O átrio do pavilhão 4 da faculdade foi o local a intervir neste primeiro exercício do segundo semestre. O intuito deste exercício era a transformação deste espaço num café, com espaço de estar e apoios (bar, cozinha e armazém), mas também que fosse um espaço único onde os alunos, professores ou “visitantes” pudessem conviver de forma descontraída. A estes objetivos quis acrescentar um outro que para mim fazia todo o sentido, incluir uma área para exposição dos trabalhos dos alunos. Ao analisar o átrio, mais concretamente ao realizar o estudo de circulações, deparei-me com uma forte marcação do movimento e da vivência deste mesmo espaço e foi com isto que surgiu todo o meu conceito base para o desenvolvimento deste projeto. Procurei criar um espaço interior que remetesse para uma gruta, onde é visível, não só a marcação do “passar do tempo” e o “desgaste”, mas que também muitas vezes possui um fator de supressa a quem tem a curiosidade de entrar e de explora-la. Para isto foi necessário desenvolver um conjunto de placas verticais que formam uma “nova camada”, como se fosse uma nova pele que o átrio veste e com o qual se transforma. Tal como na gruta as paredes estão marcadas e gastas, estas placas também vão representar no átrio a movimentação, as circulações que nele são vividas. Dividi o espaço em duas áreas distintas na sua utilização e tipos de vivência, através da criação de uma mezzanine. Com isto consegui desenvolver uma zona térrea destinada a utilização do café e um espaço de convívio, e uma zona superior para exposições ou pequenas apresentações que não interfere com o outro espaço. Existiu também uma preocupação em não tapar as entradas de luz natural (quer as claraboias quer o vão da entrada), bem como interferir o mínimo possível nas circulações, criando apenas uma nova circulação (acesso á mezzanine). Com o resultado final deste projecto quis produzir a sensação que o espaço foi moldado pelo utilizador consoante as suas necessidades, criando assim uma forte ligação entre eles.