TOMO II

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TOMO II

ANTOLOGIA

TOMO I Aglaure Martins . Ana Maria Marques . Ana Néres Pessoa Andréa Iunes (Dhenova) . Bia Cunha . Cidália Pinto . Cristhina Rangel Lena Ferreira . Luiza Cantanhêde . Márcia Poesia de Sá

TOMO II

Maria do Socorro Menezes . Maria Vitória Bouças . Marisa Schmidt Rosana Lazzar . Rosemarie Schossig Torres Samara Volpony . Sandra Ibiapino Homenagens IN MEMORIAM a Iracema de Brito e Janete do Carmo

POESIA


ElasPorElas

ANTOLOGIA

ORGANIZAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO

ANA NÉRES PESSOA DIVULGAÇÃO

TOMO I Aglaure Martins . Ana Maria Marques . Ana Néres Pessoa Andréa Iunes (Dhenova) . Bia Cunha . Cidália Pinto . Cristhina Rangel Lena Ferreira . Luiza Cantanhêde . Márcia Poesia de Sá

TOMO II

Maria do Socorro Menezes . Maria Vitória Bouças . Marisa Schmidt Rosana Lazzar . Rosemarie Schossig Torres Samara Volpony . Sandra Ibiapino Homenagens IN MEMORIAM a Iracema de Brito e Janete do Carmo

Homenagem ao mês da Mulher Março de 2017


Apresentação Poesia, substantivo feminino que transcende num universo cheio de aspectos em sua maioria femininos, sendo a sua fenomenologia inspirada e baseada na existência da Musa, termo também feminino associado aos pilares existenciais da Poesia. Falar, conceituar ou discursar sobre inspirações poéticas é buscar uma abrangência de grandezas ou propriedades utilizadas também na busca pelo Ser mulher, sendo a Poesia e o feminino dois termos que se associam em seus conceitos e extremos... E quando a inspiração de uma Poeta é impulsionada pelas produções de outras, temos um exemplo sofisticado e genuíno de metalinguagem: a Poesia em seu Eu feminino de gênero e essência se associando, sendo objeto entre a expressão da criatura e da criação. E isso, agora, não tem vinculo com a Literatura Feminina, é coisa ainda mesmo imaterial, substância pura, homogênea. Amálgama de almas entre arte e artista, ser e poesia. Confesso que adentrei ao mundo adulto com uma relação tímida com a Poesia, a Poeta dentro de mim dormia ainda no sono infantil e juvenil... Em 2008 me permiti participar do mundo virtual no Orkut e logo tive a iniciativa de procurar por poetas em produção. Então, a partir dali iniciou um “rasgar de pele” incentivado pelas Divas da Poesia da Comunidade “Poemas e Poesias”. E de pouco tempo passei de fã a parceira de versos, de parceira a amiga. Passados os tempos produtivos do Orkut, nos desvinculamos para depois aportamos novamente no mesmo solo de produção poética, neste estranho, mas muito frequentado mundo paralelo chamado Facebook e já inicialmente em minha estada aqui, laços foram reatados e outros nasceram. Agora, aqui estamos em um misto de significações: Divas e Fãs, Poetas e Leitoras, Produção e Produtoras, num emaranhado de sentimentos que se misturam, mas não perdem as essências particulares de cada um.


Sou grata a todas que atenderam a minha solicitação e se doaram a me ajudar pronta e carinhosamente neste projeto. Agradeço a poeta convidada Cidália Pinto, que por indicação de Márcia Poesia de Sá que ao apresentar sua obra, encantou e inspirou-me, e assim desejei-a junto a nós. Trouxemos conosco ausente mas imortal poesia de Iracema de Brito a quem presto tributo como minha patronesse da Academia Esperantinopense de Letras, essa ilustre desconhecida que ganhou minha admiração e agora habita comigo sempre. Também Janete do Carmo, a quem nunca, de maneira alguma, esquecemos! Que partiu, mas se imortalizou em sua obra, ainda que o luto tenha tingido as antigas rubras letras de Aglaure Martins em negras, o brilho poético da personalidade elétrica e quente de Janete permanece estrela entre nós! Elas por Elas: Relicário é a primeira de uma sequência de tributos. Relicário por ser lugar de reunião e onde foram depositadas importâncias: amizade, admiração, talento, saudades e lembranças. Relicário por ser confiado a este livro que guarde e imortalize a recordação de um tempo de vida que pode se estender infinitamente enquanto lembrado e revivido. Este eu ofereço em homenagem a essa essência de poesia feminina que me trouxe de volta, aqui representada em sua maioria por Musas que inicialmente me inspiraram e convenceram a Poeta em mim a dialogar no mesmo espaço que elas. E outras que encontrei pelo caminho de abismos e asas da Poesia e a parte fã desta Poeta também se enamorou de suas poesias.. Há ainda outras que vieram depois, e anda não estão aqui, mas isso é assunto para outra história que em breve também será escrita em versos compartilhados e oferecidos a vocês...

Ana Néres Pessoa


Prefácio Antologia; não Catálogo Poético! A amplitude do pensamento humano não se resume, apenas, a seus passos físicos ou marcas artísticas deixadas, há milênios, nas cavernas. É necessário trasmudar sentimentos pessoais ou criados ficcionalmente ou construí-los com algo mais grandioso; nem sempre grande em tamanho. Mas em ressonância, com resposta positiva e emocionante dentro de gêneros ou princípios que possam representar um pensamento poético ou artístico de um lugar ou tempo.

Essa é a verdadeira razão de se fazer uma Antologia bem ao estilo das palavras da professora Silvana Serrani, titular e coordenadora do CEHISP-Centro de Estudos Hispânicos no IEL-Unicamp. Formada em Letras pela Universidade de Buenos Aires, Mestre e Doutora em Lingüística. Em sua tese/concepção, em cima da qual debrucei dois dias, a Antologia deve oferecer “muita informação sobre o modo em que se escreve e lê literatura e sobre seu papel em uma cultura e época dadas e, como se sabe, o gênero contribui diretamente para formar e transformar cânones, confirmar reputações literárias (...)”. Todavia, muitas das antologias atuais, não têm esses fundamentos básicos, portanto, não recebem a atenção crítica ou analítica específica. Ora, então, reunir poetas, artistas ou outro gênero, em livro ou compêndio, obrigatoriamente não será Antologia; mas sim, um catálogo poético.


Neste caso, desta Antologia ELAS POR ELAS, organizada pela professora, poeta e ativista literária Ana Néres Pessoa Lima Góis, o plasma da técnica e das regras primordiais do gênero e do tempo, se fazem explicitar ratificando o prumo gratificante da construção antológica, trazendo para conhecimento público, anos depois, grandes poetas que, junto com ela, publicaram prosa e poesia ao longo de um determinado tempo, num inesquecível site literário, na internet. Uma das grandes virtudes das Antologias - para se separar em definitivo do conceito de apenas ser um catálogo poético - é o resgate de algo grandioso, mesmo em proporções físicas não tão grandes, algo que emocione, que mostre qualidade humana, sentimentos, que faça reflorir caminhos, que consiga dar um colorido poético à vida de quem a lê. Exatamente isso que essas mulheres maravilhosas, que se dispuseram a mostrar seus trabalhos nesta ELAS POR ELAS, vêm ratificar com uma das armas mais sublimes do Universo que faz falecer o tédio e o desamor: a POESIA!

Mhario Lincoln*

*Poeta, escritor e presidente da Academia Poética Brasileira


TOMO II

Sumário Apresentação _______________ 03 Prefácio______________________ 05 Maria do Socorro de Meneses 08 Maria Vitoria Bouças _________ 10 Marisa Schmidt_______________ 12 Rossana Lazzar _______________ 14 Rosemarie Schossig Torres _____ 16 Samara Volpony______________ 18 Sandra Ibiapino ______________ 20 Homenagem In Memorian Iracema de Brito ______________ 22 Janete do Carmo_____________ 26

Elas Por Elas


ElasPorElas

08

ANTOLOGIA

Musa . Poeta . Mãe . Acolhedora Longânime . Guerreira . Retirante Autodidata, Alfabetizadora, Artesã Trizidela do Vale - MA - Brasil

Maria do Socorro Menezes POESIA


A Pétala Perdida C

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ada pétala perdida

Eu coloco sobre a dor Da minha alma ferida Como o balsamo que alivia Encontro a alegria Da minha alma entristecida A rosa que desabrocha Desta roseira da vida Aqui acolá pelo tempo Por força de sentimento Deixa uma pétala perdida Seguindo as ilusões Descobre a desilusão A dura realidade Vê que tudo é vaidade

E que o maior valor Declara-se ao coração Que o mais puro sentimento Tem o nome de amor Amor a coisa mais pura Amor sincero inocente Que faz da alma da gente A mais perfeita candura

Musa . Poeta . Mãe É aí que a gente vai Guerreira . Retirante . Longânime Pelas estradas da vida

Autodidata . Alfabetizadora. Artesã Recolhendo com amor Trizidela do Vale - MAa -pétala Brasil perdida Da rosa,

Maria do Socorro Menezes

Maria do Socorro M enezes Elas Por Elas


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Musa . Poetisa . Esposa . Mãe Avó . Amiga . Apaixonada

Pedagoga, Artista Plástica, Conselheira de Estado da Educação do Maranhão Militante de Segmentos Sociais São Luís - MA

Maria Vitória Bouças


Versos Para Quem Amo C

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om o meu rubro sangue,

Que viaja célere, intenso, quente, Atravessando-me as artérias, Cortando-me as veias, Alagando-me os capilares, Fazendo dos meus vasos sanguíneos a sua longa estrada, Eu lavraria palavras amorosas, na minha alma trovadora, Conseguindo dessa seiva o lápis que me faltasse. U

Com o tecido, que me abriga o corpo, Tão sensível, que se arrepia ao teu menor toque, Eu criaria o mais puro papel de fino linho, Na certeza de nele grafar O meu mais terno desejo. Quem sabe o teu amado nome? É, exatamente, assim, que eu me percebo, Quando a pele da poesia se embaralha Com a minha pele de imensas fantasias. De tal forma eu me reconheço como sou, Que se me faltassem lápis e papel, Um dia, qualquer dia... Que poderia ser hoje, ou amanhã... Quem sabe quando? Eu escreveria poesias no meu corpo, Usando o meu sangue como pigmento. E quando tu me tocasses a pele, Nela, sangrando de poesias intensas, Tu lerias todos os versos que nela oculto, E que sempre eu te ofereço.

Maria Vitória Bouças Elas Por Elas


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Musa . Poeta . Mulher . Mãe . Avó Pedagoga aposentada, coordena um grupo de voluntariado no hospital público de Bertioga Bertioga - SP - Brasil

Marisa Schmidt


Mulheres

S

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érias

risonhas pensativas são almas introspectivas catando sonhos no ar Voo curto de longas asas o portal de tantas casas caminhos sendas e o lar Sábias sem ter estudo modestas sabendo tudo são a voz do coração Nas mãos seguram o mundo nos olhos de brilho profundo são as mulheres a origem a guarida a criação...

Marisa Schmidt Elas Por Elas


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Musa . Poeta . Extrema . Sonhadora Realista . Guerreira . Suave . Feroz Boemia . Autêntica . Filosófica Técnica em Enfermagem, Cantora São Paulo - SP

Rosana Lazzar


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Quem Te Viu Quem Te Via

E

spelhados n´alma

Vão as marcas que só refletem dentro. A tinta que vai por fora, disfarça o adiantado da hora E esconde o mapa do nosso centro! As dores se fazem de santas O choro finge o incontido O vazio se veste de excessos Que juram passar despercebidos! Espelhados n´alma Vão –se as imagens que o mundo não vê! Nem os gênios , ao espelho, enfrenta Só mesmo quem é de alma Tanto enxerga, que cumprimenta! A mulher é o cimento Com o qual Deus forjou os alicerces do mundo. Eu sou fêmea, ao longo do que se refere... Sou pai, sou mãe, amante...sou tudo!

Rosana Lazzar Elas Por Elas


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Musa . Poeta . Mulher . MĂŁe Leitora Aprendiz . Apaixonada Bacharel em Jornalismo BrasĂ­lia - DF - Brasil

Rosemarie Schossig Torres


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Rosa Enigmática

O

meu corpo tem entrelinhas,

onde habitam mil segredos... Nem meu espelho lê as linhas, que a pele vigia no degredo. Não tenho guia que me leve, por essas vias tão espinhosas, aonde nem minha’lma se atreve a trilhar; rota dúbia e nebulosa. Rosa enigmática sou; traquinas. No jogo do malmequer aposto. Despir as pétalas me fascina... A resposta? Mistério que gosto.

Rosemarie Schossig Torres Elas Por Elas


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Musa . Poeta . Filha . Irmรฃ Amiga . Virginiana . Artista

Pedagoga, Pesquisadora em Danรงa Arari - MA - Brasil

Samara Volpony


TPM

N

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ão quero tuas brancas nádegas

sobre a cama seca não me apetece o galope insano destas luas mortas a mulher que tens guardo os finos seios e lambe os dedos na madrugada à sete voltas nos dias da paixão sangra e chora suas dores sem parto na cama dura bebe conhaque contrariada e remédio sem tarja a poucos ama mas é a mais fina amante dos segredos da carnadura.

Samara Volpony Elas Por Elas


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Musa . Poeta . Mãe . Educadora Companheira . Carismática . Jovial . Mística Graduada em Matemática Pós-graduada em Gestão Escolar Esperantinópolis - MA - Brasil

Sandra Ibiapino


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MULHER

O

que neste momento invade teu pensamento?

E não somente curiosidades minhas... Ao ver teu olhar tão quente e fascinante Ou será engano? Teu olhar é fogo de vulcão extinto Porque neste momento parece tão distante É a saudade que te atormenta? Ou será teu corpo que chama afagos longos, carinhos ardentes? Num mergulho profundo cheguei onde me encanta a tua alma Que me parece num esplendor de adolescência Boca inteligente e alegre Será você um arcanjo invisível... Como sabes sorrir nos flagelos da vida? Sendo o astro que reluz no final do túnel, Mesmo quando acaba a idade das rosas Tua alma brilha!

Sandra Ibiapino Elas Por Elas


Iracema de Brito

In Memoriam

Musa . Poeta . Vanguardista Guerreira . Autodidata . Imortal

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Iracema de Sousa Brito

23 , poetisa, artista, cientista, artesã,

mecânica, lavradora, política, autodidata, mulher muito a frente de seu tempo e compressão da maior parte de seus conterrâneos... Independente, sensível, corajosa, consciente, Segura e amiga ”Aquela cuja simplicidade no escrever foi tão exuberantemente bela quanto a poesia que ela soube extrair das coisas simples da vida.” como disse o poeta Kleber Lago. Nasceu no município de Caxias em 07 de fevereiro de 1.909, foram seus pais Geraldo de Souza Brito e Sebastiana Mourão Brito, também naturais de Caxias, a previsão d sua chegada a Pedreiras foi por volta dos anos 1960 a 1970, estabelecendo-se no município do Transwal.

Refazer as trilhas poéticas de Iracema é também ver as maravilhas do ínfimo como João de Barros, extrair a seiva da alegria da vida antes que a queimada venha e nos leve, e ainda nossos sonhos desenhados com letras de talento, como aconteceu aos cadernos vida de Iracema: "Essas coisas pequenas Que nascem bem no terreiro Formigas, lagartas, besouro Dando ao solo um tesouro“ Ler Iracema é sentir impressões, é andar pelas estradas de terra batida de sua “comunidade pátria”, onde plantou, regou e deu seus melhores frutos, os lavrados em si mesmo e os lavrados na terra cuidada de seu quintal paraíso: “No chão batido em que ando No meu vai e vem de lida, Quanta gente procurando A sua história de vida!” É deixar vibrar no peito a sua paixão por sua vida e seus sonhos, talvez não tão mais intensos do que os nossos, porém bem condensados em versos de sentimentos fortes e expressões simples e sublimes: “Ó meu querido Transwal, Que vive e que mora em mim, És meu jardim natural, Meu início, meio e fim!” Iracema, faleceu em Pedreiras em 1996, deixando um baú cheio de cadernos escritos ao longo de sua vida, os quais foram todos queimados juntamente com seus pertences... Ignorância? Maldade?... Não sabemos... Só sei que ela permanecerá imortal pelas cinzas da Fênix que habitava em si e por seus versos que restaram!

Ana Néres Pessoa

Elas Por Elas


Carta à Irá

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Transwal, Pedreiras, Maranhão, Brasil, 1992. Minha querida Iracema de Sousa Brito, Mulher que habita em mim, sendo parte de cada junta dos meus ossos, ossos esses que não tem a mesma agilidade de antes, afinal são mais de meio século, só não vou dizer o tanto, já que é algo mágico cada fêmea esconder a totalidade de suas eras.

Notou Irá que quase não entro no assunto, até parece as minhas longas conversas com o meu poeta e cantor preferido, o meu amado João Barrêto, e só declaro assim porque sei da nossa afinidade pela boa música e pela boa poesia, e ainda tem a imensa compreensão da minha querida Ceci (esposa de João), que nunca olhou maldade na nossa antiga amizade. Sabe mulher, ontem com aquela suave chuva que caía, estava ouvindo o programa “Saudade Não Tem Idade”, na amiga Rádio Cultura de Pedreiras, com a apresentação do terno Beto Cantanhede. Em dado momento ele tocou uma música na voz de Carlos Alberto, o chorão, e esta dizia: “atrase esse relógio”, não sei se é o nome exato da canção, mas ela me fez lembrar tanta coisa, que este velho peito quase não aguenta, Irá, lhe confesso que chorei demoradamente, que só me dei conta quando ouvi o cantar sonoro do galo garupa, anunciando a chegada do sol, mas na verdade este nem veio, pois o dia amanheceu nublado, parecia a minha solidão cá dentro dos meus sentimentos minha amada companheira, esta sina de me habitar tem me custado muito caro em alguns momentos, tenho provado que o pão da vida é um osso duro de lapidar. Iracema, não queria aqui fazer somente um relato de tristes instantes, mas como segredo, com poucas pessoas, apesar de amar muita gente, quero declarar que tenho sido visitada constantemente pela luz da inspiração e acabo colocando no papel muita coisa, que depois de concebida fico a me perguntar, como aquilo veio pousar na minha imaginação e como não sou de ferro vou descrevendo as coisas que estão bem perto de mim, fazendo assim a geografia do meu espaço e passos na mistura saudável com essa gente que também se habita e ocupa o corpo e a mente na infinda construção coletiva de cada um. A vida é mesmo assim Irá, juntas, ossos, suor, lágrimas e alegria no pão da poesia.

Da sua sempre habitante de todos os dias e noites,

Iracema de Sousa Brito Elas Por Elas


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Iracema Quer irá culpar minha ira Tem no meu nome dilema, Não sei como assim diria Se eu não fosse a Iracema. Nascida sem tem divisa De Alencar fui o tema, E na minha lira concisa Espalho qualquer poema. De um poeta escapei Era a palmeira serena, Mas na estrada plantei A bela flor de açucena. Hoje eu digo sem medo Que meu recanto é mais, Se tanto amor é segredo Com ele procuro a paz.

E quem dirá o que digo O pensamento é moinho, Meu coração, meu abrigo, Da vida bebo meu vinho. Do Sousa eu que grito Da minha mãe o perdão, Mas do meu pai é o Brito E assim renasce a razão. História da mesma lavra Para viver tão distante, Aqui no meu peito crava Uma saudade possante. Mas meu lugar é singelo Um nome aqui vai ficar, Nessa ternura do belo Para quem sabe lembrar!

Iracema de Brito Elas Por Elas


Janete do Carmo In Memoriam

Musa . Poeta . Diva . Imortal

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27

Biografia **

Janete do Carmo

, nascida em 14 de janeiro de

1962 em São Paulo, capital. Nasceu na poesia a partir de 2008, quando, ao completar o curso básico de computação, fez seu orkut e logo adicionando comunidades de poesias. Da leitura para os primeiros rabiscos foi um pulo, da noite para o dia. E não parou mais, continuou rabiscando. Gostava de leituras de todas as espécies . Dama da poesia como frisou Ana Maria Marques e “uma mulher que expunha seus sentimentos com coragem e sem meias palavras. Falou em versos por muitas de nós!”, segundo Marisa Schmindt. Sempre gostou de leitura, de todas as espécies. Esse foi o primeiro motivo para adicionar as comunidades de poesias, que depois foram multiplicando-se. Janete foi uma das poetas mais ativas nas comunidades de poesia e exercícios poéticos do Orkut, onde foi minha primeira “poetamiga” virtual e incentivadora para o exercício e produção de poemas. Tinha personalidade forte e muita disposição para o debate e troca de experiências, quem conviveu e poetizou com ela, sempre lembrará da dama da poesia, e nesta publicação temos a honra de acolher a poesia dessa dama entre nós!

Quando faleceu em 2011, residia na cidade paulista de Palestina.

Sou Poeta*

Em Paz*

Com a luz Fiz laços eternos... Enfeitei-me de poesia!

O inverno é finado A primavera, em luto Leva flores ao túmulo"

Janete do Carmo

Janete do Carmo

**Informações extraídas no site Recanto das Letras em texto adaptado por Ana Néres Pessoa. *Poemas extraídos da página pessoal da autora do site Recanto das Letras.

Elas Por Elas


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Quem Sabe Um Dia* Foi bom Ter amado Viver o risco Dar o beijo Fugir como corisco Saciar o desejo Ter um passado Construir o presente Com lágrimas e risos Olhar saliente Escolher alternativas Nem sempre coerentes Aprender com as tentativas Interpretar improvisos

Algo me espera Horizonte o esconde Sem acesso Farta imaginação Sem medo... confesso Nova construção Quem e onde? P

Janete do Carmo Elas Por Elas


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Metafísica* Você é um eu que não quero ser Uma fábula Uma mágica Uma quimera Eu sou seu desconhecido que não deseja ver Um medo Um segredo Um momento Por isso Confabulamos Desejos Como bons amigos

Janete do Carmo Elas Por Elas


ANTOLOGIA TOMO II

DIVULGAÇÃO

Elas POR ELAS

é a primeira de uma sequência de tributos.

Relicário

por ser lugar de reunião e onde foram depositadas importâncias: amizade, admiração, talento, saudades e lembranças. Relicário por ser confiado a este livro que guarde e imortalize a recordação de um tempo de vida que pode se estender infinitamente enquanto lembrado e revivido.

Ana Néres Pessoa

Agradecimento às poetas da NOP Nova Ordem da Poesia

Homenagem ao mês da Mulher Março de 2017


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