R A H L OO E T R E DE LA ANÇA L A T S I N CARTU LIVRO , ’ O V I V ‘MODELO ABALHO DE NE TR QUE REÚ DE NUS E HQS ÇÃO 4 OBSERVA 1980 E 1990 PÁG. 1 S DOS ANO
GRANDE VITÓRIA Segunda-feira, 5 de dezembro de 2016 Edição nº 659, ano 3 MÍN: 20°C MÁX: 29°C
www.metrojornal.com.br | leitor.gv@metrojornal.com.br | www.facebook.com/metrojornal | @MetroJornal_VIX BRUNO SANTOS/FOLHAPRESS E PRISCILLA THOMPSON/METRO GV
‘FORA, DILMA’
‘FORA, CUNHA’
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Depois de virar réu no STF e de manobrar para tentar aprovar com urgência o pacote anticorrupção desfigurado na Câmara, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) , virou alvo principal da retomada dos protestos no país – que bradavam contra a corrupção e a favor da Operação Lava Jato PÁG. 04
Abstenção sobe com duas provas do Enem Com as ausências de ontem, o exame viu taxa de ausências saltar de 28% em 2015 para 30,4% agora PÁG. 06
“Não desistam de fazer seus filhos comerem bem” Em entrevista, nutricionista e apresentadora de TV Gabriela Kapim explica teoria das 5 cores no prato PÁG. 02
Cuba enterra cinzas de Fidel Castro Cerimônia privada em Santiago de Cuba marcou adeus ao revolucionário PÁG. 07
Em São Paulo, a avenida Paulista foi tomada por 15 mil pessoas, segundo a PM; em Vitória (foto abaixo), polícia estimou 3 mil na praça do Papa
Gullar chegou a ser indicado ao Nobel | ZÔ GUIMARÃES/FOLHAPRESS
Ferreira Gullar morre aos 86 anos Poeta estava internado havia 20 dias, com insuficiência respiratória PÁG. 12
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1 FOCO
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dar é explicar o porquê disso: açúcar faz mal, traz cárie e falta de concentração. Quanto mais explicação, mais fácil a criança aderir à proposta. A gente acha que ela não vai entender, mas se falarmos de um jeito simples ela vai compreender desde sempre.
GABRIELA KAPIM Nutricionista e apresentadora do programa de TV “Socorro! Meu filho come mal”, que vai ao ar pela GNT, explica a teoria que criou para garantir diversidade de nutrientes no prato
É possível oferecer aos filhos comida saudável sem adotar essa alimentação? É bem mais dificil. As crianças vão questionar por que precisam dessa alimentação e os pais não. Não faz sentido na cabeça delas nem na minha.
‘NÃO DESISTAM DE FAZER SEUS FILHOS COMEREM BEM’ DIVULGAÇÃO
A nutricionista Gabriela Kapim faz sucesso socorrendo pais que querem que os filhos se alimentem bem. E criou, a partir de suas experiências -em casa, com os dois filhos; na TV; e no consultório -- a Teoria das 5 Cores, para garantir diversidade de nutrientes a cada refeição. Mas ela -que no último sábado esteve em Vitória para inauguração da Yom Yom! Comidinha Orgânica -- diz: o exemplo dos pais ajuda, e muito, na promoção da boa alimentação. Revista
MPT em quadrinhos O Metro traz encartada amanhã mais uma revista da série MPT em Quadrinhos, composta por 20 histórias criadas pelo Ministério Público do Trabalho. O objetivo, com a série, é abordar, de forma lúdica e criativa, vários aspectos das leis trabalhistas.
Como você chegou aos 5 mandamentos para toda criança comer bem? Entendi que, se conseguisse criar algo simples, funcional, de fácil entendimento para adultos e crianças, que envolvesse os problemas mais recorrentes, teria resultado me-
Fala, cidadão
GUSTAVO VARELLA CABRAL
Cotações Dólar + 0,110% (R$ 3,473) Bovespa + 1,36% (60.316 pts) Euro + 1,400% (R$ 3,691) Selic (14% a.a.)
Salário mínimo (R$ 880)
Gustavo Varella Cabral é advogado, professor, especializado em Direito Empresarial e mestre em Direito Constitucional.
lhor. E era muito recorrente ver crianças que não se sentavam à mesa e não tinham autonomia de fazer o próprio prato e usar os talheres. Quando a criança deve ser motivada a comer sozinha? Desde sempre. Minha orientação é que desde a primeira papinha a criança tenha uma colher por perto para manusear. Vai fazer bagunça, mas faz parte do processo. O encaminhamento disso é que a criança consiga fazer o próprio prato o mais cedo possível. Assim, ganha autonomia e responsabilidade sobre suas escolhas alimentares. Fale da Teoria das 5 Cores. Criei como uma forma fácil e lúdica de as crianças entenderem que é preciso ter frutas e verduras no prato. Para com-
pletar as cinco cores, é preciso ter um cereal (arroz, mas pode ser milho, trigo, aveia...), uma leguminosa (grupo dos feijões ou ervilha, lentilha, grão de bico), uma proteína de origem animal (carne, frango, peixe, ovo, laticínios) ou vegetal (castanhas, cogumelos) e ficam faltando duas cores, dos vegetais. Aí, a gente estimula a criança com autonomia para que ela escolha duas. Assim traz uma variedade significativa de nutrientes: alimentos da cor laranja são ricos em betacaroteno; os vermelhos, em licopeno; os verdes escuros, em ferro. Como superar o “não” dos filhos aos alimentos? As crianças, numa certa idade, não gostam de nada: de tomar banho, de se vestir, de sair... A alimentação é mais
CORAGEM CÍVICA Há mais de dois mil anos um grego chamado Aristóteles fez um ensaio sobre o que chamou de “primeira qualidade do homem, porque garante todas as outras”: coragem. Romanceada ao longo dos tempos, tema principal ou subliminar de livros, filmes, músicas, poesias, a tal coragem, superficialmente falando, é fagulha que incendeia o homem diante de determinados obstáculos ou objetivos. Essa faísca é maior ou menor em cada um de nós e funciona ou não em diversos terrenos da vida, promovendo uniões afetivas, salvando pessoas de situações perigosas, garantindo resultados impossíveis, vencendo doenças incuráveis e tanto mais. Como vivemos em um ambiente social complexo e rico em situações que contrapõem interesses coletivos e individuais, muitas vezes não basta apenas fazermos nosso papel na medida exata de nossos deveres. É necessário, e cada dia mais, que nos conscientizemos de que o ideal de mundo justo demanda, cada vez mais, renúncias e doações, até mesmo a direitos dos quais nunca desfrutamos. Outrora dizia-se corajoso o policial que pulava na correnteza para salvar uma criança. E sempre o será, já que põe em risco a própria vida para salvar a alheia. Todavia esse capítulo da coragem humana não basta mais. Os desafios e as dificuldades crescem a cada dia e se apresentam mais complexos e cruéis. Omitir-se diante de situações que diariamente nos surpreendem e revoltam, como quadrilhas políticas trabalhando na calada da noite em favor de seus FALE COM A REDAÇÃO leitor.gv@metrojornal.com.br 027/2124-3426 COMERCIAL: 027/3334-1749
O Metro Jornal circula em 23 países e tem alcance diário superior a 18 milhões de leitores. No Brasil, é uma joint venture do Grupo Bandeirantes de Comunicação e da Metro Internacional. É publicado e distribuído gratuitamente de segunda a sexta em São Paulo, ABC, Campinas, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Grande Vitória e Maringá, somando 505 mil exemplares diários.
um lugar em que elas dizem não, e a gente acaba cedendo, o que não é indicado. É necessário insistir, ofertar, ter os alimentos à disposição da criança, estimular para que ela bote no prato as cinco cores. Se não tiver mais as cinco cores, dificilmente ela um dia pedirá brócolis. A insistência é também uma forma de manter, na rotina da criança, os alimentos que ela já come. Muito se fala para evitar o açúcar, principalmente nos dois primeiros anos. Quando e como ele pode ser inserido na vida da criança? Não tem indicação para quando se introduzir açúcar. Deve ser na quantidade mínima possível, o mais tarde possível. Em qual forma? Se é para ter algum, o menos danoso é o mascavo. A forma de abor-
Por que, às vezes, crianças comem certos alimentos na escola, mas não em casa? Muito provavelmente porque veem os amigos e as professores comendo, não têm tanta pressão para comer. Em casa, cria-se uma expectativa tão grande que ela prefere negar. Um recado para pais que lidam com crianças que não comem de forma saudável. Insistam de forma sutil, lúdica, mas também com firmeza. Não desistam de fazer seus filhos comerem bem, porque quando a gente abre mão disso abrimos mão da saúde deles. E alguma hora isso vai reverter num quadro insatisfatório de doença ou de relação com a comida. Mantenha cinco cores no prato todo dia. Mesmo que a criança a princípio não coma, tem que estar no prato. Assim, estará mais perto da boca. METRO
cúmplices, representantes populares eleitos com voto de milhares de ignorantes e que trabalham apenas em prol de seus bolsos, ou agentes públicos envolvidos em corrupção, advocacia administrativa e outros, é covardia que nos cobra um preço altíssimo, traduzido em calamidades não resolvidas por falta de verbas desviadas, gerações sacrificadas pelo fim de recursos subtraídos. E essa negligência moral sempre vem acumpliciada do esquecimento, fenômeno típico de sociedades lenientes com seus valores mais importantes. A todos, inclusive àqueles eleitos para funções púbicas, deve ser garantido o direito de defesa de seus atos e posições, mas questioná-los, criticá-los, exigir que expliquem suas posturas é mais que um dever da sociedade brasileira: é uma condição cada vez mais indispensável à evolução de um povo historicamente violentado por corruptos e corruptores, traficantes, assassinos, assaltantes e estelionatários, os quais, se circunstancialmente solitários em seu agir criminoso, terminam se irmanando na consequência nefasta de seus crimes. Há alguns dias a Câmara Federal aprovou projeto de lei que, entre outros dispositivos, prevê a criminalização de determinadas condutas de juízes, promotores e delegados ao mesmo tempo que tolera crimes como enriquecimento ilícito de servidores e impede a extinção de partidos envolvidos em atos de corrupção. O que têm a dizer à sociedade capixaba os deputados federais Sergio Vidigal, Jorge Silva, Givaldo Vieira e Hélder Salomão que abençoaram essas indecências? * Os textos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor
EXPEDIENTE Metro Jornal. Presidente: Cláudio Costa Bianchini (MTB: 70.145) Editor Chefe: Luiz Rivoiro (MTB: 21.162). Diretor Comercial e Marketing: Carlos Eduardo Scappini Diretora Financeira: Sara Velloso. Gerente Executivo: Ricardo Adamo. Editor-Executivo de Arte: Vitor Iwasso Metro Jornal Grande Vitória. Diretor de Jornalismo: Antonio Carlos Leite (MTB: 20074-82). Editora-Executiva: Zainer Silva. Editora: Luciana Raymundo. Editor de Arte: Cleber Machado. Diretor-geral: Carlos Canelas Magalhães. Gerente Comercial: José César Leite
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GRANDE VITÓRIA, SEGUNDA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2016 www.metrojornal.com.br
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Capa no Metro, foto leva 1º lugar no Prêmio Findes de Jornalismo Cena. ‘Mar de lama’, de Gabriel Lordêllo, foi publicada em 2015 Publicada na capa do Metro Jornal em 18 de dezembro do ano passado, a foto “Mar de lama”, do fotojornalista Gabriel Lordêllo, da Mosaico Imagem, foi a grande vencedora na categoria Fotojornalismo do Prêmio Findes de Jornalismo 2016. O anúncio foi feito na última sexta-feira. A imagem, registrada durante voo de helicóptero na foz do rio Doce, em Regência, Linhares, é um retrato do desastre da lama, após o rompimento de barragem da Samarco em Mariana (MG), que afetou também municípios capixabas. Mostra como a água do rio, alaranjada pelos rejeitos de minério, chegou ao mar. “Esta foto foi produzida aos 45 do segundo tempo. Eu e Tadeu Bianconi (também fotógrafo) estávamos
“Mar de lama” estampou a capa do Metro em 18 de dezembro do ano passado
Gabriel Lordêllo, durante premiação
DIVULGAÇÃO
GABRIEL LORDÊLLO/MOSAICO IMAGEM
indo embora de Regência, depois de três dias de trabalho exaustivo”, lembra Lordêllo. Durante discurso no evento da Federação das Indústrias do Espírito Santo, ele destacou: “Este prêmio é dedicado ao povo do rio Doce e às vítimas dessa tragédia”. “Mar de lama” compôs a
matéria “O rio Doce resiste”, em que pescadores mostravam que o rio poderia estar agonizando, mas lutava para resistir à maior tragédia ambiental do país: pouco mais de um mês depois do desastre, camarões e peixes eram vistos no rio. Ao mesmo tempo, especialistas explicaram que era
cedo para se falar de recuperação das águas do Doce. O Prêmio Findes também premiou profissionais nas categorias Jornalismo Impresso, Telejornalismo, Webjornalismo, Radiojornalismo e Repórter Cinegrafista, além do Grande Prêmio Rubem Braga de Jornalismo. METRO
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Rede estadual. Rematrícula começa hoje Começa hoje e vai até 16 de dezembro o período de rematrícula e transferência interna para estudantes da rede estadual. A solicitação das vagas deve ser feita no site www.sedu.es.gov.br. Basta clicar no banner “Chamada Pública Escolar 2017”. O resultado dos pedidos sai em 19 de janeiro. Já entre os dias 26 de dezembro e 9 de janeiro acontece a pré-matrícula para novos estudantes do ensino fundamental e médio. Podem solicitar a vaga alunos matriculados nas redes municipais, federal ou privada. A pré-matrícula também é feita no site, e o resultado sai no dia 30 de janeiro. Depois disso, é preciso efetivar a matrícula nas escolas, até 3 de fevereiro. Na semana passada, o governo também anunciou oito novas unidades da Escola Viva: em Vila Velha (duas), São Mateus, Linhares, Pedro Canário, Montanha, Guaçuí e Iúna, totalizando 4,7 mil vagas. Nas unidades já em funcionamento, serão ofertadas 920 novas vagas. METRO
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Atos em mais de 200 cidades Pelas dez medidas. Manifestantes protestaram contra votação da Câmara que desfigurou proposta contra corrupção. Renan foi alvo Em favor da Lava Jato e contra as alterações feitas pela Câmara dos Deputados nas medidas do pacote anticorrupção, os manifestantes que pressionaram pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) voltaram ontem às ruas de cerca de 200 cidades em todos os Estados e no Distrito Federal. Na Grande Vitória, a Polícia Militar estimou em cerca de 3 mil pessoas o número de participantes; e a organização dos atos, em 15 mil. O juiz Sérgio Moro, à frente da Lava Jato, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foram os personagens mais lembrados. O primeiro foi o mais saudado e foi elevado ao posto de super-herói em camisetas e bonecos. Já o segundo foi o alvo da vez dos pedidos de afastamento. Em São Paulo, a concentração teve início às 14h e o ato foi encerrado pouco antes das 18h. A PM estimou o público em 15 mil pessoas – no auge, às 16h30. Os organizadores falaram em até 200 mil. Nem chuva atrapalhou Mesmo com chuva no início, manifestantes participaram dos atos na região metropolitana de Vitória. Um grupo saiu de Vila Velha e atravessou a Terceira Ponte por volta de 16h30 em direção à Capital, onde se uniu a outro grupo, na Praça do Papa. Ainda em Vila Velha, fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia do avião da Chapecoense. Durante o ato, cantaram o hino nacional em vários momentos e gritaram palavras de ordem contra o presidente do Senado. Dois trios elétricos acompanharam a multidão. Em faixas e cartazes, pediam a prisão do ex-presidente Lula (PT) e criticaram as mudanças no projeto das dez medidas de combate à corrupção. Apesar de algumas faixas terem inscrições em prol de intervenção militar, os organizadores do ato fizeram questão de explicar, durante as falas, que são contrários à medida e que acreditam na democracia, no Ministério Público e no Judiciário. Pela primeira vez nos atos, a aposentada Valdete Rangel, 52, reclamou da atuação dos políticos. “A gente tem que limpar o país dos políticos que representam seus próprios interesses em nosso nome. Por isso, vim até aqui.” Os protestos foram organizados pelos grupos Vitória da Ética (ex Fora Dilma), Ativação e Vem pra Rua. METRO
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Pelo país
1 . CRISTIANE MATTOS/FUTURA PRESS 2 . GERALDO BUBNIAK/AGB/FOLHAPRESS 3 . PEDRO LADEIRA/ FOLHAPRESS 4 .NAIAN MENEGHETTI/BRAZIL PHOTO PRESS/ FOLHAPRESS 5 .ARIEL SUBIRÁ/FUTURA PRESS
2 Manifestantes de Vila Velha atravessaram a Terceira Ponte rumo à praça do Papa, em Vitória
MANIFESTAÇÕES PELO BRASIL Veja as capitais onde ocorreram protestos ontem ESTIMATIVA DA PM
ESTIMATIVA DOS ORGANIZADORES
ARACAJÚ (SE) NÃO INFORMADO
MANAUS (AM)
400 3 MIL
BELO HORIZONTE (MG) NÃO INFORMADO
8 MIL
BOA VISTA (RR)
200
200 15 MIL 8 MIL NÃO INFORMADO
CURITIBA (PR)
8 MIL
350 NÃO INFORMADO
NÃO INFORMADO
NÃO INFORMADO
NÃO INFORMADO
50 MIL
NÃO INFORMADO
4 MIL
1,2 MIL
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FORTALEZA (CE)
5 MIL 3 MIL
NÃO INFORMADO
2 MIL
NÃO INFORMADO
100
15 MIL
200 MIL
TERESINA (PI)
400
MACAPÁ (AP)
200
500
VITÓRIA (ES)
150
MACEIÓ (AL) NÃO INFORMADO
1 MIL
SÃO PAULO (SP)
JOÃO PESSOA (PB)
NÃO INFORMADO
16 MIL
SÃO LUÍS (MA)
GOIÂNIA (GO)
NÃO INFORMADO
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RIO DE JANEIRO (RJ) SALVADOR (BA)
1,5 MIL
10 MIL
RECIFE (PE)
FLORIANÓPOLIS (SC)
NÃO INFORMADO
NÃO INFORMADO
RIO BRANCO (AC)
CUIABÁ (MT) NÃO INFORMADO
100
PALMAS (TO)
PORTO VELHO (RO)
CAMPO GRANDE (MS) NÃO INFORMADO
NÃO INFORMADO
PORTO ALEGRE (RS)
BRASÍLIA (DF)
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3 MIL
NATAL (RN)
BELÉM (PA) NÃO INFORMADO
NÃO INFORMADO
2 MIL
3 MIL
20 MIL
| PRISCILLA THOMPSON/METRO GV
Senado chama manifestações de ‘legítimas’ Um dos principais alvos das manifestações de ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse em nota que “as manifestações são legítimas”. O texto, assinado pela assessoria de imprensa do Senado, diz que a Casa “continua permeável e sensível às demandas sociais” e lembra que em 2013 votou 40 propostas contra a corrupção em menos de 20 dias, “ entre elas a que agrava o crime de corrupção e o caracteriza como hediondo”. O Palácio do Planalto também divulgou nota sobre os protestos. Nela, a Presidência diz que “a força e a vitalidade de nossa democracia foram demonstradas mais uma vez, neste domingo, nas manifestações ocorridas em diversas cidades do país”. O texto destaca que “milhares de cidadãos expressaram suas ideias de forma pacífica e ordeira”, o que fortalece as instituições. A nota finaliza dizendo que “é preciso que os Poderes da República estejam sempre atentos às reivindicações da população”. METRO
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Belo Horizonte. Os deputados
Numa cena vista em vários locais, deputados do Estado que votaram por mudanças nas dez medidas contra a corrupção tiveram rostos estampados em cartazes.
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Curitiba. Citados na Lava Jato
Manifestantes, com roupa de presidiários, usaram máscaras de citados na operação.
Brasília. Ratos
Ratos de borracha foram levados até a frente do Congresso para representar os corruptos.
Porto Alegre. Apoio total
Um dos maiores cartazes mostrava que manifestantes apoiam a Operação Lava Jato.
Rio. Orla em verde e amarelo
A avenida Atlântica, em Copacabana, na zona Sul do Rio de Janeiro, foi o cenário para a manifestação a favor da Lava Jato e contra a corrupção. METRO
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Após 2ª aplicação, Enem tem abstenção de 30,4% Educação. No total, 2,6 milhões dos 8,6 milhões de inscritos não apareceram. Número é o maior desde 2009 – no ano passado, percentual foi de 28%. Ministro nega que denúncias de fraude prejudiquem lisura do exame Após a segunda aplicação, finalizada ontem, o Enem 2016 (Exame Nacional do Ensino Médio) fechou o ano com abstenção de 30,4%, a maior desde 2009. Ao todo, foram 8,6 milhões inscritos, dos quais 2,6 milhões não compareceram. No ano passado, o percentual de ausências havia sido de 28%. O certame teve que ser aplicado novamente neste fim de semana em virtude das ocupações nas escolas, em protesto de estudantes contra a PEC 55, que afetaram a primeira etapa, no mês passado. Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), desta vez foram 277.657 estudantes considerados aptos para realizar a prova. Desses, 72,2 mil não consultaram o cartão de confirmação da inscrição. O ministro da Educação, Mendonça Filho, vê o índice de abstenção com preocupação e anunciou que uma consulta pública será feita no próximo mês para recolher sugestões de forma a melhorar o exame no ano
“A investigação em torno dos candidatos que tentaram fraudar o Enem 2016 continua. E esses candidatos serão punidos. Não há nada a questionar sobre a lisura do exame.” MENDONÇA FILHO, MINISTRO DA EDUCAÇÃO
que vem. “É um espaço muito grande que a gente precisa refletir”, observou. Fraudes O ministro aproveitou a ocasião para defender o certame das denúncias que vieram à tona na última semana, quando a Polícia Federal prendeu 11 pessoas acusadas de tentar fraudar o exame. Segundo Mendonça Filho, as ações foram localizadas, e não há provas de envolvimento de servidores do Ministério da Educação, nem de que a prova ou o gabarito oficial teriam sido vazados. “Não há nada a questionar sobre a lisura do exame”, garantiu.
Redação
Voo errado. Pai fará BO contra empresa aérea
Tema foi ‘combate ao racismo’ Cumprindo a tradição de fazer os estudantes refletirem sobre questões sociais, desta vez o tema da redação foi “Caminhos para combater o racismo no Brasil”. A primeira aplicação deste ano, no começo do mês passado, pediu para os estudantes dissertarem a respeito de “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. METRO Prova e gabarito O gabarito definitivo da prova desse fim de semana deve ser divulgado nesta quarta-feira. O resultado final está previsto para 19 de janeiro. FABIANE GUIMARÃES METRO BRASILIA
Ministro minimizou denúncias de fraude | DIVULGAÇÃO/MEC
Lava Jato. São Paulo. Queda de Caso Yoki. Elize diz helicóptero mata noiva Força tarefa que não ‘estava normal’ a caminho do casamento ganha prêmio No último dia de seu julgamento, Elize Matsunaga Uma noiva a caminho do casamento, de helicóptero, morreu com a queda do aparelho ontem à tarde em São Lourenço da Serra (Grande SP). Segundo a Polícia Militar, a aeronave modelo Robinson 44 levava quatro pessoas, e todas morreram no acidente. A PM informou que, além da noiva, estavam no helicóptero o irmão dela, a fotógrafa da cerimônia – que estava grávida de seis meses -- e o piloto. Ainda não se sabe as causas do acidente. A aeronave caiu pouco antes das 17h, na estrada da Barreirinha. Oito carros do Corpo de Bombeiros foram ao local, de mata fechada, para fazer o socorro. O local é próximo à rodovia Regis Bittencourt. A noiva iria se casar no Recanto Beija-Flor, em São Lourenço da Serra, e queria
internacional
Local do acidente, na Grande SP | TOM VIEIRA FREITAS /FOTOARENA/FOLHAPRESS
fazer uma surpresa ao noivo, chegando de helicóptero, segundo informou o dono do espaço à “Folha de S. Paulo”, Carlos Eduardo Baptista, um dos únicos que sabiam como ela chegaria. Baptista contou que, ao saber do acidente, pediu a ajuda do pastor que celebraria a cerimônia para contar ao noivo sobre o desastre. METRO
A ONG Transparência Internacional anunciou no sábado a escolha da força-tarefa Lava Jato do MPF (Ministério Público Federal) no Paraná para receber o Prêmio Anticorrupção 2016. O anúncio foi feito na Conferência Internacional Anticorrupção, no Panamá. O prêmio foi instituído para reconhecer a atuação de indivíduos e grupos que atuam para combater a corrupção em seus países. O procurador da República e coordenador da força-tarefa Lava Jato do MPF-PR, Deltan Dallagnol, considera a premiação “mais um sinal de que a comunidade internacional tem reconhecido a legitimidade das investigações e tem a expectativa de que elas possam ser um passo na direção de um Brasil menos corrupto”. METRO CURITIBA
Romão: filho, de 6 anos, foi parar em Curitiba em vez de Vitória | DIVULGAÇÃO
descreveu como foi o crime de que é ré confessa –matar e esquartejar o marido, Marcos Matsunaga, que era herdiero do grupo Yoki – e disse que estava “não estava normal naquela hora”, em que deu o tiro. Elize disse que houve uma briga entre o casal, com xingamentos e um tapa de Marcos nela. Ela teria pegado a arma e, com a discussão prosseguindo, atirado. Depois do depoimento de Elize, a acusação passou a defender que ela arquitetou o homicídio por interesse financeiro e que só com o fator surpresa conseguiria atingir o marido. O advogado de defesa, Luciano Santoro, por sua vez, tentou mostrar que a ré tem origem humilde e provar que ela atirou sem
Elize, no último dia do julgamento | MARCELO GONÇALVES/SIGMAPRESS/FOLHAPRESS
planejar nem pensar, para tentar fazer que seja condenada por homicídio simples. Até as 22h de ontem, a sentença não tinha saído. METRO
O professor Wanderson Romão disse que vai processar a Gol pelo erro que fez com que seu filho, de 6 anos, fosse parar em Curitiba em vez desembarcar em Vitória, na última sexta-feira. A criança viajava desacompanhada e saiu do Rio de Janeiro para comemorar o aniversário do pai. Pelo serviço, Wanderson pagou uma taxa de R$ 100. Hoje, ele deve registrar um boletim de ocorrência. Em entrevista à rádio BandNews FM ES, Wanderson relatou o descaso da companhia aérea. Depois da confusão, a criança acabou retornando para o Rio de Janeiro no mesmo dia, onde mora com a mãe. “Quero que a empresa seja punida. A Gol brincou com a vida de uma criança”, disse. METRO
Rio. Buscas por menina atingida por lancha Foi autuado em flagrante por homicídio e lesão corporal culposos (quando não há intenção de matar) o condutor da lancha que, ao atingir um banana boat, matou a menina Maria Luiza Serra, de 10 anos, decapitada, e deixou outras três pessoas feridas, sábado. O acidente foi na Praia do Forte, em Cabo Frio, na região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Segundo o dono do banana boat, o brinquedo levava 20 pessoas. A própria lancha que levava o banana ajudou no resgate de vítimas. O capitão de Mar e Guerra da Capitania dos Portos, Sérgio Roberto Berna, informou que a prioridade das equipes de resgate é achar o corpo da criança. Os condutores das duas lanchas eram habilitados. METRO RIO
GRANDE VITÓRIA, SEGUNDA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2016 www.metrojornal.com.br
{MUNDO}
Cinzas de Fidel são sepultadas em Cuba Fim de uma era. Líder não terá monumentos nem locais públicos com seu nome no país As cinzas de Fidel Castro foram enterradas ontem em Santiago de Cuba, encerrando os nove dias oficiais de luto. Uma cerimônia privada foi feita no Cemitério Santa Ifigênia. Os restos cremados do ex-líder foram colocados a alguns passos do mausoléu do herói da independência José Martí, figura importante da história de Cuba que Castro sempre admirou. Centenas de milhares de cubanos disseram adeus, com uma combinação de lágrimas, resistência ao estilo de Castro e coros de “Eu sou Fidel” por toda a ilha. Fidel morreu em 25 de novembro, aos 90 anos. Ele estava fora do poder havia uma década. Forçado a renunciar devido a uma doença no intestino, Castro cedeu o poder a seu irmão
mais novo, o atual presidente, Raúl Castro. Primeiro, de maneira provisória, em 2006. Depois, definitivamente, em 2008. Em respeito a seu pedido, a imagem de Fidel não será imortalizada com estátuas, e nem locais públicos serão nomeados em sua homenagem, informou Raúl. Inicialmente, o ato no cemitério deveria ser transmitido ao vivo pela televisão, mas, horas antes, a mídia oficial anunciou que ele seria “solene e privado.” A TV cubana cortou a cobertura ao vivo às 10 horas (horário de Brasília). Naquele momento em Havana, canhões militares lançaram uma saudação de 21 tiros que trovejou pela capital. METRO Cubanos acompanham passagem de cortejo fúnebre de Fidel | E. GARRIDO/REUTERS
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EUA
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Referendo na Itália
Incêndio em festa deixa 24 mortos
Para oposição, houve uso de lápis
Autoridades confirmaram a morte de ao menos 24 pessoas no incêndio em um armazém onde acontecia uma festa com um coletivo de artistas em Oakland (EUA), no último sábado. As vítimas tinham entre 20 e 30 anos de idade. METRO
A oposição denunciou supostas irregularidades no referendo de ontem para decidir sobre a reforma constitucional promovida pelo primeiro-ministro Matteo Renzi, que reduz o poder e o tamanho do Senado e define com mais clareza as competências do Estado e das regiões. Segundo apoiadores do “Não”, lápis foram usados para preencher as cédulas em diversas cidades do país. METRO
Terremotos
Ferrari leiloa carro para reconstrução A Ferrari leiloou por US$ 7 milhões (cerca de R$ 24 milhões) um exemplar da série limitada LaFerrari, o primeiro híbrido da marca. A venda ocorreu no circuito de Daytona, na Flórida (EUA), em benefício das áreas do centro da Itália onde entre 24 de agosto e fim de outubro uma série de terremotos deixou 300 vítimas e milhares de desabrigados. Com informações da Ansa. METRO
Áustria
Extrema-direita é rejeitada O candidato do Partido Verde, Alexander Van der Bellen, apareceu em vantagem nas primeiras bocas de urna das eleições de ontem. É sua segunda vitória em seis meses sobre Norbert Hofer, do partido de extrema-direita Liberdade. METRO
ECONOMIA
Vai viajar? Confira os preços Fim de ano. Levantamento mostra que valores das passagens aéreas para alguns destinos estão mais atraentes neste ano do que em 2015 As festas de fim de ano estão próximas, e muitos brasileiros ainda não decidiram para onde ir. Os feriados de 2016 serão em fins de semana, mas algumas empresas costumam oferecer férias coletivas nesse período. Além disso, as pessoas esperaram a primeira parcela do 13º salário, que foi paga no último dia 30, para tomar a decisão do destino. Um levantamento feito de julho a outubro de 2016 pelo site de pesquisas de viagem on-line Kayak para identificar os destinos mais buscados durante os feriados de Natal e Ano Novo comparou as médias de preços das passagens aéreas neste ano em relação ao mesmo período de 2015. A pesquisa foi conduzida com base na média de preço de voos de 20 de dezembro de 2016 a 3 de janeiro de 2017 e com base nas buscas feitas no site de julho a outubro de 2016. Para a comparação, foi utilizada a média de preço de voos de 20 de dezembro 2015 a 3 de janeiro de 2016, com ba-
O SOBE E DESCE DOS PREÇOS DE PASSAGENS Do ano passado para cá, valores variaram de -82% a 331% MÉDIA DE PREÇOS EM 2015 DESTINOS MAIS BUSCADOS
Lisboa
POSIÇÃO NO RANKING DE BUSCAS
8º
R$ 4.337,91
VARIAÇÃO
R$ 793,04
-82% Orlando
10º
R$ 1.643,52
-54% Recife
5º
VARIAÇÃO
Miami
R$ 1.356,81 R$ 1.163,85
-14% 1º
R$ 3.690,79
VARIAÇÃO
R$ 3.591,86
-3% Natal VARIAÇÃO
4%
9º
DESTINOS MAIS BUSCADOS
Fortaleza
R$ 1.365,36 R$ 1.422,29
3º
VARIAÇÃO
Nova York
R$ 1.278,22 R$ 1.395,87
6º
VARIAÇÃO
R$ 3.208,05 R$ 3.838,76
20% Salvador
2º
VARIAÇÃO
Maceió VARIAÇÃO
164% Rio de Janeiro VARIAÇÃO
331%
ida e volta em classe econômica saindo de qualquer aeroporto do Brasil. Segundo o levantamen-
R$ 1.085,55
82% é quanto caiu, em média, o preço de passagens aéreas para Lisboa, um dos destinos mais procurados.
164% é quanto subiu, em média, os valores de passagens aéreas para Maceió: chega a mais de R$ 3,8 mil.
R$ 1.431,46
32%
FONTE: KAYAK
se nas buscas feitas de julho a outubro de 2015. Para chegar a essas médias, o levantamento considera voos de
POSIÇÃO NO RANKING DE BUSCAS
9% R$ 3.603,96
VARIAÇÃO
MÉDIA DE PREÇOS EM 2016
Números
ano passado. A cidade é a mais buscada para as festividades pelo segundo ano R$ 3.850,98 consecutivo. O mesmo acontece com Orlando, já que o preço 4º R$ 786,22 caiu, voltando a ser uma grande oportunidade paR$ 3.385,31 ra os brasileiros visitarem os parques da Disney. Outro dado interessante é to, o preço dos voos pa- que Lisboa está em alta enra Miami durante as fes- tre os brasileiros, e o preço tas de fim de ano diminuiu dos voos também caiu basse comparado com os do tante. METRO 7º
R$ 1.460,54
Viagens trazem mais felicidade que casamento, diz pesquisa Uma pesquisa realizada pelo portal “Booking.com” mostrou que quase metade das pessoas entrevistadas diz que uma viagem as deixa muito mais felizes do que o dia do próprio casamento. Esse número chega a 49%. E mais: 51% afirmam que preferem viajar a sair com o próprio companheiro ou companheira. Os dados mostram ainda que três quartos das pessoas reservam uma viagem quando têm necessidade de sentir “uma bela dose de felicidade”. Isso vale tanto para um dia em uma pequena vila de pescadores como em um hotel cinco estrelas à beira-mar. O estudo entrevistou 17 mil pessoas em 17 países. As informações são da agência Ansa. METRO
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CHICO GUEDES/METR
+ ESPECIAL
A data
No mundo inteiro A ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o dia 5 de dezembro como Dia Internacional do Voluntário em 1985. O objetivo era promover ações de voluntariado nos quatro cantos do planeta.
Eles encontraram a “fórmula mágica” para transformar o mundo e a si mesmos. Aprenderam, de maneira simples, que toda pequena boa ação tem o poder de reverberar em escala global. Em todo o mundo, mais de 1 bilhão de pessoas atuam como voluntárias, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2015. Hoje, Dia Internacional do Voluntário, o Metro traz histórias de quatro pessoas que decidiram entrar para esse grupo, sem esperar nada em troca. Nada? Não é bem assim, eles contam. Quando o anestesista Diego Dalcamini Cabral de Souza, 32 anos, escolheu fazer Medicina, já tinha o desejo de participar de ações humanitárias. Na última sexta-feira, ele retornou de Moçambique, na África, onde, pela segunda vez neste ano, participou de uma expedição da ONG Missão África. As missões duram 12 dias e ajudam a levar atendimento médico a comunidades sem qualquer acesso à assistência em saúde. “São pessoas que vivem em condição total de miséria e que não têm, literalmente, o que comer. Nessas semanas em que estive lá, eles estavam se alimentando apenas de mangas. Mangas e ratos, para ser mais preciso. A gente leva remédios, suprimentos, leite em pó, monta consultórios debaixo de árvores ou em qualquer lugar onde possamos receber as pessoas”, conta. Para participar do projeto, Diego precisa organizar suas escalas de trabalho em dois hospitais onde atua na Grande Vitória. Ele também já viajou para o Pará para prestar atendimento pela ONG Por um Sorriso. “É uma satisfação que dinheiro nenhum compra. Cada vez que vou, volto um pouco mais humano. O trabalho voluntário é viciante, porque fazer bem ao outro preenche a alma”, diz. E o agradecimento é a maior retribuição: “Uma das mulheres a que atendemos lá disse, ao final da consulta, que aquele era o dia mais feliz da vida dela, porque
“Só de olhar no olho e pegar na mão dos pacientes me sinto agradecido. É inexplicável” DIEGO DALCAMINI CABRAL, 32, MÉDICO QUE ATUA NA ONG MISSÃO ÁFRICA
Alejandra Gómez, estudante colombiana, aliou intercâmbio a trabalho voluntário
Eles ajudam a transformar
Dia Internacional do Voluntário. Doando seu tempo e exercendo seus talentos, pessoas de várias idades e profissões mostram como é bom fazer o bem
vidas
ela foi atendida, ganhou remédio e até um chinelo. Se eu pudesse dar um conselho a todos, diria para que se permitam viver isso: trabalhar pelo bem de alguém que não pode retribuir, mas tendo a certeza de que está construindo algo melhor, de que está deixando um legado no mundo.” Apoiar quem quer ajudar Foi pensando em oportunizar experiências como essas que o advogado Pedro Ronan Marcondes, 33 anos, fundou a ONG Argilando, há 12 anos, no Rio de Janeiro. “Meu primeiro contato com o voluntariado foi ainda adolescente, em Cachoeiro de Itapemirim (Sul do Estado). Quando mudei para o Rio, quis montar um
“Tudo que as pessoas precisam descobrir é o seu potencial de ação em benefício do outro”
PEDRO RONAN MARCONDES, 33, DIRETOR-EXECUTIVO DA ONG ARGILANDO
projeto social com outros amigos, mas percebemos que cada um queria fazer algo diferente”, conta. Daí, surgiu a ideia de criar um projeto social que ajudasse a fazer a ponte entre pessoas que desejavam se tornar voluntárias em causas diversas e instituições ou grupos que precisassem da ajuda dessas pessoas. Hoje, a Argilando também apoia a gestão das instituições para
que elas possam absorver da melhor forma os voluntários e presta consultoria para empresas no desenvolvimento de programas de voluntariado para os funcionários. Em todos esses anos, mais de 100 mil pessoas foram beneficiadas pelos projetos apoiados e desenvolvidos pela ONG. Um deles, mais recente, é o 365 Dias de Agir, cuja proposta é incentivar pessoas comuns a desenvolverem uma boa ação em algum dia do ano, criando uma rede de boas iniciativas. “No primeiro ano, tivemos ações em 15 países. Sempre digo que todo mundo pode ser um voluntário, e o meu propósito, hoje, é gerar oportunidade para que quer sentir a mesma felicidade que eu sinto ajudando
o outro. É um convite a u processo de transformaç de si e do mundo”, destaca Um dos desdobrame tos das ações do 365 Dias Agir foi o surgimento de u outro projeto, que arreca miniaturas de produtos higiene pessoal, geralme te oferecidos em hotéis, distribui para a populaç de rua. É o Mini Gentilez que já possui 72 pontos coleta em oito Estados. “E é uma prova de que um si
“Eu me sinto feliz em ver jovens que começaram no início do projeto send agentes de mudança”
MARCELA VARGAS, 35, PEDAGOGA E GESTORA DE PROJETO SOCIAL EM VITÓR
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ples gesto pelo bem do outro pode criar uma rede de boas ações”, explica. Aprendizado duplo Por também acreditar no poder das boas ações, a estudante colombiana Alejandra Gómez, 21 anos, escolheu aliar o intercâmbio que planejava fazer no Brasil com o trabalho voluntário. Ela chegou ao país em julho, por meio da Aiesec, e há cerca de duas semanas atua desenvolvendo atividades com crianças em situação de vulnerabilidade social no Centro Social São José de Calazans, em Vila Nova de Colares, na Serra. “Passei por outras cidades antes de chegar a Vitória, fazendo trabalhos voluntários, e posso dizer que a pessoa que vai voltar para a Colômbia não é a mesma que chegou ao Brasil. É um aprendizado enorme poder trabalhar com as crianças os assuntos que contribuem para a igualdade social, de gênero e para a sustentabilidade. Aqui, vemos histórias de maus-tratos, de abandono e muitas outras que nos colocam de frente com uma outra realidade. Ajudar a mudar isso é muito importante”, explica. Alejandra retorna para a Colômbia neste mês, mas quer continuar atuando como voluntária, lá ou em outras partes do mundo. “Esse tipo de intercâmbio que fiz é bom não só para quem viaja, mas para todos. E isso me encantou”, diz. No próximo dia 13, a organização vai realizar um evento para divulgar o intercâmbio social para os próximos meses. Interessados em participar podem procurar a sede da Aiesec, em Goiabeiras, Vitória, para mais informações.
Pedro Ronan Marcondes promove encontro entre futuros voluntários e instituições ou grupos
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“No final do mês, volto para a Colômbia. E sou uma pessoa diferente daquela que chegou aqu
ALEJANDRA GÓMEZ, 21, COLOMBIANA QUE ATUA EM PROJETO SOCIAL NA SERR
NATÁSSYA CARVALHO/DIVULGAÇÃO
Diego Dalcamini Cabral participa de missões na África
Aos 15 anos, Marcela Vargas criou projeto social em Vitória
“O trabalho voluntário dá a certeza de que você está construindo algo um pouco melhor para todos” DIEGO DALCAMINI CABRAL, 32, MÉDICO E MEMBRO DA ONG MISSÃO ÁFRICA CHICO GUEDES/METRO GV
ACERVO PESSOAL
Agir para incluir A inclusão é também a pa vra de ordem na vida da p dagoga Marcela Vargas, anos, que aos 15 criou u projeto para atender a mã e crianças do morro Jab ru, em Vitória. Em parce com a Fraternidade Espír de Evangelização Cristã, e oferece palestras, oficinas outras atividades que p movem a inclusão social trabalham valores para m tivar a comunidade. As a vidades acontecem todos sábados, há 20 anos. “Nesse tempo todo, muita gente se transf mar. Vi crianças se tornan adultos responsáveis, in ressados em também ajud o outro e em criar melhor condições para toda a com nidade. Falamos sobre d gas e violência, ajudamos mostrar que existem bo caminhos a serem seguid e que as portas estão semp abertas”, comenta. Do seu envolvimento co o trabalho voluntário, Mar la também acabou se torna do coordenadora de residê cias inclusivas de uma out instituição, na Capital. As sidências recebem adult com deficiências e limitaçõ diversas, também benefic dos pelo propósito de inc são desenvolvido pela ONG “Nos dois projetos, o q mais me comove é o carin que a gente recebe de v ta. Muitos vêm falar comi e dizer que hoje, graças projeto, são pessoas melh res. Mas nós também som O voluntariado é isso. Ho não vejo outra forma de a dar a melhorar o mundo e combater a violência. N sos frutos estão aí para m trar”, frisa. METRO
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Voluntários da ArcelorMittal Tubarão em reforma de escola que atende a crianças carentes em Vila Velha FOTOS: DIVULGAÇÃO
Inspirada no engajamento de seus funcionários em ações pontuais como voluntários, a ArcelorMittal Tubarão criou e mantém, desde 2013, um Programa de Voluntariado que ajuda a fortalecer a atividade entre seus empregados e a ampliar os laços com a sociedade. Só neste ano, 28 ações foram desenvolvidas pelo grupo, beneficiando mais de 7,1 mil pessoas em instituições da Grande Vitória. Os projetos contemplados são propostos pelos próprios voluntários e custeados pela empresa, explica a gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da ArcelorMittal Tubarão, Herta Torres. “O programa surgiu do desejo de formalizar a ajuda que já prestávamos por meio de pedidos feitos pelos nossos empregados e também para estimular que outros funcionários participassem. Hoje, são 250 empregados envolvidos nas ações, que nos ajudam a contribuir ainda mais para responsabilidade social da empresa”, explica. Os projetos são selecionados por meio de edital, e cada um recebe uma verba de R$ 5 mil para executar as ações como reformas, pinturas e aquisição de móveis e equipamentos para abrigos,
“Participar das ações nos ajuda a ser mais colaborativos também no ambiente de trabalho” IGOR LEONARDO VIEIRA, 34, TÉC. DE PREDIÇÃO E INSPEÇÃO EM REFRIGERAÇÃO
No trabalho, nossa missão também é
Ser voluntário é diferencial nas seleções
ajudar casas de recuperação e outras instituições. Os voluntários também são recrutados para desenvolver ações promovidas por outras instituições apoiadas pela empresa. Desejo de ajudar O técnico de Predição e Inspeção em Refrigeração Igor Leonardo Vieira da Silva, 34 anos, entrou na empresa no mesmo ano em que teve início o Programa de Voluntariado. E logo ele se engajou nos projetos. “Sempre participei de ações na comunidade onde cresci, em Gurigica (Vitória), e vi aqui dentro a oportunidade de retribuir ainda mais tudo o que conquistei”, diz. Entre as ações de que ele participou está a reforma de uma casa de recuperação de
Laços mais fortes. A ArcelorMittal Tubarão conta com Programa de Voluntariado que aproxima seus empregados e já beneficiou mais de 7,1 mil pessoas na Grande Vitória Ações do programa ajudam a melhorar instituições na região metropolitana
dependentes químicos, na Serra. “Nós nos unimos para fazer reparos e pintar, pensando em dividir as tarefas durante seis sábados. Mas,
durante a semana, os próprios internos continuaram os trabalhos. Quando chegamos no sábado seguinte e vimos tudo adiantado, ficamos
muito felizes de ver que eles também se envolveram. No final, rolou até um futebol”, lembra. Melhoria no trabalho Quem também participa das ações do programa desde o início é a técnica administrativa Conceição Aparecida Lopes, 51 anos. Cidinha, como é conhecida, é funcionária da ArcelorMittal há 30 anos e fala dos benefícios do voluntariado para o desenvolvimento profissional e a melhoria do ambiente de trabalho. “A gente aprende a olhar a dor do outro e a cuidar melhor das pessoas ao nosso redor. Ajuda a nos unir mais e a ser mais solidários. Colaboro nas reformas, a arrecadar doações e ensinar o que sei. Mas é um aprendizado também para a gente. Isso tudo nos faz melhores”, destaca. METRO
A prática do trabalho voluntário é cada vez mais valorizada pelas empresas na hora da seleção de novos quadros. A psicóloga e diretora da Selecta Vânia Goulart explica que hoje esse é um dos quesitos observados na pré-seleção e pode ser um diferencial na hora da escolha. “Quem se dispõe a dedicar parte do seu tempo para ajudar o outro normalmente tem mais disposição para o trabalho, maior capacidade de entrega e aplica isso em todas as áreas da sua vida”, explica. A informação pode entrar no currículo e já tem campo previsto no preenchimento da maioria dos cadastros de reserva. Mas não adianta mentir ou incluir informações falsas sobre a participação em ações voluntárias. “As empresas normalmente avaliam que tipo de trabalho a pessoa faz e quanto do seu tempo dedica a essa tarefa para analisar se, de fato, há um envolvimento. Eles querem saber o potencial produtivo do profissional em detalhes, conhecer seu comportamento”, explica. Para incluir as informações no currículo, vale mencionar a instituição a que está vinculado, há quanto tempo desenvolve trabalhos voluntárias por meio dela e quantas horas dedica por semana ou mês a esse trabalho, orienta Vânia Goulart. METRO
GRANDE VITÓRIA, SEGUNDA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2016 www.metrojornal.com.br
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1 camisa 2 faz 8 3 9 bem 4 6 7 10 5 1 MELHORA A SAÚDE Pessoas que dedicam parte do seu tempo a ajudar os outros sem interesse financeiro vivem mais e têm menos risco de desenvolver doenças como depressão. Segundo uma pesquisa da universidade de Michigan (EUA), os voluntários conseguem viver, em média, quatro anos a mais. Eles também têm mais autoestima e conseguem melhorar suas capacidades funcionais.
2 DÁ MAIS SENTIDO À VIDA Quem faz trabalho voluntário se sente útil para os outros e mais feliz por perceber que suas ações podem provocar mudanças efetivas no mundo ou, pelo menos, um alívio imediato. Isso dá mais satisfação e mais sentido à própria existência.
Seja um voluntário. Ajudar o outro pode mudar a sua vida também. Conheça os benefícios
3 DÁ PRAZER Fazer o outro feliz nos torna mais felizes, e a explicação disso é também fisiológica. Nosso cérebro possui “neurônios espelhos”, que nos ajudam a reconhecer comportamentos e expressões nos outros e, imediatamente, a reproduzi-los. Ou seja: quando fazemos o bem para alguém, sentimos as mesmas sensações da pessoa que foi ajudada. Trata-se de um mecanismo que favorece a ajuda mútua e a solidariedade.
4 MUDA A PERSPECTIVA SOBRE A VIDA Agir em favor do outro nos dá a oportunidade de refletir sobre o que realmente nos toca e nos move no mundo. Ao olhar para as necessidades do outro e conhecer realidades sociais diferentes, aprendemos mais sobre nossas próprias necessidades e nossas carências. E isso também nos leva a colocar nossas potencialidades em prol da mudança. Passamos a valorizar mais o que temos de bom e a ser mais generosos, otimistas e positivos. 5 ESTIMULA HABILIDADES INTERPESSOAIS O trabalho voluntário normalmente envolve uma equipe e exige de nós a capacidade de compartilhar e a colaborar. Ele ensina a tomar decisões conjuntas, a dividir tarefas, a planejar ações e a lidar com as diferenças. Enriquece nossas relações no trabalho, na família, com os amigos e com o mundo.
Vestir a
8 AUMENTA A PRODUTIVIDADE Os benefícios repercutem no trabalho: a atividade voluntária demanda energia e disposição e nos dá a sensação de sermos mais eficazes e produtivos. Ajuda a desenvolver iniciativa própria, autonomia e empatia, características essenciais em todas as relações.
9 COLABORA PARA A DIMINUIÇÃO DE DESIGUALDADES Qualquer ação, pequena ou grande, coletiva ou individual, pode fazer a diferença na vida de outra pessoa e repercutir em todo o seu círculo social, contribuindo para a redução de desigualdades, oportunizando a inclusão social e aumentando a qualidade de vida de todo o grupo.
6 AJUDA A DESENVOLVER NOVOS TALENTOS Isso vale tanto para quem ajuda quanto para quem é ajudado. Ao fazer um trabalho voluntário, podemos nos propor a fazer algo diferente do que fazemos no dia a dia e, com isso, descobrir novas habilidades. Mas o trabalho voluntário também ajuda a despertar no outro o desejo de agir e de desenvolver suas próprias habilidades.
7 AMPLIA O CÍRCULO SOCIAL Ser voluntário inevitavelmente nos leva a conhecer e a interagir com outras pessoas, tanto as que são ajudadas quanto os demais voluntários. Ao criar novos vínculos e ampliar o círculo social, diminui a sensação de solidão e aumenta nossa rede de contatos, importante também para o crescimento profissional.
10 CRIA UMA REDE DO BEM Quanto mais pessoas amparadas e aliviadas de seus sofrimentos, mais pessoas contribuindo para a felicidade dos outros teremos. Fazer o bem é, sim, contagiante. Além disso, quem faz trabalho voluntário normalmente se empenha em envolver outros voluntários na ajuda ao próximo, criando uma rede de boas ações.
FONTE: ANGELITA SCÁRDUA, PSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM FELICIDADE E DESENVOLVIMENTO DE ADULTOS
PEXELS
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“Não sei se poesia é literatura. Fora isso, a gente faz poesia porque a vida não basta.”
OESIA
FERREIRA GULLAR, EM AGRADECIMENTO AO PRÊMIO JABUTI RECEBIDO EM 2011
IMORTAL
CULTURA
O poeta, escritor, jornalista e dramaturgo Ferreira Gullar morreu ontem no Rio, aos 86 anos, vítima de uma pneumonia. Ele estava internado havia 20 dias no Hospital Copa d’Or, em Copacabana, devido a complicações pulmonares. O velório começou na tarde de ontem na Biblioteca Nacional, no Centro, e continua hoje, às 9h, na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL). Às 15h, o corpo segue para o mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde será enterrado. Gullar era membro da ABL desde 2014. Na instituição, ocupava a cadeira de número 37, por onde já haviam passado Assis Chateaubriand e João Cabral de Melo Neto. “Foram 30 anos dizendo não. Comecei a me sentir constrangido”, disse ele, na ocasião, ao Metro Jornal. O acadêmico também foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura em 2002 e recebeu, em 2010, o Prêmio Camões – principal honraria da literatura em língua portuguesa. Nascido em São Luís do Maranhão em 10 de setembro de 1930, José de Ribamar Ferreira – como foi registrado – torna-se poeta na adolescência a partir da influência de autores românticos e parna-
‘Poesias de Gullar ‘Traduzir-se’ Uma parte de mim é todo mundo; outra parte é ninguém: fundo sem fundo.
Luto. Apontado por Vinicius de Moraes como último grande poeta brasileiro, maranhense Ferreira Gullar morre aos 86 anos de pneumonia sianos. O contato com a poesia moderna, no fim dos anos 1940, leva-o a se mudar para o Rio, em 1951, logo após a publicação de seu primeiro livro, “Um Pouco Acima do Chão” (1949). Na então capital do país, surge a primeira obra de destaque no cenário literário, “A Luta Corporal” (1954). No início dos anos 1960, já reconhecido, o poeta aceita dirigir a Fundação Cultural, em Brasília, a convite de João Goulart. O novo cargo faz com que ele se envolvesse com a luta pela reforma agrária e se filiasse ao Partido Comunista, o que deságua em uma produção poética ligada
Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Escritor durante palestra em São Paulo, no projeto Fronteiras do Pensamento, em setembro de 2015
à política. Perseguido pela ditadura militar, embarca nos anos 1970 em uma peregrinação de exílio que passa pela União Soviética, pelo Chile, Peru e pela Argentina, onde escreve “Poema Sujo” (1975). Com quase cem páginas, a obra é tida como a mais ousada do artista e sintetiza o esforço continuado de sua carreira em buscar reinventar a própria linguagem. O autor publicaria ainda, entre outras obras, “Antologia Poética” (1977), “Na Vertigem do Dia” (1980), “O Formigueiro” (1991), “Muitas Vozes” (1999) e “Em Alguma Parte Alguma?” (2010), seu úl-
timo trabalho dedicado à poesia, pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti de Livro do Ano em 2011.“A poesia é o espanto. Ela surge da perplexidade diante da vida. Não tenho me espantado com nada nos últimos tempos. Não sei se lançarei outro livro de poemas”, disse ele ao Metro em 2013. Seu derradeiro livro foi “Autobiografia Poética e Outros Textos” (Ed. Autêntica). Lançado neste ano, o volume repassa a trajetória do poeta a partir de suas próprias obras. Ferreira Gullar deixa dois filhos, oito netos e a companheira Cláudia, com quem vivia atualmente. METRO
Gullar atravessou artes, teatro e música metrojornal.com.br
Esnobada número 2 Após ter confirmado que não comparecerá à cerimônia de premiação por seu Nobel de Literatura, em Estocolmo, no próximo dia 10, Bob Dylan também faltou ao encontro que teria, na última quinta-feira, com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao lado dos demais vencedores americanos da premiação sueca.
Ferreira Gullar transitou por diversas linguagens e teve ação direta em movimentos artísticos determinantes para o panorama cultural do país. Em meados dos anos 1950, o poeta se envolveu com o concretismo ao lado de Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, com os quais romperia na sequência. No fim dessa década, seu encontro com Lygia Clark, Hélio Oiticica, Amilcar de Castro, Franz Weissmann e
REPERCUSSÃO “O Brasil e o mundo choram hoje [ontem] a perda do imortal poeta. Mas, na cidade que ele escolheu para viver, a dívida de gratidão com esse gênio das palavras é ainda maior. (...) Que sua poesia continue imortal para a cidade do Rio de Janeiro.” EDUARDO PAES, PREFEITO DO RIO
Lygia Pape o fez aderir ao movimento neoconcretista, para o qual escreveu um manifesto no qual exaltava as possibilidades criadoras dos artistas e a participação do público na realização da obra. A instalação “Poema Enterrado” (1959) segue esses preceitos: o visitante entra em um cubo e vai retirando outros três cubos pequenos, no centro, até encontrar a palavra “enterrada”. Gullar atuou ainda nas ar-
tes cênicas e ajudou a fundar o Teatro Opinião, que teve papel de destaque na luta contra a ditadura nos anos 1960. Para ele, escreveu peças como “A Saída? Onde fica a Saída?”. Após o exílio, nos anos 1970, o escritor voltou ao Rio, onde atuou como crítico de arte e roteirista de TV, além de letrista: são dele as palavras de músicas como “Borbulhas de Amor”, cantada por Fagner, e “Trenzinho Caipira”, de Villa-Lobos. METRO
“Sua trajetória de vida era refletida em sua obra, que nos tocava profundamente. Para sempre ela viverá no coração e em livros que eternizam, na impressão de suas palavras, os pensamentos de um dos maiores poetas brasileiros.”
“Ferreira Gullar deixa um vazio imenso na literatura nacional. Perdemos um poeta de primeira grandeza.”
LUIS ANTONIO TORELLI, PRESIDENTE DA CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO
MICHEL TEMER, PRESIDENTE DO BRASIL
Poeta ainda na juventude em retrato sem data | LEWY MORAES/FOLHAPRESS
“Estou profundamente emocionado e tomado por um sentimento de geração, que teve em Gullar um de seus pontos mais altos.”
“Viva o poeta Ferreira Gullar. Viva o ‘Poema Sujo’, viva ‘Dentro da Noite Veloz’.”
JOSÉ SARNEY, EX-PRESIDENTE E ESCRITOR
XICO SÁ, JORNALISTA E ESCRITOR
ADRIANA CALCANHOTTO, CANTORA
“Até já, querido poeta.”
Uma parte de mim pesa, pondera; outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta; outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente; outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem; outra parte, linguagem. Traduzir-se uma parte na outra parte — que é uma questão de vida ou morte — será arte?
‘Poema Sujo’ (trecho) turvo turvo a turva mão do sopro contra o muro escuro menos menos menos que escuro menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo escuro mais que escuro: claro como água? como pluma? claro mais que claro claro: coisa alguma e tudo (ou quase) um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas azul era o gato azul era o galo azul o cavalo azul teu cu
ADRIANO VIZONI/FOLHAPRESS
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Laerte apresenta traço em desenhos de nus
Desenhos de nus mostram traço desconhecido de Laerte
Lançamento. Em “Modelo Vivo”, cartunista revela desenhos inéditos de corpos e revisita HQs publicadas nas décadas de 1980 e 1990 Quem pensava que a cartunista Laerte, que assumiu a transexualidade aos 57, já tinha mostrado tudo, se engana. Em “Modelo Vivo”, ela revela um lado inédito de seu trabalho: desenhos de observação de corpos nus, masculinos e femininos. “Nunca tinha publicado essas experiências”, revela a artista. O livro, que rompe um hiato de seis anos, traz ainda histórias em quadrinhos e tirinhas de 1980 e 1990. O que à primeira vista pode parecer uma reunião caótica de trabalhos de uma artista singular, mais de perto se revela algo bastante complexo. Por um lado, é como uma espiada pelo retrovisor. Ou seja, a cartunista, amadurecida, que trilha novos caminhos,
observando as estradas percorridas em décadas de uma produção de fôlego, e de personagens icônicos, como os Piratas do Tietê. Na outra ponta, é uma volta às origens, nos desenhos de modelo vivo, algo que praticava antes de se profissionalizar, e que, segundo ela, norteia e nutre sua obra até hoje. “Pretendo desenhar corpos humanos enquanto estiver viva; é um ato único e inesgotável”, conta Laerte. Os desenhos publicados em “Modelo Vivo” foram produzidos em um curso livre que a cartunista realizou junto com o filho, Rafael Coutinho, em 2013. E as HQs que compõem o livro foram publicadas originalmente nas revistas “Chiclete com
Banana”, “Geraldão”, “Circo” e “Piratas do Tietê” – publicação solo de Laerte. A retrospectiva de HQs apresenta às novas gerações um formato ao qual a autora não pretende retomar. “Ainda que tenha carinho por vários desses momentos, estou indo numa direção que é, em si, complicada o suficiente para não me deixar folga para revivals”, afirma. No momento, além das tirinhas e charges no jornal “Folha de S.Paulo”, ela retoma as gravações do programa “Transando com Laerte”, que estreia no Canal Brasil no segundo semestre de 2017.
HQ publicada em 1991
CARLOS MINUANO
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METRO SÃO PAULO
‘Battlefield 1’ revive Primeira Guerra Mundial Ao contrário do rival “Call of Duty”, que viaja ao futuro no novo título “Infinite Warfare”, o game de tiro em primeira pessoa “Battlefield 1”, recentemente lançado, volta ao início do século 20, mais precisamente à Primeira Guerra Mundial, para oferecer ao jogador a oportunidade de vivenciar os combates por terra, mar e ar em lugares como França, Inglaterra, Itália e até um deserto árabe. Desenvolvido pela Dice e lançado pela Electronic Arts para Xbox One, PlayStation 4 e PC, “Battlefield 1” mescla registros reais do conflito com elementos de ficção por meio de gráfico impecável. O jogo não tem como meta recontar a história da guerra, mas sim trazer à tona fragmentos dela. Ou seja: o player vai experimentar a destruição geral da guerra, com seus navios e zepelins, mas o foco principal de “Battlefield 1” é ser um pouco mais intimista. O modo campanha permite vivenciar o dia a dia dos soldados, em situações comuns, como fazer contato com os superiores ou consertar um tanque de guerra, até
Opção de download aparece nos detalhes de cada título | REPRODUÇÃO
Streaming. Netflix coloca parte de seu acervo para download dos assinantes
Fragmentos do combate real se misturam à ficção | DIVULGAÇÃO
chegar de fato ao campo de batalha e encarar disputas de curta distância, lidar com armas e bombas e aprender técnicas de guerra, como nunca ir de cara contra uma metralhadora. A ideia é viver diferentes personagens, por isso há seis missões diferentes. “Através de Lama e Sangue” é uma delas e traz uma cena de um pombo-correio sendo solto por solda-
“BATTLEFIELD 1” ELECTRONIC ARTS/DICE R$ 200 (PC ) R$ 250 (PS4 E XBOX ONE)
dos presos em um tanque rodeado de inimigos. Na missão, o jogador controla o pássaro, precisando sobrevoar um campo de batalha destruído para
entregar o pedido de ajuda e tentar salvar o grupo. Quem é fã do modo multiplayer vai ficar contente com “Battlefield 1”, pois esse permite até 64 pessoas compartilhando embates de ação intensa. Além disso, o novo game da EA agora também conta com um sistema de progressão em que dá para ir desbloqueando novas armas para as classes. METRO
O maior desejo dos fãs da Netflix se realizou: O serviço de streaming divulgou atualização de seus aplicativos que permite aos usuários baixar filmes e séries para poder assisti-los mesmo sem internet. O serviço, já disponível para todos os assinantes, não acarretará custos adicionais, informou o diretor de inovação de produtos, Eddy Wu. “Sabemos que muitos outros gostariam de continuar suas maratonas durante um voo ou em lugares onde a internet é limitada. Agora, basta clicar no botão de download na página de detalhes de um filme ou série para assisti-lo mais tarde”, disse Wu, em comunicado. Os downloads não demoram muito – claro, depen-
dem da qualidade da Wi-FI – e ficam salvos por tempo indeterminado. Atrações com uma média de 1h30 de duração ocupam cerca de 400 MB de memória. O catálogo de séries e filmes para download ainda é limitado, mas a maioria dos produtos de sucesso da Netflix, como as séries ‘Narcos’ e a recém-lançada ‘The Crown’, já pode ser baixada. Foi organizado um catálogo específico com as atrações que já podem ser baixadas – cada episódio tem de ser transferido individualmente. O novo recurso está incluso em todos os planos de assinatura – ao contrário de concorrentes, como a Amazon, que só disponibilizam a função para planos mais caros. BRUNO BUCIS/METRO BRASÍLIA
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{CULTURA}
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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SHOW
PREVIEW
POR MICHELLE SALES
COMUNICACAO.JORNALISMO @GMAIL.COM
GUTO COSTA/DIVULGAÇÃO
PESCADORES
DE SONS
HOMENAGEM À MAYSA
O Rappa se apresenta em Vitória na próxima sexta, dia 9
Após o grande sucesso da ‘Nunca Tem Fim Tour’, que rodou o Brasil e o mundo por quase três anos, O Rappa está de volta com novo show e nova turnê. O repertório é baseado no DVD Acústico ‘Oficina Francisco Brennand’, que foi gravado em Recife, lançado em junho deste ano e contém uma série de hits dos últi-
mos álbuns de estúdio, quatro músicas inéditas e alguns clássicos em versões inusitadas. O álbum é resultado da experimentação que a banda fez com instrumentos acústicos bem diferentes, como clavinete e escaleta. Curiosos, os multi-instrumentistas Marcelo Falcão, Lauro Farias, Marcelo Lobato e Xandão sempre
SHOW
brincaram com os sons e decidiram levar alguns para sua nova turnê eletroacústica. Eles reuniram instrumentos de diversas partes do mundo e, numa maratona de um mês de ensaios, fizeram os novos arranjos, tudo na base da experimentação, decidindo na hora o que ficava melhor em cada música. Assim, deram
nova roupagem a clássicos. No cenário, a estética contém inúmeros elementos das obras de Francisco Brennand. O show por aqui será nesta sexta, dia 9, no Hub Arena Pop Up, no estacionamento do Shopping Vitória, às 21h. Ingressos a partir de R$ 70 (meia). Mais informações: www.facebook. com/hub.arena.
Nesta sexta, às 21h, o Spírito Jazz, em Vitória, será palco de uma noite em homenagem à cantora Maysa (1936-1977), que faria 80 anos em 2016. O evento inclui bate-papo com o biógrafo José Roberto Santos Neves e exposição de peças da Coleção Identidade Capixaba. Haverá ainda show, com Andrea Ramos e Wanderson Lopez, com 20 canções gravadas por Maysa, compostas por ela e outros compositores. Couvert: R$ 30. Reservas: 3019-0860. EVENTO
UM GOL DE SOLIDARIEDADE Fazer o bem é tão bom... E no sábado, dia 10, vários atletas entram em campo com esse objetivo no evento Gol Azul: O Jogo das Estrelas pelos Autistas. O capixaba Sávio (foto) convocou grandes craques do futebol brasileiro para essa partida beneficente: Aldair, Romário, Juan, Adilio, Gilberto, Kieza, entre outros. O jogo será às 16h, na Arena Unimed (Engenheiro Araripe). Valor dos ingressos: R$ 10.
MALDITOS SKATISTAS No próximo dia 16, o Liverpub, em Vitória, recebe os Malditos Skatistas (foto), a nova banda de Fábio Mozine, Chuck Hipolitho e Alexandre Capilé, três dos principais nomes da cena underground do Brasil. Será a segunda apresentação do trio: antes, só mostraram o projeto em São Paulo, durante o pré-lançamento do livro de colorir do Crackinho, de autoria de Mozine. Primeiro lote de ingressos a R$ 20 (meia). Pontos de venda: Café Bamboo (Praia do Canto) e Kaffa Cafeteria (Jardim da Penha). O Liverpub fica na rua Joaquim Lírio, 820, Praia do Canto. Mais informações: (27) 9944-1204 e www.liverpub.com.br/vitoria. TEATRO
SARAU
NO BONDE DA POESIA O Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha-IHGVV realiza, no próximo dia 15, o Sarau Poético da Prainha 2016, que encerra as atividades do ano. O homenageado será o pintor Homero Massena, e também serão lembrados os 30 anos do museu que leva o nome do artista, em Vila Velha. Estão previstas diversas atividades culturais, como poesia de cordel com Katia Bobbio e apresentações musicais. Participação especial da escritora capixaba Bernadette Lyra e serviço de food truck com lanches, petiscos, refrigerantes e cervejas. Às 19h, na Casa da Memória de Vila Velha, na Prainha.
GOSTINHO DE INFÂNCIA Esta é para a criançada ou para relembrar o tempo da infância: O Sítio do Pica-Pau Amarelo volta à cena com o espetáculo “O Mistério do Jequitibá Rosa”, que será apresentado no próximo dia 11, às 17h, no Teatro Municipal de Vila Velha. No palco, personagens criados por Monteiro Lobato, como Dona Benta, Emília, Saci Pererê, Visconde de Sabugosa e a Cuca. O espetáculo fala sobre a importância da preservação do meio ambiente e sobre os danos causados pelo acidente em Mariana (MG) ao ecossistema do rio Doce e sua população ribeirinha. O teatro fica na praça Duque de Caxias, Centro. Ingressos antecipados a R$ 25 (meia). Pontos de venda: Lojas Alphabeto (Shopping Vila Velha, Shopping Vitória e Praia do Canto).
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{PUBLIMETRO}
Aplicativo faz serviço de banco... sem precisar de banco
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Os invasores
Leitor fala
Alagamentos Li no Metro (sexta-feira, dia 2/12) que as prefeituras investiram R$ 160 mil por dia para evitar que os alagamentos tomem conta de bairros inteiros, um filme que já vimos tantas vezes. Só quero ver nas próximas chuvas fortes, porque até agora não veio temporal que colocasse esse valor à prova.
Cruzadas
HUMBERTO MAIA
Só no smartphone. Celcoin permite pagar contas, fazer recargas, transferir dinheiro entre celulares, sacar e depositar Há ainda quem resista e prefira o velho e bom cartão de crédito, as cédulas, as moedas e até os cheques! Mas os aplicativos para pagamentos e transações bancárias são cada vez comuns. Um dos que surgiram no mercado recentemente é o Celcoin, que fornece serviços financeiros sem precisar de banco. De acordo com os desenvolvedores -- empresários brasileiros que atuam na área de tecnologia financeira e empreendedores do Vale do Silício (EUA) --, com o app é possível pagar contas, fazer recargas, transferir dinheiro entre celulares -- mesmo se o dono do outro aparelho não for cadastrado --, sacar e depositar, tudo isso com o smartphone. Lançado há nove meses, o serviço já conta com mais de 70 mil usuários no Brasil. “Mesmo sendo cada vez mais digitais, os bancos têm custos, restrições e processos de aprovação que precisam ser respeitados. E, muitas vezes, o que o usuário precisa é apenas pagar contas, fazer recargas, transferências e saques”, avalia Marcelo França, CEO do Celcoin e fundador da empresa. “Nosso objetivo é usar a tecnologia para democratizar o acesso a esses serviços”, destaca. Os sócios e os fundadores já investiram juntos R$ 2 milhões no projeto.
Dengue Moro em Jardim da Penha e sinto falta de uma ação mais constante do fumacê nas ruas do bairro. Nesta semana até vi passar um dia. Mas foi só nessa vez. Faço a minha parte, mas sinto falta de mais fiscalização por parte de agentes também. SOLANGE MOURA
Más Línguas
Adorei a iniciativa de um show coletivo no Theatro Carlos Gomes. Que venham mais ações assim. JULIO LUIZ
Distribuição
Meus parabéns para a equipe que entrega o Metro em Camburi.
Ferramenta está dispoínvel para iOS e Android | DIVULGAÇÃO
RAFAELA FREITAS
Como funciona Uma vez feito o download do aplicativo, o usuário precisa carregar um saldo. Isso pode ser feito por meio de boleto ou em agências do Itaú, do Banco do Brasil e da Caixa. É com esse saldo que se pode pagar contas de água, luz, telefone, tributos e boletos. E os comprovantes ficam salvos no próprio celular. Os criadores do Celcoin afirmam que não há tarifas ou mensalidades. O único custo cobrado pelo aplicativo é a tarifa sobre saque, feito em dinheiro em uma das 1.900 lojas conveniadas, ou resgate para conta em banco. Pela ferramenta, também se pode fazer recargas de celular. Mais informações sobre o aplicativo podem ser obtidas pelo site www.celcoin.com.br.
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Sudoku
METRO
Horóscopo
Está escrito nas estrelas POR: GUILHERME SALVIANO
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O momento favorece a retomada de amizades e o contato com pessoas especiais que há tempos estão distantes.
Ao perceber diferenças junto a outras opiniões, seja paciente e evite atritos ou discussões. Vai até aprender com muitas delas.
A forma de dizer certas coisas muitas vezes faz mais diferença para o entendimento. Atente-se com o jeito de expor opiniões.
Período para novos objetivos e para corresponder responsabilidades atribuídas a você. Confie mais em seus potenciais e experiências.
Fique atento para que certas manias não atrapalhem momentos especiais na vida a dois ou até mesmo em eventual paquera em que estiver envolvido.
O momento é de mais empenho com a definição de prioridades materiais. Tendências a ajustes relacionados a suas despesas.
Lidar com novos conhecimentos é sempre um bem para quem é de Gêmeos. Apenas não esqueça que sempre há algo a mais para aprender.
Momento para incrementar algo que traga diferencial e criatividade no trabalho. Boas tendências para reconhecimento e novos contatos.
A vivência junto a grupos e pessoas de sua confiança contribuirá para decisões e para solucionar desafios em variados assuntos.
Temas relacionados a negociações financeiras pedem mais cautela. Seja mais rigoroso e detalhista para evitar riscos de prejuízos.
Hora de superar velhos receios que influenciam sua postura na vida amorosa, desde tratar antigos assuntos a viver novas situações.
Momento para reflexão e mudança de postura com pessoas. Evite esforços desnecessários e retribua a quem mais dedica atenção a você.
Soluções
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Dia de despedidas Emoção e adeus. Vítimas da tragédia na Colômbia, com o avião que levava jogadores e comissão técnica da Chapecoense, além de jornalistas, são veladas e enterradas em suas cidades de origem Corpo do jornalista Paulo Julio Clement foi velado nas Laranjeiras, Rio
VLADIMIR PLATONOW/AGÊNCIA BRASIL
Velório de repórter Victorino Chermont no Flamengo, Rio O adeus ao narrador Deva Pascovicci, em Rio Preto (SP)
CELSO PUPO/FOTOARENA/FOLHAPRESS
No sábado, a Arena Condá, em Chapecó (SC), recebeu o velório coletivo CRISTIANO ESTRELA/FOLHAPRESS
Velório do técnico Caio Júnior foi em Curitiba
RODOLFO BUHRER/REUTERS
Volante Matheus Biteco foi enterrado em Porto Alegre (RS)
ITAMAR AGUIAR/AGÊNCIA FREELANCER/FOLHAPRESS
EDVALDO SANTOS/FOTOARENA/FOLHAPRESS
Volante Cleber Santana foi velado na sede do Sport, em Pernambuco MARLON COSTA/FUTURA PRESS
Despedida do lateral Gimenez, em Ribeirão Preto (SP)
JOEL SILVA/FOLHAPRESS
Corpo do atacante Bruno Rangel foi levado em caminhão dos bombeiros em Campos dos Goytacazes (RJ)
CARLOS EMIR/FUTURA PRESS
As homenagens às 71 vítimas do acidente aéreo da última terça-feira, entre delegação da Chapecoense e profissionais da imprensa, foram descentralizadas de Chapecó, em Santa Catarina, para se espalhar por todos os cantos do Brasil. No sábado, os corpos chegaram ao Brasil vindos da Colômbia, local do acidente. Eles foram levados para a Arena Condá, estádio da Chapecoense, onde foi realizada uma cerimônia de velório coletivo. No mesmo dia, 12 corpos foram enterrados, a maioria na própria cidade de Chapecó. Os demais foram levados as suas cidades de origem, e ontem, em todas, houve homenagens e apoio das pessoas nas ruas e no local de velório e sepultamento. O corpo do goleiro Danilo foi enterrado à tarde em Cianorte, no noroeste do Paraná. Antes, o caixão seguiu em cortejo pelas ruas da cidade -passando pelo campo em que ele começou no futebol -- e foi acompanhado por centenas de pessoas, entre parentes, amigos e fãs. “Nós estamos chorando um ídolo, o meu Danilo”, lamentou a mãe do jogador, Ilaídes Padilha. O meia Cleber Santana, que era o capitão da Chapecoense, foi enterrado em Recife (PE). O velório aconteceu na sede do Sport, na Ilha do Retiro. Foi no clube pernambucano que ele começou a carreira. O técnico Caio Júnior foi velado e cremado em Curitiba, no Paraná. A missa de corpo presente ficou lotada, inclusive com várias personalidades do mundo do futebol, como o treinador do Palmeiras, Cuca; o ex-jogador Alex e o atacante do Corinthians, Jô. Comoção em Campos No Estado do Rio, houve o sepultamento de dois jogadores da Chape. O corpo do atacante Thiaguinho foi velado e enterrado em Bom Jardim, na Região Serrana. Já o do maior artilheiro da história do clube, o atacante Bruno Rangel, foi velado na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, onde nasceu. A chegada do corpo, em um carro do Corpo de Bombeiros, foi acompanhada por uma multidão – a Guarda Municipal estimou 40 mil pessoas.
“É obrigação do Flamengo acolher a família do Victorino, que era uma pessoa muito querida por todos nós, excelente profissional e figura ímpar, que tinha uma ligação muito grande com o clube.”
3 ESPORTE
EDUARDO BANDEIRA DE MELO, PRESIDENTE DO FLAMENGO
“Com ele, eu tive muitos momentos de alegria. A gente fez parte de um mesmo grupo em 2006, no Americano. Ele vai deixar muita saudade”, disse o amigo e jogador Hernane. O velório de Victorino Chermont, da ‘Fox Sports’, foi no salão nobre do Flamengo, na Gávea, na zona sul do Rio, clube pelo qual o jornalista torcia. A tia, Elizabeth Chermont, passou a criá-lo quando ele ainda tinha um ano, após a morte da mãe, e falou sobre Vitu, como era chamado: “Por ele ter tido uma perda muito grande na infância, ele temia que algo acontecesse e que ele não pudesse também ver o filho adulto. Sempre que viajava, dizia: ‘Eu tenho medo de não poder ver o Vituzinho grande’. E acertou. Tenho certeza de que ele está muito melhor lá do que nós aqui. Somos todos de carne e osso e temos que chorar a partida desse ser incrível”. Homenagens O jornalista torcia pelo Flamengo, que batizará a sala de imprensa com o nome dele. O mesmo fará o Fluminense com Paulo Julio Clement, também da ‘Fox Sports’, que foi velado no Salão Nobre das Laranjeiras. Sobre o caixão foram colocadas uma bandeira e uma camisa do clube tricolor. Como homenagem, o jornalista dará nome à sala de imprensa do centro de treinamento do clube, na Barra da Tijuca, na zona oeste. “É um momento difícil de falar. Um acidente trágico, uma perda de vida absurda. Qualquer homenagem é pouca, pela vida de paixão dele pelo clube e pela sua família”, disse, emocionado, o presidente do Fluminense, Peter Siemsen. Clement e Victorino foram enterrados no cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul. METRO RIO COM BANDNEWS FM E AGÊNCIA BRASIL
Boletim
Sobreviventes A equipe médica atualizou ontem o estado de saúde dos quatro brasileiros que sobreviveram à queda do avião. O zagueiro Neto (foto) é o que está em situação mais delicada. Único ainda com ventilação mecânica e sedado, ele tem quadro de infecção pulmonar. O goleiro Jackson Follmann, que teve a perna direita amputada, está estável e disse aos médicos que quer tocar violão. “Está tranquilo aqui. Desta vez, passei batido”, afirmou ele, em áudio divulgado ontem. O lateral Alan Ruschel também tem quadro estável e até já pediu para fazer churrasco. Já o jornalista Rafael Henzel, com múltiplas fraturas na costela, tem situação controlada.
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{ESPORTE}
Investigação vai durar seis meses Tragédia. Esse é o prazo dado pelas autoridades colombianas para terminar análise sobre as causas da queda do avião. Primeiras observações mostram pane seca na aeronave As autoridades colombianas querem concluir em até seis meses a investigação sobre as causas da queda do avião da LaMia que transportava a delegação da Chapecoense e profissionais da imprensa, que culminou com a morte de 71 pessoas na última terça-feira, em Medellín. Um grupo de 20 peritos vai se debruçar sobre os dados de navegação, da caixa preta e depoimentos para apontar as conclusões.
Avião da LaMia ficou sem combustível na viagem da Bolívia até a Colômbia | REUTERS
“Precisamos de seis meses até para respeitar o protocolo de apuração. Vamos ter um grupo de trabalho formado por colombianos, brasileiros, bolivianos e também dois britânicos, que são do país onde a aeronave
foi fabricada”, disse Alfredo Bocanegra, diretor-geral da Aerocivil da Colômbia. Segundo Bocanegra, os representantes brasileiros serão da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Já os ingleses são mem-
bros do Grupo de Investigação de Acidentes Aéreos do Reino Unido. O trabalho cooperativo será liderado pelos colombianos. As primeiras análises apontaram que, no momento da queda, o avião estava
com o tanque de combustível vazio. “É necessário um trabalho científico, com a presença de especialistas para determinar o que houve para acabar o combustível. Ainda é cedo para ter definições”, explicou. BAND
Organizadas de SP se unem em homenagem à Chape As principais torcidas organizadas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos se reuniram no início da tarde de ontem na praça Charles Miller, na frente do portão principal do estádio do Pacaembu, na capi-
tal paulista, para homenagear a Chapecoense após o acidente ocorrido na última terça-feira que vitimou 71 pessoas. O encontro entre Gaviões da Fiel, Mancha Verde, Independente e Torcida
Jovem aconteceu em clima de tranquilidade e sem nenhum incidente. Aos gritos de “Vamo, vamo, Chape”, os presentes se abraçaram e lamentaram juntos a tragédia que abalou o mundo na última semana. METRO
Momento de agradecer A Chapecoense publicou um vídeo em seu site agradecendo em vários idiomas. Na cidade de Chapecó, próximo à Arena Condá, o clube também fez um totem de agradecimento com a palavra “Obrigado” escrita em diversos idiomas. | TARLA WOLSKI/FUTURA PRESS
Ato com os torcedores aconteceu em frente ao Pacaembu | NELSON ANTOINE/FOLHAPRESS
‘Não houve pânico a bordo’, diz médico da CBF O piloto não avisou que o avião estava em uma situação emergencial, o que não permitiu aos tripulantes tomarem as medidas de segurança necessárias. Os passageiros só sentiram uma trepidação e um forte barulho causado pelo choque. Ninguém ficou apavorado nos momentos que antecederam a queda. A informação é de Fernando Solera, médico enviado pela CBF à Colômbia. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Solera contou o que ouviu de uma longa conversa que teve com os dois sobreviventes da tripulação do avião, Ximena Suárez, comissária de bordo da Lamia, e Erwin Tumiri, técnico do avião. “A gente ouviu muita gente falar bastante coisa, mas as vítimas não tiveram nenhum tipo de sofrimento, e não houve horror nos momentos finais. Essa informação é fidedigna”, disse Fernando Solera, dando uma informação diferente da anteriormente divulgada pela equipe de resgate. METRO Internacional
Fernando Carvalho recua e nega ‘tapetão’ O vice-presidente do Internacional, Fernando Carvalho, afirmou ontem, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que o Colorado não pretende virar a mesa no Brasileirão. Ele, inclusive, admitiu total “incompetência” de diretores e jogadores ao longo da campanha. Fernando foi duramente criticado na semana passada por defender o cancelamento da última rodada e dizer que o Inter vivia sua própria “tragédia”. “Ninguém vai querer virar a mesa. O que está dentro da regra vai ser cumprido. O Inter tem consciência de que está na situação que está por sua atuação, sua limitação e incompetência. Eu me incluo nisso. A tabela representa o que a gente fez. É um momento de dificuldade nacional, e faremos o que for determinado”, declarou. METRO