de importação. “O IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) é absurdo e não há uma legislação que enquadre os elétricos. Não creio que houve má intenção do Governo, mas houve uma inércia,
“Essas questões são superáveis. Mas é a indústria que define.” PIETRO ERBER, PRESIDENTE DA ABVE
porque ninguém pensou em criar uma alíquota”. Atualmente, a taxa utilizada para a importação de carros do tipo é de 25%. Para as motocicletas elétricas chega a 35%. Segundo o diretor de Marketing da Nissan do Brasil, Carlos Murilo Moreno, este é um dos principais fatores que impedem a importação do LEAF para o país. “Para que se torne viável ao consumidor final são necessárias parcerias com os governos para a obtenção de reduções de impostos e incentivos fiscais que permitam que o valor seja acessível, como é feito nos Estados Unidos, no Japão e em alguns países da Europa”, afirma Moreno. Um exemplo do que os incentivos podem fazer pelo consumidor pode ser visto nos Estados Unidos. No país, o preço final sem in-
centivos é de US$ 35,2 mil. Com incentivos do governo federal (US$ 7,5 mil) e dos governos estaduais, como o da Califórnia (US$ 3 mil), o preço pode ser até US$ 10 mil mais baixo. A criação de um programa de auxílio às montadoras para que criem mais pontos de carregamentos também é fundamental, de acordo com Erber. “Não basta ter uma tomada. Tem muita coisa a ser feita”. Os primeiros passos foram anunciados nesta semana pela Nissan e pela Petrobras. As empresas assumiram o compromisso de estudar a expansão da infraestrutura para a recarga de veículos. Antes que tudo isso aconteça, no entanto, Erber faz uma advertência. Para ele, o primeiro degrau da escalada verde é assumir o uso do carro híbrido. “Ele consome menos, queima melhor e tem autonomia elevada”. PATRÍCIA GUIMARÃES METRO SÃO PAULO
Sete passos para chegar ao verde Veja o que é preciso para que os carros elétricos circulem pelo país
1 2
Aceitação do uso do carro híbrido. Criação de uma legislação que enquadre os elétricos adequadamente
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Redução da alíquota de importação
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Habilitação de mão de obra
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Criação de um almoxarifado nacional que tenha peças necessárias
Criação de programas que incentivem a instalação de mais pontos de carregamento
Adequação das concessionárias para que prestem assistência técnica em todo o país
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mil dólares é o valor que os incentivos fiscais norte-americanos podem garantir de redução no preço final do LEAF.
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SERVIÇO
Perfume de 0 km Saiba de onde vem o famoso cheirinho de carro novo Existe um profissional responsável por esse aroma
Ele não é vendido em frascos de perfumes, mas seu aroma é inconfundível nos carros 0 km. O cheiro de carro novo nada mais é do que a somatória dos odores emitidos pelos materiais e peças do acabamento interno de cada modelo. Mas para chegar à esta famosa “fragrância”, as montadoras contam com os conhecimentos do osmólogo – profissional responsá-
vel pelo teste desse aroma. “Na avaliação, o odor interno do veículo recebe uma nota que deve atender os requisitos estabelecidos pela matriz. Para isso acontecer, na fase de desenvolvimento de cada novo modelo, os fornecedores enviam as peças e acessórios para o time de teste de odor”, explica Maria de Lourdes di Franco, osmóloga veicular da Volkswagen do Brasil.
Para aumentar a durabilidade do cheirinho, o motorista deve tomar alguns cuidados. De acordo com Maria de Lourdes, a constante exposição do veículo às diferentes condições de clima e o tipo de carga transportada diminuem o tempo de permanência do odor. MARIANNA PEDROZO METRO SÃO PAULO
De onde ele vem: o cheiro é uma combinação do aroma de todas as peças do acabamento interno do carro, como tecidos, revestimento do teto e das colunas, espuma do banco, tapete e caixa de climatização.
Rumo das peças: o fabricante envia as peças e acessórios em processo de produção para o laboratório do osmólogo automotivo. Caso a peça não passe no teste, ou seja, não tenha o “cheirinho de carro novo”, ela será devolvida para a linha de produção.
Escala usada pelos osmólogos para avaliar o cheiro das peças. Nível três é o ideal
1
Inodoro (aprovado)
2
Perceptível, mas não é identificado (aprovado)
3
Perceptível, mas não incomoda (Ideal)
Vida de osmólogo No Brasil existem 11 osmólogos automotivos. Para exercer a profissão, Maria de Lourdes di Franco recebeu uma certificação da matriz Volkswagem. Essa certificação é renovada todos os anos na Alemanha.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Cheirinho de novo
Olfato em ação
Processo de avaliação: é dividido em três etapas. Primeiro o osmólogo corta um pedaço da peça a ser avaliada e a deixa por duas horas em uma estufa a 80 graus para aumentar o odor do objeto. Quando a peça sai da estufa, o olfato do osmólogo entra em ação.
Ele cheira cada peça e avalia seu aroma de acordo com uma escala. Para garantir que o odor do carro esteja realmente de acordo com as normas, o osmólogo ainda analisa o cheiro das peças no interior do veículo, antes de este ser enviado à concessionária.
4 5 6
Incômodo (reprovado)
Muito incômodo (reprovado)
Insuportável (reprovado)
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COMPORTAMENTO
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Disfarce de esportivo DIVULGAÇÃO
Modelos se passam por esporte, mas não recebem as modificações devidas para serem enquadrados nessa linha Especialista diz que adoção de nomenclatura faz parte de estratégia de marketing das montadoras A cara é de bravo, mas eles são bem mansinhos. Disfarçados de esportivos, alguns modelos fingem ter mais potência e desempenho do que de fato têm. Eles abusam de linhas fortes, às vezes até adotam a sigla “SS” (Super Sport), mas, no fim, a esportividade fica só no nome. “O conceito de um carro esporte é muito aberto, mas as marcas se utilizam da nomenclatura para modelos que não podem ser absolutamente considerados esportivos. É uma estratégia de marketing”, afirma Giancarlo Pereira, especialista em carros e professor de engenharia da Universidade Makenzie. O profissional cita o Fiat Linea, que pelo fato de contar com um circuito de automobilismo, o Trofeo Linea, é anunciado como um modelo esportivo. “Um carro de quatro portas não se encaixa na família dos esportivos, e sim na dos sedãns. Também temos carros com motor 1.3 disfarçados de esporte, nada mais fora da realidade”, afirma Pereira. FERNANDO.CORREA @METROJORNAL.COM.BR
“Um modelo esportivo é classicamente derivado dos carros de pista. Precisam ter potência e desempenho consideráveis, além do design característico.” GIACARLO PEREIRA, ESPECIALISTA EM CARROS
Renault Extreme Mégane Essa versão do Mégane recebeu um kit aerodinâmico para realçar a esportividade do modelo, mas de Extreme não tem nada. Por baixo do capô, em vez do motor 2.0 das outras versões, carrega um 1.6 de apenas 110 cavalos.
Chevrolet Meriva SS Embora carregue a sigla “SS” (Super Sport), o Meriva não poderia ser mais familiar. Tem quatro portas e relação peso/potência fora dos padrões de um esportivo.
Volkswagen Golf GT
DIVULGAÇÃO
O Volkswagen Golf GTI entrega 193 cavalos de potência. Ao perder a letra “I” e virar Golf GT, o carro também perde nada menos que 77 cavalos. Nada bom para um esportivo.
Fiat Punto Sporting Mesmo com motor 1.8, o Punto Sporting só rende 113 cavalos. Poderia ser tão potente quanto o T-Jet, que entrega 152 cavalos, mas a Fiat não disponibilizava esse motor na época.
Fiat Stilo Schumacher Com motor 1.8 de 122 cavalos, falta fôlego para o ímpeto esportivo. Em comparação com seu irmão, o Stilo Abarth, que tem embaixo do capô um motor 2.4 de 167 cavalos, ele fica devendo. Quando o Stilo Schumacher foi lançado, muita gente se perguntou “porque apenas não pegar o 2.4 e colocar nessa versão também?”, mas talvez não tenha sido preciso. Em plena euforia com mais um título conquistado por Michael Schumacher na F-1, o carro se vendeu pelo nome. Mesmo custando mais caro que os outros, foi a versão preferida dos compradores de Stilo 1.8 16V.
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DUAS RODAS
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MARCELO JUSTO/FOLHAPRESS
Principais despesas Ter uma moto e pilotar com segurança trazem despesas diversas
A vida em duas rodas tem um custo. Saiba quais são os maiores gastos para manter uma motocicleta durante um ano.
DPVAT IPVA O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de uma moto custa 2% de seu valor. Uma Honda CG 150 Titan de R$ 7.480 terá IPVA de R$ 149, pagos anualmente. Se a moto for comprada no meio do ano, o consumidor só paga metade do IPVA.
Quem tem moto também paga o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). O valor é de R$ 279,27, todos os anos.
R$ 279,27
R$ 149,00 Seguro
Na ponta
Uma pesquisa nas seguradoras ajuda na escolha do melhor plano de seguro. Em média, um homem de 27 anos paga cerca de R$ 1.000 no seguro de uma moto de 150 cilindradas.
R$ 1.000,00
do lápis R$ 200
é o custo médio para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), em São Paulo, categoria A, específica para motocicletas. pneu traseiro trocado a cada 6 mil km, em média. O preço da peça original sai por cerca de R$ 1.000, o “genérico” Michelin custa aproximadamente R$ 800. Especialistas em duas rodas dizem que é difícil calcular exatamente os gastos que uma moto acarreta, e um dos motivos é a qualidade do terreno de pilotagem. Nas ruas da capi-
tal paulista, cheias de desníveis e buracos, o alinhamento das rodas precisa ser feito regularmente. Na média, o serviço em rodas normais sai por R$ 20. Se for de liga leve, fica R$ 50. De todos os gastos, o consumo de combustível é o mais em conta. Uma Suzuki GSR150i percorre quase 40 quilômetros por litro de gasolina na cidade. Em outro exemplo, uma Suzuki Intruder 125 não consome mais do que R$ 30 a cada quinze dias, rodando cerca de 10 km por dia. De fato, motos são amigas do bolso do consumidor. FERNANDO CORREA METRO SÃO PAULO
Se o uso da moto for baixo, apenas de casa para o trabalho, é recomendável trocar o óleo a cada 4 mil km rodados. Se a moto rodar muito, é melhor trocar a cada 1.500 km. O litro de óleo custa cerca de R$ 20.
R$ 20,00
Vida em duas rodas está longe de sair de graça Impostos, peças, seguro e combustível fazem parte do pacote de despesas para manter uma moto Sensação de liberdade, velocidade e estilo suscitam a paixão que muitas pessoas sentem por motocicletas, mas quase nunca as despesas são colocadas na ponta do lápis para saber quanto custa manter uma máquina de duas rodas. Seguro, impostos, combustível e troca de peças fazem o consumidor colocar a mão no bolso. Embora os gastos sejam menores em comparação aos custos de manutenção de um carro, deve-se levar em conta o modelo escolhido e a frequência de uso. De acordo com um funcionário da Akira Motos, concessionária da Honda em São Paulo, uma CB 600F Hornet precisa ter o
Troca de óleo
Pastilha de freio Em média, a pastilha de freios deve ser trocada a cada 15 mil km rodados, e a fita da pastilha a cada 8 mil. A pastilha custa cerca de R$ 100, a fita sai por aproximadamente por R$ 30, para motos de baixa cilindrada.
Filtros de ar e óleo Especialistas aconselham a troca do filtro de ar a cada 12 mil km rodados, o item custa cerca de R$ 17. O filtro de óleo tem, em média, o mesmo preço, e deve ser trocado sempre que houver troca de óleo.
R$ 100,00
R$ 17,00
Valor total:R$ 1.739,29* * O valor acima é uma estimativa e pode variar de acordo com o modelo da moto, a cidade e a pilotagem. Aqui foi considerada uma Honda CG 150 Titan, três trocas de óleo e filtro de óleo por ano e duas trocas de pastilhas de freio.
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Sonho na garagem Dirigir um clássico está se tornando realidade Empresas revivem modelos lendários das décadas de 50 e 60, mas com mecânica moderna Valor da réplica varia de acordo com o veículo e a quantidade de acessórios Aficionados pelos “clássicos” não precisam mais desembolsar milhões para ver de perto carros que fizeram sucesso nas décadas de 50 e 60. Réplicas de algumas “joias” automotivas fazem jus às originais, são mais acessíveis e contam com uma mecânica similar à dos modelos 0 km. Para embelezar a garagem com um Jaguar XK 120 – responsável pela nova linhagem da montadora após a segunda Guerra Mundial – ou com um Porsche 550 S – carro eternizado após o acidente do piloto James Dean em 1955 – não é preciso muito esforço. Empresas especializadas nesse segmento fabricam réplicas de automóveis fora de linha. “Para cada modelo, oferecemos mais de uma opção de motor e acessórios”, diz Carlos Machado, proprietário da Chamonix. O prazo de entrega do veículo varia de acordo com a prestadora do serviço – enquanto algumas levam 60 dias outras precisam de 90 dias. O investimento do futuro motorista também depende do tipo de veículo – de R$ 30 mil a mais de R$ 100 mil. Após adquirir o possante, o proprietário deve verificar se o clássico demanda cuidados especiais. Na maioria dos casos, a manutenção e limpeza são iguais às dos veículos convencionais. “A configuração mecânica dos nossos carros, motor 1.8 VW, permite que o motorista leve-o em qualquer mecânico”, explica Machado. No entanto, alguns modelos possuem particularidades. O BMW Rome-Iseta, por exemplo, tem motor de quadriciclo de 300 cilindradas, o que implica uma manutenção específica. MARIANNA PEDROZO METRO SÃO PAULO
Encomende o seu Romisettaria: fabricante reproduz o peculiar modelo Romi-Isetta. ww.replicadeisetta.com.br American Classic: empresa fabrica réplicas em versão conversível e coupê do Jaguar XK 120. www.americanclassic.com.br Chamonix: faz réplicas dos Porches Spyder 550 S e Roadster 350. www.chamonixng.com.br
Jaguar XK 120 Em 1948 a Jaguar desenvolveu um novo chassi e um potente motor batizado de XK – mais resistente e com 160 cv. Ao aliar as duas novidades, a montadora lançou o Jaguar Super Sport no Earl’s Court Motor Show em Londres, na Inglaterra. O modelo foi sucesso e gerou uma nova linhagem para a Jaguar, que investiu em diferentes versões e aperfeiçoamentos do próprio motor. A réplica é vendida hoje por cerca de R$ 120 mil.
Legislação Modelos fora de linha há mais de 30 anos têm permissão para serem reproduzidos por outras empresas. No Brasil, as réplicas são emplacadas na categoria de “veículos artesanais” do Detran. Para guiá-las é necessário pagar o IPVA e fazer a inspeção veicular.
Motor A parte mecânica é igual à dos carros convencionais, o que facilita a manutenção – feita em qualquer oficina. As empresas responsáveis pela produção das réplicas geralmente importam motores de grandes montadoras, como Ford e Volkswagen. Algumas réplicas também oferecem a opção de motor flex. O Jaguar XK 120 tem duas opções de motor: o 4.1 do Omega e o 2.0 do Vectra. O câmbio pode ser automático ou mecânico, ambos com cinco marchas.
Clássicos sobre rodas Spyder 550 S Produzido pela Porsche nos anos 50, o modelo foi eternizado após o acidente que matou James Dean. A réplica esportiva, fabricada pela Chamonix, tem motor 1.8 VW (o famoso AP da VW), carroceria em fibra de vidro e versão com ar refrigerado. Valor: de R$ 75 mil a R$ 82 mil.
Detalhes Além de escolher a cor do automóvel, o consumidor tem a opção de personalizar a réplica. Quanto mais autêntica nos detalhes e acessórios, mais cara e exclusiva ela será. Para o Jaguar XK 120 é possível escolher entre a direção de alumínio ou madeira e bancos de tecido ou de couro. Também é possível incluir alguns instrumentos no painel, como o velocímetro, conta-giros, pressão de óleo, temperatura de água, nível de combustível, voltímetro e sinaleira. A escolha dos detalhes é determinada na hora da encomenda do carro.
Romi-Isetta O BMW RomiIsetta foi o primeiro automóvel fabricado no Brasil em 1956. A réplica comporta duas pessoas, tem motor de quadriciclo e chega a até 110 km/h. Valor: R$ 31 mil (garantia de seis meses).
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